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DECLARAÇÃO DE ESCOPO

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SEGURANÇA PÚBLICA
JHONATAN NOGUEIRA LIMA
AGENTES PENITENCIÁRIOS: DESAFIOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL
Jacundá
2019
JHONATAN NOGUEIRA LIMA
AGENTES PENITENCIÁRIOS: DESAFIOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL
Trabalho apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública, para as disciplinas: Comportamento Organizacional; Responsabilidade Social e Ambiental; Gestão de Projetos; Homem, Cultura e Sociedade Empreendedorismo; Seminário de Projeto Integrado I. 
Professores: Ana Céli Pavão; Luísa Maria Sarábia Cavenaghi; Alessandra Petrechi de Oliveira; Juliana Aparecida de Lima Arruda Indiara Beltrame Brancher; Mayra Campos Frâncica dos Santos 
Jacundá
2019
AGENTES PENITENCIÁRIOS: DESAFIOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL
O trabalho aqui apresentado é resultado da análise de cinco disciplinas concluídas no curso Superior Tecnologia de Segurança Pública da UNOPAR, a fim de verificar se as competências, habilidades e os objetivos de aprendizagens traçados pelos professores foram alcançados, para as seguintes disciplinas: Comportamento Organizacional; Responsabilidade Social e Ambiental; Gestão de Projetos; Homem, Cultura e Sociedade Empreendedorismo e Seminário de Projeto Integrado I. Desse modo, o portfólio trás abordagens conceituais teóricas apontadas pelas referidas disciplinas e considerações pessoais do autor, como forma de registro da compreensão e confirmação da aprendizagem, descrevendo assim: 
1 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
A cada dia no Brasil a violência alcança um índice surpreendente, tanto pela quantidade de crimes como pela diversificação destes, o que nos causa medo e insegurança. 
A forma punitiva legal para os que cometem os crimes é o encarceramento, sob a vigilância do agente prisional. Este por sua vez é o responsável por intermediar os conflitos e conter as mais diversas manifestações de violência que também são praticadas dentro das instituições prisionais, o que coloca esse indivíduo numa situação de constante desgaste físico e metal, tornando-o vulnerável e passível a mudança de comportamento e conduta, como é o caso da situação-problema que fundamenta esse estudo. 
O estresse gerado pela rotina de trabalho do agente prisional caia na questão do comportamento organizacional da instituição a qual ele trabalha, que deverá proporcionar aos seus colaboradores, melhores condições de trabalho, sempre com o olhar voltado para esse profissional “é o responsável pela segurança interna de um presídio e pela ordem entre os presos, desempenhando uma função de alto risco, uma vez que estão em contato direto com detentos e expostos a diversas situações geradoras de estresse” (SOUZA ET AL, 2012, p. 1312-1313).
O estresse é uma questão muito discutida em todo o mundo, sendo responsável por desenvolver patologias que podem ocasionar a morte. Seu conceito é amplamente discutido chegando a ter inúmeras definições que perpassam deste o “campo biológico, psicológico, social, ambiental, entre outros” (JACQUES, 2003, p. 101), chegando ao defendido pelo médico psiquiatra Marcelo Maroni Saraiva como o que melhor representa esse “conjunto de sintomas físicos e psíquicos ocasionados por um evento específico, externo ao indivíduo” (SOUZA & ET AL, p. 1314 apud PARANÁ ON LINE, 2012, p. 01). Ou seja, os fatores externos provenientes de uma rotina exaustiva de trabalho e de toda situação cotidiana enfrentada pelo ser humano pode desencadear o estresse, e este por sua vez pode ocasionar patologias muito graves, como a depressão e o óbito.
Diante do exposto, uma forma de minimizar toda essa situação enfrentada pelos agentes prisionais é as instituições voltarem-se para o investimento na qualidade de vida no trabalho, que tem sua definição voltada para “[...] descrever valores relacionados com a qualidade de experiências humanas no ambiente de trabalho” (JACQUES, 2003, p.1313, apud FRANÇA, 2003, p. 44), tendo ainda inúmeras conceituações que buscam compreender a importância da garantia de direitos que são inerentes ao homem para viverem com qualidade na sociedade em que estão inseridos. 
A qualidade de vida no trabalho é uma questão que deve ser pensada dentro de uma instituição por uma equipe especializada em gestão de pessoas. No caso de Marcelo, faltou esse gerenciamento para enxergar que esse profissional estava à beira de um colapso, sofrendo de alto nível de estresse que atingiu seu estado psíquico e consequentemente alcançou suas relações externas ao trabalho, como sua família por exemplo. Não apenas nesse caso, a criação e efetivação de propostas que venham contemplar as necessidades do trabalhador de qualquer ambiente laboral são indispensáveis para que estes sintam-se respeitados, valorizados, incentivados e desenvolvam suas funções com desempenho, qualidade e sem danos a si próprio e aos outros.
No caso especifico dos agentes penitenciários, uma alternativa para a garantia da QVT é a criação de programas de incentivo ao diálogo, com rodas de conversas expositivas orais e/ou online, onde favoreça a socialização e a troca de experiências vivenciadas pela equipe. A criação de programas de incentivo ao esporte e ao laser, como a prática diária da ginástica laboral, treinos físicos em academias próprias ou conveniadas, campeonatos de futebol, atletismo e outras modalidades esportivas, assim também como, de show de talentos e outros eventos que promovam o entretenimento e a descontração, são medidas que podem ser adotadas como prevenção dos riscos da profissão.
Ainda como forma de medida preventiva, o incentivo ao empreendedorismo pode ser também uma forma de contribuição para o melhoramento do desempenho do agente profissional e até mesmo uma forma oportunizar o seu aumento de ganho, levando em consideração a sua baixa salarial.
2 EMPREENDEDORISMO
O empreendedorismo “ação de empreender” (JULIANO, 2016, p. 14) traz inúmeras definições, podendo também ser compreendido como “a capacidade de um indivíduo fazer algo de forma criativa e inovadora, buscando aproveitar as oportunidades de negócio” (ARAÚJO, 2010, 05). Está relacionado com um aprendizado individual que quando estimulado “proporciona ao indivíduo maior motivação, criatividade e o leva a buscar novas maneiras de construir um projeto de vida” (idem).
Na questão dos agentes prisionais, o incentivo ao empreendedorismo seria além de uma tentativa de desfocar a mente desses profissionais do exaustivo ambiente de trabalho, também seria uma forma de qualificação profissional que lhes oportunizariam a atuação em outras e lhes dariam mais autonomia pessoal. 
Assim como abordado no texto base de Juliano (2016), para que as empresas invistam em capacitações dos seus profissionais visando envolvê-los no mundo do empreendedorismo, é necessário um olhar voltado para o perfil do empreendedor, procurando reconhecer e identificar nele o comportamento que melhor se aplique dentro da área do empreender. Nesse sentido, é válida a afirmativa de Rausp (2006). Para ele, 
Os empreendedores não são apenas aqueles que têm ideias, criam novos produtos ou processos. São os que programam, lideram equipes e vendem suas idéias. É difícil encontrar todas essas características em uma única pessoa, por isso, a identificação do perfil de cada uma é fundamental e o trabalho em equipe é fator essencial para o possível sucesso dos empreendedores dentro de uma organização (RAUSP, 2006, p. 85).
 Visto assim, o autor revela que há uma necessidade de investigar o perfil do empreendedor, verificando se este possui o comportamento esperado para um empreendedor de sucesso. 
As Características de Comportamentos Empreendedores (CCEs) são elementos essenciais a serem analisados dentro do perfil do empreendedor, assim: o Conjunto Realização, compreendido como: busca de oportunidades e iniciativa; correr riscos calculados; exigência de qualidade e eficiência; persistência e comprometimento. O Conjunto Planejamento: busca de informações; estabelecimento
de metas; Planejamento e monitoramento sistemáticos, e o Conjunto Poder: persuasão e rede de contatos, independência e autoconfiança representam um grupo de conjunto de comportamentos que deverá compor o perfil do empreendedor. 
Diante dos comportamentos apresentados, não se pode pensar no desenvolvimento de um único comportamento empreendedor para os agentes penitenciários, pois deve-se levar em conta que os comportamentos se manifestam em “pessoas com habilidades criativas, sendo uma complexa função de experiências de vida, oportunidades e capacidades individuais” (SILVA, 2009, p.104), sendo portanto necessário despertar suas capacidades e prepará-los para o enfrentamento dos desafios da sua profissão. 
3 HOMEM, CULTURA E SOCIEDADE
 A violência é uma reação natural dos indivíduos que vivem em sociedade, gerada pela ação consciente e inconsciente do homem (DURKHEIM, 1997), para analisar a mudança no comportamento de Marcelo, personagem da situação-problema desse estudo, que além de trabalhar num ambiente onde a violência predomina, o público que ele atende são pessoas que tem a violência como causa para estarem encarcerados. Desse modo, o contato diário com as diversas manifestações de violência, permitiu que Marcelo também se tornasse praticante dessa ação esperada para o ser humano.
Emile Durkheim, teórico positivista, afirma que a violência está atrelada ao descumprimento de regras, á desvios de condutas, é um fato social, e não econômico como muitos discutem. Para ele, a violência e o crime são reações esperadas do indivíduo que vive em uma sociedade crescente. 
Para Durkheim, a explicação para as reações violentas do ser humano estão pautadas na própria condição do ser humano, desatreladas de qualquer condição biológica, psíquica, social, econômica ou cultural. Segundo o autor, o fato social é 
toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais (DURKHEIM, 2017, p. 13).
Visto assim, o fato social tem como característica fundamental a generalidade, por que é fato que ocorre de modo geral, a exterioridade, que ocorre fora do indivíduo, e a coerção, que acontece de modo inconsciente.
A manifestação de violência apresentada por Marcelo é algo que acontece fora da sua consciência individual de modo incontrolável, sendo um fato social que em menor ou maior grau, é sancionado como forma de punição e controle, como bem explica Durkheim (2007). Para ele, [...] uma ordem de fatos que apresentam características muito especiais: consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, e que são dotadas de um poder de coerção em virtude do qual esses fatos se impõem a ele. [...] (DURKHEIM, 2007, p. 02).
4 RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL
A dinâmica da vida moderna nos empurra para caminhos difíceis e conflituosos em busca pela sobrevivência, nos exigindo um esforço que vai além das nossas condições de humanas. No caso de Marcelo, ele viu na profissão de agente prisional, uma saída para seus problemas financeiros, sem avaliar os riscos, nem tampouco outras possibilidades, assim mesmo como fez a antiga empresa que ele trabalhava, que teve como atitude, demitir funcionários por estar perdendo lucros mediante situação de crise econômica. 
É fato que vivemos numa sociedade extremamente capitalista, onde os bens matérias valem mais do que o ser humano. O consumismo impera e nos impulsiona a pensar e querer cada vez mais, sem preocupação com o outro nem tampouco com o meio ambiente. Na verdade, “a supervalorização do indivíduo e do consumo representa um dos piores legados da sociedade ocidental moderna no que concerne à sua relação com o ambiente natural” (MANUAL PORTIFÓLIO – UNOPAR, 2019, p. 07, apud WILSON CABRAL, 2016).
O que chama a atenção é que não todos percebem que a sociedade está sendo dizimada por atitudes capitalistas, não enxergando que com ações sustentáveis, também se pode ter não apenas ganhos financeiros, mais também ganhos em qualidade de vida. 
Para (Delbono, 2016)
O desenvolvimento econômico aliado à conservação/preservação ambiental é indispensável para manter em equilíbrio a sociedade pela indissociabilidade do trinômio “economia-sociedade-meio ambiente”. Desse modo, a solução à crise ambiental e social depende diretamente da sensibilidade em face da pessoa humana e da real consciência da importância dos recursos (DELBONO, 2016, p. 17).
Nesse caso, há de se compreender que meio ambiente, sociedade e economia, são fatores indissociáveis, pois sua relação é que vai definir o futuro do planeta que vivemos. 
A questão ambiental precisa perpassar á questão econômica para atingir a questão social. Nesse caso, medidas de sustentabilidade precisam ser adotadas com caráter de responsabilidade social.
A sustentabilidade precisa ser compreendida como saída para minimizar os danos ao meio ambiente e á humanidade, pois a crise ambiental e social depende desse desenvolvimento sustentável. A Organização das Nações Unidas – ONU apresenta como desenvolvimento sustentável “o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro” (DELBONO, 2016, p. 16, BRASIL, 2016).
Em meio á crise ambiental que se instalou por todo o mundo, pensar ações de efeito é indispensável, e essas ações precisam iniciar de modo individual, com a mudança de postura de cada indivíduo que toma consciência de suas ações cotidianas prejudiciais ao meio ambiente, e de modo coletivo, com ações de impacto de empresas que tem na sua natureza, a poluição como consequência para os seus lucros. Desse modo, é indispensável pensar a “criação de projetos que visem ao equilíbrio e à sustentabilidade” (DELBONO, 2016, p. 22) e que promovam a harmonia entre homem e natureza como medida preventiva e de conservação da vida e do planeta. 
 5 GESTÃO DE PROJETOS
DECLARAÇÃO DE ESCOPO
PROJETO QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Descrição do escopo do produto: Redução de desgaste físico e mental; Disposição no desenvolvimento das atividades laborais; Preparo físico; Socialização e Reeducação alimentar.
Critérios de aceitação do produto: Análise curricular dos instrutores, verificação da segurança dos locais destinados para o desenvolvimento das atividades e controle de qualidade dos alimentos.
Entregas do projeto: Instrutores com formação específica nas áreas da psicologia, nutrição e educação física. Áreas apropriadas para o desenvolvimento das atividades, como academia, campo de futebol, quadra poliesportiva e sala climatizada.
Exclusões do projeto: não é parte do projeto garantir transporte para condução dos colaboradores aos espaços de desenvolvimento das atividades.
Restrições do projeto: É proibida a presença de qualquer pessoa que não esteja envolvida no projeto, bem como a permanência dos envolvidos nos locais de execução após o término das atividades.
Premissas do projeto: As aulas iniciarão pontualmente ás 17hs para os alunos do primeiro turno, e ás 19hs para os do segundo turno.
CONCLUSÃO
Dentre muitas propostas apontadas por especialistas que poderiam minimizar a violência nos presídios, e o consequente impacto desta sobre a vida dos agentes prisionais, a redução do número de presos seria uma proposta que se aplicaria como forma resolutiva para combater a violência que a cada dia cresce dentre dos ambientes prisionais, atingindo diretamente não só a vida dos trabalhadores dessas instituições, mas também a sociedade. Fato esse comprovado em 2017, pela rebelião em rede em muitos presídios do país, que deixou mais de 100 mortos e muitas famílias dilaceradas. 
Pesquisas apontam que muitos dos encarcerados estão presos por crimes considerados sem gravidade, e desse
modo, poderiam aguardar suas penas em liberdade, mas ao contrário, estão disputando espaços em celas com presos de alta periculosidade, e muitas vezes essa disputa é fator gerador para violência gratuita, fato semelhante encontrado no caso apresentado como fundação base para esse estudo.
A morosidade da justiça brasileira em julgar os casos de presos por crimes sem gravidade leva o preso à permanência nos presídios por mais tempo do que seria sua pena. Assim, ele fica mais tempo preso do que valeria sua pena, e isso compromete os espaços físicos dos presídios, tornando-os superlotados, favorecendo os conflitos, e de certa forma, também empurra esse sujeito para mais violência, podendo prepará-lo para o crime severo e grave. 
O fato é que para minimizar esse problema da superlotação e assim dar condições favoráveis para os agentes prisionais trabalharem sem o enfretamento constate da força física e ameaça de uma possível rebelião, tem que haver uma celeridade nos julgamentos desses presos, com audiências de custódias. Nesse caso, o estado deverá fornecer toda a base para que isso aconteça, como uma defesa através da promotoria de justiça e até mesmo mutirões para que essas audiências aconteçam com mais rapidez e que o problema da superlotação seja resolvido.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-ambiental>. Acesso em: 08/05/2016.
DURKHEIM, É. As Regras do Método Sociológico, São Paulo, Martins Fontes, 2007.
Revista Conexão Eletrônica – Três Lagoas, MS - Volume 15 – Número 1 – Ano 2018.
JACQUES, Maria da Graça Corrêa. Abordagens teórico-metodológicas em Saúde/Doença Mental & Trabalho. Psicologia & Sociedade; 15 (1): 97-116; jan./jun.2003. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0677.pdf>. Acesso em: 08/05/2019. 
DELBONO, Benedita de Fátima. Responsabilidade social da empresa. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. 200 p. Disponível em: http://www.unoparead.com.br/sites/bibliotecadigital/. Acessado 09/05/2019. 
ARAÚJO, Elizangela. Empreendedorismo e características comportamentais dos empreendedores. 2010. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/. Acesso em: 10/05/2019.
RAUSP, Revista de administração. Vol 41. Fevereiro 2006. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/. Acesso em: 10/05/2019.

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