Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brenda Wedy Danni - UFRGS Estudo Dirigido Patologia Alterações vasculares. Edema, hiperemia ativa, congestão e hemorragia. 1. Defina edema e anasarca: Edema: Acúmulos de líquido no interstício (espaços entre as células nos tecidos), espaços ou em cavidades do corpo. O acúmulo de líquido ocorre quando o movimento de líquido dentro dos tecidos ou cavidades excede a drenagem linfática. Anasarca: Edema generalizado e grave, com amplo aumento tecidual e subcutâneo.”mais comum em MsIs” Ex: Doenças Cardíacas: ICC(edema-rim, fígado, baço- em todos tecidos do corpo-represamento sistêmico periférico). Aumento da pressão hidrostática associado ao aumento do volume de sangue nas extremidades,tendo edema como consequência. Doenças Renais: Glomerulonefrite: doença que atinge o glomérulo renal(onde ocorre a filtração de Na, H2o), gerando uma dificuldade na filtração dessas substâncias, retenção de Na e H2o, aumentando a pressão hidrostática e à pressão sanguíneo, formando o líquido de edema como consequência. A maioria destes pcts tem HAS, que toma diuréticos com o objetivo de reduzir o volume de H2O, reduzindo o edema. Doenças Hepáticas: Ocorre à redução ou não produção de albumina(que é produzida pelo fígado), reduzindo a pressão coloidosmótica(que é dependente de albumina) e a pressão que força a formação do edema. Ascite: Acúmulo de líquido na cavidade peritoneal, decorrente de pcts com doenças hepáticas graves, ocorre um extravasamento do fígado e dos seus vasos para o espaço intraperitoneal, o sangue não consegue passar pelos vasos e o líquido do edema escapa para esta cavidade. 2. Defina exsudato e transudato: Exsudato: Rico em proteínas e/ou células, viscoso.(Origem Inflamatória- Brenda Wedy Danni - UFRGS ITIS-) Transudato: Basicamente um ultrafiltrado de plasma, poucas proteínas e/ou céls., líquido claro.(-Doenças-) 3. Cite causas de edema e compreenda-as: Causas do edema: 1) Aumento da permeabilidade capilar: inflamação 2) Retenção de sódio: insuficiência renal ou insuficiência hepática 3) Obstrução de vasos linfáticos: linfedema 4) Aumento da pressão hidrostática: insuficiência cardíaca congestiva 5) Diminuição da pressão oncótica das proteínas plasmáticas: hipoalbuminemia 4. Conheça a fisiopatogenia do edema pulmonar. Extravasamento de líquido para dentro dos espaços alveolares. Patogenia do edema na insuficiência cardíaca Esquerda 1. Na insuficiência cardíaca, o coração não consegue mais dar conta de bombear o sangue regularmente, porque ele começa a se acumular no átrio esquerdo. 2. Neste ponto, a pressão dentro do coração começa a aumentar, e ele fica sobrecarregado. Aos poucos, para comportar o grande volume de sangue acumulado, o átrio começa a aumentar de tamanho (o que fica bem visível quando é feita uma radiografia). 3. Quando a pressão dentro do coração fica alta demais para ele suportar, o sangue passa a se acumular não apenas dentro dele, mas também na veia que vem do pulmão. 4. Quando a pressão na veia pulmonar fica alta demais, começam a acumular líquidos no pulmão, caracterizando o edema pulmonar. 5. Defina os termos hiperemia e congestão e dê ex. para cada um deles: Aumento local ou sistêmicos volume de sangue em um tecido, devido à abertura desses capilares que estavam inativos. É classificada de acordo com a origem do sangue que é ejetado ou represado em maior quantidade naquele tecido: Sangue arterial= Hiperemia ativa (tecido avermelhado) Brenda Wedy Danni - UFRGS Sangue Venoso= Hiperemia passiva ou congestão (cianose). São alterações que acontecem com o acúmulo de sangue dentro de vasos de órgão. Hiperemia e congestão são a mesma coisa, a diferença é que a hiperemia é ativa, e a congestão, passiva. Congestão é à retenção de sangue venoso em qualquer tecido, acontece o acúmulo de sangue, ou há alguma coisa que oclui e não deixa o sangue chegar, ou tem algo que oclui e não permite que o sangue seja drenado. Hiperemia ativa (nome mais comum): - Processo ativo, alguma coisa faz um estímulo para que o sangue fique armazenado dentro do vaso. - Aumento do influxo/entrada de sangue num órgão ou tecido devido a dilatação arteriolar (aumento do calibre do vaso leva a um aumento da quantidade de sangue em seu interior). - Diferentemente da congestão, que é sempre patológica, ela pode ser tanto fisiológica quanto patológica. Hiperemia ativa do tipo patológica: leva à lesões, resultando em lesão(queimaduras reumatismos, etc) - Exemplos da hiperemia fisiológica são: o exercício físico, vergonha, raiva, digestão, bebida (principalmente em orientais). Tubo gastrointestinal durante a digestão Líquido pleural/ascite exsudato transudato Causas possíveis: Neoplasias, infecções, trauma, vasculites, ruptura do esôfago, derrame crônico, pancreatite, infarto pulmonar Insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática, síndrome nefrótica, hipoproteinemia de qualquer causa Musculatura esquelética durante exercícios físicos Cérebro durante estudo Glândula mamária durante lactação Rubor facial após hiperestimulação psíquica Corpos cavernosos penianos durante excitação sexual Congestão passiva / hiperemia passiva / congestão: - Processo passivo, algo oclui fazendo com que o sangue não seja Brenda Wedy Danni - UFRGS drenado do vaso É o retardo do efluxo/saída de sangue de um determinado órgão ou tecido. - Decorre da redução da drenagem venosa. - Pode ser local ou sistêmica, ou seja, alguma coisa que acontece no órgão e impede a saída do sangue, ou algo que acontece longe do órgão e leva a isso (nesse caso normalmente é consequência). - Exemplos: Hiperemia passiva local Obstrução ou compressão vascular Garroteamento na punção venosa Torção de vísceras (H. Passiva aguda) Trombos venosos: embolias em sistemas-porta Compressão vascular por neoplasias Abscessos Granulomas Útero grávido (H. Passiva crônica) 2. Hiperemia passiva sistêmica Na Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) Trombose Embolia pulmonar Lesões pulmonares extensas (neoplasias pulmonares, tuberculose). - Hiperemia Passiva e Edema tem alguma relação entre si? A oclusão de um vaso, aumenta a Phd e o volume de sangue gerando edema. O trombo no vaso leva a H.P, que eleva a Phd forçando o edema. 6. Defina hemorragia e seus os tipos. “Extravasamento de sangue para fora do sistema cardiovascular, por ruptura ou laceração”. Pode ser: Externa = superfície da pele. Interna= para luz dos órgãos internos ou cavidades do corpo. 7. Quais são as causas possíveis de hemorragia? Qual é a mais freqüente? 1. LESÃO VASCULAR Brenda Wedy Danni - UFRGS Traumatismos Aterosclerose Erosão inflamatória ou neoplásica 2. ALTERAÇÃO NA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Deficiência de fatores de coagulação congênita (hemofilia A (VIII) ou doença de von Willebrand) ou adquirida (deficiência de vit. K). Excesso de anticoagulantes (heparinização). 3. ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS OU QUALITATIVAS DE PLAQUETAS Trombocitopenia: redução no número. < 100.000/mm3 de sangue Causa + comum: aplasia de medula óssea. Trombocitopenia: alterações funcionais. Uso de AAS: impede agregação plaquetária 8. Como os hematomas podem ser classificados? E como se dá a sua resolução? Classificação quanto ao tamanho 1. Petéquias Pequenas (1-2 mm na pele) Causas: da pressão intravascular, baixas contagens de plaquetas, função plaquetária deficiente, déficits nos fatores de coagulação. 2. Púrpuras Maiores (3 mm) Causas: traumatismo e inflamação 3. Equimoses Grande hematomas cutâneos(2 cm) Causas: traumatismo e contusões HEMATOMA - Resolução: Glóbulos vermelhos são degradados e fagocitados pelos macrófagos Hemoglobina (vermelho-azulada) convertida em bilirrubina (azul- esverdeada) e, eventualmente em hemossiderina (marrom-dourada) 9. Cite alguns termos associados à hemorragias em cavidades ou para o meio externo. HEMORRAGIAS EM CAVIDADES Hemartrose: articular Hemotorax: torácica Brenda Wedy Danni - UFRGS Hematométrio: uterina Hemobilia: vesícula biliar Hemoperitônio: peritoneal 10. A hemorragia passa a ser um fenômeno de importância clínica em quais condições? Importância clínica da hemorragia 1) Depende do volume hemorrágico e da velocidade de saída do sangue: Até 20% do volume (lenta)- insignificante Acima 20% - choque hemorrágico (grave) 2) Depende do local onde ocorre a hemorragia Grande artérias Cérebro Aterosclerose 11. Diferencie os termos arteriosclerose, aterosclerose e arteriolosclerose. Aterosclerose é uma doença inflamatória que se caracteriza pelo acúmulo de placas de gordura e outras substâncias nas paredes de veias e artérias. Esses depósitos causam o estreitamento das paredes das artérias, dificultando e até obstruindo completamente a passagem do sangue, causando isquemias e derrames. A aterosclerose está ligada à presença do colesterol no organismo, já que o LDL (colesterol ruim) é o principal componente das placas que causam obstrução. Arteriosclerose é a perda gradual de elasticidade e aumento da espessura de veias e artérias, um processo natural que se intensifica à medida que a idade avança. A doença começa a virar preocupação quando começa a atingir importantes vias circulatórias do nosso corpo, como a artéria aorta, as carótidas e as coronárias. Esse avanço perigoso da doença pode estar ligado à má alimentação, hipertensão, diabetes, stress e fumo. Estrutura: Cápsula fibrosa:(cls musculare lisas, colágeno e células inflamatórias) Centro lipídico: Acúmulo de cristais de colesterol,moléculas que Brenda Wedy Danni - UFRGS atravessam o endotélio e vão cada vez mais se aproximando desse centro, e à placa fica cada vez mais elevada. Aterosclerose são placas fibrogordurosas na camada íntima das artérias, que fazem protrusão para o lúmen vascular. doença inflamatória crônica, tem origem multifatorial, ocorre em resposta à agressão endotelial. 12. Liste os fatores de risco da aterosclerose. 1) Fatores de risco Constitucionais: IDADE: mais de 40-60 anos GÊNERO: mulheres pré-menopausa protegidas GENÉTICA: HF fator de risco independente mais importante; multifatorial 2) Fatores de risco Modificáveis: HIPERLIPIDEMIA/Dislipidemia: (à fração do nosso colesterol sistêmico ela é formada por 2 proteínas: HDL e o LDL(lipoproteínas de baixa densidade ou de alta densidade), elas precisam estar equilibradas, pois uma elevação de LDL associado à uma dieta ou fatores endógenos vai acelerar à formação da placa. Hipercolesterolemia é suficiente para estimular o desenvolvimento de lesão; LDL: principal associado a aumento do risco. Consumo aumentado de gordura saturada ↑ colesterol. HIPERTENSÃO: ↑ 60% o risco de DCI TABAGISMO: consumo prolongado de 1 maço/dia ↑ 2X mortes por DCI DIABETE MELITO: induz hipercolesterolemia; incidência IAM ↑ 2X; risco de gangrena MI por aterosclerose ↑ 100X. 3) Fatores de risco Adicionais: INFLAMAÇÃO: presente em todas as fases da aterogênese; PCR. HIPER-HOMOCISTEINEMIA: aumento dos níveis de homocisteína. SÍNDROME METABÓLICA: intolerância à glicose, HAS e obesidade central. INATIVIDADE FÍSICA ESTILO DE VIDA ESTRESSANTE: personalidade “tipo A”(pessoas ansiosas). Brenda Wedy Danni - UFRGS OBESIDADE Tabagismo+diabets+HAS= Provocam micro lesões endoteliais que provocam inflamação desses vasos, resultando em um processo de inflamação que acontece na camada íntima(os monócitos sanguíneos começam à se agregar na parede, vão sentir à microlesão e vão tentar mediar uma defesa contra esse ataque, esses monócitos começam à fagocitar partículas que estejam em excesso na corrente circulatória, se tornando macrofagos) Por isso que dizem que aterosclerose é uma resposta à uma agressão crônica ao endotélio. 13. Entenda como a aterosclerose pode ser causa de eventos clínicos significativos Causam obstrução mecânica da luz do vaso Podem romper, levando a trombose. Enfraquecem a camada média, predispondo a aneurismas. As manifestações clínicas que resultam de um processo clínico generalizado que pode envolver diferentes territórios vasculares: cerebral, coronário e artérias periféricas. Em geral, o estreitamento progressivo do lúmen arterial pela expansão de uma placa ateromatosa fibrosa leva a uma gradual obstrução do fluxo sanguíneo. Sintomas de baixo débito surgem quando a obstrução luminal atinge 50-70% do diâmetro e/ou quando há necessidades metabólicas ou de oxigênio acrescidas. A angina de peito estável, a claudicação intermitente e a angina mesentérica são exemplos típicos desta expressão da doença aterosclerótica, que resulta do desequilíbrio entre as necessidades e a oferta metabólica. A ruptura de uma placa aterosclerótica instável, com exposição do conteúdo do núcleo lipídico e do subendotélio com material altamente trombogênico pode levar à trombose com obstrução total da artéria envolvida. A angina instável, o Infarto Agudo do Miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral são exemplos de sequelas clínicas de uma oclusão total ou parcial de uma artéria envolvida por este mecanismo fisiopatológico. Outras manifestações clínicas da doença aterosclerótica incluem a disfunção erétil, o desenvolvimento de aneurismas e a insuficiência renal crônica. Brenda Wedy Danni - UFRGS 14. Descreva a estrutura microscópica básica da placa aterosclerótica (ateroma) Centro Necrótico: células mortas, cristais de colesterol, macrófagos espumosos repletos de lipídeos. Cápsula fibrosa: células musculares lisas, leucocitos e matriz extracelular de tecido conj denso 15. Liste os fatores que são importantes para o início do crescimento do ateroma (entenda o envolvimento das células endoteliais e das musculares lisas, macrófagos e plaquetas na formação das placas). Artéria 3 camadas: Camada Interna: Formada por fibras elásticas Camada Média: Formada por músculo liso. Camada Externa(adventícia): Formada por tecido conjuntivo denso. constitucionais, modificáveis e adicionais. 1. Inicia-se com a agressão ao endotélio por diversos fatores de risco: elevação de lipoproteínas aterogênicas (LDL, VLDL), hipertensão arterial ou tabagismo. 2. Adesão de monócitos ao endotélio, migração para a íntima e transformação em macrófagos espumosos. 3. Acúmulo de lipoproteínas (principalmente LDLe suas formas oxidadas) na parede vascular. Rompimento. 4. Adesão plaquetária Brenda Wedy Danni - UFRGS 5. Recrutamento de células musculares lisas (CML) 6. Proliferação das CML e produção de mec (colágeno). 7. Acúmulo de lipídios tanto extra como intracelularmente. É a placa de gordura que se forma embaixo do endotélio (subendotélio) devido ao acúmulo de LDL provocando disfunção endotelial, isso gera um aumento na velocidade do fluxo sanguíneo, aumentando o estresse de cisalhamento, formando radicais livres, que oxidarão o LDL no espaço subendotelial, que atrairá monócitos, que irão se transformar em macrófagos e fagocitarão gordura, tronando-se células espumosas (foam cells), que produzirão proteína MCP-1, que atrai mais monócitos para o local). Os radicais livres também bloqueiam as enzimas NODe SOD, que são vasodilatadoras. Este processo acentua, inevitavelmente, a redução da luz vascular, uma vez que, indiretamente, gera vasoconstrição. No que se refere especificamente ao fluxo, a velocidade de passagem aumenta na região afetada pelo ateroma. A pressão local também é alterada, aumentando seu valor na região anterior à incrustação lipídica e diminuindo após o obstáculo. O aumento da velocidade de passagem de líquido gera maior estresse de cisalhamento, que desencadeia novamente toda a cascata de reações biológicas. À este processo patológico dá-se o nome de aterosclerose, e o impedimento mecânica a passagem do fluxo associado à patogenia da doença estabelece relação causal definida com enfartos e quadros isquêmicos. A hipertensão arterial contribui para a aterosclerose pois aumenta o estresse por cisalhamento; sobrepeso/obesidade contribui Brenda Wedy Danni - UFRGS pois aumenta a quantidade de lipídeos circulantes; aumento do triglicerídeos contribui pois indivíduos com concentrações elevadas de TAG normalmente apresentam concentrações elevadas de colesterol, com prevalência de LDL (mais LDL disponível, maior formação de LDLox); diminuição do HDL colesterol contribui pois ele age como removedor de gordura e colesterol do espaço subendotelial; intolerância a glicose/diabetes tipo 2 contribui pois a hiperglicemia destrói as células endoteliais por mecanismo osmótico (aumenta formação de radicais livres). Embolia e trombose 16. Defina embolia. “Embolia é a ocorrência de qualquer elemento estranho (êmbolo) à corrente circulatória, transportado por esta, até eventualmente se deter em vaso de menor calibre”. 17. Liste exemplos de condições clínicas que levam à embolia pulmonar, gasosa, por líquido amniótico e gordurosa. Embolia por líquido amniótico: Quando o líquido amniótico vai para à corrente circulatória materna(rompimento de veia uterinas, na hora do parto, levando esse líquido para a corrente sanguínea da mãe) Embolia Gasosa: Entrada de ar na corrente circulatória, formando uma bolha gasosa(TPT, procedimentos cirúrgicos). Embolia Gordurosa: Decorrente de fratura óssea(introdução na corrente circulatória de micro glóbulos de gordura). Embolia Pulmonar: 18. Diferencie embolia de tromboembolia (trombose). Tromboembolia:“ Obstrução de um vaso sanguíneo por coágulo”. Embolia:“Embolia é a ocorrência de qualquer elemento estranho (êmbolo) à corrente circulatória, transportado por esta, até eventualmente se deter em vaso de menor calibre” 19. Descreva os três principais fatores que predispõem à trombose (Tríade de Virchow). Brenda Wedy Danni - UFRGS 1. Lesão endotelial: Traumatismos frequentes nas paredes dos vasos sanguíneos(ocorre a descamação interna do vaso, lesão das células que protegem internamente os vasos). Causas: Traumas (punções muito repetidas, por exemplo), localização de bactérias na superfície vascular, infecções virais de células endoteliais, arteriosclerose, infarto no miocárdio, erosões vasculares decorrentes de infiltrações neoplásicas. Mecanismo: Lesão endotelial ou endocárdica provocando exposição do colágeno subendotelial, com conseqüente adesão e agregação plaquetária, e desencadeamento do processo de "coagulação", além da contração das células endoteliais ou endocárdicas. 2. Alterações de fluxo sanguíneo Por estase: A estase altera o fluxo lamelar fazendo com que as células (inclusive plaquetas) que ocupavam a corrente axial passam à corrente marginal, facilitando o contato plaquetas- endotélio, ao tempo que concentra os fatores da coagulação.(promove marginação das células sanguíneas, MsIs são mais acometidos, pela formação dos trombos). Por turbulência: Predispõem à deposição de plaquetas (por alterar o fluxo laminar com modificação da corrente axial em marginal) e por traumatizar a íntima cardiovascular, facilitando a exposição do colágeno subendotelial. Por esse motivo é consideravelmente maior a freqüência de trombose nas áreas de estenose e bifurcação vasculares. 3. Hipercoagulabilidade: Um dos fatores mais importantes na trombogênese. Trombocitose: Anemias ferroprivas, após hemorragias graves (pós operatórios, principalmente de esplenectomias), outros. Incremento de fatores da coagulação: na gestação (aumento de fatores VII e VIII, que impedem a perda de sangue excessiva), síndrome nefrótica (V, VII, VIII e X) e em algumas neoplasias malignas. Redução da atividade fibrinolítica: Diabete melito(não tem atividade fibrinolítica), obesidade, síndrome nefrótica (perda urinária de antagonistas da coagulação). Brenda Wedy Danni - UFRGS Aumento da viscosidade sangüínea: Anemia falciforme ( da flexibilidade da hemácia), policitemia, desidratação e queimaduras. Tríade de Virchow: Quanto mais fatores estiverem somados no mesmo paciente, e cada uma das 3 ápices da pirâmide, maior à chance dele desenvolver a trombose. 20. Defina os fatores que contribuem para a hipercoagulabilidade. Um dos fatores mais importantes na trombogênese. Trombocitose: Anemias ferroprivas, após hemorragias graves (pós operatórios, principalmente de esplenectomias), outros. Incremento de fatores da coagulação: na gestação (VII e VIII), síndrome nefrótica (V, VII, VIII e X) e em algumas neoplasias malignas. Redução da atividade fibrinolítica: Diabete melito, obesidade, síndrome nefrótica (perda urinária de antagonistas da coagulação). Aumento da viscosidade sangüínea: Anemia falciforme ( da flexibilidade da hemácia), policitemia, desidratação e queimaduras. 21. Quais sãos os fatores de risco para a tromboembolia? Fatores de risco para tromboembolia - Imobilidade prolongada - Cirurgias extensas - Câncer - Traumas - Anticoncepcionais com estrógeno - Reposição hormonal - Gravidez e pós-parto varizes - Obesidade - Tabagismo Infarto e infarto agudo do miocárdio 22. Defina infarto. “Necrose tecidual que se instala após interrupção do fluxo sangüíneo (isquemia)” 23. Quais são os tipos de infarto mais comuns? Brenda Wedy Danni - UFRGS - Cardíaco - Cerebral - Pulmonar: tromboembolismo 24. Quais é a causa principal de infarto? Cite outras. - 90% dos casos em decorrência de trombose ou embolia. - Vasoespasmo local - Hemorragia dentro de placa ateromatosa - Compressão extrínseca do vaso (tumoral) - Torção de vasos (torção testicular) - Ruptura traumática de vasos - Compressão vascular por edema 25. Em relação à classificação quanto à cor e à infecção, como os infartos podem ser subdivididos? 1) Quanto à COR: - Brancos (anêmicos) ou Isquêmico: o Área de necrose de coagulação (isquêmica) ocasionada por hipóxia letal local, em território com circulação do tipo terminal. Causa é sempre arterial (oclusão trombo-embólica, compressiva). Os órgãos mais comumente lesados são os rins, o baço, o coração e o cérebro. - Vermelhos (hemorrágicos): Área de necrose edematosa e hemorrágica, ocasionada por hipóxia letal local, em território com circulação preferencialmente do tipo dupla ou colateral. Tanto a oclusão arterial como a venosa podem causar infartos vermelhos. 2) Quanto à INFECÇÃO - Sépticos: quando microorganismos infectam tecido necrótico. Nesses casos o infarto é convertido em abscesso. Mais grave. - Assépticos 26. Descreva a morfologia microscópica do infarto - Característica histológica dominante no infarto é a necrose coagulativa isquêmica. - Caso a oclusão vascular ocorra pouco antes da morte (minutos a horas) pode não ser histologicamente identificada: leva 4 a 12 horas para que o tecido exibanecrose evidente. Brenda Wedy Danni - UFRGS - Inflamação aguda inicia em poucas horas e está bem definida em 1 ou 2 dias. - Maioria dos infartos é substituída por cicatriz. - INFARTO CEREBRAL: é exceção, ocorre NECROSE LIQUEFATIVA. - No infarto cerebral não costuma haver parada completa, e sim uma redução acentuada da circulação, suficiente para matar os neurônios, mas que não impede a chegada de células sanguíneas ao local da lesão. - Há rápido aparecimento de células fagocitárias (ou seja, macrófagos, neste caso também chamados de células grânulo- adiposas). - Os macrófagos são em parte provenientes da micróglia, (e, portanto, já residentes no tecido); e em parte provêm de monócitos do sangue. Removem em poucos dias o material necrótico. - Isto se traduz macroscopicamente pelo amolecimento do tecido necrótico, que fica transformado em papa, daí o nome necrose liqüefativa. - A necrose liquefativa é própria de tecidos ricos em lipídios, como o cérebro e a supra-renal, mas não é bem claro o quanto isso contribui para a liquefação rápida da necrose. 27. Quais as conseqüências possíveis dos infartos e quais fatores determinam sua gravidade? Dependem basicamente da extensão do infarto e do órgão acometido: - Insignificantes: infarto esplênico, por exemplo. - Gravíssimos: infartos no miocárdio, nos pulmões, nas alças intestinais, e no cérebro. Fatores que determinam se a oclusão resultará em dano mínimo/nenhum até ser causa de morte: 1) Natureza do suprimento vascular: disponibilidade de suprimento alternativo (pulmão). 2) Taxa de desenvolvimento da oclusão: lenta permite desenvolvimento de vias alternativas. Brenda Wedy Danni - UFRGS 3) Vulnerabilidade à hipóxia: neurônios morrem em 3-4 min; células miocárdicas em 20-30 min. 4) Teor de oxigênio sanguíneo: obstrução parcial pode causar infarto em paciente anêmico/cianótico. 28. Cite o nome do conjunto de vasos sanguíneos responsáveis pelo suprimento vascular para a parede do coração. Pequena Circulação: Circulação sanguínea na qual o sangue é bombeado para os pulmões e retorna rico em oxigênio de volta ao coração. - Inicia-se no ventrículo direito e termina na aurícula esquerda do coração. - O sangue com CO2, entra no ventrículo direito e é bombeado para as artérias pulmonares dirigindo-se para os pulmões. - Percorre as arteríolas pulmonares e capilares pulmonares, ocorre o processo de trocas gasosas que eliminam o CO2 do sangue e o tornam rico em oxigénio. Grande Circulação: Sangue arterial rico em oxigênio é bombeado para os principais órgãos do corpo humano e retorna como sangue venoso pobre em oxigênio de volta ao coração - Inicia-se no ventrículo esquerdo e termina na aurícula direita do Brenda Wedy Danni - UFRGS coração. - O sangue arterial é bombeado pela contração do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. - Esta divide-se para os órgãos principais do nosso corpo (com exceção dos pulmões), onde o oxigênio é consumido. - O sangue venoso pobre em oxigênio, volta ao coração pelas veias cavas, introduzindo-se na aurícula direita. - Da aurícula direita o sangue passa para o ventrículo direito através da valva tricúspide. 29. Explique a patogenia do IAM e a resposta do miocárdio à lesão. IAM – Patogenia Etapas: 1. Rompimento abrupto de uma placa ateromatosa; 2. Plaquetas se agregam e tornam-se ativadas; 3. Um vasoespasmo é estimulado pelas plaquetas; 4. Outros mediadores ativam a via extrínseca da coagulação, aumentando o volume do trombo; 5. Trombo evolui para uma oclusão completa em minutos. Resposta do miocárdio à isquemia Profundas consequências funcionais, bioquímicas e morfológicas. - Primeiros segundos: cessa geração de ATP; - Em alguns minutos: perda da contratilidade (primeiro perda funcional detectável); - Após 20-40 minutos de isquemia mantida: morte permanente dos miócitos (lesão irreversível). A localização final, o tamanho e os achados morfológicos do IAM dependem: - Da localização e gravidade da oclusão coronariana; - Do tamanho do leito vascular perfundido pelos vasos obstruídos; - Da duração da oclusão; - Da demanda metabólica do miocárdio infartado; - Da extensão da circulação colateral. 30. Quantos aos sinais e sintomas do IAM, relate-os. 1) Fadiga e desconforto torácico ou mal-estar nos dias que o antecedem Brenda Wedy Danni - UFRGS 2) início repentino e devastador: intensa dor subesternal ou pré-cordial constritiva em aperto, em queimação que muitas vezes irradia-se para ombro esquerdo, mandíbula ou braço. 3) Podem ser acompanhado de sudorese, náusea, vômitos e falta de ar. Pode ocorrer manifestações clínicas inespecíficas: desconforto (queimação) na região subesternal ou epigástrica que é interpretada como indigestão ou acidez no estômago. 4) Em alguns casos o início é assintomático e a doença somente é desvendada por: - ECG. - Elevação de enzimas miocárdicas específicas (isoenzima MB da creatina quinase, isoenzima da desidrogenase lática LDH-1, transaminase glutâmico oxalacética sérica SGOT). 31. Como se dá a evolução morfológica temporal de um infarto? - 1h: edema intercelular, miócitos da borda ficam ondulados e deformados, necrose ainda ausente. - 12-72h: infiltração neutrofílica no tecido necrótico, miócitos coram-se com eosina, com perda de núcleos. - 3-7 dias: miócitos são desintegrados e fagocitados. - 10 dias: tecido de granulação na área necrótica , produzindo densa cicatriz fibrosa. 32. Quais as principais complicações da fase pós-infarto? - Disfunção contrátil: perda da “função de bomba” do ventrículo esquerdo, de maneira proporcional a área infartada; - Arritmias: descompasso no batimento cardíaco; - Ruptura do miocárdio: 1 a 5% dos casos, mas responde por 7 a 25% da letalidade; - Outras complicações: pericardite, trombo mural, etc. Hipertensão e insuficiência cardíaca congestiva. 33. Conceitue a doença vascular hipertensiva (hipertensão). Elevação da pressão arterial. Pressão sanguínea aumentada - pressão diastólica mantida acima de 90 mmHg e sistólica acima de 140 mmHg. Brenda Wedy Danni - UFRGS 34. Compreenda os fatores responsáveis pela regulação fisiológica da pressão arterial e como distúrbios nesse sistema contribuem para a hipertensão. Regulação da pressão arterial normal “Interação de múltiplos fatores genéticos e ambientais que regulam a relação entre o débito cardíaco e a resistência vascular periférica”. - DÉBITO CARDÍACO = É regulado pelo volume de sangue (sódio+ agua), pela frequência cardíaca e pela contratilidade dos vasos. - RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA = É regulada, preferencialmente, nas arteríolas por fatores neurais e hormonais. A vasoconstrição a resistência vascular. A vasodilatação ↓ a resistência vascular. A vasodilatação e a vasoconstrição são reguladas pela liberação de fatores hormonais e neurais: - FATORES HORMONAIS Vasoconstritores: angiotensina II, tromboxano e leucotrienos. Vasodilatadores: cininas, prostaglandinas e óxido nítrico. - FATORES NEURAIS Vasoconstritores: α-adrenérgicos Vasodilatadores:β-adrenérgicos 35. Compare e diferencie a hipertensão primária da secundária. Primária (hipertensão essencial): - Idiopática: 90% dos casos. - Fator genético - É um defeito primário na regulação do débito e da resistência. Secundária: - Tem uma outra doença de base que está levando a ter hipertensão. - Pp relacionada à doença renal (glomerulonefrites) ou à anormalidade endócrinas (hiperfunção córtico supra-renal: Síndrome de Cushing).36. O que se conhece sobre as possíveis causas da hipertensão? Causa: influência genética + ambiental - Fatores genéticos: Brenda Wedy Danni - UFRGS Estudos com gêmeos mono e dizigóticos e história familiar apontam forte influência. - Fatores ambientais: Estresse, obesidade, tabagismo, inatividade física e alto consumo de sais. 37. Defina ICC. Liste pelo menos duas causas de disfunção sistólica e duas de disfunção diastólica e entenda o mecanismo pelo qual elas contribuem para a ICC. ICC: Ocorre quando o coração é incapaz de bombear o sangue de forma a suprir às demandas metabólicas ou quando o bombeamento se dá sob pressão elevada. Perde a força. DISFUNÇÃO SISTÓLICA: - + comum o ↓ da função contrátil do miocárdio. - Lesão isquêmica, sobrecarga de pressão ou volume, cardiomiopatia dilatada EX: IAM DISFUNÇÃO DIASTÓLICA: - Incapacidade de expansão da câmara cardíaca durante a diástole. - Hipertrofia do VE.(vem da HAS) - Fibrose miocárdica. - Pericardite. EX: HAS Mecanismos fisiológicos que mantém a pressão arterial e a perfusão dos órgãos quando ocorre prejuízo à função cardíaca: 1) Mecanismo de Frank-Starling: aumento do volume dilata o coração. 2) Adaptações miocárdica:, Incluindo hipertrofia, com ou sem dilatação: remodelagem ventricular compensatória; hipertrofia precede ICC. 3) Ativação dos sistemas neuro humorais: norepinefrina, SRAA, peptídeo natriurético atrial. 38. Aponte as diferenças estruturais (sobre a parede do coração) que podem ser verificadas na hipertrofia por sobrecarga de pressão e na hipertrofia por sobrecarga de volume. Como consequências da disfunção cardíaca pode ocorrer: Brenda Wedy Danni - UFRGS - Hipertrofia por sobrecarga de pressão: Aumento concêntrico da espessura da parede; HAS ou estenose aórtica. - Hipertrofia por sobrecarga de volume: Dilatação do ventrículo; espessura da parede pode ser maior, menor ou igual à normal; o peso do coração é a melhor medida. - O coração pode ter peso 2 a 3x maior em pacientes com hipertensão, cardiopatia isquêmica, estenose aórtica. 39. Porque pode haver menor suprimento vascular para a parede de um coração hipertrofiado? Porque ele tem que realizar uma força de contração maior, para bombear sangue para dentro dos vasos sanguíneos, aumentando o tamanho das células do coração, não realizando o relaxamento total, pois ele tem maior quantidade de miócitos(parede mais grossa). - 3 a 4x maior em cardiomiopatia hipertrófica ou regurgitação aórtica. - O aumento do tamanho do miócito não é proporcional ao aumento do número de capilares: menor suprimento do oxigênio para o coração hipertrofiado. - A hipertrofia freqüentemente é acompanhada por deposição de tecido fibroso. - O coração hipertrofiado é vulnerável à descompensação, que pode evoluir para ICC e levar à morte. - As alterações celulares nos corações hipertrofiados que inicialmente regulam aumento da função podem contribuir para ICC. - O grau de anormalidade estrutural do coração nem sempre reflete o nível de disfunção; pode ser impossível no exame macroscópico distinguir um coração lesionado funcional de um lesionado em falência. 40. Compare e contraste as diferenças entre ICC direita e esquerda, em relação as causas e aos principais distúrbios no coração e em outros órgãos. ICC Esquerda: Brenda Wedy Danni - UFRGS - Congestão Pulmonar: O ventrículo esquerdo não consegue bombear o sangue para fora do compartimento. - A pressão no átrio esquerdo aumenta, o que diminui o fluxo sanguíneo procedente dos vasos pulmonares. - O aumento resultante na pressão na circulação pulmonar força o líquido para dentro dos tecidos pulmonares e alvéolos, o que compromete a troca gasosa. - As manifestações clínicas da congestão venosa pulmonar que se estabelecem incluem a dispnéia, tosse, estertores pulmonares (estalidos pulmonares), e níveis de saturação de O2 abaixo do normal. - Quando isso ocorre, o ventrículo esquerdo comprometido não consegue ejetar o volume de sangue aumentado. Como resultado, a pressão na circulação pulmonar aumenta e provoca o deslocamento adicional do líquido para dentro dos alvéolos. - A medida que a insuficiência se agrava e a congestão pulmonar aumenta, quando ocorre essa diminuição de ejeção sanguínea, ocorre também diminuição de suprimento de oxigênio a todos os órgãos, estimulando assim o sistema nervoso simpático. ICC Direita: - Quando o ventrículo direito falha, a congestão das vísceras e dos tecidos periféricos predominam. - Isso ocorre porque o lado direito do coração não consegue ejetar o sangue e, dessa maneira, não consegue acomodar todo o sangue que normalmente retorna para ele, a partir da circulação venosa. - As manifestações clínicas observadas incluem edema dos membros inferiores (edema gravitacional), ganho de peso, hepatomegalia (aumento do fígado), distensão das veias do pescoço, ascite (acumulo de liquido na cavidade peritoneal), anorexia e náuseas, noctúria e fraqueza. Brenda Wedy Danni - UFRGS 41. Qual à relação entre aterosclerose+HAS+Aneurisma? A lesão da arteriosclerose acomete a camada íntima das artérias, o aneurisma acomete à camada médias, que têm como função aguentar a pressão sofrida pelos vasos, mas existem artérias que começam a ser fragilizadas na camada média, causando a destruição da camada média, fazendo com que o vaso se dilate, se distenda, formando estruturas circulares com diâmetros aumentado, podendo sofrer rompimento destas estruturas. 42. O que são varizes: Veias que se tornam incapazes de mandar o fluxo sanguíneo, acabam acumulando sangue. Não causam problemas clínicos, mas causam edema. Pressão hidrostática aumenta, impedindo o retorno venoso. Na gravidez existe um aumento de hipercoabilidade, prejudicando o fluxo sanguíneo, gerando estase venosa.
Compartilhar