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Helga Pitta IBMR 2019 Assistência de enfermagem ao paciente com disfunções hematológicas. Doenças Hematológicas • Os clientes com afecções hematológicas apresentam anormalidades significativas nos exames sanguíneos; • O defeito pode ser quantitativo, produção aumentada ou diminuída da célula; qualitativo, células defeituosas em sua capacidade funcional normal; ou ambos. Revisando o Sistema Circulatório Glóbulos Vermelhos/ eritrocitos Plaquetas Glóbulos Brancos/ leucócitos SANGUE PLASMA ERITOGRAMA -Alterações do hematócrito: Hemoconcentração - Choque cirúrgico - Traumatismo - Queimaduras - Desidratação Policitemias Anemia Hemorragias Gravidez Hiperhidratação Aplasia medular ERITOGRAMA • É a determinação da quantidade de pigmento vermelho responsável pela hematose. -Dosagem de HEMOGLOBINA Valor de Referência: (g/dL) Masculino: 12,5 a 18,0 Feminino: 12,0 a 16,0 ERITOGRAMA • É a relação do volume de hemácias expresso em porcentagem do volume de sangue total. (PVC= packed cell volume) HEMATÓCRITO -Valor de Referência: Masculino: > 40% Feminino: > 37% Anemias • Condição em que a hemoglobina está abaixo do normal, reflete a presença de uma quantidade menor de eritrocito que o normal dentro da circulação; • Em consequência a quantidade de oxigênio liberada para os tecidos corporais também está diminuída. TIPOS DE ANEMIA ANEMIAS FERROPÊNICAS HEMOGLOBINOPATIAS HEMOLÍTICAS APLÁSICAS ENZIMOPATIAS SECUNDÁRIA A DOENÇAS CRÔNICAS Hipoproliferativa Hemolítica Classificação Ruptura da hemácia, geralmente de 120 dias, esporádica ou continuamente. reduzida ou ineficaz Anemias Hipoproliferativas • Anemia Ferropriva Causada pela ingesta inadequada de ferro; Armazena aproximadamente um quarto a um terço de ferro; Diagnosticada por exames laboratoriais: hemograma e nível sérico de ferro e Ferro Sérico; Tratamento: reposição de ferro; Anemias Hipoproliferativas • Anemia Aplástica Diminuição ou lesão das células-tronco medulares; Causa aplasia (interrupção do desenvolvimento); Causada por: congênita ou adquirida (infecção, gravidez, medicamentos, substâncias químicas - benzeno, arsênio e pesticidas - ou lesão por radiação). Anemias Hipoproliferativas • Anemia Aplástica Tratamento: transplante de medula óssea; imunossupressores. Anemias Hipoproliferativas • Anemias Megaloblásticas Os eritrócitos apresentam-se anormalmente grandes; Anemia por deficiência de Acido fólico quando a ingesta normal de acido fólico é deficiente ou pela má absorção do intestino delgado . Anemias Hipoproliferativas • Anemias Megaloblásticas Anemia por deficiência de vitamina B12 absorção inadequada do trato gastrointestinal, ingesta nutricional inadequada, ausência de fator intrínseco (anemia perniciosa); A anemia perniciosa (Anemia de Addison), falha em secretar o fator intrínseco (intestino não absorve). Sintomas • Taquicardia aos esforços; • Fadiga; • Tonteira • Palidez,; • Dispneia; • Língua vermelha, lisa e dolorosa; • Diarreia branda; • Confusão; • Dormência nos membros; • Dificuldade em manter o equilíbrio. Anemias Hemolíticas • Os eritrócitos tem um espectro de vida reduzido; • As anemias hemolíticas podem ser as herdadas, como, anemia falciforme e talassemia; • As anemias hemolíticas podem ser as adquiridas, como, anemia hemolítica autoimune. Anemia Falciforme • Gene da hemoglobina falciforme (HbS); • Adquire uma formação semelhante a de um cristal quando exposto a baixa pressão de oxigênio; • O nível de oxigênio no sangue venoso pode estar suficientemente baixo para gerar essa alteração; por conseguinte o eritrócito portador de HbS perde sua forma de disco bicôncavo, arredondado, muito maleável e assume o formato falciforme, rígido e deformado; Anemia Falciforme Anemia Falciforme Anemia Falciforme • Sempre anêmicos; • Escleras ictéricas; • Aumento dos ossos da face e do crânio; • Taquicardia; • Sopros cardíacos; • Cardiomegalia; • Disritmias; • Órgãos afetados por trombose (baço, pulmões, sistema nervoso central); Anemia Falciforme • Sujeitos a infecção; • Doença renal; • Impotência (priapismo); • Hipertensão; • Insuficiência cardíaca; • AVC; • Dor; • Síndrome mão-pé; • Úlceras de pernas. Anemia Falciforme/Tratamento Hidratação Ácido Fólico Hidroxiureia Hemoterapia Uso de antibióticos Uso de analgésico Talassemia • É uma desordem hereditária que pode levar à anemia • Ocorre ausência ou diminuição da produção da hemoglobina; • Existem dois tipos de talassemia – alpha e beta – que podem manifestar-se nas seguintes formas: minor (traço talassemico), intermediária (anemia discreta) e major (anemia de Cooley, mais grave e precisa de transfusão). Anemia Hemolitica Autoimune • É uma doença adquirida de origem imunológica, ou seja, o individuo fabrica ou adquiri em algum momento da vida um anticorpo que destrói suas próprias hemácias; • O sistema imunológico do individuo passa a não reconhecer as suas hemácias como próprias; • Uma vez reconhecidas como estranhas são destruídas no baço; • Em crianças está associadas a processos virais; • Em adulto está relacionada com doenças de origem imunológica ou às doenças malignas. Distúrbios do Sangramento • Estão relacionados com defeitos quantitativos e qualitativos das plaquetas; Hemofilias • É uma alteração hereditária no sangue, caracterizada por um defeito na coagulação do sangue; • A pessoa que tem hemofilia não possui um dos fatores em quantidade suficiente ou com qualidade adequada para exercer suas funções; • Assim sendo, o sangue do paciente com hemofilia demora mais para formar um coágulo e, quando este se forma, não impede que o sangue continue fluindo pelo local da lesão. Hemofilias • Existem dois tipos de hemofilia: Hemofilia A, que é a mais comum e representa 80% dos casos, ocorre pela deficiência de atividade coagulante do Fator VIII. Hemofilia B, que ocorre pela deficiência de atividade coagulante do Fator IX. • Apresentam: hemorragias que manifestam-se em varias parte do corpo, hemartrose (sg nas articulações) acompanhado pela dor (pode ocorrer fraqueza e atrofia da área afetada), hematoma, petequias, equimoses, hematúria, sangramento gastrointestinais Hemofilias • O diagnóstico, com frequência, é feito nos primeiros anos de vida, quando a criança começa a engatinhar e andar, período em que podem surgir hematomas na região frontal, nádegas ou sangramentos abundantes por pequenos ferimentos; • O diagnóstico e o tipo de hemofilia são determinados através de exames de sangue específicos; • Tratamento: repor o fator de coagulação deficiente; • É importante salientar que os fatores de coagulação utilizados no tratamento do hemofílico, na maioria das vezes, são obtidos a partir do sangue humano (origem plasmática), processado industrialmente. SAE • Histórico de Enfermagem Avaliar o esforço atlético; Perguntar sobre a dieta; Avaliar os sinais vitais; Auscultar o coração e pulmão; Palpar o tórax e abdome (cardiomegalia, hepatomegalia, esplenomegalia); Perguntar sobre náuseas, vômitos e as eliminações gastrointestinais (melena, diarreia, anorexia); Avaliação neurológica: presença ou extensão da dormência periférica, parestesia, coordenação deficiente e confusão); Monitorar exames laboratoriais. SAE • Histórico de Enfermagem Avaliar : petequias, hematomas, equimoses; hipotensão, taquicardia, queixas detonteira, epistaxe sofrimento respiratório, taquipneia, hemoptise, distensão abdominal, sangramento retal, melena metrorragia, hematúria; cefaleia, turvação visual, alteração do estado mental. SAE • Histórico de Enfermagem Avalia-se: fraqueza, fadiga, indisposição geral, palidez da pele e das mucosas (esclera e mucosa oral); Observa icterícia; Observa a língua: avermelhada, tom vermelho-vivo (ferropriva) e dolorosa (B12, AC); Observa cavidade oral: queilose angular (ulcerações no canto da boca); Observar vontade de comer gelo, amido ou sujeira (ferropriva); Observa unhas quebradiças, sulcadas e côncavas; Perguntar sobre uso de medicamentos; Saber a historia familiar; SAE • Alguns Diagnósticos de Enfermagem Intolerância a atividade relacionada com a fraqueza, fadiga e indisposição generalizada; Nutrição desequilibrada, menor que os requisitos corporais, relacionada com a ingestão inadequada dos nutrientes essenciais; Perfusão tissular inadequada relacionada como volume sanguíneo ou hematócrito inadequado; Falta de adesão a terapia prescrita; Dor aguda relacionada com a hipóxia tissular devido a aglutinação das células falciformes dentro dos vasos sanguíneos; Risco de infecção. SAE • Alguns Diagnósticos de Enfermagem Sangramento potencial relacionado a coagulação alterada ou secundaria a trombocitopenia; Conhecimento deficiente relativo a doença, a prevenção de sangramentos e traumas. SAE • Algumas Intervenções Tratar a fadiga; Manter a nutrição adequada; Manter a perfusão adequada; Promover a adesão com a terapia prescrita; Monitorando as complicações; Tratar a dor; Prevenindo e tratando infecção; Promover habilidades de enfrentamento; Minimizar o conhecimento deficiente. SAE • Algumas Intervenções Controlar sangramento; Evitar complicações; Promover habilidades de enfrentamento; Minimizar o conhecimento deficiente. • Assistência de enfermagem aos clientes submetidos a hemoterapia Introdução • Toda transfusão de sangue traz em si um risco, seja imediato ou tardio, devendo, portanto, ser criteriosamente indicada; • O serviço de hemoterapia deve implementar protocolo para controlar as indicações, o uso e o descarte dos componentes sanguíneos; • Todos os materiais e substâncias que entram diretamente em contato com o sangue ou componentes a serem transfundidos em humanos devem ser estéreis, apirogênicos e descartáveis. Doação de Sangue • A doação de sangue deve ser voluntária, anônima, altruísta e não remunerada, direta ou indiretamente; • Todo candidato à doação de sangue deve assinar um termo de consentimento livre e esclarecido; • Consentir, também, na realização de todos os testes de laboratório exigidos pelas leis e normas técnicas vigentes; • O doador deve, ainda, consentir que o seu nome seja incorporado a um arquivo de doadores potenciais, se for o caso; Critérios que visam a proteção do doador • A frequência máxima admitida e o intervalo entre as doações é de 4 (quatro) doações anuais para o homem e de 3 (três) doações anuais para a mulher; • o intervalo mínimo entre duas doações deve ser de 2 (dois) meses para os homens e de 3 (três) meses para as mulheres; • O doador de sangue ou componentes deve ter idade entre 18 anos completos a 69 (sessenta e nove) anos, 11 (onze) meses e 29 (vinte e nove) dias; Critérios que visam a proteção do doador • Podem ser aceitos candidatos à doação de sangue com idade de 16 (dezesseis) e 17(dezessete) anos, com o consentimento formal do responsável legal, para cada doação; • O peso mínimo para um candidato ser aceito para a doação é de 50 kg; Critérios que visam a proteção do doador • A pulsação deve apresentar características normais, ser regular e a sua frequência não deve ser menor que 50, nem maior que 100 batimentos por minuto; • A pressão sistólica não deve ser maior que 180 mmHg e a pressão diastólica não deve ser maior que 100 mmHg; • Os valores mínimos aceitáveis do nível de hemoglobina/hematócrito são: a) mulheres: Hb =12,5g/dL ou Ht =38%; b) homens: Hb =13,0g/dL ou Ht =39%; PRINCIPAIS CAUSAS DE INAPTIDÃO DEFINITIVA PARA DOAÇÃO DE SANGUE Alcoolismo crônico Anafilaxia (choque anafilático) Antecedentes de acidente vascular cerebral (AVC) Bronquite e asma (crises com intervalos de 3 meses ou menos, sem controle com medicamentos por via inalatória) Babesiose (doença do carrapato) Blastomicose sistêmica (doença pulmonar causada por fungo) Câncer (inclusive leucemia). Antecedentes de carcinoma in situ de cérvix uterina e de carcinoma basocelular de pele não impedem a doação de sangue Doença cardiovascular grave. Especial atenção para doença coronariana, angina, arritmia cardíaca grave, insuficiência cardíaca, doença valvular, aneurisma miocardite com sequela, trombose arterial, trombose venosa recorrente e trombofilia Diabetes tipo I Diabetes tipo II insulino-dependente Doença de Chagas Doenças autoimunes que comprometam mais de um órgão. Por exemplo: lupus eritematoso sistêmico, tireoidites imunes, artrite reumatóide, etc. Doença pulmonar grave: especial atenção a enfisema, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), história de embolia pulmonar Doenças endócrinas: hiperaldosteronismo (excesso de aldosterons), hiperfunção hipofisária, hiperlipoproteinemias essenciais, hipertireoidismo, hipopituitarismo, insuficiência supraren Doenças gastrointestinais: cirrose hepática, retocolite ulcerativa crônica, doença de Crohn, hepatopatia crônica de origem desconhecida, hipertensão porta Doenças neurológicas: esclerose em placa, esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, hematoma extra ou subdural com sequela, leucoencefalopa miastenia gravis Doença renal crônica Doenças hemorrágicas congênitas ou adquiridas Doença de Creustzfeldt Jakob (vaca louca) ou histórico familiar de Encefalopatia Espongiforme Humana e suas variantes (inciso III, § 8º, do art. 33) Elefantíase (filariose) Esquistossomose hepatoesplênica Feocromocitoma Hanseníase Hepatite viral após 11 anos de idade (exceto para caso de comprovação de hepatite A aguda com IgM reagente, a época do diagnóstico clinico) Infecção por HBV, HCV, HIV, HTLV I/II Intoxicações por metais pesados Leishmaniose visceral (Calazar) Malária (Febre quartã – Plasmodium malarie) Doença psiquiátrica que gere imputabilidade jurídica (incapacidade) Pênfigo foliáceo Psoríase extensa ou com outras manifestações associadas Reação adversa grave em doação anterior Tuberculose extrapulmonar PRINCIPAIS CAUSAS DE INAPTIDÃO TEMPORÁRIA PARA A DOAÇÃO DE SANGUE Causas de inaptidão temporária Tempo de inaptidão Atraso menstrual em mulheres em idade fértil - Até que se afaste a possibilidade de gravidez ou Adenomegalia a esclarecer - Avaliação caso a caso Alergias (tratamento de dessensibilização) - 3 dias após o fim do tratamento Alergias (urticária, rinite, dermatite e outras) - Na fase aguda e durante o tratamento Blastomicose pulmonar - 5 anos depois da cura Brucelose - 1 ano após o tratamento / 8 semana após a potencial exposição Caxumba - 3 semanas após a cura Citomegalovírus - 3 meses após desaparecimento dos sintomas Cólera - 3 meses após a cura Conjuntivite - 1 semana após a cura Dengue - 4 semanas após a cura Dengue hemorrágico - 6 meses após a cura Diarreia - 1 semana após a cura Epilepsia - 3 anos após suspensão do tratamento e sem rela Erisipela - 2 semanas após a cura Gripes ou resfriados - 1 semana após cessarem os sintomas Herpes simplex genital, Herpes simplex oral, etc.- Após o desaparecimento das lesões Herpes Zoster - 6 meses após desaparecimento de sintomas Infecções bacterianas comuns não complicadas (por exemplo: sinusite, amigdalite, otite, infecção urinária baixa) - 2 semanas após o fim do tratamento Leptospirose - 3 meses após a cura Lesões de pele no local da punção venosa - Até a cura Lesões dermatológicas: eritema polimorfo, eritrodermias, líquen plano - 6 meses após a cura Meningite infecciosa - 6 meses após a cura Mononucleose infecciosa - 6 meses após a cura Osteomielite aguda - 2 meses após a cura Osteomielite crônica - Definitivo Pericardite infecciosa (exceto tuberculosa) - 12 meses após a cura Pielonefrite - 1 mês após a cura Piercing, tatuagem ou maquiagem definitiva - 6 meses após realização; 12 meses se não poder ser realizado; Rubéola - 2 semanas após a cura Retirada de verrugas, unhas, manchas e outros pequenos procedimentos dermatológicos - Após a cicatrização Síndrome vestibular periférica (labirintite) - 30 dias após a crise e sem uso de medicamento Sífilis - 12 meses o tratamento Tromboflebite isolada - 6 meses após a cura Toxoplasmose comprovada laboratorialmente - 1 ano após a cura Tuberculose pulmonar - 5 anos depois da cura Ulcera péptica - 12 meses após a cura Varicela - 3 semanas após a cura Medicamentos • Antibióticos e quimioterápicos antibacterianos ou antifúngicos - Temporário de acordo com a vida média da droga • Corticosteróides sistêmicos - Depende da doença para a qual foi utilizado. • Corticosteróides tópicos - Só contraindicam a doação se a doença de base • Anticoagulantes - 10 dias após a interrupção do medicamento • Anticonvulsivantes - Enquanto estiver usando o medicamento • Analgésicos: paracetamol, dipirona sódica ou similares - Não contraindicam a doação; • Anorexígenos - 7 dias após a interrupção do medicamento • Antiinflamatórios: ácido acetilsalicílico, diclo-fenacos, meloxicam, piroxicam, fenilbutazona, etc. (com efeito na função plaquetária) - Não contraindicam a doação, porém não deve realizar doação, se o remédio foi usado nos últimos 5 dias ANTI-HIPERTENSIVOS E OUTROS MEDICAMENTOS CARDIOLÓGICOS Ação Central: metildopa, lonidina, reserpina Bloqueadores: propranolol, atenolol, oxpernolol ou similares - 48 horas após a suspensão do medicamento. Bloqueadores alfa-adrenérgicos: prazosina, minoxidil, etc. Diuréticos - Não há contraindicação. Inibidores de enzima conversora de angiotensina: captopril, enalapril, etc. Antagonistas de angiotensina II: iosartan, etc. - Não há contraindicação Bloqueadores de canais de cálcio: nifedipina, etc. Vasodilatadores: hidralazina, etc. - 5 dias após a suspensão do remédio Anti-arritimicos: amiodarona, etc. - Enquanto estiver usando o medicamento Critérios que visam a proteção do doador • Deve ser oferecida ao doador a possibilidade de hidratação oral antes da doação; • Os doadores que se apresentem em jejum prolongado devem receber um pequeno lanche antes da doação; • Não deve ser coletado sangue de candidatos que tenham feito refeição rica em substâncias gordurosas há menos de três horas; Critérios que visam a proteção do doador • É recomendável que o doador permaneça por 15 minutos no serviço de hemoterapia, após a doação; • O volume de sangue total a ser coletado deverá ser no máximo: a) de 8 (oito) ml/kg de peso para as mulheres; b) de 9 (nove) ml/kg de peso para os homens; • O volume admitido por doação é de 450 ml ± 45 ml, aos quais podem ser acrescidos até 30 ml para a realização dos exames laboratoriais exigidos pelas leis e normas técnicas. Critérios que visam a proteção do doador • Deve ser verificada a temperatura corpórea do candidato, sendo que a temperatura não deve ser superior a 37 ºC; • Quanto ao local da punção venosa, este deve ser avaliado para presença de lesões de pele e características que permitam a punção adequada; • Quanto ao histórico de transfusões do doador, os candidatos que tenham recebido transfusões de sangue, componentes sanguíneos ou hemoderivados nos últimos 12 meses devem ser excluídos da doação. Componentes Sanguíneos • A bolsa de sangue total coletada, tecnicamente satisfatória, pode ser processada para a obtenção de um ou mais dos seguintes componentes: eritrocitários, plasmáticos e plaquetários; Concentrado de Hemácias (CHA): utilizado para anemias; Plaquetas: da cada bolsa de sangue total se obtém uma unidade de concentrado de plaqueta, chamado de randômico. A união de 6 a 8 unidades de concentrado de plaquetas randômicos que forma uma dose terapêutica; Plasma: para repor albumina e fatores de coagulação Componentes Sanguíneos • O sangue total coletado em solução tem validade de 35 dias a partir da coleta; • A esterilidade do componente deve ser mantida durante o processamento mediante o emprego de métodos assépticos, equipos e soluções estéreis e livres de pirogênios; • A transferência de componente da bolsa-matriz para a bolsa-satélite, ou de uma bolsa-satélite para a outra, deve ser realizada em circuito fechado; • Os componentes sanguíneos também podem ser coletados por aférese; FRACIONAMENTO Exames de Qualificação do Sangue • Sistema ABO; • Fator Rh; • Hepatite B e C; • HIV; • Malária; • Sífilis; • HTLV; • Doenças de Chagas; • CMV. O QUE É FATOR RH ? Transfusão no sistema ABO Grupo sanguíneo da pessoa Recebe de Doa para A A e O A e AB B B e O B e AB AB A,B, AB e O AB O O A,B, AB e O Grupo Sanguíneo Aglutinogênio (antígeno) nas hemácias Aglutinina (anticorpo) no plasma A A Anti-B B B Anti-A AB A e B - O - Anti-A e Anti-B Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois tipos de aglutinina, anti-A e anti-B. Pessoas do grupo A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; pessoas do grupo AB têm aglutinogênios A e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do gripo O não tem aglutinogênios na hemácias, mas possuem as duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma. IPC JANELA IMUNOLÓGICA • É o período entre o momento da contaminação com um agente infeccioso e o momento em que esse agente infeccioso venha ser detectado (reativo) em um teste sorológico. • Em qualquer doença, a contaminação leva um tempo para ser detectada. • A janela imunológica é um termo usado para designar o período que o organismo leva, a partir da infecção, para produzir anticorpos que possam ser detectados em um teste, varia de acordo com o tipo de infecção. Transfusão • As solicitações para transfusão de sangue ou componentes devem ser feitas exclusivamente por médicos, em formulário específico que contenha informações suficientes para uma correta identificação do receptor. • Devem constar no formulário, no mínimo, os seguintes dados: nome completo do paciente sem abreviaturas; data de nascimento; sexo; idade; número do prontuário ou registro do paciente; número do leito (no caso de paciente internado); Transfusão diagnóstico; hemocomponente solicitado (com o respectivo volume ou quantidade); modalidade da transfusão; resultados laboratoriais que justifiquem a indicação do hemocomponente; data; dados do médico solicitante (nome completo, assinatura e número do CRM); dados do paciente, como: a) peso do paciente (quando indicado); e b) antecedentes transfusionais, gestacionais e de reações à transfusão quando relatados pelo cliente. Transfusão • As modalidades de transfusão são: programada para determinado dia e hora; de rotina a se realizar dentro das 24 horas; de urgência a se realizar dentro das 3 horas; ou de emergência quando o retardo da transfusão puder acarretar risco para a vida do cliente. • Amostras usadas para testes pré-transfusionais devem ser coletadas para este fim específico, tendo uma validade de até 72 horas; Transfusão • Deve estar afixado a toda bolsa de hemocomponente a ser transfundido um cartão de transfusão (rótulo ou etiqueta) que indique: nome completo; instituição da assistência à saúde / enfermaria / leito; registro e a tipagem ABO e RhD do receptor; número de identificação da bolsa de hemocomponente e sua tipagem ABO e RhD; a conclusão do teste de compatibilidade maior; a data do envio do hemocomponente para a transfusão; e nome do responsável pela realização dos testes pré- transfusionais e pela liberação do hemocomponente Transfusão • O hemocomponente a transfundir deverá ser inspecionado, observando o aspecto do hemocomponente, bem como seu cartão de transfusão, que devem ser avaliados antes da liberação para a transfusão; • O transfusionista deve: identificar adequadamente o receptor; transfundir somente mediante prescrição médica; conferir os resultados dos exames que aparecem no rótulo da bolsa; utilizar equipo de infusão específico para transfusão; não adicionar e nem infundir conjuntamente a medicamentos ou soluções não isotônicas; e verificar e informar o serviço de hemoterapia sobre qualquer efeito adverso imediato. Transfusão • O cliente deve ter os seus sinais vitais (temperatura, pressão arterial e pulso) verificados e registrados, no mínimo, imediatamente antes do início e após o término da transfusão; • Os primeiros dez minutos de transfusão devem ser acompanhados pelo médico ou profissional de saúde qualificado para tal, que deve permanecer ao lado do paciente durante este intervalo de tempo; • Durante o transcurso do ato transfusional o cliente deve ser periodicamente monitorado para possibilitar a detecção precoce de eventuais reações adversas; Transfusão • O receptor deverá ser identificado imediatamente antes da transfusão, perguntando-lhe (ou a seu acompanhante) o seu nome completo; • Os hemocomponentes devem ser infundidos em, no máximo, 4 horas, quando esse período for ultrapassado, a transfusão deve ser interrompida e as bolsas Descartadas. Complicações • Consideram-se reações transfusionais imediatas aquelas que ocorrem até 24 horas depois de iniciada a transfusão; • Medidas especiais deverão ser adotadas em caso de complicações transfusionais imediatas, como: interromper a transfusão, sendo que em caso de reações alérgicas leves (urticária) a transfusão do hemocomponente não precisa ser suspensa; manter o acesso venoso; Complicações examinar os rótulos das bolsas e todos os registros atinentes para verificar se houve erro na identificação do cliente ou das bolsas transfundidas; e comunicar ao médico assistente e/ou médico do serviço de hemoterapia. • Exemplo: febre relacionada à transfusão com elevação da temperatura corporal acima de 1ºC; Reação hemolítica aguda; Reação alérgica . A transfusão deverá ser interrompida imediatamente, e o hemocomponente não pode mais ser reinfundido no cliente (avaliar a reação alergica). RESOLUÇÃO COFEN-306/2006 Normatiza a atuação do Enfermeiro em Hemoterapia • Planejar, executar, coordenar, supervisionar e avaliar os procedimentos de Hemoterapia nas Unidades de Saúde, visando a assegurar a qualidade do sangue, hemocomponentes e hemoderivados; • Assistir de maneira integral aos doadores, receptores e suas famílias, tendo como base o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e as normas vigentes; RESOLUÇÃO COFEN-306/2006 Normatiza a atuação do Enfermeiro em Hemoterapia • Realizar a triagem clínica, visando à promoção da saúde e à segurança do doador e do receptor, minimizando os riscos de intercorrências; • Planejar, executar, coordenar, supervisionar e avaliar programas de captação de doadores; • Proporcionar condições para o aprimoramento dos profissionais de Enfermagem atuante na área, através de cursos, atualizações estágios em instituições afins; RESOLUÇÃO COFEN-306/2006 Normatiza a atuação do Enfermeiro em Hemoterapia • Cumprir e fazer cumprir as normas, regulamentos e legislações vigentes; • Participar da equipe multiprofissional, procurando garantir uma assistência integral ao doador, receptor e familiares; • Assistir ao doador, receptor e familiares, orientando garantindo- os durante todo o processo hemoterápico; • Elaborar a prescrição de enfermagem nos processos hemoterápicos; RESOLUÇÃO COFEN-306/2006 Normatiza a atuação do Enfermeiro em Hemoterapia • Executar e/ou supervisionar a administração e a monitorização da infusão de hemocomponentes e hemoderivados, atuando nos casos de reações adversas; • Manusear e monitorizar equipamentos específicos de hemoterapia; • Desenvolver pesquisas relacionadas à hemoterapia e hematologia. Quizz • Para desktop: http://www.lcc.kftox.com/educacao_medic a/quiz_hemoterapia.html • Para smartphone: http://www.lcc.kftox.com/educacao_medic a/mobile/quiz_hemoterapia_mobile.html Leitura importante! Capítulo 09, página 111. • http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_ uso_hemocomponentes_2ed.pdf Referencias • Brasil. Ministério da Saúde. Portaria 1353 de 14 de junho de 2011. Aprova o Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápicos. Brasilia.2011. • Brasil Ministério da Saúde. Resolução 153 de 14 de junho de 2004. Determina o Regulamento Técnico para os procedimentos hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o controle de qualidade e o uso humano de sangue, e seus componentes, obtidos do sangue venoso, do cordão umbilical, da placenta e da medula óssea. Brasília . 2004. • SMELTZER, SC; BARE, BG. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgico. Rio de Janeiro. 10ª ed. Guanabara Koogan. 2005. • RESOLUÇÃO COFEN-306/2006. Normatiza a atuação do Enfermeiro em Hemoterapia. Disponível em: www. portalcofen.gov.br
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