Buscar

SAE Doença Renal Crônica - estudo de caso

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

6 
 
6 
 
1 INTRODUÇÃO 
O estudo foi produzido durante o período do estágio supervisionado I na Clínica Médica do Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna. O tema foi eleito pertinente o interesse de conhecer mais sobre a relação da Doença Renal Crônica e os fatores que norteiam a patologia a fim de entender as causas que levam os pacientes a evoluírem e como a mesma se manifesta no organismo adulto, visto que, a evolução do comprometimento irreversível dos rins por esta patologia é bem considerável. A maior incidência da Doença renal crônica é detectado epidemiologicamente em pacientes idosos de ambos os sexos. 
Desta forma, observou-se a necessidade de abordar sobre este assunto dentro da clínica médica, uma vez que a Doença renal crônica permanece uma das patologias mais complexas e de perda progressiva do funcionamento renal que acometem adultos, podendo levá-los a falência múltipla dos órgãos.
Por fim, a finalidade deste estudo de caso será explanar essa patologia importante e de vasto conhecimento na clínica médica, dentre suas formas de diagnóstico, quadro clínico, tratamento. Em se tratando do diagnóstico precoce ser um ponto fundamental para o início do tratamento o mais breve possível, percebeu-se a necessidade de abordar sobre o referido tema, uma vez que, este tratamento melhora as chances do comprometimento renal e de uma evolução positiva da doença, tendo fundamental relevância na redução da mortalidade.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS 
GERAL 
Apresentar estudo de caso sobre paciente internado na clínica médica com diagnóstico de Doença Renal Crônica do Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna, procurando abordar todos os sintomas envolvidos, complicações e traçar uma assistência de acordo com suas necessidades afetadas. 
 
ESPECÍFICOS 
Descrever o conceito e explicar como ocorre a doença ao nível fisiopatológico; 
Esclarecer a sintomatologia específica da Doença Renal Crônica; 
Explanar sobre o diagnóstico; 
Elucidar sobre o tratamento; 
Traçar intervenções de enfermagem a partir da sistematização para uma melhor assistência ao paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DA PATOLOGIA 
 
CONCEITO 
 
 Segundo Romão (2004) a doença renal crônica é uma lesão renal com perda progressiva e irreversível da função dos rins, sendo ela de caráter glomerular, tubular e endócrina. Na sua fase avançada e terminal é conhecida como Insuficiência Renal Crônica (IRC), que ocorre quando os rins não conseguem manter sua função fisiológica conservada no organismo do paciente. 
FISIOPATOLOGIA 
 
 Segundo Paula de Barros (2013) a doença Renal Crônica (DRC) é a perda progressiva da função renal devido à deterioração e destruição dos néfrons, que são as unidades funcionais dos rins, quando os rins perdem sua capacidade de realizar sua função, eliminar as toxinas que são liberadas pelo metabolismo, é necessário submeter o doente a um tipo de tratamento que substitui a função renal.
Uma das principais consequências da perda de função renal é a retenção de fósforo que, apesar de presente desde os primeiros estágios da DRC, é compensada por aumento da secreção do FGF23 e do PTH, que promovem fosfatúria pelos néfrons remanescentes. À medida que a taxa de filtração glomerular reduz abaixo de 25ml/minuto, esse mecanismo compensatório não é mais suficiente para manter os níveis de fósforo dentro de parâmetros normais, vindo a ocorrer a hiperfosfatemia, que também se faz fator de risco independente para mortalidade na DRC. A elevada taxa de mortalidade pode ser em parte explicada pela indução da calcificação vascular (CV), relacionada à hiperfosfatemia (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2013).
Dentre as principais doenças que alteram a função renal estão a glomerulonefrite crônica, anemias, hipertensão arterial, processos renais obstrutivos crônicos, diabetes mellitus e doenças hereditárias.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
A doença renal crônica muitas vezes não aparenta sintomatologia, sendo necessário diagnóstico laboratorial da mesma para elucidação de hipótese diagnóstica. 
Brasil (2019) afirma que os sintomas mais comuns são: inapetência, dispneia, oligúria, polaciúria, hipertensão, edema em membros superiores, inferiores e olhos, calafrios e náuseas. 
EXAMES E DIAGNÓSTICO 
 Segundo Marcos Gomes (2011) na prática clínica, a Taxa de Filtração Glomerular (TGF) é avaliada através das medidas de níveis de substâncias que são produzidas fisiologicamente pelo organismo. A uréia, o primeiro marcador endógeno utilizado, porém não confiável, devido aos níveis serem vulneráveis a alterações não relacionadas com a TFG.
Bastos et al (2010) afirma que o nível da filtração glomerular (FG) varia com determinantes como a idade, sexo, e massa muscular. A FG tende a reduzir com a idade. FG menor que 60mL/min/1,73m2 representa diminuição de cerca de 50% da função renal normal e, abaixo deste nível, aumenta a prevalência das complicações da DRC.
Além da TGF, há também a avaliação da lesão do parênquima renal através de marcadores ao invés da biópsia.
O autor acima também cita que a proteinúria (albuminúria) persistente é o principal marcador de lesão renal. Há outros marcadores de lesão renal que detectam anormalidades no sedimento urinário, sendo hematúria e leucocitúria os mais frequentes, alterações dos valores de referências bioquímicos de sangue e urina e alterações nos diagnósticos de imagem. Pacientes com FG dentro dos parâmetros normais, mas com marcadores de lesão renal, sendo principalmente albuminúria, apresentam risco elevado para evolução da DRC.
TRATAMENTO 
 
O tratamento se dá Segundo Bastos et al (2010) a conduta terapêutica de pessoas acometidas pela DRC busca o reconhecimento de aspectos distintos, porém relacionados entre si, que englobam a patologia de base, o estágio da doença, a velocidade da diminuição da FG (filtração glomerular), identificação de complicações e comorbidades, particularmente as cardiovasculares.
A paciente do estudo em questão além de ter diabetes, é acometida também por hipertensão arterial, onde essa mesma hipertensão atua fazendo com que o glomérulo lesione o capilar glomerular.
O autor acima ainda diz que pacientes no estágio 5 da DRC precisam ser antecipadamente preparados para dar início a terapia renal substitutiva, assim prevenindo procedimentos de urgência.
 	Os medicamentos utilizados no período de internação são: 
	Medicamentos 
	Indicação 
	Omeprazol 
	Indicado para o tratamento das úlceras pépticas benignas (gástricas ou duodenais).
	Tacrolimo
	Indicado para a profilaxia da rejeição de órgãos em pacientes submetidos à transplantes alogênicos de fígado e rins.
	Dipirona
	Indicado como analgésico e antitérmico.
	Bromoprida
	Indicado para refluxo gastroesofáfico, distúrbios gastrointestinais, náuseas e êmese. 
	Eprex
	Indicado no tratamento da anemia secundária a insuficiência renal crônica, em pacientes pediátricos e adultos em diálise ou em fase pré-diálise.
	Atenolol
	Indicado para controle de hipertensão arterial.
	Insulina NPH
	Indicado Diabetes Mellitus.
	Anlodipino
	Indicado para hipertensão arterial e para pacientes que não são adequadamente controlados com um único agente anti-hipertensivo podem ser beneficiados com a adição de Anlodipino
 
SISTEMATIZAÇÃO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM 
 
Z.A.P.S, 49 anos, sexo feminino, natural de Santarém. Foi submetida a procedimento cirúrgico para realização de transplante renal dia 14/04/2019. Encaminhada do centro cirúrgico para a UTI Adulto, dias depois para a clínica médica. AP: diabética e hipertensa. Condições de vida e moradia: reside na zona urbana de Santarém com saneamento básico adequado. 
 
EXAME FÍSICO E EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM 
 
Às 16h10min paciente com diagnóstico de Doença Renal Crônica no 12º dia de pós-operatório de transplante renal, em repouso no leito em regular estado geral, orientada, normocárdica, normotensa, hipocorada,
afebril e verbalizando. Ao exame físico: crânio normocéfalo, couro cabeludo limpo e íntegro, pupilas isocóricas e fotorreagentes, mucosa hipocorada, cavidade auricular, nasal e oral sem alterações arcada dentária incompleta, pescoço com boa flexibilidade, ausência de linfonodos infartados. Tórax simétrico e com boa expansividade, ausculta pulmonar com murmúrios vesiculares presentes sem ruídos adventícios, ausculta cardíaca com bulhas cardíacas normofonéticas em dois tempos sem sopros. Abdome globoso com ferida cirúrgica em flanco direito com retirada de pontos alternados, sem curativo oclusivo e drenando, indolor a palpação e ruídos hidroaéreos presentes. Genitália não visualizada. Membro superior direito com acesso venoso periférico, membro superior esquerdo com fístula arteriovenosa e presença de equimose. Membros inferiores com boa flexibilidade. Eliminações vesicointestinais: diurese espontânea e evacuação. presente. SSVV: 73 bpm, 16 rpm, 120x90 mmHg, 36,4ºC. Segue os cuidados de enfermagem. 
 
 
PLANO ASSISTENCIAL 
 
	DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
	INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM 
	RESULTADOS ESPERADOS 
	Integridade tissular prejudicada relacionada a punção arterial e trauma vascular, evidenciada por fístula arteriovenosa. 
(D:11/C:2)	Comment by Jenniffer Rodrigues: 
	Enfermeiro: Observar sinais e sintomas de infecção, observar e registrar possíveis alterações na área afetada.
	Paciente apresentará funcionamento adequado da fístula arteriovenosa.
 
	Risco de infecção evidenciado por alteração na integridade da pele e imunossupressão.
(D:11/C: 1)
	Enfermeiro: Observar sinais e sintomas de uma possível infecção e manter cuidados com área afetada; 
Técnico de enfermagem: Observar e registrar alterações na lesão; 
	 Paciente apresentará risco de infecção reduzido enquanto estiver na clínica médica.
	Recuperação cirúrgica retardada relacionado a diabetes mellitus evidenciado por evidência de interrupção na cicatrização da área cirúrgica.
(D:11/C:2)
 
	Técnico de enfermagem: realizará curativos assépticos e anotará alterações.
Enfermeiro: 	Realizará avaliação diária da ferida cirúrgica fazendo levantamento das prováveis causas de retardamento de cicatrização.
	Paciente apresentará cicatrização adequada em tempo hábil.
	Conforto prejudicado relacionado a regime de tratamento evidenciado por lamento e descontentamento com a situação.
(D:12/C:1)
	Técnico de enfermagem: realizar as práticas prescritas pelo enfermeiro em prol do conforto do paciente.
Enfermeiro: analisar situações em que o paciente é submetido a desconforto e reformular práticas a serem adotadas para que o mesmo fique à vontade ou menos desconfortável possível.
	Paciente apresentará conforto recuperado através das práticas adotadas pela equipe de enfermagem;
	Dor aguda relacionada a agentes lesivos, evidenciado por expressão facial e relato verbal de dor.
(D:12/C:1)
	Técnico de enfermagem: Reduzir ou eliminar fatores que precipitam ou aumentam a experiência de dor, administrar analgésicos, quando prescritos e informar sobre a dor, suas causas, duração e desconfortos antecipados em decorrência dos procedimentos,
Enfermeiro: Realizar uma avaliação completa da dor, incluindo local, características, início/duração, frequência, qualidade, intensidade e gravidade, além de fatores precipitadores. 
	Paciente apresentará melhora no quadro álgico e saberá realizar e informar métodos para alívio da dor e conforto.
	Risco de sangramento evidenciado por incisão cirúrgica com retardamento de cicatrização.
	Enfermeiro: realizará avaliação diária da incisão cirúrgica.
	Paciente apresentará risco reduzido de sangramento enquanto estiver na clínica médica.
 
 
PROGNÓSTICO 
 
 A DRC tem melhor prognóstico quando a função renal não está totalmente comprometida, ou seja, quando diagnosticado em sua fase inicial, buscando as melhores formas de recuperação ou retardamento da disfunção dos rins.
 Sendo assim, o prognóstico da paciente se configura como ruim, uma vez que, a mesma é diabética e hipertensa, além de ter sido submetida a transplante renal, o que designa ser a fase terminal da doença, no qual o paciente recorre a última instância de conduta terapêutica por falha das demais formas de tratamento anteriores.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como é uma sistematização de assistência de enfermagem em pacientes acometidos pela Doença Renal Crônica. Além disso, permitiu uma pesquisa abrangente correlacionando sua fisiopatologia, quadro clínico e a competência do enfermeiro nos métodos que oferece condições para assegurar a prática clínica em seu tratamento Diante disto, a oportunidade de ter tido contato com uma paciente diabética e hipertensa, que teve comprometido renal foi de grande valia para o conhecimento acerca da patologia em questão.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BASTOS, Marcus Gomes et al. Doença Renal Crônica: Frequente e grave, mas também prevenível e tratável. 2010. Acesso em: 05 de maio de 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a28v56n2.pdf
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para tratamento do hiperparatireoidismo secundário em pacientes com doença renal crônica. 2013. Acesso em 05 de maio de 2019. Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/21112/3391420_109700.pdf
JUNIOR, João Egidio Romão. Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. 2013. Acesso em 05 de maio de 2019. Disponível em: http://www.bjn.org.br/details/1183/pt-BR/doenca-renal-cronica--definicao--epidemiologia-e-classificacao 
BASTOS, Marcus Gomes et al. Doença renal crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem interdisciplinar estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diálise. 2011. Acesso em 12 de maio de 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbn/v33n1/v33n1a13.pdf
Ministério da Saúde. Insuficiência Renal. 2019. Acesso em 12 de maio de 2019. Disponível em: https://www.portaldadialise.com/portal/insuficiencia-renal 
Bulário Insulina Humana Recombinante. Acesso em 10 de maio de 2019. Disponível em: https://consultaremedios.com.br/insulina-humana-recombinante-nph/bula
Bulário Tacrolimo. Acesso em 10 de maio de 2019. Disponível em: https://consultaremedios.com.br/tacrolimo/bula/para-que-serve
Bulário Dipirona. Acesso em 10 de maio de 2019. Disponível em: https://consultaremedios.com.br/dipirona-monoidratada/bula
Bulário Bromoprida. Acesso em 10 de maio de 2019. Disponível em: https://consultaremedios.com.br/bromoprida/bula
Bulário Eprex. Acesso em 10 de maio de 2019. Disponível em: https://consultaremedios.com.br/eprex/bula/para-que-serve
Bulário Atenolol. Acesso em 10 de maio de 2019. Disponível em: https://consultaremedios.com.br/atenolol/bula/para-que-serve
Bulário Anlodipino. Acesso em 10 de maio de 2019. Disponível em: https://consultaremedios.com.br/besilato-de-anlodipino/bula
Bulário Omeprazol. Acesso em 10 de maio de 2019. Disponível em: https://consultaremedios.com.br/omeprazol/bula
Diagnóstico de enfermagem da NANDA: Definições e Classificações, 2018-2020, 11ª edição: Artmed.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando