Buscar

As interpretações do Brasil dos anos 1930: Caio Prado Júnior

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sociologia 
 
 
 
 
 
AS INTERPRETAÇÕES DO BRASIL DOS ANOS 
1930: CAIO PRADO JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
Sumário 
 
Objetivos ..............................................................................................................................................2 
1. Os anos 1930: as crises nacionais e internacionais e as ideologias políticas ......................2 
2. A “interpretação do Brasil” de Caio Prado Júnior. .................................................................3 
2.1. Quem foi Caio Prado Júnior? ............................................................................................3 
2.2. A interpretação materialista do Brasil .............................................................................4 
Exercícios .............................................................................................................................................6 
Gabarito ...............................................................................................................................................8 
Resumo ................................................................................................................................................9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Introdução 
Na apostila passada, estudamos alguns dos principais aspectos das 
“interpretações do Brasil” formuladas pelo sociólogo pernambucano Gilberto Freyre 
e pelo historiador paulista Sérgio Buarque de Holanda. 
De modo mais aprofundado, estudamos como Freyre elaborou uma 
interpretação que valorizava a miscigenação da população brasileira e como 
Holanda formulou a sua ideia de “homem cordial”. 
Agora, vamos estudar o terceiro grande “intérprete do Brasil” dos anos 1930, 
o historiador paulista Caio Prado Júnior. 
Para tanto, além examinar as crises nacionais e internacionais das ideologias 
políticas na década de 1930, vamos estudar sua trajetória e o seu principal livro: 
Formação do Brasil contemporâneo: colônia (1942). Ao estudá-la, vamos 
compreender como o historiador paulista entendeu a formação da colônia brasileira 
e seus impactos na história do país a partir do conceito de “sentido da colonização”. 
Objetivos 
• Caracterizar as condições históricas em que surgiram as chamadas 
“interpretações do Brasil” formuladas na década de 1930. 
• Apresentar os principais elementos da “interpretação do Brasil” de Caio 
Prado Júnior. 
 
1. Os anos 1930: as crises nacionais e internacionais e as 
ideologias políticas 
Vimos nas aulas anteriores alguns dos principais acontecimentos dos anos 
1920 e 1930. O contexto de radicalização política era influenciado tanto pelas crises 
internacionais – de que a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Revolução Russa 
(1917) e a criação da chamada República de Weimar (1918) na Alemanha e a crise 
mundial de 1929 são exemplos – como pela crise nacional, exemplificadas, entre 
outros, pela ressonância do movimento civilista (1910), pela Greve Geral (1917), pelo 
tenentismo, que culminou na Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (1922). 
Como estudamos, boa parte desses movimentos, frequentemente apoiados 
nos setores sociais vinculados à industrialização e urbanização do país, eram críticos 
da corrupção política existente no regime republicano instaurado em 1889. 
No Brasil, o resultado da conjunção desses fatores foi a Revolução de 1930. 
Em seu bojo, surgiram diversas correntes radicais de pensamento. À direita, o 
 
 
3 
 
 
principal representante foi o escritor Plínio Salgado (1895-1975). Pautando-se por 
ideias conservadoras, Salgado pregava a ordem, a disciplina, o autoritarismo e a 
tradição. Ele foi um dos responsáveis pela criação da Ação Integralista Brasileira 
(AIB), o que deu origem ao que ficou conhecido como “integralismo”, movimento 
político e cultural inspirado no fascismo de Benito Mussolini. 
Como revela a análise do Manifesto de outubro (1932), os integralistas 
sustentavam que o Estado tinha como missão conciliar as contradições da sociedade 
brasileira, bem como combater o marxismo e o liberalismo. Para tanto, pregavam o 
nacionalismo e a herança étnica do período colonial. Chegaram a apoiar Vargas, 
contra quem se revoltaram em 1938. Nesta ocasião, foram derrotados. Autor de 
diversos livros, Salgado chegou a se lançar candidato à presidência da República em 
1955, pelo Partido de Representação Popular (PRP). 
Tendo como causa também a radicalização política do período, à esquerda, 
destacou-se a fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB), em 1922. Até ali, 
pode-se observar que os movimentos operários brasileiros eram, em grande parte, 
influenciados por ideais anarquistas. Vinculando-se intimamente à Internacional 
Comunista (Comintern) liderada pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 
(URSS), o PCB logo se tornou o principal núcleo partidário da esquerda brasileira do 
período, como revela sua influência na criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL) 
em 1935, frente política composta por vários agrupamentos políticos da qual Luiz 
Carlos Prestes, um dos principais nomes do partido, foi eleito presidente de honra. O 
objetivo da ANL era lutar contra o governo Vargas, contra o imperialismo e contra o 
nazi-fascismo. 
 
2. A “interpretação do Brasil” de Caio Prado Júnior. 
2.1. Quem foi Caio Prado Júnior? 
Nascido na cidade de São Paulo (SP) em 1907, Caio Prado Júnior era membro 
de uma das mais ricas famílias do Brasil, os Silva Prado, tradicional no ramo cafeeiro. 
Caio Prado Júnior se formou em Direito pela Universidade de São Paulo 
(USP), contexto em que aderiu ao Partido Democrático, que congregava membros da 
elite e das classes médias descontentes com os rumos da Primeira República. 
Decepcionado com os rumos do partido e da Revolução de 1930, Prado 
Júnior aderiu ao Partido Comunista do Brasil (PCB). Esse momento foi marcante 
para o historiador por dois motivos: em primeiro lugar, porque foi a partir do seu 
ingresso no PCB que Prado Júnior decidiu estudar o Brasil com o objetivo de 
transformá-lo; em segundo lugar, porque se manteve vinculado o partido, a despeito 
de suas críticas a ele, até o fim de sua vida. 
 
 
4 
 
 
Prado Júnior chegou a ser deputado estadual pelo PCB, fundador da Revista 
Brasiliense e vice-presidente da seção paulista da Aliança Nacional Libertadora 
(ANL). Morreu em 1990. 
 
01 
Caio Prado Júnior 
 
2.2. A interpretação materialista do Brasil 
 
Autor de diversas obras de interpretação histórica do Brasil, entre as quais se 
destacam Evolução política do Brasil (1933), Formação do Brasil contemporâneo: 
colônia (1942) e A Revolução Brasileira (1966), Caio Prado Júnior se notabilizou como 
o primeiro intelectual que se utilizou do materialismo histórico, tal como formulado 
por Karl Marx e Friedrich Engels, para interpretar o sentido da história brasileira. 
É claro que já haviam surgido tentativas de fazer o mesmo antes de Prado 
Júnior, porém foi o historiador paulista o primeiro a conseguir aplicar o método 
marxista de análise sobre a história brasileira sem projetar sobre ela os esquemas 
teóricos rígidos formulados pelos adeptos do marxismo-leninismo orientados pelas 
teorias soviéticas. 
 EXEMPLO 
 
 
 
Entre suas obras, a que mais teve repercussão foi Formação do Brasil 
Contemporâneo: colônia. Como o próprio título do livro afirma, seu objetivo é 
Um exemplo da rigidez teórica do marxismo-leninismo do 
início do século XX era a tese de que o Brasil ainda tinha 
“restos feudais”. Como demonstraram vários autores,entre os quais Caio Prado Júnior, o conceito de 
feudalismo jamais se aplicou ao Brasil. 
 
 
 
5 
 
 
compreender a formação do Brasil contemporâneo a partir de suas origens 
coloniais. Para tanto, do ponto de vista metodológico, o historiador buscou analisar 
a forma como se produzia a vida nesse período. Assim, sua lente recaiu sobre as 
formas de produção, de distribuição e de circulação de mercadorias. 
Um dos méritos da intepretação de Prado Júnior foi destacar que a formação 
da colônia ocorreu no contexto da expansão ultramarina europeia. Isso significa 
acentuar que, diferentemente do que ocorreu com os países europeus, a formação 
do Brasil se deu de fora para dentro. 
O território colonial tinha como objetivo produzir as mercadorias (como o 
açúcar) que faltavam aos europeus ou, alternativamente, produzir mercadorias para 
que estes a negociassem. Assim, a formação brasileira ocorreu no mesmo momento 
em que se formava uma nova etapa do capitalismo mundial. 
É a partir dessa compreensão – econômica – que Caio Prado Júnior formula 
uma das categorias analíticas centrais de sua obra: o sentido da colonização. 
Para Caio Prado Júnior, a formação da nação brasileira foi possível apenas 
quando rompemos com o sentido da colonização – isto é, quando o país deixou de 
ser um país produtor de produtos primários para o exterior. 
É de Caio Prado Júnior a consagrada divisão entre os países que foram 
“colônias de exploração”, caso do Brasil, e os países que foram “colônias de 
povoamento”, caso dos Estados Unidos. O que diferenciava os dois tipos de países é 
o fato de que no primeiro o objetivo não era produzir uma sociedade, mas sim 
explorar mercadorias para exportação. 
Para o historiador, a formação brasileira teve três pilares principais: o 
latifúndio, a monocultura e o trabalho escravo. Disso resultou o seguinte quadro: 
havia setores da economia brasileira que eram profundamente integrados ao 
sistema econômico internacional. Esses setores se valiam do trabalho escravo para 
produzir produtos tropicais com o objetivo de exportá-los. Este complexo social 
formado por latifúndio, monocultura e trabalho escravo foi caracterizado pelo 
historiador como “setor orgânico” da formação brasileira. Percebe-se que esse setor 
era aquele que lucrava com o sentido da colonização mencionado. 
 EXEMPLO 
 
 
Um exemplo clássico do “setor orgânico” eram os 
engenhos de açúcar do Nordeste no século XVIII. 
 
 
6 
 
 
Em contraste, haveria uma parcela da sociedade brasileira formada por 
aqueles que produziam para o mercado interno. Essa parcela seria de pequenos 
agricultores e contaria com os trabalhadores livres, em geral desempregados porque 
o trabalho encontrado nos setores “orgânicos” era feito pelos escravos. Daí que essa 
produção fosse mais dispersa. Esse setor era chamado por Caio Prado Júnior de 
“setor inorgânico”. 
Exercícios 
1. (UNIMONTES / 2013). Entre as décadas de 1920 e 1940, foram publicados alguns 
dos mais instigantes estudos sobre a formação da sociedade brasileira, que 
permanecem sendo objeto de leituras críticas e de debate até hoje pelos cientistas 
sociais. Esses estudos podem ser caracterizados como ensaios de interpretação do 
Brasil, pois apresentam discussões sobre as instituições políticas, as classes sociais, 
a produção econômica, o passado, o espaço rural e o espaço urbano, as tensões 
entre o tradicional e o moderno, e, finalmente, sugeriram uma série de impasses e 
possibilidades para o presente e o futuro da sociedade brasileira. Sobre esses 
estudos, relacione as colunas, fazendo a correspondência entre autor e respectiva 
obra. 
 
1. Mário de Andrade 
2. Sérgio Buarque de Holanda 
3. Caio Prado Jr. 
4. Gilberto Freyre 
 
( ) Raízes do Brasil 
( ) Casa-grande & senzala 
( ) Macunaíma 
( ) Evolução política do Brasil 
 
a) 3, 1, 2, 4. 
b) 2, 1, 3, 4. 
c) 2, 4, 1, 3. 
d) 1, 3, 4, 2. 
e) 4, 3, 2, 1. 
 
 
 
7 
 
 
2. (UEL / 2005). “A falta de coesão em nossa vida social não representa, assim, um 
fenômeno moderno. E é por isso que erram profundamente aqueles que imaginam 
na volta à tradição, a certa tradição, a única defesa possível contra nossa desordem. 
Os mandamentos e as ordenações que elaboraram esses eruditos são, em verdade, 
criações engenhosas de espírito, destacadas do mundo e contrárias a ele. Nossa 
anarquia, nossa incapacidade de organização sólida não representam, a seu ver, 
mais do que uma ausência da única ordem que lhes parece necessária e eficaz. Se a 
considerarmos bem, a hierarquia que exaltam é que precisa de tal anarquia para se 
justificar e ganhar prestígio”. 
(HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 33.) 
 
Caio Prado Junior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda são 
intelectuais da chamada “Geração de 30”, primeiro momento da sociologia no Brasil 
como atividade autônoma, voltada para o conhecimento sistemático e metódico da 
sociedade. Sobre as preocupações características dessa geração, considere as 
afirmativas a seguir. 
 
I. Critica o processo de modernização e defende a preservação das raízes 
rurais como o caminho mais desejável para a ordem e o progresso da 
sociedade brasileira. 
II. Promove a desmistificação da retórica liberal vigente e a denúncia da 
visão hierárquica e autoritária das elites brasileiras. 
III. Exalta a produção intelectual erudita e escolástica dos bacharéis como 
instrumento de transformação social. 
IV. Faz a defesa do cientificismo como instrumento de compreensão e 
explicação da sociedade brasileira. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e III. 
b) I e IV. 
c) II e IV. 
d) I, II e III. 
e) II, III e IV. 
 
3. (COLÉGIO LOYOLA - BELO HORIZONTE) Obra brasileira que destaca o sentido da 
colonização no Brasil. Descreve a colonização como um grande empreendimento 
 
 
8 
 
 
comercial. Para seu autor, as condições em que se baseou a formação da nação 
brasileira durante o período colonial explicam muitas dificuldades encontradas na 
época contemporânea. 
 
Que obra é esta? 
a) Casa Grande e Senzala 
b) Formação do Brasil contemporâneo 
c) Raízes do Brasil 
d) Os Sertões 
e) O Manifesto Comunista 
Gabarito 
1. Resposta correta: C. 
Como vimos Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior 
são os autores de, respectivamente, Casa-grande & Senzala, Raízes do Brasil e 
Formação do Brasil Contemporâneo: colônia. 
 
2. Resposta correta: C. 
Nem Sérgio Buarque de Holanda, nem Caio Prado Júnior defendem a preservação de 
nossas raízes rurais (o que torna a afirmação I falsa). Os três utilizam novas 
ferramentas teóricas e metodológicas para “interpretar o Brasil” (o que torna a 
afirmação III falsa). Cada um a seu modo, todos são críticos do liberalismo da 
Primeira República, o qual reproduziu o viés autoritário da formação brasileira (o 
que torna a afirmação II verdadeira). Já no que se refere à afirmação IV, todos 
utilizam, como mencionamos, novos aparatos teóricos para interpretar o Brasil, 
embora o termo “cientificismo” utilizado na questão seja claramente infeliz (o que 
torna a afirmação IV verdadeira). 
 
3. Resposta correta: B. 
Segundo o que estudamos, a perspectiva da formação do Brasil como um 
empreendimento comercial é um dos traços que distingue a obra de Caio Prado Jr. 
 
 
9 
 
 
Resumo 
As crises internacionais e nacionais abriram espaço para a radicalização 
política e ideológica no período dos anos 1920 e 1930. Entre os seus resultados, 
destacaram-se as criações da Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada por PlínioSalgado, e do Partido Comunista do Brasil (PCB). 
Caio Prado Júnior escreveu seus livros mais importantes após sua adesão ao 
PCB, em 1931. Em sua obra, destaca-se a sua “intepretação do Brasil” formulada em 
Formação do Brasil Contemporâneo: colônia (1942). 
Para o historiador paulista, o Brasil teria se formado no processo de expansão 
ultramarina europeia. Isso explicaria o “sentido da colonização” sofrida pelo Brasil 
colonial, condenado a produzir produtos primários tropicais para exportação. Essa 
orientação econômica, baseada no tripé latifúndio, monocultura e trabalho escravo, 
teria originado aquilo que Caio Prado Júnior chamou de “setor orgânico”. 
Em contraste, uma parcela da população brasileira, via de regra composta 
por sujeitos livres e produtora de alimentos para o mercado interno, ficaria ao léu, 
pois estaria fora do circuito exportador-importador. Esse é o setor que o historiador 
paulista chamou de “setor inorgânico”. 
Diante desse quadro, Caio Prado Júnior argumentava que o Brasil, embora 
politicamente independente desde 1822, não teria rompido com o “sentido da 
colonização” e, assim, continuaria a se comportar como uma colônia. 
Para construir uma verdadeira Nação – ou seja, um país autônomo e voltado 
para os seus interesses –, Caio Prado Júnior “apostava” nos setores inorgânicos, que 
deveriam se organizar para resistir à dominação e alterar a direção assumida pelo 
país. 
 
 
 
10 
 
 
Referências bibliográficas 
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo: Colônia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. 
RICUPERO, Bernardo. Sete lições sobre as interpretações do Brasil. São Paulo: Alameda, 2007. 
 
Referências imagéticas 
Figura 1. WIKIPÉDIA. Disponível em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caio_Prado_J%C3%BAnior#/media/File:Caio_Prado_Junior.jpg (Acesso em 
22/01/19, às 10h33min). 
.

Mais conteúdos dessa disciplina