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Casos Concretos dos Planos de Aula de Redação Instrumental

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Casos Concretos dos Planos de Aula de Redação Instrumental 
Plano de aula 1​: 
Questão 1 
Identifique se os textos, a seguir, são narrativos ou argumentativos, justificando 
a sua resposta, com alguns fragmentos do próprio texto em análise. 
Para realizar essa proposta de trabalho, consulte o esquema apresentado acima. 
Fragmento 1 
Augusto ajuizou Ação em face de seu vizinho Germano, alegando, em linhas 
gerais, que o Réu lhe esbulhou uma parte de seu terreno onde existe um córrego com 
água potável e um abrigo para vacas leiteiras. Pede liminarmente a reintegração de 
posse, dizendo que houve violência, que a invasão se deu durante a noite - 
clandestinamente, portanto - e que isso lhe trouxe crescentes prejuízos. Em sua 
Petição Inicial, seu advogado explicou os fatos e, entre outros argumentos, justificou, a 
partir dos prejuízos, a necessidade de obter jurisdição de urgência. 
Apesar da evidente ilegalidade em todo o procedimento licitatório e atos 
subsequentes, como já mencionado acima, o direito positivo brasileiro indica que é 
possível a ocorrência de imoralidade sem necessariamente a existência de ilegalidade, 
uma vez que a própria Constituição Federal de 1988, ao estabelecer os princípios 
aplicáveis à Administração Pública, previu como princípios autônomos a legalidade e a 
moralidade. Em outras palavras, a afronta à moralidade que deve permear os atos da 
Administração pode, por si só, causar a lesividade que autoriza o manejo da ação 
popular, com ou sem repercussão patrimonial e, no caso, mesmo que acolhida a 
duvidosa licitação, esta não legitima o contrato, pois prevalecem os princípios da 
Administração Pública. 
Resposta​: Narrativo/Argumentativo. 
O primeiro parágrafo é narrativo, em virtude de o texto ter informado tão 
somente os fatos a serem analisados pelo Judiciário. Além disso, esse parágrafo tem os 
seguintes elementos constitutivos: fato gerador do conflito/pedido (esbulho de 
terreno); partes processuais (Augusto e Germano); caracterizando um texto narrativo. 
Já o segundo parágrafo é argumentativo, pois o texto tem a função de 
persuadir o leitor como se vê no seguinte trecho: “Apesar da evidente ilegalidade em 
todo o procedimento licitatório e atos subsequentes, como já mencionado acima, o 
direito positivo brasileiro indica que é possível a ocorrência de imoralidade sem 
necessariamente a existência de ilegalidade, uma vez que a própria Constituição 
Federal de 1988, ao estabelecer os princípios aplicáveis à Administração Pública, previu 
como princípios autônomos a legalidade e a moralidade”. Há uma preocupação em 
mostrar que a imoralidade descrita pode ser, segundo o ordenamento jurídico pátrio, 
considerada legal. 
1 
 
Fragmento 2 
O alimentando não presta ao alimentado os alimentos indispensáveis à sua 
subsistência na forma da lei civil, razão por que está passando por privações. 
O alimentando encontra-se em situação estável, trabalhando atualmente como 
mecânico autônomo e percebe a quantia aproximada de R$1500,00 (hum mil e 
quinhentos reais) mensais. 
Resposta​: Narrativo. Ambos os textos estão sendo somente informativos. Não há 
indícios textuais de persuasão. 
Elementos constitutivos: 
- fato gerador do conflito/pedido: pensão alimentícia. 
- partes processuais: Alimentando e alimentado. 
- por que do pedido?: O alimentado está passando por privações. 
Fragmento 3 
Depreende-se da narrativa autoral que o que se pretende com a presente 
insurgência é discutir problemas familiares, revolvendo questões antigas e 
atritos/mágoas que sempre existiram e que estavam limitadas ao âmbito familiar, 
trazendo o Autor um desabafo emocional, mas, sem o menor constrangimento, expôs 
a público a privacidade de parte de seus familiares, maculando a imagem e a 
intimidade destes, desconsiderando o Autor a sua própria assertiva em Inicial “roupa 
suja se lava em casa”. 
Resposta​: Argumentativo. Nota-se que o texto leva o leitor a considerar que o Autor 
agiu em virtude da emoção. 
 
Fragmento 4 
O autor afirmou que o réu bloqueou a conta da empresa, impedindo-lhe de 
pagar fornecedores, empregados e impostos. Além disso, o autor assegurou que o réu 
teria cometido uma grave ilegalidade, pois abriu uma filial da empresa de sua mãe, 
"Chique- Chique", supostamente concorrente, no mesmo endereço da empresa que é 
sócio com o autor, sem qualquer tipo de autorização prévia e utiliza-se de toda a 
estrutura de maneira completamente ilegal, com a intenção de vender a carteira de 
clientes da empresa, no escopo de encerrar suas atividades, asfixiar o autor 
financeiramente, e usurpar a estrutura e credibilidade do ponto comercial para instalar 
uma filial de sua empresa em Brasília. 
Resposta​: Narrativo. O texto exerce a função de informar os fatos somente. 
 
2 
 
Fragmento 5 
Não se duvida de que é de clareza solar que o Autor utiliza seus petitórios para 
expor sua interpretação distorcida, aleatória e até leviana do indigitado e-mail, com 
ilações inverídicas e extremamente distanciadas da verdade e do intento da Ré, que 
buscou apenas relatar fatos ocorridos no âmbito familiar e demonstrar o seu amargor e 
repulsa com a ofensa à sua honra, pois foi chamada de "ladra" pelo Autor, buscando, 
assim, e precipuamente alertar que novas desavenças familiares poderiam ocorrer, em 
razão de determinadas posturas do Autor, como a que se instaurou com a propositura 
da presente ação. 
Resposta​: Argumentativo. O texto tem a função de persuadir o leitor. 
 
Fragmento 6 
Assim, resta evidente que a requerida, ao aliciar o cantor Zeca Pagodinho ainda 
na vigência do contrato e veicular a campanha publicitária com referência direta à 
campanha produzida anteriormente pela autora, causou-lhe prejuízos, porque, por 
óbvio, foram inutilizados todos os materiais já produzidos pela requerente com tal 
campanha e perdidos eventuais espaços publicitários já adquiridos e não utilizados. 
Resposta​: Argumentativo. O texto expõe uma conclusão, cuja função é persuadir o 
leitor. 
 
Plano de Aula 2 
Coloque os fatos dos casos concretos 1 e 2 na ordem cronológica ou linear, 
estabelecendo relações lógicas entre os raciocínios, e, em seguida, responda às 
perguntas básicas sobre cada um deles, como: QUEM QUER?, QUER O QUÊ?, DE 
QUEM?, POR QUÊ?, ONDE?,QUANDO?, COMO?. A resposta a essas perguntas são 
importantes porque permitem perceber vários pontos relevantes dos casos concretos 
em estudo. Observe: 
QUEM​ ​QUER​? Retrata a parte que o advogado representa/Autor. 
QUER O QUÊ​? Retrata o pedido, o mérito. 
DE QUEM​? Delimita a parte/ Réu. 
POR QUÊ?​ Retrata a causa de pedir, fundamentos de fato e de direito. 
ONDE?​ Sinaliza a competência/lugar. 
QUANDO? É relevante porque se refere à ideia de tempo (dia, mês, ano), marcando a 
relação de anterioridade e posterioridade dos fatos narrados, isto é, a sequência 
cronológica em que os fatos ocorreram. 
3 
 
COMO? O elemento como é o passo a passo da situação fática e auxiliará, inclusive, 
na interpretação do caso concreto, pois é a Narrativa Jurídica propriamente dita. 
 
CASO CONCRETO1 
Questão 1 
XIV EXAME DA ORDEM /2013 
Síntese da entrevista feita com Bruno Silva, brasileiro, solteiro, CTPS 0010, 
Identidade 0011, CPF 0012 e PIS 0013, filho de Valmor Silva e Helena Silva, nascido 
em 20.02.1990, domiciliado na Rua Oliveiras, 150, Cuiabá - CEP 20000-000: 
(7) Bruno costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para 
universitários, ganhando em média R$200,00 por mês, mas no período em que esteve 
afastado pelo INSS não teve condição física de realizar esta atividade, que voltou a 
fazer tão logo retornou ao emprego. 
(4) No acidente, sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda e se 
submeteu a tratamento médico e psicológico, gastando com os profissionais R$ 
2.500,00 entre honorários profissionais e medicamentos e levou consigo os recibos. 
(2) que teve a CTPS assinada e exercia a função de empacotador, recebendo por 
último o salário de R$ 1.300,00 por mês; que sua tarefa consistia em empacotar 
congelados de legumes numa máquina adquirida para tal fim. 
(1) Que foi admitido em 05.07.2011 pela empresa Central de Legumes Ltda., situada 
na Rua das Acácias, 58 - Cuiabá. CEP 20000-010, e dispensado sem justa causa em 
27.10.2013, quando recebeu corretamente as verbas da extinção contratual; 
(6) No seu retorno ao trabalho, foi comprovada pelos peritos do INSS a perda de 20% 
da sua capacidade laborativa, razão por que foi readaptado a outra função. 
(3) Em 30.11.2011 sofreu acidente do trabalho na referida máquina, quando sua mão 
ficou presa no interior do equipamento, ficou afastado pelo INSS e recebeu auxílio 
doença acidentário até 20.05.2012, quando retornou ao serviço. 
(5) A CIPA da empresa, convocada quando da ocorrência do acidente, verificou que a 
máquina havia sido alterada pela empresa, que retirou um dos componentes de 
segurança para que ela trabalhasse com maior rapidez e, assim, aumentasse a 
produtividade. 
QUEM QUER?​ Bruno Silva. 
QUER O QUÊ? Gastando com os profissionais R$ 2.500,00 entre honorários 
profissionais e medicamentos e levou consigo os recibos. Ganhando em média 
R$200,00 por mês, mas no período em que esteve afastado pelo INSS não teve 
4 
 
condição física de realizar esta atividade, que voltou a fazer tão logo retornou ao 
emprego. 
DE QUEM?​ Empresa Central de Legumes Ltda. 
POR QUÊ?​ Domiciliado na Rua Oliveiras, 150, Cuiabá - CEP 20000-000. 
QUANDO?​ 30.11.2011. 
COMO? Sofreu acidente do trabalho na referida máquina, quando sua mão ficou presa 
no interior do equipamento, ficou afastado pelo INSS e recebeu auxílio doença 
acidentário até 20.05.2012, quando retornou ao serviço. 
 
Questão 2 
CASO CONCRETO 2 
XIV EXAME DA ORDEM /2012 
(2) O terreno está situado na Rua Cardoso Soares nº 42, no bairro de Lírios, na cidade 
de Condonópolis, no Estado de Tocantins. 
(6) Em razão disso, Norberto tem sido constantemente sondado a se retirar do local, 
recebendo ofertas de valor insignificante, já que as construtoras alegam que o terreno 
sequer pertence a ele, pois está registrado em nome de Cândido Gonçalves. 
(1) Norberto da Silva, pessoa desprovida de qualquer bem material, adquiriu de 
terceiro, há nove anos e meio, posse de terreno medindo 240 m² em área urbana, 
onde construiu moradia simples para sua família. 
(7) Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao contrário, com 
setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na localidade, demonstra 
desejo de lá permanecer com seus filhos. 
(4) A posse é exercida ininterruptamente, de forma mansa e pacífica, sem qualquer 
oposição. 
(5) No último ano, o bairro passou por um acelerado processo de valorização devido à 
construção de suntuosos projetos imobiliários. 
(3) São seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel e, dos fundos, 
Edgar. 
QUEM QUER?​ Norberto da Silva. 
QUER O QUÊ? Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao 
contrário, com setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na 
localidade, demonstra desejo de lá permanecer com seus filhos. 
5 
 
DE QUEM?​ Construtoras. 
POR QUÊ? No último ano, o bairro passou por um acelerado processo de valorização 
devido à construção de suntuosos projetos imobiliários. 
QUANDO? É relevante porque se refere à ideia de tempo (dia, mês, ano), marcando a 
r elação de anterioridade e posterioridade dos fatos narrados, isto é, a sequência 
cronológica em que os fatos ocorreram. 
COMO? Norberto tem sido constantemente sondado a se retirar do local, recebendo 
ofertas de valor insignificante, já que as construtoras alegam que o terreno sequer 
pertence a ele, pois está registrado em nome de Cândido Gonçalves. 
 
Plano de Aula 3 
A reclamada contratou o reclamante para exercer a função de marceneiro no 
setor de produção de cozinhas moduladas. O reclamante, ao desempenhar sua 
atividade profissional, foi pregar um gabinete duplo, um dos componentes da cozinha 
modulada, quando o prego se soltou da madeira ao sofrer a batida do martelo. O 
prego atingiu em cheio o olho direito do trabalhador reclamante, perfurando-o. Esse 
infortúnio ocorreu por culpa exclusiva da reclamada, porque esta não ofereceu óculos 
de proteção ao obreiro. Trata-se de um trágico e irremediável acidente de trabalho que 
pôs fim não somente a qualquer perspectiva de ascensão profissional do reclamante, 
mas também o deixou deficiente visual para o resto de sua vida. 
Questão 1 
A linguagem forense utilizada pelo advogado na exposição dos fatos no caso 
em questão teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no receptor (juiz) 
por meio e uma engenhosa seleção vocabular. 
Comente, em até 10 linhas, a escolha lexical intencional do advogado, 
considerando os valores semânticos de algumas palavras utilizadas na construção 
desse parágrafo. 
Resposta​: Nota-se que o representante do reclamante utilizou de uma narrativa 
valorativa, ou seja, um texto com juízo de valor, com a intensão de persuadir o 
magistrado, a quem o texto é direcionado. Como exemplo de o texto se tratar de uma 
argumentação, cita-se o seguinte trecho do mesmo: “Esse infortúnio ocorreu por culpa 
exclusiva da reclamada, porque esta não ofereceu óculos de proteção ao obreiro”. 
Indubitavelmente trata-se de um texto argumentativo, cujo intuito do advogado do 
reclamante é convencer o juiz a decidir o litígio em favor do seu cliente. 
 
Questão 2 
6 
 
Identifique, no parágrafo acima, pelo menos duas informações ou versões que 
a parte contrária não teria narrado. Justifique a sua resposta. 
Resposta​: 
- Não fornecimento do EPI, que no caso em tela, seria o óculos de proteção; 
- O empregado ficou com deficiência permanente em uma das vistas. 
 
Trabalho de pesquisa: Função persuasiva da narrativa jurídica 
Resposta​: A narrativa jurídica tem como ponto de partida a narração dos fatos que 
geraram a situação fática, começando sempre pela causa de pedir mais remota 
(origem do negócio jurídico/relação com Direito material) e terminando com a causa de 
pedir próxima (descumprimento da obrigação pelo réu), indicando o porquê deseu 
pedido. 
A narrativa jurídica deve ser clara em relação ao pedido e a causa de pedir, 
pois, somente, assim, o réu terá condições de compreender qual é a exata pretensão 
do autor e exercer o contraditório. Além disso, sabe-se que o autor deve narrar e 
descrever todos os fatos relevantes exaustivamente para que o juiz possa dar-lhe o 
Direito. 
 
Questão 3 
Acesse o site do STF ou do STJ e transcreva fragmento de um voto em que a 
narração esteja a serviço da argumentação. 
Resposta​: STF admite execução da pena após condenação em segunda instância. 
O Senhor Ministro ​Edson Fachin​: Vinte e oito anos completa a Constituição da 
República, o que é motivo de gáudio para a sociedade brasileira. 
Nossa compromissória Constituição, como se sabe, foi produzida num 
democrático ambiente de dissensos, o que nos legou um texto eclético, onde coabitam 
concepções ideológicas, avanços civilizatórios e desafios hermenêuticos. Sob suas luzes 
se alcançam soluções e se instalam controvérsias. 
No âmbito da política criminal, por exemplo, há quem veja nos aparelhos 
repressores do Estado a panaceia para qualquer infração à lei, cuja solução é a 
violência estatal própria da prisão. Outros, diversamente, ao oposto, por pior que seja 
o crime cometido, pregam a extinção da pena privativa de liberdade, representativa de 
uma violência que julgam sempre irracional, desnecessária e ineficaz. 
Aspectos relevantes dessas concepções intentam encontrar igual guarida no 
texto constitucional. Por essa razão, a partir da Constituição da República, de um lado, 
7 
 
há textos que se traduzem na exaltação mais completa da tutela da liberdade e, de 
outro, textos que impõem ao Estado um determinado rigor criminal. 
Não se pode, de qualquer forma, como preconizado pelo eminente Ministro Eros 
Roberto Grau em obra doutrinária, perder de vista que “não se interpreta o direito em 
tiras, aos pedaços.//A interpretação de qualquer texto de direito impõe ao intérprete, 
em qualquer circunstância, o caminhar pelo percurso que se projeta a partir dele – do 
texto – até a Constituição. (…) // A interpretação do direito – lembre-se – desenrola-se 
no âmbito de três distintos contextos: o linguístico, o sistêmico e o funcional 
[Wróblewski 1985:38 e ss.]. No contexto linguístico é discernida a semântica dos 
enunciados normativos. Mas o significado normativo de cada texto somente é 
detectável no momento em que se o toma como inserido no contexto do sistema, para 
após afirmar-se, plenamente, no contexto funcional.” (GRAU, Eros Roberto. Porque 
tenho medo dos juízes – a interpretação/aplicação do direito e os princípios. 7 ed. São 
Paulo : Malheiros. 2016. p. 86). 
Nessa linha, registro minha concepção sobre a tutela dos direitos fundamentais, 
a qual pode albergar a defesa de bens jurídicos fundamentais cuja proteção o Estado 
também provê pela via do Direito Penal. 
 
 ​Plano de Aula 4 
Caso concreto 1 
O réu subtraiu do estabelecimento comercial Andorinha dois pacotes de 
biscoitos e um queijo minas. O réu agiu em estado famélico porque passava por 
necessidade financeira em decorrência de estar desempregado, sem qualquer condição 
de subsistência e esse fato que lhe forçou à execução do pequeno delito, mas sem uso 
de qualquer violência. 
Questão 1 
A linguagem forense utilizada pelo advogado na versão dos fatos no caso em 
questão teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no receptor (juiz) por 
meio e uma engenhosa seleção vocabular. 
Comente, em até 6 linhas, a escolha lexical intencional do advogado na 
exposição dos fatos, considerando os valores semânticos de algumas palavras 
utilizadas na construção desse parágrafo. 
Resposta​: O representante do réu utilizou da narrativa valorativa, ou seja, da 
argumentação, ao utilizar o juízo de valor. O advogado propôs que o Juiz extinguisse a 
punibilidade por meio do princípio da insignificância. Ele utilizou dos seguintes recursos 
argumentativos: mínima ofensividade da conduta do agente (“mas sem uso de 
qualquer violência”), reduzido grau de reprovabilidade do comportamento (“O réu agiu 
em estado famélico porque passava por necessidade financeira em decorrência de 
estar desempregado”). 
8 
 
 
 
Caso concreto 2 
O empregador alegou que a cópia dos arquivos no pen drive do empregado - 
analista de sistema-, independentemente da falha ocorrida no computador dele, 
poderia ter sido feita em dispositivo que era fornecido pela empresa. 
O empregador afirmou que, após a auditoria interna em que foi constatada a 
cópia dos arquivos, veio a demissão por justa causa por quebra de confiança. 
A empresa disse, ainda, que os dados eram sigilosos e que houve quebra de 
confiança. 
Questão 2 
A partir do resumo do caso concreto 2, redija uma breve narrativa jurídica a 
favor da parte Ré. 
Resposta​: A analista de sistema, por motivo de segurança, resolveu utilizar do 
procedimento profissional chamado “backup”, cuja finalidade é salvar dados em um 
dispositivo reserva para, caso ocorra algum imprevisto com o dispositivo de 
armazenamento onde se encontra os dados originais, tenha um outro dispositivo com 
os dados copiados. 
No caso em tela, nota-se que o “animus” da empregada era somente de 
proteger o patrimônio do seu empregador, e não de utilizar os dados com a finalidade 
exposta pelo titular da ação. 
 
Caso Concreto 3 
Mateus foi denunciado porque, em agosto de 2015, supostamente teria se 
dirigido à residência de Maísa e a constrangido a com ele manter conjunção carnal, 
resultando assim na gravidez da suposta vítima, conforme laudo de exame de corpo de 
delito. Narra ainda a Inicial que, embora não se tenha se valido de violência real ou de 
grave ameaça para a prática do ato, o réu teria se aproveitado do fato de Maísa ser 
incapaz de oferecer resistência ao propósito criminoso, assim como de validamente 
consentir, por se tratar de deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
Questão 3 
A partir do resumo do caso concreto 3, produza uma breve narrativa jurídica a 
favor da parte Ré. 
Resposta​: No caso discutido, há de ser mencionado que o réu agiu em 
consequência de extrema emoção afetiva com que tinha pela Maísa. Há de se notar 
que o artigo 217-A do Código Penal (Estupro de vulnerável) faz jus a comportamentos 
9 
 
tidos como psicopatas, e não ao que foi constatado no réu, cuja intenção era somente 
afetiva. O que diferencia o operador do Direito da sociedade em geral (senso comum) 
é que aquele analisa o caso concreto tendo em mente a objetividade e subjetividade 
do autor da conduta, para que não caia na armadilha de aplicar a letra pura da lei. 
Nesse tribunal, é notório que o conhecimento da lei e, principalmente, da operabilidade 
da mesma seja plena, por isso, afirmo que o acusado é inocente em relação ao que 
está exposto na denúncia. 
 
Plano de aula 5 
 
Caso Concreto 
No dia 9 fevereiro de 2015, em uma segunda-feira ensolarada, Iolanda de 
Araújo Nogueira, aposentada, 72 anos,portadora de doença degenerativa, com muita 
pressa, toda maquiada e com um belo coque e óculos escuros vermelhos, com roupas 
e sapatos estranhos à moda atual, dirigiu-se à agência do Banco do Estado do Rio 
Grande Sul (Banrisul) na cidade de Pelotas, com o propósito de sacar dinheiro para 
custear o seu tratamento médico em Porto Alegre. Ficou em duas filas aguardando 
atendimento, no período das 14h 55min às 16h 26min. 
Neste intervalo, sentiu-se mal, tendo sido acometida por forte diarreia. Pediu, 
então, à estagiária do banco, moça muito magra e extremamente bem vestida, com 
olhos de ressaca alencariana, acesso ao banheiro, mas foi informada de que os 
banheiros dos funcionários não podiam ser emprestados e o destinado aos clientes 
passava por reformas para tornar-se mais modernoso e atraente aos clientes e aos 
funcionários. 
Sentindo fortes dores abdominais, a aposentada explicou a situação à gerente, 
que prometeu ceder o banheiro privativo assim que dispusesse de uma funcionária 
para acompanhá-la. 
Com a demora, a aposentada pediu a um dos vigilantes da agência, que era 
muito alto, forte e malhado, o telefone da prefeitura e o número da Lei das Filas. Como 
o atraente vigilante não lhe deu atenção, e lá resolveu ligar para a Brigada Militar (a 
polícia militar gaúcha). O atendente, após ouvir seu relato, desligou o telefone, sem 
nenhuma explicação. 
Só depois de uma hora, a Srª. Iolanda foi conduzida ao banheiro por uma 
estagiária chamada Helena Miranda. 
Ao sair da agência, acompanhada de Hilda Thomás dos Santos, secretária, 29 
anos​, morena, muito elegante e simpática, cliente do Banco, que também se 
encontrava no interior da agência e que se prontificou a servir de testemunha do 
constrangimento, martírio e descaso por que passou, a aposentada registrou Boletim 
de Ocorrência, no qual informou que se sentiu constrangida, humilhada e 
10 
 
desrespeitada em sua dignidade quando precisou expor o problema físico que a 
acometia, sem que nenhuma providência fosse tomada. 
Matilde Correa, baixinha e nada elegante, gerente da agência bancária, ao ser 
interrogada, alegou que a situação que se criou foi fruto da impaciência da cliente, 
num dia de pagamento de benefícios, em que a agência se encontrava cheia e ainda 
por cima com o aparelho de ar condicionado com defeito. E disse, ainda, que a 
presença de funcionário para acompanhá-la se fazia necessária, pois o trajeto até o 
banheiro privativo dos funcionários passa pelo cofre do Banco. (Texto adaptado) 
Resposta​: No dia 9 fevereiro de 2015, Iolanda de Araújo Nogueira, 
aposentada, 72 anos, portadora de doença degenerativa, dirigiu-se à agência do Banco 
do Estado do Rio Grande Sul (Banrisul) na cidade de Pelotas, com o propósito de sacar 
dinheiro. A mesma aguardara atendimento em duas filas, no período das 14h 55min às 
16h 26min. 
Neste intervalo, sentiu-se mal, tendo sido acometida por forte diarreia. Pediu, 
então, à estagiária do banco, acesso ao banheiro, mas foi informada de que os 
banheiros dos funcionários não podiam ser emprestados e o destinado aos clientes 
passava por reformas. 
A aposentada explicou a situação à gerente, que prometeu ceder o banheiro 
privativo assim que dispusesse de uma funcionária para acompanhá-la. 
A aposentada pediu a um dos vigilantes da agência, o número da Lei das Filas, 
sem obter sucesso. Após esse episódio, ela ligou para a Brigada Militar (a Polícia Militar 
gaúcha). O atendente, após ouvir seu relato, desligou o telefone, sem explicar o 
motivo. 
Após uma hora, a Srª. Iolanda foi conduzida ao banheiro por uma estagiária 
chamada Helena Miranda. 
Finalizado seus objetivos na agência bancária, Iolanda se dirigiu à Delegacia de 
Polícia mais próxima, acompanhada da testemunha Hilda Thomás dos Santos, 29 anos, 
onde registrou o Boletim de Ocorrência, narrando os fatos mencionados. 
A gerente da agência bancária em questão, Matilde Correa, alegou que todo 
ocorrido se deu em virtude do comportamento da Iolanda. Além disso, a gerente 
mencionou que a presença de funcionário para acompanhá-la se fazia necessária, pois 
o trajeto até o banheiro privativo dos funcionários passava pelo cofre do Banco. 
 
 
 
 
11 
 
 
 
Plano de aula 6 
O Promotor de Justiça, ao fazer a Denúncia, assim se expressa: 
O Representante do Ministério Público, ao final assinado, no uso de suas 
atribuições e na melhor forma de Direito, vem, com base no incluso inquérito policial, 
oferecer DENÚNCIA contra: FULANO DE TAL, pelo cometimento de fato delituoso que 
passa a narrar: [...] 
Já a Defesa fala de seu lugar discursivo, pelo qual apresenta argumentos na 
tentativa de convencimento e persuasão da autoridade julgadora, buscando passar 
para a sociedade uma figura diferente daquela que o Promotor de Justiça e o Juiz 
fizeram de seu cliente. 
Não é sem propósito a importância da modalização que consiste na atitude do 
operador do Direito em relação ao conteúdo objetivo de sua fala, daquilo que ele diz 
ou afirma. 
Vimos que um dos elementos discursivos mais empregados na modalização 
consiste na seleção lexical ou vocabular mais conveniente ao fortalecimento da tese do 
cliente, pois, em muitos casos, uma mesma realidade pode ser apresentada por 
vocábulos positivos, neutros ou negativos, tal como acontece em: 
sacrificar/matar/assassinar; cidadão/réu/ assassino/delinquente. 
Questão 1 
Redija, agora, uma narrativa jurídica sobre o caso concreto abaixo, 
selecionando todas as informações relevantes em ordem cronológica e verifique, ainda, 
se constam dela os seguintes elementos que a constituem: o quê, quem, por quê, 
quando, onde, como(passo a passo da narrativa jurídica/Denúncia). 
 
Caso Concreto 
Familiares de Ana Carolina Vieira, de 30 anos, encontrada morta na última 
quarta -feira, 4/11/2015, em São Paulo, afirmam que a dançarina foi ameaçada pelo 
ex-namorado inúmeras vezes antes de ser assassinada. De acordo com a empresária 
Mara Dalila Gomes, prima da vítima, Anderson Leitão, de 30 anos, ficou mais agressivo 
com a jovem após o término do relacionamento, há cerca de dois meses. A Delegacia 
de Polícia teve acesso a áudios gravados por Ana, nos quais ela chora após as ligações 
e ameaças do ex-companheiro. 
Em um dos desabafos, chorando, a jovem diz: "Eu não aguento mais o 
Anderson me ligando. Meu Deus! É uma tortura! Eu não sei mais o que fazer. O que eu 
12 
 
faço?". Em outro áudio, a dançarina revela que já havia sido ameaçada de morte pelo 
rapaz: "Ele disse que ia me matar, que ia me esquartejar." 
De acordo com Mara, Ana Carolina decidiu se separar de Leitão após uma briga, 
em Fortaleza, no Ceará. 
Ele chegou a morar um tempo com ela em São Paulo. Nessa época, a gente 
não soube de brigas entre eles. Mas, há cerca de dois meses, em 3 de setembro de 
2015, eles tiveram uma discussão aqui em Fortaleza. Ele foi muito agressivo com ela. 
Então, a Ana decidiu que não dava mais, que ele não a respeitava. Foi aí que começouo inferno disse Marta. 
Ainda segundo a prima de Ana Carolina, o ex-namorado ligava várias vezes ao 
dia para a dançarina para ameaçá-la. 
"Ele ligava cem vezes para ela, direto. Ligava até com número desconhecido. 
Ela atendia e ele dizia: "E aí? Cansou?" Ele a xingava. Ele é doente e enlouqueceu 
quando viu que ela não queria mais ele. Então, a matou " - contou. 
Os áudios, segundo Marta, foram entregues à polícia de São Paulo pelos 
familiares de Ana. 
A empresária diz ainda que a família está pensando em cremar o corpo de Ana 
Carolina em São Paulo e levar as cinzas para Fortaleza. 
"O desejo dela era ser cremada. A gente quer jogar as cinzas na Praia do 
Futuro (no Ceará), o lugar preferido dela, numa cerimônia." 
 
Mensagens no WhatsApp 
Igor Holanda, de 27 anos, irmão de Ana Carolina, revelou em seu depoimento, 
nesta quinta-feira, 5/11/2015, que o ex-namorado da jovem, em 1º e 2/11/2015, se 
passou por ela em conversas pelo WhatsApp para enganar a família, após matá-la. 
Segundo Igor, o rapaz matou a dançarina no fim de semana e, depois, usou o 
celular da vítima para responder mensagens enviadas pela mãe dela. 
No domingo, em 1/11/2015, a gente ligava e ela (Ana Carolina) não atendia. 
Minha mãe ficou preocupada e mandou mensagens para ela no WhatsApp. Então, ele 
mandou uma mensagem pelo celular dela (Ana Carolina) dizendo: Mãe, tá tudo bem. 
Estou na praia com minhas amigas. Te amo. Beijos?. Mas minha irmã já estava morta. 
Ele é extremamente inteligente e agora vai querer se passar por doido para se safar? 
desabafou Igor, que acrescentou: Ele queria passar para a nossa família uma ideia de 
que estava tudo bem com ela. 
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A melhor amiga da vítima, que não quer aparecer, diz que o rapaz perseguia 
Ana Carolina desde que o namoro terminou, há seis meses. "Ela já não aguentava 
mais. Em torno assim de minutos ele ligava mais de 150 vezes no celular dela", conta. 
A amiga da ex-dançarina contou que na última sexta-feira (30) ele chegou de 
Fortaleza e foi direto pro apartamento dela. "Ela tinha uma foto dele na portaria do 
prédio para ele não entrar. Ele entrou sem o menor problema e estava na porta da 
casa dela. Ela ligou na portaria. 
Os porteiros foram lá e pediram pra ele sair do prédio. Desde então ele ficou 
embaixo, interfonando insistentemente pra ela e ela tirou o telefone do gancho porque 
ela não conseguia mais", diz. 
No domingo (1º/11/15), ela deixou ele subir. "Ela liberou a entrada porque ela 
estava com pena dele", completa a amiga. 
O estudante não conseguiu dizer para os parentes da bailarina porque matou a 
moça. "Eu estou arrependido. Vocês acham o quê, que eu vivo quase dois anos com 
uma pessoa e do nada eu estrago com a minha vida e a vida dela e eu não estou 
arrependido? Se eu pudesse, eu dava a minha vida por ela. Eu dava a minha vida por 
ela, mas infelizmente eu não pude. Foi luta. Ela me agrediu e eu agredi ela. E eu 
cheguei ao desespero e eu estrangulei ela", contou Leitão. 
Na família, todos sabiam do ciúme de Anderson. Ele vai responder por 
homicídio triplamente qualificado. A polícia voltará ao apartamento de Ana Carolina 
para colher mais provas. 
 
Resposta​: 
Familiares de Ana Carolina Vieira, de 30 anos, encontrada morta na última 
quarta-feira, 4/11/2015, em São Paulo, afirmam que a dançarina sofrera ameaça de 
morte pelo ex-namorado, Anderson Leitão, de 30 anos. De acordo com a empresária 
Mara Dalila Gomes, prima da vítima, Anderson demonstrara sinais de agressividade 
com a jovem, após o término do relacionamento, há cerca de dois meses. A Delegacia 
de Polícia teve acesso a áudios gravados por Ana, nos quais ela chora durante alguns 
deles após conversar com o réu. 
De acordo com Mara, Ana Carolina decidiu se separar de Leitão após uma briga, 
em Fortaleza, no Ceará. 
Igor Holanda, de 27 anos, irmão de Ana Carolina, revelou em seu depoimento, 
nesta quinta-feira, 5/11/2015, que o ex-namorado da jovem, em 1º e 2/11/2015, 
passou-se por ela em conversas pelo WhatsApp , nas conversas com a família da 
vítima, após matá-la. 
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Segundo o irmão de Ana, no domingo, em 1/11/2015, o réu enviou uma 
mensagem do celular da vítima dizendo: “Mãe, tá tudo bem. Estou na praia com 
minhas amigas. Te amo. Beijos!”. 
Uma terceira testemunha disse que o rapaz perseguia Ana Carolina há seis 
meses. Além disso, a mesma informou, também, que, na última sexta-feira (30), ele 
chegara de Fortaleza e fora direto ao apartamento da vítima, mesmo sem a 
autorização da mesma aos porteiros, para permitir que o ex-namorado adentrasse no 
apartamento. 
Ao saberem que a pessoa proibida de frequentar o imóvel da vítima estava no 
apartamento da mesma, os porteiros se direcionaram ao local e retiraram o acusado de 
onde se encontrava. 
No domingo (1º/11/15), Ana permitira a entrada de Anderson. 
 
Plano de Aula 7 
Caso Concreto 
A partir da leitura do caso concreto abaixo, elabore uma narrativa jurídica em 
defesa da parte Autora. Faça uso da modalidade culta da língua e mantenha-se fiel ao 
conteúdo apresentado, sem distorcê-los, sem acrescentar ou criar fato algum. 
Limite-se apenas aos fatos descritos e narrados. 
O quê​? - Pedido de indenização por danos morais e materiais. 
Quem ativo​? - Direção do parque de diversões Mundo da fantasia 
empreendimentos Ltda e patrocinadores da festa Sábado sem lei no mundo da 
fantasia. 
Quem passivo​? - José da Silva, 29 anos, camelô, solteiro, morador da Rua 
Vale do Sossego, 127 Curicica, Jacarepaguá, Rio de Janeiro - RJ. 
Onde​? - Parque de Diversões Mundo da Fantasia, Avenida da Alegria, 2789, 
Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ. 
Quando​? - Mais ou menos às 02h da manhã, em 09/9/2014. 
Como​? - (selecionar os fatos relevantes e colocá-los na ordem cronológica): 
- Quando chegaram ao parque, mais ou menos às 23h, o agito corre solto. e 
José da Silva e Laura Medeiros começaram a dançar. 
- A montanha russa atinge a velocidade de 60 Km/h. Anda sempre em posição 
normal; não tem looping. 
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- José da Silva sai de casa com Laura Medeiros e com a sua galera, às 10h da 
noite; pega um ônibus e vai para a festa Sábado Sem lei, no Mundo da Fantasia. O 
grande lance da noite é bebida liberada e dançar até o sol raiar. 
- José e Laura Medeiros tentam ir para a roda gigante e para o trem fantasma, 
a uma da manhã, mas as filas estão gigantescas. 
- José cai da montanha russa, despenca de quatro metros de altura, atravessa 
o telhado, arrebenta a cobertura de alumínio antes de cair sobre a plataforma. 
- A perícia vai ao parque no dia 10/9/2014, não encontra nenhum problema e 
libera o brinquedo. 
- José e Laura Medeiros entram numa de curtir a montanha russa e enfrentam 
50 minutos de fila. 
- José é levado para o Hospital Luís Jorge, na Barra, 30 minutos depois da 
queda. Ele fica internado no hospital com fraturas múltiplas, afundamento de crânio, 
perfuração do pulmão e fratura da coluna cervical. 
Consequências​: os pais de José pretendem ajuizar ação em face do parque, 
querendoindenização constituem você como advogado. 
Depoimentos 
A) Laura Medeiros, 23 anos, comerciária, namorada do Antonio: "ele estava ao 
meu lado e apenas levantou as mãos na descida. Depois de ouvirmos um tranco, um 
cleck estranho, o José foi jogado para fora do carrinho. Ainda tentei segurar ele pela 
camisa, mas foi tudo estranhão, muito rápido, não deu. A gente já andou muito 
naquela montanha russa antes, mas naquele dia tinha uma parada estranha". 
B) Violeta Ferreira, 24 anos, operadora de telemarketing, amiga do José: "O 
bombeiro chegou com uma maca meia hora depois. Ainda levei um socão dos 
seguranças, que não deixaram a gente chega perto do posto médico". 
C) Pedro Nascimento, 45 anos, casado, gerente de manutenção do parque: 
"Fizemos tudo conforme o figurino. Atendemos o rapaz na mesma hora e chamamos 
os bombeiros. Essa garotada vem pras festas e não sabe beber. Pra andar nos 
brinquedos, tem que ter responsabilidade. Pra cair daquele jeito, ele só pode ter ficado 
de pé, não tem jeito". 
(Banco de Questões - Estácio/2011/ Adaptado) 
 
Resposta​: 
A queda de José da Silva, 29 anos, no dia 09/09/2014, por volta das 02:00 da 
manhã, foi causada por problemas relacionados à segurança da Montanha Russa. 
16 
 
Segundo relato da testemunha Laura Medeiros, 23 anos, que no momento do 
fato em questão se encontrava ao lado da vítima, essa apenas levantou as suas mãos, 
no momento em que o carrinho, onde eles se encontravam, iniciara seu processo de 
declínio. Em seguida a esse movimento normal, realizado pelo José, a citada 
testemunha relatou ouvir, junto com o acidentado, um barulho advindo do mecanismo 
de segurança do brinquedo. Após esse episódio, José foi jogado para fora de forma tão 
rápido que se tornou impossível qualquer atitude exercida pela Laura, no que tange a 
evitar o lamentável ocorrido. 
Ainda, de acordo com a testemunha Violeta Ferreira, 24 anos, amiga de José, 
depois da materialização do fato mencionado, ela se direcionou ao posto médico do 
parque, mas, por abuso administrativo do local de entretenimento, sofrera agressões 
físicas realizadas pelos seguranças do Mundo da Fantasia, que não a deixaram concluir 
seus objetivos. 
Em virtude da insegurança constatada na montanha russa do Mundo da 
Fantasia Empreendimentos Ltda, meu cliente veio a ficar internado no hospital com 
fraturas múltiplas, afundamento de crânio, perfuração do pulmão e fratura da coluna 
cervical, o que fez com que o mesmo deixasse de conseguir provimentos materiais 
para si e para os seus, já que ele exerce o comércio de rua, vulgo camelô. 
É público e notório que toda consequência sofrida pelo José não dependeu de 
qualquer atitude sua, mas tão somente dos mecanismos de segurança do brinquedo 
em questão. Sendo assim, busca-se nesse ambiente, onde a Justiça se encontra como 
base de toda conduta, que a empresa Mundo da Fantasia Empreendimentos Ltda 
responda por sua negligência e arque com o ressarcimento pedido, de forma que sirva 
de exemplo para que essa mesma empresa não coloque em risco a vida de outros 
chefes de família, ou até mesmo de crianças e adolescentes. 
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