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tcc a importancia da leitura nos ano iniciais

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
PEDAGOGIA – 8º SEMESTRE
RAFAELA MODESTO RIBEIRO
PROJETO DE ENSINO
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
 
Ubá
Ubá
2019
RAFAELA MODESTO RIBEIRO
PROJETO DE ENSINO
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná- UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogo. 
Orientador: prof. Okçana Battini
Ubá
2019
 Projeto de Ensino: a importância da leitura nos anos iniciais do ensino fundamental. 2019. 30 folhas. Projeto de Ensino( pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Ubá, 2019.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a contribuição da leitura na formação do aluno dos anos iniciais escolares e sobre a importância da criação do hábito de ler desde os anos iniciais escolares. Busca-se também analisar o papel da leitura em seus diversos aspectos e possibilidades, visto que há a necessidade, por parte de toda a sociedade, de uma maior conscientização e incentivo à leitura. Considerando a realidade sócio cultural dos alunos com relação ao processo ensino-aprendizagem, observa-se que é de fundamental importância repensarmos na educação do futuro como formação do conhecimento e não somente como informação compartimentada no preparo do cidadão. Para incentivar o desenvolvimento do “hábito da leitura” e da escrita, na comunidade escolar, serão desenvolvidas durante o ano letivo, atividades envolvendo docentes, funcionários e educando na interatividade com o livro.
Sendo assim, a reflexão sobre o ensino e incentivo da leitura na escola é de extrema importância nos dias de hoje. O presente trabalho busca analisar os fatores que impedem a formação de sujeitos leitores, refletir sobre questões relacionadas à leitura e demonstrar a sua importância para que se possam apresentar caminhos diferentes na prática pedagógica em relação à leitura.
Então, este projeto será sobre Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e terá como recurso, as metodologias de, aulas expositivas, debates, dinâmicas. A avaliação ocorrerá de forma sistemática visando o processo de formação humana dos educandos. Serão avaliadas questões como: Participação, interesse, colaboração e realização das atividades propostas.
Palavras- chave: Leitura, anos iniciais escolares, hábito de ler, conscientização.
SUMÁRIO
Introdução.............................................................................................01
Revisão Bibliográfica............................................................................03
Processo do Desenvolvimento do Projeto de Ensino...........................12
Tema e linha de pesquisa.....................................................................12
Justificativa...........................................................................................13
Problematização...................................................................................13
Objetivos...............................................................................................15
Conteúdos.............................................................................................16
Processo de Desenvolvimento.............................................................16
Tempo para realização do projeto.........................................................21
Recursos humanos e materiais.............................................................21
Avaliação...............................................................................................21
Considerações Finais............................................................................22
Referências...........................................................................................23
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1.INTRODUÇÃO
Ser capaz de imaginar outras vidas e outros mundos é a grande aventura de multiplicar nossa existência e nela assim, encontrar um sentido. Ouvir histórias desde a primeira infância é, sem dúvida, o aprendizado das palavras, o estímulo para criar, pela fala e pela escrita, e dominar com propriedade a linguagem. Então, não podemos mais pensar em ensino de qualidade sem elaborarmos e incluirmos nos planos de aula um bom Projeto de Leitura, tanto para a própria escola quanto para a comunidade como um todo. Onde as dificuldades dos alunos, com relação a leitura, devem ser trabalhadas e enfatizadas em todas as disciplinas, de maneira interdisciplinar, visto que o aluno se utiliza da leitura em todas as matérias proporcionadas no currículo escolar. São inúmeras as queixas de pais, responsáveis e professores acerca da problemática tanto na aquisição quanto no gosto pela leitura. Então, enquanto educadores nós precisamos de ações que disponibilizem o processo de aquisição da leitura no cotidiano desse aluno. O trabalho para minimizar essa realidade deve dar-se de forma conscientizadora para os educadores e de conquista para os alunos. Embora enfatizemos a conscientização de nossos professores de que a leitura está num plano de máxima relevância, enfaticamente nas séries iniciais, não raro observamos que a atenção está voltada quase que de maneira exclusiva ao ensino de gramática. O que estamos detectando é que o ensino fundamental em seu ciclo inicial está produzindo alunos copistas e com anos de distorção e defasagem em relação a série-idade, mesmo que com projetos e compensações destinados a atender e suprir esses atrasos. Diante a tantas possibilidades com relação ao mundo da leitura, é preciso despertar esse interesse em nossos alunos, onde deveremos ler com eles e para eles aflorando e ampliando suas mentes para o gosto pela leitura. Assim, faz-se necessário que o professor prepare o ambiente para o aluno, conquistando esse processo aos poucos, e não só proporcionando espaços de leitura na sala e na escola, mas também permitindo o contato direto com o “livro” através da biblioteca itinerante, a qual irá até o aluno. E, se o professor se dispuser a fazer seu papel de sedutor e preparar o ambiente, então, teremos um ótimo trabalho de ensino aprendizagem, e um aluno apaixonado pela leitura, crítico, imaginativo e consciente de seu papel de cidadão. Sempre me interessei pela questão da leitura por acreditar no ato de ler como algo imprescindível ao ser humano. Foi através da leitura que eu pude observar o mundo ao meu redor de uma forma mais crítica, ela me possibilita novos conhecimentos, habilidades, me desperta sentimentos e emoções. Trabalhar o tema da importância da leitura nos anos iniciais escolares me faz refletir sobre como as crianças nas escolas têm sido apresentadas a esse tão importante instrumento de inserção social e de descoberta do mundo. Na minha experiência enquanto aluna pude perceber que nas salas de aula muitas vezes a leitura é apresentada como uma exigência de uma avaliação ou para responder a questões exigidas e avaliadas por um professor. Segundo DUTRA (2011), ler é uma das competências mais importantes a serem trabalhadas com o aluno, principalmente após recentes pesquisas que apontam ser esta uma das principais deficiências do estudante brasileiro. Uma leitura de qualidade representa a oportunidade de ampliar a visão do mundo. Através do hábito da leitura o homem pode tomar consciência das suas necessidades, promovendo assim a sua transformação e a do mundo. Sendo assim, a reflexão sobre o ensino e incentivo da leitura na escola é de extrema importância nos dias de hoje. O presente trabalho busca analisar os fatores que impedem a formação de sujeitos leitores, refletir sobre questões relacionadas à leitura e demonstrar a sua importância para que se possam apresentar caminhos diferentes na prática pedagógica em relação à leitura.
2. REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
É através da leitura que fazemos a internalização das informações e por meio desta adquirimos a habilidade de ver as coisas com novos significados, novas perspectivas, além do que a leitura é uma forma de nos apropriarmos da realidade na qual estamos condicionados. Fazer uma conscientização dessa importância, principalmente na base da formação dos futuros leitores que se inicia nas séries iniciais do Ensino Fundamental, enfatizando que independente do tipo de leitura, seja ela informativa ou não, apresenta uma relação com o real, despertando também o imaginário, a criatividade, realçando ainda que a mesma é mediadora entre cada ser humano, facilitando a comunicação entre todos.
A infância é o melhor momento para o indivíduo iniciar sua emancipação mediante a função liberatória da palavra. É entre os oito e treze anos de idade que as crianças revelam maior interesse pela leitura. O estudioso RICHARD BAMBERGER, reforça a idéia de que é importante habituar a criança às palavras. "Se conseguirmos fazer com que a criança tenha sistematicamente uma experiência positiva com a linguagem, estaremos promovendo o seu desenvolvimento como ser humano."
Inúmeros pesquisadores têm-se empenhado em mostrar aos pais e professores a importância de se incluir o livro no dia-a-dia da criança. BAMBERGER afirma que, comparada ao cinema, ao rádio e à televisão, a leitura tem vantagens únicas.
Em vez de precisar escolher entre uma variedade limitada, posta à sua disposição por cortesia do patrocinador comercial, ou entre os filmes disponíveis no momento, o leitor pode escolher entre os melhores escritos do presente e do passado.
Lê onde e quando mais lhe convém, no ritmo que mais lhe agrada, podendo retardar ou apressar a leitura; interrompê-la, reler ou parar para refletir, a seu bel-prazer. Lê o que, quando, onde e como bem entender. Essa flexibilidade garante o interesse continuo pela leitura, tanto em relação à educação quanto ao entretenimento.
A professora e autora MARIA HELENA MARTINS chama a atenção para um contato sensorial com o objeto livro, que, segundo ela, revela "um prazer singular" na criança. Na leitura, por meio dos sentidos, a criança é atraída pela curiosidade, pelo formato, pelo manuseio fácil e pelas possibilidades emotivas que o livro pode conter. A autora comenta que "esse jogo com o universo escondido no livro "pode estimular no pequeno leitor a descoberta e o aprimoramento da linguagem, desenvolvendo sua capacidade de comunicação com o mundo. Esses primeiros contatos despertam na criança o desejo de concretizar o ato de ler o texto escrito, facilitando o processo de alfabetização. A possibilidade de que essa experiência sensorial ocorra será maior quanto mais frequente for o contato da criança com o livro. Às crianças brasileiras, o acesso ao livro é dificultado por uma conjunção de fatores sociais, econômicos e políticos. São raras as bibliotecas escolares. As existentes não dispõem de um acervo adequado, e/ou de profissionais aptos a orientar o público infantil no sentido de um contato agradável e propício com os livros.
Mais raras ainda são as bibliotecas domésticas. Os pais, quando se interessam em comprar livros, muitas vezes os escolhem pela capa por falta de uma orientação direcionada às preferências das crianças. É de extrema importância para os pais e educadores discutir o que é leitura, a importância do livro no processo de formação do leitor, bem como, o ensino da literatura infantil como processo para o desenvolvimento do leitor crítico. Podemos tomar as orientações da professora REGINA ZILBERMAN, estudiosa em literatura infanto-juvenil e leitura, como forma de motivarmos as crianças e os jovens ao hábito de ler: abordar as relações entre a literatura e ensino legitimando a função da leitura, sugerindo livros, assim como atividades didáticas, a fim de alcançar o uso da obra literária em sala de aula e nas suas casas com objetivos cognitivos, e não apenas pedagógicos; considerar o confronto entre a criação para crianças e o livro didático, tornando o último passível de uma visão crítica e o primeiro ponto de partida para a consideração dos interesses do leitor e da importância da leitura como desencadeadora de uma postura reflexiva perante a realidade.
Através da linguagem simbólica, a literatura infantil pode influenciar na formação da criança, que passa a conhecer o mundo em que vive de maneira a compreender: o bem e o mal, o certo e o errado, o belo e o feito, amor e raiva, a dor e o alivio, entre outros. Por isso, aos poucos, a criança compreende o mundo adulto do qual faz parte. Assim como destaca GOES (1990, p. 16)."A leitura para a criança não é, como às vezes se ouve, meio de evasão ou apenas compensação. É um modo de representação do real. Através de um "fingimento", o leitor re-age, reavalia, experimenta as próprias emoções e reações."
A literatura infantil cumpre, hoje, a responsabilidade de entreter e divertir e, principalmente formar na criança uma consciência de mundo. Após este breve comentário a cerca da importância do incentivo à leitura, abordarei agora, as fábulas, em sua origem, conceito e sua moral. A fábula se originou da necessidade natural que o homem sente de expressar seus pensamentos por meio de imagens, emblemas ou símbolos. A mesma teve o Oriente Médio como seu berço, tendo aparecido naturalmente por consequência do desenvolvimento histórico da idéia de arte. Essa forma literária tem um caráter critico. Tal fato levou a pensar que a fábula nasceu da necessidade critica do homem. Esse mesmo conceito levou a pensar que a fábula deve sua origem à escravidão.
Caracterizando, a fábula é uma pequena narração de acontecimentos fictícios que tem como finalidades, divertir e instruir. Essas histórias devem ser escritas em estilo simples e fácil e concebidas em prosa ou em verso. As fábulas como "A cigarra e a formiga", "A tartaruga e a lebre", "A cegonha e a raposa" , por exemplo, são histórias antigas, que sempre trazem uma lição àqueles que as escutam. São muito importantes para a formação do caráter da criança. É fundamental que o educador comente com a criança ao final, ajudando a firmar as lições que elas trazem. Porém, o emprego da fábula, no ensino, provocou resistências desde o começo da moderna didática. ROSSEAU, em seu radicalismo questiona o valor de instrução que as fábulas exercem sobre as crianças, visto que elas partem da realidade, mas não são verdades absolutas, e que é muito difícil fazer a criança entender a moral das fábulas, pois as idéias estão fora de seu alcance. A moral das fábulas é o aspecto muito polêmico, pois, ela pode passar uma dualidade de sentidos, conforme afirma ROSSEAU. Sendo assim, é aconselhável uma cuidadosa seleção das fábulas antes que sejam oferecidas para as crianças. Elas devem reunir conceitos mais claros e objetivos e condições para que não permitam confusões interpretativas.
A leitura é uma forma de recreação muito importante para a criança, principalmente para o seu desenvolvimento intelectual, psicológico e afetivo. Esta desempenha papel fundamental na vida da criança, pela riqueza de motivações, sugestões e de recursos que oferece ao seu desenvolvimento. A leitura infantil é um dos fatores para que a criança consiga buscar a sua realização, fazendo com que as novas gerações criem uma responsabilidade quanto à mudanças de seus hábitos, de maneira a que o hábito da leitura seja realizado desde os primeiros anos de idade, contribuindo em sua formação sob todos os aspectos.
Assim, com relação à leitura e à literatura infantil, pais e professores devem explorar a função educacional do texto literário: ficção e poesia por meio da seleção e análise de livros infantis; do desenvolvimento do lúdico e do domínio da linguagem; do trabalho com projetos de literatura infantil em sala de aula, utilizando as histórias infantis como caminho para o ensino multidisciplinar.
Estratégias para o uso de textos infantis no aprendizado da leitura, interpretação e produção de textos também
são exploradas com o intuito final de promover um ensino de qualidade, prazeroso e direcionado à criança. Somente desta forma, transformaremos o Brasil num país de leitores.
Portanto o professor e a escola devem favorecer a leitura, trabalhando-a para o desenvolvimento do senso crítico, o raciocínio, enfatizando que a mesma propicia momentos prazerosos e possibilita novas descobertas e assim mais conhecimentos, além de enriquecer o vocabulário, o aprimoramento da grafia e consequentemente a dicção, evidenciando ainda que a leitura proporcione resultados benéficos não apenas nas pesquisas escolares, mas principalmente em sua vida social. O conceito de leitura está geralmente restrito à decodificação da escrita. A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o que se lê.
Segundo KLEIMAN (2008), a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos.
Leitura, em Aurélio é: 1. ato ou efeito de ler; 2. Arte ou hábito de ler; 3.aquilo que se lê; 4. O que se lê, considerado em conjunto. 5. Arte de decifrar e fixar um texto de um autor, segundo determinado critério”.(AURÉLIO,1988, p.390).
Assim, um indivíduo pode ser considerado leitor quando passa a compreender o que lê. Ler é antes de tudo compreender, por isso não basta decodificar sinais e signos, é necessário transformar e ser transformado.
De acordo com FREIRE (1989), a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. A leitura é associada à forma de ver o mundo. É possível dizer que a leitura é um meio de conhecer.
SOUZA (1997) afirma que leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade.
Por isso se torna indispensável que desde os anos iniciais escolares, textos, frases,palavras, sílabas e letras, tudo isso tenha um sentido para a criança, pois é a partir deste processo que ela poderá criar o hábito pela leitura de forma estimulante e fascinadora. A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a compreender o mundo à nossa volta. A preocupação com a leitura esteve sempre muito presente por se tratar de um instrumento essencial em nossa sociedade. A leitura está presente em nossas vidas de forma muito intensa, ela está relacionada a muitas de nossas atividades, no trabalho, lazer ou mesmo em nossa rotina, como fazer compras ou ler um bilhete. Lemos jornais para nos informar sobre o mundo a nossa volta, rótulos de produtos para identificar seus ingredientes e prazos de validade, lemos manuais para poder saber utilizar algum produto, lemos e-mails para interagir com as pessoas, lemos romances e contos para nos distrair.
Conforme define CARLETI (2007), a leitura é o meio mais importante para a aquisição de saberes na formação de um cidadão crítico para atuar na sociedade. O ato de ler é uma forma exemplar de aprendizagem:
Durante o processo de armazenagem da leitura coloca-se em funcionamento um número infinito de células cerebrais. A combinação de unidade de pensamentos em sentenças e estruturas mais amplas de linguagem constitui, ao mesmo tempo, um processo cognitivo e um processo de linguagem. A contínua repetição desse processo resulta num treinamento cognitivo de qualidade especial.
(CARLETI, 2007, p.2).
A leitura é um dos meios mais importantes para a construção de novas aprendizagens, possibilita o fortalecimento de ideias e ações, permite ampliar conhecimentos e adquirir novos conhecimentos gerais e específicos, possibilitando a ascensão de quem lê a níveis mais elevados de desempenho cognitivo, como a aplicação de conhecimentos a novas situações, a análise e a crítica de textos e a síntese de estudos realizados. É algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através da leitura que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Com a leitura, o leitor desperta para novos aspectos da vida em que ainda não tinha pensado, desperta para o mundo real e para o entendimento do outro ser. Assim os seus horizontes são ampliados.
A comunicação também adquire maior fluência através da prática da leitura. De acordo com CARDOSO e PELOZO (2007), a leitura desenvolve a capacidade intelectual do indivíduo e a criatividade e deve fazer parte do cotidiano. Os primeiros contatos do indivíduo com a leitura são de fundamental importância para suas percepções futuras, pois interferem na formação de um ser humano crítico, capaz de encontrar as possíveis resoluções para os problemas sofridos pela sociedade a qual se pertence. Sendo assim, a reflexão sobre o ensino e incentivo da leitura é indispensável nos dias de hoje.
Um detalhe, afirma KRIEGL (2002) é que ninguém se torna leitor por um ato de obediência, ninguém nasce gostando de leitura. A influência dos adultos como referência é bastante importante na medida em que são vistos lendo ou escrevendo.
Para BAMBERGER (1987, p. 92) o desenvolvimento de interesses e hábitos permanentes de leitura é um processo constante, que começa no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora, através das influências da atmosfera cultural geral e dos esforços conscientes da educação e das escolas. As crianças aprendem pelo exemplo, por isso pais e professores que leem, transferem para os filhos e alunos o gosto pela leitura. O hábito de ler, muitas vezes, também pode ser iniciado na escola, a qual tem a função de desenvolver o estímulo à leitura, a busca pelo saber oferecendo meios que venham a seduzir o aluno para um despertar do desejo de conhecer.
CARDOSO e PELOZO (2007) afirmam que nos primeiros anos de escolarização o discente precisa ser incentivado e instigado a ler, de modo que se torne um leitor autônomo e criativo. O período de iniciação escolar, como já explicitado no capítulo anterior é fundamental na percepção que a criança irá ter ao longo de sua trajetória escolar pelos livros. O trabalho com a leitura precisa ser visto, principalmente com alunos dos anos iniciais, os quais estão construindo o gosto pelo ato de ler, como algo de extrema importância. Incentivar o gosto e a paixão dos alunos para que possam tirar proveito pessoal da leitura precisa ser objetivo de toda a escola. É muito importante que a escola contribua para a preparação de alunos capazes de participar como sujeitos do processo de desenvolvimento da aprendizagem: (...) entendemos que o ensino de leitura deve ir além do ato monótono que é aplicado em muitas escolas, de forma mecânica e muitas vezes descontextualizado, mas um processo que deve contribuir para a formação de pessoas críticas e conscientes, capazes de interpretar a realidade, bem como participar ativamente da sociedade. (OLIVEIRA E QUEIROZ, 2009, p.2).
Fazer da leitura algo constante no ambiente escolar, levando o aluno a ter contato com variadas obras auxilia o desempenho destes em relação a diversas atividades futuras. O ato de ler precisa levar a criança à compreensão do assunto lido e não simplesmente repetição de informações, para que assim, criticamente, possa se dar a construção do conhecimento e a produção de qualquer outro texto.
Para isso, de acordo com FREIRE (1989), linguagem e realidade precisam ser relacionados dinamicamente e a experiência de vida dos alunos ser valorizada. Não basta identificar as palavras, mas fazê-las ter sentido, compreendendo, interpretando, relacionando o que se lê com a própria vida, ações, sentimentos. As crianças leem quando os textos apresentam significados para elas. A leitura significativa e contextualizada, que leve em conta as experiências do
aluno enquanto participante do processo de aprendizagem contribui muito para uma melhor e mais agradável aquisição do processo de leitura. O prazer de ler impulsiona e mantém viva a leitura.
DELMANTO (2009) ressalta que a escola deve ter a preocupação cada vez maior com a formação de leitores, ou seja, a escola deve direcionar o seu trabalho para práticas cujo objetivo seja desenvolver nos alunos a capacidade de fazer uso da leitura para enfrentar os desafios da vida em sociedade. A autora ainda acrescenta que diante das diversas transformações com as quais convivemos, a escola precisa, mais do que nunca, fornecer ao estudante os instrumentos necessários para que ele consiga buscar, analisar, selecionar, relacionar e organizar as informações complexas do mundo contemporâneo. E é dela também a responsabilidade de promover estratégias e condições para que ocorra o crescimento individual do leitor despertando-lhe interesse, aptidão e competência. Assim, a escola poderá contar com uma biblioteca ou um espaço reservado à leitura que certamente favorecerão a obtenção de resultados satisfatórios quanto aos objetivos almejados para o desenvolvimento das práticas leitoras.
A biblioteca é vista muitas vezes como um lugar em que são armazenados livros para leitura; um lugar destinado a alunos considerados indisciplinados, ou ainda, de disseminação da informação. (AMATO E GARCIA, 1998, p. 13). A escola tem por obrigação proporcionar a seus alunos acesso ao conhecimento e a leitura, que apresenta sem dúvida algum lugar de grande destaque. A oportunidade de ler, ou seja, a disponibilidade de livros representa um papel decisivo no despertar do interesse pela leitura.
O professor, como já evidenciado, é um grande formador de opinião e devido a essa aptidão ele pode, a partir dos primeiros anos, implantar conceitos de leitura e prática diária em sala de aula. É nesses espaços que figura um bom lugar para construir uma consciência acerca da importância de ler. Cabe ao educador proporcionar momentos de prazer com atividades criativas que despertem o interesse e o envolvimento dos alunos pela leitura.
Os professores têm em suas mãos uma preciosa ferramenta que pode possibilitar o desenvolvimento intelectual e pessoal de seus alunos. Mas é preciso dar condições para que esse aluno desenvolva hábitos de leitura espontânea, pelo simples prazer da leitura: (...) o processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito. O fato de ele necessitar da ajuda do educador, como ocorre em qualquer relação pedagógica, não significa dever a ajuda do educador, anular a sua criatividade e a sua responsabilidade na construção de sua linguagem escrita e na leitura desta linguagem. (FREIRE, 1989, p.28,29) Sendo assim, o professor pode atuar desenvolvendo ao decorrer de suas aulas, leituras compartilhadas e leituras livres.
Conforme FREITAS (2009) leitura compartilhada consiste em realizar uma leitura para toda a sala, ou seja, em voz alta, os alunos que ainda não sabem ler começam a ouvir a linguagem escrita, dividindo assim a leitura com o professor, essa relação já produz um convívio com o ato de ler. Contar histórias todos os dias para os alunos estabelece aos poucos a percepção de que o ato de ler é um hábito do cotidiano, e assim começa tomar gosto pela leitura. A leitura livre consiste em colocar uma grande variedade de livros e outras modalidades de leituras como gibis, revistas entre outros, no momento em que os alunos estão lendo, é interessante que o professor escolha algo para ler, assim servirá de exemplo e dessa forma os motivarão. Um ensino mais produtivo deve ser a finalidade primordial do professor na sala de aula, propondo soluções adequadas para cada situação que afligem seus alunos e lhes dificultam o processo de aprendizagem, buscando meios de contribuir com um bom desempenho destes na leitura e consequentemente em todas as áreas de estudo e de sua vida. A oportunidade de ler, como já visto, representa um papel decisivo no despertar do interesse pela leitura.
De acordo com SILVA (1987), estes podem ser exemplos de atividades produtivas e de despertamento para o gosto e hábito da leitura: Leituras coletivas ou em pequenos grupos, silenciosa ou em voz alta pelo aluno ou professor, apresentar às crianças uma variedade de histórias, ler contos de fadas que apresentem diferentes versões, personagens diferentes ou finais diferentes podem estimular comparações por parte das crianças, facilitando o pensamento intuitivo e imaginativo, criar um “Cantinho da Leitura” em sala de aula com prateleiras à altura das crianças. Deixar que os alunos fiquem à vontade para ler. Ir renovando o acervo de materiais com livros e revistas de interesse das crianças. Proporcionar o acesso a livros suplementares para a leitura de lazer, discussões em grupo. Em sala de aula, usar livros de capa mole, livros de capa dura, artigos de jornal, revistas, quaisquer materiais extras que não reduzam a leitura das crianças somente à do livro didático. Para dar mais vida às leituras pode-se dramatizar trechos dialogados de uma história etc.
Como facilitação e incremento da compreensão de um texto, o professor poderá planejar as seguintes atividades:
de enriquecimento: preceder a leitura do texto com filmes, slides, mostras, excursões, estudo do meio;
de orientação: preceder a leitura em voz alta por uma leitura silenciosa em grupo, seguida de algumas questões sobre o conteúdo do texto;
de suplementação: fornecer textos complementares para incentivar a independência e a fluência dos leitores.
A leitura espontânea, pessoal e selecionada pela criança é de fundamental importância para a formação do hábito. Deve necessariamente existir abertura e oportunidade para que a criança leia livros de seu interesse. A escolha pessoal de livros deve ser incentivada, ainda que o professor possa orientar recomendar e até, mesmo sugerir textos, quando solicitado. Atividades de leitura independente podem ser introduzidas juntamente com projetos de pesquisa. Questões bem formuladas podem desafiar a curiosidade da criança e aumentar o seu desejo de ler e descobrir por que, como, quem, onde.
É necessário que haja um estímulo contínuo para o contato entre o indivíduo e o livro: (...) o professor deve proporcionar várias atividades inovadoras,procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí escolher um livro ou uma história que vá ao encontro das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para o gosto, deixando-o se expressar. (SOUZA 2004, p.223)
Ainda segundo SILVA (1987), leitura, enquanto um processo que atende a diferentes propósitos necessita ser claramente “mostrado” às crianças em função das aprendizagens que ocorrem por imitação da pessoa adulta. Muitos dos hábitos das crianças são em decorrência da imitação dos hábitos dos adultos. Por isso mesmo, podese ler e discutir um livro, jornais, revistas, mostrando, concretamente, que o professor convive com materiais escritos.
O professor tem um grande papel na formação de leitores, a importância do hábito de leitura precisa a todo tempo ser evidenciada pelo educador em sala de aula, fazendo assim, com que seu aluno desperte para o quão necessário se torna a leitura em seu dia a dia.
3. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO
3.1 Tema e linha de pesquisa
O projeto terá como linha de pesquisa: Docência nos anos Iniciais do Ensino Fundamental, pois pode-se perceber que a realidade atual vem afastando cada vez mais nossos alunos do ato de ler. Aspectos como computadores, videogames, TV, o acesso restrito a leitura no núcleo familiar, e a falta de incentivo, têm ocasionado pouco interesse para leitura e por consequência dificuldades marcantes que sentimos na escola: vocabulário precário, reduzido e informal, dificuldade de compreensão, erros ortográficos, poucas produções significativas dos alunos, conhecimentos restritos aos conteúdos escolares.
Faz-se entanto necessário que a escola busque resgatar o valor
da leitura, como ato de prazer e requisito para emancipação social e promoção da cidadania. A leitura nunca se fez tão necessária nos bancos escolares. De um lado há o aumento nas fontes de pesquisa e uma crescente preferência pelo construtivismo. De outro lado, vemos a grande dificuldade de nossos alunos em compreender questões eliminatórias no vestibular onde só se obtêm êxito quem tiver por hábito se atualizar através de jornais, revistas e livros.
Através da leitura o ser humano consegue se transportar para o desconhecido, explorá-lo, decifrar os sentimentos e emoções que o cercam e acrescentar vida ao sabor da existência. Pode então, vivenciar experiências que propiciem e solidifiquem os conhecimentos significativos de seu processo de aprendizagem.
Neste sentido penso ser dever, de todos nós, propiciar aos nossos educandos momentos que possam despertar neles o gosto pela leitura, o amor ao livro, a consciência da importância de se adquirir o hábito de ler. O aluno deve perceber que a leitura é o instrumento chave para alcançar as competências necessárias a uma vida de qualidade, produtiva e com realização.
Sabemos que, do hábito de leitura dependem outros elos no processo de educação. Sem ler, o aluno não sabe pesquisar, resumir, resgatar a idéia principal do texto, analisar, criticar, julgar, posicionar-se. Daí a certeza que este projeto contará com o apoio de todos os professores, independente da disciplina que lecionam, pois a equipe docente tem plena consciência de que o aluno deve ter o domínio sobre a língua oral e escrita, tendo em vista sua autonomia e participação social. Assim estimulando a leitura, farei com que os alunos, compreendam melhor o que estão aprendendo na escola, e o que acontece no mundo em geral, entregando a eles um horizonte totalmente novo.
3.2 Justificativa
Considerando a realidade sócio cultural dos alunos com relação ao processo ensino-aprendizagem, observamos que é de fundamental importância repensarmos na educação do futuro como formação do conhecimento e não somente como informação compartimentada no preparo do cidadão. Evidenciando essa realidade, consideramos de suma importância elaborar este projeto, com a finalidade de formarmos sujeitos do conhecimento despertando nos alunos o prazer pela leitura, podendo dessa maneira proporcionar a possibilidade de acesso a essa gama de conhecimentos efetivada nos livros disponíveis através da biblioteca itinerante, a qual estará atendendo o município como um todo. Para incentivar o desenvolvimento do “hábito da leitura” e da escritura, na comunidade escolar, serão desenvolvidas durante o ano letivo, atividades envolvendo docentes, funcionários e educando na interatividade com o livro, despertando e estimulando o gosto pelo livro e pela leitura.
3.3 Problematização
Um dos requisitos fundamentais da atividade pedagógica consiste em fazer com que a criança adquira capacidade de leitura e tenha acesso às informações disponíveis em meios escritos. A iniciação à leitura faz a criança compreender a imagem gráfica, seja ela em linguagem verbal ou não-verbal, representada em qualquer tipo de suporte, a fim de que ela possa aperfeiçoar os conhecimentos acerca da língua materna e desenvolver sua coordenação motora e habilidades cognitivas. Daí, a relevância e necessidade de propostas e trabalhos de melhoramento da leitura, haja vista a deficiência nessa área configurar um problema que atinge muitas crianças nas séries iniciais do ensino fundamental.
A questão é: Como despertar o desejo pela leitura nas crianças do Ensino Fundamental - Anos Iniciais? Essa discussão deve ser feita com cautela e sensibilidade. Deve-se repensar a forma de trabalhar a língua, com ênfase nas práticas de leitura, em sala de aula. Desapegar-se das técnicas e métodos pejorativos para atualizar-se e propor mudança. Sem essa percepção, por parte do professor, as alterações tão desejadas por todos, no tocante à leitura, jamais serão observadas. As crianças necessitam de novos estímulos e os educadores, de novas metodologias. O primeiro passo é extinguir a ideia de que a escola resume-se aos muros ou paredes que a cercam. É necessário aprender e ensinar que a escola é a segunda casa dos educandos. Lá, eles devem ser preparados para o mundo.
O ensino de leitura no Brasil está empatado pela consciência daqueles que são responsáveis pela educação, como um todo, no país. Assim, o prazer pela leitura, a interpretação de aventuras escritas e a magia de ler e compreende livro lido, só serão, de fato, parte do perfil das crianças brasileiras, quando os representantes governamentais e os gestores da educação de nossa pátria entenderem a importância de se investir na educação de nossas crianças e, ainda, que investimentos desse gênero não podem ser tidos como "prejuízos" e sim como "lucros", até porque a riqueza de um país é o reflexo do nível educacional dele.
Assim, incentivar e desenvolver o hábito nos educandos, neste caso do Ensino Fundamental - Anos Iniciais, é algo essencial à formação deles, e esse tipo de informação focalizando a relevância da leitura na vida deles deve ser mostrada e discutida pelo docente. Esse trabalho de encaminhamento à leitura e aperfeiçoamento das habilidades de escrita deve ser feito com seriedade, onde deve ser levada em conta a realidade dos alunos. Vale aqui a essência do ato de ler (Salve, Paulo Freire!), independente do gênero da leitura: clássico da literatura universal ou anúncio publicitário de lojas de brinquedos expostos em vias públicas. O que vale é ler!
3.4 Objetivos
a) Desenvolver uma prática pedagógica que motive os alunos ao hábito de leitura, proporcionando momentos extrovertidos e agradáveis de leitura, provocando o gosto pela diversidade textual;
b) Promover na comunidade escolar, o envolvimento de educadores, educandos e funcionários para a construção e desenvolvimento de ações que proporcionem o resgate da leitura pelo prazer de ler; Proporcionar a interatividade dos alunos, professores e funcionários com as literaturas infantis, infanto-juvenis, juvenis e clássicas, despertando o gosto e o prazer pela leitura; Intensificar na escola interesse pela leitura tornando uma prática prazerosa e constante nas atividades cotidianas; Sensibilizar os alunos através do contato com a leitura de obras diversas, motivando-os para a descoberta da importância da leitura como fonte de ampliação de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades; Incentivar o desenvolvimento dos processos da comunicação, da criatividade e da imaginação através do debate sobre o lido, da contação de história e da produção literária.
Como objetivos específicos, pode-se citar alguns como:
Estimular a leitura por prazer, por meio de atividades lúdicas;
Desenvolver estratégias de leitura/produção de textos coerentes;
Oferecer tempos e espaços de leitura diferentes aos da escola para os jovens e as famílias;
Fomentar o gosto pela leitura, em educadores e alunos, implementando práticas leitoras ricas e diversificadas em todas as áreas do conhecimento;
Sensibilizar, difundir e favorecer a leitura nos espaços pedagógicos e comunitários, permitindo que a linguagem seja um fator interativo, ampliando o repertório dos que lêem e constroem a sua própria história cidadã;
Propiciar a formação de educadores, e alunos leitores e produtores de textos nas diversas áreas do conhecimento;
Estimular o gosto pela leitura vivenciando emoções, fantasias e imaginação, compreendendo que escreve-se para que alguém leia;
Desenvolver as capacidades das habilidades lingüísticas: falar, escutar, ler e escrever;
Propor situações de práticas leitoras com os diferentes tipos e gêneros textuais;
Aproximar os alunos do universo escrito e dos portadores de escrita (livros e revistas) para que eles possam manuseá-los, reparar na beleza das imagens, relacionarem texto e ilustração, manifestar sentimentos, experiências, idéias e opiniões, definindo preferências e construindo critérios próprios para selecionar
o que vão ler.
Fazer com que construam o hábito de ouvir e sentir prazer nas situações que envolvem a leitura de estórias.
3.5 Conteúdos
Os conteúdos a serem trabalhados serão todos da grade escolar, uma vez que terá a duração de 3 meses, poderá ser trabalhado lentamente, sempre dando ênfase à conscientização ao hábito de ler.
3.6 Processo de desenvolvimento
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ESCOLA
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Nº 1:
Divulgação do projeto.
Na data agendada para o início do projeto, será realizada no turno matutino, socialização e interpretação das ações do Projeto “A importância da leitura nos anos iniciais do ensino fundamental” para os alunos, bem como a divulgação dos trabalhos a serem desenvolvidos e os momentos da execução das atividades para prévia organização dos mesmos. Serão convidados alunos que apresentem alguma habilidade em declamação, música, dança, teatro, contação de histórias, paródias entre outras para que apresentem aos demais alunos.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Nº 2
Sacola da Leitura.
Serão confeccionadas uma sacola para cada turma. Nessas sacolas serão colocados um kit contendo diversos materiais de leitura para os alunos dependendo do nível em que está. Cada vez um aluno levará para casa para ler em família, também irá neste kit um caderno para que os pais anotem o que mais achou interessante na leitura em família.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Nº 3:
Feira de livros.
Na semana do livro e da biblioteca será realizada a feira do livro “sebo”envolvendo os Educandos do Ensino Fundamental, docentes, funcionários e pais que serão convidados a doar e ou a realizar a troca de livros usados e em bom estado.
Serão aceitos todos os gêneros literários. Também nesse dia será convidado uma livraria que ofereça livros para a venda, fazendo assim uma grande feira de livros. Nesta feira os alunos irão apresentar as atividades desenvolvidas durante o ano para a comunidade escolar, principalmente para os pais através de trabalhos escritos, confecção de livros, contação de histórias, leitura de poesias e criação de desenhos. Cada sala será palco de uma atividade.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Nº 4:
Todos lendo.
O aviso do início da atividade será com uma música, pelo sistema de som. Em cada sala, os educando e docentes realizam leitura. Da mesma forma, os funcionários em seus locais de trabalho deixam seus afazeres e lêem.Também os pais, que por ventura vierem à escola nestes horários serão convidados a visitar a biblioteca ou outro espaço para realizarem a leitura. No final de cada trimestre letivo serão premiados os alunos” destaque” na leitura.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Nº 5:
Hora do Conto.
A atividade é desenvolvida com todas as turmas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A Hora do Conto é parte integrante de um dos trabalhos desenvolvidos pela biblioteca. Este momento acontece quinzenalmente, criando momentos de interação entre professores e alunos mediatizados pela contação, teatro e leitura de histórias da literatura infantil. São momentos dinâmicos e lúdicos que envolvem planejamento coletivo entre educadores, atendente do Comboio do Saber, uma Biblioteca Itinerante formada em um ônibus reformado para isso.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE N° 6
Vovó e Vovô na escola:
Serão convidados os avós dos alunos para participarem do momento de contação de história, os avós farão o relato de experiência proporcionando um momento de interação entre as diferentes idades. Este momento será realizado com as turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Nº 7
Contação de história nas turmas.
Nos momentos da Hora do Conto as turmas juntamente com as professoras se organizarão com uma contação de história para outra turma a ser escolhida pelo grupo, os alunos do 4º Ano irão contar para os alunos do 1º Ano que ainda não sabem ler.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELAS TURMAS
Serão trabalhados:
• Comprometimento por parte dos alunos para a leitura de um livro por mês. 
• Apresentação de algumas obras lidas por alunos do 1º ao 4º ano;
• Manuseio individual e espontâneo de livros;
• Escolha de livros a serem lidos;
• Leitura de livros;
• Fichamento de livros lidos pelos alunos (opiniões sobre o tema abordado, etc.);
• Preparação da apresentação dos livros lidos, teatros, comercial, música, poesia, historietas, mímicas, parlendas, trava-língua, etc;
• Reconto de estórias através de maquetes.
Atividades desenvolvidas com o 1º ano
Os alunos do 1º Ano trabalharão com Literatura Infantil com o Livro Cachinhos de Ouro. Os alunos juntamente com a professora, farão a leitura da capa do livro, retirando informações sobre a referencia bibliográfica do mesmo:
Titulo do livro:
Nome do autor
Nome do ilustrador
Nome da editora
A professora fará uma orientação prévia sobre este trabalho oral: postura, entonação de voz, seriedade, leitura fluente. Os alunos que não souberem ler receberão uma página do texto para acompanhar a leitura.
Os alunos poderão sentar-se em circulo no chão, em cadeiras dispostas. A professora inicia a leitura da estória, porem não termina, instigando assim a curiosidade das crianças.
Eles levarão para casa uma cópia da estória e pedirão aos pais que terminem de contar a estória fazendo com que os mesmos participem do desenvolvimento da leitura de seus filhos.
Após esta etapa serão desenvolvidos vários exercícios relacionados com o texto. Na próxima etapa os alunos farão a dramatização da história. Divididos em grupos de 5 alunos, ( narrador – Cachinhos de Oura – mamãe Ursa – Papai Urso – Nenê Urso) cada equipe ensaiará com a coordenação da professora a encenação e apresentarão para as demais salas. A equipe que melhor se destacar apresentará para os pais.
Depois de realizado a encenação trabalhar-se-á a escrita. As crianças reproduzirão com suas palavras a historia que leram. Os que não souberem escrever serão auxiliados pela professora ou por colegas já alfabetizados.
2º ANO
O 2º ano desenvolverá as seguintes atividades com livros de literatura:
• Leitura de textos literários feita pela professora;
• Comentar sobre a importância da leitura e os tipos de textos;
• Colocar os livros a disposição dos alunos para que escolhem o que mais lhe chamar atenção;
• Pedir que os alunos leiam junto com os pais;
• Comentar sobre oi que entenderam sobre a estória que leram
• Trabalhar na oralidade os textos lidos ( moral da estória);
• Permitir a troco dos livros entre os alunos;
• Procurar palavras desconhecidas no dicionário;
• Cada aluno ira confeccionar um livro da história lida
• Fazer a exposição dos livrinhos para as demais turmas.
3º ANO
Os alunos começarão escolhendo livros de seu interesse, com desenhos coloridos e atrativos. Depois de cada livro lido os alunos preencherão uma ficha de leitura.
Em cada troca de livros será sorteado um aluno que ira contar a estória que leu com suas palavras, para que a professora analise sua interpretação, vocabulário e entendimento da história.
• Dar acesso ao aluno as diferentes leituras da internet através de jogos e sites educativos.
• Confecção de mural usando recortes, colagem desenhos e pintura sobre a estória lida;
• A professora distribuirá vários trechos de histórias conhecidas para que os mesmos identifiquem e completem.
• Os alunos irão apresentar estórias para os alunos do 1º e 2º ano;
• Visita a biblioteca municipal para conhecer as obras
• Apresentação de um teatro de uma estória infantil escolhida pelos alunos; 4º ANO
No primeiro momento os alunos serão divididos em duplas, cada dupla escolhe um livro de literatura para ser lido. Após a leitura decidirão juntos uma parte da estória para dramatizarem em forma de maquete. As duplas confeccionarão a maquete com a parte principal da história lida num segundo momento apresentarão a história para os demais alunos da escola.
Outro trabalho que será desenvolvido com os alunos do 5º Ano será o ensaio e apresentação
de teatro com fábulas. Os alunos serão divididos em grupos de 4, escolherão e farão o estudo e analise da fabula por eles escolhida. Cada grupo opta em apresentar com fantoches, dedoches, máscaras, roupas ou outro material de sua criatividade que caracterizem os personagens. No dia marcado, apresentarão para os colegas de sala e logo em seguida para as demais turmas.
Um dos alunos falará sobre a moral da história.
Inicialmente, será feita uma oficina de apresentação para a família, colocando-a em sintonia com a proposta do projeto.
As atividades seguintes serão feitas em sala de aula, a partir da leitura de um tipo de texto a cada semana/ aula e, a partir do qual desembocará todos os trabalhos propostos em sala.
A leitura feita em sala poderá variar entre: Textos Informativos, Bíblicos, poesias, parlendas, piadas, contos, músicas, versos de cordel, histórias infantis, receitas, listagem, rótulos, etc.
Paralelo ao trabalho do professor em sala, às Sexta-feira, cada aluno levará um livro em uma sacola decorada, que deverá ser lido em família e, no retorno à escola, o aluno deverá transmitir aos colegas a experiência do Tempo de Ler recontando a história.
Mensalmente os pais preencherão uma ficha de acompanhamento do projeto.
3.7 Tempo para realização do projeto
O tempo previsto para realização do projeto será de 3 meses, assim distribuidos conforme o cronograma descrito no ítem do processo de desenvolvimento.
3.8 Recursos humanos e materiais
-Recursos humanos: disponibilizarei para a realização do projeto de ensino a participação ativa dos alunos, da colaboração da direção e de toda a equipe pedagógica.
-Recursos materiais: textos diversos, livros, revistas, jornais, periódicos,
cartolina, papel sulfite, pincel atômico, etc..
3.9 Avaliação
A avaliação ocorrerá de forma sistemática visando o processo de formação humana dos educandos. Serão avaliadas questões como: Participação, interesse, colaboração e realização das atividades propostas.
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para desenvolver a prática da leitura e escrita é importante redimensionar o conceito de leitura, que não pode ser apenas mecânico, da fluência e da boa dicção. Estes são aspectos indispensáveis, mas não suficientes, pois se concebe a leitura também como um processo interacional entre o leitor e o autor. Sabe-se que a criança já carrega consigo uma vasta bagagem de experiências, pois o mesmo português falado no nosso dia a dia, não é o mesmo português que encontramos nos livros e nos textos escritos, portanto cabe a escola, prover atividades enriquecedoras que assegurem o prazer pela leitura. 
Com esse projeto buscou-se estimular nos alunos o gosto pela leitura e consequentemente a escrita. Porém é importante salientar que o processo da construção do hábito de ler é um processo longo, pois é preciso construir nos alunos o gosto pela leitura desde as séries iniciais.
Sabemos que a leitura é o grande instrumento facilitador da aprendizagem e por isso precisa ganhar lugar de destaque nas escolas. Os anos iniciais escolares deixam marcas profundas nos alunos. É preciso uma maior conscientização por parte dos educadores. Alguns tentam e conseguem encontrar o caminho certo, já outros cruzam os braços por acharem sua prática correta, sem se preocupar em buscar formas alternativas de trabalho. O interesse em ler e o consequente envolvimento em leituras, além do exigido pelo professor, são muitas vezes considerados como algo intrínseco ao aluno, dependendo exclusivamente de suas motivações internas e de sua boa vontade. Daí a importância desta pesquisa em adquirir uma reflexão sobre as questões relacionadas à leitura entre os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, visto que ainda há uma grande defasagem de leitores comprometidos e estimulados nas salas de aula. Geralmente, a escola responsabiliza o aluno e suas condições familiares pela falta de interesse e não assume como sua a tarefa de incentivar o exercício da leitura.
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DUTRA, Vânia L. R. Abordagem funcional da gramática na Escola Básica. Anais do VII Congresso Internacional da Abralin. Curitiba, 2011. Disponível em: www.abralin.org. Acesso em junho de 2011.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. 23ª Ed. São Paulo: Cortez, 1989.
FREITAS, Eduardo de. Professor incentivador da Leitura. Canal do Educador. 2009. Disponível em: http://educador.brasilescola.com. Acesso em 05 de novembro de 2011.
GUEDES & SOUZA. Leitura e escrita são tarefas da escola e não só do professor de português. In. Ler e escrever compromisso de todas as áreas. Rio Grande do Sul.
MELUCCI, Alberto. Busca de qualidade, ação social e cultura: por uma sociologia reflexiva. In:________ (Org) Por uma sociologia reflexiva: pesquisa qualitativa e cultura. Petrópolis:Vozes, 2005.
PAIS, José Machado. Vida cotidiana: enigmas e revelações. São Paulo: Cortez, 2003.
STEARNS, Peter N. A Infância. Tradução: Mirna Pinsky – São Paulo: Contexto, 2006.
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