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Ética Ambiental É T I C A E D E O N T O L O G I A N A P R Á T I C A P S I C O L Ó G I C A L I C E N C I AT U R A E M P S I C O L O G I A 11 / 0 5 / 2 0 1 0 Sumário Introdução O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos e Éticos Ética Ambiental segundo a posição antropocêntrica O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista A nova ética da bioesfera A população e a ética da triagem Conclusão Referências Bibliográficas Introdução Ética - o estudo dos juízos de apreciação sobre o comportamento humano, passível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto Tudo aquilo que corresponde ao acto de fazer o que é certo em qualquer situação concreta da vida. (Ferreira, 1986) Introdução A ética ambiental apresenta-se como uma teoria de uma maneira muito mais pontual e específica do que a ética pura e simples. O Homem pode assumir dois papéis distintos na sua relação com o meio natural: Adopta a postura de grande causador de impactos negativos Transforma-se num agente de transformação nas relações entre a humanidade e a natureza, inclusive com responsabilidade de possibilitar a continuidade da vida no planeta. (Ferreira, 1986) Introdução De uma forma simplificada, ética ambiental consiste num conjunto de teorias sobre se as acções humanas para com a natureza são moralmente correctas ou erradas, as quais reconhecem a influência que exercemos sobre a vida dos nossos semelhantes através da nossa relação com o ambiente. Ética Ambiental O nosso compromisso ético deve ser com todos os seres sencientes? Pela protecção do planeta em si por se tratar de um organismo vivo com valor moral em si? É fundamental para a vida humana e sua deterioração terá consequências negativas sobre nossa saúde? Impõe-se uma reflexão acerca do objecto de preocupação ética. Devemos Preocupar-nos com o Ambiente: Oliveira e Palácios (2009) Ética Ambiental Os problemas ambientais tornaram-se uma grande preocupação principalmente nas últimas décadas; As transformações causadas pelo actual modelo de desenvolvimento económico através de produção e consumo crescentes desencadearam grandes transformações nos nichos ecológicos, afectando os ciclos naturais. Esta interferência humana nos sistemas ecológicos gera modificações ambientais, podendo acarretar consequências negativas. (Egri & Pinfield, 1998 cit. por Oliveira & Palácios, 2009) O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos e Éticos Os ganhos obtidos através da destruição de animais e plantas no mundo natural São limitados, são benefícios de curto prazo As consequências para o mundo natural São definitivas Este custo não será suportado apenas pela geração que o provoca, mas por todas as gerações futuras. Com a redução cada vez maior de natureza selvagem, cada pedaço de natureza que restar tornar-se-á cada vez mais importante. (Singer, 1994). Valores Económicos O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos e Éticos Segundo Nalini (2001) é mais económico ser ético. Qual o custo de tratar doenças geradas pela poluição do ar? Quanto custa o tratamento de vítimas de doenças transmitidas pela água poluída? Podemos perceber que o custo dos prejuízos provocados por danos ambientais é muito maior do que o gasto para a preservação destes danos. O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos e Éticos Valores Estéticos Os que valorizam a natureza pela sua extrema beleza e defendem a sua conservação com base neste argumento São muitas vezes desacreditados por usarem argumentos meramente estéticos. No entanto, a verdade é que vivemos numa sociedade em que a destruição de obras de arte de um museu como o Louvre não teria preço. E qual é o valor das obras de arte se não um valor estético? “Coquelicols” de Monet “Story-Night” de Van-Gogh Parque Natural Peneda Gerês Parque Natural do Alvão VS O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos e Éticos Valores Éticos Nós herdamos o mundo natural dos nossos antepassados e é nossa obrigação conservá-lo, para podermos deixá-lo aos nossos descendentes, sob pena de os privarmos desse bem; É verdade que não podemos ter a certeza do valor que as gerações seguintes darão à natureza; Não podemos afirmar que não vão preferir desfrutar de todo o desenvolvimento tecnológico e conforto que a destruição da natureza proporciona. Mas temos responsabilidades para com as gerações futuras, de fazer mais e melhor do que as gerações que nos antecederam. Temos, sobretudo, 2 grandes responsabilidades para com as gerações futuras: Transmitir o apreço pela natureza Depende de nós que as futuras gerações aprendam a apreciar a natureza da mesma forma que nós o fazemos. Dever de a preservarmos para que eles tenham a oportunidade de a apreciar. Se preservarmos o mundo natural Passeio na natureza vs centro comercial Se o destruirmos retiramos-lhes para sempre essa opção (Singer, 1994) O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos e Éticos Ética ambiental Posição Antropocêntrica O antropocentrismo – forma de percepção que considera o homem como fato central ou mais significativo do universo – tem sido considerado por muitos como a causa básica das crises ambiental e social em que vivemos. Geralmente, as posições antropocêntricas acham problemático atribuir como errado um tratamento cruel aos animais não humanos, excepto na medida em que este tratamento pode levar a consequências negativas para os seres humanos . (Bookchin, 1980) A forma como se lida com a natureza no mundo ocidental tem raízes nos povos Hebreu e Grego antigo; Povos cujas tradições consideravam o ser humano o centro do universo moral, e muitas vezes não apenas o centro como a totalidade das características moralmente significativas deste mundo. A história bíblica da criação do mundo descrita no livro do génesis é a prova de como na cultura hebraica, os seres humanos ocupam um lugar muito especial no plano divino “Deus disse «Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.»” Ética ambiental Posição Antropocêntrica (Singer, 1994) A natureza existe para servir os seres humanos e não deve existir nenhum problema em destrui-la em seu benefício. A superioridade dos seres humanos foi-lhes concedida por Deus que deixou claro na sua mensagem : Todos os seres não humanos são inferiores A razão da sua existência é a satisfação das necessidades dos seres humanos Seres Superiores Ética ambiental Posição Antropocêntrica (Singer, 1994) No entanto a preocupação com a preservação dos seres não humanos e do mundo natural é perfeitamente aceitável Desde que o argumento se baseie na consequência negativa que a sua destruição. tem para os seres humanos Alguns teóricos defendem o chamado antropocentrismo esclarecido ou prudente Todos os deveres morais que temos em relação ao ambiente advêm dos nossos deveres para com os humanos Ética ambiental Posição Antropocêntrica (Oliveira e Palácios, 2009) O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista • Quando uma coisa é um bem ou tem valor em si mesmo (felicidade por exemplo) Valor intrínseco • Quando uma coisa é apenas um meio paraconseguir outro objectivo (dinheiro por exemplo) Valor instrumental (Singer, 1994) O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista Os debates sobre o ambiente podem centrar-se apenas na importância que este tem para a nossa espécie No entanto é fundamental a abordagem do valor intrínseco do mundo natural. É injusto afirmar que apenas os seres humanos têm valor intrínseco, sendo inegável o valor de pelo menos algumas experiências de seres não humanos. (Singer, 1994) O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista Com a revolução científica e a revolução industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, o homem, individual e colectivamente, modificou a sua relação com o ambiente natural Quer a nível físico Quer a nível intelectual Reformulando as percepções que tinha dos eventuais deveres em relação a este. (Bodolfi, 2000, cit. por Oliveira & Palácios) Boff (1995, cit. por Oliveira & Palácios) ressalta que a terra não pode ser rebaixada a um reservatório de matérias-primas Ela possui autonomia e identidade como um organismo extremamente complexo e dinâmico. O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista O Ambiente: Valor Instrumental ou Intrínseco – a posição utilitarista Construção de uma barragem Benefícios económicos advindos da energia gerada e postos de trabalho VS Os argumentos das perdas para os amantes de natureza em todas as futuras gerações Mas muito mais do que isso Têm de ser contabilizados e pesados também os interesses de todos os animais não humanos que vivem na área inundada e que vão perder o seu habitat e, consequentemente morrer ou por afogamento ou de fome. Deve ainda ser avaliada não só a perda de animais de forma individual, mas os casos em que a destruição de um habitat leva à destruição completa de toda uma espécie. (Singer, 1994) O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista Assim deparamo-nos com uma questão fundamental gerando um desacordo quanto aos seres a ter em conta na deliberação moral: Devemos atribuir algum peso à preservação dos animais, espécies, árvores do ecossistema independentemente dos interesses dos humanos? E se sim, qual o peso a atribuir? É possível alargar a ética da tradição ocidental dominante centrando a consideração moral nas criaturas sencientes Mas este alargamento deixa de fora todos os seres vivos restantes Será que a inundação do vale tem valor intrínseco para além das implicações para os seres humanos e os animais? (Singer, 1994) O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista É relativamente fácil concluir que um animal a afogar-se deve ser horrível, porque sabemos que é capaz de sentir; Mas o mesmo não acontece quando falamos de uma árvore. Não sabemos como é uma árvore a morrer por as suas raízes serem alagadas. É muito mais difícil perceber e diferenciar o que é bom ou mau para os seres não sencientes, e defender porque motivo isso é importante. (Singer, 1994). O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista Sem interesses conscientes para nos guiar não podemos avaliar a importância relativa das diferentes formas de vida. Como decidir se um sobreiro é mais importante que uma tulipa? A resposta seria aparentemente fácil e clara. o sobreiro seria mais importante. Mas esta resposta deve-se mais ao valor que se dá à grandeza e antiguidade da árvore ,do que ao facto de percebermos um valor intrínseco na árvore que não percebemos na tulipa (Singer, 1994). O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista Quando deixamos de guiar-nos pela senciencia a fronteira entre os seres vivos e os objectos naturais inanimados é muito ténue. Como poderíamos defender que é mais grave abater uma árvore antiga do que destruir uma estalactite que levou ainda mais tempo a formar-se? Em defesa de uma ética alargada a todos os seres vivos Albert Schweitzer afirma : “Um homem só é verdadeiramente ético quando obedece ao dever que lhe é imposto de ajudar toda a vida que possa socorrer e quando faz alguma coisa para evitar causar danos a qualquer ser vivo. Esse homem não pergunta até que ponto esta ou aquela vida merece solidariedade enquanto valiosa em si mesma, nem até que ponto é capaz de sentir. Para ele, a vida em si é sagrada.” Qualquer animal, planta ou elemento abiótico tem valor intrínseco A biocomunidade é uma comunidade moral na qual os seres humanos passam a englobados, não tendo prioridade sobre as restantes espécies e onde todos os membros têm direito a um tratamento moral. A ideia central é o reconhecimento de todo o planeta como uma biocomunidade, onde a única hierarquia de valor admitida é aquela baseada na ameaça de extinção de algum dos seus membros. O mundo natural possui ritmos próprios que não podem ser legitimamente suprimidos nem alterados pela cultura. O modelo biocêntrico adopta uma visão holística, onde inexistem posse e domínio. (Barbosa & Drummond, 1994, cit. por Oliveira & Palácios, 2009) A nova ética da bioesfera A nova ética da bioesfera Arne Naess distingue no movimento ecológico as tendências superficiais das profundas. Superficial limitado ao quadro moral tradicional, defende a preservação da natureza pelos seres humanos Profundos defendem a preservação da biosfera apenas por si mesma, independentemente dos benefícios que trás aos seres humanos. O autor retrata a ecologia profunda como uma perspectiva holística englobando os aspectos biológicos e metafísicos de ecossistemas interdependentes e interactivos (Singer 1994; Oliveira & Palácios, 2009) 1 – O bem-estar e o desenvolvimento da vida na Terra, humana e não humana, têm valor em si. Estes valores são independentes da utilidade do mundo não humano para finalidades humanas. 2 – A riqueza e a diversidade de formas de vida contribuem para a realização desses valores em si. 3- Os seres humanos não têm o direito de reduzir esta riqueza e diversidade excepto para satisfazer necessidades vitais. Em 1984, Arne Naess e George Sessions estabeleceram alguns princípios para uma ética ecológica profunda dos quais se destacam os seguintes: Apesar destes princípios se referirem apenas à vida, os autores afirmam que a ecologia profunda utiliza o termo biosfera de forma mais abrangente referindo-se também a coisas não vivas, como rios, paisagens e ecossistemas. A nova ética da bioesfera Aldo Leopold defendeu a necessidade de um “nova ética”, uma “ética que trate das relações do homem com a terra e com os animais que nela crescem”. Esta nova ética abrangeria os solos, águas, plantas e animais e a terra, no seu conjunto e era resumida pelo autor da seguinte forma “Uma coisa é um bem quando tem tendência para preservar a integridade, a estabilidade e a beleza da comunidade biótica. É um mal quando tem a tendência contrária.”. Routley (cit. por Oliveira & Palácios, 2009) empenhou-se em traçar a extensão da preocupação moral ao ambiente natural e aos seus elementos não humanos. Segundo o autor, no antropocentrismo, vigora o chauvinismo humano. Esta posição é uma forma de preconceito, uma discriminação injustificada contra os que estão fora da classe privilegiada. A nova ética da bioesfera A nova ética da bioesfera Paul Taylor - Defende que devemos não só respeitar todos os seres vivos mas também atribuir à sua vida o mesmo valor que atribuímos à nossa.Bill Devall e George Sessions - Defendem uma forma de “igualitarismo biocêntrico” cuja intuição fundamental é que todas as coisas da biosfera tem o mesmo direito de viver, desenvolver e atingir as suas próprias formas individuais de desenvolvimento. Esta intuição fundamental levanta-se contra outras intuições fortes como, por exemplo, a de que o direito de vida e desenvolvimento dos humanos se sobrepõe aos dos legumes e o direito dos gorilas, aos das ervas. Além disso, se a ideia é que todos estes seres vivos fazem parte de um todo interligado, não é claro que isso signifique que tenham igual valor intrínseco. Podem ter valor intrínseco no seu todo e não ter individualmente, Apesar de fazerem parte de um todo interligado, podem nem todos ter valor intrínseco e tendo não significa que este seja igual (Singer, 1994) A nova ética da bioesfera Conclui-se que a ecologia profunda não consegue dar respostas credíveis sobre questões relacionadas com os valores dos seres individuais. Mas dado que a ecologia se debruça sobre os sistemas e, não sobre os organismos individuais, talvez fizesse mais sentido que a ética ecológica se aplicasse ao nível das espécies e dos ecossistemas. (Singer, 1994) Na base de muitas das tentativas de retirar valores da ética ecológica a este nível encontra-se uma ou outra forma de holismo ou seja a ideia de que a espécie ou ecossistema são mais do que um conjunto de indivíduos, é uma verdadeira entidade por direito próprio. Existe no entanto uma questão séria Saber se uma espécie ou ecossistema podem ser considerados como indivíduos que podem ter interesses ou que possa realizar, e podendo, é fundamental esclarecer que esses interesses são moralmente significativos. Para que sejam considerados sujeitos é preciso mostrar que a sua sobrevivência tem valor moral, independentemente do valor que possa ter para a vida consciente A nova ética da bioesfera (Singer, 1994) A nova ética da bioesfera A rejeição da base ética para uma ecologia profunda não significa que, os argumentos pela preservação do meio selvagem não sejam fortes Significa apenas que os argumentos baseados no valor intrínseco das plantas, espécies ou ecossistemas são débeis. Devemos por isso cingir-nos a argumentos baseados nos interesses dos seres sencientes, presentes e futuros, humanos e não humanos. Porque estes argumentos bastam para provar que quando não há necessidade de destruir o meio natural para a alimentação ou abrigo dos elementos da sociedade, o valor de preservar o meio natural é muito maior que os valores económicos que resultam da sua destruição (Singer, 1994) Pode dizer-se que os valores e proibições éticos adoptados pela ética das sociedades, reflecte sempre as condições de vida e trabalho necessárias para sobreviver nessa mesma sociedade. Alguns dos padrões éticos que hoje aceitamos são universais e espera-se que sejam benéficos para a comunidade em quase todas as condições de vida dos seres humanos. Uma sociedade que permite que os seus membros se matem sem punição Não terá futuro promova os valores paternais e maternais de cuidar das suas crianças, a honestidade e a lealdade entre o grupo Poderá ser estável e duradoura A população e a ética da triagem (Singer, 2000) Alguns dos princípios éticos que possuímos correspondem exactamente ao contrário do que necessitamos, e o problema é que os princípios éticos mudam muito lentamente e a verdade é que nos resta muito pouco tempo para o desenvolvimento de uma ética do meio ambiente. A população e a ética da triagem Esta ética do meio ambiente assentaria em alguns princípios: Promover a consideração pelos interesses de todos os seres sencientes, incluindo as suas gerações futuras. Apreciar a beleza dos lugares selvagens e da natureza intacta. Desencorajar as famílias numerosas. Consideraria eticamente duvidoso todo o acto nocivo para o ambiente e claramente maléfico e não ético todos os actos desnecessariamente prejudiciais. Acharia que poupar e reciclar recursos seria virtuoso e o consumo excessivo é desnecessário. Rejeitaria os ideais de uma sociedade materialista Promoveria a moderação porque é necessária para minimizar a poluição e garantir a reutilização de materiais. A população e a ética da triagem Mas mesmo estas opções podem tornar-se provisórias, poderão ser apenas um passo na direcção de uma ética em que a própria ideia de consumir produtos desnecessários seja posta em causa. O surf pode ser melhor para o ambiente do que o esqui aquático Se forem consumidas pranchas em número exagerado só para estar na moda diferença reduz-se à insignificância A população e a ética da triagem A população e a ética da triagem É necessário reavaliar o conceito de extravagância. Não se limita a objectos muito caros em termos económicos e monetários carros de luxo ou champanhe Dom Perignon São extremamente extravagantes A madeira proveniente de uma floresta tropical húmida; Os produtos de papel que todos os dias deitamos fora Os passeios de carro pela província São extravagantes porque o seu valor a longo prazo é de longe superior às utilizações que lhes são dadas Também no que diz respeito á alimentação a extravagância não são mais os alimentos mais caros como o famoso caviar, Mas sim a carne de vaca, de porco e de frango No planeta existem três vezes mais animais domésticos do que seres humanos. Consomem cerca de 38% da produção mundial de cereais, A energia dispendida na agropecuária industrial é responsável por um consumo enorme de combustível fóssil, Os fertilizantes químicos usados para a produção de ração contribuem significativamente para o efeito estufa; A perda de florestas que são abatidas para criação de pastagens para o gado e que quando o terreno deixa de servir para o efeito são trocados por outros terrenos, destruindo floresta atrás de floresta; É responsável por 20% do metano libertado na atmosfera. A população e a ética da triagem Durante a segunda guerra mundial, devido à falta de combustíveis, foram elaborados cartazes que apelavam à utilização dos combustíveis apenas quando fosse extremamente necessário. Este apelo á solidariedade nacional foi muito eficaz no combate ao perigo que era imediato e visível por todos. Apesar de o perigo para o ambiente não ser tão imediato e não ser tão fácil a sua visualização, a necessidade de acabarmos com as formas de consumo dispensável é igualmente urgente e importante. A população e a ética da triagem A população e a ética da triagem A defesa da moderação e da vida simples não significa que a ética do meio ambiente veja com maus olhos o prazer, Significa sim que valoriza os prazeres que provêm das relações pessoais e sexuais calorosas; da proximidade das crianças e dos amigos; da conversa,; dos desportos e passatempos que estão em harmonia com o ambiente,; da alimentação que não se baseia na exploração de criaturas sencientes nem destrói a terra, e da apreciação dos lugares intactos da natureza (Singer, 1994) Conclusão A ética ambiental trata de um ponto de vista racional os problemas morais relacionados com o ambiente. Tem cada vez mais importância, uma vez que os problemas ambientais estão hoje bastante presentes dado que a nossa capacidade de intervenção sobre o meio é cadavez maior. Actualmente enfrentamos uma crise ambiental que nos sugere indícios da urgência em se acelerar o processo de construção de um novo paradigma ético, de princípios e valores gerais, de carácter universal. É fundamental articular os saberes fundamentais da filosofia e das ciências na edificação desse paradigma, capaz de promover um presente e futuro mais promissor, no que concerne à dignidade do ser humano e à sustentabilidade do nosso planeta. Naturalmente poderão surgir algumas questões: Para manter a diversidade ou a limpeza pode fazer falta a intervenção humana, com a qual se reduz o carácter natural de um meio envolvente. Como escolher nestes casos e com que critérios? A natureza e os seres naturais têm valor em si ou tudo se reduz à sua utilidade para o ser humano? Quais têm valor e porquê e como se pode comparar esse valor com o bem-estar dos seres humanos quando há que conciliar ambos? Conclusão É neste sentido que se deduz que a racionalidade ambiental contrapõe-se à racionalidade económica, mecanicista e instrumental predominante. A sua construção dá-se partindo de novas relações entre o homem, a sociedade e a natureza, estabelecendo uma nova base constituída por novos valores éticos. É necessária uma base racional para tomar decisões ambientais fiáveis e correctas do ponto de vista moral. A assimilação dos princípios de ética ambiental, divulgados principalmente por programas de educação ambiental, são essenciais para se promover um maior nível de consciencialização ambiental das pessoas, pois a preservação do mesmo, depende de acções humanas correctas, direccionadas à conservação da natureza, coerentes aos princípios de ética ambiental. Conclusão Apresentação Filme Conclusão Referências Bibliográficas Nalini, J.R. Ética ambiental. Campinas: Millenium, 2001. Singer, P. (2000). Ética Prática. (1ª ed.). Lisboa: Gradiva. Oliveira, C. A., Palácios, M. (2009). Diferentes Abordagens sobre ética ambiental. Cadernos de Saúde Colectiva, 17 (3), 493-510.
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