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A MENTE – PERCEPÇÃO Profa. Marta Olivi – Processos Psicológicos A ENTRADA NA VIDA - EU A MENTE Etimologicamente, o termo mente vem do latim mèntem, que tem o significado de pensar, conhecer, entender, e significa também medir, visto que alguém que pensa não faz mais que medir, ponderar as ideias. Os gregos utilizavam o termo nous para indicar a mente, a razão, o pensamento, a intuição. A MENTE Durante muito tempo, associou-se a mente apenas à dimensão cognitiva: Raciocínio, dedução, abstração, juízos, conceitos; Manifestação da racionalidade humana; Atividade consciente. A MENTE Durante o século XX chegou-se à conclusão de que o funcionamento da mente não se reduz à produção racional, abstracta de conhecimentos. A mente passou a ser entendida como a manifestação total de processos dinâmicos que interagem entre si de forma complexa, implicando-se mutuamente. A mente começou assim a ser vista como um SISTEMA que integra vários processos: cognitivos, emocionais e conativos. A MENTE A PERCEPÇÃO A percepção é um processo mediante o qual a informação sensorial é ativamente organizada e interpretada pelo cérebro e que nos ajuda a compreender o mundo à nossa volta. A PERCEPÇÃO SENSAÇÃO PERCEPÇÃO É a detecção e recepção dos estímulos nos órgãos dos sentidos, que são traduzidos em impulsos nervosos e conduzidos ao Sistema Nervoso Central para serem processados pelo cérebro. É a interpretação, organização e decodificação dos dados sensíveis, feita pelo cérebro. Seleciona, organiza, interpreta, atribui sentido. É um processo mental ativo, embora dependa da sensação. A PERCEPÇÃO A visão que temos do mundo não é uma reprodução, mas sim uma interpretação; Fazemos uma correção mental, de modo automático, ao conteúdo da nossa percepção; de modo a manter a regularidade do mundo externo. A PERCEPÇÃO Toda a informação sensorial é captada pelos sentidos e enviada para diferentes áreas do cérebro, onde é representada; Não reproduz o mundo como um espelho, como uma fotografia, porque o cérebro constrói uma representação mental ou imagem da realidade. Fatores determinantes da percepção: 1. mecanismos do percebedor (órgãos receptores, nervos condutores e cérebro); 2. características do estímulo; 3. estado psicológico de quem recebe; Só iremos tratar do 2 e 3; O 1 a fisiologia estuda; Para que haja percepção é necessário atenção; Portanto, percepção é a seleção de estímulos por meio da atenção. FATORES INTERNOS que influenciam a PERCEPÇÃO Estruturas fisiológicas Experiências anteriores Maturação Personalidade Experiências pessoais Fatores sociais Cultura Valores Motivação Necessidades Atenção Profissão Memória Aprendizagem Estruturas fisiológicas Experiências anteriores FATORES EXTERNOS que inflenciam a PERCEPÇÃO INTENSIDADE Tendência a perceber Os estímulos com maior intensidade. Brilho forte, um som alto, uma cor berrante… TAMANHO Tendência para captar objetos com tamanhos maiores. Figuras grandes num desenho. CONTRASTE Tendência para ser mais sensível a estímulos que contrastem no meio. Um brilho na penumbra, uma erva aromática não habitual num prato cozinhado… SURPRESA E NOVIDADE Muitoutilizado quando se pretende chamar a atenção. Buzina, fogos de artificio REPETIÇÃO Tendência para prestar atenção a um estímulo novo e repetitivo. Um slogan publicitário. MOVIMENTO Tendência para perceber mas facilmente estímulos em movimento Uma bola a rodar para chamar a atenção de um gato. Percepção visual A visão é a percepção de raios luminosos pelo sistema visual. Esta é a forma de percepção mais estudada pela psicologia da percepção. A maioria dos princípios gerais da percepção foram desenvolvidos a partir de teorias especificamente elaboradas para a percepção visual. 13 Percepção auditiva A audição é a percepção de sons pelos ouvidos; A psicologia, a acústica e a psicoacústica estudam a forma como percebemos os fenômenos sonoros; Uma aplicação particularmente importante da percepção auditiva é a música. 14 Percepção olfativa O olfato é a percepção de odores pelo nariz. Este sentido é relativamente ténue nos humanos, mas é importante para a alimentação. A memória olfativa também tem uma grande importância afetiva. A perfumaria e a enologia são aplicações dos conhecimentos de percepção olfativa. Em alguns animais, como os cães, a percepção olfativa é muito mais desenvolvida (25x) e tem uma capacidade de discriminação e alcance muito maior que nos humanos. 15 Percepção gustativa O paladar é o sentido de sabores pela língua. Importante para a alimentação. Embora seja um dos sentidos menos desenvolvidos nos humanos, o paladar é geralmente associado ao prazer e a sociedade contemporânea muitas vezes valoriza o paladar sobre os aspectos nutritivos dos alimentos. O principal nesta percepção é a discriminação de sabores. 16 Percepção táctil Sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presença, forma e tamanho de objetos em contato com o corpo e também a sua temperatura. O tato não é distribuído uniformemente pelo corpo. Os dedos da mão possuem uma discriminação muito maior que as demais partes, enquanto algumas partes são mais sensíveis ao calor. O tato tem papel importante na afetividade e no sexo. 17 Percepção temporal Não existem órgãos específicos para a percepção do tempo, no entanto é certo que as pessoas são capazes de sentir a passagem do tempo. A percepção temporal já foi objeto de diversos estudos desde o século XIX até os dias de hoje, em que é estudado por técnicas de imagem como a ressonância magnética. 18 Percepção espacial Também não possuímos um órgão específico para a percepção espacial, mas as distâncias entre os objetos podem ser efetivamente estimadas. Isso envolve a percepção da distância e do tamanho relativo dos objetos. É compartilhada pelas demais modalidades e utiliza elementos da percepção auditiva, visual e temporal. Assim, é possível distinguir se um som procede especificamente de um objeto visto e se esse objeto (ou o som) está aproximando-se ou não. 19 Cinestesia É a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, a sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas atividades práticas. 20 GESTALT: A teoria da GESTALT foi formulada no início do século XX por um grupo de Psicólogos alemães (Wertheimer, Kolher e Koffka); Gestalt significa forma, padrão, configuração; Este movimento elaborou um conjunto de leis que tentaram explicar como a mente, de forma imediata, interpreta as informações sensoriais e produz uma percepção organizada. PRINCÍPIO DA TOTALIDADE A principal tese dos gestaltistas é esta: o todo é maior que a soma das partes Temos a percepção de formas unificadas e não de peças ou fragmentos. PRINCÍPIO DA TOTALIDADE só reconhecemos uma melodia ouvindo-a globalmente: isoladas, as notas musicais nada significam. Uma vez organizada a melodia, damos atenção à forma conjunta e não a notas isoladas. PRINCÍPIO DA TOTALIDADE O mesmo acontece quando estamos vendo um desenho animado; Não vemos as imagens estáticas que são as suas partes mas o movimento, o filme como um todo. CONSTÂNCIA PERCEPTIVA A constância perceptiva é a capacidade de perceber um objeto com os seus atributos básicos, independentes da variedade sensorial com que ele se apresenta. CONSTÂNCIA PERCEPTIVA: DIMENSÃO/TAMANHO O reconhecimento de que um objeto continua a ser o mesmo ou a ter a mesma dimensão independente da sua imagem na retina mudar. CONSTÂNCIA PERCEPTIVA: COR Capacidade de perceber a cor dos objetos familiares como constante, apesar da sensação de cor mudar.CONSTÂNCIA PERCEPTIVA: FORMA A tendência para perceber um objeto como tendo uma forma constante mesmo quando muda a imagem. CONSTÂNCIA PERCEPTIVA: FORMA CONSTÂNCIA PERCEPTIVA Segundo um estudo de uma uniservidade inglesa a odrem das lertas numa palarva não émuito improtante, o que improta é a premiera e útlima lerta. O resto não é miuto improtante pois cousegnes ler sem dilficudade. LEI DA FIGURA-FUNDO Quando percebemos, a primeira coisa que fazemos é separar a figura do fundo; A nossa atenção seleciona partes da imagem e forma a percepção consoante a escolha feita. LEI DA FIGURA-FUNDO LEI DA FIGURA-FUNDO LEI DO AGRUPAMENTO PERCEPTIVO Tendência para agrupar os estímulos recebidos num todo coerente. LEI DO AGRUPAMENTO PERCEPTIVO: PROXIMIDADE Quando percebemos um aglomerado de objetos (estímulos perceptivos) tendemos a ve-los pertencentes ao mesmo grupo . LEI DO AGRUPAMENTO PERCEPTIVO: SEMELHANÇA Os objetos semelhantes ou em posição semelhante são, por tendência, agrupados juntos ou vistos como uma unidade. LEI DO AGRUPAMENTO PERCEPTIVO: FECHAMENTO Figuras incompletas tendem a ser vistas como completas. Tendemos a dar uma boa forma DISTÚRBIOS DA PERCEPÇÃO O sujeito ao perceber estímulos pode atribuir-lhes significações inadequadas, estabelecendo certa discrepância entre o real e percepção do mesmo; Tal discrepância pode ser mais ou menos acentuada, permitindo que em certos casos falemos de falsa percepções, ou de distúrbios perceptivos. DISTÚRBIOS DA PERCEPÇÃO: AGNOSIAS Causada por lesão no lobo parietal, temporal ou occipital do cérebro. Essas áreas armazenam memórias dos usos e importância dos objetos, visões e sons familiares e integram a memória com a percepção e identificação; Tipos de agnosias: visual, auditiva, tátil e somatossensorial. DISTÚRBIOS DA PERCEPÇÃO: ALUCINAÇÕES “Percepções sem objeto real”. Na medida que o indivíduo as experimenta, passa por uma experiência psicológica interna que o leva a comportar-se como se os estímulos externos existissem de fato. DISTURBIOS DA PERCEPÇÃO: ILUSÕES Deformação dos estímulos reais; O cérebro engana-se; Discrepância entre a grandeza física e a perceptiva. PERCEPÇÃO E CULTURA Pessoas que vivem em regiões sem estradas, cujas linhas convergem num certo ponto, sem casas com telhados que fazem ângulos, não estão familiarizadas com o tipo de indicadores que dão origem a esta ilusão perceptiva.
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