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RESUMO NP1 - TAI

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Texto 1 – Avaliação Psicológica e Avaliação Neuropsicológica
A avaliação, empreendida com fins profissionais, consiste na melhor descrição possível, por meio de técnicas e teorias particulares, para um dado momento, dos aspectos relevantes de uma pessoa, almejando responder a questões especificas. 
Partindo de uma análise mais ampla, a avaliação psicológica (AP) pode ser vista enquanto área da Psicologia e enquanto atividade levada a cabo em contextos de prática profissional. Como área da Psicologia, a AP pode ser considerada como uma das mais antigas da ciência psicológica. Para além da visão simplista que muitas vezes perpassa a compressão à produção de instrumentos para uso por psicólogos. 
A AP constitui-se em um processo dinâmico e sistemático de conhecimento a respeito do funcionamento psicológico das pessoas, gerado a partir de demandas e perguntas especificas, de maneiras a orientar ações e decisões futuras. O uso e as aplicações da AP são, na atualidade os mais variados, incluindo os contextos de consultório, escolar, hospitalar, organizacional, jurídico, esportivo e dentre outros. 
Já a avaliação neuropsicológica (NA) é uma atividade que emerge dentro do campo da Neuropsicologia e que consiste no método de investigar as funções cognitivas e o comportamento, relacionando-os com o funcionamento normal ou deficitário do sistema nervoso central, com vistas a possibilitar o diagnostico, a determinação da natureza ou etiologia dos sistemas, a gravidade das sequelas, o prognóstico, a evolução do caso e oferecer bases para a reabilitação. 
Considerando que a Neuropsicologia surgiu do atendimento a paciente, a NA está majoritariamente presente em consultórios, ambulatórios e hospitais. 
Convergências e divergências 
O processo de avaliação psicológica não se baseia somente no uso de testes psicológicos, mas é restrito por lei serem aplicados apenas por psicólogos. Ou seja, nem todo especialista em Neuropsicologia possui formação superior em Psicologia (a neuro é uma disciplina interdisciplinar), nem todo especialista em Neuropsicologia pode utilizar testes psicológicos em um processo de AN, ao passo que todo e qualquer psicólogo tem permissão legal para uso de testes psicológicos de AP.
Outro ponto que merece atenção é o uso de analises quantitativas e qualitativas. Nas primeiras, a atenção se volta para comparação do individuo com um grupo normativo ou de critério (abordagem nomotética) – ANALISES QUANTITATIVAS 
Ao passo que na segunda, não se objetiva verificar a performance do individuo relativa ao grupo, mas sim sem sua própria performance em momentos e situações diferentes (abordagem idiográfica) - ANALISES QUALITATIVAS
A NA extrapola a questão quantitativa para incluir complementarmente a análise qualitativa. 
Tanto a AP quanto a AN fazer uso de análises quantitativas e qualitativas em seu processo diagnostico. A diferença é que na AN o uso de ambas as abordagens não é somente complementar, mas obrigatório. 
No que se refere às demandas, para a AN elas são eminentemente clinicas e, em geral, direcionadas para diagnóstico ou detecção precoce de sintomas para elaboração de programas de reabilitação, acompanhamento de procedimentos cirúrgicos que possam resultar em insultos ao sistema nervoso central (SNC) e consequente alterações cognitivas e comportamentais e procedimentos legais que envolvam documentar incapacidades mentais de pessoas com lesões ou doenças que afetam o SNC. 
Muitas das demandas que chegam para AP não são clinicas. Elas podem ser resultantes de uma necessidade de autoconhecimento (por ex: orientação profissional) ou de tomada de decisão em vários contextos. 
Na área clinica, tanto AP quanto a NA se pautam em um trabalho investigativo, no qual o enfoque principal e interpretativo na AN é realizado em função de modelos neurocognitivos , ou seja, os resultados são interpretados sempre a partir de correlatos entre as funções cognitivas, executivas e os comportamentos com o sistema nervoso central. 
Testes psicométricos que avaliam funções cognitivas (memória, atenção, linguagem) são comuns aos dois tipos de avaliação. Entretanto, testes psicológicos expressivos (gráficos ou não), projetivos ou mesmo testes psicométricos de personalidade e interesses não fazem parte do rol de ferramentas utilizadas em processos de avaliação neuropsicológica. 
Em resumo: 
Convergências: AP e NA envolver a utilização de entrevistas, anamnses, escalas, observação em contexto clinico e em situações cotidianas. Esses instrumentos são conhecidos como testes psicológicos. Tanto a AP quanto a AN fazem uso de analises quantitativas e qualitativas em seu processo diagnostico – ressaltando que na AN o uso de analises quantitativas e qualitativas são obrigatórias, já na AP a analise quantitativa não é obrigatória, mas pode se utilizada também. Pautam-se em um trabalho investigativo, no qual o enfoque principal torna-se o teste de hipóteses. 
Divergências: nem todo especialista em Neuropsicologia pode aplicar testes psicológicos em um processo de NA, pois é permitido apenas para psicólogos. Na AN o suo de analises quantitativas e qualitativas é obrigatório. 
Texto – Avaliação neuropsicológica da criança 
A neuropsicologia é a ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento humano. 
Segundo Cunha, inicialmente, a avaliação neuropsicológica pretendia chegar a identificação e localização de lesões cerebrais focais. Atualmente, baseia-se na localização dinâmica de funções, tendo por objetivo a investigação das funções corticais superiores, como, por exemplo, a atenção, a memória, a linguagem, entre outros. 
A neuropsicologia entende a participação do cérebro como um todo no qual as áreas são interdependentes e inter-relacionadas, funcionando comparativamente a uma orquestra, que depende da integração de seus componentes para realizar um concerto. Isso se domina sistema funcional. 
O principal enfoque da neuropsicologia é o desenvolvimento de uma ciência do comportamento humano baseada no funcionamento do cérebro, pode-se compreender alterações cerebrais, como no caso de disfunções cognitivas e do comportamento resultante de lesões, doenças ou desenvolvimento anormal do cérebro. 
A neuro infantil que tem por objetivo identificar precocemente alterações no desenvolvimento cognitivo e comportamental, sendo necessária a utilização de instrumentos adequados a esta finalidade (testes neuropsicológicos e escalas para a avaliação do desenvolvimento).
Os resultados dessas escalas e testes refletem os principais ganhos ao longo do desenvolvimento e tem o objetivo de determinar o nível evolutivo especifico da criança.
A importância desses instrumentos reside principalmente na prevenção e detecção precoce de distúrbios do desenvolvimento/aprendizado, indicando de forma minuciosa o ritmo e a qualidade do processo e possibilitando um “mapeamento” qualitativo e quantitativo das ares cerebrais e suas interligações (sistema funcional), visando intervenções terapêuticas precoces e precisas. 
A avaliação neuro é recomendada em qualquer caso onde exista suspeita de uma dificuldade cognitiva ou comportamental de origem neurológica. Ela pode auxiliar no diagnostico e tratamento de diversas enfermidades neurológicas, problemas de desenvolvimento infantil, comprometimentos psiquiátricos, alterações de conduta, entre outros. 
A neuropsicologia pode instrumentar diferentes profissionais, tais como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos, promovendo uma intervenção terapêutica mais eficiente. 
O conjunto dos instrumentos utilizados nos possibilita uma avaliação global das capacidades da criança, vem como das dificuldades encontradas por ela em seu desempenho dia a dia. Não se trata de “rotular” ou “enquadrar” a criança como integrante de grupos problemáticos, e sim de evitar que tais dificuldades possam impedir o desenvolvimento saudável da criança. 
Ainda quanto à avaliação em crianças, torna-se importante salientar algumas questões, entre elas o fato de o desenvolvimento cerebral,
ter características próprias a cada faixa etária. 
“Quando se fala de maturidade na infância, esta não deve ser entendida unicamente como deficiência”, devido à peculiaridades do desenvolvimento cerebral na infância. Diferentemente do adulto, o cérebro da criança esta ainda em desenvolvimento, tendo características próprias que garantem uma diferenciação e especificidade de funções. 
Um dos testes mais utilizados para a investigação neuropsicológica em crianças é o WISC – III (Escala de Inteligência Wechsler para Crianças) é a escala mais usada para avaliar a inteligência de crianças cobrindo as idades de 6 a 16 anos, 11 meses e 30 dias. Fornece escores nas escalas verbal e de execução, bem como um QI de escala total. Inclui muitos tipos de tarefas oportunizando a observação das dificuldades da criança e de suas habilidades. É importante salientar que crianças com dificuldades motoras em geral são penalizadas neste teste, que mão deve ser usado quando tal deficiência estiver presente. Embora o QI não seja uma medida para localizar disfunções cerebrais, o resultado de QI contribui para dar maiores informações sobre o nível geral de funcionamento do paciente e, assim, servir de referencia para outras funções mais especificas, como memória, linguagem, etc..
Tradicionalmente, a inteligência está relacionada com as habilidades acadêmicas, porém existem outros tipos de inteligência (como, por exemplo, a caracterizada pela capacidade de relacionar ideias complexas, formas conceitos abstratos, derivar implicações lógicas através de regras gerais” que, muitas vezes, não é possível mensurar através dos testes convencionais. 
A este respeito, nas abordagens da inteligência, duas são tratadas como fundamentais: a inteligência cristalizada (que prioriza o conhecimento) e a inteligência fluida que prioriza o raciocínio. 
A primeira se refere à profundidade das informações adquiridas via escolarização e geralmente é usada na resolução de problemas semelhantes ao que se aprendeu no passado (como nos testes tradicionais de inteligência). 
A segunda se refere à capacidade de processamento cognitivo, ou seja, a capacidade geral de processar informações ou as operações mentais realizadas quando se resolvem problemas relativamente novos. 
Em muitas das crianças com lesão cerebral, encontram-se alterados os canais formais de expressão e comunicação com o meio. Sendo assim, o profissional por vezes precisar criar estratégias a fim de que a criança possa se comunicar e, então, interagir a melhor entender o que se passa com ela.
Nos últimos anos, cresceu muito o interesse pelas funções do lobo frontal. É nessa parte do cérebro que se encontram as maiores diferenças entre os seres humanos e seus antepassados na evolução. 
Os lobos frontais constituem uma das maiores regiões do encéfalo, com funções ainda pouco conhecidas, embora nos últimos anos tenham se acumulado importantes conhecimentos sobre suas atividades. 
Agora se sabe que é no lobo frontal que se situam as habilidades humana mais complexas, como o planejamento de ações sequenciais, a padronização de comportamentos sociais e motores, parte do comportamento automático emocional e da memória. 
Entre as diversas funções dos lobos frontais estão a plasticidade de pensamento, a capacidade de julgamento, a habilidade de produzir ideias diferentes, a organização de informação, a capacidade de dar respostas adequadas aos estímulos, de estabelecer e trocar estratégias e de planejar uma ação. 
A escala mental avalia aspectos relacionados com o desenvolvimento cognitivo e com a capacidade de comunicação (capacidade de descriminar formas, atenção, habilidade motora fina, compreensão de instruções, nomeação, resolução de problemas e habilidades sociais. 
A escala motora avalia o grau de coordenação corporal (aspectos como sentar, levantar, caminhar, subir e descer escadas) e motricidade fina das mãos e dedos. 
A escala comportamental permite avaliar aspectos qualitativos do comportamento Ca criança durante o teste, tais como atenção, compreensão de orientações, engajamento frente às tarefas, regulação emocional, entre outros. 
Texto – Teoria das inteligências 
Modelos de compreensão da inteligência foram desenvolvidos por Spearman,Thorndike e Thurstone.
“Teoria dos dois fatores” ou “teoria bifatorial da inteligência” Charles Spearman(1863-1945)
Segundo Spearman, o desempenho em qualquer medida de inteligência estaria relacionado ao nível de inteligência geral do indivíduo e habilidades exigida em cada teste.
O fator “G” – fator de inteligência geral – é subjacente a todas atividades intelectuais, representaria uma espécie de energia, com base neurológica, capaz de ativar a capacidade de realização de trabalhos intelectuais. 
Durante a resolução de um problema, 2 tipos de fatores estão presentes: um fator de Inteligência Geral (fator G) e outra de fatores específicos(fator S).
Fator “G”: todas as habilidades humanas tem um fator comum, geral.
Fator “E”: todas as habilidades humanas tem um fator específico.
Embora em cada habilidade os 2 fatores estejam presentes nem sempre desempenham o mesmo papel; em algumas habilidades predomina o fator “G”, em outras o fator “E”.
Diferenças provenientes do fator G explicam porque uma pessoa é relativamente mais inteligente que outra.
Diferenças provenientes do fator E explicam as desigualdades existentes nas populações de normais, de deficientes ou de superdotados 
Teoria de fatores múltiplos ou ¨Teoria multimodal de Inteligência¨ (Thorndike, Thurstone)
Para Thorndike, inteligência é um composto de um grande número de habilidades altamente particularizadas, resultante de um número de capacidades especificas diferenciadas(abstrato, concreto, social), mas inter-relacionadas.
A inteligência é resultante de algumas capacidades mentais primárias, variando não só entre as pessoas, mas também em cada indivíduo. 
Classificou:
V: compreensão verbal; 
N: número;
P: velocidade perceptual;
I ou R: indução ou raciocínio geral;
W: fluência verbal;
M: memória;
S: espaço.
O modelo Gf- Gc : Catell e Horn-1942
Classifica 2 fatores gerais de inteligência: fluída (Gf) e cristalizada (Gc).
Gf- Inteligência fluída:
Associada a componentes não verbais, pouco dependentes de conhecimentos adquiridos e da influência de aspectos culturais.
Operações mentais utilizadas frente a uma tarefa relativamente nova, as quais não podem ser executadas automaticamente.
Gf é mais determinada pelos aspectos biológicos (genéticos) estando, consequente/e, pouco relacionadas aos aspectos culturais. 
As alterações orgânicas, tais como, lesões cerebrais, problemas decorrentes de má nutrição e outros influenciam mais a inteligência fluída que a cristalizada.
A capacidade fluída opera em tarefas que exigem:
Formação e reconhecimento de conceitos;
Identificação de relações complexas;
Compreensão de implicações;
Realização de inferências.
Alguns estudos indicaram que a carga fatorial da inteligência fluída (Gf) dobre o fator Geral (g) poderia demonstrar uma unidade, o que implica em entender o fator G como equivalente à Gf. 
Gc- Inteligência cristalizada: 
Capacidades exigidas na solução de problemas complexos cotidianos, conhecida como inteligência “social” ou senso comum.
É desenvolvida a partir de experiências culturais e educacionais, presente na maioria das atividades escolares, mas não é sinônimo de desempenho escolar.
Por estar relacionada às experiências culturais, a Gc tende a evoluir com o aumento da idade, ao contrario da Gf que parece declinar após a idade de 21 anos, em função da gradual degeneração das estruturas fisiológicas. 
As relações entre Gf e Gc e a realização acadêmica não seriam estáveis, 2º Cattell, variando de acordo com fatores individuais, incluindo desenvolvimento neurológico e anos de escolaridade.
John Horn- estudioso da teoria Gc e Gf, expandiu em 1965, o modelo inicial de Cattell. 
Acrescentou 4 capacidades cognitivas:
Gv- processamento visual;
Gsm- memória de curto prazo;
Gst- armazenamento recuperação
de longo prazo;
Gs- velocidade de processamento. 
Posterior/e mais 2 capacidades introduzidas por Horn e Stankov:
Cds- rapidez para decisão correta;
Gapa- processamento auditivo.
As 2 capacidades básicas Gf-Gc, assim como os 8 fatores gerais são compostos de capacidades mentais primárias.
40 capacidades primárias, aproximada/e explicaria grande parte das características individuais de raciocínio, solução de problemas e capacidade de compreensão.
A teoria das 3 camadas de John Carrol
J. Carrol -1993 propôs teoria ou modelo de inteligência por meio de estrutura hierárquica: teoria das 3 camadas (após avaliação de capacidades cognitivas examinadas em testes-análise fatorial)
Camada I- capacidades especificas;
Camada II- capacidades amplas ou gerais;
Camada III- única capacidade geral.
O conceito de camada está ligado ao significado das diversas ordens relativas à analise fatorial. 
Termo camada- foi introduzido por Cattell (1971) como forma de estabelecer a especificidade dos fatores.
Teoria das 3 camadas postula que:
Na camada mais alta (III) está o fator G- geral;
A camada (II) influencia grande variedade de comportamento e é composta por 8 fatores gerais;
Na camada (I) vários fatores que representam especializações das capacidades e refletem os efeitos da experiência e da aprendizagem.
As 3 camadas podem ser consideradas extensão e expansão das teorias anteriores referentes às capacidades cognitivas. 
Texto: Inteligência emocional 
A Inteligência Emocional (IE): é um campo de investigação relativamente novo.
 A proposta deste texto é ampliar o conceito do que é aceito como tradicionalmente inteligente, incluindo nos domínios da inteligência aspectos às emoções e sentimentos.
As concepções atuais sobre inteligência: produto do pensamento, trabalho e investigações de pesquisadores, que ao longo da história, definiram o que é ser inteligente. 
Hoje: necessidade de se repensar o que se entende por inteligência e por comportamento inteligente.
Século XIX: crescente interesse pela inteligência humana.
 Herbert Spencer e Francis Galton sugeriram uma capacidade humana geral e superior. 
Galton entendia a inteligência como o reflexo de habilidades sensoriais e perceptivas transmitidas geneticamente.
Thorndike (1936): Uma das primeiras tentativas de ampliar o conceito de inteligência para além de capacidades intelectuais gerais (usualmente relacionadas a competências acadêmicas).
Ele propôs a Inteligência Social (IS): capacidade de perceber os estados emocionais próprios e alheios, motivos e comportamentos, além da capacidade de agir com base nestas informações de forma ótima.
Emoção
Reação psicobiológica complexa, que envolveria inteligência e motivação, impulso para ação, além de aspectos sociais e da personalidade, que acompanhados de mudanças fisiológicas, expressariam um acontecimento significante para o bem estar subjetivo do sujeito no seu encontro com o ambiente.
A emoção é o conceito necessário para se entender I.E. 
Além disso, o próprio aspecto multidimensional das emoções ocasionaria uma concepção de IE complexa. 
Inteligência emocional
A Inteligência Emocional (IE): campo em expansão que engloba várias áreas de pesquisa.
A inteligência emocional envolve a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. (Mayer & Salovey, 1997, p. 15).
A partir desta revisão, o processamento de informações emocionais foi explicado através de um modelo de quatro níveis: 
(a) percepção acurada das emoções;
(b) uso da emoção para facilitar pensamento, resolução de problemas e criatividade; 
(c) compreensão de emoções; 
(d) controle de emoções para crescimento pessoal (Mayer et al., 2002).
Segundo os autores:
 Percepção Emocional (PE): a mais básica das habilidades da IE, que refletiria: a aptidão para reconhecer distintas emoções em si e nos outros de maneira acurada, além da capacidade de expressá-las nas situações sociais. 
A PE poderia estar associada a um sentimento de competência para lidar com diferentes situações e pessoas, na medida em que o componente emocional poderia agir como um importante recurso de informação.
Mayer, Caruso e Salovey (2000): IE requer o cumprimento de três critérios rigorosos para atingir o status de uma inteligência como as já estabelecidas: 
conceitual, correlacional e desenvolvimental
CONCEITUAL
Associa-se à necessidade de a IE refletir uma performance mental ao invés de formas de comportamento, auto-estima, ou características não intelectivas, sendo que as habilidades relacionadas às emoções devem ser medidas através de testes que requeiram desempenho mental.
CORRELACIONAL
Descreve padrões empíricos, traduz-se pela necessidade da IE abranger um conjunto de habilidades relacionadas que seriam similares, mas distintas das habilidades mentais descritas por inteligências previamente existentes (Neisser et al., 1996).
DESENVOLVIMENTAL
Este critério postula que a inteligência deve ser passível de aprimoramento ao longo da vida (com a idade e experiência).
Instrumentos de Medida da IE
Brackett e Mayer (2003): a pesquisa em IE expandiu-se na última década e atualmente conta com inúmeros instrumentos de avaliação. 
 O campo da IE tem-se caracterizado por dificuldades de mensuração: devido aos problemas teóricos de delimitação de construto e devido aos tipos de instrumentos utilizados para medir essa aptidão.
Comumente, a IE é medida através de instrumentos de avaliação de dois tipos: 
(a) os de desempenho, que medem a performance de determinado sujeito em tarefas específicas;
(b) os de auto-relato, que constituem questionários onde o sujeito reporta as habilidades que acredita possuir. 
Validade Preditiva da IE
A relevância da IE depende da sua capacidade de predizer importantes aspectos da vida do homem, incluindo o comportamento.
Psicólogos, educadores, empresários e pesquisadores tem procurado conhecer as implicações desta forma de inteligência na vida das pessoas. 
Ainda, não está muito claro ainda o que a IE prediz. 
Alguns estudos preliminares sugeriram que: baixos escores em IE estariam relacionados ao uso de álcool, cigarro e drogas ilegais, comportamento desviante e autodestrutivo, interações pobres (pouco significativas e sem profundidade); e
 Altos níveis de IE foram relacionados à qualidade das relações e interações sociais, a habilidades sociais e comportamento próssocial, relações familiares positivas, maiores níveis de otimismo e satisfação de vida. 
Além disso: escalas de IE de desempenho também tem sido relacionadas a gerenciamento de estresse, desempenho acadêmico e comunicação efetiva.
Contexto clínico
IE pode apresentar contribuições importantes no setting clínico.
Elemento fundamental para a ocorrência de mudança num processo terapêutico; 
envolve necessariamente: alguma capacidade da pessoa em identificar, regular, controlar ou modificar suas emoções e pensamentos produzidos inicialmente por estas. Ou seja, a capacidade de compreender e analisar as emoções próprias e alheias gera melhor compreensão da relação da pessoa com os outros e com o ambiente que lhe cerca; isto promove regulação emocional mais adaptada, além de maior bem-estar.
Contexto escolar
Um dos aspectos mais importantes do debate atual acerca da IE envolve as suas contribuições para a predição do sucesso escolar e profissional. 
Embora tenha se afirmado que a IE poderia explicar grande parte do comportamento bem sucedido nestes contextos, poucos estudos tem efetivamente demonstrado estas relações de forma empírica.
Contexto organizacional
Na maioria dos diferentes cargos, a inteligência geral: o maior preditor de desempenho profissional e produtividade, mas, considera-se o fato de que o valor das pessoas em uma organização não se reduz ao seu desempenho
objetivo, ou as suas capacidades técnicas necessárias para a execução de determinado ofício.
Também devem ser levadas em conta outras qualidades, não menos essenciais: como integridade, confiança, iniciativa, além das suas habilidades para trabalhar e conviver com outros.
Considerações finais
Há importante dissonância entre as afirmações feitas em relação ao poder da IE, e a real condição das pesquisas científicas preliminares, que não sustentam tais afirmações. 
Algumas evidências tem sido obtidas, sobre o fato de que alguns testes podem estar medindo a IE de forma fidedigna, embora sejam passíveis de aprimoramento. 
Os testes mais promissores são as escalas baseadas em desempenho, as quais podem predizer alguns comportamentos importantes, mas que também precisam ser melhor investigadas. 
 IE encontra-se no seu período inicial de desenvolvimento, e muito trabalho ainda é necessário, até que ela atinja o status de um construto estabelecido, como a inteligência e as dimensões de personalidade (CGF, por exemplo).
Como destacaram, a inteligência tem sido estudada por mais de um século, o tempo suficiente para que possa ter sido acumulado um corpo científico sólido, capaz de compreender melhor a sua estrutura, processos, e mecanismos.

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