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Planos eixos movimentos e classificação estrutural e funcional! Artrologia ou Sindesmologia é o ramo da anatomia que estuda as articulações do corpo humano e todo o seu conjunto de movimentos. Essa ciência ilustra a estreita relação entre estrutura e função, estudando como os ossos são unidos para permitir ou impedir o movimento. Outro foco do estudo é o mecanismo de lubrificação das articulações como pares de fricção eficazes. A articulação é o conjunto de partes moles e duras, por meio das quais dois ou mais ossos próximos são unidos, sendo esta a conexão funcional entre os ossos do esqueleto. Suas principais funções são: permitir o deslocamento do corpo no espaço, possibilitar o deslocamento dos ossos entre si e também permitir a correta postura corporal. Uma articulação é uma estrutura que funciona como elemento de ligação de diferentes partes ósseas ou cartilaginosas do esqueleto. As articulações geralmente envolvem a ideia de movimento, mas também funcionam como um elemento firme de fixação para a união dos ossos. Elas desempenham um papel importante nos movimentos do corpo, desde respirar e caminhar até tarefas evolutivamente complicadas, como o uso de ferramentas. As articulações podem ser classificadas de três formas: de acordo com a sua conformação, grau de mobilidade e localização topográfica: As articulações de acordo com a sua conformação são divididas em: 1. Fibrosas (Sinartroses): São articulações onde os ossos estão quase que em contato direto, sendo interpostos apenas por tecido conjuntivo fibroso e onde não há movimento apreciável. Como exemplo temos as articulações dos ossos do crânio (exceção da articulação temporomandibular). São divididas em três gêneros: a) Sindesmose: é uma sinartrose na qual dois ossos são unidos por ligamentos interósseos, como na articulação tibiofibular distal. b) Sutura: é a articulação onde as margens dos ossos são unidas por finas camadas de tecido fibroso. Essas articulações só estão presentes no crânio. c) Gonfose: é uma sinartrose que se faz entre um processo cônico e uma cavidade, observada na articulação da raiz do dente nos alvéolos da mandíbula e da maxila. 2. Cartilaginosas (Anfiartroses): É um tipo de articulação onde as superfícies articulares são unidas por tecido cartilaginoso e permitem apenas diminutos movimentos. São divididas em dois gêneros: a) Sincondrose: é uma forma temporária de articulação, que durante o desenvolvimento sofrem processo de ossificação. São encontradas entre a epífise e a diáfise nos ossos longos das crianças e entre as costelas e as cartilagens costais. b) Sínfise: é um tipo de anfiartrose onde as superfícies ósseas estão interpostas por discos fibrocartilaginosos achatados. Encontrada na articulação entre os corpos das vértebras e entre os ossos púbicos, sínfise púbica. 3. Sinoviais (Diartoses): Nessas articulações as superfícies articulares são recobertas por cartilagem articular e unidas por ligamentos. São revestidas por uma cápsula sinovial. Esta cápsula contém internamente uma membrana sinovial que secreta liquido sinovial no espaço articular para lubrificar a articulação e nutrir a cartilagem articular. Este líquido diminui o atrito entre as cartilagens funcionando literalmente como um óleo, sua consistência lembra a consistência do azeite. O espaço articular pode ou não conter discos fibrosos (meniscos) cuja periferia se continua com a cápsula sinovial. As diartroses são divididas em gêneros: a) Artródia ou Plana: é uniaxial e permite apenas movimento deslizante. Exemplo: entre os ossos do carpo. b) Tropóide, trocóide ou pivô: é uniaxial e permite somente o movimento de rotação. Exemplo: articulação rádioulnar e atlantoaxial. c) Troclear ou gínglimo: é uniaxial. Imita uma dobradiça, onde as superfícies se encaixam com tal. Permitem apenas o movimente de flexão e extensão. Exemplo: articulação úmero ulnar. d) Condilar: é biaxial, se faz entre uma superfície oval e uma cavidade elípitica. e) Selar: é biaxial, é a articulação entre uma face côncava e outra convexa. Exemplo: articulação carpometacarpica do polegar. f) Esferóide ou enartrose: é multiaxial, formada pela recepção de uma cabeça globosa em uma cavidade em forma de cálice. Exemplo: escapuloumeral e a coxofemural. Movimentos das articulações sinoviais As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. Assim, a verdadeira mobilidade articular é dada pelas articulações sinoviais. Estes movimentos ocorrem, obrigatoriamente, em torno de um eixo, denominado eixo de movimento. A direção destes eixos é ântero-posterior, látero-lateral e longitudinal. Na análise do movimento realizado, a determinação do eixo de movimento é feita obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do eixo de movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em questão. Assim, todo movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento é perpendicular àquele plano. Os movimentos executados pelos segmentos do corpo recebem nomes específicos e aqui serão definidos a seguir: 1. Flexão: Movimento que diminui o ângulo entre as estruturas que compõem a articulação. Um exemplo bem característico é a flexão do antebraço no cotovelo, movimento que diminui o ângulo entre o braço e o antebraço. 2. Extensão: Movimento que aumenta o ângulo entre as estruturas que compõem a articulção. Um exemplo para esse movimento seria o ato de “esticar” o joelho, aumentando o ângulo entre o fêmur e a tíbia. 3. Hiperextensão: uma continuação da extensão além da posição anatômica, ou seja, continuamos estendendo e ultrapassando a linha média que divide o corpo em duas metades. 4. Abdução: Movimento que afasta a estrutura anatômica da linha média. Um exemplo simples seria o ato de elevar os braços lateralmente, distanciando-o do tronco. 5. Adução: Movimento contrario à abdução, ou seja, consiste em aproximar a estrutura anatômica da linha média. 6. Pronação: é a rotação que põem as mãos em posição de benção, palmas voltadas inferiormente. 7. Supinação: Supinação é a rotação que põem as mãos em posição de súplica, palmas voltadas superiormente. 8. Flexão lateral: Movimento do tronco no plano frontal. 9. Rotação lateral e medial: Movimento que o osso faz ao girar em torno de um único eixo, sem se mover em nenhum outro. Pode ser lateral, quando a rotação tem sentido de afastar-se da linha média. E pode ser medial, quando a rotação tem sentido à linha média. 10. Flexão plantar: Flexão do pé na direção da face plantar. 11. Dorsiflexão ou flexão dorsal: Flexão do pé na direção do dorso (face superior). 12. Inversão e eversão: Movimento medial da planta do pé e movimento lateral da planta do pé. 13. Elevação e depressão: Movimento para cima de uma parte do corpo e movimento para baixo da parte do corpo. 14. Circundação: É a combinação dos movimentos de flexão, extensão, abdução e adução. PLANOS ANATÔMICOS 1. Planos Seccionais: quatro planos são fundamentais: a) Plano Mediano: plano vertical que passa longitudinalmente através do corpo, dividindo-o em metades direita e esquerda. Parassagital, usado pelos neuroanatomistas e neurologistas é desnecessário porque qualquer plano paralelo ao plano mediano é sagital por definição. Um plano próximo do mediano é um Plano Paramediano. b) Planos Sagitais: são planos verticais que passam através do corpo, paralelos ao plano mediano. c) Planos Frontais (Coronais): são planos verticais que passam através do corpo em ângulos retos com o planomediano, dividindo-o em partes anterior (frente) e posterior (de trás). d) Planos Transversos (Horizontais): são planos que passam através do corpo em ângulos retos com os planos coronais e mediano. Divide o corpo em partes superior e inferior. 2. Planos Tangenciais: suponhamos, agora, que o indivíduo, em posição anatômica, esteja dentro de um caixão de vidro. As seis paredes que constituem o caixão representariam os planos tangenciais: a) Plano Superior: seria a parede que está por cima da cabeça b) Plano Inferior: é o que se situa por baixo dos pés. c) Plano Anterior: é o plano que passa pela frente do corpo. d) Plano Posterior: é o que formaria o fundo do caixão, ou seja atrás das costas. e) Planos Laterais: são as duas paredes laterais, que limitam os membros (superiores e inferiores), do lado direito e esquerdo. As articulações de acordo com a seu grau de mobilidade são divididas em: GRAUS DE LIBERDADE Existem quatro classificações de movimentos articulares. Baseado em sua localização, as articulações podem: 1. se mover para trás e para frente ao longo de um único eixo (uniaxial); 2. se mover ao longo de dois eixos distintos (biaxial) 3. se mover ao longo de todos os três eixos (triaxial) 4. deslizar uma sobre a outra (movimentos de deslizamento), no caso de ossos chatos (anaxial) As articulações de acordo com a sua localização topográfica são divididas em: ARTICULAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL Os corpos vertebrais estão unidos pelos ligamentos longitudinais anterior e posterior e pelos discos intervertebrais. Ligamento Longitudinal Anterior – extenso e resistente feixe de fibras longitudinais que se estendem ao longo das faces anteriores dos corpos das vértebras do axis (C2) até o sacro. Continua-se superiormente com o ligamento atlantoaxial anterior. Ligamento Longitudinal Posterior – localizado no canal vertebral, nas faces posteriores dos corpos vertebrais de áxis (C2) até o sacro. Continua-se superiormente com a membrana tectória. Disco Intervertebral Localizam-se entre as faces adjacentes dos corpos das vértebras, do axis (C2) até o osso sacro. Variam em forma, tamanho e espessura no trajeto da coluna vertebral. Os discos vertebrais constituem cerca de 1/4 do comprimento da coluna vertebral. Cada disco é constituído por um disco fibroso periférico composto por tecido fibrocartilaginoso, chamado ANEL FIBROSO; e uma substância interna, elástica e macia, chamada NÚCLEO PULPOSO. Os discos formam fortes articulações, permitem vários movimentos da coluna vertebral e absorvem os impactos. ARTICULAÇÕES DO MEMBRO SUPERIOR O membro superior é constituído pelas articulações, do ombro (escápulo umeral), do cotovelo (articulação úmero ulnar, articulação úmero radial e articulação rádio ulnar proximal), rádio ulnar distal, do punho (articulação rádio cárpica) e da mão (articulações cárpicas, articulações carpometacárpicas, articulações metacarpofalângicas e articulações interfalângicas). A articulação do ombro ou escápulo umeral trata-se de uma juntura sinovial do tipo esferóide, triaxial (movimento de abdução-adução, flexão-extensão, rotação). A união ocorre entre a cabeça do úmero e a cavidade glenóide da escápula. A cavidade glenóide é rasa e tem uma superfície articular menor do que a cabeça do úmero. Para aumentar a superfície de contato, ou seja, a profundidade da cavidade existe um lábio glenoidal de fibrocartilagem. Este se prende ao contorno da cavidade. Para a articulação do ombro permitir movimento a cápsula apresenta-se frouxa. Assim, nem a forma da cavidade e nem a capsula articular favorecem uma estabilidade articular, que depende especialmente de ligamentos (capsulares, acessórios) e músculos para tal. A articulação do cotovelo é uma juntura sinovial do tipo gínglimo (permite o movimento de flexão e extensão do cotovelo) e composta, ou seja, compreende na verdade por de 3 articulações envolvidas por uma cápsula articular comum. Estas são articulação úmero ulnar, articulação úmero radial e a articulação rádio ulnar proximal. A articulação rádioulnar distal é uma juntura sinovial do tipo trocóide (permite o movimento de prono e supino), assim como a articulação rádio ulnar proximal. A cabeça da ulna articula-se com incisura ulnar do rádio medialmente e com um disco articular inferior. Apresenta uma cápsula articular e um disco articular triangular. A articulação do punho ou rádio cárpica é uma juntura sinovial do tipo condilar (permite o movimento de abdução-adução e flexão-extensão). Nesta articulação, o rádio (face articular carpal) articula com os três ossos da fileira proximal do carpo (esfenóide, semilunar e piramidal). A cápsula articular envolve a articulação e esta reforçada medial e lateral por ligamentos. As articulações cárpicas são sinoviais do tipo planas (permitem movimentos de deslizamento). Estas são divididas em dois tipos, a articulação mediocárpicas, onde os ossos da fileira proximal e distal do carpo se articulam. Esta é que dá maior flexibilidade ao carpo e suplementa o movimento da articulação radiocárpica. A outra porção é a articulação intercárpica onde os ossos adjacentes de cada fileira proximal e de cada fileira distal articulam entre-si. As Articulações carpometacárpicas são junturas entre os ossos do carpo (fileira distal) e os metacarpos. São sinoviais do tipo plana (movimento de deslizamento) do 2º ao 5º dedo e sinovial do tipo selar (movimento de abdução- adução, flexão-extensão) apenas no 1º dedo (trapézio e 1º metacarpo do polegar). As articulações metacarpofalângicas envolvem os ossos metacarpos e as falanges. São classificadas em sinovial do tipo condilar, biaxial (permitem o movimento de flexão-extensão e abdução-adução). Nas articulações interfalângicas as falanges se articulam umas com as outras constituindo junturas sinoviais do tipo gínglimo (permitem apenas movimento de flexão e extensão). ARTICULAÇÃO INTER-PÚBICA As articulações do quadril e da cintura pélvica são importantíssimas no suporte do peso e nos movimentos dos membros inferiores. A verdadeira articulação do quadril, onde ocorrem os principais movimentos desta região é a Coxo-Femoral, onde ocorre a união entre o acetábulo (acidente ósseo do osso pélvico) e a cabeça do Fêmur. Cintura pélvica é o nome dado à união do esqueleto axial ao esqueleto apendicular nos membros inferiores e é composta por duas articulações: a Sacro-Ilíaca, que é o local de junção entre o sacro e o osso pélvico e a Sínfise Púbica, onde ocorre a junção entre o púbis direito e o esquerdo. A seguir descreveremos as classificações e os movimentos permitidos nestas articulações. ARTICULAÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Articulações da pelve 1. Articulação sacro-ilíaca Superfícies articulares: face auricular do sacro e face auricular do ílio. Classificação: articulação sinovial plana Movimento: sem movimento (no parto, realiza a nutação e contranutação) Meios de fixação: cápsula articular, ligamento sacro-ilíaco anterior, posterior e interósseo 2. Articulação interpúbica Superfícies articulares: face sinfisial do osso púbico de cada lado. Classificação: articulação cartilaginosa do tipo sínfise Movimento: sem movimento Meios de fixação: disco interpúbico, ligamento púbico superior, ligamento interpúbico ou púbico anterior e ligamento arqueado de púbis 3. Articulação do quadril Obs : a articulação do quadril como um todo tem ligamentos que dão est abilidade ao quadril, que são os ligamentos vestebropélvicos,que se subdividem em: ligamento iliolombar,ligamento lombosacral lateral, ligamento sacrotuberal e ligamento sacroespinhal. 1. Articulação coxofemoral Superfícies articulares: cabeça do fêmur e face semilunar do acetábulo Classificação: articulação sinovial esférica Movimento: adução, abdução, flexão, extensão, rotação externa e rotação interna Meios de fixação: cápsula articular, orla do acetábulo, ligamento transverso do acetábulo, ligamento da cabeça do fêmur, ligamento iliofemoral, ligamento pubofemoral e ligamento isquiofemoral. Articulação do joelho 1. Articulação do joelho Superfícies articulares: face articular da patela, face patelar do fêmur Classificação: articulação sinovial condilar Movimento: flexão, extensão, rotação externa e rotação interna Meios de fixação: ligamento patelar, ligamento colateral fibular, ligamento colateral tibial, retináculo medial da patela, retináculo lateral da patela, ligamento poplíteo oblíquo, ligamento poplíteo arqueado, corpo adiposo infrapatelar, menisco medial, menisco lateral, ligamento transverso do joelho, ligamento cruzado anterior, ligamento cruzado posterior ligamento menisco femoral posterior Articulação da perna 1. Articulação tíbio-fibular proximal Superfícies articulares: face articular da cabeça da fíbula, face posterior do côndilo lateral da tíbia Classificação: articulação sinovial plana Movimento: deslizamento Meios de fixação: cápsula articular, ligamento anterior da cabeça da fíbula e ligamento posterior da cabeça da fíbula 2. Articulação tíbio-fibular média Superfícies articulares: margens interósseas Classificação: articulação fibrosa do tipo sindesmose Movimento: sem movimento Meios de fixação: membrana interóssea da perna 3. Articulação tíbio-fibular distal Superfícies articulares: porção distal da fíbula e incisura fibular da tíbia Classificação: articulação fibrosa do tipo sindesmose Movimento: sem movimento Meios de fixação: ligamento tíbio-fibular anterior, posterior e ligamento interósseo 4. Articulação talocrural (tornozelo) Superfícies articulares: face articular inferior da tíbia, faces articulares dos maléolos medial e lateral e tróclea do tálus Classificação: articulação sinovial gínglimo Movimento: flexão e extensão Meios de fixação: ligamento deltoide ou ligamento medial ( ligamento tibiotalar anterior, ligamento tibiotalar posterior, ligamento tibionavicular e ligamento tibiocalcâneo) e ligamento lateral (ligamento talofibular anterior, ligamento talofibular posterior e ligamento calcaneofibular) Articulações do pé 1. Articulações do pé (ossos do tarso, metatarso e falanges ) Movimento: inversão e eversão Meios de fixação: ligamento plantar longo, ligamento plantar curto e ligamento mola.
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