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Apostila de interpretação de exames laboratoriais

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1 
 
 
 
AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA DO SANGUE 
 
HEMGRAMA – Principal ferramenta diagnóstica em 
hematologia, constituído por: 
- contagem total de hemácias 
- hemoglobina 
- hematócrito 
- Índices hematiméticos: VCM, HCM, CHCM, distribuição 
do tamanho das hemácias 
- contagem global de leucócitos 
- contagem diferencial de leucócitos 
- exame microscópico do esfregaço corado 
- plaquetas (opcional) 
 
CONTAGEM TOTAL DE HEMÁCIAS (céls/mm3). 
♂ 4.5000.000 – 6.000.000 
♀ 4.000.000 – 5.500.000 
Recém-nascidos 4.000.000 – 6.000.000 
 
Valores aumentados: diarreias, desidratação, 
queimaduras, policitemima vera, cardiopatia crônica, 
intoxicações por álcool etílico ou fármacos, vômitos e 
acidose metabólica. 
 
Valores diminuídos: anemias, leucemias, após 
hemorragias graves e infecções graves. 
 
HEMOGLOBINA (g/dL). 
♂ 13,5 – 18,0 
♀ 12,0 – 16,0 
Recém-nascidos 13,5 – 19,5 
 
HEMATÓCRITO (%). 
♂ 40 – 54% 
♀ 37 – 47% 
Recém-nascidos 44 – 60% 
 
Valores aumentados: hemoconcentração, desidratação, 
queimaduras, diarreia e vômitos intensos. Pode ser 
indicativo de macrocitose. 
 
Valores diminuídos: redução do número de hemácias. 
Pode ser indicativo de microcitose. 
 
VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO – avalia o tamanho 
médio da hemácia. Corresponde a relação do hematócrito 
pela hematimetria. 
VCM <80fl  micrócitos 
VCM>100fl  macrócitos. 
 
HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA – avalia a 
concentração de hemoglobina nas hemácia. Corresponde 
a relação da hemoglobina pela hematimetria. 
HCM <27pg  hipocromia 
HCM>32pg  sem relação clínica. 
 
CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR 
MÉDIA – avalia a porcentagem de hemoglobina em 100mL 
de hemácias. 
CHCM <32%  hipocromia 
CHCM>35%  presença de esferócitos. 
 
RDW – avalia a dispersão das hemácias em relação ao 
tamanho. 
RDW>14,5%  anisocitose (diferentes tamanhos). 
 
 
LEUCOMETRIA GLOBAL (céls/mm3). 
Adultos 4.000 – 11.000 
Recém-nascidos 10.000 – 18.000 
 
Valores aumentados (leucocitose): processos 
inflamatórios, infecciosos e leucemias. 
 
Valores diminuídos (leucopenia): redução da produção de 
leucócitos, destruição celular, febre tifoide, dengue, 
rubéola e caxumba. 
 
LEUCOMETRIA DIFERENCIAL 
Bastonetes 3 – 5% 
Segmentados 55 – 65% 
Eosinófilos 2 – 6% 
Basófilos 0 – 1% 
Monócitos 4 – 8% 
Linfócitos 20 – 30% 
 
Neutrofilia  infecções bacterianas, leucemias, 
inflamação. 
 
Eosinofilia  Parasitoses e alergias. 
 
Basofilia  leucemia mieloide crônica e processos 
alérgicos. 
 
Monocitose  Infecções. 
 
Linfocitose  infecções virais agudas e bacterianas 
crônicas, leucemia linfocítica crônica e processos 
ganglionares. 
 
RETICULÓCITOS – hemácias imaturas (com núcleo) 
Adultos 0,5 – 1,5% 
Recém-nascidos até 6% 
 
Valores aumentados: anemia hemolítica, hiperplasia 
medular, doença hemolítica do recém-nascido e 
hemorragias pós-cirúrgicas. 
 
Valores diminuídos: anemias carenciais, aplasias 
medulares e anemias não-hemolíticas. 
 
COAGULOGRAMA 
Plaquetas (plaq/mm3) 150.000 – 400.000 
Tempo de sangramento Até 3 minutos 
Tempo de coagulação 5 – 10 minutos 
Tempo de protrombina 10 – 14 segundos 
Atividade de protrombina 70 – 100% 
RNI Até 1,15 
Tempo de tromboplastina 
parcial 
20 – 35 segundos 
 
Tempo de protrombina  útil no risco cirúrgico, detecção 
de alterações nos fatores de coagulação, principalmente 
no acompanhamento de pacientes com hipovitaminose K. 
 
AVALIAÇÃO BIOQUIMICA DO SANGUE 
 
ACIDOS GRAXOS LIVRES – jejum 12h 
Adultos 0,28 – 0,89mmol/L 
 
Valores aumentados: deficiência / resistência insulínica, 
jejum prolongado e cetoacidose. 
 
 
EXAMES LABORATORIAIS Prof. José Aroldo Filho 
goncalvesfilho@nutmed.com.br 
 
2 
 
ÁCIDO ÚRICO (mg/dL) – jejum 8h 
♂ 3,5 – 7,2 
♀ 2,6 – 6,0 
 
Valores aumentados: dietas de alto teor de purinas, 
medicamentos e doença tipo gota. 
 
ADIPONECTINA (mcg/mL) – jejum 12h 
♂ - IMC>25kg/m2 0,8 – 16,4 
♀- IMC>25kg/m2 3,7 – 23,3 
 
Secretado pelos adiopócitos, com efeitos antiaterogênicos 
e anti-inflamatório. 
 
APOLIPOPROTEÍNA A-I (mg/dL) – jejum 12h 
♂ 115 -190 
♀ 115 – 220 
 
Valores aumentados: dislipidemia familiar, exercício 
vigoroso e uso moderado de álcool. Está associada ao 
HDL. 
 
Valores menores estão associados a risco de DCV. 
 
APOLIPOPROTEÍNA B (mg/dL) – jejum 12h. Deve ser 
suspenso qualquer medicamento à base de andrógenos, 
diuréticos e corticoides. 
♂ 70 – 160 
♀ 60 – 150 
 
Está associada ao LDL. Valores altos estão associados a 
risco de DCV. 
 
COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES (mg/dL) – jejum 12h 
 Adultos Pediatria 
(2 – 19 anos) 
Categoria 
COL <200 
200 – 239 
≥240 
<150 
150- 169 
≥170 
Òtimo 
Limitrofe 
Alto 
HDL <40 
>60 
- 
- 
- 
>45 
Baixo 
Alto 
Desejável 
LDL <100 
100 – 129 
130 – 159 
160 – 189 
≥190 
- 
<100 
100 – 129 
≥130 
- 
Òtimo 
Desejável 
Limitrofe 
Alto 
Muito alto 
TG <150 
150- 199 
200 – 499 
≥500 
<100 
100 – 129 
≥130 
- 
Òtimo 
Limitrofe 
Alto 
Muito alto 
 
CREATININA (mg/dL) 
♂ 0,7 – 1,6 
♀ 0,6 – 1,1 
 
Marcadora de função renal, em razão da creatinina 
endógena ser proporcional à massa muscular, a produção 
varia com a idade e gênero. Prioriza-se o Clearence de 
creatinina. Exercícios severos e ingestão de altas 
quantidades de carne podem causar aumentos 
significativos na excreção de creatinina, enquanto a 
diminuição da massa muscular nos idosos provoca 
diminuição. 
 
FERRITINA (ng/mL) – jejum 12h. Tabagismo e dieta rica 
em CHO alteram o resultado do exame. 
♂ 30 – 300 
♀ 10 – 200 
 
Composto principal de armazenamento de ferro. Ferritina 
inferior a 12ng/mL pode confirmar o diagnóstico de 
deficiência de ferro. 
 
FERRO (mcg/mL) – jejum 8h. 
Adultos 30 - 160 
 
Valores aumentados estão associados a hemocromatose 
hereditária. 
 
FOSFATASE ALCALINA (UI/L) – jejum 8h. 
Adultos 40 - 130 
 
Valores aumentados estão associados a distúrbios do trato 
biliar, hepatites, doença de Paget, neoplasias, 
hiperparatireoidismo, osteomalácia e raquitismo. 
 
FRUTOSAMINA – jejum 8h. 
Adultos Variável, de acordo com o 
teor de albumina na 
amostra 
 
Corresponde ao conjunto das proteínas glicosadas, das 
quais a maior parte se deve à albumina. É útil na avaliação 
da eficácia de uma mudança terapêutica, sendo mais 
precocemente afetada que a hemoglobina glicada. 
Utilizada no monitoramento do DM gestacional. 
 
GAMA GLUTAMILTRANSFERASE / GGT (UI/L) – jejum 
8h. Suspender paracetamol e anticonvulsivantes. 
♂ <50 
♀ <30 
 
Valores aumentados: doenças hepáticas, alcoolismo 
crônico e icterícia obstrutiva. 
 
GLICOSE (mg/dL) – jejum 8 a 14h. 
Não DM 60 – 99 
Pré-DM 100 – 126 
DM >126 
 
HEMOGLOBINA GLICADA (%) – jejum não obrigatório. 
Não DM <6% 
DM controlados 6 – 8% 
DM descompensados >8% 
 
Associada ao controle glicêmico de pacientes diabéticos. 
 
INSULINA (mcUI/mL) – jejum 8h 
Adultos 2,5 - 25 
 
Para avaliação da resistência à insulina, utiliza-se o 
método HOMA, onde: 
 
HOMA = [glicose de jejum x insulina de jejum] / 22,5 
 
LEPTINA (ng/mL) – jejum 4h. 
♂ 70 – 160 
♀ 60 – 150 
 
Peptídeo sintetizado pelos adipócitos, desempenha função 
na regulação da ingestão alimentar e no aumento do gasto 
energético. 
 
PROTEÍNA C-REATIVA (PC-R mg/dL) – jejum 8h. 
Risco de DCV 
-baixo 
-moderado 
- alto 
 
<1 
1 – 3 
>3 
Prova inflamatória Normal <0,5 
 
 
3 
 
Principal proteína de fase aguda dos processos 
inflamatórios. Pode estar elevada nos processos 
infecciosos, inflamatórios e neoplasias. 
 
PROTEÍNAS TOTAIS E FRAÇÕES (g/dL) – jejum 4h. 
Proteínas totais 5,5 – 8 
Albumina 3,5 – 5,5 
Globulinas 2 – 3,5 
Rel Albumina/globulina >1,0 
 
Utilizadas como apoio ao diagnóstico nutricional.Resultados baixos da relação albumina/globulina ocorrem 
nos casos de cirrose, glomerulopatias, mieloma, 
sarcoidose, doenças granulomatosas, colagenoses, 
infecções agudas, caquexia, queimaduras e doenças 
inflamatórias intestinais. 
 
TRANSAMINASES HEPÁTICAS (UI/L) – jejum 8h. 
AST <35 
ALT <35 
 
Provas de função hepática, valor no diagnóstico de 
hepatites virais, tóxicas e doenças necróticas do fígado. 
 
TRANSFERRINA (mg/dL) – jejum 8h. 
Adultos 230 – 390 
 
Principal proteína de transporte de ferro. Em situações 
carenciais de ferro sua produção é aumentada. Utilizada 
no diagnóstico diferencial de anemias e no monitoramento 
do tratamento. 
 
URÉIA (mg/dL) – jejum 8h. 
Adultos 10 – 40 
 
Principal produto nitrogenado do metabolismo de proteínas 
e aminoácidos. Sofre influência de problemas renais, 
desidratação, excessiva quantidade de proteína da dieta e 
catabolismo proteico aumentado. 
 
Transforma-se a ureia urinária em nitrogênio, dividindo-se 
a ureia por 2,14. 
 
 
TESTE DO ESTADO DE MICRONUTRIENTES. 
 
 
 
 
4 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
6 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE URINA 
 
ELEMENTOS ANORMAIS DO SEDIMENTO – EAS. 
 
Refere-se à pesquisa qualitativa de vários elementos na 
urina – proteínas, açúcares, corpos cetônicos, pigmentos 
biliares, hormônios, cristais e células anormais e 
verificações de características da amostra (pH, aspecto, 
cor, odor, densidade, transparência e volume). 
 
O exame microscópico pode relevar a presença de 
eritrócitos (0 – 2/campo), leucócitos (0 – 5), bactérias 
(ausentes e raras) e cristais (ausentes). 
 
 
 
ANÁLISE DA URINA DE 24 HORAS - A principal análise é 
a microalbuminúria, sendo normal entre 30 – 300mg. 
Valores elevados estão associados a lesão glomerular, 
principalmente entre hipertensos e DM. 
 
7 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE FEZES 
 
INVESTIGAÇÃO DE PROCESSOS INFECCIOSOS 
 
A investigação dos processo infecciosos em amostras 
fecais compreende, especialmente, os exames 
parasitológicos de fezes, a detecção de antígenos e a 
coprocultura. 
 
O exame parasitológico de fezes é um procedimento de 
rotina quando há suspeita de infecções causadas por 
protistas e metazoários, os quais podem ser encontrados 
nas fezes. Não existe um método capaz de investigar 
todos os agentes infecciosos nas fezes. 
 
A detecção de antígenos específicos de Entamoeba e 
Giardia tem apresentado resultados satisfatórios, podendo 
ser útil para a investigação daqueles enfermos que 
apresentam sinais e sintomas das doenças e que tenha 
exames persistentemente negativos. 
 
A coprocultura é o exame bacteriológico do material fecal. 
Na coprocultura, as fezes devem ser examinadas o mais 
precoce possível. 
 
 
 
 
 
COPROLOGIA FUNCIONAL 
 
É denominado prova de digestibilidade. Compreende o 
estudo das funções digestivas do TGI e das glândulas 
anexas, permitindo diagnosticar as diferentes síndromes 
corpológicas, como: 
- insuficiência gástrica, pancreática e biliar; 
- hipersecreção biliar; 
- desvios de microbiota bacteriana; 
Síndrome ileal e cecal; 
- constipação; 
- colites; e 
- outras alterações do trânsito intestinal. 
 
Dieta e coleta: 
 
Algumas precauções devem ser tomadas na realização da 
coprologia funcional: 
- o enfermo não deve usar laxantes e antiácidos nos três 
dias anteriores e durante a coleta; 
- deve evitar o uso de bebidas gasosas e alcoólicas 
durante os três dias que antecedem a coleta; 
- crianças até 12 anos devem consultar o médico para 
avaliar a necessidade de alterar a dieta; 
- Para enfermos maiores de 12 anos e adultos, 
recomenda-se que nas 72h que antecedem o exame 
sejam consumidos – no desjejum e no lanche – alimentos 
com manteiga, leite e queijos. No almoço e jantar – arroz, 
batata cozida, feijão, carnes e, de sobremesa, 
preferencialmente banana. 
- No quarto dia deve coletar todo o material fecal da 
primeira evacuação (o volume mínimo necessário para o 
exame é de 20g); 
- coletar em recipientes limpos e secos; 
- Entregar ao laboratório em no máximo 2h após coleta ou, 
mantê-la refrigerada em 2 – 8ºC. 
 
8 
 
 
 
 
 
9 
 
 
PESQUISA DE GORDURA FECAL 
 
A deficiência de lipases intestinais na doença do pâncreas 
aumenta o teor de gorduras neutras e proteínas não 
digeridas, pela falta concomitante de proteases 
pancreáticas. As doenças do fígado e do trato biliar 
capazes de produzir esteatorréia geralmente são 
acompanhadas de icterícia e outras alterações 
bioquímicas do sangue anteriores ao quadro típico. 
 
AMOSTRA: Com o paciente sob dieta adequada, as fezes 
são recolhidas em 72 horas e mantidas na geladeira com 
indicação de data e hora de coleta (vasilhame plástico, lata 
ou vidro de boca larga). 
 
VOLUME NECESSÁRIO: Todo o volume de fezes colhidas 
nas evacuações do quarto, quinto e sexto dias (mantendo-
se a dieta). 
 
Consideram-se patológicas as fezes que contêm alto teor 
de gordura acima de 25%. 
 
Dieta: no mínimo 1g/kg de gordura além da dieta habitual, 
mantida por 6 dias. Adultos devem aumentar (além do 
habitual) 3 colheres de sopa (CS) de azeite de oliva, 2 CS 
creme de leite, 1 CS manteiga e duas fatias de queijo. 
 
Crianças abaixo de 1ano não necessitam de gordura 
adicional. Crianças de 1 a 2 anos devem acrescentar 
creme de leite, requeijão ou queijo prato ás refeições. 
 
OBSERVAÇÕES: 
– Consultar o médico assistente quanto ao uso de outros 
medicamentos; 
– Não usar purgativos, laxantes, antiácidos e talco. Em 
caso de constipação intestinal, pode ser administrado 
supositório de glicerina; 
– Não colher as fezes no período menstrual; 
– Evitar a contaminação com urina, água ou outros 
elementos; 
– Em caso de crianças pequenas, recolher as fezes da 
fralda, logo após a evacuação; 
– Para esse exame, é contra-indicado o uso de óleos 
minerais, óleo de rícino e enemas (bário). 
 
PESQUISA DE SANGUE OCULTO NAS FEZES 
 
Permite diagnosticar ulceração no trato digestivo. As 
causas mais comuns de sangramento gastrointestinal 
superior são úlcera péptica, varizes esofagianas, gastrite e 
câncer gástrico. 
 
No intestino baixo, as causas mais freqüentes de 
sangramento são colite, carcinoma de cólon e diverticulite. 
 
Medicamentos como aspirina, salicilatos, esteróides, 
derivados de rauwolfia, indometacina e colchicina também 
são responsáveis por sangramentos gastrointestinais. 
Devem ser evitados por 3 dias antes do exame. 
 
Quando houver esse tipo de suspeita, pelo menos três 
amostras de fezes devem ser examinadas. 
 
Medicamentos à base de ferro podem levar a resultados 
falso-positivos. 
 
AMOSTRA: Fezes recentemente colhidas (frasco plástico) 
após dieta adequada. 
 
VOLUME NECESSÁRIO: 5g (1/3 do recipiente coletor) 
para fezes moldadas ou líquidas. 
 
ORIENTAÇÕES: Dieta mantida por dois dias consecutivos. 
Devem ser evitados: 
- Alimentos ricos em ferro: Carnes vermelhas e/ou 
sanguinolentas, ovos, broto de feijão e feijão preto; 
- Vegetais verdes e com grande quantidade de peroxidase: 
brócolis, couve-flor, espinafre, nabo e rabanete. 
–Alimentos ricos em vitamina C; 
– Bebidas alcoólicas. 
 
COLETA: Ao final do segundo ou terceiro dia pela manhã, 
mantendo a dieta, coletar uma amostra de fezes e enviar 
ao laboratório. 
 
OBSERVAÇÕES: 
– Não usar purgativos. Em caso de constipação intestinal, 
pode ser administrado supositório de glicerina; 
– Não colher fezes durante a menstruação ou quando 
houver sangramento local; 
– Consultar o médico assistente quanto ao uso de outros 
medicamentos; 
– Evitar a contaminação com urina, água ou outros 
elementos; 
– Em caso de crianças pequenas, recolher as fezes da 
fralda logo após a evacuação; 
– Para esse exame é contra-indicado o uso de óleos 
minerais e enemas (bário); 
– A dieta poderá ser dispensada porsolicitação médica, o 
que deve ser informado no recebimento da amostra. 
 
 
 
 
10 
 
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTÉICA 
 
ALBUMINA SÉRICA (mg/dL) 
Nutrido >3,5 
Leve 3 – 3,5 
Moderada 2,4 – 2,9 
Grave <2,4 
Meia-vida 20 dias. 
 
Reduzida na desnutrição, doenças hepáticas, ICC, 
doenças hepáticas, inflamação e infecções. 
 
 
TRANSFERRINA SÉRICA (mg/dL) 
Leve 150 – 200 
Moderada 100 – 150 
Grave <100 
Meia-vida 8 dias. 
 
PREALBUMINA SÉRICA (mg/dL) 
Nutrido 15,1 – 42 
Leve 10 – 15 
Moderada 5 – 9,9 
Grave <5,0 
Meia-vida 2 a 3 dias. 
 
PROTEÍNA LIGADA AO RETINOL SÉRICA (mEq/dL) – 
mais sensível 
Nutrido 3 – 5 
Meia-vida 10 – 12h. Mais sensível ás alterações 
nutricionais. 
 
Reduzida na carência de vitamina A e zinco, doenças 
hepáticas e infecções graves. 
 
ÍNDICE CREATININA-ALTURA (ICA) 
 
Durante a desnutrição e patologias hipercatabólicas, a 
degradação intensa do músculo-esquelético pode ser 
aferida a partir da dosagem da creatinina urinária 
utilizando o ICA. 
 
Representa um bom indicador de reserva protéica 
muscular. Depende da coleta adequada de urina de 24h 
ou oligúria. 
 
ICA = creatinina urinária 24h x 100 / excreção ideal por 
sexo 
 
 
 
 
11 
 
 
 
ICA 
Nutrido >80 
DEP Moderada 60 – 80 
DEP Grave <60 
 
3-METIL-HISTIDINA 
 
Associada ao catabolismo protéico. Parâmetro de 
seguimento nutricional, recuperação nutricional e 
catabolismo muscular. 
 
BALANÇO NITROGENADO (BN) 
 
Reflete a dinâmica protéica. 
 
BN = (PTN ingerida)/6,25 – (uréia urinária)/2,14 + 4 + 
outras perdas 
 
0 Equilíbrio 
+ Anabolismo 
- Catabolismo 
 
CONTAGEM TOTAL DE LINFÓCITOS (CTL) 
 
Avalia a competência imunológica. 
 
CTL = [% linfócitos x leucócitos]/100 
 
Depleção leve 1.200 – 2.000 céls/mm3 
Depleção moderada 800 – 1.199 céls/mm3 
Depleção grave <800 céls/mm3 
ÍNDICE DE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL (IPN) 
 
Foi desenvolvido por Buzby para pacientes cirúrgicos, na 
tentativa de prever o risco de morbidade pós-cirúrgica. 
Este índice permite uma intervenção nutricional 
objetivando melhorar o quadro clínico e nutricional antes 
do ato cirúrgico. 
 
 
 
ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL (IRN) 
 
Esse índice associa parâmetros empregados na avaliação 
nutricional em fórmula específica que tem por objetivo 
estabelecer associação entre o estado nutricional e a 
morbimortalidade, ou seja, visa determinar o risco que o 
paciente apresenta submetido a um fator injúria qualquer, 
estando sob uma condição nutricional insatisfatória. 
 
12 
 
 
 
 
ÍNDICE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL HOSPITALAR 
(INH) 
 
Foi desenvolvido por Harley et al (1981), sendo calculado 
a partir da seguinte fórmula: 
 
 
 
ÍNDICE PROGNÓSTICO INFLAMATÓRIO NUTRICIONAL 
(IPIN) 
 
O IPIN é calculado a partir dos valores de duas proteínas 
positivas, proteína C reativa e alfa-1-glicoproteína ácida e 
duas negativas, albumina e transtirretina. Este índice tem 
sido usado para caracterizar pacientes críticos, tendo 
invariabilidade e precisão para prever o risco de 
complicações e morte desses pacientes. 
 
 
 
 
DIABETES (DM) 
 
DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL 
 
- Glicemia 
Diagnóstico Glicemia (mg/dL) 
Jejum 2h após 75g 
de glicose 
Casual 
Normal <100 <140 - 
Pré-DM ≥100 e <126 ≥140 e <200 - 
DM ≥126 ≥200 ≥200 + 
sintomas 
 
- Hemoglobina Glicada (%) 
Normal 5 – 5,5 
Maior risco de Pré-DM 5,5 – 6 
Pré-DM 5,7 – 6,4 
DM ≥6,5 
 
DIABETES GESTACIONAL 
 
Glicemia (mg/dL) 
Jejum 1h após 
75g de 
glicose 
2h após 75g de 
glicose 
SBD 2009 ADA 2011 ADA 2011 SBD 2009 ADA 2011 
110 92 180 140 153 
 
SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes 
ADA – Associação Americana de Diabetes 
 
CONTROLE ADEQUADO DO DM 
 
Definido pelos seguintes critérios: 
- Ausência de glicosúria; 
- Glicemia de jejum <110mg/dL; 
- Pós-prandias (2h após refeições) <140mg/dL; sendo 
inaceitáveis <60 ou >240mg/dL; 
- Hb1AC ≤7%. 
 
INSULINA 
 
É um peptídeo sintetizado pelas células beta das ilhotas de 
Langerhans do pâncreas, e sua secreção é controlada 
pelos níveis de glicemia, estímulos nervosos e hormonais. 
 
Diversas formas de resistência à insulina, por diferentes 
mecanismos, vêm sendo descritas. 
 
A causa mais conhecida é a que acompanha a obesidade, 
com níveis de insulina elevados e resposta exagerada 
após a sobrecarga glicídica. Nestes casos, há elevação da 
insulinemia diante de níveis normais ou altos de glicemia. 
 
A dosagem da insulinemia se altera com a presença de 
anticorpos anti-insulina; nesses casos, a dosagem do 
peptídeo C pode ser usada para o estudo de secreção da 
insulina. 
 
VR: 2,5 – 25UI/mL. 
 
Para avaliação da resistência insulínica podem ser 
utilizados os índices: 
 
HOMA-IR 
 
Prediz o nível de resistência à insulina a partir da glicemia 
e insulinemia basal. Requer cautela e acompanhamento 
individual. 
 
HOMA: glicose de jejum (mmol/L) x insulina de jejum 
(μU/mL) / 22,5 
 
 
 
 
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QUICKI 
 
Método simples e de baixo custo para avaliação de 
resistência à insulina. 
 
QUICKI: 1 / [log (insulina de jejum) + log (glicemia de 
jejum)] 
 
PEPTÍDIO C 
 
Após a clivagem da pró-insulina, o peptídeo C é secretado 
em proporção equimolar, junto com a insulina, embora, ao 
contrário dela, não sofra extração hepática. Sua dosagem 
não se altera na presença de anticorpos anti-insulina, 
refletindo, nestes casos, melhor que a insulina, a 
capacidade secretória das células beta. 
 
Sua principal utilização é a avaliação da reserva de 
insulina endógena, auxiliando na orientação terapêutica. 
 
Valores baixos indicariam indivíduos insulino-dependentes; 
porém, não se consegue uma identificação completa 
destes pacientes pela avaliação dos níveis basais ou 
estimulados do peptídeo C. A hipoglicemia factícia 
caracteriza-se por níveis elevados de insulina e níveis 
indetectáveis do peptídeo C. Na presença de hipoglicemia, 
valores elevados podem ser encontrados em casos de 
insulinoma. 
 
Em jejum 0,5 – 3ng/mL 
Após estímulo com glucagon 1,5 - 9ng/mL 
 
 
CLAMP EUGLICÊMICO 
 
Objetiva avaliar a sensibilidade tecidual à insulina, além de 
avaliar a sensibilidade tecidual em situações constantes de 
glicemia e insulinemia. 
 
CROMO 
 
A deficiência pode predispor o indivíduo à resistência à 
insulina. 
 
Soro 0,05 – 5,0mcg/L 
Hemácias 20 – 36mcg/L 
Urina 0,1 – 2,0mcg/L 
 
DOENÇAS DE TIREÓIDE 
 
HIPOTIREOIDISMO CLÍNICO 
 
T4 baixo associado a TSH elevado. 
 
HIPERTIREOIDISMO 
 
T4 elevado associado a TSH baixo. 
 
BOCIO NODULAR TÓXICO 
 
T4 normal associado a TSH baixo e T3 alto. 
 
VR – segundo laboratório. 
 
 
METABOLISMO DE CÁLCIO VITAMINA D, PTH E 
OSTEOPOROSE 
 
OSTEOPOROSE 
 
O diagnóstico é feito mediante densitometria óssea (DMO), 
onde: 
 
Normalidade: DMO com escore T >-1DP; 
Osteopenia: DMO com escore T -1DP a > -2,5DP; 
Osteoporose: DMO com escore T <-2,5DP. 
 
O escore T corresponde aos valores do pico de massas 
óssea para jovens, segundo sexo. 
 
Risco acentuado de fraturas: DMO <-2,5DP. 
 
CÁLCIO SÉRICO (TOTAL E IONIZADO) 
 
Constitui cerca de 1,5 – 2% do peso corporal e 39% dos 
minerais do corpo humano. Aproximadamente 99% está 
presente nos ossos e dentes, na forma de hidroxiapatita, 
sendo o cálcio dos dentes não-permutável. 
 
FÓSFORO SÉRICO 
 
A concentração de fósforo sérico é regulada, conforme 
metabolismo do cálcio, depende da tríade PTH, vitamina D 
e calcitonina. 
 
PARATORMÔNIO (PTH) 
 
PTH, em conjunto com vitamina D e calcitonina, tem por 
função manter a homeostase de cálcio e fósforo. A 
homeostase resulta de um equilíbrio entre ingestão 
alimentar e absrção intestinal em relação à reabsorção 
tubular renal e à remodelagem óssea regulada por esses 
hormônios.VITAMINA D 
 
Utiliza-se a 25(OH)D, pois é o único metabólito da vitamina 
D utilizado para determinar o estado nutricional de 
vitamina D. Meia vida de 2 a 3 semanas. Consiste na 
soma da vitamina D ingerida pela dieta e da exposição à 
luz solar (produção endógena). 
 
FOSFATASE ALCALINA ÓSSEA ESPECÍFICA (OE) 
 
Auxilia no diagnóstico diferencial, orientando ainda quanto 
às avaliações hormonais e bioquímicas específicas a 
serem realizadas como complementação diagnóstica de 
doenças ósseas. 
 
Cálcio sérico (mg/dL) 
Total 
Ionizado 
 
8,8 – 10,2 
4,0 – 5,6 
Fósforo sérico (mg/dL) 2,7 – 4,5 
Fosfatase alcalina OE VR do laboratório 
PTH (pg/mL) 10 - 65 
25(OH)D (pg/mL) 20 – 76 
 
DISLIPIDEMIA 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS 
 
- Hipercolesterolemia isolada – elevação isolada do 
colesterol total (CT), em geral por aumento de LDL. 
 
- Hipertrigliceridemia isolada elevação isolada dos 
triglicerídeos (TG). 
 
- Hiperlipidemia mista – aumento de CT e TG. 
 
- HDL baixo. 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO FENOTÍPICA (FREDRICKSON) 
 
Se baseia no padrão das lipoproteínas associadas a 
concentrações elevadas de CT e/ou TG. 
 
Fenótipo QM VLDL IDL LDL 
Tipo 1: 
CT: N ou ↑ 
TG: ↑↑ 
X 
Tipo IIa 
CT: ↑ 
TG: N 
 X 
Tipo IIb 
CT: ↑↑ 
TG: ↑↑ 
 X X 
Tipo III 
CT: ↑ 
TG: ↑ 
 X 
Tipo IV 
CT: N 
TG: ↑ 
 X 
Tipo V 
CT: ↑ 
TG: ↑↑ 
X X 
N – normal; ↑ - pouco elevado; ↑↑ - muito elevado. 
 
ASPECTOS LABORATORIAIS DAS DISLIPIDEMIAS 
 
Segundo o NCEP, a avaliação do perfil lipídico deve ser 
realizado em todos os indivíduos com idade superior a 20 
anos, com acompanhamento a cada 5 anos para aqueles 
com valores dentro da normalidade. 
 
 
COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES (mg/dL) – jejum 12h 
 Adultos Pediatria 
(2 – 19 anos) 
Categoria 
COL <200 
200 – 239 
≥240 
<150 
150- 169 
≥170 
Òtimo 
Limitrofe 
Alto 
HDL <40 
>60 
- 
- 
- 
>45 
Baixo 
Alto 
Desejável 
LDL <100 
100 – 129 
130 – 159 
160 – 189 
≥190 
- 
<100 
100 – 129 
≥130 
- 
Òtimo 
Desejável 
Limitrofe 
Alto 
Muito alto 
TG <150 
150- 199 
200 – 499 
≥500 
<100 
100 – 129 
≥130 
- 
Òtimo 
Limitrofe 
Alto 
Muito alto 
 
LIPOPROTEÍNA (a) 
 
A Lp(a) é uma lipoproteína com grande semelhança 
estrutural com o colesterol LDL (low density lipoprotein). É 
considerada por muitos autores como um fator de risco 
independente para o desenvolvimento de doença 
cardiovascular aterosclerótica. Níveis acima de 30mg/dL 
são considerados de risco para DCV. Não deve ser 
realizada rotineiramente. 
 
ÍNDICE DE CASTELLI (IC) 
 
Consiste na combinação entre níveis plasmáticos de CT, 
LDL e HDL, para verificar a influência de cada uma das 
frações de colesterol no risco de DCV. 
 
IC – 1 = CT / HDL 
♂ Até 5,1 
♀ Até 4,4 
 
IC – 2 = LDL / HDL  mais indicado para visualizar o risco 
de enfermidade cardiovascular. 
♂ Até 3,3 
♀ Até 2,9 
 
PANCREATITE AGUDA 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
É realizado o diagnóstico de pancreatite aguda pelo 
quadro clínico (dor abdominal, distensão, náuseas e 
vômitos); exames de imagem (TC de abdômen) e por 
métodos bioquímicos (níveis de enzimas pancreáticas em 
soro). 
 
Os níveis séricos de amilase aumentam dentro de 2 – 
12hapós início do quadro clínico, permanecendo elevada 
durante 3 a 5 dias. É a enzima mais solicitada na prática 
clínica, pois possui 94% de sensibilidade. 
 
AMILASE – VR 28 – 100UI/L. 
 
A lipase eleva-se no sangue em 4 – 8 horas após 
manifestação dos sintomas. Atinge pico em 24h e 
normaliza em 8 – 14 dias. Possui alta especificidade. 
 
LIPASE – VR <160UI/L. 
 
Outras alterações incluem: elevação de hematócrito, 
leucócitos, escórias nitrogenadas, creatinina, VHS, 
desidrogenase láctica, PC-R, IL-6, AST, ALT e calcemia. 
 
DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA 
 
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO HEPÁTICA 
 
A seguir serão descritos os principais marcadores 
laboratoriais utilizados na avaliação e no acompanhamento 
das doenças hepáticas crônicas. 
 
ALBUMINA E PROTROMBINA 
 
São proteínas de síntese hepática, A atividade de 
protrombina reduzida e a hipoalbuminemia confirmam 
disfunção hepatocelular. 
 
PROVAS DE FUNÇÃO E MARCADORES 
INFLAMATÓRIOS 
 
A seguir são descritas as provas de função hepáticas. 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA E 
ÍNDICES DE PROGNÓSTICO 
 
Determinar o prognóstico de pacientes com doença 
hepática crônica é imprescindível para verificar quais 
teriam indicações e maiores benefícios em caso de 
transplante hepático. 
 
Torna-se necessário a classificação da gravidade de 
doença com base nos índices Child-Pugh e pelo MELD 
(model for end-stage liver disease), usados classicamente 
como índices de prognóstico. 
 
INDICE DE CHILD-PUGH 
 
Classificação de acordo com o grau de disfunção hepática 
para direcionar a terapia, leva em consideração o grau de 
encefalopatia hepática, ascite, albumina, bilirrubina total, 
tempo de protrombina, RNI (relação normatizada 
internacional no coagulograma). Soma-se os pontos para 
cada variável critério. 
 
Critério 1 ponto 2 pontos 3 pontos 
Encefalopatia - Grau 1 – 2 Grau 3 – 4 
Ascite - Leve Moderada, 
grave ou 
refratária 
Albumina >3,5 2,8 – 3,5 <2,8 
Bilirrubina 
Total 
<2,0 2 – 3 >3,0 
Tempo de 
protrombina 
<4s 4 – 6s >6s 
RNI <1,7 1,7 – 2,3 >2,3 
 
 
 
MELD 
 
Baseia-se no risco do paciente morrer aguardando o 
transplante de fígado e considera a creatinina sérica, 
bilirrubina total e RNI. 
 
A equação para calcular o escore é a seguinte: 
 
MELD = {9,57 x loge creatinina mg/dL + 3,78 x loge 
bilirrubina (total) mg/dL + 11,20 x loge RNI + 6,42] 
 
Arredonda-se o resultado para o próximo número inteiro. 
 
O valor mínimo aceitável para qualquer uma das variáveis 
é 1,0. 
 
Escore Abordagem 
≥25 Repetir exames a cada 7 dias. 
24 a 19 Repetir exames a cada 30 dias. 
18 a 11 Repetir exames a cada 90 dias. 
≤10 Repetir exames a cada ano. 
 
ÍNDICE DE PROGNÓSTICO GLASGOW HEPÁTICO 
 
Prediz risco de mortalidade após cirurgia de ressecção de 
CA hepático primário. Leva em consideração os níveis de 
PC-R e albumina. 
 
IPGH Valores séricos Sobrevida 
0 PC-R <0,3mg/dL 
Albumina ≥3,5g/dL 
9,7 anos 
1 PC-R >0,3mg/dL 
Albumina ≥3,5g/dL 
8 anos 
2 PC-R >0,3mg/dL 
Albumina <3,5mg/dL 
4 anos 
 
FUNÇÃO INTESTINAL 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE MÁ-ABSORÇÃO DE 
CARBOIDRATOS (CHO) 
 
Incluem as provas da D-xilose, pesquisa de substâncias 
redutoras nas fezes e pH fecal, e o teste de tolerância à 
lactose. 
 
TESTE DE D-XILOSE 
 
É um monossacarídeo inexistente no sangue em 
condições normais. Sua má-absorção é indicativa de lesão 
de mucosa de intestino delgado. 
 
PESQUISA DE SUBSTÂNCIAS REDUTORAS (PSR) NAS 
FEZES E PH FECAL 
 
Exames úteis na determinação de deficiência de 
dissacaridases, ocorrendo fermentação dos dissacarídeos 
em cólon. 
 
PSR (+)  quando há mono ou dissacarídeos nas fezes. 
 
pH fecal < 5,5  indicativo de má-absorção de CHO. 
 
TESTE DE TOLERÂNCIA À LACTOSE 
 
É usado para avaliar insuficiência enzimática (lactase) 
intestinal, resultante de dano ou disfunção da mucosa em 
casos de deficiência idiopática, espru, doença celíaca e 
gastroenterite. 
 
Deve-se considerar a diferença entre a glicemia basal e o 
maior valor da glicose em qualquer momento da curva. O 
indivíduo é considerado intolerante quando for menor que 
20mg/dL. 
 
São colhidas amostras basais e aos 30 e 60 minutos após 
uma sobrecarga de lactose. A dose ingerida por adultos é 
de 50g. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE MÁ-ABSORÇÃO DE 
PROTEÍNAS (PTN) 
 
Faz-se a determinação da alfa-1-antitripsina. Sua presençanas fezes correlaciona-se positivamente com a perda 
protéica intestinal. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE MÁ-ABSORÇÃO DE 
GORDURAS 
 
Faz-se a pesquisa de gordura fecal. A deficiência de 
lipases intestinais na doença do pâncreas aumenta o teor 
de gorduras neutras e proteínas não digeridas, pela falta 
concomitante de proteases pancreáticas. As doenças do 
fígado e do trato biliar capazes de produzir esteatorréia 
geralmente são acompanhadas de icterícia e outras 
 
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alterações bioquímicas do sangue anteriores ao quadro 
típico. 
 
O teste padrão-ouro é o Van de Kamer. É um exame de 
difícil realização. 
 
Com o paciente sob dieta adequada, as fezes são 
recolhidas em 72 horas e mantidas na geladeira com 
indicação de data e hora de coleta (vasilhame plástico, lata 
ou vidro de boca larga), após uma ingestão por 5 a 7 dias 
de uma dieta com 35% do VCT em gordura. 
 
Valores de 5 a 7g são considerados sugestivos de 
esteatorréia. Superiores a 7g são diagnósticos de 
esteatorréia. 
 
O teste qualitativo verifica o tamanho e número de 
gotículas de gordura em campo microscópico e é dado em 
cruzes. 
 
Normal (+)  até 100gts/campo, com diâmetro de 4mcm. 
Aumentada (++)  até 100gts/campo, com diâmetro de 4 
– 8mcm (esteatorréia moderada). 
Muito aumentada (+++)  mais que 100gts/campo, com 
diâmetro de 6 a 75mcm (esteatorréia acentuada). 
 
Outro teste é após a preparo laboratorial das fezes em 
tubo capilar, onde é dita inferior (fezes sólidas não 
gordurosas), intermediária (fezes líquidas) ou superior 
(camada gordurosa). 
 
ALERGIAS ALIMENTARES 
 
Reação adversa ao alimento é a denominação empregada 
para qualquer reação anormal à ingestão de alimentos ou 
aditivos alimentares, independentemente de sua causa. 
Podendo ser tóxicas ou não. 
 
 
 
As principais manifestações clínicas de alergia alimentar estão relacionadas aos agentes etiológicos envolvidos. 
 
 
 
Para o diagnóstico, o ponto de partida é a anamnese, que 
deve ser bastante minuciosa. Os dados obtidos permitem 
ao médico decidir sobre a possibilidade do sintoma se 
tratar de alteração imunológica (alergia), sugerir o alimento 
desencadeante e estabelecer o mecanismo fisiopatológico 
envolvido, direcionando a investigação para confirmação 
diagnóstica. Abaixo seguem os principais fatores de risco 
para alergia alimentar. 
 
 
 
 
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A avaliação laboratorial é complementar à anamnese, sendo 
importante ressaltar que os exames acessíveis ao 
diagnóstico estão em sua parte relacionados À fração IgE. A 
pesquisa de IgE específica é feita pelo teste de puntura ou 
skin prick test ou in vitro através de teste de ImmunoCAP, a 
técnica mais utilizada atualmente. 
 
Alérgeno (idade de 
introdução do alimento) 
IgE (kUI/L) 
Leite de vaca (< 2 anos) ≥5,0 
Leite de vaca (> 2 anos) ≥15,0 
Ovo (<1 ano) ≥10,9 
Ovo (>1 ano) ≥13,2 
Amendoim ≥14,0 
Frutas oleaginosas ≥15,0 
 
 
 
 
 
 
ANEMIAS CARENCIAIS 
 
A anemia é uma condição clínica relacionada a alterações 
no tamanho ou número de eritrócitos (hemácias). 
 
Segundo a OMS, tem-se os seguintes pontos anormais de 
hemoglobina que necessitam de investigação adicional: 
 
Ciclo de vida Hb 
Homens adultos <13g/dL 
Escolares, adolescentes e 
mulheres adultas 
<12g/dL 
Gestantes, lactentes e pré-
escolares 
<11g/dL 
 
As anemias podem surgir por deficiência de nutrientes (ferro, 
vitamina B12, ácido fólico, cobre, piridoxina, riboflavina e 
proteína) ou por patologias (anormalidades genéticas, 
doenças de TGI, toxicidade por fármacos e cirro hepática). 
 
 
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