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Toxicologia FARMÁCIA TOXICOLOGIA SOCIAL: Agentes Depressores do SNC Prof. Dr. Humberto Moreira Spindola ÁLCOOL – etanol ÁLCOOL – etanol SUBSTÂNCIA PSICOATIVA MAIS CONSUMIDA FESTAS E COMEMORAÇÕES + 6000 ANOS DE USO (EGITO E BABILÔNIA) BRASIL: 1 a cada 10 pessoas tem problemas CONSEQUÊNCIAS: Acidente trânsito Acidente trabalho Hepatopatias Dependência CARACTERÍSTICAS ÁLCOOL – etanol CARACTERÍSTICAS Concentrações de álcool variam bastante Implicados diretamente na toxicidade Tolerância Dependência Abstinência ÁLCOOL – etanol ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: Baixo peso molecular (CH3CH2OH) Hidrossolúvel Estômago 20% / Intestino 80% Cmáx = 30 a 90 min Influência direta conteúdo estomacal Distribuição rápida por TODOS os tecidos (plasma, hialoplasma, interstício, linfa) SANGUE > CÉREBRO > RINS > PULMÕES > CORAÇÃO > PAREDES INTESTINAIS > MÚSCULO ESTRIADO > FÍGADO TOXICOCINÉTICA ÁLCOOL – etanol BIOTRANSFORMAÇÃO E EXCREÇÃO 90 – 98% oxidação hepática 120 mg/kg metabolizado por hora Enzima: álcool desidrogenase Acetaldeído: sintomas adversos (ressaca) TOXICOCINÉTICA ÁLCOOL – etanol ALVO PRINCIPAL: membrana celular Fluidificação Redução lipídios Redução viscosidade TOXICODINÂMICA Alterações de funções da membrana, enzimas, neurotransmissores, canais iônicos, cadeia de transporte mitocondrial. ÁLCOOL – etanol ALVO SECUNDÁRIO: receptores GABA Aumenta inibição sináptica via GABA Fluxo íons cloreto (Cl-) Ação sedativa Descoordenação motora TOXICODINÂMICA Doses elevadas aumentam permeabilidade ao Cl- mesmo na AUSÊNCIA de GABA. ÁLCOOL – etanol ALVO EFEITOS Sistema adrenérgico Uso crônico aumenta síntese e liberação; Redução da sensibilidade pós-sináptica àNOR; Envolvimento na DEPENDÊNCIA ao álcool. Interferênciano GABA Uso crônico ligado a redução de GABA no cérebro; Alterações na expressão e localização dosreceptores, relacionados com tolerância, dependência e abstinência ao álcool. Sistema opioide Álcool reduz ligação de encefalinas aos receptores; Sistemaopioide endógeno modula DOPAMINA nonúcleo accumbens(recompensa e reforço) Serotonina Antidepressivosinibidores recaptação de 5-HT reduzem consumo de álcool;Ondansetrona(5-HT3) sucesso no tratamento de dependência. Dopamina Sistemas opioide e serotoninérgico envolvidos com aumento de dopaminanonúcleo accumbens ÁLCOOL – etanol INTOXICAÇÃO ALCOÓLICA AGUDA 0,2 g/L – 1 drinque – calor e relaxamento 0,4 g/L – relaxado – alegre – falante – rubor na pele 0,5 g/L – desinibição – autocontrole e coordenação menores 0,6 g/L – capacidade individual comprometida (dirigir) 0,8 g/L – reflexos prejudicados – dormência membros 1,0 g/L – descoordenação – lentificação - embriaguez 1,5 g/L – prejuízo definitivo do equilíbrio e movimento 2,0 g/L – controle motor/emocional/equilíbrio afetados - diplopia 3,0 g/L – visão/audição afetados – confusão e perda consciência 4,0 g/L – inconsciência – pele fria e úmida 4,5 g/L – frequência respiratória diminuída - apneia 5,0 g/L – morte por depressão centro respiratório INTOXICAÇÃO ALCOÓLICA CRÔNICA Alteraçõesorgânicas ligadas à dependência do álcool Neurológicas Wernicke-Korsakoff, demência alcoólica, degeneraçãocerebelar, encefalopatia hepática, neuropatia periférica, mielinólise. Metabólica/renal Cetoacidose alcoólica, hipomagnesemia, hipocalemia, hipofosfatemia, síndrome hepatorrenal. Gastrointestinal Esteatose hepática, hepatite alcoólica, cirrose, úlceras,pancreatite. Dermatológica Rubor facial, hiperemia conjuntival, edema pálpebras, dermatite seborreica, eritema palmar. Cardiovascular Miocardiopatiae hipertensão. Nutricional Beribéri,deficiência de vitaminas. Câncer Cavidade oral, esôfago, fígado, pâncreas, cólon, reto, próstata, estômago,tireoide. Musculoesquelético Miopatia, necrose assépticaquadril, gota. Hemato/Imunológicos Leucopenia, distúrbios coagulação, tendência a infecções. Endócrino/Reprodutivo Pseudo-Cushing, hipoglicemia, feminilização em homens, redução libido, impotência. ÁLCOOL – etanol ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA TEMPO DE ABSTINÊNCIA (horas) SINTOMAS DURAÇÃO E EVOLUÇÃO 6 - 24 Ansiedade;irritabilidade; agitação; hiper-reflexia; hipertensão; sudorese; taquicardia; febre; distúrbio do sono; náuseas e vômitos; desorientação leve; ilusões; alucinações 48 – 72 horas Podeprogredirpara sintomas mais graves (5%delirium tremens) 73 - 96 Delirium tremens:confusão;desorientação; delírios; alucinações; agitação; tremores; febre; sudorese; taquicardia; midríase 24 – 72 horas 1% mortalidade ÁLCOOL – etanol INTERAÇÕES ALCOÓLICAS ÁLCOOL – etanol INTERAÇÕES ALCOÓLICAS HIDROCARBONETOS TOLUENO, XILOL, N-HEXANO, ACETATO DE ETILA, TRICLOROETILENO ESMALTES, COLAS, TINTAS, PROPELENTES, REMOVEDORES E VERNIZES BAIXO CUSTO E FACILIDADE DE COMPRA INALANTES SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS QUE QUANDO INALADAS PRODUZEM EFEITOS PSICOATIVOS SOLVENTES VOLÁTEIS COLA DE SAPATEIRO LANÇA- PERFUME CLOROFÓRMIO + ÉTER AEROSSOIS BUZINAS ÓXIDO NITROSO Carlini, 2002 INALANTES INALANTES Carlini, 2002 INALANTES INALANTES Uso ABUSIVO Aspiração (via inalatória) Efeito rápido e de curta duração (repetição) Inicial: Estimulação SNC Depressão ALUCINAÇÕES INALANTES INALANTES TOXICODINÂMICA NÃO TOTALMENTE DEFINIDO PROVÁVEL AÇÃO GABAérgica FLUIDIFICAÇÃO MEMBRANAS NEURONAIS DIMINUIÇÃO DO TRANSPORTE PELOS AXÔNIOS EFEITOS AUMENTO FLUXO SALIVAR EXCITAÇÃO VERMELHIDÃO NA FACE VOZ “PASTOSA” INCOORDENAÇÃO MOTORA PERTURBAÇÕES AUDIO-VISUAIS INALANTES Inalação LESÕES (Eritema Multiforme da Face) DIMINUI sensibilidade degustação Comprometimento *mucosa nasal *mucosa oral *epitélio pulmonar Lesões hepáticas (metabolismo) INALANTES O que são? Grupo de substâncias químicas orgânicas que têm a propriedade de solubilizar ou diluir outras substâncias em seu meio Volatil Organic Compound (VOC): compostos que volatilizam em condições normais de temperatura e pressão (CNTP) Importantes no meio ocupacional e em toxicologia social INALANTES - SOLVENTES ORGÂNICOS RISCO TÓXICO: Variável em função de suas propriedades físico-químicas e de fatores que podem alterar as fases de intoxicação INALANTES - SOLVENTES ORGÂNICOS Exposição: Intensidade é influenciada por suas propriedades físico-químicas: Pressão de vapor Ponto de ebulição Densidade Velocidade de evaporação Densidade de vapor INALANTES - SOLVENTES ORGÂNICOS Inalação Cutânea Ingestão Vias pulmonar e cutânea são as principais para absorção Pode ocorrer oral acidental Extensão e velocidade influenciados pelo comportamento do sangue frente ao toxicante (inerte ou reativo) Na exposição cutânea: depende mais de constante de permeabilidade, coeficiente partição óleo/água, gradiente de concentração do solvente nos dois lados da camada epidérmica Toxicocinética: INALANTES - SOLVENTES ORGÂNICOS Inalação Cutânea Ingestão Biotransformação de solventes no fígado Toxicidade diretamente relacionada à biotransformação Pode ocorrer também nos pulmões, rins, medula óssea Excretados na urina alterados ou conjugados Fatores que podem alterar: ambientais (temperatura) individuais (dieta) interação entre solventes genéticos (deficiências enzimáticas) fisiopatológicos (doença, idade, peso) Toxicocinética: INALANTES - SOLVENTES ORGÂNICOS Intensidade e gravidade varia de acordo com o solvente: Depressão do SNC Sonolência Tontura Dor de cabeça Tremores Delírios Convulsões Perda de consciência Parada respiratória Parada cardíaca Morte SINAIS E SINTOMAS GERAIS INALANTES - SOLVENTES ORGÂNICOS PRINCIPAIS GRUPOS Hidrocarbonetos alifáticos (n-hexano, benzina) Hidrocarbonetos aromáticos (benzeno, tolueno, xileno) Hidrocarbonetos halogenados (dicloroetileno, tricloroetileno, cloreto de metileno) Álcoois (metanol, etanol, isopropanol, butanol, álcool amílico) Cetonas (ciclo-hexanona, acetona) Éteres (éter isopropílico, éter etílico) INALANTES - SOLVENTES ORGÂNICOS HIPNOANALGÉSICOS Em 1803 Sertürner isolou uma substância alcalina, e propôs a designação de “morfina” , em homenagem a Morfeu, o deus dos sonhos. Termo mais antigo que designa as drogas derivadas do ópio (papoula). OPIÁCEOS Papaver somniferum OPIÁCEOS/OPIOIDES Naturais – Semissintéticos - Sintéticos USOS TERAPÊUTICOS Analgésicos Indutores do sono Ansiolíticos Edema pulmonar Antitussígeno Dependência de opioides OPIÁCEOS/OPIOIDES USOS TERAPÊUTICOS OPIÁCEOS/OPIOIDES MECANISMOS DE AÇÃO OPIÁCEOS/OPIOIDES PODEM SER AGONISTAS OU ANTAGONISTAS DE RECEPTORES OPIOIDES MECANISMOS DE AÇÃO OPIÁCEOS/OPIOIDES MECANISMOS DE AÇÃO EFEITOS FARMACOLÓGICOS CENTRAIS ANALGESIA : Sem perda de consciência Alívio sintomático Dose dependente Mais eficaz na dor contínua Atua na periferia e áreas cerebrais EFEITOS FARMACOLÓGICOS CENTRAIS SEDAÇÃO: Sonolência e turvação da consciência EUFORIA: Paciente apresenta uma sensação de flutuar e estar livre da ansiedade e do desconforto. SUPRESSÃO DA TOSSE: Devido depressão de uma área do tronco cerebral. Ocorre com doses que as doses analgésicas. EFEITOS FARMACOLÓGICOS CENTRAIS REAÇÃO PUPILAR: Miose por ação central no nervo óculo-motor Não ocorre tolerância a este efeito NÁUSEA/VÔMITO: Estimulação do bulbo, após certo tempo produz depressão EFEITOS FARMACOLÓGICOS CENTRAIS DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA: Dose-dependente Deprime o volume corrente e a frequência respiratória Deprime centros respiratórios no tronco cerebral tensão CO2 no sangue Deprime os centros da ponte e bulbo que regulam a frequência respiratória EFEITOS FARMACOLÓGICOS PERIFÉRICOS TGI: Efeito constipante tônus muscular e a motilidade Deprime a secreção ácido gástrico, e glândulas pancreáticas, biliares e intestinais. EFEITOS FARMACOLÓGICOS PERIFÉRICOS CARDIOVASCULAR: Queda da PA durante intoxicação hipóxia Reduz resistência periférica Hipotensão ortostática e desmaio que ocorrem em pacientes em decúbito USO ABUSIVO DE OPIOIDES 12 a 21 milhões de usuários de opioides no mundo 3/4 usam heroína Europa e Ásia: principais mercados de consumo de opioides EUA: uso de heroína estimado de 1,2 milhões de usuários (0,6 % da população entre 15 e 64 anos) Americanos consomem 80% do suplemento global Vendas aumentaram 149%, de 50,7 milhões de gramas, em 1997, para 126,5 milhões de gramas, em 10 anos USO ABUSIVO DE OPIOIDES CONSUMO DE MEDICAMENTOS ANALGÉSICOS DERIVADOS DOS OPIÁCEOS Sem prescrição médica (amigos/internet) Aumento expressivo em 10 anos: 1293% metadona 866% oxicodona 525% fentanil 9,3% mais mortes do que cocaína 5,3% mais mortes que heroína USO ABUSIVO DE OPIOIDES CONSUMO DE OPIOIDES NO BRASIL CEBRID 2005: 108 maiores cidades 1,3% faz uso; mulheres entre 18 – 34 anos (maior incidência) Heroína: 0,09% Xaropes de codeína: 1,9% PÚBLICO MAIS AFETADO: Pacientes dependentes após tratamento médico Profissionais da saúde com acesso a opioides Médicos: 4% uso nocivo 22,7% dependentes USO ABUSIVO DE OPIOIDES PADRÕES DE USO EFEITOS E TOXICIDADE: INFLUENCIADOS PELA VIA DE ADMINISTRAÇÃO E METABOLISMO PUREZA: INFLUENCIA NOS EFEITOS USUÁRIOS CLÍNICOS: PACIENTES EM TRATAMENTO QUE FICAM DEPENDENTES USUÁRIOS DE RUA: FONTES NÃO-MÉDICAS PARA EFEITOS PSICOATIVOS USO ABUSIVO DE OPIOIDES TRANSTORNOS CAUSADOS POR USO DE OPIOIDES INTOXICAÇÃO ABSTINÊNCIA DEPENDÊNCIA SONO DISFUNÇÃO SEXUAL DELÍRIOS TRÍADE TÍPICA: Torpor Miose Depressão respiratória *A medida que aumenta coma, PA se a hipóxia permanecer inalterada. *Midríase e choque causados por hipóxia persistente, precedem a morte na ausência de alteração do estado respiratório. USO ABUSIVO DE OPIOIDES HEROÍNA OPIOIDE MAIS USADO DE FORMA ABUSIVA ALTO PODER DE DEPENDÊNCIA PÓ BRANCO OU MARROM SUBSTÂNCIA NERGA PEGAJOSA USO ABUSIVO DE OPIOIDES HEROÍNA USO ABUSIVO DE OPIOIDES HEROÍNA INALADA: 10 – 15 min efeitos FUMADA: 10 – 15 min efeitos INJETADA: 7 seg. latência USO ABUSIVO DE OPIOIDES HEROÍNA RÁPIDA ABSORÇÃO NO SNC CONVERSÃO EM MORFINA EFEITOS NOS RECEPTORES OPIOIDES ADULTERANTES AÇÚCAR AMIDO LEITE EM PÓ QUININO ESTRICNINA Síndrome de abstinência de opioides Tratamento na dependência de opioides SINAIS E SINTOMAS DO USO DE OPIOIDES