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PRODUÇÃO DE FÁRMACO EM LABORATÓRIO ESCOLAR Alunos: André Luiz Alves, Carolina Helena Krieser, Nayane Deucher e Yan Phelipe Freire. HISTÓRIA O ácido acetilsalicílico ou simplesmente AAS, comercialmente conhecido como Aspirina provém da salicilina que é uma substância presente no salix, ou mais conhecido como salgueiro. Segundo Varella (2014) em um documento mais completo da medicina egípcia, o Papiro de Ebers, escrito em 1534 A.C. já haviam registros de uso de um tônico feito com cascas de salix. Em 1828, um pesquisador chamado Johann Buchnerenfim, conseguiu isolar a substância ativa da casca do salgueiro, que tinha aspecto cristalino amarelado e sabor amargo sendo o primeiro a isolar completamente e a chamou de Salicilína ou Salicina (LOPES, 2011). Tendo outros pesquisadores aprimorado o processo depois, na Figura 1 é possível observar a estrutura química do ácido, onde os átomos em azul pertencem ao grupo carboxílico e os em vermelho ao grupo éster. Figura 1: Molécula do ácido acetilsalicílico. Fonte: Elaborado pelo grupo PROPRIEDADES De fórmula química C9H8O4, o ácido acetilsalicílico pertence ao grupo dos fármacos anti-inflamatórios não-esteroides , possui propriedades 1 anti-inflamatória, analgésica e é utilizado para o alívio de dores e quadros febris (agindo no controle de temperatura), no tratamento de gripes, resfriados e no alívio de dores musculares. Seu uso também é feito no tratamento de artrite reumatoide, osteoartrite e espondilite anquilosante. O Ácido Acetilsalicílico (AAS) também inibe a agregação plaquetária e auxiliar no tratamento inicial de transtornos cardiovasculares como o infarto do miocárdio, e em pacientes de risco, previne episódios cardiovasculares. A ingestão deste fármaco é indicada por via oral, sendo consumido após as refeições para inibir irritações gástricas que o medicamento pode proporcionar. ETAPAS LABORATORIAIS Os procedimentos laboratoriais se iniciaram com a pesagem de 1,25 g de ácido salicílico em um erlenmeyer de 50 mL, posteriormente, com utilização de uma pipeta graduada adicionou-se 2,5 mL de anidrido acético e 0,25 mL de ácido sulfúrico, sendo que a pipetagem de ambos os reagente foram efetuada em uma capela de exaustão. Em seguida foi realizado o 1 Grupo variado de fármacos que têm em comum a capacidade de controlar a inflamação processo de agitação da mistura com o auxílio de um bastão de vidro, de forma que ocorresse o início da reação de esterificação do grupo -OH. O próximo passo, também em capela de exaustão, foi fixar o erlenmeyer em um suporte universal e aquecer a mistura em banho de água (50-60 ºC) em um período de 15 minutos, mantendo a mistura sob agitação com o auxílio de um bastão de vidro, até o término dos 15 minutos. Figura 2: Aquecimento e agitação da mistura. Fonte: Acervo do grupo. Subsequentemente foram adicionados 12,5 mL de água deionizada à mistura, que foi arrefecida em banho de gelo até a formação completa de cristais. Figura 3: Banho de gelo da mistura. Fonte: Acervo do grupo. Após aproximadamente 20 minutos no banho de gelo a aproximadamente 13 ºC iniciou-se a formação dos cristais, os quais apresentam coloração esbranquiçada. Figura 4: Mistura após banho de gelo. Fonte: Acervo do grupo. Paralelo à formação de cristais do composto, houve o recorte de um papel filtro, que foi posteriormente pesado em conjunto a um vidro relógio, sendo higienizado antes de sua utilização. Ao finalizar a cristalização da mistura, o conteúdo presente no erlenmeyer foi filtrado à pressão reduzida com uso do kitassato e funil de Bünchner. Figura 5: Filtração da mistura. Fonte: Acervo do grupo. Para maior obtenção do sintético, o erlenmeyer foi lavado com pequenas quantidades de água deionizada, que foram então filtradas com o mesmo papel filtro. Os cristais depositados no papel filtro foram lavados e mantidos no kitassato com o sistema de vácuo ligado apenas para que secasse mais rapidamente, que em seguida foram transferidos com o papel filtro para o vidro relógio e deixados para secar em temperatura ambiente. Figura 6: Resultado final do AAS. Fonte: Acervo do grupo. Ao final do processo, houve a pesagem do conjunto para o cálculo de rendimento da síntese do ácido acetilsalicílico e a transferência para um tubo eppendorf para o correto armazenamento. ASPECTOS FÍSICO QUÍMICOS Como mostra Teves (2003), o ácido acetilsalicílico é um pó branco cristalino cujo ponto de fusão é aos 135ºC e o de ebulição é logo em seguida, aos 140ºC. Sua solubilidade em água é baixa, apenas 0,3g/100g de água a 25ºC e 1,0g/100g de água a 37ºC, já em etanol e éter é completamente solúvel. Além do mais, possui massa molecular de 180,15 e densidade relativa de 1,4 g/mL. Tratando do AAS sintetizado pelo grupo, a análise do ponto de fusão do composto mostrou que o mesmo possui uma faixa de fusão que inicia em 128ºC e finaliza em 137ºC. Comparando com o valor tabelado pela literatura, o composto apresenta um ponto de fusão então esperado, já que o PF do AAS puro é de 135ºC, temperatura dentro da faixa de fusão do fármaco sintetizado, ponto que inclusive reforça que o composto esperado foi de fato sintetizado, independente do rendimento. IMPORTÂNCIA DA SÍNTESE Além de ensinar os conteúdos que cerceiam a química, o curso técnico em química também procura apresentar as várias áreas que a química abrange e como um técnico pode atuar. A prática de síntese do ácido acetilsalicilico ajuda o estudante a conhecer um pouco da farmacologia e dá a ele uma noção de como é feito a síntese dos fármacos, apresentando a teoria envolvida e reforçando os conhecimentos que foram anteriormente estudados, sendo então importante na sua construção profissional. REFERÊNCIAS LOPES, Ricardo Oliveira Monteiro . Aspirina: aspectos culturais, históricos e científicos. Brasília, 2011. 47 p. Disponível em:http://bdm.unb.br/bitstream/10483 /4095/2/2011_RicardoOliveiraMonteiro Lopes.pdf. Acesso em: 17 jun. 2019. TEVES, Maria Lucia. Ácido acetilsalicí.lico. 2003. 3 p. Disponível em:https://www.oswaldocruz.br/downl oad/fichas/%C3%81cido%20acetilsalic %C3%ADlico2003.pdf. Acesso em: 17 jun. 2019. VARELLA, Drauzio. Coraçõese aspirinas. 2014. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/drau zio/artigos/coracoes-e-aspirinas-artigo s/>. Acesso em: 21 jun. 2019.
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