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PATOLOGIA DA MAMA

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Prévia do material em texto

mamas 
• A mama é um órgão hormônio-responsivo que sofre alterações em sua composição ao 
longo da vida da mulher. 
• Na maior parte dos casos, a mama é composta quase que inteiramente por gordura. 
• O tecido fibroglandular esparso, ou seja, o parênquima da mama, varia entre 25-50%, 
dependendo da genética e da idade da mulher. 
• Já a densidade da mama varia de pessoa para pessoa, sendo que, quanto mais 
glândulas maior densidade, e quanto mais estroma menor a densidade. 
• A importância da densidade está no fato de que quanto menos densa a mama, mais 
fácil é o rastreio pela mamografia e, dessa forma, as lesões são vistas e graduadas. 
• Um dos motivos que mulheres jovens não possuem indicação para realizar a 
mamografia é porque elas possuem mamas mais densas, o que dificulta a visualização 
no exame. 
No gráfico é possível perceber que com o 
passar dos anos, a % das glândulas tende a 
diminuir enquanto a % de tecido adiposo 
tende aumentar. Isso ocorre porque ao longo 
da vida ocorre uma inversão e, assim, há 
aumento da proporção de tecido adiposo na 
mama enquanto o tecido glandular aumenta 
em determinado período, atingindo seu pico 
aos 20 anos, mas tende a diminuir após certo 
tempo. 
• Vale ressaltar que o pico do tecido glandular é o momento no qual normalmente as 
mulheres engravida, e, dessa forma, ocorre uma hiperplasia do parênquima estimulado 
pelos hormônios. Após a gestação, a mulher tem uma tendência a atrofia do 
parênquima mamário, visto que após o parênquima ficar hiperplásico e o estímulo 
hormonal for cessado, ele involui e reduz ao seu volume original. Sendo assim, ao final 
da vida, há aumento da proporção de tecido adiposo e tecido conjuntivo. 
Gabriela Reis Viol 
A mama, como toda glândula, é 
composta por uma porção 
celular luminal (célula secretora), 
a b a i x o h á m i o e p i t é l i o 
(sustentação), e abaixo há uma 
fina camada de membrana basal e, por fim, há tecido conjuntivo que separa a glândula da 
lâmina própria do órgão. Dessa forma, cada ácino da mama possui esse arranjo celular. 
Tem-se o lóbulo e ductos normais. Na mama, 
cada ácino possui o arranjo celular citado acima. 
Um conjunto de ácinos forma o lóbulo. O lóbulo 
junto com o começo do túbulo forma a unidade 
tubulolobular que desemboca no ducto terminal, 
em seguida no ducto principal e por fim, no 
mamilo. 
BIRADS 
• Todos os componentes da mama podem ser acometidos por lesões. Cada lesão que 
aparece é vista primeiramente clínica (palpação), e radiologicamente, sendo a 
mamografia o exame de escolha para avaliação primária da mama. Além da 
mamografia, pode-se utilizar RM e USG. 
• Quando o radiologista avalia uma mamografia, o laudo baseia-se no sistema BIRADS: 
BIRADS 0: indica que a mamografia está limitada, ou seja, que é complementar com 
outros métodos. Normalmente ocorre porque a lesão precisa de outro método de 
investigação ou porque a mama da mulher é muito densa e, portanto, difícil de ser 
avaliada apenas na mamografia, sendo necessário USG ou RM. 
BIRADS 1: indica que a mama normal, ou seja, sem nenhum tipo de lesão ou alteração. 
Recomenda-se mamografia de rotina anual. 
BIRADS 2: indica que a mama está com alterações, contudo, são alterações benignas. 
Recomenda-se mamografia de rotina anual. 
BIRADS 3: há uma alteração, mas possui características benignas, por exemplo: é um 
nódulo bem delimitado, não infiltrativo e com ecogenidade parecida com o parênquima 
adjacente. Como ocorre no fibroadenoma, adenose, microcalcificações benignas e etc. 
Gabriela Reis Viol 
Recomenda-se acompanhamento do achado em 6 meses e depois anualmente até 
completar 2-3 anos. A partir daqui, SEMPRE VAI pra biópsia. 
BIRADS 4: indica que há uma alteração na mama que não é nitidamente benigna e nem 
maligna, sendo assim, aponta que há necessidade de avaliação histológica (biópsia). É 
subdividido em a, b e c, sendo “a" baixa probabilidade de câncer e “c" alta probabilidade. 
BIRADS 5: câncer. Apresenta uma imagem sólida, com padrão irradiado e sombra 
acústica posterior (tecido do tumor é mais denso que do parênquima adjacente). 
BIRADS 6: diagnóstico histológico de câncer de mama, a mulher já foi submetida a um 
tratamento e está fazendo um exame radiológico para complementar. Isso é feito após a 
quimioterapia, por exemplo. 
PADRÃO DE LESÕES 
MICROCALCIFICAÇÕES 
• Regionais e difusas: normalmente benignas. 
• Agrupadas: demandam maior preocupação, mas podem estar presentes em lesões 
benignas. Essas microcalcificações ficam espalhadas ao longo de um setor da mama. 
• Lineares e segmentares: extremamente suspeitas, seguem a distribuição dos ductos 
e estão associados a carcinoma. 
• Normalmente, quando tem presença de microcalcificação em lóbulos, está 
ocorrendo alteração de células colunares dos lóbulos. Vale ressaltar que tem esse 
nome porque a célula do lóbulo fica colunar, deixando de ser cuboidal. Dessa forma, 
aumenta a secreção que se acumula dentro do lóbulo e ao longo do tempo essa 
secreção calcifica. É uma alteração benigna. 
Gabriela Reis Viol 
Subgrupo de alteração de células colunares: alteração colunar dos lóbulos; hiperplasia de células 
colunares; alteração colunar dos lóbulos com atipia; hiperplasia de células colunares com atipia. 
• Alteração de células colunares é algo muito comum, tendo significado de malignidade 
apenas quando há atipias, pois pode evoluir para carcinoma. Sendo assim, quando não 
há atipias não deve gerar preocupação, uma vez que não tem significado específico. 
Gabriela Reis Viol 
• A hiperplasia das células colunares com atipia possui coexistência com o aparecimento 
do câncer de mama, ou seja, se a mulher possui alteração na mamografia e a biópsia 
vem “alteração de células colunares com atipia”, ela possui 80% de chance de ter uma 
câncer que não apareceu na biópsia. Do ponto de vista genético, essas lesões são 
idênticas ao carcinoma, ou seja, elas possuem potencial genético de carcinoma, mas 
ainda não sofreram alteração fenotípica. 
A célula luminal que compõe as 
glândulas, se diferencia em células 
colunares sem atipia e em seguida elas 
se tornam atípicas. A partir daí, elas 
evoluem para um carcinoma ductal in 
situ de baixo grau. Entretanto, essa não 
é a única forma de originar o carcinoma. 
Essa mesma célula luminal pode 
assumir um padrão pro l i ferat ivo 
chamado de hiperplasia ductal que pode 
ter atipia e evoluir para um carcinoma. 
• Além das calcificações lobulares em que ocorre essa alteração de células colunares 
dos lóbulos, pode-se ter também as calcificações intraductais lineares. 
Há um carcinoma in situ dentro do ducto. As 
calcificações surgem porque esse carcinoma 
secreta muito material e as células do 
carcinoma morrem devido a alta proliferação, 
assim, tais células caem dentro do lúmen do 
ducto e sofrem necrose. Sendo assim, no 
interior do ducto tem-se secreção e célula 
necrótica: esse material proteico e amorfo, aos 
poucos vai se calcificando (achando da 
mamografia). Portanto, o ducto fica revestido de 
células neoplásicas (células necróticas + 
calcificadas). Preocupam muito. 
Gabriela Reis Viol 
observação: a mama não é constituída apenas por 
parênquima. Às vezes, algumas alterações que 
aparecem são o r iundas de tec ido ex t ra -
parenquimatoso, como gordura, tecido conjuntivo e 
pele. Sendo assim, pode haver microcalcificações na 
pele da mama. 
Pode haver microcalcificações de 
padrão vascular, indicando doença 
arterioesclerótica. 
Há enrijecimento com calcificação de 
parede vascular. 
Calcificações lineares de padrão 
vascular. 
Lesões benignas também podem calcificar e, 
quando ocorrem são grosseiras.Sendo assim, 
aparecem na mamografia como “pipoca" Um 
exemp lo t íp i co dessa ca lc i f i cação é o 
fibroadenoma (tumor benigno mais comum da 
mama). 
NÓDULOS 
• Nódulo circunscrito: é bem definido com nítida demarcação de onde termina. Sendo 
assim, ele não parece infiltrar o parênquima adjacente e tende a ser um nódulo 
benigno. Durante a palpação é um nódulo móvel. 
Gabriela Reis Viol 
Lesão localizada na derme em QSL. 
Trata-se de um tumor de anexo cutâneo 
(siringoma).
• Nódulo de margens mal definidas: essa má definição das margens levanta a 
possibilidade de infiltração no tecido adjacente. Nesse momento começa a infiltrar. 
• Nódulo com bordas espiculadas: BIRADS 5, a lesão possui linhas que se irradiam 
das bordas, indicando infiltração de parênquima adjacente. 
Papiloma intraductal 
• A papila é um eixo fibrovascular e em torno desse eixo tem o crescimento do epitélio 
típico do local. 
• Na mama tem-se uma papila fina e delicada revestida por células luminais sem atipia. 
• É um tumor benigno, normalmente solitário, que acomete ducto grande e em região 
retroareolar. Portanto, tem-se uma lesão papilar dentro do ducto da mama que vai 
crescendo e formando um eixo fibrovascular. 
• Clínica marcada por descarga mamária: saída de líquido que pode ser sanguinolenta e 
pode haver presença de uma mama, seja à palpação ou por imagem. Essa descarga é 
unilateral, só ocorre no lado do papiloma. 
• Não aumenta o risco da mulher ter CA de mama. Contudo, sabe-se que na biópsia de 
papiloma, em 10% dos casos, há outra lesão associada, que pode ser câncer ou foco 
microscópico de carcinoma. 
observação: um papiloma infartado gera preocupação, pois a área informada não 
consegue ser avaliada na histologia e, assim, se houver uma parte maligna, não dá para 
reconhecer. 
Pode ser encapsulado ou intra-cístico. Forma um 
eixo fibrovascular revestido por epitélio, mioepitélio e 
membrana basal. 
Nesse caso é cístico e o ducto dilatou devido ao 
crescimento do papiloma. 
Tem-se um nódulo bem delimitado com a presença de uma 
pseudocapsula (comprime a mama). 
Gabriela Reis Viol 
Fibroadenoma 
• É a neoplasia mais comum da mama e apresenta-se como um nódulo bem delimitado 
que vai crescendo e comprimindo o parênquima adjacente, formando uma 
pseudocapsula ao redor do tumor. 
• Composto por um estroma delicado com glândulas e espaços císticos. 
• Fibroadenoma: composição fibroconjuntiva do estroma e uma composição glandular 
epitelial. 
• Na maioria das vezes é único, tem 2-3cm, superfície lisa e é móvel (para ser fixo tem 
que estar infiltrando), pode ser profundo ou superficial (possibilitando a palpação). 
• É um tumor benigno e, portanto, não evolui para câncer, podendo acontecer em 
qualquer idade, mas normalmente auge em torno dos 20-30 anos. 
• O máximo que pode ocorrer é o fibroadenoma calcificar em forma de “pipoca”, mas ele 
não evolui para câncer. 
• Esse tumor é de uma família de lesões mamárias denominadas: lesões fibroepiteliais, 
que são lesões constituídas por dois componentes (epitelial e estromal - fibrosa). Ao 
longo do tempo, quando o tumor vai crescendo, o epitélio vai sendo comprimido pelo 
crescimento do estroma e pode haver calcificação e fibrose. 
• Não há indicação cirúrgica de retirada de um tumor por ser fibroadenoma. A cirurgia 
pode ser feita para retirar o nódulo que incomoda a paciente ou porque cresceu demais 
e comprimiu algum nervo, causando dor. Logo, a indicação cirúrgica ocorre por outros 
fatores e não pela natureza do tumor, uma vez que é benigno e não oferece risco a 
paciente. 
observação: o fibroadenoma normalmente possui tamanho entre 2-3cm, mas existem os 
fibroadenomas gigantes que podem possuir mais de 5cm. Esses casos ocorrem 
normalmente em mulheres jovens, visto que os hormônios estimulam o crescimento de 
forma rápida. 
Possui componente estromal e epitelial comprimido 
no meio. É bem delimitado. Não infiltra (devido a isso 
é um nódulo móvel). 
Gabriela Reis Viol 
Tumor filoides 
• Lesão fibroepitelial, sendo um “tipo especial” de fibroadenoma, análogo maligno deste. 
• Possui comportamento incerto, podendo ser benigno ou maligno, como um sarcoma 
(neoplasia maligna de estroma de mama). 
• Ocorre em mulheres mais velhas, normalmente a partir dos 60 anos, sendo raro a 
presença dele em pacientes com menos de 40 anos. 
• A maioria é benigno (sem metástase). 
• Seu tamanho é variável, podendo atingir até mais de 15cm e ulcerar a pele. 
• Sua graduação é feita de acordo com a quantidade de mitoses, celularidade e atipia. 
• Mesmo quando benigno, possui alta taxa de recidiva. 
• FILOIDES x FIBROADENOMA: ambos possuem composição fibroepitelial, e portanto, é 
importante saber distingui-los. Possuem arquitetura diferente. 
• FIBROADENOMA: é todo sólido e homogêneo. 
• FILOIDES: heterogêneo, possui áreas císticas e dentro dessas áreas há projeções 
foliáceas-digitiformes do estroma, possuindo a arquitetura de folhaça. 
Tumor f i loide maligno: celular idade 
aumentada, muito núcleo. Isso não é 
normal em fibroadenoma e nem em filoide 
maligno, pois essa quantidade de células 
advém de uma proliferação celular muito 
alta. 
Q u a n t o m a i s a g r e s s i v o , m a i o r a 
celularidade. 
Cicatriz radial 
Processo reparador da mama que causa uma distorção no 
parênquima mamário, com penetração do estroma e das 
glândulas, imitando um câncer. Contudo, é uma lesão 
totalmente benigna. Mas na radiologia, macroscopia e 
biópsia parecem um CA e para fazer a diferenciação deve-
se fazer a pesquisa do mioepitélio (presença de mioepitélio: 
não infiltrativo). 
Gabriela Reis Viol 
Assimetria focal 
• Presença de uma variação da densidade do tecido, mas sem formar nódulo, ou seja, 
não configura um nódulo. 
• Normalmente é uma lesão benigna, mas pela falta de especificidade, pode requerer 
estudos adicionais. 
E S C L E R O S E D O E S T R O M A 
ESPECIALIZADO: por algum motivo o estroma 
do lóbulo mamário fica mais denso, alterando a 
densidade da mama. 
DISTORÇÃO ARQUITETURAL: é mais 
preocupante que a esclerose. Quando há uma 
retração ou alteração na arquitetura dos ductos 
da mama, mas que não forma nódulo ou massa, 
ou seja, há uma lesão distorcendo o 
parênquima sem formar nódulos. Normalmente 
são lesões benignas e o mais comum é 
adenose esclerosante. 
Hiperplasia do 
epitélio da mama 
• As células epiteliais luminais podem se proliferar e virar alguma lesão. Pode assumir 3 
padrões histológicos: 
1. LOBULAR: quando se faz o diagnóstico já possui um padrão atípico. O grande 
problema dessas lesões é que a hiperplasia lobular atípica pode ter uma evolução 
para um carcinoma lobular in situ, que é uma lesão de comportamento extremamente 
indolente, podendo evoluir para um carcinoma invasor, mas não é progressão 
obrigatória. 
Gabriela Reis Viol 
2. DUCTAL: são mais comuns. Importante saber se são típicas ou atípicas, visto que as 
atípicas irão sempre evoluir para câncer, mas o tempo dessa evolução é variável. 
3. APÓCRINO: menos comum. A célula da mama pode sofrer uma metaplasia. 
observação: quando se fala “hiperplasia lobular” não quer dizer, necessariamente, que 
está crescendo dentro de um lóbulo, visto que pode ocorrer hiperplasia lobular em um 
ducto. 
E as lesões que podem progredir para câncer são: hiperplasia lobular atípica, hiperplasia 
ductais e lesões de células colunares. Todos possuem potencial, são de evolução lenta e 
não obrigatória. 
HIPERPLASIA LOBULAR 
• Em 85% dos casos, quando presentes, são multicêntricas, ou seja, encontradas em 
mais de um foco. Sendo bilateral em 30% dos casos. Se a mulher possui a lesão em 
um local, possuimais de 80% de chance de ter em outro local. 
• Em geral, não geram alterações na mamografia e nem na clínica e, sendo assim, são 
de difícil diagnóstico, o que muitas vezes atrasa o diagnóstico. Portanto, ao diagnóstico 
pode estar invadindo ou ser muito grande. 
• O tratamento do carcinoma lobular in situ é muito controverso, sendo a tendencia hoje 
apenas acompanhar o paciente e, em alguns casos, utiliza-se tamoxifeno. 
Gabriela Reis Viol 
• Tais neoplasias lobulares - hiperplasia lobular atípica, carcinoma in situ ou carcinoma 
invasor - durante a sua carcinogênese, realizam uma mutação que perde a expressão 
do gene E-CADERINA, que é um gene de adesão celular, permitindo a existência da 
glândula. Ou seja, no carcinoma lobular, por não ter a E-CADERINA, as células são 
isoladas e soltas, não ficando ligadas umas as outras. Desse modo, quando o 
carcinoma invadir ele irá infiltrar com células isoladas. 
HIPERPLASIA DUCTAL 
Pode ser simples, moderada, com atipia, 
carcinoma ductal in situ e carcinoma ductal 
invasor. 
Possui uma progressão típica. 
A hiperplasia ductal sem atipias tem uma leve 
hiperplasia com 3-4 camadas de células e não tem 
risco de evoluir para CA invasor. 
A hiperplasia ductal moderada sem atipias 
também não tem risco de evoluir para 
carcinoma invasor. 
Gabriela Reis Viol 
A hiperplasia ductal atípica (HDA) é a 
lesão que gera preocupação visto que pode 
evoluir para câncer. Ela é, geneticamente, 
igual a um carcinoma ductal in situ, mas é 
uma lesão muito pequena (menor que 
2mm) e, por isso, não é considerada um 
carcinoma in situ (>2mm). Porém pode 
evoluir para um carcinoma invasor. 
Possui atipia leve. 
observação: para todas as lesões intraductais suspeitas em que se preenche o ducto, 
mas não há um padrão típico, deve-se utilizar a imuno-histoquímica para pesquisa: 
citoqueratinas (citoqueratinas de padrão basal são expressas por hiperplasias ductais 
sem atipias); mioepitélio p63 para ver a lesão toda é in situ, ou se há algum foco de 
invasão; receptor de estrógeno (lesões neoplásicas de baixo grau de mama tendem a 
ter superexpressão de estrógeno); KI-67 se for baixo a lesão é benigna. Pesquisa-se 
também E-caderina que se positiva é ductal e se negativa é lobular. 
Carcinoma ductal in situ é uma lesão 
semelhante à hiperplasia atípica, porém 
maior que 2 mm. 
Gabriela Reis Viol 
Proliferação monoclonal (está ocorrendo a 
multiplicação a partir de uma única célula) e por isso 
elas são iguais entre si. Há uma proliferação 
homogênea: hiperplasia atípica. 
Neoplasias 
malignas da mama 
• O câncer de mama é uma doença heterogênea, ou seja, não existe apenas um tipo de 
carcinoma da mama. 
• Existem 3 tipos de lesões precursoras: hiperplasia lobular atípica, hiperplasia ductal 
atípica e alteração de célula colunar com atipia. 
• A mama normal sofre alterações proliferativas (hiperplasias sem atipias), seguido por 
hiperplasias com atipia e carcinoma in situ, e logo carcinoma invasor. 
• Gera doença proliferativa: alteração de células colunares com atipia e evolução com 
carcinoma in situ, podendo virar um carcinoma de baixo grau e posteriormente de alto 
grau. 
• Outra via carcinogênica, faz com que surja um carcinoma in situ de alto grau que tende 
a virar um carcinoma invasor de alto grau. 
FATORES PROGNÓSTICOS DO CA DE MAMA 
• Deve-se classificar o tipo histológico, visto que o carcinoma invasor possui vários 
subtipos. Fala se o tumor é ductal, mucinoso, etc. 
• Tamanho da lesão: depende das estruturas da mama que a neoplasia acomete. 
• Status da invasão: se for um carcinoma invasor o prognóstico é pior. 
Gabriela Reis Viol 
• Grau de diferenciação: se é um tumor pouco ou muito diferenciado (semelhante a 
mama). 
• Status de invasão angiolinfática: presença de invasão angiolinfática ou perineural - 
aumentam a chance de metástase. 
• Status de invasão perineural: invasão de nervos. 
• Status do estroma: situação do estroma ao redor do tumor. 
• Reação inflamatória desencadeada pela neoplasia: se o tumor está desencadeando 
uma reação inflamatória. A reação inflamatória depende da capacidade da resposta 
imune em volta do tumor. 
• Status da pele: disseminação do tumor na mama, como está a pele e o mamilo. 
• Status do mamilo. 
• Padrão de distribuição no parênquima adjacente: disseminação por ductos terminais e/
ou cancerização de lóbulos. 
• Margens cirúrgicas: o princípio de qualquer cirurgia oncológica é remover todo o tumor 
e por isso deve-se conhecer suas margens. 
• Status linfonodal de sua gordura adjacente: se acometeu linfonodos. 
TIPO HISTOLÓGICO 
• NÃO ESPECIAL/SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO/DUCTAL: o tumor não tem nenhuma 
característica que o permita ser enquadrado em nenhum tipo de tumor especial. O tipo 
histológico já traz consigo a agressividade biológica do tumor. Esse é o CARCINOMA 
DUCTAL INVASOR (componente invasor do carcinoma ductal in situ), representa 
75-90% dos tumores da mama, o mais comum. Seu tipo histológico não traz um 
comportamento biológico específico, sendo necessário avaliar outros parâmetros de 
graduação, como estadiamento e imunohistoquímica, mas normalmente é um 
comportamento ruim. 
• ESPECIAIS: 10-15% dos cânceres em que seu padrão histológico já demonstra qual 
será seu comportamento, sua agressividade. Cada tipo de tumor especial possui um 
comportamento distinto, que lhe confere um prognostico diferenciado, em geral é 
excelente. O comportamento deles é pré-definido. Os tipos especiais carregam consigo 
um prognóstico estabelecido. 
observação: os tumores de prognóstico excelente possuem comportamento indolente e 
na maioria das vezes o tratamento é feito apenas com a retirada cirúrgica do tumor, sem 
necessidade de realizar quimioterapia. 
Gabriela Reis Viol 
Carcinoma lobular 
• Há uma mutação da E-caderina (proteína da adesão celular que faz com que a célula 
fique unida e a glândula fique redonda). Essa mutação faz com que a E-caderina perca 
sua expressão e as células fiquem isoladas (“soltas”). 
• Quando o carcinoma lobular da mama infiltra o parênquima ele o faz de maneira 
isolada (não forma glândulas ou túbulos), as células ficam dispostas em “fila”. 
• A presença ou não de mutação da E-caderina tem relevância, visto que a não 
expressão da E-caderina faz com que o carcinoma lobular tenha afinidade por dar 
metástase em locais como meninge, cérebro, pleura e peritônio. 
Núcleo pequeno, homogêneo, com 
infiltração por células isoladas e em 
fileiras. 
Gabriela Reis Viol 
Carcinoma com 
características 
medulares 
• Tumores pouco diferenciados, com núcleos atípicos e carga mutacional muito grande. 
• Cada mutação que a célula sofre gera uma alteração na sua expressão de proteínas. 
Com isso, quando o tumor infiltra, há uma grande reação imune no tecido que explica o 
infiltrado exuberante característico do tumor. 
• Possui prognóstico razoável. 
Denso infiltrado linfoide, núcleos 
a t í p i c o s , a r r a n j o s s i n c i a i s , 
normalmente triplo negativos. 
Adenoide cístico 
• Em algumas situações, existem tumores análogos aos de glândulas salivares. Isso 
ocorre porque a mama nada mais é do que um anexo cutâneo modificado. 
• A pele possui diversas glândulas cutâneas que durante o período embrionário sofrem 
modificações e podem se tornar glândulas salivares, mamas, etc. 
• Tumores naturais de glândulas salivares podem ocorrer fora delas. Nesses casos, o 
prognóstico é muito bom, visto que normalmente são tumores de baixo grau e não 
geram muita repercussões clínicas. 
Arquitetura cribriforme com secreção de 
membrana basal like. 
Gabriela Reis Viol 
Carcinoma 
micropapilar 
• Quando infiltra amama forma micropapilas. 
• Quando tem dúvida se é carcinoma micropapilar deve-se fazer a pesquisa imuno-
histoquímica de EMA: a formação de micropapilas pode ser demonstrada pela imuno-
histoquímica, através da pesquisa EMA (antígeno epitelial da membrana). 
• No carcinoma micropapilar a borda secretora das células será marcada, pois significa 
que a célula está secretando para fora, pois no seu interior tem as micropapilas. 
Algumas vezes pode ter alguns artefatos ou um padrão que imitem o carcinoma 
micropapilar, mas não é verdadeiro. 
• O carcinoma micropapilar possui um prognóstico ruim, com tendência a metástase 
linfonodal. 
• Algumas vezes o diagnóstico diferencial é um carcinoma de bom prognóstico, como o 
mucinoso coloide. 
Carcinoma coloide 
• Tumores produtores de muco. 
• A imuno-histoquímica diferencia o carcinoma micropapilar do carcinoma coloide. 
Gabriela Reis Viol 
Imunohistoquímica 
• RECEPTORES HORMONAIS: estrógeno e progesterona. Os receptores hormonais 
foram importantes, visto que o tratamento feito com bloqueador hormonal associado à 
cirurgia é extremamente eficaz. Além de identificar a positividade e negatividade, é 
necessário falar o quanto as células marcaram e a intensidade desses corpos. 
• SUPEREXPRESSÃO OU NÃO DO HER-2: o HER-2 é um receptor de membrana da 
família do EGFR-2, que é codificado pelo C-ERB-B2. Quando um receptor de 
membrana é estimulado, ele leva as células a se multiplicarem e, por isso, nos casos 
em que há superexpressão desse receptor de membrana o prognóstico é ruim, pois a 
célula tumoral se divide constantemente e de maneira descontrolada, com alta 
atividade mitótica. Assim, além do próprio estímulo intrínseco do câncer de se dividir, há 
ainda ajuda externa do receptor de membrana. O Trastuzumab (anticorpo monoclonal) 
se liga no receptor de membrana e impede que o receptor original se ligue e bloque 
essa via de estímulo e o tumor morre de “inanição”. 
• MARCADORES DE PROLIFERAÇÃO CELULAR (KI-67): demonstra toda célula que 
está fora do estado de repouso, entrando ou saindo da mitose. Informa se há 
necessidade do paciente receber quimioterapia além do tratamento de base. 
• P53: não é obrigatória pois há dúvida quanto a sua importância. 
observação: os receptores hormonais e a HER-2 mudaram a história natural dos 
tumores de mama, visto que formas de tratamento eficazes surgiram. 
DEFININDO O TRATAMENTO 
• É necessário estrógeno e progesterona, receptor de membrana do HER-2 e 
marcadores de proliferação KI-67. 
1. Tumor que tem alto índice de expressão de hormônios, negativo para HER-2, negativo 
para mutação de p53 e tem KI-67 baixo: tumor de bom prognóstico. 
2. Tumor negativo para hormônios, com superexpressão do HER-2, mutação de p53, 
alto índice proliferação pelo KI-67: tumor de mau prognóstico. 
FATORES MORFOLÓGICOS QUE INFLUENCIAM NO PROGNÓSTICO 
• INVASOR x MICROINVASOR x IN SITU 
• Tipo histológico 
• Estadiamento 
Gabriela Reis Viol 
• Grau de diferenciação 
GRADUAÇÃO 
• 3-5: grau I - bem diferenciado. 
• 6-7: grau II - moderadamente diferenciado. 
• 8-9: grau III - pouco diferenciado. 
Carcinoma 
invasor com 
disseminação 
para ductos 
terminais 
Houve disseminação para ductos terminais, o que 
significa que o tumor é mais extenso do que se observa 
em exames de imagem. O problema é que em uma 
cirurgia provavelmente terá tumor residual na paciente. 
Gabriela Reis Viol 
observação: outro fator importante é o 
acometimento do mamilo. Da mesma 
forma que o tumor pode se espalhar pelos 
ductos terminais, ele pode atingir o mamilo 
caracterizando a doença de Paget. É um 
marcado prognóstico e faz parte do 
estancamento, pois aumento a chance de 
recidiva e metástase linfonodal. Além 
disso, impede que seja feita uma cirurgia 
conservadora. 
Carcinoma 
inflamatório 
• É um diagnóstico clínico 
• É um carcinoma da mama que acomete a pele e infiltra os linfáticos da derme, 
deixando a região acometida vermelha, sensível ao toque e quente. 
• Uma situação de pior prognóstico, com aumento de chance de recidiva local e 
metástase para linfonodo. 
Haverá uma área nodular, eritematosa 
e com infiltração dos linfáticos da pele. 
Não há um processo inflamatório de 
fato, e sim uma “simulação clínica”. 
Gabriela Reis Viol 
Classificação 
• Importante para definir qual o tratamento será utilizado. 
LUMINAL A: 40-55%, traz tumores de melhor prognóstico. Tem alto índice de expressão 
de receptores de hormônios, baixo índice de Ki67 e são negativos para supreexpressão 
de HER-2. Não expressa marcadores basais (CK5, CK14, EGFR). 
Tratamento: a maioria do tumor com células bem diferenciadas possui células luminais e 
assim, esse tumores não se beneficiam com quimioterapia. O tratamento será feito com o 
uso de bloqueador de hormônio Tamoxifeno ou equivalente. 
LUMINAL B: 15-20%, traz tumores de pior prognóstico que o tipo A. São receptores de 
hormônio positivos (mas com intensidade menor que os do tipo A), alto índice de Ki67 e, 
em alguns casos, podem ser HER-2 positivos. Não expressam marcadores basais. 
Tratamento: além do bloqueador de hormônio, deve-se usar também a quimioterapia 
devido ao índice de proliferação desse tumor. 
TUMOR TIPO HER-2: tem apenas superexpressão de HER-2 e, normalmente, terá um 
índice de proliferação muito alto (alto Ki67). Esse tipo de tumor é negativo para receptores 
hormonais. 
Tratamento: quimioterapia e imunoterapia com Trastuzumab. 
TUMOR TRIPLO NEGATIVO: negativos para receptores hormonais (estrógeno e 
progesterona) e HER-2. Além disso, possui um alto índice de proliferação Ki67. Sendo 
assim, é um tumor muito agressivo e pouco diferenciado. 
Tratamento: quimioterapia. 
Gabriela Reis Viol 
TUMOR BASAL-LIKE: expressam proteínas basais e se assemelham as células do 
mioepitélio. São carcinomas que acometem mulheres jovens, linfonodos negativos e 
normalmente não dão metástase para o local que CA de mama costuma dar (fígado ou 
osso), sendo comum para cérebro, pulmão e pleura. São extremamente agressivos e 80% 
são triplo negativos, contudo, não são assim chamados pois possuem similaridade com o 
mioepitélio. 
É um tumor com positividade variável para receptores hormonais, HER-2 variável, Ki67 
normalmente alto, mutação do p53 e é associado a mutação do BRCA-1. 
Tratamento: quimioterapia. 
observação 
Ki67 < 15% índice de proliferação baixo. 
Ki 67 > 20% índice de proliferação alto. 
Gabriela Reis Viol

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