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Ética Ambiental 
 
É T I C A E D E O N T O L O G I A N A P R Á T I C A P S I C O L Ó G I C A 
L I C E N C I AT U R A E M P S I C O L O G I A 
11 / 0 5 / 2 0 1 0 
 
Sumário 
Introdução 
O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos e Éticos 
Ética Ambiental segundo a posição antropocêntrica 
O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a posição utilitarista 
A nova ética da bioesfera 
A população e a ética da triagem 
Conclusão 
Referências Bibliográficas 
Introdução 
Ética - o estudo dos juízos de apreciação sobre o comportamento 
humano, passível de qualificação do ponto de vista do bem e do 
mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo 
absoluto 
 
 Tudo aquilo que corresponde ao acto de fazer o que é certo em 
qualquer situação concreta da vida. 
(Ferreira, 1986) 
Introdução 
A ética ambiental apresenta-se como uma teoria de uma maneira 
muito mais pontual e específica do que a ética pura e simples. 
O Homem pode assumir dois papéis distintos na sua relação 
com o meio natural: 
Adopta a postura de grande causador de impactos negativos 
Transforma-se num agente de transformação nas relações 
entre a humanidade e a natureza, inclusive com 
responsabilidade de possibilitar a continuidade da vida no 
planeta. 
(Ferreira, 1986) 
 
Introdução 
De uma forma simplificada, ética ambiental consiste num 
conjunto de teorias sobre se as acções humanas para com a 
natureza são moralmente correctas ou erradas, as quais 
reconhecem a influência que exercemos sobre a vida dos nossos 
semelhantes através da nossa relação com o ambiente. 
Ética Ambiental 
O nosso compromisso ético deve ser com todos os seres 
sencientes? 
Pela protecção do planeta em si por se tratar de um organismo 
vivo com valor moral em si? 
É fundamental para a vida humana e sua deterioração terá 
consequências negativas sobre nossa saúde? 
Impõe-se uma reflexão acerca do objecto de preocupação ética. 
 Devemos Preocupar-nos com o Ambiente: 
Oliveira e Palácios (2009) 
Ética Ambiental 
Os problemas ambientais tornaram-se uma grande preocupação 
principalmente nas últimas décadas; 
 
As transformações causadas pelo actual modelo de desenvolvimento 
económico através de produção e consumo crescentes desencadearam 
grandes transformações nos nichos ecológicos, afectando os ciclos naturais. 
 
 Esta interferência humana nos sistemas ecológicos gera modificações 
 ambientais, podendo acarretar consequências negativas. 
 
(Egri & Pinfield, 1998 cit. por Oliveira & Palácios, 2009) 
O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos 
e Éticos 
Os ganhos obtidos através 
da destruição de animais e 
plantas no mundo natural 
São limitados, 
são benefícios de 
curto prazo 
As consequências para o 
mundo natural 
São definitivas 
 Este custo não será suportado apenas pela geração que o provoca, mas por todas 
as gerações futuras. 
 Com a redução cada vez maior de natureza selvagem, cada pedaço de natureza 
que restar tornar-se-á cada vez mais importante. 
(Singer, 1994). 
Valores Económicos 
O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos 
e Éticos 
Segundo Nalini (2001) é mais económico ser ético. 
Qual o custo de tratar doenças geradas pela poluição do ar? 
Quanto custa o tratamento de vítimas de doenças transmitidas pela 
água poluída? 
 Podemos perceber que o custo dos prejuízos provocados por 
danos ambientais é muito maior do que o gasto para a 
preservação destes danos. 
O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos 
e Éticos 
Valores Estéticos 
 Os que valorizam a natureza pela sua extrema beleza e defendem a sua 
conservação com base neste argumento 
São muitas vezes desacreditados por usarem argumentos meramente 
estéticos. 
No entanto, a verdade é que vivemos numa sociedade em que a destruição 
de obras de arte de um museu como o Louvre não teria preço. 
E qual é o valor das obras de arte se não um valor estético? 
“Coquelicols” 
de 
Monet 
“Story-Night” 
de 
Van-Gogh 
Parque 
Natural 
Peneda Gerês 
Parque 
Natural do 
Alvão 
VS 
O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos 
e Éticos 
Valores Éticos 
Nós herdamos o mundo natural dos nossos antepassados e é nossa 
obrigação conservá-lo, para podermos deixá-lo aos nossos 
descendentes, sob pena de os privarmos desse bem; 
É verdade que não podemos ter a certeza do valor que as gerações 
seguintes darão à natureza; 
Não podemos afirmar que não vão preferir desfrutar de todo o 
desenvolvimento tecnológico e conforto que a destruição da natureza 
proporciona. 
Mas temos responsabilidades para com as gerações futuras, de fazer 
mais e melhor do que as gerações que nos antecederam. 
 
 
Temos, sobretudo, 2 grandes responsabilidades para com as gerações 
futuras: 
Transmitir o apreço pela natureza 
Depende de nós que as futuras gerações aprendam a apreciar a 
natureza da mesma forma que nós o fazemos. 
 Dever de a preservarmos para que eles tenham a oportunidade de a 
apreciar. 
 Se preservarmos o mundo natural Passeio na natureza vs centro comercial 
Se o destruirmos retiramos-lhes para sempre essa opção 
(Singer, 1994) 
O Ambiente: Valores Estéticos, Económicos e 
Éticos 
Ética ambiental Posição Antropocêntrica 
O antropocentrismo – forma de percepção que considera o homem 
como fato central ou mais significativo do universo – tem sido 
considerado por muitos como a causa básica das crises ambiental e 
social em que vivemos. 
 
Geralmente, as posições antropocêntricas acham problemático atribuir 
como errado um tratamento cruel aos animais não humanos, excepto 
na medida em que este tratamento pode levar a consequências 
negativas para os seres humanos . 
(Bookchin, 1980) 
A forma como se lida com a natureza no mundo ocidental tem raízes 
nos povos Hebreu e Grego antigo; 
Povos cujas tradições consideravam o ser humano o centro do universo 
moral, e muitas vezes não apenas o centro como a totalidade das 
características moralmente significativas deste mundo. 
A história bíblica da criação do mundo descrita no livro do génesis é a 
prova de como na cultura hebraica, os seres humanos ocupam um lugar 
muito especial no plano divino 
“Deus disse «Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os 
peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na 
terra.»” 
 
Ética ambiental Posição Antropocêntrica 
(Singer, 1994) 
A natureza existe para servir os seres humanos e não deve existir nenhum 
problema em destrui-la em seu benefício. 
 
 
A superioridade dos seres humanos foi-lhes concedida por Deus que 
deixou claro na sua mensagem : 
Todos os seres não humanos são inferiores 
A razão da sua existência é a satisfação das necessidades dos seres humanos 
 
 Seres Superiores 
Ética ambiental Posição Antropocêntrica 
(Singer, 1994) 
No entanto a preocupação com a preservação dos seres não humanos 
e do mundo natural é perfeitamente aceitável 
 Desde que o argumento se baseie na consequência negativa que a 
sua destruição. tem para os seres humanos 
 
Alguns teóricos defendem o chamado antropocentrismo esclarecido ou 
prudente 
Todos os deveres morais que temos em relação ao ambiente advêm 
dos nossos deveres para com os humanos 
 
Ética ambiental Posição Antropocêntrica 
(Oliveira e Palácios, 2009) 
O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a 
posição utilitarista 
• Quando uma coisa é um bem 
ou tem valor em si mesmo 
(felicidade por exemplo) 
Valor 
intrínseco 
• Quando uma coisa é apenas 
um meio paraconseguir outro 
objectivo (dinheiro por 
exemplo) 
Valor 
instrumental 
(Singer, 1994) 
O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a 
posição utilitarista 
Os debates sobre o ambiente podem centrar-se apenas na importância 
que este tem para a nossa espécie 
No entanto é fundamental a abordagem do valor intrínseco do mundo 
natural. 
 
 É injusto afirmar que apenas os seres humanos têm valor intrínseco, 
 sendo inegável o valor de pelo menos algumas experiências de seres 
 não humanos. 
(Singer, 1994) 
O Ambiente: Valor Instrumental ou 
intrínseco – a posição utilitarista 
Com a revolução científica e a revolução industrial, a partir da segunda 
metade do século XVIII, o homem, individual e colectivamente, 
modificou a sua relação com o ambiente natural 
 Quer a nível físico 
 Quer a nível intelectual 
 
 Reformulando as percepções que tinha dos eventuais deveres 
 em relação a este. 
(Bodolfi, 2000, cit. por Oliveira & Palácios) 
 
 
Boff (1995, cit. por Oliveira & Palácios) ressalta que a terra não pode ser 
rebaixada a um reservatório de matérias-primas 
 Ela possui autonomia e identidade como um organismo 
extremamente complexo e dinâmico. 
 
O Ambiente: Valor Instrumental ou 
intrínseco – a posição utilitarista 
O Ambiente: Valor Instrumental ou 
Intrínseco – a posição utilitarista 
Construção de uma barragem 
Benefícios económicos advindos da energia gerada e postos de trabalho 
VS 
Os argumentos das perdas para os amantes de natureza em todas as futuras 
gerações 
Mas muito mais do que isso 
Têm de ser contabilizados e pesados também os interesses de todos os animais não 
humanos que vivem na área inundada e que vão perder o seu habitat e, 
consequentemente morrer ou por afogamento ou de fome. 
Deve ainda ser avaliada não só a perda de animais de forma individual, mas os casos em 
que a destruição de um habitat leva à destruição completa de toda uma espécie. 
(Singer, 1994) 
O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a 
posição utilitarista 
Assim deparamo-nos com uma questão fundamental gerando um 
desacordo quanto aos seres a ter em conta na deliberação moral: 
Devemos atribuir algum peso à preservação dos animais, espécies, árvores do 
ecossistema independentemente dos interesses dos humanos? E se sim, qual o 
peso a atribuir? 
É possível alargar a ética da tradição ocidental dominante centrando a 
consideração moral nas criaturas sencientes 
Mas este alargamento deixa de fora todos os seres vivos restantes 
Será que a inundação do vale tem valor intrínseco para além das implicações 
para os seres humanos e os animais? 
(Singer, 1994) 
O Ambiente: Valor Instrumental ou intrínseco – a 
posição utilitarista 
É relativamente fácil concluir que um animal a afogar-se deve 
ser horrível, porque sabemos que é capaz de sentir; 
Mas o mesmo não acontece quando falamos de uma árvore. 
 
Não sabemos como é uma árvore a morrer por as suas raízes serem alagadas. 
 
É muito mais difícil perceber e diferenciar o que é bom ou mau 
para os seres não sencientes, e defender porque motivo isso é 
importante. 
(Singer, 1994). 
O Ambiente: Valor Instrumental ou 
intrínseco – a posição utilitarista 
Sem interesses conscientes para nos guiar não podemos avaliar a 
importância relativa das diferentes formas de vida. 
 
Como decidir se um sobreiro é mais importante que uma tulipa? 
A resposta seria aparentemente fácil e clara. 
 o sobreiro seria mais importante. 
 
 Mas esta resposta deve-se mais ao valor que se dá à grandeza e 
antiguidade da árvore ,do que ao facto de percebermos um valor 
intrínseco na árvore que não percebemos na tulipa 
(Singer, 1994). 
 
 
O Ambiente: Valor Instrumental ou 
intrínseco – a posição utilitarista 
Quando deixamos de guiar-nos pela senciencia a fronteira entre os seres vivos e os 
objectos naturais inanimados é muito ténue. 
Como poderíamos defender que é mais grave abater uma árvore antiga do que 
destruir uma estalactite que levou ainda mais tempo a formar-se? 
Em defesa de uma ética alargada a todos os seres vivos Albert 
Schweitzer afirma : 
 “Um homem só é verdadeiramente ético quando obedece ao dever que lhe é 
imposto de ajudar toda a vida que possa socorrer e quando faz alguma coisa 
para evitar causar danos a qualquer ser vivo. Esse homem não pergunta até 
que ponto esta ou aquela vida merece solidariedade enquanto valiosa em si 
mesma, nem até que ponto é capaz de sentir. Para ele, a vida em si é sagrada.” 
Qualquer animal, planta ou elemento abiótico tem valor intrínseco 
A biocomunidade é uma comunidade moral na qual os seres humanos passam a 
englobados, não tendo prioridade sobre as restantes espécies e onde todos os 
membros têm direito a um tratamento moral. 
A ideia central é o reconhecimento de todo o planeta como uma biocomunidade, 
onde a única hierarquia de valor admitida é aquela baseada na ameaça de extinção 
de algum dos seus membros. 
O mundo natural possui ritmos próprios que não podem ser legitimamente 
suprimidos nem alterados pela cultura. 
O modelo biocêntrico adopta uma visão holística, onde inexistem posse e 
domínio. 
 (Barbosa & Drummond, 1994, cit. por Oliveira & Palácios, 2009) 
A nova ética da bioesfera 
A nova ética da bioesfera 
Arne Naess distingue no movimento ecológico as tendências 
superficiais das profundas. 
Superficial limitado ao quadro moral tradicional, 
defende a preservação da natureza pelos seres humanos 
Profundos defendem a preservação da biosfera 
apenas por si mesma, independentemente dos benefícios que trás 
aos seres humanos. 
O autor retrata a ecologia profunda como uma perspectiva 
holística englobando os aspectos biológicos e metafísicos de 
ecossistemas interdependentes e interactivos 
(Singer 1994; Oliveira & Palácios, 2009) 
 
1 – O bem-estar e o desenvolvimento da vida na Terra, humana e não 
humana, têm valor em si. Estes valores são independentes da utilidade 
do mundo não humano para finalidades humanas. 
2 – A riqueza e a diversidade de formas de vida contribuem para a 
realização desses valores em si. 
3- Os seres humanos não têm o direito de reduzir esta riqueza e 
diversidade excepto para satisfazer necessidades vitais. 
Em 1984, Arne Naess e George Sessions estabeleceram alguns princípios para uma 
ética ecológica profunda dos quais se destacam os seguintes: 
Apesar destes princípios se referirem apenas à vida, os autores afirmam que a 
ecologia profunda utiliza o termo biosfera de forma mais abrangente referindo-se 
também a coisas não vivas, como rios, paisagens e ecossistemas. 
A nova ética da bioesfera 
Aldo Leopold defendeu a necessidade de um “nova ética”, uma “ética 
que trate das relações do homem com a terra e com os animais que nela 
crescem”. Esta nova ética abrangeria os solos, águas, plantas e animais 
e a terra, no seu conjunto e era resumida pelo autor da seguinte forma 
 “Uma coisa é um bem quando tem tendência para preservar a integridade, a estabilidade e a 
beleza da comunidade biótica. É um mal quando tem a tendência contrária.”. 
Routley (cit. por Oliveira & Palácios, 2009) empenhou-se em traçar a 
extensão da preocupação moral ao ambiente natural e aos seus 
elementos não humanos. 
Segundo o autor, no antropocentrismo, vigora o chauvinismo humano. Esta posição é uma forma de 
preconceito, uma discriminação injustificada contra os que estão fora da classe privilegiada. 
 
A nova ética da bioesfera 
A nova ética da bioesfera 
Paul Taylor - Defende que devemos não só respeitar todos os seres vivos mas também 
atribuir à sua vida o mesmo valor que atribuímos à nossa.Bill Devall e George Sessions - Defendem uma forma de “igualitarismo biocêntrico” 
cuja intuição fundamental é que todas as coisas da biosfera tem o mesmo direito de 
viver, desenvolver e atingir as suas próprias formas individuais de desenvolvimento. 
Esta intuição fundamental levanta-se contra outras intuições fortes como, por exemplo, a de 
que o direito de vida e desenvolvimento dos humanos se sobrepõe aos dos legumes e o direito 
dos gorilas, aos das ervas. 
Além disso, se a ideia é que todos estes seres vivos fazem parte de um todo interligado, não é 
claro que isso signifique que tenham igual valor intrínseco. 
Podem ter valor intrínseco no seu todo e não ter individualmente, 
Apesar de fazerem parte de um todo interligado, podem nem todos ter valor intrínseco e 
tendo não significa que este seja igual 
(Singer, 1994) 
A nova ética da bioesfera 
Conclui-se que a ecologia profunda não consegue dar respostas 
credíveis sobre questões relacionadas com os valores dos seres 
individuais. 
 
 Mas dado que a ecologia se debruça sobre os 
 sistemas e, não sobre os organismos individuais, 
 talvez fizesse mais sentido que a ética ecológica se 
 aplicasse ao nível das espécies e dos ecossistemas. 
(Singer, 1994) 
Na base de muitas das tentativas de retirar valores da ética ecológica a 
este nível encontra-se uma ou outra forma de holismo 
 ou seja a ideia de que a espécie ou ecossistema são mais do que um conjunto de 
indivíduos, é uma verdadeira entidade por direito próprio. 
Existe no entanto uma questão séria 
Saber se uma espécie ou ecossistema podem ser considerados como indivíduos que 
podem ter interesses ou que possa realizar, 
 e podendo, é fundamental esclarecer que esses interesses são moralmente 
significativos. 
 
 Para que sejam considerados sujeitos é preciso mostrar que a sua sobrevivência 
 tem valor moral, independentemente do valor que possa ter para a vida consciente 
 
A nova ética da bioesfera 
(Singer, 1994) 
A nova ética da bioesfera 
A rejeição da base ética para uma ecologia profunda não significa que, 
os argumentos pela preservação do meio selvagem não sejam fortes 
Significa apenas que os argumentos baseados no valor intrínseco das 
plantas, espécies ou ecossistemas são débeis. 
Devemos por isso cingir-nos a argumentos baseados nos interesses dos 
seres sencientes, presentes e futuros, humanos e não humanos. 
Porque estes argumentos bastam para provar que quando não há 
necessidade de destruir o meio natural para a alimentação ou abrigo dos 
elementos da sociedade, o valor de preservar o meio natural é muito 
maior que os valores económicos que resultam da sua destruição 
(Singer, 1994) 
 
Pode dizer-se que os valores e proibições éticos adoptados pela ética das 
sociedades, reflecte sempre as condições de vida e trabalho necessárias para 
sobreviver nessa mesma sociedade. 
Alguns dos padrões éticos que hoje aceitamos são universais e espera-se que 
sejam benéficos para a comunidade em quase todas as condições de vida dos 
seres humanos. 
Uma sociedade que 
 permite que os seus membros se matem sem punição Não terá futuro 
 promova os valores paternais e maternais de cuidar das suas crianças, a 
honestidade e a lealdade entre o grupo Poderá ser estável e duradoura 
 
 
 
 
A população e a ética da triagem 
 
(Singer, 2000) 
 
Alguns dos princípios éticos que possuímos correspondem exactamente 
ao contrário do que necessitamos, e o problema é que os princípios 
éticos mudam muito lentamente e a verdade é que nos resta muito 
pouco tempo para o desenvolvimento de uma ética do meio ambiente. 
 
 
 
 
 
A população e a ética da triagem 
 
Esta ética do meio ambiente assentaria em alguns princípios: 
Promover a consideração pelos interesses de todos os seres sencientes, incluindo as 
suas gerações futuras. 
Apreciar a beleza dos lugares selvagens e da natureza intacta. 
Desencorajar as famílias numerosas. 
Consideraria eticamente duvidoso todo o acto nocivo para o ambiente e claramente 
maléfico e não ético todos os actos desnecessariamente prejudiciais. 
Acharia que poupar e reciclar recursos seria virtuoso e o consumo excessivo é 
desnecessário. 
Rejeitaria os ideais de uma sociedade materialista 
Promoveria a moderação porque é necessária para minimizar a poluição e garantir 
a reutilização de materiais. 
 
 
 
 
 
 
A população e a ética da triagem 
 
Mas mesmo estas opções podem tornar-se provisórias, poderão ser 
apenas um passo na direcção de uma ética em que a própria ideia de 
consumir produtos desnecessários seja posta em causa. 
O surf pode ser melhor para o ambiente do que o esqui aquático 
 
 Se forem consumidas pranchas em número exagerado só para estar 
na moda 
 
 diferença reduz-se à insignificância 
 
 
 
 
A população e a ética da triagem 
 
 
 
 
 
A população e a ética da triagem 
 
É necessário reavaliar o conceito de extravagância. 
Não se limita a objectos muito caros em termos económicos e monetários 
carros de luxo ou champanhe Dom Perignon 
São extremamente extravagantes 
A madeira proveniente de uma floresta tropical húmida; 
Os produtos de papel que todos os dias deitamos fora 
Os passeios de carro pela província 
 
 
 São extravagantes porque o seu valor a longo prazo é de longe superior às 
utilizações que lhes são dadas 
Também no que diz respeito á alimentação a extravagância não são mais os 
alimentos mais caros como o famoso caviar, 
 
 Mas sim a carne de vaca, de porco e de frango 
 
No planeta existem três vezes mais animais domésticos do que seres humanos. 
Consomem cerca de 38% da produção mundial de cereais, 
A energia dispendida na agropecuária industrial é responsável por um consumo enorme de 
combustível fóssil, 
Os fertilizantes químicos usados para a produção de ração contribuem significativamente para o 
efeito estufa; 
A perda de florestas que são abatidas para criação de pastagens para o gado e que quando o terreno 
deixa de servir para o efeito são trocados por outros terrenos, destruindo floresta atrás de floresta; 
É responsável por 20% do metano libertado na atmosfera. 
 
 
 
 
A população e a ética da triagem 
 
Durante a segunda guerra mundial, devido à falta de combustíveis, foram 
elaborados cartazes que apelavam à utilização dos combustíveis apenas 
quando fosse extremamente necessário. 
Este apelo á solidariedade nacional foi muito eficaz no combate ao 
perigo que era imediato e visível por todos. 
Apesar de o perigo para o ambiente não ser tão imediato e não ser tão fácil a 
sua visualização, a necessidade de acabarmos com as formas de consumo 
dispensável é igualmente urgente e importante. 
 
 
 
 
A população e a ética da triagem 
 
 
 
 
 
A população e a ética da triagem 
 
A defesa da moderação e da vida simples não significa que a ética do meio 
ambiente veja com maus olhos o prazer, 
 
Significa sim que valoriza os prazeres que provêm 
das relações pessoais e sexuais calorosas; 
da proximidade das crianças e dos amigos; 
da conversa,; 
dos desportos e passatempos que estão em harmonia com o ambiente,; 
da alimentação que não se baseia na exploração de criaturas sencientes nem 
destrói a terra, 
e da apreciação dos lugares intactos da natureza 
(Singer, 1994) 
Conclusão 
A ética ambiental trata de um ponto de vista racional os problemas morais 
relacionados com o ambiente. 
Tem cada vez mais importância, uma vez que os problemas ambientais estão hoje 
bastante presentes dado que a nossa capacidade de intervenção sobre o meio é cadavez maior. 
Actualmente enfrentamos uma crise ambiental que nos sugere indícios da urgência 
em se acelerar o processo de construção de um novo paradigma ético, de princípios e 
valores gerais, de carácter universal. 
É fundamental articular os saberes fundamentais da filosofia e das ciências na 
edificação desse paradigma, capaz de promover um presente e futuro mais promissor, 
no que concerne à dignidade do ser humano e à sustentabilidade do nosso planeta. 
Naturalmente poderão surgir algumas questões: 
Para manter a diversidade ou a limpeza pode fazer falta a 
intervenção humana, com a qual se reduz o carácter natural de um 
meio envolvente. 
Como escolher nestes casos e com que critérios? 
A natureza e os seres naturais têm valor em si ou tudo se reduz à 
sua utilidade para o ser humano? 
 Quais têm valor e porquê e como se pode comparar esse valor com 
o bem-estar dos seres humanos quando há que conciliar ambos? 
Conclusão 
É neste sentido que se deduz que a racionalidade ambiental contrapõe-se à 
racionalidade económica, mecanicista e instrumental predominante. 
A sua construção dá-se partindo de novas relações entre o homem, a sociedade 
e a natureza, estabelecendo uma nova base constituída por novos valores éticos. 
É necessária uma base racional para tomar decisões ambientais fiáveis e 
correctas do ponto de vista moral. 
A assimilação dos princípios de ética ambiental, divulgados principalmente por 
programas de educação ambiental, são essenciais para se promover um maior 
nível de consciencialização ambiental das pessoas, pois a preservação do 
mesmo, depende de acções humanas correctas, direccionadas à conservação da 
natureza, coerentes aos princípios de ética ambiental. 
Conclusão 
Apresentação 
Filme 
Conclusão 
Referências Bibliográficas 
Nalini, J.R. Ética ambiental. Campinas: Millenium, 2001. 
Singer, P. (2000). Ética Prática. (1ª ed.). Lisboa: Gradiva. 
Oliveira, C. A., Palácios, M. (2009). Diferentes Abordagens sobre ética 
ambiental. Cadernos de Saúde Colectiva, 17 (3), 493-510.

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