Buscar

TRABALHO - Pedido, queixa e demanda no Plantão Psicológico querer poder ou precisar

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Resumo “Pedido, queixa e demanda no Plantão Psicológico: querer poder ou precisar?”
Recorrer ao Plantão para desconstruir modos estritos de saber como conhecimento legítimo poderá, ao mesmo tempo, construir uma compreensão para o próprio sentido de Plantão, para além das fundamentações teóricas implicadas na sua origem.
Plantão Psicológico é fenômeno a ser estudado e também metodologia de estudo, pois a forma com a qual as reflexões são conduzidas assemelha-se muito ao próprio modo do atendimento em Plantão Psicológico: uma ação que, em sua matriz, é essencialmente clínico-investigativa, pois busca esclarecer junto àquele que sofre uma demanda a partir dele mesmo, na tentativa de abrir possibilidades para que ele se responsabilize pelo seu próprio cuidado. É um proceder que, a todo o momento, se coloca em discussão, avaliando o que ocorre a cada encontro entre plantonista e aquele que sofre, para, através desta avaliação, possibilitar que a demanda apresentada se esclareça como necessidade e urgência.
o Aconselhamento apresentava-se como uma técnica, um equipamento social com status de tecnologia. Assim, não surpreende que, ainda hoje, seja compreendido como um conjunto fragmentário de práticas psicológicas com traços utilitaristas, amparado pelas diversas e diferentes teorias psicológicas "produtivistas" nesse período.
Segundo SCHMIDT esse processo foi intensificado com as ideias de Carl Rogers, o criador da Abordagem Centrada na Pessoa, uma nova maneira de produzir conhecimento, debruçando-se sobre a prática, buscando nela os subsídios para o desenvolvimento de teorias para a psicoterapia. Entretanto, sua inovação quanto à investigação da prática psicológica clínica, embora contribuindo para o reconhecimento da especificidade do campo psicológico.
Em 1998 foi criado o Laboratório de Estudos e Prática em Psicologia Fenomenológica-Existencial (LEFE), levando adiante a proposta inicial do SAP de lugar de fronteira, com o objetivo de abrir-se a novas experiências da prática do Aconselhamento Psicológico e de suas modalidades de Plantão, Supervisão de Apoio e Oficinas de Criatividade.
Como o Plantão é feito? Essa pergunta resume esse curiosear, apresentando-se como ponto inicial de uma narrativa compartilhada, sugerindo-se ao plantonista dizer para fazer saber acerca da sua démarche clínica de como faz saber ao sofrente acerca de sua procura. Implica-se por esta pergunta que o Plantão é ação clínica na dimensão do conhecimento tácito. Nos primeiros contatos com essa prática, o Plantão não era compreendido como uma modalidade da prática clínica em Psicologia. “Fazer Plantão” constituía-se pelo disponibilizar-se em um espaço físico durante um determinado espaço de tempo a quem aparecesse, sem nenhuma referência ao modo de debruçar sobre à procurado sofrente.
A complexidade envolvida na prática de Plantão, ainda não muito delineada nem pelos profissionais que o desenvolviam e o apresentavam como estágio obrigatório quando do frescor dos primeiros anos de prática clínica, contribuiu para que o Plantão fosse “assimilado” como uma técnica.
Conclui-se que para o Plantão acontecer não era mais necessário um pedido explícito, uma "queixa", ou uma "demanda"; era preciso apenas procurar uma escuta. Desta maneira, torna-se muito mais adequado usar a expressão atitude clínica para referir-se ao fazer do plantonista, pois mesmo em outros contextos era possível manter-se em Plantão. Os plantonistas começavam a trazer o Plantão junto de si de maneira radical e os Plantões levavam essa afirmação ao limite da radicalidade.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando