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Anamnese gastrointestinal

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Anamnese gastrointestinal:
Dispepsia:
Disfagia: dificuldade para engolir. 
Odinofagia: dor ao deglutir. 
Bolus/globus/bolo na garganta: sensação de bolo na garganta, sem que seja em momento de alimentação.
Diarreia:
Sangramento: 
Síndrome dispéptica ou dispepsia:
O diagnóstico sindrômico.
O que é dispepsia? Todo e qualquer desconforto ou sintoma de má digestão (empachamento pós-prandial, saciedade precoce) no andar superior do abdome. 
Quais são os sintomas de dispepsia? Não é necessariamente uma sensação de queimação. 
Quais são as causas? Dispepsia funcional (sintomas de dispepsia sem a presença de doenças orgânicas que justifiquem esses sintomas), refluxo, câncer de estômago. 
Quando e como investigar? O primeiro exame que se pede quando se chega com sintoma de azia, pirose, queimação, é com a endoscopia. Na ausência de sinais de alarme não é necessário investigar. 
Manifestações de alarme:
Odinofagia: dor para engolir. 
Disfagia: dificuldade para engolir. 
Sangramento: pode estar oculto se manifestando como anemia. 
Anemia: pode indicar uma úlcera, em que está se tendo uma perda crônica de sangue e ferro (anemia ferropriva).
Idade: acima de 55 anos – câncer de estômago. 
Perda ponderal
Vômitos 
Icterícia 
História familiar
H. pylori: teste respiratório da urease é um exame não invasivo para investigar a presença, e é o melhor. No entanto, na realidade, se faz endoscopia para investigação. 
Disfagia:
Sensação subjetiva de dificuldade ou anormalidade na deglutição. 
Dificuldade no início da deglutição → engasgo e entalo. Acontece no momento do bolo passar ou segundos após a deglutição, respectivamente. 
Disfagia orofaríngea: disfagia alta – na oro ou esôfago proximal. 
Também chamada de disfagia de transferência. 
Dá sintoma de engasgo. 
Acontece no esôfago proximal e orofaringe – possuem musculatura estriada
Ocorre na hora da deglutição 
Sintoma: tosse, regurgitação nasal, aspiração.
Distúrbios neuromusculares e obstruções. 
A falta de algumas coisas como mastigação adequada, produção de saliva, mucosa intacta e coordenação neuromuscular podem gerar. 
Divertículo de Zenker: protusão da mucosa na junção do músculo cricofaríngeo com o constritor inferior da faringe (triângulo de killian).
O esfíncter esofageano superior possui o músculo cricofaríngeo – esse músculo pode ser, algumas vezes, um pouco mais apertado, fazendo com que a parte superior a ele (um espaço que não tem músculo) cresça para que caiba, formando o divertículo. 
Disfagia esofageana:
É uma disfagia baixa ou de condução.
Acontece na parte distal do esôfago: possui musculatura lisa
Dá sintoma de entalo.
Ocorre segundos após a deglutição. 
Doenças intraluminais, extrínsecas, distúrbios de motilidade. 
Causas intrínsecas e intraluminais: corpo estranho, estenose esofágica (normalmente vem após alguma doença não tratada do esôfago), esofagites (inflamações da mucosa esofágica), anéis e membranas (anomalias anatômicas) ou câncer de esôfago.
Síndrome de Plummer-Vinson ou Patterson-Kelly: formação de uma membrana de mucosa no meio do esôfago, em que essa membrana surge por anemia ferropriva. Através da endoscopia se rasga a membrana.
Anel de Schatzki: o esôfago da pessoa não é reto e sim em forma de anel, então toda vez que não mastiga direito a comida impacta no defeito anatômico. 
Causas extrínsecas: anormalidades cardíacas e vasculares, aterosclerose grave ou anormalidades em tireoide. 
Distúrbios motores:
Primários: acalasia, espasmo esofagiano difuso (esôfago em saca rolhas) ou esôfago em quebra nozes. 
Obs: O esfíncter inferior do esôfago normalmente fica fechado para que não haja refluxo, no entanto, quando a onda peristáltica chega ele precisa abrir – se não abrir ele entala. A destruição do plexo motor do esôfago terminal pode gerar hipertonia do esfíncter do esôfago terminal e aperistalse do esôfago terminal – isso gera acumulo do alimento, e com o tempo gera uma massa endurecida, diminuindo ainda mais a luz do esôfago e com o tempo o esôfago para de funcionar. Com isso, a destruição do plexo nervoso terminal causa hipertonia do esfíncter esofagiano inferior e a aperistalse do esôfago terminal é chamada de acalasia, e essa acalasia gera o megaesôfago com o passar dos anos. 
A principal causa de acalasia no nosso meio é o tripanossoma cruzi, que gera a acalasia chagásica, que evolui para o megaesôfago chagásico. 
Secundários: doença de Chagas, colagenoses, Amiloidose (pode depositar substâncias na parede do esôfago, impedindo sua funcionalidade muscular) ou doenças endocrinológicas (DM, tireoidopatias). 
História – anamnese: é necessário determinar se é orofaríngea ou esofageana, os tipos de alimento que dão o sintoma (sólidos, líquidos ou ambos), a progressão temporal e os sintomas associados. 
Morfogênese geral do sistema digestório:
A função do sistema digestório é de digerir, e digerir consiste em pegar um alimento grande em partículas bem pequenas, tão pequenas que seja possível a absorção. Existem outras funções como excreção de substâncias do corpo, funções relacionadas ao metabolismo... 
Resumo do trato gastrointestinal: só é TGI a partir do esôfago. 
O sistema digestório começa de fato na cavidade oral, que tem dente, língua, glândulas salivares; passa para a faringe, esôfago, estomago, intestino delgado (primeira porção é chamada de duodeno, que recebe secreção do pâncreas e do fígado; jejuno; íleo), intestino grosso (primeira porção é seco, depois apêndice, colo ascendente, transverso, descendente), colo e reto. 
Cavidade oral:
Primeira porção do sistema digestório, que contém os dentes, língua e glândulas salivares. Existem três glândulas grandes (submandibular, sublingual e parótidas) e várias menores. 
Funções da cavidade oral: triturar o alimento para aumentar a área de superfície de ação das enzimas, lubrificar e umidificar para facilitar a deglutição, digerir amido pela amilase salivar, proteção pela gustação (a própria saliva contém IgA, além de ser levemente alcalina, evitando a proliferação de bactérias), mecanismo antecipatório (para que o sistema se prepare para a digestão), saciedade (ela ocorre pela trituração). 
A proteção e a digestão de amido são funções dispensáveis da cavidade oral porque existem outras áreas que fazem isso ao longo do sistema digestório. Além disso, a trituração para aumentar a área de superfície de ação das enzimas também é dispensável, no entanto, é necessário que ocorra a trituração para que haja a facilitação do ato de deglutir. 
A leptina dá a sensação de saciedade e a grelina a sensação de fome – é o hipotálamo que comanda a sensação de fome e saciedade, e uma das formas é através desses hormônios. A leptina é produzida também pelo estomago, e quanto mais se mastiga dá tempo de a leptina agir. 
Fases da digestão: toda vez que o alimento está naquele local a fase é relacionada com o nome da área.
Cefálica: quando se pensa, vê, escuta a respeito do, sente o cheiro do alimento. 
Oral: a presença do alimento, o sabor do alimento faz com que entre na fase oral porque há o estimulo do estômago para que se prepare para digerir o alimento. 
Gástrica 
Intestinal 
Tubo digestivo e suas principais estruturas:
A camada mais interna é chamada de mucosa, abaixo dela é a submucosa, depois é a muscular externa e por fim a serosa ou adventícia. 
Mucosa: está em contato com o alimento, tendo função de absorção do alimento, sendo que é mais desenvolvida no intestino. Ela possui subcamadas dentro, sendo a primeira o epitélio de revestimento, depois a lâmina própria (se encontra em locais que possuem mucosa, já a lamina basal pode estar presente em qualquer lugar e tem função de sustentação) e por fim a muscular da mucosa (faz movimento da mucosa para facilitar o contato com o alimento. 
Submucosa: também tem tecido conjuntivo, sendo um pouco mais denso que a da lamina própria. Possui vasos, nervos, mas não é característico ter glândulas (só existem duas estruturas no sistema digestório que possuem glândulas na submucosa, que
é o esôfago e duodeno). 
Muscular externa: faz os movimentos peristálticos, mistura, trituração. Ela contém músculo liso, normalmente (no esôfago, no entanto, a sua porção inicial é de músculo esquelético sem controle voluntário, no meio é uma mistura entre liso e esquelético, e sua porção final é apenas de músculo liso). Dentro dela existem duas subcamadas, sendo a primeira circular e a segunda longitudinal, sendo uma diferença de disposição das fibras – a mais interna, a circular, ela tritura e a mais externa é a longitudinal, que tem função de impulsionar o alimento. 
Serosa ou adventícia: a última camada é um tecido conectivo que tem função de dar sustentação. É serosa quando a camada de tecido conectivo é revestida pelo peritônio, em que o tecido não fica mais aderido, ele é todo junto. 
Obs: o sistema nervoso autônomo é dividido em simpático e parassimpático, em que a nível de sistema digestório, o simpático inibe e o parassimpático estimula. Mas, quando se tira essas inervações, o sistema continua a funcionar, e isso ocorre porque o trato gastrointestinal possui inervação própria, que é o sistema nervoso entérico. Esse sistema nervoso entérico ele é dividido em dois plexos, um é o submucoso (se encontra na camada submucosa, tendo função de secreção, produção de muco) e o outro é mioentérico (se encontra na camada muscular, tendo função de motilidade). O plexo mioentérico se localiza entre a fibra circular e a longitudinal, já o submucoso se encontra entre a submucosa e a circular, no entanto, a submucosa pode emitir prolongamentos até a mucosa. 
Maria Clara Franca

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