Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disc.: CCJ0035 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2019.2 (G) 1. (TRF3 2018) Sobre a jurisdição é CORRETO afirmar que: Ela é sempre uma atividade voltada à atuação do direito subjetivo em concreto Ela é sempre uma atividade voltada à atuação do direito objetivo em concreto Seu escopo social é a pacificação mediante a eliminação dos conflitos Seu escopo jurídico abrange a descoberta da verdade e a formação da coisa julgada material. Ela é invariavelmente uma atividade estatal a cargo do Poder Judiciário. Ela é sempre uma atividade voltada à atuação do direito subjetivo em concreto Ela é sempre uma atividade voltada à atuação do direito objetivo em concreto Errada. Em primeiro lugar: depende do autor. Para Cândido Rangel Dinamarco essa é, sim, a função da atividade jurisdicional. Ocorre que o próprio autor reconhece a existência de outras teorias, como a da justa composição da lide (op. cit., p. 251-252). Não se olvida, ainda, a corrente doutrinária que argumenta ser a jurisdição voluntária uma gestão pública de interesses privados – que, na medida em que dispensa o cumprimento da estrita legalidade, deixa de ser “atuação do direito objetivo em concreto”. E muito menos subjetivo em concreto. Seu escopo social é a pacificação mediante a eliminação dos conflitos Correta. “Isso não significa que a missão social pacificadora se dê por cumprida mediante o alcance de decisões, quaisquer que sejam e desconsiderando o teor das decisões tomadas. Entra aqui a relevância do valor justiça. Eliminar conflitos mediante critérios justos – eis o mais elevado escopo social das atividades jurídicas do Estado” (DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do processo. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2013. p. 191) Seu escopo jurídico abrange a descoberta da verdade e a formação da coisa julgada material. Errada. Para Cândido Rangel Dinamarco, a formação da coisa julgada material não é um fim em si mesmo; é um “atributo de imunização” da atividade jurisdicional com a qual se atingem os escopos que propõe. A coisa julgada, assim, é um pressuposto (op. cit., p. 108). A “descoberta da verdade”, bem como a discussão sobre a verdade a ela inerente, por sua vez, se insere no campo da cognição jurisdicional por meio da prova, não sendo um escopo propriamente dito. O escopo jurídico, para o autor, é a “atuação da vontade concreta da lei” (op. cit., p. 246). Ela é invariavelmente uma atividade estatal a cargo do Poder Judiciário. Errada. Com a vigência do CPC/2015 ganhou força a tese sobre a natureza jurisdicional da arbitragem, em razão do contido nos artigos 3º, §1º e 515, VII, ambos do diploma adjetivo. Este último prevê ser título executivo judicial a sentença arbitral. Por outro lado, é lição batida: os Poderes Legislativo e Executivo também exercem, excepcionalmente, a função judicante. Como exemplo clássico, tome-se a competência constitucional do Senado Federal para julgar o Presidente da República por crimes de responsabilidade (art. 52, I, da CF). Equivocada, portanto, a afirmação de que a jurisdição é exclusiva do Judiciário. 2. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará exceto: D - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; B - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; C - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente; E - a obrigatoriedade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. A - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; Avaliando 1 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL I segunda-feira, 23 de setembro de 2019 11:25 3. IADES 2017 - Em relação a jurisdição e ação, assinale a alternativa correta. A ação meramente declaratória é admissível, salvo na ocorrência de violação do direito. Errado [art. 20, CPC] O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade não está sujeito a decisão judicial, ainda que nos próprios autos. Errado [súmula 358, STJ] Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, mesmo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Errado [art. 18, CPC] O interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica, assim como da autenticidade ou da falsidade de documento. CERTO [art. 19, CPC] Para postular em juízo, é necessário ter interesse, legitimidade e possibilidade jurídica do pedido, sob pena de não apreciação do mérito da causa pelo órgão jurisdicional. Errado [art. 17, CPC] CPC Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Súmula 358, STJ, Enunciado O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. 4. Contrato de empreitada para a construção de quatro navios foi concluído, por razões fiscais e de captação de financiamentos, entre as subsidiárias estrangeiras da empresa brasileira e do estaleiro brasileiro que construirá os navios. O contrato, assinado em Budapeste, indica as leis brasileiras como aplicáveis e Budapeste como foro exclusivo do contrato. Em decorrência do atraso desmedido na entrega do primeiro navio, a empresa contratante rescinde o contrato e ingressa em juízo no Brasil, pleiteando do estaleiro, cuja sede é em Niterói, RJ, a devolução dos pagamentos já feitos. O estaleiro pode requerer a extinção do feito, por incompetência da justiça brasileira? Justifique sua escolha. e) N.D.A. d) Não, porque o contrato é regido pelo direito brasileiro. a) Sim, em razão da existência de cláusula de foro exclusivo. c) Não, porque o contrato seria cumprido no Brasil. b) Sim, porque o contrato foi assinado no exterior. Dois dispositivos legais preveem que, quando a obrigação tiver que ser cumprida no Brasil, a justiça brasileira será competente para resolver os litígios dessa relação. O primeiro dispositivo é o artigo 21, II do Código de Processo Civil, em que se lê: Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: ... II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; => Competência cumulativa. O segundo dispositivo encontra-se na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, em seu artigo 12: Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. Entretanto, o artigo 25, CPC, dispõe que: Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. § 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. Com base no artigo 25 combinado com o artigo 21, conclui-se que a existência de foro exclusivo para competência cumulativa remove a competência da jurisdição nacional. 5. Paulo promove ação pelo procedimento ordinário em face de Pedro. O processo é distribuído para o Juízo da Comarca do local onde é domiciliadoo autor. Regularmente citado, o réu apresenta contestação, sem aduzir qualquer irregularidade quanto à distribuição. No curso do processo, o réu, verificando que determinada prova que desejaria produzir seria extremamente custosa, pois deveria ser realizada no seu domicílio, apresenta requerimento ao juiz postulando o deslocamento do processo, de forma definitiva, para a Comarca do seu domicílio. Ao final do processo, o requerimento restou indeferido. O fundamento da decisão judicial que indeferiu o requerimento foi estabelecido com base no fenômeno da(o) prorrogação de competência incompetência absoluta deslocamento da competência incidente de incompetência conflito de competência PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA – CORRETA – Artigo 114 do CPC: Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais. Ocorrerá a prorrogação da competência se a parte (normalmente o réu) não opuser a exceção declinatória de foro ou de juízo. Sendo assim, o juiz que não era competente, passa a ser. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA – INCORRETA – Artigo 113 do CPC: A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. A competência é considerada absoluta, em princípio, quando fixada em razão da matéria, em razão da pessoa ou pelo critério funcional. A competência absoluta é inderrogável, não podendo ser modificada. A incompetência absoluta deve ser declara de ofício e pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. DESLOCAMENTO DA COMPETÊNCIA – INCORRETA – Artigo 109, § 5º da Constituição Federal: Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. O incidente de deslocamento de competência mais conhecido como a federalização das graves violações aos direitos humanos é um mecanismo que permite o deslocamento de processo ou inquérito do âmbito estadual para o âmbito federal, desde que se esteja diante de uma grave violação aos direitos humanos e sob o risco de responsabilização internacional. INCIDENTE DE INCOMPETÊNCIA – INCORRETA – A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. As exceções de incompetência visam afastar o Juízo relativamente incompetente. CONFLITO DE COMPETÊNCIA – INCORRETA – Há conflito de competência: I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes; II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes; III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Conflito de competência é a ação para decidir qual autoridade judiciária tem poder para agir em determinada situação. A ação pode ser proposta pela parte interessada, pelo Ministério Público ou por uma das autoridades em conflito.
Compartilhar