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Apostila Tecnologia das Construções 1

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?&fV OTlJh~~ ~~ ~ O,gA~~
<.
'YvvD?L ( <P-:x /4
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Sill.lÁRlO
LIMPEZA. E TiRRAPLENAGEM
1.1 - Limpeza , 5
1.2 - Terraplenagem 5
2 - LOCAÇÃO DA OBRA.
2.1. Método dos cavaletes 7
2.2. Método da tábua corrida 8
3. NSTAL\ÇÃO 00 CA."<TEIRO DE OBRAS
3.1- Colocação de tapume 10
3.2 - Portaria 11
3.3 - Barracão 11
3"+- Instalações de água. esgoto e energia, 11
3.5- Almoxarifado 11
3.6- Carpintaria 12
-:.7··Armadura 12
')- Cimento 12
~.9- Madeira 13
3.10- Betoneira 13
3.11- Aspectos de segurança ·.~ 13
3.1~-Entulho gerado
-+. Ft '.;'DAÇÕES
....---
~..~.- Fundações diretas ou superficiais ; 1-1-
-I- 1.1 - Sapatas com~: conceito e exemplos 15
·u- Fundações indiretas ou profundas 18
~·.1.1- Brocas 18
-+.2.2 - Estacas 19
-+.2.1 - Tubulões 20
-+ 3 - Impermeabilizações respaldo fundações ; 22
..J.
5 - TEC,lCAS EXECCç..\O ESTRLTl'R.-\S DE CONCRETO .-\R.\L-\DO: '-:OÇÜES/
J
5.1 - Formas e escoramentos ..· 22
5.1.1- Pilares : : 23
5.1.2- Vigas : 2-1-
5.1.3- Lajes .,: 25
5.2 - Armadura 26
5.-+-Concretagern 28
5.-+.1- Preparo concreto ~ , 28
5.-+.2- Lançamento concreto 29
6 - LAJES COBER1l..'R..-\ CONCRETO .-\R..\L-\DO
6.1- funções laje cobertura 29
6.2- Tipos lajes concreto armado 30
6.3- Lajes maciças 30
6'-+- Lajes nervuradas.......... . 30
6.5- Grelhas 31
6.6-Lajes cogumelo 31.
6.7- Lajes pré-fabricadas __ 31
&VENARIA
7. l-Funções e desempenho alvenaria 34
7.2- Alvenarias portantes e alvenarias de vedação 35
7.3- Interação tijolo argamassa 38
7.4 - Técnicas para serviços alvenarias 38
7.5,. Tijolos e blocos para alvenaria
7.5.1 - Tijolos maciços .39
7.5.2 - Blocos cerâmicos furados 41
7.5.3 - Blocos de concreto A-4
7.5.-t - Blocos de concreto celular 4--1-
7.5.5 - Blocos silico-calcáreos 47
7.5.6 - Tijolos e blocos de solo cimento A7
7.5.7 - OUtros : .. -1-8
7.6 - Etapas/Serviços de uma alvenaria 49
7.6.1 - Demarcação da alvenaria -1-9
7.6.2 - Elevação ou levantamento da alvenaria : ···50
7.6.3 - Amarração da alvenaria 52
7.6.-1-- Ligação pilar-alvenaria 52
7.6.5 - Ligação alvenaria laje e vigas superiores 53
7.6.6 _ Vergas e contravergas 5-1-
7.6.7 - Argamassa de assentamento 56
7.6.8 - Cintas de amarração : !J6
7.6.9 -Embutimento instalações 57
7.6.10 - Chumbamento ,-lo: batentes (portais).. · 59
eOBERTI.."R.\S / TELHADOS
8.1 - Telhados 60
8.1.1 - Projeto e execução 60
8.1.2 - Formas do telhado 60
8.1.3 - Elementos divisores de água 62
8.1.-+ - Elementos telhado 63
8.1.4.1 - Estrutura de armação 63
8.1.+.2 - Trama 64
8.1.-+.3 - Terça 65
8.1.-1-.-1-- Caibro · : : _ . ,..65
8.1.4.5 - Ripas 65
8.1.-1-.6- Dimensionamento telhados madeira e telha de barro p/ habitações conforme método IPT 65
8.2 - Telhas 67
8.2.1 - Telhas de barro : 67
8.2.3 - Telhas de fibro-cimento 68
9 - REVESTI.MENTOS DE PAREDES
9.1-Comar:"=::\assa........... . 69
9.1.1 - Consider-cõ= gerais 69
9.1.2 - Propriedades revestimentos 69
9.2 - Características e procedimentos execução argamassas de revestimento 70
......,
\
9.3 - Revestimentos cerâmicos 72
9.3. 1- Com azulejos 72
9.3.1.1 - Assentamento na argamassa 75
9.3.1.2 - Assentamento na cola 76
9.3.1.3 - Rejunte azulejos 76
9.3.2 - Revestimento cerâmico paredes 77
9.3.3 - Recomendações gerais revestimento cerâmicos fachada .-..79
1~~POLÍMEROS: !viATERlAIS lSOl...ANTI:S TÉRJvílCOS E TINTAS
10.1 - Polimeros 80
10.2 - Materiais isolantes térmicos 81
10.2.1 - Conceitos 81
10.2.2 - Características isolantes térmicos 82
10.2.3 - Materiais isolantes térmicos usuais 83
10.2.-1- - Critérios escolha isolantes térmicos 83
10.2.-1-.1 _ Poliestireno expandido 83
10.2.-+.2 - Poliuretano expandido 84
10.2.4.3 - Poliestireno extrudado e, 85
10.2.-+.-1-- Vermiculite expandida 86
10.2.·t5 - Lã de vidro 87
10.3 - Tintas 88
10.3.1 - Conceito 88
10.3.2 • Componentes ,.,."", 89
10.3.3 - Propriedades , &9
10.3.-1- - Pinturas J noções básicas 91
10.3.-1-.1 - Condições gerais 91
10.3.-+.2 - Patologias pinturas 92
. 1I~:VIDROS
11.1 - Classificação : 93
11.1.1 - Quanto ao tipo 93
11.1.2 - Quanto a transparência 94
11.1.3 - Quanto ao acabamento superficial.. 94-
11.1. -+- Quanto a colocação 94
11.2 - Manipulação e annazenamento 9-1-
11.3 - Recozimento : 95
11.-1-- Têmpera 95
11.5 - Patologia em vidros 95
12 - L\[PER.\lEABlllZAÇÃO / NoçÕES GER.-\lS
12.1 - Aspectos gerais 96
12.2 - Tipos de impermeabilização 97
12.3 - Locais de impermeabilização 97
13 - RECICU.GE.\f E:\TL'LHO :'-:.-\CO:'-:STRCçAo CIVIL
13.1 - /-.snectos gerais 99
REFERÊNCL\S BffiLIOGRÁFICAS
1- LIMPEZA E TERRAPLENAGEM
1.1 - LIMPEZA
A primeira providência a ser tomada antes do início da constr
edificação é a limpeza do terreno. As árvores que podem interce
obra deverão ser retiradas, e deverá ser realizauo o
correspondente. O mato deverá ser retirado em pelo men.
profundidade, sendo que não deverão permanecer raízes que
posteriormente causando prejuízos ao-edificio.
:) de uma
na futura
ocamento
O cm de
sam br-otar
1-.2 - TERRAPLENAGEM OU MOVIMENTO DE TERRA
Em geral são serviços terceirizados, e é o primeiro serviço a ser realizado em
uma obra, antes do início de sua construção. Tem como objetivos a
regularização do terreno ou a execução de escavações, conforme o projeto
arquitetônico.
Em geral, as edificações são construídas acima do nível das ruas, para evitar
inundações quando chover. E frequente a necessidade de execução de aterros
para a construção de edificações, como também, devido a necessidade de
construção de edifícios altos, (cada vez mais frequentes em nossas cidades, já
que os espaços para a construção tomam-se mais disputados) a execução de
escavações, para o abrigo (l " subsolos (que são parte dos edifícios, na maioria
das vezes destinados a garagem).
Os serviços de escavações podem ser realizados manualmente, quando se
trabalha com pequenos volumes ou por meio de equipamentos, para volumes
maiores, como escavadeiras universais, escrapers, etc.
'\
'\
""\
Após realizado o serviço de escavação, procede-se ao transporte do material
para fora do canteiro, sendo que poucas vezes o material é utilizado no próprio
canteiro. Dependendo da distância e do trajeto a ser percorrida para o
transporte de material emprega-se um tipo de equipamento, ou seja, pode-se
empregar desde o carrinho de mão até o caminhão, este último com capacidade
de 3,00 fi 3, em geral.
o material escavado poderá ser transportado para fora do canteiro, ou, em
menor número, utilizado no próprio canteiro, como material de aterro.
Par- execução de aterros em terrenos em declive, é indicada a execução de
dentes no terreno, para evitarmos desli.;:~.,..Qntosentre camadas de aterro .. Além
disto, convém iniciar o aterro pela parte inferior do terreno.
5
A terraplenagem abrange 3 tipos de operações:
a) eseavaçâe
b) corte
c) aterro
a) escavação- manual ou. mecânica, dependendo da natureza do terreno e da
quantidade -ou volume a escavar; enxadão ou e picaretas, em terrenos
frouxos, para os mais consistentes, pode-se empregar até explosivos.
Quando tem-se grandes volumes, pode-se utilizar escavadeiras, escrapers
(para derrubada da vegetação). e outros, como gradeuilder, / empurrar e
distribuir, (3°, melhor, p/construtor que não terá que adquirir maquinara
cara pl uma obra apenas
b) Transporte - a terra, uma vez escavada, será na maioria das vezes jogada
fora; o transporte pode ser manual ou mecanico, dependendo do volume e
da distância A mão, usando a pá. Ou carro de mão, 90 m distancia. Ou
carroças ou caminhões basculantes, volume de 3,00 m3 por viagem
c) Aterro - O material escavado pode ou ser jogado fora ou ser usado como
aterro. Para se fazer um aterro, devemos, em 10 lugar, retirar a vegetação
existente, arrancando-a e escavando a uma profundidade (lf -O m.,
evitando a ocorrência de um plano separador entre o terreno e o aterro,
tomando este último falso.Ainda, no caso de declividades fortes, toma-se
prudente, para que seja evitado o deslizamento das camadas, isto é, para que
o aterro não corra, abrirmos no terreno pequenas escavações, verdadeiros
degraus de endentamento entre as duas camadas.
EmpoIamento: o aumento de volume que se observa entre o volume de terra
antes e depois da escavação. Em outras palavras, o cubo de terra extraído de
uma escavação é superior à cubação da escavação resultante. Varia com a
natureza do' terreno podendo alcançar 40· à .50· % do volume escavado.
CARDÃO (1983) estabelece os eguintes valores para empolamento, de acordo
com a terra ou rocha:
• terras vegetais: 10 à 20 0/0
• terra comum; 25 à 30 %
• rocha comum: 30 à 35 %
• rocha branda: 35 à 50 %
• recua dura: 35 à 50 %
6
Quanto ao serviço de terraplenagem, este em geral inclui preços com mão de
obra e equipamentos. O custo serviço varia de acordo com a sua natureza, como
tipo de solo encontrado, ·que influencia no desgaste e manutenção dos
equipamentos, acesso ao local da obra, transito nas imediações e tempo de
alocação dos equipamentos.
Quanto- ao critério de contratação, é necessário ter-se a garantia de .doneídade
da firma contratada, sendo que firmas com tradição pela qualidad io serviço
podem cobrar mais mas oferecer garantia pela assistência técnica nediata no
caso, por exemplo, de necessidade de substituição de um dos equ nentos
2. LOCAÇÃO DA OBRA
A locação em uma obra garante a .sua boa execução, tanto com relação a
segurança estrutural quanto a estética da edificação.
Locar uma obra é marcar no solo a posição de cada um dos elementos da desta,
reproduzindo em tamanho natural o que a planta representa em escala reduzida.
A locação das cavas de fundação e a consequente escavação constitui o início
da obra.
Os documentos de referência necessários a locação da obra são o projeto da
prefeitura, o levantamento planialtimétrico, o projeto de locação, e o projeto de
fundação. Também é necessário que a obra possua uma cópia da norma do
ministério do trabalho, a NR18 - Condiç.«. ...e meio ambiente do trabalho.
E recomendado o uso de serviços topográficos especializados para o
acompanhamento da locação da obra.
Ainda, para o início do serviço, o terreno deve estar limpo e arrasado até as
cotas definidas para a execução das fundações.
Uteral de mer!ftcia
J J '\
\
l~m
. ~. " Gabamo
~
í.$m ; .
Locação de uma obra
1
Para a execução, definir a referência pela qual será feita a locação, por exemplo, uma
lateral alinhada do terreno. Solicitar ao topógrafo a conferência de eixos e divisas da
obra. No caso do USÇ) de estacas, não adianta locar as paredes antes (ou em conjunto),
pois o equipamento pesado desmancharia a locação das paredes; portanto, locam-se
primeiro as estacas.
Definida a referência, executar ou marcar o gabarito, que é uma circunscrição
da edificação. A marcação do gabarito, permite a fixação de um sistema de
eixos ortogonais.
A locação de fundações e paredes é realizada a partir da escolha da origem para
o sistema de coordenadas ortogonais. Para locação dos pontos de fundações é
extremamente importante a obediência ao projeto de locação e cargas das
fundações, que é fornecido pela empresa responsável pelo projeto de fundação.
Neste caso, a origem do sistema de coordenadas ortogonais já é indicada em
planta; as cotas devem. ser medidas e marcadas de forma acumulada, a fim de
minimizar a possibilidade de propagação de erros.
Para se realizar o gabarito podem ser utilizados, na prática., o método dos
cavaletes ou o método da tábua corrida, sendo este último mais empregado.
2.1 . Método dos Cavaletes
Este método (ver figura) utiliza-se de linhas unidas por pregos fixados em
diversos cavaletes montados ao redor da área a ser construída.
Método dos cavaletes
8
o processo dos cavaletes possui uma grande deficiência, que é a fragilidade dos
cavaletes que podem ser facilmente deslocados por uma máquina que esbarre
nele, ou até mesmo operários que se apoiem neles. Estes movimentos nos
cavaletes, obviamente, trazem prejuízo para a locação exata dos pontos.
2.2. Método da Tábua Corrida
Este consiste em cravar estacas ao longo do terreno distanciadas entre si
aproximadamente de 1,00 a 1,50 m (conforme figura). Ligadas a essas estacas,
são colocadas tábuas ou sarrafos, de forma que no final tenha-se um retângulo
em tomo de todo o terreno.
Estes sarrafos devem ser fixados em nível e formando um ângulo de 900 nos
vértices dos triângulos. Estas condições são satisfatoriamente garantidas se:
- o terreno foi aterrado e nivelado;
- utilização de um teodolito para obter o nível e o esquadro desejados;
- utilização do método do triângulo retângulo para se obter o ângulo de 90°.
Método da tábua corrida
Muitas vezes nau há um teodolito disponível e portanto é necessário o e.nprego
de outros métodos para se obter o nivelamento dos sarrafos e cavaletes dentro
9
de um canteiro de obras. São utilizados em geral a mangueira de nível (Y2") ou o nível
de pedreiro (bolha de ar).
Este método elimina-a deficiência que pode advir do método dos cavaletes, já que "a
tábua corrida" é muito mais rígida que um cavalete isolado.
Os pontos onde as linhas se interceptam determinam o local de cravação da estaca;
como estes pontos posicionam-se muitas vezes acima do nível do terreno, o uso de um
prumo é importante para que não se perca precisão.
- - - .-.
Para a locação das paredes podem-se utilizar os processos anteriormente descritos,
sendo que estas podem se realizar pelo eixo ou pelas faces. A vantagem da marcação
por eixos é diminuir a chance de erro do pedreiro que executará a tarefa, já que tendo
a linha passando pelo eixo da parede ele colocará o tijolo ou bloco metade para cada
lado e na marcação por faces ele pode se confundir sobre para qual lado é a parede
(neste caso deve-se esticar as linhas em ambas as faces da parede).
Ressalta-se que a etapa de locação de fundações e paredes é essencial para que a
construção de uma obra transcorra sem problemas, principalmente quando no
levantamento da estrutura. A locação deve ser supervisionada pelo engenheiro
responsável, pois uma locação imprecisa pode trazer graves riscos para a segurança e
desagradáveis problemas estéticos em uma obra.
Quanto a composição de preço do serviço de locação para orçamento, a TCPO - 10
(1998) indica 'Locação de obra: execução de gabarito. (Unid. m2):
• tábua de pinho i"x 9" - 0,09 m2
• pontalete de pinho - 0,04 m
• prego - 0,012 kg
• arame galvanizado - 0,02 kg
• carpinteiro - 0, 13 h
• servente - 0, 13 h
OBS: - deverá ser acrescido o valor referente as leis sociais na mão de obra na composição acima
3. Canteiro de Obras
Para se ter um bom canteiro de obras são necessários organização, infra-estrutura e
segurança, tanto dos funcionários como dos materiais.
3.1 Tapume
o tapume é importante já que tem como principais finalidades a proteção da obra
contra furtos, bem como a proteção dos transeuntes que passam nas proximidades da
obra. Além disto, serve como divulgação da empresa que executa a obra.
Esta proteção do canteiro é construída, de uma forma geral, com estruturas rígidas
constituídas com chapas de compensado e fixadas com pontaletes de madeira. Também
tem sido empregado em grandes canteiros racionalizados perfis triangulares de
concreto que funcionam como pontaletes ou painéis, apresentando a vantagem de
reutilização e maior durabilidade, comparativamente ao de madeira.
10
3.2 Portaria
A portaria tem como finalidade a realização do controle de entrada e saída de
pessoas e dos bens materiais do canteiro.
Esta deve ser instalada em local próximo à entrada da obra e, se possível,
próxima ao vestiário e ao departamento de reCUISOf umanos, devendo possuir
um relógio de ponto, banco para o vigia e cobern; para maior segurança da
obra.
3.3 Barracão
o barracãode uma obra deve conter, no mínimo, um escritório de engenharia.,
uma sala para o mestre de obra., uma área reservada para o setor de pessoal,
. banheiro coletivo, cantina e vestiário, com áreas com boa iluminação e
ventilação.
Algumas vezes não é possível ter na obra um barracão que comporte toda esta
estrutura, devido ao pouco espaço dentro do canteiro, porém é importante a
locação do escritório de engenharia em um ponto estratégico no canteiro.
3.4 Instalações de Água e Energia
o abastecimento de água de uma obra deve seguir as prescrições e exigências
do município, por meio das concessionárias locais. Este, além de fornecer água
em todos os pontos previstos, deve possuir um reservatório em LU~ condições,
a fim garantir uma quantidade razoável de água para a preparação do concreto e
argamassas.
As instalações provisórias de energia são importantes, pois permitem o
funcionamento dos equipamentos e da iluminação nas dependências da mesma.
Para se obter uma instalação provisória de energia em uma obra, deve-se
solicitar uma ligação provisória de energia junto ao órgão responsável
(concessionária local).
3.5 Almoxarifado
o almoxarifado de um canteiro de obras é o local onde são armazenados e
controlados todos os materiais e ferramentas utilizados na obra.
Para a escolha do local para a implantação do almoxarifado em um canteiro de
obras, deve-se procurar minimizar as distâncias entre as unidades da obra. O
almvAôúfdÜU deve ser limpo e os materiais e íe.ramentas divididos por uso,
para facilitar e otimizar seu funcionamento.
11
Os . materiais devem ser estocados em prateleiras., e aqueles que forem
depositados no chão devem ser prot-egidos contra a umidade do solo, através de
um estrado de madeira.
3.6 - Carpintaria
Tem como função o corte e a montagem dos painéis e formas para as estruturas
de concreto. Deve-se respeitar as suas dimensões mínimas de 6 metros de
comprimento por 3 metros de largura.
A carpintaria deve, ainda, possuir bancadas de aproximadamente 5,5 metros.
gabaritadas com sarrafos, mesa com serra circular com coifa em galpão coberto.
As madeiras devem ser cobertas. principalmente, se a central for desabrigada.
Finalmente, como a preocupação com a segurança e qualidade do ambiente de
trabalho, é muito importante que esta tenha um extintor de incêndio e os
funcionários trabalhem com máscaras.
3.7- Local para Preparo Armadura
As funções deste são o dobramento, o corte e a montagem das armaduras para a
estrutura de concreto armado. O local deve ter no mínimo quinze metros de
comprimento por um metro de largura.
Além disso, deve-se tomar o cuidado de classificar a armadura por bitola e
separá-las por meio de estacas de madeira, assim como prever mesas para
marcação e cortes com pinos para dobramento dos ferros.
Mais uma vez a segurança do funcionário deve ser lembrada, desta forma o
mesmo não deve trabalhar sem luvas e capacetes.
3.8 - Cimento
o cimento é um dos materiais mais utilizados em uma obra, logo sua
armazenagem é de grande importância no canteiro. O depósito de guarda do
cimento deve ser coberto, e o empilhamento deve ser de no máximo 10' sacos,
por um prazo que não deve passar de 15 a 20 dias.
Além disso, o depósito deve possuir um estrado de madeira para proteger o
cimento da umidade do solo. Quanto a localização do depósito, este deve se
encontrar em ponto estratégico a fim de otimizar o tempo e o percurso do
transporte, por se tratar de um material de uso contínuo.
12
3.9 c Madeiras
As madeiras devem ser abrigadas das intempéries ou da umidade do. solo, em
especial as destinadas à acabamento e estrutura de telhados. Deve-se prever
ventilação adequada, evitando apodrecimento. O apoio interme .io para' as
peças de maior comprimento se tornam necessárias com a finalida de evitar o
empenamento dessas peças.
\
--..,
3.10 - Betoneiras
As betoneiras tem como funções a mistura de argamassas concreto no
canteiro, portanto devem ficar em local próximo aos agregado. e ao cimento.
Para facilitar ainda mais suas utilização, deve-se otimizar O percurso da massa
de concreto ou de argamassa da betoneira até o ponto de utilização.
i\
3.11·- Aspectos de Segurança
A segurança nos canteiros de obras têm sido bastante discutidas atualmente e
pode-se dizer que houve ganho no sentido da maior fiscalização e uso de
equipamentos. Ela diz respeito à segurança da própria obra e dos operários.
Devem ser tomadas as seguintes providências:
• fechamento dos poços de elevadores para isolamento da área contra
queda de material ou de pessoas;
• produção de um corrimão provisório na escada para maior segurança
visitantes e trabalhadores;
• confecção de guarda-corpo provisório;
• bandejas de proteção na fachada do edifício:
• passarelas de proteção;
• fechamento da torre do guincho com tela em arame galvanizado.
• uso protetor facial pelos operários para serra circular;
• óculos de proteção;
.. par de luva; .,
• bota de 'couro na numeração adequada;
• cinto de segurança;
• botas de borracha de cano longo;
• protetores auriculares;
• capacetes de proteção.
3.12 - Entulho gerado
Quanto maior o desperdício e/ou a perda úe materiais em um canteiro .:!.;; obras,
maior é o volume de entulho gerado no mesmo. Em geral as observações sobre
13
o entulho em uma obra apontam para o prejuízo em sua produtividade, trazendo
portanto, prejuízo às empresas construtoras.
o entulho causa desconforto e dificulta o transporte de materiais dentro do
canteiro. Uma das soluções para o entulho da construção civil é. a sua
reciclagem, que atualmente já é uma realidade em diversos países europeus,
como Holanda, Inglaterra e Alemanha. No B~ o assunto vem sendo
amplamente discutido em universidades e já vem sendo utilizado em várias
empresas, principalmente no estado de São Paulo, Minas Gerais e Distrito
Federal. Em anexo são dados mais detalhes sobre o entulho da construção civil,
4. FUNDAÇÕES
Fundação é a parte da estrutura encarregada de transferir as cargas da
edificação para o solo sob a mesma.
A escolha da fundação depende do tipo de solo onde está o lote a ser
construído. Uma sondagem permite saber qual é a fundação mais indicada. Em
obras de menor porte, onde não se justifica a execução de sondagens, deve-se
consultar a vizinhança para obter informações sobre as fundações das
edificações próximas.
Se o solo apresentar boa capacidade suporte até 60 em de profundidade, a
fundação pode ser do tipo direta ou superficial. Se, por outro lado, o solo for
bom somente a mais de 1,00 m de profundidade, a fundação pode ser do tipo
indireta ou profunda
.A seguir apresentam-se alguns tipos de fundações mais utilizadas em
construções convencionais.
4.1 - Fundações Diretas ou Superficiais
Dizemos que uma fundação é direta ou superficial quando as cargas da
superestrutura são transmitidas ao solo nas primeiras camadas, por meio de uma
placa denominada por sapata. . .'. . . .'
Do ponto de vista técnico devemos assentar uma sapata em uma camada onde a
resistência do solo seja suficiente, por exemplo, quando o número de golpes
resultar maior ou igual a 8,0 In, e a profundidade máxima de 2,0 m (para que a
escavação não se tome um volume tão grande que faça com que a fundação
direta seja anti-econômica).
14
4.1.1 ~Sapata Corrida
É uma placa (de concreto armado, em geraI) em que uma das
(comprimento) é bem maior que a outra (largura). A sapata corrida é utili
as cargas a serem transmitidas ao solo são distribuídas ao longo de
proveniente por exemplo, de paredes portantes (ou resistentes), não hav-
estrutura com carga concentrada a ser transmitida para a fundação.
Na grande maioria dos casos, devido à acomodação do solo (compactaçí
do tempo, é associada à sapata corrida uma cinta de concreto armado, urr
larga que as paredes, a fim de se evitar trincas que podem surgir
decorrentes de pequenos recalquesque podem ocorrer no solo.
As sapatas corridas podem ser de concreto armado, pedra ou até mesmo de tijolos
(antigamente muito utilizada). Para fins de economia, no caso da sapata de concreto
armado, podem ser utilizadas alvenarias de embasamento de tijolos maciços ou blocos
de concreto (este último mais utilizado atualmente).
,'"'
imensões
.) longo.
..ICO mais
, paredes
,______
Embora empregada muitas vezes de forma empírica, é possível executar o seu cálculo;
CARDÃO (1983) apresenta exemplo de cálculo de sapata corrida.
a) sapata corrida concreto armado e alvenaria embasamento de tijolos maciços
É composta de uma placa de concreto armado e alvenaria de embasamento de tijolos
maciços, sendo que para alvenarias de ~ vez emprega-Se um tijolo para o
embasamento, e para alvenarias de uma (1) vez um tijolo e meio para o embasamento.
Sapata concreto armado e alvenaria embasamento de tijolos maciços
Em seguida ao embasamento, executa-se a cinta de amarração com tijolos maciços
assentados à espelho ou tábuas de madeira. E por fim, executa-se a impermeabilização,
no respaldo da cinta de amarração, com argamassa de cimento, areia e aditivo
impermeabü..izante, dosado de acordo com o fabricante. Sobre a cinta de
impermeabilízaçao deverá ser realizada, ainda, pintura a base de emulsão asfáltica,
visando corrigir falhas que possam ocorrer na execução da cinta
IS
b) sapata corrida de concreto armado e embasamento de blocos de concreto
Hoje é frequente o uso do embasamento de blocos de concreto (ao invés de tijolos).
Após escavação do solo e concretagem da sapata, procede-se à elevação do
embasamento. Para a cinta de amarração recomenda-se o uso da canaleta de concreto.
Sapata de concreto armado com embasamento de blocos de concreto
b) Sapata de concreto armado
Quando for conveniente, em geral quando se tem solo resistente logo na superfície, a
saoata de concreto armado poderá ser utilizada. Neste caso pode-se executar o
~;creto da sapata com aditivo impermeabilizante.
"'ft~~-CONCRETD
.~~~~~~~~~~~~~~~~~~::~
Sapata de concreto armado
d) outros tipos de sapata
"
Se o terreno for arenoso ou pantanoso, deve-se executar a sapata com pedra bruta
(granito) O tijolo e o concreto não são indicados neste caso. Procede-se à elevação do
embasamento com pedra sem argamassa até acima do nível d'água. Deste ponto para
cima, as pedras serão assentadas com argamassa de cimento e areia (1:3). A seguir,
executam-se a cinta de amarração e a cinta de impermeabilização.
16
4.1..2 - Sapata Isolada
Pode ser denominada como uma placa em que suas dimensões apresentam a mesma
ordem de grandeza.
•
COR T E TIPICO
Sapata isolada de concreto armado
A sapata isolada é utilizada em geral quando a estrutura da edificação descarrega em
pontos isolados ou por meio de cargas concentradas, como é o caso de estruturas de
concreto armado constituída por vigas e pilares.
A área da sapata em planta será dimensionada conforme a carga a ser transmitida e' a
capacidade de carga do solo onde será implantada. Sapatas isoladas podem ser
quadradas, retangulares ou circulares.
Este tipo de fundaeão, eomo outrM qUI! apresentam pilares, possuem uma
particularidade: algumas vezes o pilar tem uma das dimensões maior que o fuste, o que
torna necessário o uso de blocos de transição (blocos de coroamento) entre o pilar e
fundação.
4.1.3.- Radiers
Radier pode ser considerado como uma fundação única, que distribui as cargas da
edificação de forma uniforme sabre a superficie do solo.' É uma forma de fundação
bastante econômica e de fácil execução. Porém, não é um tipo de fundação muito
utilizada por não se conhecer a fundo seu comportamento para os diversos tipos de
carregamento. Grosseiramente falando, o radier é como uma laje maciça sob a
construção.
4.2 - Fundações Indiretas ou Profundas
Estas fundações são normalmente utilizadas Quando (l'\ cargas a serem transferidas são
bastante grandes ou quando o solo apresenta resistências adequadas apenas a
profundidades maiores. A seguir alguns exemplos destas fundações.
17
4.2.1 - Brocas
É utilizada em terreno firme situado até 6,0 m, de boa coesão e pouca água. É uma
solução de fundação econômica, recomendada para pequenas e médias edificações, É
executada na maioria das vezes manualmente com o auxilio de um. trado rotativo
espiral.
Sua capacidade depende- de seu diâmetro (exemplo: broca não armada de 25 em de
diâmetro para carga de 8 t), sendo que é proibido o uso de brocas abaixo do nível do
lençol freático.
Para a sua execução são necessários os serviços de perfuração, concretagem (concreto
apiloado, executado cuidadosamnete para não haver segregação ou desalinhamento do
fuste). Possui na maioria das vezes armadura somente de espera (na cabeça do fuste),
podendo também apresentar amadura longitudinal (ao longo de todo o fuste).
profundidade média das brocas varia em tomo de 2,00 m e o espaçamemo entre as
mesmas de aproximadamente 2,20 In, ou no caso de uma edificação com estrutura
convencional, deve-se prever brocas nos pontos dos pilares.
Broca de concreto para edificações
Como exemplo a TCPO - 10 (1998) apresenta a seguinte composição e consumos do
serviço referente a broca de 20 em de diâmetro, executada com concreto tipo C, fck
13,5 MPa e 20 kg de aço/m3 (Unid - m):
• consumo concreto - 0,0314 m3
• perfuração - 1,00 kg
• armadura CA-25 - 0,63 kg
18
a) Estacas Moldadas in Loco
São estacas que através de certos equipamentos são executadas no próprio local da
obra. Dentre as estacas moldadas in loco, citam-se as estacas do tipo Strauss e as
estacas do tipo Franky.
Para a execução da estaca Strauss é necessário enterrar um tubo (que serve também de
molde para a concretagem) com diâmetro correspondente ao da estaca. Atingida a cota
necessária, enche-se o tubo com cerca de 75 em de concreto, e retira-se o tubo no
trecho concretado, procedendo-se da mesma maneira nas camadas superiores.
Quanto a estaca Franky, esta possui a base alargada e é caracterizada pelo processo
patenteado de enterrar o tubo no solo, sendo que o tubo pode neste caso ser perdido
ou recuperável.
Como principais vantagens no uso das estacas moldadas in loco, pode-se citar a
economia, e como desvantagens a qualidade do concreto, já que pode haver
possibilidade de segregação ocasionando problemas de descontinuidade do fuste.
b) Estacas Pré-moldadas
São estacas cravadas com grande energia através de bate-estacas. Podem ser de
madeira, metálica ou de concreto, sendo esta última mais utilizada.
As estacas de madeira são utilizadas em geral em terrenos alagados ou obras
provisórias, devendo ser tratadas para este fim. Apresentam como principais vantagens
economia, facilidade de corte e emendas e boa durabilidade quando permanentemente
submersa, sendo proibitivo o seu uso em locais onde haja variação do nível do lençol
freático).
-f- .1\ . L L+'w . 'i'~;I I· . ,I '. .
i .r
-. ffi-. . . ,':"\,'-r' '-..pl
'-.C O'R T E Estacas de concreto
19
4.2.3 - Tubulões
Fundação profunda executada manual ou mecânicamente, normalmente utilizada para
ed.ificios que possuem grandes cargas.
Quanto ao tipo de execução, o tubulão pode ser à céu aberto ~ll.p~~~, sendo o
primeiro tipo mais comum.
o tubulão é composto por uma parte mais estreita, denominada de fuste e outra parte
alargada, denominada de base.
Quando a escavação do tubulão for manual, o diâmetro necessário para possibilitar
segurança ao operador deverá ter no mínimo 70cm..
Caso a escavação do tubulão seja feita mecanicamente, os últimos O,SOmdeverão ser
escavados e abertos manualmente, inclusive o alargamento da base (quando
necessário), a fim de evitar-se a destruição da estrutura do terreno.
-,
~./ BASE,
!LAstaO DE COOCftEIQ
Tubulão de concreto
20
Deverá o construtor prever adequada proteção junto aos fustes, de modo a
. impedira entrada em seu interior de materiais estranhos.
Ainda, antes da concretagem deverá ser feita uma nova inspeção no tubulão,
devendo-se conferir as dimensões, qualidades e .características do solo,
procedendo-se à limpeza do fundo da base com remoção da camada
eventualmente amolecida pela exposição ao tempo ou por água de infiltração.
Quando previstas cotas variáveis de assentamento entre tubulões próximos, a
execução deverá ser iniciada pelos tubulões mais profundos, passando-se a
seguir para os mais rasos.
Não será permitido trabalho simultâneo em bases alargadas de tubulões
adjacentes, tanto em relação a escavação quanto à concretagem.
,u'- JMPERMEABnJZAçÃO DO RESPALDO DE FUNDAÇÕES
Após a execução da fundação e antes do início do levantamento de alvenarias,
observar que as bases do pavimento térreo, em contato com a fundação, ou o respaldo
da fiwóaçãQ, deverão ser impermeabillzadas com argamassa impermeável e pintura
com emulsão asfáltica.
Recomenda-se para a argamassa o traço 1:3 (cimento e areia, em volume), dosada com
um impermeabilizante à base de ácidos graxos, sendo o impermeabilizante dissolvido
na água de amassamento da argamassa; o consumo deste último deverá ser indicado
pelo fabricante.
Antes da aplicação do impermeabilizante, molhar o respaldo e as laterais da fundação
para limpeza de poeira. A execução da impermeabilização deve ser feita com cuidado
para que não hajam interrupções, evitando descontinuidades que podem ocasionar
pro blemas futuros.
A espessura deve ser de 1,0 a 1,5 em, e deve-se ainda efetuar dobras para cobrir as
laterais da fundação, com cerca de 10 em de largura. A camada de argamassa deve ser
apenas desempenada, para que a superficie seja semi-áspera, e após sua: secagem
deverá ser aplicada três demãos de emulsão asfáltica, iniciando-se, após 24 horas, a
construção da parede propriamente dita.
As duas primeiras fíadas de blocos sobre a fundação, pelo menos, devem ser
assentadas com argamassa impermeabilizante. A alvenaria ainda deverá receber
revestimento com a mesma argamassa até 60 em de altura com relação ao piso externo
e 15 em com relação ao piso interno.
21
~:vI-SI1M"l'II1)
/nnl'ISO
Impermeabilização respaldo fundação para íníete do levantamento da alvenaria
5. TÉCNICAS DE EXECUÇÃO ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO-
A boa execução das estruturas de concreto de uma edificação depende de
muitos fatores, como materiais empregados, controle de qualidade dos projetos
e da execução, qualificação da mão-de-obra empregada, etc.
S.l - Formas e escoramento
Para a execução das formas é necessário que se providencie, na obra, os
projetos de arqu' .a, projeto estrutural completo com detalhamento das
passagens para instalações e projeto de fôrmas (este último utilizado somente
em obras e/ou edifícios de grande porte).
A garantia de que uma estrutura seja executada de forma fiel ao projeto
depende da precisão das formas das peças estruturais referentes aos pilares,
vigas e lajes.
As madeiras utilizadas nas formas da estrutura deverão ser de preferência,
aparelhadas, com precisão de bitolamento. No caso de estruturas de concreto
armado aparente, deverão ser utilizadas chapas 'de madeira compensadas e
resinadas, ou formas de chapas metálicas, para melhor acabamento.
As formas deverão ser projetadas para reutilização, sendo que as formas
metálicas, naturalmente, possuem uma vida útil maior que as de madeira,
porém, apresentam um custo (das chapas) também maior, justificando o seu uso
em obras padrão, onde há repetitividade nos elementos estruturais a serem
executados.
22
Deverá ser efetuada a limpeza das formas (interna) antes da coucretagem, bem
como a molhagem das mesmas, até a saturação, para que não absorvam água
necessária a pega do cimento.
Quanto a retirada das formas, deverão ser obedecidos as ordens í ')S prazos
estipulados no artigo 71 da Norma Brasileira NB-l.
Prazo de Retirada de formas em função do tipo de elerrent,
e do cimento utilizado
---._. -
PRAZO DE RETIRADA X MAT~"E'.L .lJZADO
LOCALAFUCAÇÃOFO~~ CIMENTO PORTLAND CCM1..~ CIMENTO DE ALTA
RESISTt"iCA INICIAL
Paredes, pilares e fuces laterais de 3 dias 2 dias
~
vigas
Lajes de até 10 em de espessura I 7 dias I 3 dias
Lajes de mais de 10 em de
espessura e faces inferiores de
vigas de até 10 m de vão 21dW 7dW
Arcos e faces inferiores de vigas
de mais de 10 m de vão
-
28 dias 10 dias
5.1.1 - Pilares
Nas formas de pilares deve ser previsto travamento nas duas direções a fim. de
se evitar flambagem dos mesmos no momento do lançamento do concreto.
"
A locação das formas dos pilares deve ser realizada com extrema exatidão,
evitando excentricidades excessivas. Para tal é necessário que as cotas estejam
legíveis, sendo que quando isto não mais ocorrer, devido ao desgaste dos
projetos durante. o uso no canteiro, deverão ser solicitadas ~utros projetos.
Quando o pilar tiver mais de 2,50 m de altura, deverá ser prevista janela para
inspeção e limpeza antes da concretagem.
A operação de desforma deverá ser feita de maneira bastante cuidadosa, por
operários experientes, objetivando o reaproveitamento das formas.
Em geral as formas de pilares constituem-se por painéis verticais de tábuas de
:,~ "-'iÍl ~ç espessura e gravatas, que unem os painéis. Em geral, as gravatas são
feitas de caibros de 2,5 em x 10,0 em.
23
E conveniente, ainda, fazer um reforço nas formas, em geral realizado por meio
do emprego de tirantes rosqueados e montados dentro de tubos plásticos, para
finalidade de reaproveitamento.
Vista lateral
Fôrma p:lr:l pilar "'//m
Cint~s
Fôrmas em tábuas 1"
c
ou
gravates
Cintas com sobras
de madeira, cada
O,SO
Corte
Fôrma p:lr:l pibr
Portinhola
Fom e travamento de Pilar
5.1 ..2 - Vigas
Para as formas de vigas, deve-se utilizar escoras com espaçamentos máximos
de 0,80 m, para impedir a flambagem da madeira quando adicionado o peso do
concreto. Estes espaçamentos não devem, ainda., ser inferiores a 0,50 m por
motivos de ordem econômica.
As fôrmas de vigas são constituídas por dois painéis de face da viga e um
painel de fundo, interligados por meio de gravatas.
Em geral as formas das lajes são diretamente ligadas as fôrmas das vigas.
Deve-se tomar cuidados nos apoios do terreno a fim de evitar recalques. bem
como prever cunhas nos pés dos pontaletes para permitir uma desforma mais
adequada.
As observações feitas quanto :~~juntas das formas dos pilares também devem
ser C:f>g'_lidasno caso de 'vigas.
------,
--..,
Forma de Vigas
5.1.3 - Lajes
Quanto as formas para lajes. estas são. em geral. de madeira, constituída de
assoalho de tábuas de 1" x 12", apoiados sobre trama de pontaletes horizontais.
o escoramento pode ser de madeira. utilizando pontalete \ ertical de 3"x 3" ou
metálico. sendo este ultimo bastante utilizado hoje em obras mais
raci-nalizadas e/ou de maior porte, constituídos por quadros metálicos com
tcl...>leiegulável e pino de travamento.
Assoalho de tábuas 1"x 12".
! --:I'ont:lidc transversal 3"x 3'-r; I
-J Pontalete vertlcal J''x 3"dJ
0,90 a 1,00 m
Forma e escoramento de madeira para laje maciça
25
--.._
Pino de travamento
Escoramento metálico para laje maciça
.."" 5.2 - Armadura
o preparo das armaduras para uma boa _.",-:cuçàona estrutura de concreto
armado requer o cumprimento de várias etapas, as quais são suscintamente
descritas a seguir.
Para estruturas de grande porte, é importante o controle do recebimento das
barras de aço, que em geral é realizado através de ensaios de tração em
amostras em cada lote. As barras de aço, antes de serem montadas, devem ser
limpas. retirando-se as camadas de ferrugem e qualquer outra substância que
prejudique a adêrencia do aço ao concreto.
Na montagem das armaduras as emendas realizadas por trespasse devem ser
feitas rigorosamente conforme detalhado em projeto.Quando as emendas não
são detalhadas, estas deverão ser realizadas em pontos onde os esforços de
tração sejam menores. Deverão ainda ser observados a distribuição. o
cobrimento e o espaçamento das barras e a ancoragem. O cobrimento é
garantido por meio do uso de espaçadores, sendo hoje bastante utilizado o
espaçador de plástico.
26
Espaçador de plástico para armadura de laje
5.3 - Instalações hidrosanitárias e elétricas nas formas
Na tentativa de maior racionalização na quebra da laje para passagem de
tubulações. as caixas de passagem deverão ser deixadas antes da concretagem.
Passagem de tubulação elétrica na laje
27
5.4 - Concretagem
5.4.1 - Preparo do Concreto
O preparo do concreto varia conforme o tipo ou o porte da obra. Em obras
pequenas o concreto é preparado em betoneiras e sem .controle tecnológico.
Para se contornar a falta do controle tecnológico neste caso, é importante que
alguns cuidados sejam tomados no que diz respeito aos materiais empregados
na preparo do concreto. Já em obras de grande porte o concreto é preparado em
betoneiras ou central de concreto no canteiro, ambos com controle tecnológico.
É comum., quando se tem prazos curtos para a execução da obra, ou quando não
se tem espaço apropriado em canteiro, em obras de portes variados, o concreto
ser fornecido por concreteiras, em caminhões betoneiras. Ressalta-se que neste
caso o seu recebimento deve ser acompanhado por engenheiro da obra;
5.4.2 - Lançamento do Concreto
Antes do lançamento do concreto, o. engenheiro responsável deve verificar as
formas. quanto aos aspectos referentes a limpeza... bem proceder a verificação
das mesmas quanto a conformidade com o projeto (dimensões e locações) -Ó,
Serào também verificados se o concreto apresenta as especificações desejadas.
tais como abatimento, fluidez e outras.
-'1 As armaduras devem ser conferidas quanto as suas p '.~oes e quantidades em
toda os elementos da estrutura, inclusive na posição dos estribos. Estas
verificações devem, se possível, ser realizadas no dia anterior ao da
concretagem, principalmente se esta for com caminhões betoneira.
O lançamento do concreto deverá ser feito logo após o amassamento, pois o
, mesmo não. pode ser lançado já com a pega iniciada. A altura de ,lançamento
deve ser limitada para evitar segregações e incorporação de ar na peça. No caso
de pilares, conforme já comentado anteriormente. deve-se utilizar janelas
intermediárias.
Mesmo utilizando-se estas técnicas de lançamento, o concreto pode sofrer
desagregação e trazer problemas para a estrutura, portanto é necessário que o
concreto seja adensado enquanto for lançado. Para o adensamento são
utilizados equipamentos adequados, tais como o vibrador e o soquete. É muito
importante nesta etapa que apenas um funcionário fique encarregado de vibrar
o concreto, pois diferentes energias de vibração e tempos diferentes, podem
comprometer o, bom adensamento do concreto. Deve-se evitar a vibração das
armaduras e no caso do vibrador de imersão, não incliná-lo demasiadamente.
Para vigas e lajes, este tipo de vibrador mostra-se pouco eficiente devido à
28
"\
pequena altura das peças se comparadas com os pilares. podendo-se usar um
soquete comum.
Durante a concretagem e antes da mesma, deve ser previsto passarelas por onde
os funcionários possam transitar sem danificar as armaduras, pri ... ipalmente
nas lajes, evitando que operários caminhem sobre as armações, am ssando os
ferros negativos e trazendo prejuízo ao bom desempenho da estruto:
Quando não for possível o término da concretagem de um elemei o mesmo
dia, é possível terminá-la no outro dia, para tanto será necessário cutar uma
junta de concretagem. A escolha do posicionamento da junte e ser feita
previamente e com a participação do engenheiro responsável. É , ortante que
a junta se situe em seção de esforços menores. Para determinação do ponto
ideal, caso não seja possível uma consulta aos diagramas de esforços do
elemento estrutural, deve-se observar onde há menor taxa de armadura ao longo
da seção.
A junta não deve ser vertical e também não muito inclinada. A preparação da
junta deve ser feita com uma camada de argamassa de cimento e areia no traço
1:1 ou com adesivos adequados, imediatamente antes do reinício da
concretagem.
6. LAJES DE COBERTURA DE CONCRETO ARMADO
6.1 - Funções da laje de cobertura
A pane superior ou cobertura de uma edificação objetiva abrigar esta última das
intempéries, receber águas de chuva, e/ou neve e conduzi-ia para o solo, e
proporcionar isolamento térmico para um conforto no interior da ediricação. As lajes
podem cumprir, também, a função de forro de uma edificação .
.-\5 coberturas planas em concreto ou lajes (amplamente adotadas) e as lajes inclinadas
(em menor número) são utilizadas como elementos estruturais das coberturas.
A estanqueidade de urna laje pode ser obtida por impermeabilização ou por telhados. É
frequente a utilização de apenas uma laje impermeabilizada como cobertura. (sem .
telhas).
Quanto ao caimento, a laje deve ter um caimento mínimo (na prática utiliza-se 1%).
Podem ocorrer problemas em lajes devido a falhas na impermeabilização. Assim, para
se atingir o desempenho desejado, as coberturas planas devem ser submetidas a um
projeto completo de impermeabilização, com previsão de todos os detalhes. Podem ser
adotados como impermeabilizantes rnemoranas de asialto, emulsões ce asfalto, mantas
butilicas, e de termoplásticos, argamassas impermeáveis e rígidas, entre outras.
29
das retrações e outras alterações produzidas pelas variações de temperatura.
Introduziram-se, então, juntas de dilatação que subdividem a estrutura em planos
verticais.
6.2 -Tipos de lajes de concreto armado
As lajes de concreto armado podem ser do tipo moldadas in loco e pré-moldadas.
Quanto à seção transversal, ainda, as lajes podem ser maciças e nervuradas.
6.3 - Lajes maciças
As lajes maciças em geral são lajes moldadas in loco, e não são adequadas para vencer
grandes vãos, ou seja, indica-se o seu uso em vãos menores ou iguais à 7,0 m.
Quanto ao pré-dimensionamento, as lajes são consideradas como armadas em uma só
direção (em geral retangulares) e armadas em cruz (quadradas). As espessuras
mínimas (dmin) exigidas pela norma NB-l são: 7 em (lajes de piso), 5 em (lajes de
forro) e 12 em (cargas móveis, como garagens).
6.4 - Laje nervurada
As lajes nervuradas possuem vazios em relação a maciça, ou nervuras aparentes ou
não. Com relação a armação, pode-se dizer que (ll\ lajes nervuradas são armadas
em uma só direção. Em geral o espaçamento das nervuras é definido também pela
largura de chapas compensadas na sua largura comercial de 1,10 m. São ut;l' das para
vãos maiores que 7 In, com as vantagens sobre as maciças de menor ...onsumo de
concreto, menor peso próprio e menor espessura. Corno desvantagens, apresentam
maior consumo de madeira e maior consumo de mão de obra.
Vista de laje nervurada com utilização de blocos de concreto celular
30
Surgiu inicialmente com o nome de laje tipo caixão perdido (nervuras embutidas), onde
as nervuras eram constituídas por formas de madeira do tipo caixão, mantidas no
interior da laje. É executada primeiro com uma laje de forro (fundo), em cima da qual
se dispõe a forma tipo caixão' e a armadura das nervuras; a seguir são concretadas as
nervuras e a capa, constituindo assim a laje final. Hoje outros materiais tem sido
empregados para enchimento das nervuras neste tipo de laje, sendo que pode-se citar,
dentre outros, o poliestireno expandido e os blocos de concreto celular.
6.5 - Grelhas
A grelha é uma laje nervurada nas duas direções. Seu uso é interessante para grandes
vãos, em geral superiores aos utilizados para as lajes maciças e quando um de seus
vãos não prevalesce em relação ao outro. Antigamente o cálculo da grelha era
considerado complexo, porém hoje este problema é superadodevido a facilidade na
utilização de programas de computador
6.6 - Laje cogumelo
Chama-se laje cogumelo àquela que se apoia diretamente sobre os pilares não
apresentando vigas intermediárias.
6.7 - Lajes Pré-moldadas
As lajes pré-moldadas foram desenvolvidas na Alemanha no século passado, e
apresentam muitas vantagens com relação às lajes maciças, como economia no
consumo de materiais (formas e escore ' .ito) e redução na mão-de-obra devido
à facilidade de execução. Podem ser tipo convencional (a) ou tipo treliça (b)
(de aço eletrosoldado), sendo que ambas são montadas com lajotas cerâmicas.
VIGA NORMAL
a)
CAPEAMENTO (e)
\
b)
VIGOTAS PLAN
CORTE LONGITUDINAL CORTE TRANSVERSAL
Estas lajes são armadas em uma direção. Apesar de serem realmente mais
econômicas no as=ecto mão-de-obra e materiais como madeira e escoras, as
lajes pré-moldar deixam de ser interessantes em edificios altos pela
dificuldade de tr. norte vertical. Deve-se cuidar rara que não hajam acidentes
em obras, cxecut. .o-se passarelas de r': .de . apoiadas sobre as vivotas, para
evitar que os oper ios caminhem sobre as l. '.5 quebrando-as.
31
A armação das vigoras é composta por barras de aço concretadas na pane
inferior da vigota, para combate aos esforços solicitantes, variável conforme o
cálculo, e uma barra de aço na parte superior de caráter apenas construtivo
(combate momentos negativos que surgem no momento do escoramento das
vigotas, durante a concretagem).
As lajotas colocadas entre duas viga tas tem corno função apenas preencher os
vazios e não são consideradas no cálculo as lajes.
o grande ponto fraco das lajes pré-moldadas é o baixo controle tecnológico por
parte de seus fabricantes, tomando-a um produto sem muita credibilidade no
mercado. É necessário a conscientização dos empresários da área, para que se
dediquem à fabricação deste componente, a fIm de que o produto tenha reais
condições de qualidade.
Concreoo 00
~IO
Laje pré-fabricada de concreto armado
E recomendado, ainda. a aplicação de uma contra-flecha nas lajes pré-
fabricadas com vãos maiores que 1.80 com o intuito de minimizar as
Jefonnações verticais que possam ocorrer. A tabela a seguir apresenta
indicações para o número de escoras e para a posição das escoras e contra
flechas. de acordo com o vão da laje.
Tabela de contra flechas para lajes pré-fabricadas
mn.tE&O, CONTRAfUCHA ;
V.l.O ! DE I ESCORA I ESCORAS I
( m J ; ESCO'!US CE-ITI<AL ; LATERAIS.
POSIC..\O DAS ESCORAS -i
E
CONTlV.-fI.EC:~. .
~cm~ e=n~-ilcclla
~ - Em IIivcl ou 1,011
: Até UO
1':'1" 1.80: Ol Em lJiTej I . I.e;:i 1.81.1.00 01 l.Oan x. 'I
• ~.f)[ a J.I.)Oj OI ; Ucm i - I I13.0114.00 02 . l.sem r xi 4.OJ .. ~..5<J I (}-'z I . i I~ e!!J t.=
i -'.S I a 5.00 I (}J :_j a'II 1.Q em
i f.j"o: " II S.Dl .. 6.00 01 BCtt1 :!llem I_
1.5an!WI~a
dapareda
1
Quanto as lajotas (OU blocos) cerâmicas, estas não são levadas em conta no
cálculo da laje, já que desempenham os papéis de preenchimento dos vazios
entre os vigotes e forma para o capeamento. A qualidade destas, porém, é
importante, para conformar a resistência [mal a laje, bem como, resistência
suficiente para garantir o lançamento e o adensamento do concreto sem
prejuízo ou quebras.
Quanto as dimensões dos blocos, a sua largura, denominada por L, determina o
espaçamento entre vigotas ou o inter-eixo, e a espessr+t H (altura) determina o
tipo de laje. As figuras e a tabela abaixo determina, .. o formato dos blocos e as
dimensões usuais dos mesmos.
Bloco I Bloco 2. '
~~"~~'L~(',·I.y:> c
"
Formatos dos blocos cerâmicos
BLOCO L(cml T [J (OIn C (em)
1 2.5 ou 30 I 7008 18. lI) ou 10
:2 2S ou 30 I 10 18.. 190020
J I !~011 ~::: \ 12 l~_ !I) cn':'O ._......i
Dimensões usuais dos blocos cerâmicos
33
7 - ALVENARIA
7.1 - Funções e Desempenho das alvenarias
As edificações são, em geral, dotadas de panos verticais destinados a circunscrever o
espaço interno, assim como a subdividi-lo e organizá-lo HUGON (1980).
Esses panos são denominados por alvenaria., principalmente quando não são
constituídos por caixilhos e vidros. No segundo caso esses panos podem ser
denominados por divisórias.
As alvenarias podem ser portantes ou de vedação, tanto no que diz respeito à
envoltória exterior como em relação às divisórias internas.
Devem possuir características técnicas que satisfaçam aos seus requisitos de utilização,
que são basicamente aqueles mostrados na figura a seguir.
(e-si~\énc:i. IÍ -.
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t.H olOMencii-J··-
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ITI.1nutenção
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latid.1de
IExtltrlur !
Funções de uma alvenaria
A substituição das pesadas alvenarias de antigamente, bem como, o surgimento
da alvenaria de vedação e de alvenarias mais leves tem sido um fato constatado
em nossas cidades modernas.
Observa-se que as alvenarias portantes vem sendo gradativamente substituídas
por alvenarias de vedação sem função estrutural. impondo desta forma a
existência de estruturas de vigas e pilares, sendo o concreto armado o material
mais utilizado para estas.
3-1-
7.2 - Alvenarias porrantes e alvenarias de vedação
Alvenarias Portanres
São aquelas que tem função portante, isto é, suportam além é eu peso
próprio, outras cargas provenientes da cobertura e/ou de outros piso:
Na história da arquitetura das edificações, as paredes de solo comr io (taipa
de pilão), de pedra e de adobe (tijolo sem queima) desempenhara' J papel de
alvenarias portantes. No Brasil, mesmo em lugares onde havi: lominância
de pedras, era comum a utilização da taipa de pilão, técnica mu rilizada por
constituir-se em uma mesclagem da técnica colonizadora portug • .;)<1.
Algumas alvenarias executadas com a tecnologia do solo cimento, tanto como
paredes monolíticas como no emprego de tijolos e blocos também
desempenharam no passado a função de alvenarias portantes. e hoje tem-se
notícia de aplicações frequentes desta tecnologia em edificações de menor
porte.
o tijolo maciço (com queima) também foi muito utilizado até alguns anos atrás.
antes do advento do concreto armado e do surgimento de edifícios em altura.
Hoje, o seu uso se dá mais em edificações de pequeno porte e em serviços
secundários da construção. embora tenham regiões do Brasil que ainda o
utilizam com bastante frequência, corno Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
----o -.-: --~ aw;:r, . C·- ••. ----
Alvenaria portante de tijolos maciços utilizada em residência - Fpolis, se
35
Hoje pode-se dizer que o tipo mais comum. de alvenaria portante é aquela que
utiliza blocos de concreto estruturais, conforme figura a seguir.
,~ ...., .-..
Alvenaria portante de blocos de concreto
A alvenaria armada é uma alvenaria portante ou estrutural" constituída por
blocos de concreto onde são colocadas armaduras no interior dos blocos, e
executado o posterior grauteamento (concreto ou argamassa fluido(a) preparado
com cimento e areia e/ou brita zero), e no Brasil tem sido utilizada em obras
racionalizadas.
Alvenaria estrutural armada
36
Alvenarias de vedação
Como o próprio nome diz, são aquelas que tem apenas a função de vedação, ou
seja, não exercem função estrutural.
Toda alvenaria de vedação necessita de uma estrutura ou um esqueleto que é
quem será o responsável pela estabilidade do conjunto da edificação.
Como exemplos podemos citar a estrutura de madeira.e alvenaria de vedação de
pau a pique (antigamente utilizada em alguns povoados do interior do Brasil),
estrutura metálica e alvenaria de vedação de concreto, e estrutura de concreto
armado e alvenaria de vedação de blocos cerâmicos furados e outros, sendo esta
última hoje a tipologia mais utilizada na consrrução de edificações.
Quanto as alvenarias devedação para divisórias, uma série de novos
componentes tem surgido no mercado da construção tendo em vista a
racionalização da construção por meio do emprego de pré-fabricados, como
painéis de fibro-cimento, painéis de madeira compensada com fórmica. gesso
acanonado. etc.
Alvenaria de vedação
37
7.3 - Interação tijolo argamassa
A alvenaria é um subsistema conformado em obra, constituído por tijolos ou
blocos denominados de componentes, unidos entre si por juntas de argamassa,
formando um conjunto rígido e homogêneo.
As propriedades da alvenaria são, em essência, dependentes das caracteristicas dos
componentes constituintes e da adequada interação tijolo-argamassa.
Esta interação, ou seja, a ação mútua entre os tijolos e as juntas de argamassa é
a responsável pela obtenção de um produto considerado homogêneo, coeso e
monolítico, a partir de produtos isolados. Simplificadamente esta ação é
designada por aderência tijolo-argamassa.
A aderência da argamassa é praticamente mecânica, por ação do encunhamento
da mesma na superficie porosa e irregular do tijolo. O fenômeno de aderência
pode ser assim explicado: quando se coloca a argamassa sobre a superficie
absorvente, pane da água de amassamento (que contém em dissolução. ou em
estado coloidal os componentes do aglomerante) penetra nos poros e canais da
base. No interior destes poros se produzem fenomenos de precipitação de
hidróxido de cálcio ou dos géis de citnento ou de ambos. Com a pega, estes
precipitados intra-capilares exercem uma ação de encunhamento de argamassa
à base conseguindo-se assim a aderência. CE fundamental então que a
argamassa ceda água ao bloco ou tijolo e que a sucção seja contínua).
Os principais fatores que influenciam na aderência tijolo-argamassa são:
• qualidade das argamassas, por exemplo, capacidade de retenção de água;
• qualidade dos blocos, p. ex., velocidade de absorção (sucção inicial); condições da
superfície (partículas soltas, textura, etc);
• qualidade da mão de obra, p. ex., tecnologia de assentamento e preenchimento
completo da junta: intervalo de tempo entre o espalhamento de argamassa e a
colocação do bloco; intervalo de tempo entre a mistura e o uso da argamassa, etc.
7.4 - Tecnologia para o serviço de alvenaria
o operário especializado para serviços de alvenaria é denominado de pedreiro
assentador, pedreiro de alvenaria ou simplesmente pedreiro
A boa técnica consiste em executar a alvenaria como um elemento coeso com
características geométricas bem definidas. Deve-se também proceder à construção de
alvenarias que atendam adequadamente os requisitos exigidos pelas funções que irão
ter e que não venham apresentar patologias no futuro.
38
A boa técnica não pode ser também dissociada dos aspectos econômicos relacionados
com: maximização da produtividade da mão de obra; eliminação de desperdícios de
materiais, otimização do tempo dispendido na execução do serviço, etc.
7.5 - Tijolos e blocos para alvenaria
Os tijolos e blocos podem classificar-se segundo à matéria prima e ao processo
empregado em sua fabricação:
• argila
• concreto
• silico-calcáreo
• solo-cimento
• solo-cal
• vidro
• etc
Quanto aos produtos (tijolos e blocos), atualmente são utilizados, para
alvenaria, no Brasil:
• tijolos maciços
• blocos ceràmicos furados
• blocos de concreto
• blocos sílico-calcáreos
• blocos de concreto celular auto-clavado
• tijolos de solo. cimento
• tijolos de solo cal
• blocos de solo cimento
• tijolos de vidro
7.5.1 - Tijolo maciço
A matéria prima básica empregada no tijolo maciço é a argila.
As dimensões do tijolo maciço devem corresponder a fórmula estabelecida por
FRITCH, que expressa que o comprimento do tijolo deve ser duas vezes a sua
largura mais a espessura de sua junta, e a largura deve ser igual a duas vezes a
sua espessura mais uma junta (1 em) ou:
39
c = 2L + 1 J
L = 2E + 1 J,
Onde:
E - espessura
C - comprimento
L -largura
J - junta Relações dimensões - FRITCH
Antigamente o tijolo maciço era bastante utilizado na execução de alvenarias
portantes, porém hoje em dia com o advento do concreto armado e o largo
emprego de alvenaria de vedação, o seu emprego destina-se me geral a serviços
secundários como demarcação de alvenaria, encunhamentos e outros.
Quanto aos tipos de alvenaria a se executar com o tijolo maciço, tem-se:
alvenaria de ~;Svez;
alvenaria de 1vez;
alvenaria de 1 vez e meia
As figuras a sezuir mostram a alvenaria de Y:! vez e de 1 vez...... ~
Alvenaria de 11: vez
-+0
Alvenaria de 1 vez
7.5.1- Bloco cerâmico furado
Os blocos ceràmicos furados são fabricados com argila e conformados por
extrusão. Possuem ranhuras nas suas faces laterais para obtenção de maior
aderência com a argamassa de assentamento ou revestimento. Estes blocos são
fabricados com dimensões padronizadas (teoricamente)', e tem furos circulares
ou quadrados.
Existem blocos cerâmicos para alvenaria de vedação e para alvenaria auto-
portante, porém os mais utilizados, e que serão vistos neste ítem, são aqueles
que se destinam a alvenarias de vedação.
As propriedades mais importantes dos blocos de vedação, algumas delas
especificadas na NBR 7171 são:
• limites para variação dimensional e empenamento - 3 rnm
• aborção da água - 10 ou 20 %
• resistência a compressão - 1,0 MPa(classe A) e 2,5 MPa (classe B)
Quanto as dimensões, a NBR 8043 estabelece as seguintes dimensões para os blocos
cerâmicos:
\ Em estudo do autor realizado em conjunto com um aluno de iniciação científica constatou-se. até o
momento. para quatro diferentes blocos (provenientes de olarias de MG. GO e Df). que nenhuma das
dimensões (médias) satisfizeram. as normas da N'BR 7171
·H
Dimensõas blocos cerâmicos segundo a NBR 8043
Ident. Comercial blocos Largura (mm) Altura (mm) Comprimento
(mm)
10x20x10 90 190 90
10x20x2O 90 190 190
10x20x30 90 190 290
10x20x40 90 190 390
15x20x10 140 190 90
15x20x20 140 190 190
15x20x30 140 190 290
15x20x40 140 190 390
--------- - -- - ------------
Para se garantir um nível de segurança contra ação de cargas laterais (por
exemplo cargas provenientes da ação do vento ou de impactos 'acidentais), as
dimensões das paredes deverão ser limitadas tanto na direção do seu
comprimento como na direção da sua altura. Esta limitação será imposta por
elementos contraventantes, que são:
• na direção do comprimento da parede: pilares enrijecedores e paredes
transversais:
• na direção da altura da parede: vigas, lajes e cintas de amarração
--o
__.:. ... -r: ,
_'""':.'-_'';_.
'··1
Alvenaria de vedação com elementos contraventantes I estrutura
Em função da largura do bloco cerâmico e da localização da parede do edifício
(paredes internas ou externas ou paredes de fachada), recomenda-se que não sejam
ultrapassados os vaiares indicados na tabela a seguir.
Dimensões máximas recomendadas para paredes de vedaçã .mtre
elementos contraventantes
Largura do bloco
~m)
I Paredes internas I Parede:
i Alt máx Campo Máx i Alt. Máx
achada i
;omp. Máx I
5,00 .
14
i 3,20 6,50 I 2.70
7,00
9
i 4,20 8,50 i 3,70
Conforme visto anteriormente as larguras usuais do bloco cerâmico são 9 e 14
em. Recomenda-se, em alvenarias de vedação de edifícios, a utilização do
bloco de 14 em para paredes externas, e 9 em para interna.. o garantindo um
maior desempenho e/ou qualidade ao edifício, principalmente no que diz
respeito ao conforto térmico. Muitos profissionais da área de engenharia
sempre alegam a lógica do menor custo, porém, o conceito referente ao
"desempenho do edifício hoje torna-se cada vez mais importante, com relação
a outros aspectos de segurança, conforto, durabilidade, etc.
.,
A seguir são apresentadas paredes de blocos cerâmicos do tipo de ~/;vez e de 1
vez.
Alvenarias de vedação de blocos cerâmicos do tipo j';: vez
+3
Alvenaria de vedação de blocos cerâmicosdo tipo 1 vez
7.5~ - Blocos de concreto
São componentes destinados a alvenaria de vedação ou estrutural (autoportante)
constituídos por cimento Portland comum ou de alta resistência, agregados - brita
zero, areia natural ou artificial pó de pedra (opcional), e água.
Se destinados a receber revestimentos, devem ter a superfície suficientemente áspera
para garantir uma. boa aderência.
De' ~.oser observadas as espessuras das paredes que compõem os blocos, pOIS
estando estas fora das especificações sua resistência é comprometida.
Consideram-se como valores de espessura de paredes de blocos concreto:
• vedação - 15 mm
• estrutural- 25 (blocos de 15) e 32 (bloco de 20) rnm
Valores de resistência à compressão de blocos de concreto para
vedação e estrutural estabelecidos. pela NBR 7173/82 e NBR6136/80
•... '. o.,., ,'o. ' ,',' • •
Bloco Rmc (mín) MPa Valor indo R c (mín)
Vedação 2.5 2.0
Estrutural Tipo A 6,0 -
Estrutural Tipo B I 4.5 -
Valores estabelecidos para índice de absorção
I ....... lIma (mín)-% Valor indo Ia %
--,
.olÚ~O
Vedação I 10 15
IEstrutural TiQo A I 10 15
44
Dimensões blocos vazados simples para alvenaria sem função estrutural o NBR.
1173
Designação Largura Altura Comprimento i
Blocos de 20 cm 19 19 39
19 19 29
M-20 19 19 19
19 19 9 !
19 9 19 I
Blocos de 15 em 14 19 39
14 19 34
14 19 29
M-15 14 19 19
Blocos de 10 cm 9 19 39
9 19 29
!
M-10 9 19 19
9 19 14
,
9 19 9
I9 9 19
Existem ainda outros componentes para ser utilizados em conjunto com blocos de
concreto corno blocos tipo canaleta, que podem ser utilizados para cintas de amarração
de fundação e cobertura e blocos tipo jota.
Alvenaria com utilização de blocos de concreto
Conforme visto na figura anterior, a alvenaria de blocos de concreto é bastante
raciona lizada, já que em geral este componente é melhor padronizado quanto as
dimensões. A quantidade de argamassa a ser utilizada nas juntas tarnoem será menor, e
poderá ser feita com a aplicação de bisnaga.
45
7.5. '+ - Blocos de concreto celular
Disponíveis no mercado como blocos estruturais para alvenaria de até dois pavimentos
como blocos de vedação.
São fabricados com concreto leve, autoclavado, e constituídos a partir de uma mistura
de cimento, cal. pó de alumínio, aditivo para expansão e água.
A cura é realizada em auto claves sob vapor saturado, elevadas pressões e
temperaturas.
Proporciona uma alvenaria bastante racionalizada, devido a sua regularidade de
dimensões, eliminação de chapiscos ou rebocos internos, podendo ser aplicado gesso
ou acabamento fino diretamente sobre os mesmos.
Ainda, devido a facilidade de corte (efetuado com serrote para este fim), proporciona
maior facilidade no embutimento de instalações.
Resistência a compressão de 1,5 à 4,5 :MPa
As dimensões usuais são 7..5/10/12115/20 em de espessura, 40 em de largura e 60 em
de comprimento.
Devido as dimensões apresentadas para largura e comprimento, proporciona uma boa
produtividade, apre ando consumos menores por unidade por metro quadrado de
alvenaria.
o seu maior emprego na construção civil é para uso em lajes nervuradas.
Alvenaria de blocos de concreto celular
46
1.5.5 - Blocos sílico-calcáreos
Muito utilizados na Europa desde a década de 50, foram recentemente trazidos ao
Brasil: Podem ser do tipo estrutural ou vedação. São fabricados com uma mistura de
cal e agregado finos, de natureza predominantemente quartzoza.. São endurecidos em
auto-claves a vapor de alta pressão e temperatura. A sua resistência varia de 3,5 à 6,0
MPa para emprego em alvenaria de vedação e 7,5 à 15,0 MPa '~:ml alvenaria
estrutural
Quanto as dimensões, aqueles destinados a vedações apresentam dimensões nominais
de 19 e 39 em de comprimento, 19 em de altura e 9, 14 e 19 em de espessura. Podem
dispensar acabamento ou receber pintura., de acordo com o projeto.
Alvenaria de blocos sílico-calcáreo
7.5. (; - Tijolos e Blocos de solo cimento
Os tijolos e blocos de solo cimento, embora não sejam muito utilizados na prática de
construção civil, hoje vem se tornando alternativas interessantes do ponto de vista
ambiental, e da perspectiva de desenvolvimento auto-sustentável das cidades, já que
não agridem o meio 'ambiente devido a não necessitar de queima no seu processo de
fabricação.
Após pequeno período de cura, adquirem resistência à compressão tanto mais elevada
quanto maior for a quantidade de cimento empregada; esta, no entanto, deve ser
limitada a um teor ótimo que confira ao material curado a necessária qualidade, sem
aumento no custo de fabricação.
Os materiais empregados são solo. cimento e agua.
47
o solo é o componente de maior proporção na mistura, devendo ser selecionado de
acordo com o uso da menor quantidade de cimento possíveL Devem ser evitados solos
que contém matéria orgânica. São utilizadas na fabricação prensas do tipo manuais,
mecânicas ou hidráulicas.
Embora o solo cimento não seja utilizado com frequência, este apresenta algumas
vantagens hoje, dentro de necessidades de desenvolvimento auto-sustentável de nossas
cidades, já que não necessita de queima nos processo de fabricação de tijolos. Várias
pesquisas tem sido realizadas com esta tecnologia no Brasil, sendo que a Universidade
de Brasília - DF (ENe) tem efetuado assistência à Cooperativas e pequenas empresas.
Pátio de estocagem de tijolos de solo-cimento de Cooperativa
Habitacional (COOPERCIM) situada em Samambaia - DF
7.5.6 Outros
tijolos refratários: produtos derivados de cozimento de argilas refratárias a
altas temperaturas; resistem sem se deformarem. a temperaturas de até 1200 "C.
São aplicados em revestimentos de lareiras. fomos, etc.
blocos de vidro: utilizados como vedação. produzidos em vidro incolor,
melhoram a luminosidade do ambiente (p/ aderência da argamassa no
assentamento. é necessário que os mesmos sejam submetidos ao jato de areia);
painéis pré-fabricados: ainda, muitos pré-fabricados tem sido atualmente
utilizados em alvenarias. sendo que podem-se citar, dentre outros: concreto,
argamassa armada, fibra-cimento, madeira compensada e fórmica, gesso
acartonado, etc, a maioria deles para vedação e divisórias internas,
prcporcionando racionalização da obra já que muitos deles requerem apenas
operações de montagem.
7.6 - Etapas/Serviços de uma alvenaria
As alvenarias sãc executadas basicamente em três etapas:
• demarcação;
• elevação e
• encunhamento
Como etat as intermediárias consideram-se os cintamentos e as vergas, li...·
alvenaria : te.
pilar-
7.6.1 - Demarcação da alvenaria
o primeiro passo a ser realizado na execução de alvenarias é a demarcaç,,o. Esta é
feita a partir do projeto de arquitetura, sendo que as espessuras das paredes
constantes nos projetos são obtidas a partir das dimensões do tijolo ou bloco
considerado e do tipo de alvenaria (1/2 vez ou uma vez), somadas com as espessuras
dos revestimentos.
Observa-se crimeiramente o nivelamento do respaldo da fundação, em seguida faz-se
a marcação com giz sobre o respaldo da fundação. Em cima da marcação faz-se a
distribuição dos tijolos ou blocos das duas primeiras fiadas, sem argamassa.
considerando-se a espessura dos revestimentos e as dimensões dos compartimentos,
bem como a marcação dos locais de portas. Procede-se então ao assentamento das
~primeiras fiadas, a partir do assentamento de urna unidade em cada extremidade,
e fio de nylon interligando as duas extremidades, para a assentamento das demais.
Em geral. para a demarcação de alvenaria de blocos cerâmicos e tijolos maciços,
utilizam-se tijolos maciços, sendo que a primeira fiada tem como finalidade a
demarcação e a segunda eventual fixação posterior de rodapés.
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Demarcação (iaalvenaria
49
Para o caso de alvenarias em blocos de concreto e em blocos de concreto celular
costuma-se executar a fiada de marcação diretamente com os blocos de assentamento.
'~<_ I, •
"11, L~n
If.~!
. .::,
.'
:,.'.t-' )
Nivelamento da primeira fiada
7.6.2- Elevação ou levantamento da alvenaria
Após a execução da demarcação da alvenaria, e do assentamento da primeira fiada. a
qual deverá ser nivelada (por exemplo partindo-se de pontos de nível demarcados nos
pilares), conforme figura apresentada no ítem anterior, inicia-se o serviço de elevação
da alvenaria, pelas extremidades, ou encontros com paredes principais ou pilares.
Para o alinhamento vertical, utiliza-se o prumo de pedreiro; no sentido horizontal, para
_a uniformização das alturas ou espessuras das fiadas cabe ao "escantilhão" (ou
pontalete graduado) fazer o papel de guia
Elevação da alvenaria a pi.rtir dos cantos com o uso do escantilhão
50
----.,
\
---,
"\
Para o alinhamento vertical. utiliza-se o prumo de pedreiro; no sentido
horizontal, para a uniformização das alturas ou espessuras das fiadas cabe ao
"escantilhão" (ou pontalete graduado) fazer o papel de guia.
Os cantos são levantados em primeiro lugar (o que denomina-se vulgarme
construção por castelo), porque desta forma o restante :" ... '~rie será e:
sem muitas preocupações de prumo e horizontabilidade ; ... llcé".. A pan
cantos serão erguidas as demais fiadas, com o auxílio de uma lin' 1que r.
guia para os blocos e/ou tijolos.
1
1
A linha pode ser esticada com pregos ou com suportes espec: is de r
projetados para este fim.
a.,
As paredes de maneira geral devem ser construídas perfeitam .:ente vertic...s cu
no prumo. Em uma seção vertical qualquer, se o eixo da parede apresentar um
desvio lateral, diz-se que a parede está fora do prumo, podendo-se medir o
desvio da parede, chamado de desvio de prumo ou perda de prumo (em em), no
sentido horizontaL .
Ainda, as fiadas devem ser assentadas horizontalmente. e pelo menos uma das
faces deve corresponder a um plano perfeito (a linha pertencente a face é urna
reta), e diz-se que a alvenaria apresenta um bom desempeno: quando isto não
acontece. diz-se que a parede está embarrigada.
1.6.3 - Amarração da alvenaria
A sistemática de amarração corresponde a um padrão repetitivo de desencontro
de juntas verticais de maneira a amarrar fiadas sucessivas de tijolos. Tal prática
permite otimizar o monolitismo, a rigidez e a resistência mecâr..ca da parede.
Quando ocorre o desencontro das juntas diz-se que a alvenaria é de junta
amarrada. Quando isto não ocorre diz-se que a alvenaria é de junta a prumo. A
disposição de blocos ou tijolos mais comum é aquela em que o trespasse ou
desencontro das juntas verticais equivale a metade do comprimento do tijolo.
Esta disposição tem a vantagem de não exigir o corte de tijolos em tamanhos
especiais (além eventualmente do meio tijolo). tomando mais racional o
processo construtivo .
s;Antigamente, se utilizava o tijolo maciço em alvenaria de um tijolo (uma vez),
e era Z:eqi.ien:~ C' uso de amarr:->.';'::t) comum ou amarrarão francesa quando se
pretendi; uma economia de tijolos.
.51
]
J I ' .-
........_.&..
LI i 111'. !ID
....... ". "W.!a. _ ~ ~ =-
Amarração comum alvenaria tijolo 1 vez: vista lateral e planta fiadas (n) e (n+1)
Quando se utilizam paredes de Yí meia vez., de tijolos ou de blocos, que é a
maioria dos casos hoje, basta desencontrar as fiadas.
Amarração em alvenarias de blocos de concreto
Ainda. pode-se também utilizar como amarração em cantos e encontros de
paredes pilaretes de concreto, neste caso, estes não tem função estruturaL mas
somente de amarração, sendo válidos quando se tem blocos de comprimento
pequeno que não propiciam uma boa amarração.
7.6.4 - Ligação pilar-alvenaria
A ligação entre paredes e pilar pode ser feita por meio de chapisco ou por meio
de ferro cabelo.
7.6.4.1 - Aplicação de chapisco na superfície de concreto referente ao pilar
Limpar a superficie de concreto, e executar um chapisco, como chapisco rolado
(com rolo para textura acrílica) ou com desempenadeira dentada, com
antecedência de 72 horas.
7.6.4.2 - Chumbamento de ferros-cabelo (esperas)
Marcar as posições indicadas no projeto para a fixação dos ferro-cabelo que,
em geral, são posicionadas de duas em duas fiadas, a partir da segunda fiada.
Os ferros cabelo podem ser montados com barras de aço CA 50, com diàmetro
de 5mm dobrados em forma de U (não é muito conveniente deixar o ferro em
52
'\
--..,
ponta. pois pode ocorrer acidentes com operários i, ou com telas de aço
galvanizado de malha quadrada de 15 x 15 mm e diâmetro do fio 1,4 mm.
No caso do ferro cabelo com barras de aço, deve-se furar previamente o pilar
com furadeira elétrica e broca de diâmetro de 6 mm, e executar o chumbamento
com adesivo à base de resina epoxi.
No caso de telas metálicas, o chumbamento deve ser feito com pinos de aço por
meio de sistemas de fixação à pólvora.
,"""'
Ligação pilar-alvenaria por meio de ferre-cabelo
7.6.5 - Ligação da alvenaria com a laje ou viga superior / encunhamento
A ligação das alvenarias em sua parte superior com a estrutura é realizada
mediante a operação denominada de encunhamento da alvenaria, ou
colocação de cunhas entre a estrutura e a alvenaria.
A execução do encunhamento das alvenarias deve ser efetuada com a
argamassa de assentamento seca (três a sete dias. normalmente).
É firndamental que a estrutura contra a qual se esteja encunhando a alvenaria
tenha sido totalmente solicitada e portanto deformada o que é impossível de se
conseguir. Normalmente recomenda-se. pensando na questão da deformação da
c:::.ilUlLU d. que o encunhamento de Urna alvenaria somente seja feito após o
carregamento da estrutura com a execução da alvenaria correspondente do
andar superior. Recomenda-se ainda, na medida do possíveL que o
53
encunhamento seja feito na sequência dos andares mais altos para os mais
baixos (de cima para baixo) de forma a garantir que os pesos próprios da
alvenaria carreguem a estrutura e não a alvenaria dos andares inferiores.
Para a execução do encunhamento de alvenarias de blocos ou tijolos cerâmicos,
utiliza-se frequentemente tijolos maciços com pontas quebradas em forma de
cunhas aplicados com argamassa de cimento e areia comprimindo-os entre a
alvenaria e a estrutura.
No caso de blocos de concreto, o encunhamento poderá ser feito tanto com
tijolos maciços como com cunhas de concreto pré-moldadas (neste caso as
cunhas são aplicadas com ou sem argamassa, com pressão).
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Encunhamento de alvenaria
Para as alvenarias de bloco de concreto celular, as cunhas podem ser
produzidas a partir do próprio bloco, cortando-se o mesmo com serrote,
diagonalmente.
o encunhamento também pode ser executado com materiais elásticos, como
poliuretano expandido, por exemplo, ou com argamassa com aditivos que a
tomem expansiva (ou menos rigida). Este procedimento é indicado quando se
há suspeita de deformação da estrutura por deflexão ao longo do tempo.
7.6.6 - Vergas e contravergas
Vergas e contravergas são elementos de concreto (semelhantes a cintas de
amarração) utilizados nos vãos de portas e janelas.
Sobre os vãos das portas e janelas devem ser construídas as vergas. Sob os vãos
das janelas devem ser construídas as contra-vergas.
Vergas e contra-vergas executadas em janelas
As vergas sobre o vão tem como fmalidade evitar que as cargas da alvenaria
superior recaiam sobre a esquadria, deformando-a. E as vergas sob o vão tem
como finalidade distribuir as cargas concentradas, uniformemente, pela
alvenaria inferior.
Os problemas que em geral ocorrem .al:a de verga superior, é a deformação
da esquadria, já que a carga da alvenaria incide sobre a mesma: e na falta da
verga inferior, é a fissuração da alvenaria, que ficará sujeita a carga

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