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- REFRIGERAÇÃO MECÂNICA POR COMPRESSÃO DE GASES 3.1- Princípio de Funcionamento Assim como a compressão isentrópica de um gás acarreta seu aquecimento, a expansão isentrópica do mesmo pode provocar seu resfriamento, de acordo com a relação: T2/T1 = [ P2/P1](k-1)/k De acordo com a 1ª Lei da Termodinâmica: (Q = dU + (W Na etapa de compressão: - (W = dU ((Q = 0) Na etapa de expansão: (W = - dU ((Q = 0) Esta redução de energia interna (de natureza cinética) é que acarreta o abaixamento de temperatura. Entretanto, é necessário que o trabalho de expansão seja aproveitado externamente, pois caso o mesmo fosse transformado em calor de atrito, a temperatura do sistema seria praticamente a mesma. Para permitir funcionamento contínuo, a expansão com produção de trabalho é associada à compressão. Para isso, gás frigorígeno é comprimido até atingir uma temperatura superior à do meio ambiente, cedendo calor para este através de um trocador de calor de superfície. Expandindo-o novamente até a pressão inicial, obtém-se uma temperatura menor que a inicial, o que possibilitará a retirada de calor de um meio refrigerado. O ar é o principal fluido usado como agente refrigerante. Não há mudança de estado físico (somente trocas de calor sensível). - Equipamento e Operação Os componentes mínimos necessários para o funcionamento de um sistema de refrigeração por compressão de gases são: Compressor (CP) Trocador de Calor de Alta (TCA) Expansor Mecânico ou Motor a Ar Trocador de Calor de Baixa (TCB) Estes componentes são arranjados em série, conforme o esquema mostrado na Fig. abaixo: Quando o gás adotado é o ar, o circuito pode ser aberto: Se P1 = Patm, será necessária uma grande vazão de ar para remover a carga térmica e, consequentemente, maior deverá ser o tamanho dos equipamentos. - Ciclo Termodinâmico O ciclo termodinâmico seguido pelo fluido em evolução é constituído pelas quatro transformações seguintes: Compressão hipotèticamente isentrópica, consumindo um trabalho mecânico: 1W2 = - v.dP = - (H2 – H1) = - Cp(T2 – T1) Passagem pelo trocador de calor de alta (TCA), no qual o fluido cede para o meio ambiente a quantidade de calor: 2Q3 = - Cp(T2 –T3) = - (H2 – H3) Expansão hipoteticamente isentrópica, na qual o fluido em evolução devolve um trabalho mecânico utilizável externo: 3W4 = -v.dP = - (H4 – H3) = - Cp(T4 – T3) Passagem pelo trocador de calor de baixa (TCB), no qual o fluido retira do meio a refrigerar a quantidade de calor: 4Q1 = Cp(T1 – T4) = (H1 – H4) De acordo com a equação do 1º Princípio da Termodinâmica, podemos escrever: (QE ( (W Isto é, o trabalho mecânico utilizável externo consumido ao longo do ciclo será: W = 1W2 + 3W4 = 4Q1 + 2Q3 W = - (H2 – H1) – (H4 – H3) = (H1 – H4) – (H2 – H3) - Elementos de Cálculo Efeito Frigorífico (QE) É a quantidade de calor retirada do meio a refrigerar, por Kg de fluido em evolução. QE = 4 Q 1 = H1 – H4 = Cp.(T1 – T4) [Kcal/Kg] ou [KJ/Kg] Efeito Calorífico (QC) É a quantidade de calor cedida ao meio ambiente, por Kg de fluido em evolução. QC = 2Q3 = H2 – H3 = Cp(T2 – T3) [Kcal/Kg] ou [KJ/Kg] Efeito Mecânico (W) É a quantidade de calor correspondente ao trabalho mecânico em jogo, por Kg de fluido em evolução. W = 2Q3 – 4Q1 = (H2 – H3) – (H1 – H4) = Cp[(T2 – T3) – (T1 – T4)] [Kcal/Kg] Coeficiente de Efeito Frigorífico (() É a relação entre o Efeito Frigorífico e o Efeito Mecânico. 4Q1 = H1 – H4 = T1 – T4 W (H2 – H3) – (H1 – H4) (T2 –T3) – (T1 – T4) Como, ao longo das isentrópicas 1(2 e 3(4, verifica-se: T2/T1 = T3/T4 = [p2/p1](k-1)/k ( = [T1(1 – T4/T1)] ([T2(1 – T3/T2) – T1(1 – T4/T1)] = T1 ( (T2 – T1) ( = 1 ( [(p2/p1)(k-1)/k – 1] Para o caso do ciclo ideal de CARNOT ((máx), as trocas térmicas 2Q3 e 4Q1 se verificariam isotérmicamente, às temperaturas mais próximas T2 e T1. (Carnot = [4Q1] ([2Q3 – 4Q1] = T1 ([T3 – T1] ( T1 ( [T2 – T1] Rendimento do Ciclo ((ciclo) É a relação entre os coeficientes de efeito frigorífico do ciclo teórico e o do ciclo de Carnot. (ciclo = ( / (carnot = (T3 – T1) ( (T2 –T1) Chamando de Gh o peso de fluido em evolução, na unidade de tempo (hora) ou (segundo), podemos definir: Potência Frigorífica da Instalação (PF): PF = Gh. 4Q1 = Gh.(H1 – H4) [Kcal/h] ou [KJ/s] Potência Calorífica da Instalação (Pc): Pc = Gh.2Q3 = Gh.(H2 – H3) [Kcal/h) ou [KJ/s] Potência Mecânica Teórica (Pm): Pm(t) = Gh. W = Gh.[(H2 – H1) – (H3 – H4)] [Kcal/h] ou [KJ/s] Pm(t) = [Gh.W] ((632) [CV] Pm(t) = [Gh.W] ((641) [HP] Rendimento Frigorífico Teórico da Instalação ((f) (f = Pf/Pm(t) = [Gh.4Q1] ([(Gh.W)/632] = 632.( - Ciclo Real Na realidade, devido aos atritos internos, que se verificam durante as fases de compressão e expansão, estas não se verificam isentrópicamente. Nestas condições, mesmo teóricamente – não considerando os rendimentos de natureza mecânica – não só o trabalho de compressão é maior, como o de expansão é menor do que o apresentado anteriormente. Efeito Frigorífico Real: 4’Q1 = H1 – H4’ Efeito Calorífico Real: 2’Q3 = H2’ – H3 Efeito Mecânico Real: W = (H2’ – H1) – (H3 – H4’) Coeficiente de Efeito Frigorífico Real: (real = 4’Q1 (W = [H1 – H4’] ( [(H2’ – H1) – (H3 – H4’)] Rendimento Adiabático de Compressão: (a,c = [H2 – H1] ( [H2’ – H1] Rendimento Adiabático de Expansão: (a,e = [H4’ –H3] ( [H4 – H3] Efetuando transformações, podemos obter: ( = (H1 – H4) – (1 - (a,e).(H3 – H4) (H2 – H1) - (a,e.(H3 – H4) (a,c A expressão anterior mostra que, para (a ( 90%, ( é cerca de 20 vezes menor que o calculado considerando o processo isentrópico. Fixando T1 e T3 (fontes fria e quente): para baixas relações de compressão, “(” é reduzido, podendo ser anulado quando T4’ = T1. aumentando indefinidamente a relação de compressão, o valor de “(” também se anula, pois enquanto T2 cresce indefinidamente (trabalho), T4 e T4’ são limitados pelo ZERO ABSOLUTO (0°K). Pode-se concluir, então, que existe uma relação ótima de pressões para a qual o valor de “(” é máximo. Esta relação depende tanto das temperaturas limites (T1 e T3), como dos rendimentos adiabáticos. Para: (a ( 0,80 a 0,90 P2/P1 = 4,0 a 4,5 Exemplo de aplicação do resfriamento do ar por expansão: Turbinamento de motor de combustão interna. 3.6 - Aplicação CICLO PARA LIQUEFAÇÃO DE GASES CONDIÇÕES PARA LIQUEFAZER UM GÁS: SUA TEMPERATURA TEM QUE ATINGIR VALORES INFERIORES À TEMPERATURA CRÍTICA; A PRESSÃO A QUE ESTÁ SUBMETIDO DEVE SER SUPERIOR À CORRESPONDENTE AO SEU “PONTO TRIPLICE”. PARA OS GASES PERMANENTES: A PRESSÃO DO PONTO TRIPLICE ATINGE VALORES EXÍGUOS. AS TEMPERATURAS CRÍTICAS SE SITUAM ENTRE –100°C E –200°C. PARA SE OBTER TEMPERATURAS TÃO BAIXAS SÃO USADOS DOIS PROCESSOS: PROCESSO DE LINDE - CONSISTE EM EXPANDIR O GÁS COMPRIMIDO SEM EXECUTAR TRABALHO EXTERIOR. B) PROCESSO DE CLAUDE - CONSISTE EM EXPANDIR O GÁS COMPRIMIDO EXECUTANDO TRABALHO EXTERIOR. PARA QUALQUER CASO, O OBJETIVO É CONVERTER O GÁS, QUE SE ENCONTRA NA PATM E TEMPERATURA AMBIENTE, (PONTO [1]), EM LÍQUIDO A ESTA MESMA PRESSÃO (PONTO [3]). SISTEMA CLAUDE UM GÁS QUE REALIZA UM TRABALHO EXTERNO AO EXPANDIR-SE, EXPERIMENTA UMA QUEDA DE TEMPERATURA MAIOR QUE SE EXPANDISSE EM UMAVÁLVULA DE ESTRANGULAMENTO. ESQUEMA E CICLO DO SISTEMA CLAUDE _1252936168.unknown _1252936341.unknown
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