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A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA PARA OS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS PERTENCENTES À APAE DE OTACÍLIO COSTA
MOACIR ROBERTO DE FARIAS
Lages
2012�
MOACIR ROBERTO DE FARIAS
A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA PARA OS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS PERTENCENTES À APAE DE OTACÍLIO COSTA
Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Educação Física Escolar com Enfase em Educação Especial Inclusiva, do Centro Sul Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-graduação, como requisito para a obtenção do Título de Pós-graduação.
Orientado pela Professora: Maria Iolanda Demeneck de Figueiredo. 
Lages
2012
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FOLHA DE APROVAÇÃO
MOACIR ROBERTO DE FARIAS
A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA PARA OS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS PERTENCENTES À APAE DE OTACÍLIO COSTA
Avaliação
Professora: Maria Iolanda Demeneck de Figueiredo
Data: ____/____/____
Conceito: ______ (espaço para o professor)
Lages
2012
1 TEMA : A DANÇA E A INCLUSÃO
1.1 TÍTULO A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA PARA OS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS PERTENCENTES À APAE DE OTACÍLIO COSTA
1.2 PROBLEMA
Ao nascer a criança lança-se para o mundo desconhecido, e precisa respirar por conta própria, mover-se, criar laços, crescer, tudo é novo e assusta. 
De repente todos os olhares se voltam para esta criatura tão pequena, mas tão diferente. E o que causa preconceito e discrimina. 
É incompatível que nos dias de hoje, pessoas com necessidades especiais, estejam expostas á preconceitos enraizados em nossa cultura, são discriminadas por tantas pessoas que se dizem “normais”. Até que ponto as pessoas estão preparadas para aceitar e valorizar as potencialidades que eles têm?
Desta maneira, levantou-se como situação problema, de que forma a dança poderá contribuir para uma melhor integração e inserção dos portadores de necessidades especiais na formação de cidadãos capazes de estabelecer relações entre corpo, dança e sociedade?
Pessoas com necessidades especiais são pessoas como todos os outros seres humanos, o problema é que notamos os defeitos e as dificuldades de executarem os movimentos. 
Dançar vai além de uma seqüência de passos. É o momento em que você conhece seu corpo e sua alma expressando-se através dos movimentos. Em função do exposto, e considerando as especificidades da amostra estudada questiona-se: poderá a dança contribuir para a melhoria das dificuldades de movimento encontradas pelos portadores de necessidades educativas especiais na sua rotina diária ?
Dessa forma pretende-se investigar na área da dança, relacionada à qualidade de vida dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais na Escola de Educação Especial “Amigos para Sempre”- APAE de Otacílio Costa . 
1.3 JUSTIFICATIVA
A dança possibilita através de movimentos criativo e expressivo, comunicar-se e manifestar-se variada e amplamente desenvolvendo habilidades neuromotoras, psico-afetivas e sociais dos educandos. Em um estudo com indivíduo portador da Síndrome de Down, (ZUCHETTO, 2004), as aulas que envolveram música despertaram um maior interesse no sujeito.
Toda ação humana envolve a atividade corporal podendo influenciar a vida e até mesmo o comportamento e o perfil de um indivíduo. Portanto a Educação e a Educação Física como espaço de democratização e inclusão social que possa contribuir para o desenvolvimento do potencial criativo do aluno, educando para a liberdade e autonomia, sendo fundamental que o trabalho com portadores de necessidades especiais seja encarado como uma possibilite de auto-superação e não com conformismo onde participem família, escola e sociedade agindo numa mesma dimensão político pedagógico que pressupõe a construção de uma sociedade humanizada. A dança, meio de comunicação e expressão utilizados pelo homem desde o inicio da civilização pode desempenhar papel importante na educação dos corpos ao propiciar aos alunos subsídios que venham transformar as relações estabelecidas entre corpo, dança e sociedade.Ao nos reportar-nos ao inicio da história a civilização pressupõem-se que habilidade, força e domínio do corpo tenham sido fundamentais para o homem para sua sobrevivência, difícil então de imaginar pessoas com deficiências sobrevivendo em condições tão adversas. Atualmente o mundo também encontra-se em crise política social e moral e a dança continua sendo um veiculo de comunicação entre os homens. Nesse contexto, o corpo deficiente por meio da dança terá a possibilidade de conviver, representar e expressar seus sentimentos podendo trazer estas experiências para as suas vidas diárias, pois segundo Laban, (l978), a dança lida com conflitos e situações que envolvem prazer e dor, justiça e injustiça, dentre outras dualidades. 
Através deste estudo, pretende-se mostrar a importância e a ajuda que o ensino através da dança poderá contribuir no desenvolvimento dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais. Nanni nos relata que, a elaboração do conhecimento passa pela elaboração do corpo, entre o próprio corpo e os objetos, portanto a educação como tendência é imprescindível para que o ser humano se torne sujeito na sua realidade histórica, fazendo-se necessário o desenvolvimento de sua corporeidade.
Neste sentido, a formação de profissionais da educação, deveria afastar-se das ideologias instrumentais que enfatizam uma abordagem tecnocrática para a preparação dos professores e também para a pedagogia da sala de aula, devendo enfatizar, questões acerca dos princípios referentes aos diferentes métodos didáticos, técnicas de pesquisa e teorias da educação. Necessário se faz repensar a natureza das formações continuadas para que os profissionais da educação possam tornar-se co-autores dos dispositivos pedagógicos e didáticos, a partir da experiência e da pesquisa. 
Estes fatos justificam, de forma muito clara, a necessidade da execução de pesquisas científicas, dada à complexidade do tema. O presente estudo pretende preencher uma lacuna nesta área do conhecimento, considerando a problemática anteriormente levantada, evidenciando-se a necessidade de se pesquisar e entender as contribuições da dança, para uma melhor qualidade de vida para os portadores de necessidades especiais.
1.4 FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
Toda ação humana envolve a atividade corporal podendo influenciar a vida e até mesmo o comportamento e o perfil de um indivíduo. Portanto a Dança como espaço de democratização e inclusão social que possa contribuir para o desenvolvimento do potencial criativo do aluno, educando para a liberdade e autonomia, sendo fundamental que este trabalho com portadores de necessidades especiais seja encarado como uma possibilidade de auto-superação e não com conformismo onde participem família, escola e sociedade agindo numa mesma dimensão político pedagógico que pressupõe a construção de uma sociedade humanizada. A dança, meio de comunicação e expressão utilizados pelo homem desde o inicio da civilização pode desempenhar papel importante na educação dos corpos ao propiciar aos alunos subsídios que venham transformar as relações estabelecidas entre corpo, dança e sociedade. 
Atualmente o mundo também encontra-se em crise política social e moral e a dança continua sendo um veiculo de comunicação entre os homens. Nesse contexto, o corpo deficiente por meio da dança terá a possibilidade de conviver, representar e expressar seus sentimentos podendo trazer estas experiências para as suas vidas diárias. 
 Através deste estudo, pretende-se mostrar a importância e a ajuda que o ensino através da dança poderá contribuir no desenvolvimento dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais.�
1.5 OBJETIVOS
1.5.1 Objetivo geral
 Propiciar aos Portadores de Necessidades Educativas Especiais,
reconhecimento e identificação das qualidades de movimentos e suas combinações na dança, vivenciadas em um processo de expressão individual e em grupo, dentro e fora da escola.
1.5.2 Objetivos específicos
Entender a dança em suas diversas manifestações e relações culturais e sociais. 
Oportunizar e estimular condições de interpretar e improvisar, seqüências de movimentos.
Integração e comunicação com o outro, por meio dos gestos e da expressão do corpo, construindo uma relação de cooperação, respeito e valorização da dança na escola e na sociedade.
Organizar, registrar e documentar informações pessoais para sistematização das experiências observadas e vivenciadas através do grupo de dança pertencente, à Escola de Educação Especial “Amigos para Sempre” - APAE de Otacílio Costa.
1.6 REVISÃO DE LITERATURA
1 .6.1 Relato Histórico da Dança
Este relato histórico está baseado nos seguintes autores: (NANNI, l995, 2003); (RANGEL, 2002); (CAMINADA,l988); 
Dançar é definido como uma manifestação instintiva do ser humano, pois mesmo antes de polir a pedra e construir abrigos, os homens já se movimentavam ritmicamente para se aquecer e comunicar-se.
A dança nasceu com a espécie humana, que logo transformou num ritual utilizado para um estreito contato com a divindade. O homem dança pela mesma razão que canta, chora, ri ou fala com seus deuses. A dança ritual, até hoje praticada pelos povos primitivos, é toda ela de inflexão dionisíaca, isto é, selvagem e livre.
Considerado a mais antiga das artes, a dança é também a única que dispensa materiais e ferramentas. Ela só depende do corpo e da vitalidade humana para cumprir sua função enquanto instrumento de afirmação dos sentimentos e experiências subjetivas do homem. 
 As primeiras danças humanas eram individuais e se relacionavam à conquista amorosa. As danças coletivas também apareciam na origem da civilização e sua função associava-se à adoração das forças superiores ou dos espíritos para obter êxito em expedições guerreiras de caça ou ainda para solicitar bom tempo ou chuva. 
O desenvolvimento da sensibilidade artística determinou a configuração da dança como manifestação estética. No antigo Egito, 20 séculos antes da era cristã, já se realizavam as chamadas danças astroteologias em homenagem ao deus Osíris. O caráter religioso foi comum às danças clássicas dos povos asiáticos. 
Na Grécia clássica, a dança era freqüentemente vinculada aos jogos, em especial aos olímpicos. 
 Com o Renascimento, a dança teatral, virtualmente extinta em séculos anteriores, reapareceu com força nos cenários cortesãos e palacianos. Uma das danças cortesãs de execução mais complexa foi o minueto, depois foi a valsa, considerada dança cortesã por excelência, e com ela se iniciou a passagem da dança em grupo ao baile de pares. 
 A configuração de um gênero de dança circunscrito ao âmbito teatral determinou o estabelecimento de uma disciplina artística que, em primeira instância, ocasionou o desenvolvimento do balé e, mais tarde, criou um universo dentro do qual se desenvolveram gêneros como os executados no music – hall, como o sapateado e o swing 
A divulgação da dança se deu também fora do mundo do espetáculo, principalmente nas tradições populares. 
Dança, em sentido geral, é a arte de mover o corpo segundo uma certa relação entre tempo e espaço, estabelecida graças a um ritmo e a uma composição coreográfica.
Com efeito, nesse primeiro período, o homem busca na dança não apenas invocar as forcas da natureza, mas também para mostrar-se convencido da influência e importância da mesma para o desenvolvimento do ser humano. 
Em continuação a historicidade, a dança no Brasil esteve inicialmente relacionada aos povos indígenas, sendo empregada pelo jesuíta José de Anchieta na catequisação dos índios para serem apresentadas nas festas religiosas de Santa Cruz e do Espírito Santo e, ainda, uma forte influência dos negros africanos a partir de 1538 permanecendo até os dias de hoje Ellmerich (1964, citado por FERREIRA 2002).
Os nobres também contribuíram, trazendo durante o período colonial suas danças de salão, os minuetos e as valsas, que eram sucessos nos salões europeus, alcançando seu apogeu a partir de 1922, quando inúmeras companhias de balé a convite da corte aportaram no Brasil. Contribuição valiosa também, veio por parte de professores russos e franceses, exilados durante a guerra que ministravam aulas particulares para senhoritas da época para que se tornassem finas e delicadas. O teatro de revistas que predominava também nesta época, contribuiu para divulgação da dança, embora, não havendo preocupação com a técnica interpretativa.
A primeira escola profissional de dança foi fundada no Brasil por Maria Olenewa e se instalou no Rio de Janeiro em 1827 e era encarregada da educação dos filhos de D. João VI. Desta escola era Ana Pavlowa oriunda da escola Imperial do original ballet Russo. Em 1932, surge a primeira escola de dança moderna de Kithy Bodenhein e Chinita Ullman (gaúcha formada na Alemanha) que retornou ao Brasil em 1932, abrindo uma escola de dança em São Paulo e, em 1946 no Rio de Janeiro Nina Verchinina apresenta ao público, danças com esse estilo (OssOna, 1998; NannI, 1995, Fohlbusch, 1990).
 Destacaram-se ainda, Maria Duschene (1940) bailarina húngara, lecionando dança para as crianças do colégio Mackenzie em São Paulo, sendo seu trabalho baseado nas teorias de Laban; René Gumiel, bailarina francesa e aluna de Maurício Bejárt e de Laban, que em 1957 montou sua escola de dança, que junto com Duschene são reconhecidas como as introdutoras da dança moderna no Brasil; Yanka Rudzka, bailarina polonesa (1952) criou sua escola de dança moderna oficializada somente em 1956, quando assumiu a direção da primeira Universidade de Dança do Brasil, na Universidade Federal da Bahia, FERREIRA (2002).
A dança no Brasil atinge uma grande repercussão, comprovada pelos inúmeros festivais que acontecem nas diversas regiões. Dentre estes, ressalta-se o festival de dança de Joinville, que mostra o que há de mais emergente na dança. A contribuição destes festivais, vem comprovando a busca de novos paradigmas, rompendo com as formas pré estabelecidas, transformando o conceito de corpo do bailarino, (FERREIRA, 2002).
1. 6.2 Estilos de Dança
Lomanike (2001, p.13) classificou a dança em onze estilos:
1. Dança educacional
A dança é considerada uma fonte de conhecimento, assim como afirma Nanni (1998, p.8), “(...) a elaboração do conhecimento passa pela elaboração do corpo”, e explica que o corpo fala de forma explícita através da dança. De acordo com Garaudy (1989, p.74), por volta de 1920, Ted Shawn já afirmava que a dança deveria estar no centro da educação escolar e Universitária pois, “uma verdadeira educação deve formar, num mesmo movimento, um corpo pronto a agir com facilidade e prazer para poder exprimir e servir a uma vida voluntária, uma inteligência lúcida (...) capaz de definir os fins da ação e da vida”.
Embora a dança tenha crescido em muitas das principais Universidades, no Brasil, o surgimento da dança em escolas do ensino fundamental e médio, ainda é muito pequeno. Constata-se na dança educacional um grande potencial, pois seu ensino prevê a utilização, a apreciação e a contextualização
do movimento para expressar idéias, sentimentos, emoções, pensamentos, ou seja, a universalidade com que se emprega o movimento. 
2. Dança criativa
É a identificação da estrutura corporal. Cunha (1992), enfatiza que um dos aspectos fundamentais no trabalho de dança criativa é conscientizar o esquema corporal em movimento com o intuito de desenvolver e aprimorar a percepção das formas, do espaço e do tempo, ou seja, dar-se conta de quando, onde e como acontecem as mudanças corporais ela funciona como agente no aprimoramento da coordenação motora, no equilíbrio dinâmico, na flexibilidade e amplitude articulares, na resistência, agilidade e na elasticidade muscular.
Em consonância, Fux (1983, p.115) enfatiza que “a dança e o movimento encarado na criatividade que todos temos, ajudam a uma profilaxia terapêutica que deveríamos realizar diariamente”, ou seja, a dança neste contexto não é só vista como expressão do indivíduo e do movimento, mas também como criação ou aprendizado de um determinado vocabulário corporal. 
3. Dança artística
É a que inclui as técnicas do ballet clássico, da dança moderna, contemporânea, jazz, sapateado, já comentados anteriormente.
4. Dança de guetos
Diz respeito aos bailes funk, às danças de rua ou street dance. Segundo Nunes (2001) a dança de rua, surgiu na década de 70 e 80, nos bairros onde a preferência musical era transmitida pelos negros das periferias. Quem a praticasse já tinha idéia da existência do preconceito e discriminação, haja vista que as performances aconteciam nas ruas. Mesmo assim, os adeptos continuaram a praticar essa arte desprezando as opiniões contraditórias. Passou a ser praticada em academias no final da década de 80, onde foi adaptada, através de técnicas, proporcionando maior desenvolvimento físico, motor e psíquico dos praticantes.
5. Dança de salão
É, segundo Faro (1998), a dança que se desenvolveu a partir das danças folclóricas e das teatrais. As danças de salão nada mais seriam do que “a forma civilizada de simbolizar o ato sexual” (PORTINARI,1989, p.268). Quando feitas exclusivamente por homens, a autora afirma que as danças tendem ao desafio acrobático, com exibição de saltos e seus movimentos exibem algum tipo de combate.
Já as danças femininas resumem-se num deslizar gracioso e quando homens e mulheres passam a dançar juntos, essa característica permanece. Tais distinções, contudo, desapareceram por completo na dança social contemporânea, que contempla vários ritmos como samba, forró, bolero, tango, valsa entre outros e traz, de acordo com Flores (2000), além do fator atividade física, uma melhora no estado emocional e sensitivo.
6. Dança de reabilitação
É a que é feita com reabilitados cardíacos e físicos. Segundo a Clinic Health (2001), a dança é uma alternativa positiva na reabilitação de joelho e operações do coração, bem como, diminui o risco de infartos. A dança de reabilitação também é utilizada para portadores de deficiência física, visual e auditiva. A autora Fux (1983, p.105) tem uma vasta experiência com surdos, afirmando que “o primeiro impacto com não ouvinte é fazê-lo interessar-se por projetar e dar-se conta de que seu corpo é um instrumento de linguagem (...) o silêncio pode ser dançado”.
7. Dança terapia
Uma modalidade pertencente ao estilo dança terapia citada por Lomanike (2001) é a Biodança que, segundo Moura (1990), é um sistema de integração e desenvolvimento humano baseado na música, na dança, no canto e na comunicação grupal, voltada para o fortalecimento das vivências humanas. Para o criador da Biodança, Toro (1988):
Biodança é a dança da vida (...) a dança é um movimento que surge das entranhas do ser humano. É o movimento da vida, ritmo biológico, ritmo do coração, da respiração, impulso da vinculação à espécie, é o movimento de intimidade. A dança é, portanto, a celebração da nossa comunidade com os homens e nossa legítima alegria de viver. Cada pessoa, mesmo sem estar consciente disso, encontra-se dançando sua vida. (p. 12).
Na visão do autor, a vida manifesta-se a cada instante: nos gestos, no olhar, no sorriso, no encontro com o outro. A Biodança utiliza o método vivencial como meio de expressão do ser e como possibilidade para cada um sentir a vida em sua total complexidade, ou seja, um modelo voltado para o viver e não para o pensar, que utiliza a integração entre a música, exercícios e linhas de vivências. 
8. Danças religiosas
Nessa concepção estão as danças indígenas que, de acordo com Portinari (1989) e Faro (1998), não foram imitadas e nem se misturaram com as danças dos brancos, não as influenciando de modo direto. Mesmo assim, podemos ter uma noção bastante vigorosa da ligação dos índios com a dança e a religião. Outra modalidade é o candomblé que são concebidas para celebrar ou aplacar uma entidade que, por sua vez, identifica-se a um santo do catolicismo. Seguem ainda hoje o costume tribal de círculo, ao som de percussão, favorecendo o estado de transe. A dança faz parte intrínseca das cerimônias de candomblé.
9. Danças orientais
Como o Butoh, que é uma dança cênica japonesa, a dança do ventre, também é uma dança oriental. Esta dança originou-se no antigo Egito, entretanto foi criada sobre influência de muitas culturas e, até hoje, continua a se desenvolver. Independente de culturas e fronteiras a dança do ventre tem um estilo próprio. Há alguns pontos que diferenciam a dança oriental. É geralmente realizada por mulheres com ênfase nos músculos abdominais. Está relacionada ao culto de fertilidade, sensualidade e divindade trazendo consigo valores antigos e sagrados.
As pessoas estão redescobrindo essa dança milenar que constitui, conforme Wolff (1999), um dos primeiros sistemas de treinamento fisiopsíquico que se tem informação, na qual os movimentos ondulatórios provocados pela dança do ventre fazem abrir essa consciência. A mulher passa por uma revitalização, valorizando-se, desenvolvendo o senso de dignidade e de auto-estima, permitindo assim uma aceitação de si mesma na busca do equilíbrio interior, além de melhorar o funcionamento dos órgãos internos.
10. Danças étnicas
Lomanike (2001) inclui nessa concepção, a dança flamenca que é uma expressão dos ciganos fixados na região da Andaluzia (PORTINARI,1989). As danças afro, segundo Nanni (1995), são bastante heterogêneas, dada à origem dos diversos grupos étnicos e regiões diversas em seus vários níveis sociais, quer sob o enfoque sócio-econômico quer sob o político-social. Essas danças visam à identificação com divindades através do “êxtase” caracterizado pelos constantes giros do corpo, estabelecendo esta comunicação.
A capoeira, tem origem nos quilombos, onde os negros desenvolveram sua movimentação a partir da imitação de animais como gatos, macacos, cavalos, cobras ou aves. É jogo embalado por som de berimbau e pandeiro com características de luta, em que os adversários não se tocam, mas executam uma sucessão de golpes com os pés, experimentando a guarda do oponente, de forma bastante acrobática.
11. Danças folclóricas
Conforme explica autoras como Portinari (1989) e Nanni (1995), são as danças produzidas de forma espontânea numa comunidade com laços culturais em comum, resultantes de um longo convívio e troca de experiências, analisando ainda que um dos mais significativos aspectos da dança folclórica está em favorecer a aproximação entre homens e mulheres, um resquício dos rituais de fertilidade.
Há um traço comum em boa parte das danças folclóricas existentes, que é estar ligada a determinado momento da vida de uma comunidade. Muitas delas estão intimamente relacionadas com formas musicais, ainda que nem todas exijam acompanhamento musical. Antigamente eram realizadas por motivos cerimoniais, hoje são dançadas com fins recreativos.
Abrangendo todas as idades independente de experiências anteriores, a dança se destaca pelos vastos benefícios físicos, psicológicos e também espirituais. Sendo assim, “A dança
proporciona êxtase, liberando as tensões do corpo, relaxando os músculos e conseqüentemente há uma satisfação de bem-estar físico e psicológico, engrandecendo sua auto-estima e seu autoconceito” (SILVEIRA,1996, p.9).
1 .6 .3 Deficiência -Histórico 
No Brasil a educação especial tomou novos rumos com a exclusão dos alunos deficientes das instituições especializadas, e inspirados por movimentos norte – americanos e europeus, que buscavam implementar e organizar ações isoladas. Com avanço das informações sobre a educação especial no Brasil na visão de Mazzotta (2003, p. 27), “teve sua projeção no século XIX, com experiências de grande sucesso na Europa e nos Estados Unidos da América do Norte, com organização de serviços para atendimento a cegos, surdos, deficientes mentais e deficientes físicos”.
A inclusão da “educação de deficientes” da “educação dos excepcionais” ou da “educação especial” na política educacional brasileira vem a ocorrer somente no final dos anos cinqüenta o início da década de sessenta do século XX. (MAZZOTA, 2003, p. 27). 
Para Sassaki (1999, p. 123) “o princípio fundamental da educação inclusiva é a valorização da diversidade”. Nas salas de aula onde ocorre a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, parte-se de uma filosofia segundo a qual todas as crianças podem aprender e fazer parte da vida escolar comunitária. A diversidade é valorizada, acredita-se que tal diversidade fortaleça a turma e ofereça a todos os seus membros maiores oportunidades de aprendizagem.
A escola ao considerar a diversidade, tem como valor o respeito. As diferenças não são obstáculos para o cumprimento da ação educativa mas, ao contrário; fatos de seu enriquecimento. Trata-se de garantir condições de aprendizagem à todos os alunos seja através de incrementos na intervenção pedagógica ou de medidas extras que atendam às necessidades individuais. (Sassaki, 1999, p.34 – 45) Para Sassaki (1999, p.111) a educação inclusiva é uma atitude de aceitação das diferenças, não uma simples colocação em sala de aula.
Para Stainback, et al (1999, p.27) a razão mais importante para o ensino inclusivo é o valor social da igualdade, apesar das diferenças todos nós temos direitos iguais. Em contraste com experiências passadas de segregação, a inclusão reforça a prática de que as diferenças são respeitadas. Conforme Stainback, et al (1999, p.289), reconhece que para dar conta do cumprimento do princípio da valorização da diversidade para que os alunos sintam-se reconhecidos, valorizados e respeitados impõe-se estratégias da operacionalização da Educação Inclusiva, que vai desde definição de novas políticas educacionais, até organização de meios materiais, pedagógicas, organização do trabalho escolar e formação docente. 
 Encorajar os alunos à desconsiderar as diferenças não é desejável, pois a criança percebe que há colegas maiores ou menores que ela, que usam cadeiras de rodas, que tem a cor da pele diferente, eu falam outras línguas, que andam de maneira diferente. Nesta perspectiva se as diferenças não forem colocadas em discussão e desmistificadas para as crianças poderá ocorrer a escola situações para cochichos, curiosidades e a conseqüente exclusão. Os educadores devem ter como objetivo explorar honestamente as diferenças, dando oportunidades aos alunos experimentar e compreendê-las.
Segundo Romeu K. Sassaki (1999), a inclusão social tem constituído um esforço de inserir na sociedade pessoas com deficiências. A igualdade de oportunidades em educação é na verdade essencial dada à importância da educação na transmissão de atitudes, conhecimentos e competências que a sociedade como um todo encara, como importante para todas as crianças e jovens incluindo-os na sociedade, para que possam ter acesso a todos os serviços, bem como ambientes construídos e ambientes naturais em busca da realização de seus sonhos e objetivos.
Mas o processo de inclusão social funciona em mão dupla, a sociedade e os segmentos buscam equacionar soluções alternativas para garantir a equiparação de oportunidades e de direitos, para a aceitação e a valorização da diversidade, o exercício da cooperação entre diferentes e a aprendizagem da multiplicidade. É difícil adotar novos conceitos e modificar padrões de comportamento já consolidados. Além disso trata-se de seres humanos que merecem respeito e delicadeza.
No campo da educação, vê-se urgir diversas posições, a mais radical, que defende que todos os aluno devem ser educado apenas na escola regular (escola para todos) até a idéia que a diversidade de características verificadas no grupo de alunos com necessidades educativas especiais implica a existência e manutenção de um contínuo de serviços e uma diversidade de opções. (SASSAKI, 1999)
A escola produziu desde o seu início a inclusão e sempre colocou a margem de seus processos pessoas que não se enquadram em seus requisitos, incumbindo-se de separar os indivíduos. Neste sentido, a escola simplesmente veio confirmar o modelo de sociedade na qual está inserida, no entanto, o mesmo papel que produziu a exclusão gerou seu contrário, o movimento pró-inclusão.
A sociedade inclusiva começou a ser construída a partir de algumas experiências de inserção social de pessoas com necessidades especiais, ainda na década de oitenta. Em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, grandes e pequenas modificações vem sendo feitas em setores como as escolas, empresas aéreas, áreas de lazer, edifícios e espaços urbanos, para possibilitar a participação plena do PNEE com igualdade de oportunidades junto à população geral (Sassaki, 1999). A inclusão é uma inovação, é um movimento social e educacional. Precisa ser compreendida, pois a educação é um direito de todos e este novo paradigma social precisa ser respeitado.
A inclusão como conseqüência de um ensino de qualidade para todos, exige que as escolas se modifiquem, e se preparem pois toda a sociedade está sendo chamada a não mais excluir. É um processo colocado em andamento pela LDB, mas para que haja um efeito desejado tem que passar por uma mudança coletiva de mentalidade e de atitudes (TURRA, MARTINES e PINTO, 2002).
As diferenças que estão além do que se permite como assimiláveis se interpõem entre pessoas e provocam cisões em suas relações de tal modo que as trocas de sentido se dão a partir de posições antagônicas: os normais e os anormais, os incluídos e os excluídos. O anormal foi uma criação necessária para contrapor-se ao modelo de normal. Para Lorenzini (2003), a modernidade traduz-se numa nova sociedade operando transformações que atravessam a humanidade de forma inexorável, trazendo também uma leitura diferente sobre as diferenças humanas. A superação do teocentrismo se dá pela emergência do processo de normalização. Este processo vem se revestindo a cada época, atravessando os últimos séculos e permanecendo como forma de controle social mais eficiente que se criou.
 Ainda para Bauman citada por Lorenzini (2003, p. 21) “a existência é moderna na medida em que está saturada pelo sentimento do sem nós o dilúvio (...) Cada ato de designação divide o mundo em dois: entidades que correspondem ao nome, e o resto que não”. A necessidade de normalização começa pelas ciências biológicas, diferentes ligadas ao corpo, e se estende a todo universo do conhecimento das ciências humanas e sociais. Com isto as relações interpessoais também são ordenadas, as diferenças visíveis do corpo são simbolizadas nas ações humanas.
 Aponta Lorenzini (2003) O homem moderno busca na ciência explicações para o diferente. Passa a apoiar-se em concepções que explicam a diferença humana a partir de perdas funcionais, emocionais ou sociais. Fragmenta o homem, tenta encontrar a parte que não funciona ou que falta, tenta corrigi-la, acrescentá-la, suprimi-la, a fim de que o homem possa de novo fazer parte do contexto de normalidade. 
Sem super-proteger é preciso garantir para o diferente, tudo aquilo que tem de direito, conforme suas possibilidades. Não se pode
anular os sujeitos impedindo que façam suas opções em relação aos aspectos sociais e cognitivos. Sua autonomia deve ser preservada e até incentivada, ver somente suas dificuldades e não ver seu potencial, é não ver além de seus problemas. 
As pessoas deficientes são como todas as pessoas, seres sociais, que pensam, que têm desejos, que constrói conhecimento e interação com o meio. O mediador não é aquele que ensina, mas aquele que da condição ao aluno de desenvolver e aprender, procurando desenvolver no indivíduo, uma relação de respeito gerando nele confiança, permitindo a ele interagir com o meio, criando, inventando e construindo seu conhecimento. A criatividade é uma dimensão da existência humana que evidencia o potencial do indivíduo para mudar, crescer e aprender ao longo de sua vida. A capacidade criadora esta comumente associada ao processo de viver e organizar experiências vividas, ampliando o repertório existencial do indivíduo. 
1 .6.4 A Dança na Educação Especial
A criança portadora de necessidades especiais apresenta uma desvantagem, resultante de um comprometimento ou de uma incapacidade que o limita ou impede de ter seu desempenho motor normal. Essa deficiência, porém, não pode ser sinônimo de invalidez social, a sociedade e o deficiente devem se unir para vencer os obstáculos.
Segundo Ferreira e Batomé (1984) as crianças portadoras de necessidades educativas especiais (PNEEs) são pessoas como todos os outros seres humanos, o grande problema é que nós colocamos defeitos e incapacidade de fazer alguma coisa simplesmente por eles serem PNEEs. Já começa por nós mesmos o preconceito de que eles não são capazes de fazer algo de útil a eles mesmos e a própria sociedade. Ainda se pensa que é necessário dar alguma coisa para quem não tem e agimos como se as pessoas que sofrem necessidades especiais fossem de um outro mundo, não pertencendo ao nosso, este fato deve-se ao preconceito que existe na sociedade em relação a isso.
Bueno (apud Carpes, 2001) diz que desde a infância, seja a criança deficiente ou não, cada gesto, cada intenção de ação e cada atitude vem carregada de significados e de significantes distintos, os quais nem sempre são entendidos pelos adultos “conhecedores” das técnicas e das linhas de desenvolvimento. No alto do seu poder, acreditam estar propiciando a formação desses indivíduos para autonomia social mas, muitas vezes cerceiam a liberdade dos mesmos com tabus e restrições de ações e comportamentos, os quais não dão conta em suas estruturas e acabam perpetuando na geração futura uma ação ou comportamento indesejável e, portanto, reprimido.
A limitação física (a deficiência física) porém, parece não se constituir na principal fonte de sofrimento da pessoa deficiente Ribas (apud Ferreira e Batomé, 1984) chega a radicalizar essas afirmações: “Ninguém sofre com a deficiência, todos sofrem com estigma de diferente”. O estigma não se limita à atuação das pessoas, ela se define mais propriamente pelo “esquecimento” da sociedade em fazer com que o portador de seqüelas tenha oportunidade de vida e participação iguais aos seus demais cidadãos.
Normalmente as pessoas portadoras de necessidades especiais apresentam dificuldade de adaptação social causando dificuldade no aprendizado e lentidão nos estímulos de novas propostas (MARCONDES, 1992).
Existem, porém alternativas a esse modo de pensar e as ações conseqüentes a ela. Uma maneira de combater essa visão marginalizadora é acreditando que essas populações são capazes de conseguir o que precisam, incentivando com atividades com fins de melhorar a habilidade motora e a aptidão física bem como a capacidade de pensar e agir concomitantemente e, desenvolver também suas potencialidades criativas, sócio-afetivas e espontâneas (Vargas, 2000).
Comprovadamente a atividade física tem se assegurado como fator preventivo e de manutenção de um bom funcionamento do organismo. A linguagem da expressão corporal e da dança se manifesta e é percebida, em vários níveis simultâneos. Para Robinson (1992) a dança é uma potência altamente significativa, linguagem simbólica que utiliza (em termos de movimento, espaço e tempo) todas as faculdades do ser humano, tanto cognitivas, como físicas e afetivas, caracterizada pelo uso rítmico e harmonioso de todas as funções corporais, mentais e espirituais, porque ao dançar os músculos, os sentidos e a mente entram em atividade, combinando-se reciprocamente, comunicando pensamentos e emoções.
O desenvolvimento de diferentes aspectos através da arte da dança ocorre, pois a dança ajuda a desenvolver a personalidade de maneira equilibrada, propicia a aquisição de conhecimento, conceituação, entendimento e aceitação do próprio indivíduo. Através da auto avaliação e auto-crítica, permite a realização e independência emocional controlada, ou seja, o domínio e disciplina dos próprios impulsos, conseqüentemente aumenta a sensação de bem estar e permite ao indivíduo criar uma escala de valores ajustada a seu nível de exigência que lhe possibilite suplantar-se (Vargas, 2000).
Se respeitados os critérios de individualidade que são próprios de cada um de nós, a dança contribuirá sempre que efetivamente na reabilitação de qualquer tipo de deficiência de que conhecemos. Rosadas (1989) ressalta que as crianças ao se sentirem úteis e importantes em seus institutos passaram a dar mais valor ao que era feito, deixando de ser aquela pessoa desanimada, sem persistência e ou derrotada, irá somar resultados e armazená-los em seu compartimento reserva do cérebro.
O PNEEs, como indivíduo, apesar de sua limitação, possui as mesmas necessidades básicas de uma pessoa normal. Pensar em interação social, qualidade de vida e conquista da cidadania da pessoa portadora de necessidades especiais sem passar por uma melhor consciência corporal e de mundo vivido, é não acreditar na totalidade do ser humano, é manter o ideário cartesiano que dá bases para crenças na incompetência da pessoa PNEEs.
A dança, além de atividade física e movimentação corporal é também um canal de manifestação da interioridade, integrando a mente e a subjetividade ao trabalho corporal. Dançar é transmitir um certo estado de espírito, uma maneira de se ver e de ver o mundo, de sentir plenamente o corpo e utilizar-se dele para conhecer outros sentimentos e sensações. O aspecto lúdico do movimento, como regulador de energia, fonte de prazer, de tolerância e de comunicação pode ajudar a estruturar a personalidade, equilibrar as carências afetivas e de relacionamento social (Vargas, 2000).
Na dança o que se busca trabalhar não é o corpo-objeto, onde somente interessa a execução do movimento; busca-se sim a participação de todos, vivendo, expressando e pensando seu próprio movimento, atuando com sua subjetividade, para que possam criar e agir com autonomia (Vargas, 2000).
Para interar a criança com seu meio, deve-se ser exigente com estas crianças, mas nunca avaliá-las ou submetê-las radicalmente, subentendendo que o ser humano é passível a erros, que podem ser corrigidos, mas não levados tão a sério ao ponto de extrapolar as reações.
Segundo Liano (2001) elementos simples como música, ritmo, movimento, cores e texturas são ferramentas valiosas na recuperação de deficientes físicos e mentais. A arte estimula regiões do cérebro que outras técnicas não conseguem alcançar, pois o deficiente não encara as sessões de arte como obrigação ou sofrimento e sim como prazer, resultando em um desenvolvimento mais rápido e contínuo.
Vargas (2000) ainda ressalta que a dança contribuí para o desenvolvimento das funções mentais, tais como: atenção, memória, raciocínio, curiosidade, observação, criatividade, exploração, entendimento qualitativo de situações e poder de crítica. Através da educação do movimento desenvolve o domínio da orientação espacial, o domínio do sentido muscular para a resolução de problemas físicos com economia de esforços e obtenção de melhores resultados, promove a melhora das funções circulatória, respiratória e
ainda boa formação corporal, boa postura e melhora da qualidade de vida; já por seu caráter artístico desenvolve o senso estético, a expressão cênica, o sentido rítmico e musical, a sensibilidade e a expressão artística. 
São inegáveis os benefícios que a prática da dança pode proporcionar ao ser humano e seria uma desumanidade não levarmos esta prática aos PNEEs, tendo em vista que os mesmos precisam de forma acentuada melhorar determinadas valências que os facilitem a uma melhor reintegração social.
A prática da dança contribui para a efetivação de exercício físico aliado ao prazer do corpo e da mente. A atividade milenar da dança fez parte da história da humanidade apresentando-se de diferentes formas em diferentes épocas, adaptando-se aos modos culturais, sociais, e comportamentais em questão e atualmente continua colaborando com o ser humano moderno, acompanhando sua busca pela exercitação verdadeira, apresentando-se como alternativa para uma movimentação completa (vargas, 2000).
O objetivo das atividades da dança como fator colaborador a ser utilizado na Educação Física abrange, além da simples atividade física, a sensibilização e conscientização dos praticantes tanto para suas posturas, atitudes, gestos e ações cotidianas como para suas necessidades de expressão, comunicação criação, relação interatuação e melhora da qualidade de vida. A dança sempre juntou a atividade física com o prazer da mente e do espírito e pode ser mais uma contribuição à Educação Física na busca de alternativas para saciar as insatisfações e inquietudes atuais (vargas, 2000).
Segundo Rosadas (1991) as crianças deficientes possuem as mesmas necessidades que as crianças sem problemas: necessidades afetivas, sociais, físicas e intelectivas. Possuem um grande potencial que necessita ser respeitado e acreditado. Precisam conviver em sociedade e desfrutar dos benefícios que o bem social proporciona ao homem. A imagem para o deficiente de um mundo hostil, rejeitante ou mesmo superprotetor precisa ser mudada em prol de um controle de estímulos mais favoráveis e necessários. 
1 . 6.5 DEFINIÇÃO DE TERMOS
 
Deficiência: qualquer restrição ou perda na execução de uma atividade, resultante de um impedimento, na forma ou dentro dos limites considerados como normais para o ser humano. (CIDADE, 2002, p.10).
Portadores de Necessidades Especiais: considera-se aqueles que apresenta limitações intrínsecas ou extrínseca que requerem algumas modificações ou adaptações no programa educacional, para que possam atingir o seu potencial máximo. (MAZZOTTA, l982, p. 27
Deficiência mental: implica em limitações intelectuais específicas, que variam conforme o grau de comprometimento e que afetam a capacidade da pessoa para enfrentar os desafios da vida diária na sociedade. (CIDADE 2002, p.32).
Deficiente Auditivo: apresentam dificuldade de percepção dos sons, perturbação no conhecimento do meio e na relação oral, estando sujeitas pelo grau de comprometimento, pela capacidade intelectual, pelo meio social e pela época de aquisição da surdez. (CIDADE, 2002).
Síndrome de Down: A Síndrome Down decorre de um erro genético presente no momento da concepção ou imediatamente após, e que este erro é de modo bastante regular na espécie humana,afetando um em cada 700 a 900 nascidos vivos no mundo, não afetadas pela classe social, raça, credo ou clima (SCHWARTZMAN, 1999, p. 03).
Deficiência Física : Apresenta na sua forma estrutural uma configuração fora dos padrões normais estabelecidos pela evolução humana. (FERREIRA, 2002, p. 26).
Dança: harmonia dos movimentos em identificação com o tempo, espaço e as energias fluidas da tensão ou da dinâmica gerada pela coesão dos movimentos (NANNI, 1995, p.161).
1.7 METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se por ser do tipo exploratório descritivo, pois objetiva investigar a contribuição da dança nos portadores de necessidades especiais como meio de inserção dentro e fora da escola. Segundo Tripodi et al, citado por Marconi & Lakatos (2003, p.187), os estudos exploratórios descritivos, objetivam descrever fenômenos por meio de acumulação de informações obtidas através da observação participante.
A população de alunos portadores de necessidades especiais da Escola de Educação Especial Amigos para Sempre – APAE, pertencente ao município de Otacílio Costa, Santa Catarina.
 A amostra constitui-se de 11 alunos, sendo 02 do sexo feminino e 09 do sexo masculino. 
Como instrumentos serão utilizados relatos, documentos, pesquisas bibliográficas, apresentações de dança dos alunos nos âmbitos: Municipal, Regional, Estadual e Nacional, bem como o relatório das atividades que já acontecem na escola onde contém o planejamento, a observação e as vivências práticas.
1.8 CRONOGRAMA
	
	MAR
	ABR
	MAI
	JUN
	JUL
	AGO
	SET
	Escolha do tema
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	Elaboração do pré-projeto
	
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	Entrega do pré-projeto
	
	
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	Revisão de literatura
	
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	Revisão do artigo
	
	
	
	
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	Entrega do artigo
	
	
	
	
	
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1.9 REFERÊNCIAS
CAMINADA, E. História da Dança. Evolução Cultural, Rio de Janeiro, Sprint, l988
CARPES, P.S. O perfil motor de portadores de Síndrome de Down. Cruz Alta. Relatório de pesquisa Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ, Cruz Alta-RS, 2001. 
CIDADE,R.E.; FREITAS, P. S. de. A Introdução à educação física e ao desporto para pessoas portadores de deficiência/Ruth Eugênia Amarante Cidade, Patrícia Silvestre de Freitas. Curitiba: ed.UFPR,2002.
FERREIRA, E. L. Dança em Cadeira de Rodas: os sentidos dos movimentos na dança como linguagem não-verbal;l.:2002:Campinas, SP.
FERREIRA, R.M., Batomé, S.P. Deficiência Física inserção social: a formação dos recursos humanos. Caxias do Sul: Editora Universidade de Caxias do Sul, 1984.
GODOY, K.M.Ayres de. Dança no 3º grau: desenvolvimento da auto expressão criativa. SP, l995. Dissertação (Mestrado) – PUCSP, l995.
LABAN, R. V. O domínio do movimento. São Paulo: Summus, 1978.
LIANO, N. A arte de viver bem. Revista Super Interessante, São Paulo, 2001.
LORENZINI, Vanir Peixer. Desvelando concepções e ressignificando saberes. UNIPLAC – 
SC, Lages, 2003.
MARCONI, M.;A.;LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa. SP: Atlas, l982.
MAZZOTTA, M.J.da S. Educação Especial no Brasil. Histórias e Políticas Públicas.SP: Cortez, l996.
_________. Educação Especial no Brasil: Histórias e políticas públicas. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2003.
NANNI, D. Dança Educação – Princípios, Métodos e Técnicas, Rio de Janeiro,Sprint, l995.
________. Dança Educação: Pré Escola á Universidade ,Rio de Janeiro: 4.ed. Sprint, 2003. 
RANGEL, N. B. C. Dança, Educação, Educação Física: propostas de ensino da dança e o universo da educação física. Jundiaí, SP:Fontoura, 2002.
Rosadas, S. C. Atividade Física Adaptada e Jogos Esportivos para o Deficiente: Eu posso Vocês Duvidam? Rio de Janeiro: Atheneu, 1989.
________. Educação Física Especial para Deficientes. Rio de Janeiro: Atheneu, 1991.
SASSAKI, Romeu K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. 3.ed. Rio de Janeiro:WVA,1999.
SCHWARTZMAN, J. S. et al. Síndrome de Down.SP: Mackenzil, l999.
STAINBACK, et al. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
TURRA, Cinthia; MARTINES, Isaura; PINTO, Maria Lúcia Mariotto. Inclusão: um princípio igualitário e democrático. Curitiba: Patitucci Design, Base, 2002.
VARGAS, L. A. de. A dança na Educação Física. Textura, Canoas, n.3, p.01-135, 2° Semestre de 2000.
ZUCHETTO, A. T. Programa Atividade Motora Adaptada Disponível em http:www.kinein.ufsc.br/kinein/relato/angela.html . Acesso em l9/l0/2004.
MESES
ATIVIDADES
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