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Gestão Pública: Orçamento, Direito e Controle

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Módulo II 
 
 
 
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Atenciosamente 
Equipe Cursos 24 Horas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Capítulo 14 ...................................................................................................................3 
14 Orçamento Público ...............................................................................................3 
14.1.O que é Orçamento Público? .............................................................................4 
14.2. Princípios Orçamentários..................................................................................5 
Capítulo 15 ...................................................................................................................7 
15 Direito Administrativo..........................................................................................7 
15.1. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO .............................................8 
Capítulo 16 ................................................................................................................. 10 
16 Tipos de Controle............................................................................................... 10 
Conceito e Abrangência .......................................................................................... 10 
16.1. Controle Administrativo ................................................................................. 11 
16.1.1 Recursos Administrativos ............................................................................. 12 
16.1.2 Modalidades ................................................................................................. 13 
16.1.3 Conceitos...................................................................................................... 15 
16.2 Controle Legislativo ........................................................................................ 17 
16.3 CONTROLE POLÍTICO............................................................................. 17 
16.4.Controle Financeiro......................................................................................... 19 
16.5. Controle Judicial ............................................................................................ 21 
Neste Capítulo você aprendeu que:...................................................................... 26 
CAPÍTULO 17 ........................................................................................................... 28 
17 Meios de Controle .............................................................................................. 28 
17.1.Habeas Corpus e Habeas Data ......................................................................... 28 
17.2 Mandados........................................................................................................ 29 
17.3. Ações ............................................................................................................. 31 
Capítulo 18 ................................................................................................................. 36 
18 A Reforma do Estado ......................................................................................... 36 
19 Licitações........................................................................................................... 39 
19.1. Noções Gerais ................................................................................................ 41 
19.2.Modalidades de Licitação ................................................................................ 42 
19.3.Escolha da Modalidade de Licitação ............................................................ 44 
19.4. Dispensa de Licitação..................................................................................... 45 
19.5.Tipos de Licitação ........................................................................................... 45 
19.6.Fases da Licitação ........................................................................................... 46 
19.7. O PROJETO BÁSICO DE LICITAÇÃO .................................................... 46 
19.8.O Projeto Executivo de Licitação..................................................................... 49 
Capítulo 20 ................................................................................................................. 52 
20 A Transformação necessária na Gestão Pública .................................................. 52 
20.1Parcerias........................................................................................................... 54 
20.2. INFORMAÇÃO E AVALIAÇÃO .............................................................. 55 
20.3.Autonomia e Responsabilização ...................................................................... 58 
CAPÍTULO 21 ........................................................................................................... 61 
21Simplificando Procedimentos .............................................................................. 61 
Conclusão do Curso .................................................................................................... 63 
 
 
3 
 
Capítulo 14 
14 Orçamento Público 
 
O orçamento público é uma lei que, entre outros 
aspectos, diz como deve ser feito o uso dos recursos 
públicos. 
 
É uma espécie de planejamento que obedece as 
decisões políticas, estabelecendo quais são as ações que 
devem ter prioridade para o atendimento da sociedade. 
Apresenta múltiplas funções como a de planejamento, a 
contábil, a financeira e a de controle. As despesas, para serem realizadas, têm que estar 
autorizadas por esta lei. 
 
No Brasil, como na maioria dos países de regime democrático, o orçamento é 
responsabilidade de todos os poderes e passa por quatro fases: 
 
1 - A elaboração da proposta, feita pelo Poder Executivo. 
 
2 – O conhecimento e votação pelo Poder Legislativo. 
 
 3 - A sua execução. 
 
4 - O controle, ou seja, o acompanhamento e a avaliação da execução. 
 
 Em momentos em que a economia encontra-se estável, o orçamento adquiri uma 
grande importância, na medida em que os valores expressos tendem a não ficar 
defasados, como ocorre em períodos de inflação. Como consequência disso, o uso dos 
recursos passa a ser feito de forma mais nítida, uma vez que o acompanhamento e 
avaliação das ações governamentais são favorecidos para a sociedade. Este acesso do 
 
 
4 
 
contribuinte e de seus representantes aos orçamentos colabora para a construção de um 
estado moderno que seja voltado para os interesses da sociedade. 
 
Desta realidade surge a necessidade de tornar amplamente público o conteúdo do 
orçamento, que mostra o esforço do governo para atender às ações que a sociedade 
requer. Todas as ações governamentais que visam atender às necessidades coletivas são 
financiadas pelas contribuições de todos os cidadãos por meio do pagamento de seus 
tributos, contribuições sociais e tarifas de serviços públicos. 
 
14.1.O que é Orçamento Público? 
 
O Orçamento Geral da União (OGU) prevê todos os recursos e fixa todas as 
despesas do Governo Federal, referentes aos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário. 
 
As despesas fixadas no orçamento são cobertas com a arrecadação dos impostos 
federais como o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI). Além disso, temos ainda a arrecadação das contribuições como 
a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), que é calculada 
sobre o faturamentomensal das empresas nas suas vendas e mercadorias e serviços de 
qualquer tipo, e do desconto da folha do assalariado no financiamento de sua 
aposentadoria. Os gastos do governo podem também ser financiados por operações de 
crédito, que nada mais são do que o endividamento do Tesouro Nacional junto ao 
mercado financeiro interno e externo. Porém, este mecanismo implica o aumento da 
dívida pública. 
 
O governo faz uma previsão do valor das receitas, porém, elas podem ser 
maiores ou menores. Se a economia crescer durante o ano, mais do que se esperava, a 
arrecadação com os impostos também vai aumentar. O movimento inverso também 
pode ocorrer. 
 
 
 
5 
 
Com base na receita prevista, são fixadas as despesas dos poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário. Depois que o Orçamento é aprovado pelo Congresso, o 
governo passa a gastar o que foi autorizado. Se a receita do ano for superior à previsão 
inicial, o governo encaminha ao Congresso um projeto de lei pedindo autorização para 
incorporar e executar o excesso de arrecadação. Nesse projeto, define-se as novas 
despesas que serão custeadas pelos novos recursos. Se acontecer o contrário e a receita 
cair, o governo fica impossibilitado de executar o orçamento na sua totalidade, o que 
exigirá corte nas despesas programadas. 
 
A inflação crônica, antes do Plano Real, distorcia o orçamento. Quando o 
governo elaborava a proposta orçamentária, previa uma taxa anual de inflação, a fim de 
corrigir as dotações orçamentárias para que elas mantivessem o valor real. Mas no início 
dos anos 90, quando a inflação estava crônica e ascendente, essa taxa prevista quase 
sempre era menor que a inflação efetivamente ocorrida no ano. Com isso, o processo 
inflacionário trazia prejuízos para o Orçamento Público. 
 
Por exemplo, se o orçamento previa um determinado valor para a construção de 
uma estrada federal, quando o recurso era liberado, o seu valor real (ou seja, descontada 
a inflação do período) não era mais suficiente para a execução da obra. Esse problema 
gerou inúmeras distorções, como a paralisação de projetos pela metade ou a construção 
de estradas de péssima qualidade. 
 
14.2. Princípios Orçamentários 
 
Existem princípios básicos que devem 
ser seguidos para a elaboração e o controle do 
orçamento, que estão definidos na 
Constituição, na Lei nº. 4.320, de 17 de março 
de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de 
Diretrizes Orçamentárias. 
 
 
6 
 
A Lei nº. 4.320/64 é baseada na transparência, o que consta no artigo 2º: 
 
"A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a 
evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, 
obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade". 
 
PRINCÍPIO DA UNIDADE - Cada entidade de direito público deve ter apenas 
um orçamento, seguindo uma única política e estruturado uniformemente. Assim, existe 
o orçamento da União, o de cada Estado e o de cada Município. 
 
PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE – O orçamento deve considerar todas 
as receitas e despesas, ou seja, nenhuma instituição pública deve ficar de fora. 
 
PRINCÍPIO DA ANUALIDADE – O orçamento deve ser feito considerando o 
período de um exercício, que corresponde ao ano fiscal. 
 
Neste capítulo você aprendeu que: 
 
• O Orçamento Público é uma lei que diz como deve ser feito o uso dos recursos 
públicos. 
 
• No Brasil, o Orçamento Público é responsabilidade dos três poderes: o 
Judiciário, o Legislativo e o Executivo, sendo que cada um deles desempenha 
uma função específica. 
 
• Os recursos públicos são arrecadados através dos impostos pagos pelos cidadãos 
como, por exemplo, o Imposto de Renda. 
 
• A Constituição estabelece alguns princípios básicos que devem ser seguidos 
para a construção e o controle do Orçamento Público. São eles: Princípio da 
Unidade, Princípio da Universalidade e Princípio da Anualidade. 
 
 
 
7 
 
Capítulo 15 
15 Direito Administrativo 
 
 
 Direito administrativo é o ramo do direito 
público que estuda as normas jurídicas que a 
administração pública deve seguir. 
 
 O Direito Administrativo não deve ser 
confundido com a atividade do Estado de julgar, que é função do Poder Judiciário, nem 
com a atividade de inovar a ordem jurídica, que é função do Poder Legislativo. Sendo 
assim, salvo exceções previstas em lei, um ato administrativo, não decide de forma 
definitiva a situação jurídica de alguém, e, também, não cria somente por suas ações 
isoladas, direitos e obrigações para os cidadãos. 
 
O direito administrativo sofre grande influência do direito constitucional, mas, 
ao mesmo tempo, distancia-se dele por voltar-se mais à realização da função 
administrativa e ao desempenho da atuação do Estado na sua manifestação mais 
próxima do cidadão. Isso acontece na medida em que é o Poder Executivo o responsável 
por prestar os serviços e regular as atividades, pondo-se mais em contato com o 
administrado. 
 
 O direito administrativo sofre também a influência dos valores constitucionais 
de ordem política, procurando reproduzí-los no seu ordenamento administrativo. 
Portanto, não se trata de um direito neutro que pretensamente regularia uma burocracia 
também absolutamente neutra e desprovida de valores e princípios, mas, ao contrário, é 
a todo momento influenciado por outros âmbitos do direito. O direito administrativo 
varia também segundo as concepções de Estado e, seguramente, não é o mesmo num 
Estado autoritário e num Estado democrático. 
 
 
 
8 
 
Em síntese, o direito administrativo cuida do regime jurídico aplicado à função 
administrativa. É composto tanto de normas jurídicas, como de princípios jurídicos que 
atuam com o objetivo de transformar em manifestações concretas as prescrições 
abstratas da lei, mantendo sempre os fins por esta descritos. 
 
15.1. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
O Direito Administrativo é baseado em quatro 
fontes principais: a lei, a doutrina, a jurisprudência e os 
costumes. 
A lei é a fonte primária do Direito Administrativo, 
abrangendo desde a Constituição até os Regulamentos 
Executivos. Ela pode ser entendida como uma regra de conduta imposta aos cidadãos. 
Todos estão submetidos à lei e sua aplicação é dever do Estado. 
 
A doutrina diferencia as regras do Direito Público e do Direito Privado e, mais 
particularmente, a cada um dos subramos do saber jurídico. Ela influencia não só na 
elaboração da lei, mas também nas decisões contenciosas (que demanda o direito) e não 
contenciosas (que não demanda o direito), ordenando, assim, o próprio Direito 
Administrativo. Para compreender podemos observar exemplos fora do direito 
administrativo como, por exemplo, a doutrina religiosa, a doutrina militar e a doutrina 
comercial. Todas elas possuem um funcionamento diferente e seus próprios princípios. 
 
Jurisprudência é um termo jurídico com diversos significados. O mais comum 
deles refere-se à aplicação de estudo de casos jurídicos na tomada de decisões judiciais. 
Tecnicamente, jurisprudência significa "a ciência da lei". São os estatutos que 
articulam as regras da lei, mas com referências a situações reais. A aplicação destes 
estatutos para fatos é deixada para os Juízes, que consideram não só o estatuto, mas 
também outras regras legais relevantes para se chegar a uma decisão judicial. Assim, 
"jurisprudência" se refere à "lei baseada em casos", ou as decisões legais que se 
desenvolveram e que acompanham estatutos na aplicação de leis em situações de fato. 
 
 
9 
 
A jurisprudência influencia poderosamente a construção do Direito, e 
especialmente a do Direito Administrativo. Ela tem um caráter mais prático e objetivo 
que a doutrina e a lei, mas nem por isso deixa de ter baseem princípios teóricos que, 
acabam por integrar a própria ciência jurídica. 
 
Em outras palavras, a jurisprudência atua criando uma contextualização para a 
aplicação da lei. Ela considera as particularidades de cada acontecimento e as considera 
na aplicação da lei, de forma que esta não seja aplicada apenas de maneira literal. 
 
No Direito Administrativo Brasileiro o costume ainda exerce influência em 
razão da deficiência da legislação. O fato de algumas práticas existirem há muito tempo 
na sociedade, torna esse costume algo legitimado por todos. A aceitação dos costumes é 
tamanha que, em grande parte das situações, ele passa a predominar e a e lei, passa a 
atuar apenas como algo complementar ou um suporte. 
 
Neste Capítulo você aprendeu que : 
 
• O Direito Administrativo é o ramo do direito que estuda as normas jurídicas 
que a Administração deve seguir. 
 
• O Direito Administrativo não tem total autonomia para agir, na medida em 
que é influenciado pelo Direito Constitucional. 
 
• O Direito Administrativo também sofre influências de valores políticos, o 
que faz com que ele não seja sempre o mesmo, ou seja, ele varia de acordo 
com as características do Estado: se o Estado é autoritário, o Direito 
Administrativo é um e se o Estado é democrático, o Direito Administrativo é 
outro. 
 
• O Direito Administrativo é baseado em quatro fontes principais: a Lei, a 
Doutrina, a Jurisprudência e o Costume. 
 
 
 
10 
 
Capítulo 16 
16 Tipos de Controle 
 
Conceito e Abrangência 
 
A Administração Pública é controlado pólos Poderes Legislativo e Judiciário, 
além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos. 
 
Embora o controle seja uma função do Estado, o administrado participa dele à 
medida que pode e deve provocar o procedimento de controle, não apenas na defesa de 
seus interesses individuais, mas também na proteção do interesse coletivo. 
 
Atualmente, uma instituição que desempenha importante papel no controle da 
Administração Pública é o Ministério Público. Além da tradicional função de 
denunciar autoridades públicas por crimes no exercício de suas funções, ainda atua 
como autor da ação civil pública, seja para defesa de interesses difusos e coletivos, seja 
para repressão à criminalidade administrativa. O controle abrange a fiscalização e a 
correção dos atos ilegais e, em certa medida, dos inconvenientes ou inoportunos. 
 
Com base nesses elementos, o controle da Administração Pública é definido 
como o poder de fiscalização e correção que os órgãos dos Poderes Judiciário, 
Legislativo e Executivo exercem sobre ela, com o objetivo de garantir que a sua atuação 
está seguindo os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico. 
 
Espécies 
 
Existem vários critérios para classificar as modalidades de controle. Quanto ao 
órgão que o exerce, o controle pode ser administrativo, legislativo ou judicial. Quanto 
ao momento em que se efetua, pode ser prévio, concomitante ou posterior. 
 
 
 
11 
 
EXEMPLO: 
 
Prévio - Previsão constitucional de necessidade de autorização ou aprovação 
prévia do Congresso Nacional para determinados atos do Poder Executivo. 
 
Concomitante - Acompanhamento da execução orçamentária pelo sistema de 
auditoria. 
 
Posterior - Anulação de um ato administrativo ilegal. 
 
O controle ainda pode ser interno ou externo. É interno o controle que cada um 
dos Poderes exerce sobre seus próprios atos e agentes. É externo o controle exercido 
por um dos Poderes sobre o outro, como também o controle da Administração Direta 
sobre a Indireta. 
 
A Constituição Federal prevê o controle externo como função do Congresso 
Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas (art. 71) e o controle interno que cada 
Poder exercerá sobre seus próprios atos (arts. 70 e 74). No artigo 74 é prevista a 
responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle quando, ao tomarem 
conhecimento de irregularidade, deixarem de dar ciência ao Tribunal de Contas. 
 
O controle ainda pode ser de legalidade ou de mérito, sendo que o primeiro 
pode ser exercido pelos três Poderes, enquanto o segundo cabe à própria Administração. 
 
16.1. Controle Administrativo 
 
 Conceito e alcance 
 
Controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que a 
Administração Pública exerce sobre sua própria atuação baseando-se nos aspectos de 
legalidade e mérito, o que se dá por iniciativa própria ou mediante provocação. Na 
 
 
12 
 
esfera federal esse controle é denominado supervisão ministerial pelo Decreto-lei 
200/67. Abrange os órgãos da Administração Direta ou Centralizada e as pessoas 
jurídicas que integram a Administração Indireta ou Descentralizada. 
 
O controle sobre os órgãos da Administração Direta é um controle interno e 
decorre do poder de autotutela que permite à Administração Pública rever os próprios 
atos quando ilegais, inoportunos ou inconvenientes, sendo amplamente reconhecido 
pelo Poder Judiciário (Súmulas 346 e 473 do STF). 
 
16.1.1 Recursos Administrativos 
 
Conceito e alcance 
 
Recursos administrativos são todos os meios que os administrados podem 
utilizar para pedir a revisão de atos realizados pela Administração Pública quando não 
concordarem com eles. Podem ter efeito suspensivo ou devolutivo. No silêncio da lei, 
como veremos mais adiante, o recurso tem apenas efeito devolutivo. 
Efeito Suspensivo: Ocorre quando a partir do pedido de revisão, o ato da 
administração é interrompido até que se tenha uma resposta definitiva do recurso. 
 
Efeito Devolutivo: Ocorre quando o recurso volta para uma instância superior, 
como o Supremo Tribunal Federal, para ser avaliado. Isso garante uma segunda opinião 
sobre o ato administrativo. 
 
O recurso administrativo com efeito suspensivo produz de imediato duas 
consequências: o impedimento da fluência do prazo prescricional e a impossibilidade 
jurídica de utilização das vias judiciárias para ataque do ato pendente de decisão 
administrativa. O prazo prescricional é o tempo limite para que determinada ação 
perca a sua validade, podendo extinguir o direito de reclamação, revisão ou punição em 
questão. 
 
 
 
13 
 
A Constituição de 1967, no artigo 153, § 4º, previa a possibilidade de a lei 
instituir que, apenas depois de esgotados todos os recursos administrativos, poderia se 
propor uma ação judicial. Essa possibilidade não foi repetida na Constituição de 1988, 
que exige apenas a ocorrência de lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV) para a 
instituição de ação judicial. 
 
No recurso sem efeito suspensivo, ainda que um ato possa vir a ser corrigido 
pela própria autoridade administrativa, ele produz lesão a partir do momento em que se 
torna exequível (passível de ser executado). O interessado pode propor ação judicial 
independentemente do uso ou não de recurso administrativo pela autoridade. 
 
Os recursos administrativos têm duplo fundamento constitucional: artigo 5º, 
incisos XXXIV e LV. O inciso XXXIV estabelece o direito de petição, enquanto o 
inciso LV assegura o contraditório e a ampla defesa. 
 
 Petição é um meio pelo qual se faz o pedido de direitos perante a justiça. É um 
instrumento usado para conseguir a decisão judicial que se deseja. 
 
 O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa consiste na possibilidade de 
resposta e a utilização de todos os meios de defesa. 
 
Como a Constituição assegura o direito de petição independentemente do 
pagamento de taxas, não mais têm fundamento as normas legais que exigem a chamada 
“garantia de instância” para interposição de recursos administrativos, ou seja, o depósito 
de quantias em dinheiro como condição para decisão do recurso. 
 
16.1.2 Modalidades 
 
Dentro do direitode petição há inúmeras modalidades de recursos 
administrativos como: 
 
 
 
14 
 
Representação – É a denúncia de irregularidades feita perante a própria 
Administração. Está disciplinada pela Lei 4.898/65, quando se tratar de representação 
contra abuso de autoridade. É dirigida à autoridade superior que tiver competência 
para aplicar ao culpado a respectiva sanção, bem como ao órgão do Ministério Público 
que tiver competência para iniciar processo crime contra a autoridade culpada. A 
Constituição Federal prevê um caso específico de representação perante o Tribunal de 
Contas, no artigo 74, § 2º, aberto a qualquer cidadão, partido político, associação ou 
sindicato. 
 
Reclamação administrativa – Prevista no Decreto 20.910/32, é a oposição 
solene, escrita e assinada, contra ato ou atividade pública que afete direitos ou interesses 
legítimos do reclamante. Extingue-se em um ano o direito de reclamar, se outro prazo 
não for fixado em lei. 
 
Recurso administrativo ou hierárquico – É o pedido de reexame do ato 
dirigido à autoridade superior à que o examinou. Só podem recorrer os legitimados, que, 
segundo o artigo 58 da Lei federal 9784/99, são: I – os titulares de direitos e interesses 
que forem parte no processo; II – aqueles cujos direitos ou interesses forem 
indiretamente afetados pela decisão recorrida; III – organizações e associações 
representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV – os cidadãos ou 
associações, quanto a direitos ou interesses difusos. Pode-se, em tese, recorrer de 
qualquer ato ou decisão, salvo os atos de mero expediente ou preparatórios de decisões. 
 
O recurso hierárquico tem sempre efeito devolutivo e pode ter efeito suspensivo, 
se previsto em lei. Atente-se que, se cabe recurso administrativo com efeito suspensivo 
e, esse for interposto, é vedada a execução de mandado de segurança, conforme 
estabelece o art. 5º, I da Lei federal 1533/51, que regula o mandado de segurança, até 
que seja decidido. 
 
Na decisão do recurso, o órgão ou autoridade competente tem amplo poder de 
revisão, podendo confirmar, desfazer ou modificar o ato impugnado. Entretanto, a 
reforma não pode impor ao recorrente um maior gravame (agravo/encargo/ônus). 
 
 
15 
 
Pedido de revisão – É o recurso utilizado pelo servidor público punido pela 
Administração, visando ao reexame da decisão, no caso de surgirem fatos novos 
suscetíveis de demonstrar a sua inocência. Pode ser interposto pelo próprio interessado, 
por seu procurador ou por terceiros, conforme dispuser a lei estatutária. É admissível até 
mesmo após o falecimento do interessado. 
 
16.1.3 Conceitos 
 
COISA JULGADA ADMINISTRATIVA 
 
Quando inexiste, no âmbito administrativo, possibilidade de reforma da decisão 
oferecida pela Administração Pública, está-se diante da coisa julgada administrativa. 
Esta não tem o alcance da coisa julgada judicial, porque o ato jurisdicional da 
Administração Pública é tão só um ato administrativo decisório, destituído do poder de 
dizer do direito em caráter definitivo. Tal prerrogativa, no Brasil, é só do Judiciário. 
 
A imodificabilidade da decisão da Administração Pública só é válida na esfera 
administrativa. Perante o Judiciário, qualquer decisão administrativa pode ser 
modificada, salvo se também essa via estiver prescrita (impedida). 
 
Portanto, a expressão “coisa julgada”, no Direito Administrativo, não tem o 
mesmo sentido que no Direito Judiciário. Ela significa apenas que a decisão se tornou 
irretratável pela própria Administração. 
 
Prescrição Administrativa 
 
Por um lado, a prescrição administrativa designa a perda do prazo para 
recorrer de decisão administrativa; por outro, significa a perda do prazo para que a 
Administração reveja os próprios atos. Indica também a perda do prazo para aplicação 
de penalidades administrativas. 
 
 
 
16 
 
Na ausência de lei específica estabelecendo prazo para recorrer, aplica-se, na 
esfera federal, a Lei 9.784/99, que disciplina o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal. O artigo 59 estabelece que “salvo disposição legal 
específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a 
partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida”. Nada impede, porém, que a 
Administração use de recursos extemporâneos (fora do prazo definido anteriormente), 
desde que constate assistir razão ao interessado. 
 
No silêncio da lei, o prazo para que a Administração reveja os próprios atos, 
com o objetivo de corrigi-los ou invalidá-los, é o mesmo em que se dá a prescrição 
judicial. Na esfera federal, o artigo 54 da Lei 9.784/99 prevê que “o direito da 
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis 
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, 
salvo se comprovada má-fé”. 
 
Com relação aos prazos para punir, são fatais para a Administração. Na esfera 
federal, prescreve em 180 dias a pena de advertência, em dois anos a de suspensão e em 
cinco anos as de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição 
de cargo em comissão (art. 142 da Lei 8.112/90). 
 
Quando se trata de punição decorrente do exercício do poder de polícia, a Lei 
9.873/99 estabelece prazo de prescrição de cinco anos, contados da data da prática do 
ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. 
 
Em caso de paralisação do procedimento administrativo de apuração de infração, 
por período superior a três anos, também incide a prescrição, sem prejuízo da apuração 
da responsabilidade funcional decorrente da paralisação. Se o fato objeto da ação 
punitiva da Administração for crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na 
ação penal. 
 
 
 
 
 
17 
 
O Silêncio da Administração Pública 
 
Quando a Administração deixa de se pronunciar sobre um pedido que lhe é 
apresentado pelo administrado na defesa de seus interesses, tem-se o silêncio 
administrativo, que é um fato jurídico. A falta de pronunciamento dentro do prazo 
fixado pode significar deferimento ou indeferimento do pedido e concordância ou 
oposição ao ato controlado. 
 
Se não existir prazo para a manifestação da Administração e o silêncio persistir, 
o interessado deve buscar a satisfação de seu direito perante o Judiciário. Este decidirá 
em favor do interessado se entender que entre o seu pedido e a data da invocação da 
tutela judicial decorreu um prazo razoável, isto é, um período de tempo suficiente para 
que a Administração se pronunciasse sobre o pedido. 
 
A omissão da Administração deve acarretar a responsabilização do servidor 
negligente, bem como a responsabilização da Administração, nos termos do artigo 37, § 
6º da Constituição Federal, quando causar dano ao administrado. 
 
16.2 Controle Legislativo 
 
Alcance 
 
O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública limita-
se às hipóteses previstas na Constituição Federal. Ele alcança os órgãos do Poder 
Executivo, as entidades da Administração Indireta e o próprio Poder Judiciário, quando 
executa função administrativa. 
 16.3 CONTROLE POLÍTICO 
 
O controle abrange aspectos ora de legalidade, ora de mérito, já que permite a 
análise das decisões administrativas sob o aspecto inclusive da discricionariedade, ou 
seja, da oportunidade e conveniência diante do interesse público. 
 
 
18 
 
São hipóteses de controle político: 
 
1. A competência exclusiva do Congresso Nacional e do Senado para apreciar a 
priori ou a posteriori os atos do Poder Executivo (art. 49, I, II, III, IV, XII, XIV, XVI e 
XVII, e art. 52, II, IV, V e XI); a decisão, nesses casos, se expressa por meio de 
autorização ou aprovaçãocontida em decreto legislativo ou resolução. 
 
2. A convocação de Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos 
diretamente subordinados à Presidência da República, pela Câmara dos Deputados ou 
pelo Senado, bem como por qualquer de suas comissões, para prestar, pessoalmente, 
informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de 
responsabilidade a ausência sem justificação (art. 50). 
 
3. O encaminhamento de pedidos escritos de informação, pelas Mesas da 
Câmara e do Senado, dirigidos aos Ministros ou a quaisquer titulares de órgãos 
diretamente subordinados à Presidência da República, que deverão responder no prazo 
de 30 dias, sob pena de crime de responsabilidade (art. 50, § 2º). 
 
4. A apuração de irregularidades pelas Comissões Parlamentares de Inquérito 
(art. 58, § 3º). 
 
5. A competência do Senado Federal para processar e julgar o Presidente e o 
Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros 
de Estado e os Comandantes das Forças Armadas, nos crimes da mesma natureza 
conexos com aqueles; a competência para processar e julgar os Ministros do STF, o 
Procurador-Geral da República e o Advogado Geral da União, nos crimes de 
responsabilidade (art, 52, I e II). 
 
6. A competência do Senado para fixar, por proposta do Presidente da 
República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos 
Estados, do DF e dos Municípios; para dispor sobre limites globais e condições para as 
operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, 
 
 
19 
 
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público Federal; para 
dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de 
crédito externo e interno (art. 52, VI, VII e VIII). 
 
7. A competência do Congresso Nacional para sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa (art. 49, V). 
 
16.4.Controle Financeiro 
 
A Constituição disciplina, nos artigos 70 a 75, a fiscalização contábil, financeira 
e orçamentária, determinando que essas normas se aplicam, no que couber, à 
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do DF, 
bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. 
 
Quanto à atividade controlada, a fiscalização abrange a contábil, a financeira, a 
orçamentária, a operacional e a patrimonial. 
 
Quanto aos aspectos controlados, compreende: 
 
1. Controle de legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da 
receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e 
obrigações. 
 
2. Controle de legitimidade, que a Constituição tem como diverso da 
legalidade, admitindo, assim, exame de mérito (ex; verificar se determinada 
despesa, embora legal, atendeu a ordem de prioridade estabelecida no plano 
plurianual). 
 
 
 
20 
 
3. Controle de economicidade, que envolve também questão de 
mérito, para verificar se o órgão procedeu, na aplicação da despesa pública, 
de modo mais econômico (relação custo-benefício). 
 
4. Controle de fidelidade funcional dos agentes da administração 
responsáveis por bens e valores públicos. 
 
5. Controle de resultados de cumprimento de programas de trabalho 
e de metas, expresso em termos monetários e em termos de realização de 
obras e prestação de serviços. 
 
Quanto às pessoas controladas, abrange União, Estados, Municípios, DF e 
entidades da Administração Direta e Indireta, bem como qualquer pessoa física ou 
entidade pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e 
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma 
obrigações de natureza pecuniária. 
 
O controle externo compreende as funções de: 
 
1. Fiscalização financeira propriamente dita, quando faz inquéritos, inspeções e 
auditorias; quando fiscaliza a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, 
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao DF 
ou a Município. 
 
2. De consulta, quando emite parecer prévio sobre as contas prestadas 
anualmente pelo Presidente da República. 
 
3. De informação, quando as presta ao Congresso Nacional, sobre a fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de 
auditorias e inspeções realizadas. 
 
 
 
21 
 
4. De julgamento, quando “julga” as contas dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos e as contas daqueles que derem causa 
à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; embora o 
dispositivo fale em “julgar” (art. 71, II), não se trata de função jurisdicional, porque o 
Tribunal de Contas apenas examina as contas, tecnicamente, e não aprecia a 
responsabilidade do agente público, o que é de competência exclusiva do Poder 
Judiciário. 
 
5. Sancionatórias, quando aplica aos responsáveis, nos casos de ilegalidade de 
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre 
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário. 
 
6. Corretivas, quando assina prazo para que o órgão ou entidade adote as 
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; e 
quando susta se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à 
Câmara dos Deputados e ao Senado. 
7. De ouvidor, quando recebe denúncias de irregularidades ou ilegalidades, feita 
pelos responsáveis pelo controle interno ou por qualquer cidadão, partido político, 
associação ou sindicato, nos termos do artigo 74, §§ 1º e 2º. 
 
16.5. Controle Judicial 
 
Sistema de unidade de jurisdição 
 
O Direito brasileiro adotou o sistema de jurisdição una. Neste sistema o Poder 
Judiciário tem o monopólio da função jurisdicional, ou seja, do poder de apreciar, com 
força de coisa julgada, a lesão ou ameaça de lesão a direitos individuais e coletivos 
(art.5º, XXXV CF/88). Portanto, ele afasta o sistema da dualidade de jurisdição, em 
que, paralelamente ao Poder Judiciário, existem os órgãos de Contencioso 
Administrativo, que exerce, como aquele, função jurisdicional sobre lides (quando duas 
partes disputam algo ou bem) de que a Administração Pública seja parte interessada. 
 
 
22 
 
Limites 
 
O Poder Judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de qualquer 
natureza, sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou 
discricionários, mas sempre sob o aspecto da legalidade e da moralidade (art. 5º, 
LXXIII, e art. 37). 
 
Os atos normativos do Poder Executivo, como Regulamentos, Resoluções e 
Portarias, só podem ser invalidados pelo Judiciário por via de ADIN (Ação Direta de 
Inconstitucionalidade). Seu julgamento é de competência do STF (Supremo Tribunal 
Federal), quando se tratar de lei ou ato normativo federal ou estadual que contrarie a 
Constituição Federal; e do Tribunal de Justiça, quando se tratar de lei ou ato normativo 
estadual ou municipal que contrarie a Constituição do Estado. 
 
Nos casos concretos, poderá o Poder Judiciário apreciar a legalidade ou 
constitucionalidade dos atos normativos do Poder Executivo, mas a decisão produzirá 
efeitos apenas entre as partes, devendo ser observada a norma do artigo 97 da 
Constituição Federal, que exige maioria absoluta dos membros dos Tribunais para a 
declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
 
Com relação aos atos políticos, é possível também a sua apreciação pelo Poder 
Judiciário, desde que causem lesão a direitos individuais ou coletivos. 
 
Quanto aos atos interna corporis (atos que ocorrem no âmbito do próprioórgão), em regra não são apreciados pelo Poder Judiciário, porque se limitam a 
estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos órgãos. No entanto, se 
exorbitarem em seu conteúdo, ferindo direitos individuais e coletivos, poderão também 
ser apreciados pelo Poder Judiciário. 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Privilégios da administração pública 
 
A Administração Pública, quando é parte em uma ação judicial, usufrui de 
determinados privilégios não reconhecidos aos particulares, como os que seguem: 
 
A. Juízo privativo - Na esfera federal corresponde à Justiça Federal. Excetuam-
se apenas as causas referentes à falência e as de acidente de trabalho (justiça comum) e 
as relativas à Justiça Eleitoral e Justiça do Trabalho. Esse juízo privativo beneficia a 
União, entidade autárquica ou empresa pública, excluídas as fundações de direito 
privado e as sociedades de economia mista. 
 
B. Prazos dilatados - Pelo artigo 188 do CPC (Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis), a Fazenda Pública e o Ministério Público têm prazo em quádruplo para 
contestar e em dobro para recorrer. A Lei 9.469/97 estendeu igual benefício às 
autarquias e fundações públicas. 
 
C. Duplo grau de jurisdição - O artigo 475, I e II do CPC determina que está 
sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeitos senão depois de confirmada 
pelo tribunal, a sentença proferida contra a União, o Estado, o DF, o Municípios e as 
respectivas autarquias e fundações de direito público, bem como a que julgar 
improcedente, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda 
Pública. 
 
Contudo, pelo artigo 12 do Ministério Público n.º2.180-35/2001, “não estão 
sujeitas ao duplo grau de jurisdição obrigatório as sentenças proferidas contra a União, 
suas autarquias e fundações públicas, quando a respeito da controvérsia o Advogado 
Geral da União ou outro órgão administrativo competente houver editado súmula ou 
instrução normativa determinando a não-interposição de recurso voluntário”. 
 
D. Processo especial de execução - O artigo 100 da Constituição prevê processo 
especial de execução contra a Fazenda Federal, Estadual e Municipal, e que abrange 
todas as entidades de direito público. Esse processo não se aplica aos débitos de 
 
 
24 
 
natureza alimentícia e aos pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno 
valor. 
 
Conforme o dispositivo constitucional, o Presidente do Tribunal que decidir pela 
execução do débito, despacha um ofício precatório para a entidade devedora. Este 
devedor tem que organizar seu orçamento para destinar a verba necessária ao 
pagamento dos débitos constantes, fazendo-se o pagamento até o final do exercício 
seguinte, com atualização monetária. 
 
E. Prescrição quinquenal - Nos termos do artigo 1º do Decreto 20.910/32, “as 
dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem como todo e qualquer 
direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua 
natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se 
originaram”. 
 
A prescrição quinquenal abrange as dívidas passivas das autarquias ou entidades 
e órgãos paraestatais criados por lei e mantidos mediante impostos, taxas ou quaisquer 
contribuições, exigidas em virtude de lei federal, estadual ou municipal, bem como todo 
e qualquer direito de ação contra os mesmos (art. 2º do Dec. - lei 4.597/42). 
 
Embora ambos os dispositivos falem em “todo e qualquer direito ou ação”, não 
se aplica a prescrição quinquenal quando se trata de ação real, em que o prazo de 
prescrição é de 10 anos (art. 205 do CC). 
 
F. Pagamento das despesas judiciais - Nos termos do artigo 27 do CPC, as 
despesas dos atos processuais efetuados a requerimento do Ministério Público ou da 
Fazenda serão pagas a final pelo vencido. O artigo 1º-A da Lei 9.494/97 determina que 
“estão dispensados de depósito prévio, para interposição de recurso, as pessoas jurídicas 
de direito público federais, estaduais, distritais e municipais”. 
 
G. Restrições à concessão de liminar e à tutela antecipada - A Lei 8.437/92 
impede a concessão de medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento 
 
 
25 
 
cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que 
providência semelhante não puder ser concedida em mandado de segurança, em virtude 
de vedação legal. Isto significa que a restrição existe quando se tratar de ações que 
visem obter a liberação de mercadorias, bens ou coisas de qualquer espécie procedentes 
do estrangeiro (art. 1º da Lei 2.770/56); nas ações que objetivem pagamentos de 
vencimentos e vantagens pecuniárias a servidor (art. 1º, § 4º da Lei 5.021/66), bem 
como reclassificação ou equiparação de servidores públicos ou concessão ou aumento 
ou extensão de vantagens (art. 5º da Lei 4.348/64). 
 
O § 5º do artigo 1º da Lei 8.437/92 impede a concessão de liminar para deferir 
compensação de créditos tributários e previdenciários. 
 
Por sua vez, a tutela antecipada contra a Fazenda Pública também sofre 
restrições. De acordo com o artigo 1º da Lei 9.494/97, “aplica-se à tutela antecipada 
prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil o disposto nos arts. 5º e seu 
parágrafo único e 7º da Lei 4.348/64, no art. 1º e seu § 4º da Lei 5.021/66, e nos arts. 1º, 
3º e 4º da Lei 8.437/92”. O intuito do legislador é evidente: o de evitar que, diante da 
vedação de liminar em mandado de segurança, o interessado se utilize do processo 
cautelar ou da tutela antecipada para obter o mesmo resultado. 
 
Outro tipo de restrição é estabelecido quanto à concessão de liminar no mandado 
de segurança coletivo e na ação civil pública. A Lei 8.437/92, no artigo 2º, só permite a 
sua outorga “após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito 
pública, que deverá se pronunciar no prazo de 72 horas”. 
 
Outra medida análoga à já estabelecida para o mandado de segurança (art. 4º da 
Lei 4.348/64) é a prevista no artigo 4º da Lei 8.437/92, ao atribuir ao presidente do 
tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso competência para 
suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra 
o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa 
jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de 
 
 
26 
 
flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à 
economia públicas. 
 
H. Restrições à execução provisória - Em matéria de mandado de segurança, o 
artigo 5º, parágrafo único, da Lei 4.348/64, determina que, quando o seu objeto for a 
reclassificação ou equiparação de servidores públicos, ou a concessão de aumento ou 
extensão de vantagens, a execução do mandado somente será feita depois de transitada 
em julgado a respectiva sentença. Vale dizer que não é possível a execução provisória 
na pendência de recurso, mesmo este tendo efeito apenas devolutivo. 
 
Neste Capítulo você aprendeu que: 
 
• O Controle da Administração Pública é o poder de fiscalização e correção que 
os Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo exercem sobre os atos da 
Administração. 
 
• O Ministério Público é uma instituição que exerce um papel importante no 
controle da Administração Pública atuando, por exemplo, através da denúncia de 
autoridades que praticam crimes. 
 
• Existem vários critérios para classificar as modalidades de controle: 
 
Quanto ao órgão que exerce: O controle pode ser Administrativo, Legislativo 
ou Judicial. 
 
Quando ao momento em que se dá: O controle pode ser prévio, concomitante 
ou posterior. 
 
Quanto à origem: O controle pode ser interno (quando a própria administração 
exerce) ou externo (quando éexercido por outros poderes). 
 
Quanto aos princípios: O controle pode ser de legalidade ou de mérito. 
 
 
27 
 
• Os principais tipos de controle são: Controle Administrativo, Controle 
Legislativo, Controle Judicial, Controle Político e Controle Financeiro. 
 
• Os principais meios de controle são: Habeas Corpus e Habeas Data, 
Mandados e Ações. 
 
• Quando a Administração Pública é parte de uma ação judicial, ela possui 
alguns privilégios como, por exemplo, os prazos dilatados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
CAPÍTULO 17 
 
17 Meios de Controle 
 
Com base no artigo 5º, XXXV da Constituição, o administrado pode utilizar dos 
vários tipos de ações previstos na legislação ordinária, para opor-se aos atos da 
Administração; pode propor ações de indenização, possessórias, reivindicatórias, de 
consignação em pagamento, cautelar, etc. Mas a Constituição prevê ações específicas de 
controle da Administração Pública, às quais a doutrina se refere com a denominação de 
remédios constitucionais, porque têm o objetivo de garantir os direitos fundamentais. 
 
Os remédios constitucionais são direitos em sentido instrumental, e são 
garantias porque reconhecidos com o objetivo de resguardar outros direitos 
fundamentais. 
 
17.1.Habeas Corpus e Habeas Data 
 
A) Habeas corpus 
 
Está previsto no inciso LXVIII do artigo 5º. Só não é cabível em relação a 
punições disciplinares militares (art. 142, § 2º). O artigo 5º. LXXVII determina a sua 
gratuidade. 
 
Os pressupostos para se propor Habeas Corpus são: 
 
• Ilegalidade ou abuso de poder, seja por parte de autoridade pública, seja 
por parte de particular. 
 
• Violência, coação ou ameaça à liberdade de locomoção. 
 
 
 
29 
 
B) Habeas data 
 
Está previsto no inciso LXXII do artigo 5º, estando disciplinado pela Lei 
9.507/97, que acrescentou mais uma hipótese de cabimento ao rol da Constituição: 
anotação, nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado 
verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. (art. 7º, 
III). 
 
O habeas data tem por objeto proteger a esfera dos indivíduos contra: 
 
• Usos abusivos de registro de dados pessoais coletados por meios 
fraudulentos, desleais ou ilícitos. 
 
• Introdução, nesses registros de dados sensíveis (assim chamados os de 
origem racial, opinião política, filosófica ou religiosa, filiação partidária 
e sindical, orientação sexual, etc). 
 
• Conservação de dados falsos ou com fins diversos dos autorizados em 
lei. 
 
17.2 Mandados 
 
A) Mandado de injunção 
 
Previsto no artigo 5º, LXXI, é cabível quando a falta de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
 
Como é interposto pelo próprio titular do direito, o mandado de injunção exige 
uma solução concreta para o caso, e não uma decisão com efeitos erga omnes (as 
 
 
30 
 
decisões judiciais ficam restritas apenas àqueles que participam da respectiva ação 
judicial). 
 
Cabe dizer que, leis de efeito concreto são aquelas que criam, imediatamente, 
direitos e obrigações para serem aplicadas em todas as situações que tenham as mesmas 
características da situação em que foram criadas. 
A norma regulamentadora faltante pode ser de natureza regulamentar ou legal e 
ser de competência de qualquer das autoridades, órgãos e pessoas jurídicas que 
compõem os três Poderes do Estado, inclusive da administração indireta. 
 
A competência para julgamento do mandado de injunção vem definida nos 
artigos 102, I, q e II, a, e 105, I, h, da Constituição Federal. 
 
B) Mandado de segurança individual 
 
Está previsto no artigo 5º, LXIX da Constituição e é disciplinado pela Lei 
1.533/51. 
 
É a ação civil pela qual qualquer pessoa pode provocar o controle jurisdicional 
quando sofrer lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo, não amparado por 
habeas corpus nem habeas data, em decorrência de ato de autoridade, praticado com 
ilegalidade ou abuso de poder. 
 
Cabe dizer que, Direito líquido e certo é aquele comprovado de plano, 
juntamente com a petição inicial. 
 
Considera-se ato de autoridade todo aquele que for praticado por pessoa 
investida de uma parcela de poder público, abrangendo inclusive atos emanados de 
particulares que ajam por delegação do Poder Público. 
 
É contra a autoridade responsável pelo ato – chamada autoridade coatora – que 
se impetra o mandado de segurança e não contra a pessoa jurídica. Em caso de 
 
 
31 
 
omissão do Poder Público, a autoridade coatora é a que a lei indica como competente 
para praticar o ato. 
 
O mandado de segurança pode ser repressivo, quando a lesão já se concretizou, 
ou preventivo, quando haja apenas ameaça de lesão. 
 
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese (Súmula 266 do STF), mas 
se admite a impetração no caso de lei de efeito concreto ou de lei autoexecutória (que 
independe de ato administrativo para aplicar-se aos casos concretos). 
 
C) Mandado de segurança coletivo 
 
Está previsto no artigo 5º, LXX da Constituição, tendo os mesmos pressupostos 
do mandado de segurança individual. 
 
Os partidos políticos podem impetrar mandado de segurança coletivo na 
defesa de interesses que extrapolam aos dos seus membros, enquanto as organizações 
sindicais, as entidades de classe e as associações podem agir em defesa dos interesses de 
seus membros ou associados. 
 
17.3. Ações 
 
A) Ação popular 
 
O artigo 5º, LXXIII da Constituição, estabelece que qualquer cidadão é parte 
legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público 
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
 
Cidadão é o brasileiro, nato ou naturalizado, que está no gozo dos direitos 
políticos, ou seja, dos direitos de votar e ser votado. 
 
 
32 
 
O conceito de patrimônio público abrange, nos termos do artigo 1º da Lei 
4.717/65, o da União, Distrito Federal, Estados, Municípios, entidades autárquicas, 
sociedades de economia mista, sociedades mútuas de seguro nas quais a União 
represente os segurados ausentes, empresas públicas, serviços sociais autônomos, 
instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido 
ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual, empresas incorporadas 
ao patrimônio da União, Distrito Federal, Estados e Municípios, e de quaisquer pessoas 
jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 
 
A lesão ou ameaça de lesão pode resultar de ato ou omissão, desde que produza 
efeitos concretos; o que não se admite é a ação popular contra a lei em tese, a não ser 
que esta seja auto-aplicável ou de efeitos concretos. 
 
O que se pleiteia na ação popular é a anulação do ato lesivo e a condenação dos 
responsáveis ao pagamento de perdas e danos ou à restituição de bens ou valores, 
conforme artigo 14, § 4º da Lei 4.717/65. 
 
B) Ação civil pública 
 
A rigor, a ação civil pública não constitui meio específico de controle da 
Administração Pública. Contudo, como ela tem como legitimado passivo todo aquele 
que causar dano a algum interesse difuso, poderá eventualmente ser proposta contra o 
próprio Poder Público quando ele for o responsável pelo dano. 
 
Interesses difusos são aqueles que pertencem a um grupo, classe ou categoria de 
pessoas que se reúnem para se defenderem de algo que influencia a todas elas. 
 
O artigo 129, III da Constituição incluientre as funções do Ministério Público a 
promoção da ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do 
meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. A disciplina legal da ação civil 
pública é a Lei 7.347/85. 
 
 
 
33 
 
Da mesma forma que a ação popular e o mandado de segurança coletivo, a ação 
civil pública protege os interesses metaindividuais, os chamados interesses públicos, 
que abrangem várias modalidades: o interesse geral afeto a toda a sociedade; o interesse 
difuso, pertinente a um grupo de pessoas caracterizadas pela indeterminação e 
indivisibilidade; e os interesses coletivos, que dizem respeito a um grupo de pessoas 
determinadas ou determináveis. 
 
A proteção do patrimônio público (considerado em sentido amplo, para abranger 
o econômico, o turístico, o estético, o paisagístico) pode ser do interesse geral ou pode 
ser de um grupo apenas e se faz por meio da ação popular ou da ação civil pública. A 
proteção do interesse coletivo, pertinente a uma coletividade determinada, é feita por 
meio do mandado de segurança coletivo. 
 
C) Ação direta de inconstitucionalidade – ADIN 
 
A ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou 
estadual está prevista no artigo 102, I, a da Constituição, com competência originária do 
STF. A Lei 9.868/99 dispõe sobre o seu processo e julgamento, sendo complementada 
pelo Regimento Interno do STF (arts. 169 a 178). 
 
Por essa ação ataca-se a lei em tese, ou qualquer outro ato normativo, antes 
mesmo de produzir efeitos concretos. A decisão declaratória de inconstitucionalidade 
tem eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário 
e à Administração Pública. Mas, fundado em razões de segurança jurídica ou de 
excepcional interesse social, o STF, por maioria de dois terços de seus membros, poderá 
restringir os efeitos da declaração, ou dispor que ela só tenha eficácia a partir do trânsito 
em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado (arts. 27 e 28, parágrafo único, 
da Lei 9.868/99. 
 
Quanto às leis e atos normativos estaduais e municipais que ofendam a 
Constituição Estadual, cabe ao Tribunal de Justiça decidir sobre essa 
inconstitucionalidade (CF, art. 125, § 2º). 
 
 
34 
 
D) Ação de inconstitucionalidade por omissão 
 
Prevista no artigo 103, § 2º da Constituição, segue, quanto à legitimidade ativa e 
à competência, as mesmas regras da ADIN. Não objetiva a prática de determinado ato, 
concretamente, como no mandado de injunção, mas sim a expedição de ato normativo 
necessário para o cumprimento de preceito constitucional que, sem ele, não poderia ser 
aplicado. Cinge-se, pois, à comunicação ao órgão legislativo competente, para que supra 
a omissão. 
 
E) Ação declaratória de constitucionalidade – ADC 
 
A ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, 
também prevista no artigo 102, I, a da Constituição, foi introduzida em nosso sistema 
jurídico pela EC 3/93. É apreciada pelo STF. 
 
 Têm legitimidade para propô-la a mesa da Assembléia Legislativa ou da Câmara 
Legislativa do Distrito Federal; o Governador de Estado ou do Distrito Federal. 
 
Os efeitos da ADC são os mesmos da ADIN, por força do parágrafo único da 
Lei 9.868/99, que também prevê medida cautelar na ação declaratória, consistente na 
determinação de que os juízes suspendam o julgamento dos processos que envolvam a 
aplicação da lei ou ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo (art. 21). 
 
E) Arguição de descumprimento de preceito fundamental – ADPF 
 
Este instrumento, previsto no § 1º do artigo 102 da Constituição, é ação 
destinada a arguir o descumprimento de preceito fundamental, quando for relevante 
o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual 
ou municipal, inclusive os anteriores à Constituição, como prevê a Lei 9.882/99, que 
dispõe sobre o processo e o julgamento dessa arguição. 
 
 
 
35 
 
A ADPF será proposta perante o STF e pode ter por objeto evitar ou reparar 
lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público. Ainda de acordo com 
essa lei, podem propô-la os legitimados para a ADIN. 
 
No entender de José Afonso da Silva, a expressão preceito fundamental não é 
sinônima de princípio fundamental. É mais ampla, abrangendo os princípios 
fundamentais e todas as prescrições que dão o sentido básico do regime constitucional, 
especialmente as designativas de direitos e garantias fundamentais. 
 
Neste Capítulo você aprendeu que: 
 
• Os Meios de Controle são ações que o administrado pode realizar para opor-se 
aos atos da administração. Eles têm como objetivo garantir os direitos 
fundamentais dos cidadãos e também podem ser chamados de remédios 
constitucionais. 
 
• Os principais meios de controle são: Habeas Corpus e Habeas Data, Mandados e 
Ações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Capítulo 18 
18 A Reforma do Estado 
 
A discussão sobre a reforma do Estado 
precisa se dar sob o enfoque de sua finalidade: para 
quê, qual o sentido de se reformar e qual o resultado 
final que se quer obter, uma vez que o Estado esteja 
reformado? A partir daí, sabe-se qual reforma deve 
ser feita e de que maneira deve ocorrer a transição 
do Estado que se tem para o Estado que se deseja. 
 
Melhorar a mecânica de funcionamento de uma organização não é suficiente 
para que ela produza bons resultados. Primeiro, é preciso pensar que resultados se quer, 
como fruto do funcionamento dessa organização, e o que é o Estado nas esferas federal, 
estadual e municipal, para depois definir que mecanismos internos devem ser 
transformados. 
 
Essa discussão envolvendo a reforma do Estado e a consequente definição do 
que fazer está relacionada ao próprio debate sobre o papel do Estado. Apesar de antiga – 
porque a sociedade e o mundo têm mudado muito rapidamente – essa é uma questão 
que ainda hoje continua sendo importante. Tal importância pode ser vista no fato de 
existir uma agenda de consenso mundial sobre o tema, isto é, o mundo inteiro está 
ocupado em consolidar o processo democrático e, ao mesmo tempo, reduzir os 
desequilíbrios e conciliar a estabilidade econômica, o desenvolvimento sustentável e a 
justiça social. 
 
Em países como o Brasil, a medida do desequilíbrio é a miséria. Outras nações, 
embora não tenham miséria nem fome, também apresentam desequilíbrios profundos. 
Ter um estado democrático consolidado e funcionando com justiça social, estabilidade 
econômica, desenvolvimento e respeito ao meio ambiente é um objetivo de amplo 
consenso mundial e, ao mesmo tempo, de difícil implantação. 
 
 
37 
 
A reforma do Estado somente faz sentido se facilitar a implementação da 
citada agenda. É preciso estudar os fatores que tornam possível os sistemas político, 
partidário e eleitoral e os elementos que tornam isso inviável. O modelo brasileiro de 
desenvolvimento quase impôs, em muitas situações, que se escolhesse entre o 
crescimento econômico e a solução para a questão social. 
 
Fazer um diagnóstico preciso da situação do país é fundamental para se ter 
clareza sobre a reforma do Estado que se quer. É imperativo que ela atinja de fato os 
resultados almejados: uma sociedade de bem-estar, onde as pessoas se sintam 
valorizadas e consigam produzir, e onde a renda dessa produção se distribua com 
equidade e gere benefícios para todos é condição essencial. Este é o objetivo final e o 
compromisso inarredável de um governo justo. 
 
A reforma do Estado não deve, portanto, se limitar ao ato mecânico de intervir 
na engenharia administrativa, nem se vincular, exclusivamente, ao equilíbrio 
econômico. Não se pode permitir quea agenda fiscal, tão forte e impositiva, domine por 
completo todas as transformações e mudanças no aparelho do Estado, como se a 
transformação profunda desse Estado e de suas esferas estivesse a serviço de um único 
objetivo: o equilíbrio fiscal. 
 
Não há maior equívoco do que este – o de vincular a discussão da reforma do 
Estado à questão do equilíbrio fiscal, como vem ocorrendo há alguns anos, por parte de 
determinados setores. Por isso, é preciso rediscutir o propósito final de se reformar o 
Estado. Hoje, ele está muito associado ao processo de radicalização da democracia e 
isto significa rever o sistema político, promover o equilíbrio econômico e o 
desenvolvimento, e lidar com as desigualdades sociais, sem transigir com a preservação 
do meio ambiente. 
 
Neste Capítulo você aprendeu que: 
 
• É importante que a discussão sobre a reforma do Estado se dê pensando na 
finalidade de tal Estado, ou seja, o objetivo que se quer atingir com a formação 
 
 
38 
 
do Estado e que mudanças deve haver para transformar o Estado naquilo que se 
deseja. 
 
• No contexto do Brasil é fundamental que essa reforma considere elementos 
como a desigualdade social, as questões ambientais, a economia e outros. 
 
• Sendo assim, a reforma do Estado não deve se limitar a mudar a engenharia 
administrativa ou o crescimento econômico, mas deve preocupar-se com a 
sociedade como um todo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 CAPÍTULO 19 
 
19 Licitações 
 
Licitação é o procedimento administrativo 
formal em que a Administração Pública convoca, 
mediante condições estabelecidas em ato próprio 
(edital ou convite), empresas interessadas na 
apresentação de propostas para o oferecimento de bens 
e serviços. 
 
A licitação objetiva garantir a observância do 
princípio constitucional da isonomia (igualdade) e a selecionar a proposta mais 
vantajosa para a Administração, de maneira a assegurar oportunidade igual a todos os 
interessados e possibilitar o comparecimento ao certame (disputa) ao maior número 
possível de concorrentes. 
 
A Lei nº. 8.666 de 1993, ao regulamentar o artigo 37, inciso XXI, da 
Constituição Federal, estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos 
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, 
alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios. 
 
De acordo com essa Lei, a celebração de contratos com terceiros na 
Administração Pública deve ser, necessariamente, precedida de licitação, ressalvadas as 
hipóteses de dispensa e de inexigibilidade deste ato. Os seguintes princípios básicos 
norteiam os procedimentos licitatórios e devem ser observados: 
 
 
 
40 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - Nos procedimentos de licitação, esse 
princípio vincula os licitantes e a Administração Pública às regras estabelecidas, nas 
normas e princípios em vigor. 
 
PRINCÍPIO DA ISONOMIA - Significa dar tratamento igual a todos os 
interessados. É condição essencial para garantir em todas as fases da licitação. 
 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE - Esse princípio obriga a 
Administração a observar nas suas decisões critérios objetivos previamente 
estabelecidos, afastando a discricionariedade e o subjetivismo na condução dos 
procedimentos da licitação. 
 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE E DA PROBIDADE 
ADMINISTRATIVA - A conduta dos licitantes e dos agentes públicos tem que ser, 
além de lícita, compatível com a moral, ética, os bons costumes e as regras da boa 
administração. 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE - Qualquer interessado deve ter acesso às 
licitações públicas e seu controle, mediante divulgação dos atos praticados pelos 
administradores em todas as fases da licitação. 
 
PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO 
- Obriga a Administração e o licitante a observarem as normas e condições 
estabelecidas no ato convocatório. Nada poderá ser criado ou feito sem que haja 
previsão no ato convocatório. 
 
PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO - Esse princípio significa que 
o administrador deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório para o 
julgamento das propostas. Afasta a possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores 
subjetivos ou de critérios não previstos no ato convocatório, mesmo que em benefício 
da própria Administração. 
 
 
 
41 
 
19.1. Noções Gerais 
 
A) O que é licitar? 
 
A execução de obras, a prestação de serviços e o fornecimento de bens para 
atendimento de necessidades públicas, as alienações e locações devem ser 
contratadas mediante licitações públicas, exceto nos casos previstos na Lei nº. 
8.666, de 1993, e alterações posteriores. 
 
B) Por que licitar? 
 
A Constituição Federal, art. 37, inciso XXI, prevê para a Administração Pública 
a obrigatoriedade de licitar. O procedimento de licitação objetiva permitir que a 
Administração contrate aqueles que reúnam as condições necessárias para o 
atendimento do interesse público, levando em consideração aspectos relacionados à 
capacidade técnica e econômico financeira do licitante, à qualidade do produto e ao 
valor do objeto. 
 
B) Quem deve licitar? 
 
Estão sujeitos à regra de licitar, prevista na Lei nº. 8.666, de 1993, além dos 
órgãos integrantes da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as 
fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades da economia mista e 
demais entidades controladas direta e indiretamente pela União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios. 
 
C) Como licitar? 
 
Uma vez definido o objeto que se quer contratar, é necessário estimar o valor 
total da obra, do serviço ou do bem a ser licitado, mediante realização de pesquisa 
de mercado. É necessário, ainda, verificar se há previsão de recursos orçamentários 
para o pagamento da despesa e se esta se encontrará em conformidade com a Lei de 
 
 
42 
 
Responsabilidade Fiscal. Após apuração da estimativa, deve ser adotada a 
modalidade de licitação adequada, com prioridade especial para o pregão, quando 
o objeto pretendido referir-se a bens e serviços comuns listados no Decreto nº. 
3.555, de 8 de agosto de 2002, que regulamenta esta modalidade. 
 
19.2.Modalidades de Licitação 
 
Modalidade de licitação é a forma específica de conduzir o procedimento 
licitatório, a partir de critérios definidos em lei. O valor estimado para contratação é o 
principal fator para escolha da modalidade de licitação, exceto quando se trata de 
pregão, que não está limitado a valores. 
 
Além do leilão e do concurso, as demais modalidades de licitação admitidas 
são exclusivamente as seguintes: 
 
CONCORRÊNCIA - Modalidade da qual podem participar quaisquer 
interessados que na fase de habilitação preliminar comprovem possuir requisitos 
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução do objeto da licitação. 
 
TOMADA DE PREÇOS - Modalidade realizada entre interessados 
devidamente cadastrados ou que atendam as condições exigidas para cadastramento até 
o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária 
qualificação. 
 
CONVITE - Modalidade realizada entre interessados do ramo de que trata o 
objeto da licitação, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela 
Administração. O convite é a modalidade de licitação mais simples. A Administração 
escolhe quem quer convidar, entre os possíveis interessados, cadastrados ou não. A 
divulgação deve ser feita mediante afixação de cópia do convite em quadro de avisos do 
órgão ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação. No convite é possível a 
participação de interessados que não tenham sido formalmente convidados, masque 
 
 
43 
 
sejam do ramo do objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade licitadora 
ou no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF. Esses 
interessados devem solicitar o convite com antecedência de até 24 horas da 
apresentação das propostas. No convite para que a contratação seja possível, são 
necessárias pelo menos três propostas válidas, isto é, que atendam a todas as exigências 
do ato convocatório. Não é suficiente a obtenção de três propostas. É preciso que as três 
sejam válidas. Caso isso não ocorra, a Administração deve repetir o convite e convidar 
mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas 
licitações, ressalvadas as hipóteses de limitação de mercado ou manifesto desinteresse 
dos convidados, circunstâncias estas que devem ser justificadas no processo de 
licitação. Para alcançar o maior número possível de interessados no objeto licitado e 
evitar a repetição do procedimento, muitos órgãos ou entidades vêm utilizando a 
publicação do convite na imprensa oficial e em jornal de grande circulação, além da 
distribuição direta aos fornecedores do ramo. A publicação na imprensa e em jornal de 
grande circulação confere ao convite divulgação idêntica à da concorrência e à tomada 
de preços e afasta a discricionariedade do agente público. Quando for impossível a 
obtenção de três propostas válidas, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse 
dos convidados, essas circunstâncias deverão ser devidamente motivadas e justificadas 
no processo, sob pena de repetição de convite. Limitações de mercado ou manifesto 
desinteresse das empresas convidadas não se caracterizam e nem podem ser justificados 
quando são inseridas na licitação condições que só uma ou outra empresa pode atender. 
 
PREGÃO - É a modalidade licitação em que a disputa pelo fornecimento de 
bens e serviços comuns é feita em sessão pública. Os licitantes apresentam suas 
propostas de preço por escrito e por lances verbais, independentemente do valor 
estimado da contratação. Ao contrário do que ocorre em outras modalidades, no Pregão 
a escolha da proposta é feita antes da análise da documentação, razão maior de sua 
celeridade. A modalidade pregão foi instituída pela Medida Provisória 2.026, de 4 de 
maio de 2000, convertida na Lei nº. 10.520, de 2002, regulamentada pelo Decreto 
3.555, de 2000. O pregão é modalidade alternativa ao convite, tomada de preços e 
concorrência para contratação de bens e serviços comuns. Não é obrigatória, mas deve 
ser prioritária e é aplicável a qualquer valor estimado de contratação. 
 
 
44 
 
19.3.Escolha da Modalidade de Licitação 
 
A escolha das modalidades concorrência, tomada de preços, e convite seguem a 
algumas regras específicas: 
 
• CONCORRÊNCIA 
 
É obrigatório adotar esta modalidade para obras e serviços de engenharia acima 
de R$1.500.000,00 e compras e outros serviços acima de R$ 650.000,00, ou seja, para 
valores mais elevados. 
 
• TOMADA DE PREÇOS 
Deve ser adotada para obras e serviços de engenharia acima de R$ 150.000,00 até 
R$1.500.000,00, ou seja, para valores medianos. 
 
• CONVITE 
 
Pode ser adotada para obras e serviços de engenharia acima de R$ 15.000,00 até R$ 
150.000,00 e compras e outros serviços acima de R$ 8.000,00 até R$ 80.000,00, ou 
seja, para valores modestos. 
 
Quando a modalidade adotada for o convite, a Administração também pode 
utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. Quando se tratar de 
bens e serviços que não sejam de engenharia, a Administração pode optar pelo pregão. 
Desde que obedecendo à legislação, é permitido fazer essa escolha segundo a 
preferência, facilidade ou conveniência da Administração. 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
19.4. Dispensa de Licitação 
 
A licitação é regra para a Administração Pública, quando contrata obras, bens e 
serviços. No entanto, a lei apresenta exceções a essa regra. São os casos em que a 
licitação é legalmente dispensada, dispensável ou inexigível. 
 
A possibilidade de compra ou contratação sem a realização de licitação se dará 
somente nos casos previstos em lei. 
 
19.5.Tipos de Licitação 
 
 Não confunda os Tipos de Licitação com as Modalidades de Licitação (já 
abordadas nas páginas anteriores). 
 
Tipo é o critério de julgamento utilizado pela Administração para seleção da 
proposta mais vantajosa. 
 
Os tipos de licitação mais utilizados para o julgamento das propostas são os 
seguintes: 
 
 MENOR PREÇO - Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a 
Administração é a de menor preço. É utilizado para compras e serviços de modo geral e 
para contratação e bens e serviços de informática, nos casos indicados em decreto do 
Poder Executivo. 
 
MELHOR TÉCNICA - Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa 
para a Administração é escolhida com base em fatores de ordem técnica. É usado 
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial 
na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de 
engenharia consultiva em geral, e em particular, para elaboração de estudos técnicos 
preliminares e projetos básicos e executivos. 
 
 
46 
 
 TÉCNICA E PREÇO - Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa 
para a Administração é escolhida com base na maior média ponderada, considerando-se 
as notas obtidas nas propostas de preço e de técnica. É obrigatório na contratação de 
bens e serviços de informática, nas modalidades tomada de preços e concorrência. 
 
19.6.Fases da Licitação 
 
Os atos da licitação devem desenvolver-se em sequência lógica, a partir da 
existência de determinada necessidade pública a ser atendida. O procedimento tem 
início com o planejamento e prossegue até a assinatura do respectivo contrato ou a 
emissão de documento correspondente, em duas fases distintas: 
 
• Fase interna ou preparatória 
 
Delimita e determina as condições do ato convocatório antes de trazê-las ao 
conhecimento público. 
 
• Fase externa ou executória 
 
Inicia-se com a publicação do edital ou com a entrega do convite e termina com a 
contratação do fornecimento do bem, da execução da obra ou da prestação do 
serviço. 
 
19.7. O PROJETO BÁSICO DE LICITAÇÃO 
 
Toda licitação de obra ou serviço deve ser precedida da elaboração do projeto 
básico. 
A lei estabelece que o projeto básico deve estar anexado ao ato convocatório, 
dele sendo parte integrante, e deve ser elaborado segundo as exigências contidas na Lei 
nº. 8.666 de 1993. 
 
 
47 
 
Projeto básico é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de 
precisão adequado, para caracterizar a obra ou o serviço, ou complexo de obras ou 
serviços. 
 
Deve ser elaborado com base nas indicações de estudos técnicos preliminares. 
 
Tem como objeto assegurar a viabilidade técnica e o adequado tratamento do 
impacto ambiental do empreendimento. 
 
Possibilita a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de 
execução. 
 
A legislação determina que o projeto básico, relativamente às obras, deve 
conter os seguintes elementos: 
 
• Desenvolvimento da solução escolhida. 
 
• Soluções técnicas globais e localizadas. 
 
• Identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a 
incorporar à obra. 
 
• Informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos. 
 
• Subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra. 
 
• Orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos 
de serviços e fornecimentos propriamente avaliados. 
 
Um projeto básico bem elaborado para contratação de serviços de manutenção 
preventiva e

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