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CENTRO UNIVERSITÁRIO TABOSA DE ALMEIDA – ASCES/UNITA 
PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PÚBLICO 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA COLABORAÇÃO PREMIADA NA LUTA 
CONTRA ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS. 
 
 
 
JOÃO VICTOR DE LIMA ALBUQUERQUE 
 
 
 
 
 
 
 
CARUARU 
2019 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO TABOSA DE ALMEIDA – ASCES/UNITA 
PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PÚBLICO 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA COLABORAÇÃO PREMIADA NA LUTA 
CONTRA ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS. 
 
 
Projeto Monográfico apresentado ao Prof. 
Msc. Saulo Miranda como requisito para 
obtenção de nota na disciplina de 
metodologia. 
 
 
JOÃO VICTOR DE LIMA ALBUQUERQUE 
 
 
 
 
 
CARUARU 
2019 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 3. 
2. OBJETIVOS............................................................................................................. 4. 
2.1. Objetivo Geral................................................................................................... 4. 
2.2. Objetivos Específicos........................................................................................ 4. 
3. PROBLEMA DE PESQUISA................................................................................. 4. 
4. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 4. 
5. METODOLOGIA................................................................................................... 7. 
6. CRONOGRAMA.................................................................................................... 8. 
7. REFERÊNCIAS...................................................................................................... 9. 
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1. INTRODUÇÃO 
Em que pese a Lei 12.850/2013 (Lei de Combate às Organizações Criminosas) ter 
trazido inúmeras “inovações” acerca do instituto da colaboração premiada, o que pode ser 
percebido na prática é que várias lacunas foram deixadas pelo legislador quando no momento 
de edição da mencionada norma, o que fez com que mesmo passado meia década de sua 
vigência este ainda seja um ambiente propício para estudiosos se debruçarem. 
Em época não tão distante a atual talvez a expressão mais ouvida nos noticiários de 
nosso país fosse “Colaboração premiada”. A grande explosão do tema se deu ao fato dos 
desdobramentos da denominada “Operação Lava Jato”. Iniciada em 2014, a operação é a maior 
investigação sobre corrupção e lavagem de dinheiro que este país já teve, sendo por isto tema 
de inúmeros trabalhos, livros e documentários. No curso desta, dentre as dezenas de membros 
acusados de compor a Organização Criminosa responsável pela prática de um dos maiores 
esquemas de corrupção da história da humanidade, cerca de quinze acordos de colaboração 
foram celebrados entre investigados, réus e o Ministério Público Federal, tendo sido este 
instrumento processual fundamental para que para que a operação “Lava Jato” tenha alcançado 
o patamar que hoje ocupa. 
Portanto, torna-se essencial o estudo do tema, principalmente voltado aos benefícios que 
o mesmo pode proporcionar na luta contra as Organizações Criminosas. Serão apresentados no 
decorrer do trabalho os pontos a favor e contra o instituto, bem como os esforços de alguns 
doutrinadores em apresentar os desdobramentos do tema em questão. O trabalho será dividido 
em três tópicos, que apesar de sucintos, serão capazes de ofertar os principais elementos acerca 
do que este se propõe. 
Em um primeiro momento apresentar-se-ão as origens da Colaboração Premiada, bem 
como a sua conjuntura no atual ordenamento jurídico brasileiro. Posteriormente, haverá uma 
breve discussão acerca do que se entende por crime organizado e todos os impactos que este é 
capaz de causar em uma sociedade. Os dois primeiros tópicos servirão de base para a 
apresentação do terceiro, que estará encarregado de discutir a Colaboração Premiada como 
instrumento posto às mãos do Ministério Público, e demais atores processuais, no 
enfrentamento ao crime organizado. 
 
 
 
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2. OBJETIVOS 
 
2.1. Objetivo Geral 
Compreender como o Instituto da Colaboração Premiada auxilia no combate às Organizações 
Criminosas. 
2.2. Objetivos Específicos 
2.2.1. Analisar como a Doutrina a Jurisprudência vem se manifestando diante dos 
desdobramentos acerca do referido tema. 
2.2.2. Visualizar, através de pesquisas em casos reais, como o instituto da colaboração premiada 
colabora para o enfrentamento das organizações criminosas. 
 
3. PROBLEMA DE PESQUISA 
Como o instituto da Colaboração Premiada auxilia no combate às Organizações Criminosas? 
 
4. REVISÃO DE LITERATURA 
Antes de iniciarmos de fato o estudo acerca de como a atual conjuntura da colaboração 
premiada contribui no enfrentamento às Organizações criminosas, é importante apresentar um 
breve arcabouço teórico que auxiliará a compreensão do tema. Em primeiro lugar, é 
fundamental apresentar as raízes do instituto, compreendendo que entre estas e o processo de 
evolução da criminalidade, existe forte relação. 
Embora não seja possível precisar a origem da criminalidade, tal fenômeno sempre 
esteve presente na história da humanidade. Na idade média, por exemplo, muitos eram aqueles 
que já demonstravam interesse na etiologia do crime, procurando, em suas obras, compreender 
os motivos pelos quais o homem praticava certos tipos de conduta à exemplo de furtos, 
agressões, e até mesmo homicídios. Fato é que com a constante evolução da sociedade, a própria 
criminalidade também mudou drasticamente, se adequando aos novos padrões sociais. Neste 
contexto evolutivo a globalização acabou sendo um dos principais fatores de expansão do 
crime, que devido aos grandes avanços tecnológicos e dos instrumentos de comunicação 
tornou-se uma preocupação mundial. 
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Evidente, portanto, a necessidade de um ordenamento jurídico penal capaz de se adequar 
as novas figuras criminosas que surgiam, cada vez mais organizadas, e que tornaram, em 
localidades onde o estado era mais omisso, o combate à criminalidade uma tarefa extremamente 
árdua uma vez que o estado não dispunha de meios eficientes para “desvendar” as práticas 
delituosas cada vez mais complexas e orquestradas. 
No final do século XVIII e início do XIX, estudiosos da época já comentavam acerca 
da necessidade de uma espécie de um direito “premial”, que se traduz, em breve resumo, na 
possibilidade de conferir-se certos benefícios àqueles que colaborassem com as investigações 
de determinadas práticas criminosas, sendo tal instituto capaz de auxiliar o estado ineficiente a 
dar certo retorno a sociedade no que se refere a punição de criminosos e a descoberta de suas 
práticas delituosas. 
Rudolf Von Ihering (2004, p. 73), famoso jurista alemão cuja obra influenciou toda a 
cultura jurídica ocidental, há muito tempo atrás já havia alertado aos juristas e operadores do 
direito sobre a necessidade de preocupação com o mencionado instituto, sendo este, para ele, 
um importante aliado no processo de busca pelo interesse social. Vejamos. 
Um dia, os juristas vão ocupar-se do direito premial. E farão isso quando, 
pressionados pelas necessidades práticas, conseguirem introduzir a matéria 
premial dentro do direito, isto é, fora da mera faculdade e do arbítrio. 
Delimitando-o com regras precisas, nem tanto no interesse do aspirante ao 
prêmio, mas, sobretudo, no interesse superior da coletividade. 
 
Com o passar do tempo o direito premial foi ganhando expressão e suas raízes e 
fundamentos passaram a ser cada vez mais desenvolvidos e incorporados nosordenamentos 
jurídicos. Com a crescente ascensão das Organizações Criminosas ao redor do mundo, à 
exemplo das precursoras Máfia Italiana, da Yakuza no Japão e da Tríade Chinesa, criaram-se 
novas normas, muitas delas em caráter emergencial, que visavam a colaboração do réu nos 
processos com o intuito de proporcionar uma investigação mais profunda dos crimes cometidos 
naquela modalidade em associação, uma vez que estes demonstravam ser sistemas complexos, 
com grandes quantidades de condutas e agentes. 
Em nosso país, ao longo do tempo vários foram os institutos que disciplinaram as 
diversas formas de colaboração do réu, ou até mesmo acusado, porém, uma das mais recentes 
legislações que tratou sobre o tema de maneira mais detalhada, até mesmo inovando em certos 
pontos, e cujo estudo é essencial para o objetivo deste trabalho, é a Lei 12.850/2013 (Lei de 
Combate às Organizações Criminosas), que tratou de aperfeiçoar o conceito da colaboração 
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premiada, tendo a doutrina, inclusive, estabelecendo subespécies desta, bem como também 
apresentou o conceito de organizações criminosas. 
Passado o momento histórico, devem ser apresentados os motivos pelos quais torna-se 
fundamental o estudo da colaboração premiada na forma que se propõe este trabalho. Portanto, 
é preciso comentar sobre os impactos que as atividades de organizações criminosas causam em 
uma sociedade. Em que pese o fato de a doutrinar apresentar diversas modalidades de 
organizações criminosas, fato é que em qualquer de suas espécies as organizações contam com 
um poder destrutivo impressionante, que afeta o funcionamento normal de uma sociedade. A 
criminalidade organizada por agentes públicos, em especial, vem ganhando destaque no cenário 
brasileiro, e é, sem sombra de dúvidas, uma das atividades mais maléficas à sociedade uma vez 
que atingem os recursos financeiros públicos causando prejuízos em áreas essenciais como 
saúde, educação e segurança pública. 
Conforme Geraldo Nunes Laprovitera Teixeira (2016, p. 65) “a corrupção no Brasil, 
causada principalmente por esta espécie de criminalidade “endógena”, atinge diretamente o 
próprio Estado Democrático de Direito e seus princípios basilares como a legalidade, 
publicidade, moralidade, eficiência, dentre outros”. Basta lembrar alguns dados divulgados pela 
operação “lava jato”, onde apontam a existência de R$ 10 bilhões de reais desviados e já 
recuperados, mais R$ 6 bilhões de reais reconhecidos pela Petrobrás como prejuízos com 
propinas. Em comparação, os valores somados (embora sejam apenas o conhecido pela 
operação), corresponderam ao orçamento do governo de São Paulo para o ano de 2018, ou seja, 
tais valores dariam para pagar cerca de noventa mil servidores durante um ano e ainda realizar 
investimentos nas áreas necessitadas. 
Neste diapasão, é preciso ainda comentar que com a promulgação da Constituição 
Federal de 88 o Ministério Público passou a ocupar relevante papel na defesa da sociedade. 
Deixou de ser apenas mero fiscal da ordem jurídica, passando a ser defensor não somente desta, 
mas dos interesses individuais e sociais, e do próprio estado democrático de direito, tendo sido 
a sua atuação, por via de consequência, atrelada aos objetivos fundamentais da república 
dispostos no art. 3º da constituição, dentre os quais figuram a busca por uma sociedade livre e 
justa, a garantia do desenvolvimento nacional e até mesmo a erradicação da marginalização. 
Neste contexto, não é difícil perceber que o papel ocupado pelo Ministério Público na 
luta contra o crime organizado torna-se extremamente relevante, uma vez que, conforme visto 
em momento anterior, são muitos os prejuízos causados a uma sociedade em virtude do 
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conjunto de atividades ilícitas exercidas por tais organizações. O instituto da colaboração 
premiada, portanto, passa a figurar como um dos principais elementos à disposição do 
Ministério Público no enfrentamento a esta modalidade criminosa, pois em virtude da 
complexidade da estrutura destas organizações a simples prisão dos envolvidos, ou apreensão 
dos ilícitos, não é capaz de solucionar o problema de forma definitiva. 
Tomemos como exemplo a “Lava Jato”, a operação que desvendou o maior esquema de 
corrupção em nosso país, envolvendo a prática de crimes como a formação de cartel, 
organização criminosa, evasão de divisas, corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. É 
notório que boa parte de seu conjunto de investigações somente alcançou os resultados que 
obteve por meio de técnicas específicas de investigação e principalmente de acordos de 
colaboração premiada, na forma de delação. 
Sendo assim, é evidente a importância do instituto da no combate ao crime organizado. 
A operação “Lava Jato” demonstrou na prática a efetividade do instrumento, quando posto às 
mãos do Ministério Público e demais órgãos investigativos, evidenciando a força e os resultados 
da colaboração premiada na luta contra a criminalidade organizada endógena. Porém, o 
combate a tais organizações não deve se restringir ao método da colaboração, sendo necessário 
outras medidas a ele associadas para garantir a maior eficácia de atuação e obtenção de 
resultados. 
 
5. METODOLOGIA 
As fontes literárias que tratam especificamente sobre o tema ora analisado são escassas, 
de modo que o trabalho se baseará principalmente em artigos e fontes disponíveis na internet. 
É imperioso ressaltar que, no que se refere a este aspecto acima exposto, serão tomadas as 
devidas precauções na seleção destas fontes. 
Quanto ao tipo de pesquisa, do ponto de vista dos seus objetivos, considera-se a adoção 
da pesquisa exploratória. Será realizado, inicialmente, um levantamento bibliográfico sobre o 
instituto da colaboração premiada e seus desdobramentos, para em seguida realizar um estudo 
sobre a forma de funcionamento do mencionado tema em determinados casos concretos a fim 
de que se possa delinear o tema. 
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Quanto ao método de pesquisa aplicado, este será hipotético-dedutivo. Após a realização 
do levantamento bibliográfico e do estudo de casos concretos, será realizada uma meticulosa 
análise daquilo que foi obtido para responder os questionamentos acerca do tema. 
 
6. CRONOGRAMA 
 
MESES/2019 ATIVIDADE 
Setembro Levantamento Bibliográfico. 
Outubro Análise e revisão do material. 
Novembro Leituras e fichamentos. 
Janeiro Leituras e fichamentos. 
Fevereiro Elaboração do trabalho. 
Março Elaboração do trabalho. 
Abril Revisão. 
Maio Entrega da redação final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível 
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 
29/09/2019. 
 
BRASIL. Lei 12.850, de 02 de agosto de 2013. Lei de Combate ao Crime Organizado. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2013/Lei/L12850.htm>. Acesso em: 29/09/2019. 
 
ARAS, Vladimir. Lavagem de Dinheiro: Prevenção e Controle Penal. Porto Alegre: Verbo 
Jurídico, 2011. 
 
DE LIMA, Renato Brasileiro. Legislação Especial Criminal Comentada. 2. ed. Salvador: 
Juspodivm, 2014. 
 
DE OLIVEIRA, Paulo César. O crime organizado no Brasil. 54. Trabalho de Conclusão de 
Curso – Faculdade de Educação e Ciências Humanas de Anicuns, Anicuns/GO, outubro de 
2005. 
 
GOMES, Luiz Flávio; SILVA, Marcelo Rodrigues da. Organizações criminosas e técnicas 
especiais de investigação: questões controvertidas, aspectos teóricos e práticos e análise 
da Lei 12.850/2013. Salvador: Juspodivm, 2015. 
 
IHERING, Rudolf Von. A Luta Pelo Direito. 23. ed. rev. Rio de Janeiro: Forense, 2004.MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime Organizado: Aspectos Gerais e Mecanismos 
Legais. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
MARCELINO, João Vinícius Oliveira. A Colaboração Premiada Como Mecanismo Eficaz 
no Combate às Organizações Criminosas. 2015. 55 f. Trabalho de conclusão de curso 
(monografia), Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Cacoal, 2015. Disponível em: < 
http://www.ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/406/1/JO%C3%83O%20VIN%C3%8DCIU
S%20OLIVEIRA%20MARCELINO.pdf >. Acesso em: 29/09/2019. 
 
TEIXEIRA, Geraldo Nunes Laprovitera. A Colaboração Premiada Como Instrumento do 
Ministério Público no Combate às Organizações Criminosas. Disponível em: 
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli
_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Cad-MP-CE_v.01_n.01_t.02.02.pdf>. 
Acesso em: 29/09/2019.