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Manual de respostas livro Microeconomia Pindyck e Rubinfeld_16420697

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Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 1 
PARTE I 
INTRODUÇÃO: 
MERCADOS E PREÇOS 
CAPÍTULO 1 
ASPECTOS PRELIMINARES 
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR 
 O objetivo dos dois primeiros capítulos é relembrar aos alunos os conceitos de 
microeconomia que eles estudaram no curso introdutório de economia: o Capítulo 1 trata do tema 
geral da economia, enquanto o Capítulo 2 desenvolve a análise da oferta e da demanda. O uso de 
exemplos no Capítulo 1 propicia aos alunos uma maior compreensão de conceitos econômicos 
abstratos. Nos exemplos desse capítulo discutem-se o mercado de remédios (Seção 1.2), o 
lançamento de um novo automóvel (Seção 1.4), a elaboração de padrões para a emissão de 
poluentes pelos automóveis (Seção 1.4), o salário mínimo (Seção 1.3) e os preços reais e nominais 
de ovos e educação (Seção 1.3). A discussão desses e de outros exemplos é uma forma útil de rever 
alguns conceitos econômicos importantes, como a escassez, os trade-offs, a construção de modelos 
econômicos para explicar o processo de tomada de decisões de consumidores e empresas e a 
diferença entre mercados competitivos e não competitivos. As Partes I e II do texto pressupõem a 
existência de mercados competitivos; o poder de mercado é discutido na Parte III, e algumas 
conseqüências dele são analisadas na Parte IV. 
 A Questão para Revisão 2 ilustra a diferença entre análise positiva e normativa e pode 
incentivar discussões bastante produtivas em sala de aula. Outros exemplos para discussão podem 
ser encontrados em Kearl, Pope, Whiting, e Wimmer, “A confusion of Economists”, American 
Economic Review, maio de 1979. 
 O capítulo termina com uma discussão sobre preços reais e nominais. Uma vez que vamos 
continuamente nos referir a preços em dólares nos capítulos seguintes, os alunos devem entender 
que falamos de preços em relação a algum padrão, que, nesse caso específico, trata-se de dólares 
de um determinado ano. 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. Diz-se freqüentemente que uma boa teoria é aquela que pode ser refutada pelos fatos, por 
meio de investigações empíricas. Explique por que uma teoria que não pode ser avaliada 
empiricamente não é uma boa teoria. 
A avaliação de uma teoria envolve dois passos: primeiro, é necessário examinar a 
razoabilidade das hipóteses da teoria; depois, devem-se testar as previsões da teoria 
comparando-as com os fatos. Se uma teoria não pode ser testada, ela não pode ser 
aceita ou rejeitada. Logo, ela contribui muito pouco para nossa compreensão da 
realidade. 
2. Qual das seguintes afirmações envolve análise positiva e qual envolve análise normativa? 
Quais as diferenças entre os dois tipos de análise? 
a. O racionamento de gasolina (que fixa para cada indivíduo uma quantidade máxima 
de gasolina a ser comprada anualmente) é uma política insatisfatória do governo, pois 
interfere nas atividades do sistema do mercado competitivo. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 2 
A análise positiva descreve como as coisas são A análise normativa descreve como 
deveriam ser. A afirmação a combina os dois tipos de análise. Primeiro, a 
afirmação a apresenta um argumento positivo segundo o qual o racionamento de 
gasolina “interfere no funcionamento do sistema de mercado competitivo”. A 
análise econômica nos diz que uma restrição na oferta mudará o equilíbrio de 
mercado. Em seguida, é apresentada a afirmação normativa (ou seja, que envolve 
um julgamento de valor) de que o racionamento de gasolina é uma “política social 
ineficiente”. Dessa forma, a afirmação a faz um comentário normativo com base em 
uma conclusão derivada da análise econômica positiva da política. 
b. O racionamento de gasolina é uma política sob a qual o número das pessoas cuja 
situação piora é maior do que o número daquelas cuja situação melhora. 
A afirmação b é positiva porque declara qual é o efeito do racionamento de gasolina 
sem fazer nenhum julgamento de valor sobre quanto se deseja a política de 
racionamento. 
3. Suponhamos que o litro da gasolina comum custasse $0,20 a mais em Nova Jersey que em 
Oklahoma (cidades distantes geograficamente). Você acha que poderia existir uma 
oportunidade para arbitragem (isto é, a possibilidade de que as empresas comprassem 
gasolina em Oklahoma e depois a vendessem com lucro em Nova Jersey)? Por quê? 
Oklahoma e Nova Jersey representam mercados geográficos separados de gasolina 
devido à existência de custos de transporte elevados. Se os custos de transporte 
fossem zero, um aumento de preço em Nova Jersey levaria as empresas a comprar 
gasolina em Oklahoma e revender em Nova Jersey. É pouco provável, nesse caso, 
que a diferença nos custos de $0,20 por galão seja suficiente para criar uma 
oportunidade lucrativa de arbitragem, dada a existência de custos de transação e 
custos de transporte. 
4. No Exemplo 1.3, quais forças econômicas poderiam explicar a razão da queda do preço 
real dos ovos e do aumento do preço real do ensino universitário? De que forma tais 
mudanças de preço poderiam ter afetado as escolhas dos consumidores? 
O preço e a quantidade dos bens (por exemplo, ovos) e serviços (por exemplo, 
ensino universitário) são determinados pela interação entre oferta e demanda. O 
preço real dos ovos caiu, entre 1970 e 1985, devido a uma redução na demanda (os 
consumidores passaram a comprar alimentos que não provocam aumento de 
colesterol), a uma redução nos custos de produção (ocorreram avanços na 
tecnologia de produção de ovos) ou a ambos os fatores. Conseqüentemente, o preço 
dos ovos diminuiu em relação a outros alimentos. O preço real do ensino 
universitário aumentou devido ao aumento na demanda (as pessoas passaram a dar 
mais valor à educação), ao aumento no custo da educação (associado, por exemplo, 
a aumentos salariais para os funcionários) ou a ambos os fatores. 
5. Suponhamos que o iene japonês suba em relação ao dólar norte-americano, isto é, que seja 
necessário mais dólares para adquirir determinada quantidade de ienes japoneses. Explique 
por que tal fato simultaneamente aumentaria o preço real de automóveis japoneses para 
consumidores norte-americanos e reduziria o preço real de automóveis norte-americanos 
para consumidores japoneses. 
À medida que o valor do iene aumenta com relação ao dólar, é necessário mais 
dólares para adquirir um iene. Suponhamos que os custos da produção de 
automóveis tanto no Japão como nos Estados Unidos permaneçam constantes. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 3 
Como resultado da mudança na taxa de câmbio, a compra de um automóvel japonês 
com preço em ienes requer maior quantidade de dólares. Analogamente, a compra 
de um automóvel norte-americano com preço em dólares requer menor quantidade 
de ienes. 
6. O preço das ligações interurbanas caiu de $0,40 por minuto, em 1996, para $0,22 em 1999, 
uma redução de 45% ($0,18/$0,40). O Índice de Preços ao Consumidor aumentou 10% nesse 
mesmo período. O que ocorreu com o preço real do serviço telefônico? 
Consideremos que o IPC para 1999 seja de 1,1, o que reflete um aumento de 10% 
no nível de preço total. Para encontrar o preço real do serviço telefônico em cada 
período, deve-se dividir o preço nominal pelo IPC daquele ano. Para 1996, temos 
40/1, ou $0,40, e, para 1999, temos 22/1,1, ou $0,20. Portanto o preço real caiu de 
$0,40 para $0,20, uma diminuição de 50%. 
 
EXERCÍCIOS 
1. Decida se cada uma das proposições que se seguem é verdadeira ou falsa e explique a 
razão. 
a. As cadeias de fast-food, tais como McDonald’s, Burger King e Wendy’s, operam em 
todo o território norte-americano. Conseqüentemente, o mercado de fast-food é um 
mercado nacional (para os Estados Unidos). 
Essa afirmação é falsa. Geralmente, as pessoas consomem fast-food no local onde 
vivem e não percorrem longas distâncias dentro do país somente para adquirir uma 
refeição mais barata. Dado que há pouca possibilidade de arbitragem entre 
restaurantes de fast-food distantes entre si,é provável que haja múltiplos mercados 
de fast-food no país. 
b. As pessoas geralmente compram roupas na cidades em que vivem. É por isso que há 
um mercado em, digamos, Atlanta, distinto do mercado de roupas em Los Angeles. 
Essa afirmação é falsa. Embora não seja provável que os consumidores viajem 
grandes distâncias para comprar roupas, as empresas que as ofertam podem 
facilmente transportá-las de um lugar para outro. Assim, se as roupas são mais caras 
em Atlanta do que em Los Angeles, os fabricantes de roupas podem passar a vender 
em Atlanta, o que reduziria o preço nesse local. Ocasionalmente, pode haver um 
mercado para um item específico de vestuário em um mercado distante que resulta 
em uma grande oportunidade para a arbitragem, como o mercado para jeans na 
antiga União Soviética. 
c. Alguns consumidores preferem Pepsi-Cola, enquanto outros preferem Coca-Cola. 
Portanto, não existe um mercado único para refrigerantes do tipo 'cola'. 
Essa afirmação é falsa. Apesar da existência de preferências muito fortes por 
determinada marca de refrigerante do tipo 'cola', as semelhanças entre as marcas 
são suficientes para constituir um único mercado. Há consumidores que não têm 
uma forte preferência por determinada marca desse tipo de refrigerante e outros 
que, mesmo apresentando alguma preferência, são influenciados pelos preços ao 
tomar suas decisões de consumo. Em virtude dessas possibilidades, os preços dos 
refrigerantes do tipo 'cola' não tendem a divergir significativamente, em especial no 
caso da Coca-Cola e da Pepsi-Cola. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 4 
2. A tabela seguinte mostra o preço médio da venda da manteiga e o Índice de Preços ao 
Consumidor de 1980 a 2001. 
ˇ 1980 1985 1990 1995 2000 2001 
IPC 100 130,58 158,56 184,95 208,98 214,93 
Preço da manteiga (com 
sal, qualidade AA, por 
libra) 
$1,88 $2,12 $1,99 $1,61 $2,52 $3,30 
 Fonte: Bureau of Labor Statistics. 
a. Calcule o preço real da manteiga em dólares de 1980. O preço real da manteiga subiu, 
caiu ou permaneceu estável desde 1980? 
Preço real da manteiga no ano X = X ano no nominal preço*
anoX
1980
IPC
IPC
. 
1980 1985 1990 1995 2000 2001 
$1,88 $1,62 $1,25 $0,87 $1,21 $1,54 
Desde 1980 o preço real da manteiga diminuiu. 
b. Qual foi a variação percentual do preço real da manteiga (em dólares de 1980) entre 
1980 e 2001? 
Variação percentual no preço real entre 1980 e 2001 = 
0,80 0,88
0,09 9%
0,88

    . 
c. Converta o IPC para 1990 = 100 e determine o preço real da manteiga em dólares de 
1990. 
Para converter o IPC para 1990=100, divida o IPC de cada ano pelo IPC de 1990. 
Use a fórmula do item a e os novos valores do IPC, apresentados a seguir, para 
calcular o preço real da manteiga.0 
Novo IPC 1980 63,1 Preço real da manteiga 1980 $2,98 
 1985 82,3 1985 $2,58 
 1990 100 1990 $1,99 
 1995 116,6 1995 $1,38 
 2000 131,8 2000 $1,91 
 2001 135,6 2001 $2,43 
d. Qual foi a variação percentual do preço real da manteiga (em dólares de 1990) entre 
1980 e 2001? Compare o resultado com o obtido na resposta ao item b. O que você 
nota? Explique. 
Variação percentual do preço real entre 1980 e 2001 = 
1,26 1,39
0,093 9,3%
1,39

    . Essa resposta é praticamente idêntica (com exceção 
de erros de arredondamento) à resposta do item b. O ano escolhido como base não 
afeta o resultado. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 5 
 
3. Quando este livro foi impresso, o salário mínimo norte-americano era de $5,15 por hora. 
Para encontrar os valores correntes do IPC norte-americano, visite o site 
http://www.bls.gov/top20.html. Dê um clique em "Consumer Price Index — All Urban 
Consumers (Current Series)" e selecione "U.S. All". Isso permitirá obter o IPC norte-
americano de 1913 até o hoje. 
a. Com os valores obtidos, calcule o salário mínimo atual em termos reais, em dólares de 
1990. 
Salário mínimo real em 2003 = .13,4$15,5
163
7,130
15,5
IPC
IPC
2003
1990  
b. Qual o percentual da variação do salário mínimo real de 1985 até o presente, em 
termos de dólares de 1990? 
Suponha que o salário mínimo em 1985 fosse $3,35. Logo, 
salário mínimo real em 1985 = 07,4$35,3*
6,107
7,130
35,3*
IPC
IPC
1985
1990  . 
A variação percentual no salário mínimo real foi, então: 
1,5% de cercaou ,0147,0
07,4
07,413,4


. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 6 
CAPÍTULO 2 
OS FUNDAMENTOS DA OFERTA E DA DEMANDA 
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR 
 Este capítulo apresenta uma revisão dos fundamentos da oferta e da demanda que os alunos devem 
ter estudado no curso introdutório de economia. O tempo a ser gasto neste capítulo depende do grau de 
profundidade da revisão que os alunos necessitam. A abordagem deste capítulo se diferencia da abordagem 
padrão dos fundamentos da oferta e da demanda feita na maioria dos livros-texto de microeconomia em 
nível intermediário, pois discute alguns dos principais mercados mundiais (trigo, gasolina e automóveis) e 
ensina os estudantes a analisar esses mercados com as ferramentas da oferta e da demanda. As aplicações da 
teoria a situações reais contribuem de forma significativa para a compreensão dos conceitos teóricos. 
 Os alunos costumam encontrar algumas dificuldades para compreender a análise de oferta e 
demanda. Uma das principais fontes de confusão refere-se à distinção entre movimentos ao longo da curva 
de demanda e deslocamentos da demanda. É importante discutir a hipótese de ceteris paribus, enfatizando 
que, ao representar uma função de demanda (por meio de um gráfico ou de uma equação), todas as demais 
variáveis são mantidas constantes. Os movimentos ao longo da curva de demanda ocorrem apenas devido a 
mudanças no preço. Quando as demais variáveis mudam, toda a função de demanda se desloca. Pode ser 
útil discutir um exemplo em que a função de demanda dependa diretamente de outras variáveis além do 
preço do bem, tais como a renda e o preço de outros bens. Isso ajuda os alunos a compreender que essas 
outras variáveis efetivamente afetam a função de demanda, estando ‘escondidas’ no intercepto da função de 
demanda linear. O Exemplo 2.9 apresenta um exemplo de função de demanda e oferta que dependem do 
preço de um produto substituto. Em particular, pode ser útil rever o método de solução de um sistema com 
duas equações e duas incógnitas. Cabe observar que esse é um bom momento para decidir o nível de 
matemática a ser utilizado em sala de aula. Caso se opte pela utilização intensiva de álgebra e cálculo, é 
recomendável fazer uma revisão dessa matéria antes de prosseguir. 
 Para enfatizar para os alunos os aspectos quantitativos da curva de demanda, deve-se fazer a 
distinção entre a quantidade demandada como função do preço, Q = D(P), e a função de demanda inversa, 
na qual o preço é função da quantidade demandada, P = D
-1
(Q). Dessa forma, a posição do preço no eixo Y 
e da quantidade no eixo X podem ficar mais claras. 
 Embora este capítulo apresente os conceitos de elasticidade de preço, elasticidade de renda e 
elasticidade cruzada, pode-se postergar a discussão da elasticidade de renda e cruzada até o Capítulo 4, 
quando o tema da elasticidade da demanda será retomado. O conceito de elasticidade apresenta muitas 
dificuldades para os estudantes; por isso, é útil explicitar claramente as razões pelas quais uma empresa 
poderia estar interessada em estimar uma elasticidade. Para tanto, pode-se usar exemplos concretos, como 
um artigo do Wall Street Journal, publicado no segundo trimestre de 1998, em que se discutia de que forma 
o conceito de elasticidade podia ser usado pela indústria cinematográfica para cobrar preços diferentes pelo 
ingresso para ver filmes diferentes. Dado que os estudantes universitários costumam assistir a muitos filmes, 
esse é um exemplo que desperta bbseu interesse. Cabe notar, por fim, que essa discussão pode ser adiada atéo momento em que se discutirá o conceito de receita. 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. Suponhamos que um clima excepcionalmente quente ocasione um deslocamento para a direita na 
curva da demanda de sorvete. Por que razão o preço de equilíbrio do sorvete aumentaria? 
Suponhamos que a curva de oferta se mantenha inalterada. O clima excepcionalmente 
quente causa um deslocamento para a direita da curva da demanda, gerando, no curto 
prazo, um excesso de demanda ao preço vigente. Os consumidores competirão entre si pelo 
sorvete, pressionando o preço para cima. O preço do sorvete aumentará até que a 
quantidade demandada e a quantidade ofertada sejam iguais. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 7 
D1 D2
P1
P2
S
Preço
Quantidade de sorveteQ1 = Q2
 
 
2. Utilize as curvas da oferta e da demanda para ilustrar de que forma cada um dos seguintes fatos 
afetaria o preço e a quantidade de manteiga comprada e vendida: 
a. Um aumento no preço da margarina. 
A maioria das pessoas considera a manteiga e a margarina bens substitutos. Um aumento 
do preço da margarina causará um aumento do consumo de manteiga, deslocando a curva 
da demanda de manteiga para a direita, de D
1
 para D
2
 na figura a seguir. Esse deslocamento 
da demanda causará o aumento do preço de equilíbrio de P
1
 para P
2
 e da quantidade de 
equilíbrio de Q
1
 para Q
2
. 
D1 D2
P1
P2
S
Preço
Quantidade de manteigaQ1 Q2
 
b. Um aumento no preço do leite. 
O leite é o principal ingrediente na fabricação da manteiga. Um aumento do preço do leite 
elevará o custo de produção da manteiga. A curva da oferta de manteiga será deslocada de 
S
1
 para S
2
 na figura a seguir, o que resultará em um preço de equilíbrio mais alto, P
2
, de 
modo que os custos mais elevados de produção serão cobertos, e em uma menor quantidade 
de equilíbrio, Q
2
. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 8 
D
P1
P2
S2
Preço
Quantidade de manteigaQ1Q2
S1
 
Figura 2.2.b 
Observação: Dado que a manteiga é produzida a partir da gordura extraída do leite, a 
manteiga e o leite são, na verdade, produtos complementares. Levando em consideração 
tal relação, a resposta a essa questão será diferente. Nesse caso, à medida que o preço do 
leite aumenta, a quantidade ofertada também aumenta. O aumento na quantidade ofertada 
de leite implica maior oferta de gordura para a produção de manteiga. Isso provoca um 
deslocamento da curva da oferta de manteiga para a direita e, conseqüentemente, uma 
diminuição do preço da manteiga. 
c. Uma redução nos níveis de renda média. 
Suponhamos que a manteiga seja um bem normal. Uma redução no nível de renda média 
causará um deslocamento da curva de demanda de manteiga de D
1
 para D
2
. Isso resultará 
na redução no preço de equilíbrio de P
1
 para P
2
,e na quantidade de equilíbrio de Q
1
 para Q
2
. 
Veja a figura a seguir. 
3. Se um aumento de 3% no preço de sucrilhos causa uma redução de 6% na quantidade demandada, 
qual é a elasticidade da demanda de sucrilhos? 
A elasticidade da demanda é a variação percentual da quantidade demandada dividida pela 
variação percentual do preço. A elasticidade da demanda de sucrilhos é 


 
6
3
2 , o que é 
equivalente a dizer que um aumento de 1% no preço leva a uma diminuição de 2% na 
quantidade demandada. Essa é a região elástica da curva da demanda, onde a elasticidade 
da demanda é maior que –1,0. 
4. Explique a diferença entre um deslocamento da curva da oferta e um movimento ao 
longo dela. 
Um movimento ao longo da curva da oferta é provocado por uma mudança no 
preço ou na quantidade do bem, uma vez que estes são as variáveis nos eixos. Um 
deslocamento da curva da oferta é provocado por qualquer outra variável 
relevante que provoque uma alteração na quantidade ofertada a qualquer preço 
dado. Alguns exemplos de variáveis são alterações nos custos de produção e um 
aumento do número de empresas que ofertam o produto. 
5. Explique por que, no caso de muitas mercadorias, a elasticidade de preço da oferta é maior no 
longo prazo do que no curto prazo. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 9 
A elasticidade da oferta é a variação percentual na quantidade ofertada dividida pela 
variação percentual no preço. Um aumento no preço leva à elevação da quantidade 
ofertada pelas empresas. Em certos mercados, algumas empresas são capazes de 
reagir rapidamente e com custos baixos a mudanças no preço; outras empresas, 
porém, não conseguem reagir com a mesma rapidez, devido a restrições de 
capacidade produtiva no curto prazo. As empresas com restrição de capacidade no 
curto prazo apresentam elasticidade da oferta menor que a das demais; entretanto, 
no longo prazo, todas as empresas podem aumentar sua produção e, assim, ter uma 
elasticidade de preço maior no longo prazo. 
6. Por que razão as elasticidades da demanda no longo prazo são diferentes das elasticidades no curto 
prazo? Considere duas mercadorias: toalhas de papel e televisores. Qual das duas é um bem durável? 
Você esperaria que a elasticidade de preço da demanda das toalhas de papel fosse maior no curto ou 
no longo prazo? Por quê? Como deveria ser a elasticidade da demanda no caso dos televisores? 
A diferença entre as elasticidades de um bem no curto e no longo prazo é explicada pela 
velocidade com que os consumidores reagem a mudanças no preço e pelo número de bens 
substitutos disponíveis. O aumento no preço das toalhas de papel, um bem não-durável, 
levaria a uma reação pouco significativa dos consumidores no curto prazo. No longo prazo, 
porém, a demanda de toalhas de papel seria mais elástica, devido à entrada no mercado de 
novos produtos substitutos (tais como esponjas). Por sua vez, a quantidade demandada de 
bens duráveis, como os televisores, pode mudar drasticamente no curto prazo após uma 
mudança dos preços. Por exemplo, o efeito inicial do aumento no preço dos televisores 
poderia ser o adiamento da compra de novos aparelhos. Mais cedo ou mais tarde, porém, os 
consumidores trocarão seus televisores antigos por aparelhos mais novos e modernos; logo, 
a demanda pelo bem durável deve ser mais inelástica no longo prazo. 
7. As afirmações a seguir são verdadeiras ou falsas? Explique sua resposta. 
a. A elasticidade da demanda é igual ao grau de inclinação da curva da demanda. 
Falsa. A elasticidade da demanda é a variação percentual da quantidade 
demandada para dada variação percentual do preço do produto. A inclinação da 
curva da demanda é a variação do preço para dada variação da quantidade 
demandada, medida em unidades de produção. Embora tenham definições 
similares, as unidades para cada medida são diferentes. 
b. A elasticidade de preço cruzada sempre será positiva. 
Falsa. A elasticidade de preço cruzada mede a variação percentual da quantidade 
demandada de um produto para dada variação percentual do preço de outro 
produto. Essa elasticidade será positiva para bens substitutos (um aumento do 
preço de cachorros-quentes provavelmente provocará um aumento da quantidade 
demandada de hambúrgueres) e negativa para bens complementares (um aumento 
do preço de cachorros-quentes provavelmente provocará uma diminuição da 
quantidade demandada de cachorros-quentes). 
c. A oferta de apartamentos é mais inelástica no curto prazo do que no longo prazo. 
Verdadeira. No curto prazo é difícil alterar a oferta de apartamentos em resposta a uma 
alteração do preço. Um aumento da oferta requer a construção de novos prédios de 
apartamentos, o que pode levar um ano ou mais. Uma vez que os apartamentos são um bem 
durável, no longo prazo uma mudança do preço induzirá os ofertantes a construir mais 
apartamentos (se o preço diminuir) ou adiar a construção (se o preço aumentar). 
8. Suponhamos que o governo regule os preços da carne bovina e de frango, tornando-os mais 
baixos do que seus respectivos níveis de equilíbrio de mercado. Explique resumidamente por que 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 10 
ocorreriaescassez dessas mercadorias e quais os fatores que determinariam a dimensão da 
escassez. O que ocorreria com o preço da carne de porco? Explique. 
Quando o preço de um bem é fixado abaixo do nível de equilíbrio de mercado, a quantidade 
que as empresas estão dispostas a ofertar é menor do que a quantidade que os consumidores 
desejam adquirir. A dimensão do excesso de demanda depende das elasticidades relativas 
da demanda e da oferta. Se, por exemplo, tanto a oferta quanto a demanda são elásticas, a 
escassez é maior do que no caso de ambas serem inelásticas. Dentre os fatores que 
determinam tais elasticidades e, portanto, influenciam o excesso de demanda, estão a 
disposição dos consumidores a comer menos carne e a capacidade dos agricultores de 
diminuir a quantidade produzida. Os consumidores cuja demanda não seja atendida 
tentarão adquirir produtos substitutos, aumentando, assim, a demanda e o preço de tais 
produtos. Assim, diante da fixação dos preços da carne bovina e do frango abaixo do nível 
de equilíbrio de mercado, o preço da carne de porco deve aumentar, considerando-se que a 
carne de porco seja um substituto para a carne bovina e a de frango. 
9. Em uma pequena cidade universitária, o conselho municipal decidiu regulamentar os 
aluguéis a fim de reduzir as despesas dos estudantes com moradia. Suponhamos que o 
aluguel médio de equilíbrio de mercado, num contrato anual para um apartamento de dois 
quartos, fosse de $700 por mês, e que se esperasse um aumento para $900 dentro de um 
ano. O conselho municipal limita, então, o valor dos aluguéis ao nível atual, de $700 por 
mês. 
a. Desenhe um gráfico de oferta e demanda para ilustrar o que acontecerá ao preço 
dos aluguéis após a imposição do controle. 
O preço dos aluguéis permanecerá no antigo nível de equilíbrio de $700 por mês. 
O aumento esperado, para $900 por mês, pode ter sido causado por um aumento 
da demanda. Se isso for verdade, o preço de $700 estará abaixo do novo equilíbrio 
e haverá uma escassez de apartamentos. 
b. Você acha que essa política vai beneficiar todos os estudantes? Por quê? 
Vai beneficiar os estudantes que conseguirem um apartamento, embora eles possam achar 
que os custos da busca de um apartamento são mais altos, dada a escassez de apartamentos. 
Os estudantes que não conseguirem um apartamento podem enfrentar custos mais altos em 
conseqüência do fato de terem de morar fora da cidade universitária. O aluguel que eles 
pagarão pode ser mais caro e os custos de transporte podem ser mais altos. 
10. Durante uma discussão sobre anuidades, uma funcionária da universidade argumenta que a 
demanda por vagas é completamente inelástica ao preço. Como prova disso, ela afirma que, embora a 
universidade tenha duplicado o valor das anuidades (em termos reais) nos últimos 15 anos, não houve 
redução nem no número nem na qualidade dos estudantes que vêm se candidatando às vagas. Você 
aceitaria essa argumentação? Explique de forma resumida. (Dica: a funcionária faz uma afirmação a 
respeito da demanda por vagas, mas será que ela realmente está observando uma curva de demanda? 
O que mais poderia estar ocorrendo?) 
Se a demanda é constante, a empresa individual (a universidade) pode determinar o formato 
da curva da demanda com que se defronta aumentando o preço e analisando as variações na 
quantidade vendida. A funcionária da universidade não está observando a curva da 
demanda inteira, mas apenas o preço e a quantidade de equilíbrio nos últimos 15 anos. Se a 
demanda se desloca para cima, à medida que também a oferta se desloca para cima, a 
demanda pode assumir qualquer valor. (Veja a Figura 2.7, por exemplo.) A demanda pode 
estar se deslocando para cima pelo fato de que o valor do ensino universitário aumentou e 
os estudantes desejam pagar um preço alto por vaga. Seria necessária uma pesquisa de 
mercado mais extensa para se concluir que a demanda é completamente inelástica ao preço. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 11 
S1976
Preço
Quantidade 
S1986
S1996
D1996
D1986
D1976
 
 
11. Suponhamos que a curva de demanda por um produto seja dada pela seguinte equação 
Q=10 – 2P + Ps, 
onde P é o preço do produto e Ps é o preço do bem substituto. O preço do bem substituto é de $2,00. 
a. Suponhamos que P = $1,00. Qual é a elasticidade de preço da demanda? Qual é a elasticidade 
de preço cruzada da demanda? 
Primeiro, é preciso calcular a quantidade demandada ao preço de $1,00. 
Q=10–2(1)+2=10. 
Elasticidade de preço da demanda = 2,0
10
2
)2(
10
1



P
Q
Q
P
. 
Elasticidade de preço cruzada da demanda = 2,0)1(
10
2



S
S
P
Q
Q
P
. 
b Suponhamos que o preço do bem, P, suba para $2,00. Qual vem a ser, agora, a elasticidade de 
preço da demanda e a elasticidade de preço cruzada da demanda? 
Primeiro, é preciso calcular a quantidade demandada ao preço de $2,00: 
Q=10–2(2)+2=8. 
Elasticidade de preço da demanda = 5,0
8
4
)2(
8
2



P
Q
Q
P
. 
Elasticidade de preço cruzada da demanda = 25,0)1(
8
2



S
S
P
Q
Q
P
. 
12. Suponhamos que, em vez de uma demanda em declínio, tal qual assumido no Exemplo 2.8, um 
decréscimo no custo da produção de cobre faça com que a curva da oferta se desloque para a direita 
em 40%. Em quanto o preço do cobre mudará? 
Se a curva de oferta se desloca para a direita em 40%, então a nova quantidade ofertada 
será 140% da quantidade ofertada original, a qualquer preço. Por conseguinte, a nova curva 
de oferta é 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 12 
Q’ = 1,4(–4,5+16P) = –6,3+22,4P. Para calcular o novo preço de equilíbrio do cobre, 
considere a nova oferta igual à demanda, de modo que –6,3+22,4P=13,5–8P. Resolvendo 
para o preço: P= $0,65 por libra para o novo preço de equilíbrio. O preço diminuirá $0,10 
por libra, ou 13,3%. 
13. Suponhamos que a demanda por gás natural seja perfeitamente inelástica. Qual seria o efeito, se é 
que haveria algum, de controles sobre o preço do gás natural? 
Se a demanda por gás natural for perfeitamente inelástica, então a curva da demanda será 
vertical. Os consumidores vão demandar uma determinada quantidade e pagarão qualquer 
preço por ela. Neste caso, um controle de preços não terá nenhum efeito sobre a quantidade 
demandada. 
 
EXERCÍCIOS 
1. Suponhamos que a curva da demanda por um produto seja dada por Q = 300 – 2P + 4I, 
onde I é a renda média medida em milhares de dólares. A curva da oferta é Q = 3P – 50. 
a. Se I = 25, calcule o preço e a quantidade de equilíbrio de mercado para o produto. 
Dado que I = 50, a curva da demanda torna-se Q=300-2P+4*25, ou Q=400-2P. 
Igualando a demanda à oferta, podemos solucionar para P e então obter Q: 
400-2P=3P-50 
P=90 
Q=220. 
b. Se I = 50, calcule o preço e a quantidade de equilíbrio de mercado para o produto. 
Dado que I = 50, a curva da demanda torna-se Q=300-2P+4*50, ou Q=500-2P. 
Igualando a demanda à oferta, podemos solucionar para P e então obter Q: 
500-2P=3P-50 
P=110 
Q=280. 
c. Desenha um gráfico que ilustre suas respostas. 
O preço e a quantidade de equilíbrio são encontrados na intersecção da curva da 
demanda com a da oferta. Quando o nível de renda aumenta na parte b, a curva da 
demanda se desloca para cima e para a direita. A intersecção da nova curva da 
demanda com a curva da oferta é o novo ponto de equilíbrio. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 13 
2. Considere um mercado competitivo no qual as quantidades anuais demandadas e ofertadas a 
diversos preços sejam as seguintes: 
 
Preço 
(em dólares) 
Demanda 
(em milhões) 
Oferta 
(em milhões) 
 60 22 14 
 80 20 16 
100 18 18 
120 16 20 
a. Calcule a elasticidade de preço da demanda quando o preço for $80 e também quando for 
$100. 
Sabemos que a elasticidade de preço da demanda pode ser calculada por meio da equação 
2.1 expressa no livro: 
E
Q
Q
P
P
P
Q
Q
P
D
D
D
D
D 




. 
Com um aumento de $20 em cada preço, a quantidadedemandada diminui em 2. Logo, 
1,0
20
2










P
QD 
Ao preço P = 80, a quantidade demandada é igual a 20 e 
40,0)1,0(
20
80






DE 
Similarmente, ao preço P = 100, a quantidade demandada é igual a 18 e 
56,0)1,0(
18
100






DE 
b. Calcule a elasticidade de preço da oferta quando o preço for $80 e também quando for $100. 
A elasticidade da oferta é dada por: 
E
Q
Q
P
P
P
Q
Q
P
S
S
S
S
S 




. 
Com um aumento de $20 em cada preço, a quantidade ofertada aumenta em 2. Logo, 
1,0
20
2








P
QS 
Ao preço P = 80, a quantidade ofertada é igual a 16 e 
5,0)1,0(
16
80






SE 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 14 
Similarmente, ao preço P = 100, a quantidade ofertada é igual a 18 e 
56,0)1,0(
18
100






SE 
c. Quais são o preço e a quantidade de equilíbrio? 
O preço e a quantidade de equilíbrio são dados pelo ponto em que a quantidade ofertada é 
igual à quantidade demandada ao mesmo preço. Como vemos na tabela, o preço de 
equilíbrio é $100 e a quantidade de equilíbrio é 18 milhões. 
d. Suponhamos que governo estabeleça um preço máximo de $80. Será que haverá escassez? Em 
caso afirmativo, qual será sua dimensão? 
Com um preço máximo de $80, os consumidores desejam adquirir 20 milhões; entretanto, 
os produtores fornecerão apenas 16 milhões. Isso resultará em uma escassez de 4 milhões. 
3. Considere o exemplo 2.5 sobre o mercado do trigo. No final de 1998, tanto o Brasil quanto a 
Indonésia abriram seus mercados de trigo para os fazendeiros norte-americanos. Suponhamos que 
esses novos mercados adicionem 200 milhões de bushels de trigo à demanda dos Estados Unidos. Qual 
será o preço de mercado livre do trigo e que quantidade será produzida e vendida pelos fazendeiros 
norte-americanos nesse caso? 
As seguintes equações descrevem o mercado do trigo em 1998: 
Q
S
 = 1.944 + 207P 
e 
Q
D
 = 3.244 – 283P. 
Se o Brasil e a Indonésia adicionassem 200 milhões de bushels à demanda de trigo dos 
Estados Unidos, a nova curva da demanda seria igual a Q
D
 + 200, ou 
QD = (3.244 – 283P) + 200 = 3.444 – 283P. 
Igualando a oferta à nova demanda, podemos determinar o novo preço de equilíbrio, 
1.944 + 207P = 3.444 – 283P, ou 
490P = 1.500, ou P* = $3,06122 por bushel. 
Para calcular a quantidade de equilíbrio, substitua o preço na equação da oferta ou na da 
demanda: 
Q
S
 = 1.944 + (207)(3,06122) = 2.577,67 
e 
Q
D
 = 3.444 – (283)(3,06122) = 2.577,67 
4. Uma fibra vegetal é negociada em um mercado mundial competitivo ao preço de $9 por libra. 
Quantidades ilimitadas estão disponíveis para a importação pelos norte-americanos a esse preço. A 
oferta e a demanda nos Estados Unidos são mostradas no quadro abaixo, considerando vários níveis 
de preço. 
Preço Oferta dos EUA Demanda dos EUA 
 (milhões de libras) (milhões de libras) 
3 2 34 
6 4 28 
9 6 22 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 15 
12 8 16 
15 10 10 
18 12 4 
 
a. Qual é a equação da demanda? Qual é a equação da oferta? 
A equação da demanda tem a seguinte especificação: Q=a–bP. Inicialmente, calculamos a 
inclinação, dada por 
Q
P

6
3
 2  b. 
Esse resultado pode ser verificado observando-se, na tabela, que sempre que o preço 
aumenta 3 unidades, a quantidade demandada cai 6 milhões de libras. A demanda é agora 
Q = a – 2P. Para determinar a, pode-se substituir Q e P por qualquer par de preço e 
quantidade demandada apresentado na tabela; por exemplo, Q = 34 = a–2*3, de modo que 
a=40 e a demanda é Q = 40 – 2P. 
A equação da oferta tem a especificação Q = c + dP. Inicialmente, calculamos a inclinação, 
dada por Q/P = 2/3 = d. 
Esse resultado pode ser verificado observando-se, na tabela, que sempre que o preço 
aumenta 3 unidades, a quantidade ofertada aumenta 2 milhões de libras. A oferta é agora 
Q  c 
2
3
P. Para determinar c, pode-se substituir Q e P por qualquer par de preço e 
quantidade ofertada apresentado na tabela: Q  2  c 
2
3
(3) de modo que c = 0 e a oferta 
é Q 
2
3
P. 
b. Ao preço de $9, qual é a elasticidade de preço da demanda? E ao preço de $12? 
A elasticidade da demanda para P = 9 é 
  82,0
22
18
2
22
9





P
Q
Q
P
 
A elasticidade da demanda para P = 12 é 
  5,1
16
24
2
16
12





P
Q
Q
P
 
c. Qual é a elasticidade de preço da oferta ao preço de $9 e ao preço de $12? 
A elasticidade da oferta para P = 9 é 
0,1
18
18
3
2
6
9









P
Q
Q
P
 
A elasticidade da oferta para P = 12 é 0,1
24
24
3
2
8
12









P
Q
Q
P
 
d. Em um mercado livre, qual será o preço e o nível de importação da fibra no mercado norte-
americano? 
Na ausência de restrições ao comércio, o preço nos Estados Unidos será igual ao preço 
mundial, ou seja, P = $9. A esse preço, a oferta nacional é de 6 milhões de libras, enquanto 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 16 
a demanda nacional é de 22 milhões de libras. Logo, as importações são de 16 milhões de 
libras, correspondentes à diferença entre demanda e oferta nacionais. 
5. Grande parte da demanda de produtos agrícolas dos Estados Unidos vem de outros países. Em 
1998, a demanda total de trigo era Q = 3.244 – 283P. Dentro disso, a demanda doméstica era Q
d
 = 
1.700 - 107P, e a oferta nacional era Q
S
 = 1.944 + 207P. Suponhamos que a demanda de exportação do 
trigo sofresse uma queda de 40%. 
a. Os fazendeiros norte-americanos ficariam preocupados com essa queda na demanda de 
exportação. O que aconteceria com o preço no mercado livre de trigo nos Estados Unidos? 
Será que os fazendeiros teriam razão em estar preocupados? 
Dada a demanda total, Q = 3.244 – 283P, e a demanda nacional, Q
d
 = 1.700 – 107P, 
podemos subtrair e determinar a demanda de exportação, Q
e
 = 1.544 – 176P. 
O preço de equilíbrio de mercado inicial é obtido igualando-se a demanda total à oferta: 
3.244 – 283P = 1.944 + 207P, ou 
P = $2,65. 
O melhor procedimento para tratar da queda da demanda de exportação em 40% é supor 
que a curva da demanda de exportação gira para baixo e para a esquerda em torno do 
intercepto vertical, de modo que a demanda diminui 40% para todos os preços, e o preço de 
reserva (o preço máximo que o país estrangeiro está disposto a pagar) não se altera. Se a 
curva da demanda se deslocasse para baixo e para a esquerda paralelamente à curva 
original, o efeito sobre o preço e a quantidade seria o mesmo em termos qualitativos, mas 
seria diferente em termos quantitativos. 
A nova demanda de exportação é 0,6Qe = 0,6(1.544 – 176P) = 926,4 – 105,6P. 
Graficamente, a demanda de exportação girou para dentro, conforme ilustrado na figura a 
seguir: 
 
 
Qe 
1.544 
 
926,4 
8,77 
P 
 
Igualando oferta total e demanda total, 
1.944 + 207P = 2.626,4 – 212,6P, ou 
P = $1,63, 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 17 
que é uma queda do preço de equilíbrio de $2,65 por bushel. A esse preço, a quantidade de 
equilíbrio é 2.280,65 milhões de bushels. A receita total diminuiu de $6.614,6 milhões para 
$3.709 milhões. Muitos fazendeiros ficariam preocupados. 
b. Agora, suponhamos que o governo dos Estados Unidos quisesse adquirir uma 
quantidade de trigo suficiente para elevar o preço a $3,50 por bushel. Com a queda 
na demanda de exportação, qual seria a quantidade de trigo que o governo teria de 
comprar? Quanto isso custaria ao governo? 
Com preço de $3,50, o mercado não está em equilíbrio. As quantidades 
demandada e ofertadas são 
QD = 2.626,4 – 212,6(3,5) = 1.882,3 e 
QS = 1.944 + 207(3,5) = 2.668,5. 
O excesso de oferta é, portanto, 2.668,5 – 1.882,3 = 786,2 milhões de bushels. O 
governo precisa adquirir essa quantidade para manter um preço de $3,50 e gastará 
$3,5(786,2 milhões) = $2.751,7 milhões por ano. 
6. A agência de controle de aluguéis da cidade de Nova York descobriu que a demanda agregada é: 
Q
D
 = 160 - 8P. A quantidadeé medida em dezenas de milhares de apartamentos, e o preço – o aluguel 
mensal médio – é expresso em centenas de dólares. A agência observou também que o aumento em Q 
para valores mais baixos de P é conseqüência de um maior número de famílias (de três pessoas) vindo 
de Long Island para a cidade, demandando apartamentos. A associação de corretores de imóveis da 
cidade reconhece que essa é uma boa estimativa da demanda, tendo mostrado que a expressão da 
oferta: Q
S
 = 70 + 7P. 
a. Se a agência e a associação estiverem certas a respeito da demanda e da oferta, qual seria o 
preço no mercado livre? Qual seria a variação na população da cidade caso a agência 
estabelecesse um aluguel mensal médio de $300 e todas as pessoas que não conseguissem 
encontrar um apartamento deixassem a cidade? 
Para calcular o preço do livre mercado de apartamentos, devemos igualar a oferta à 
demanda: 
160 – 8P = 70 + 7P, ou P = $600, 
pois o preço é medido em centenas de dólares. Inserindo o preço de equilíbrio na equação 
de oferta ou na de demanda, podemos determinar a quantidade de equilíbrio: 
Q
D
 = 100 – (8)(6) = 112 
e 
Q
S
 = 70 + (7)(6) = 112. 
Observa-se que, para um aluguel de $600, são alugados 1.120.000 apartamentos. Se a 
agência de controle de aluguéis fixar o aluguel em $300, a quantidade ofertada será de 
910.000 (Q
S
 = 70 + (7)(3) = 91), que corresponde a uma redução de 210.000 apartamentos 
em relação ao equilíbrio de livre mercado. (Supondo que houvesse três pessoas por 
apartamento, isso implicaria uma perda de 630.000 pessoas.) Para o aluguel de $300, a 
demanda de apartamentos é de 1.360.000 unidades; logo, verifica-se uma escassez de 
450.000 unidades (1.360.000 – 910.000). Entretanto, o excesso de demanda (escassez de 
ofertas) e uma menor quantidade demandada não são conceitos iguais. A escassez de 
ofertas significa que o mercado não é capaz de acomodar as novas pessoas que desejarem 
se mudar para a cidade ao novo preço mais baixo. Portanto, a população da cidade 
diminuirá em apenas 630.000 pessoas, em decorrência da queda no número de 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 18 
apartamentos de 1.120.000 (o velho valor de equilíbrio) para 910.000, ou 210.000 
apartamentos com três pessoas. 
b. Suponhamos que a agência ceda às solicitações da associação, estabelecendo um aluguel 
mensal de $900 para todos os apartamentos a fim de permitir aos proprietários uma taxa de 
retorno ‘razoável’. Se 50% de qualquer aumento no longo prazo da oferta de apartamentos 
surgir a partir de novas construções, quantos apartamentos serão construídos? 
Ao preço do aluguel de $900, a oferta de apartamentos será 70 + 7(9) = 133, ou 1.330.000 
unidades, que corresponde a um aumento de 210.000 unidades em relação ao equilíbrio de 
livre mercado. Logo, (0,5)(210.000) = 105.000 unidades seriam construídas. Entretanto, 
cabe ressaltar que, dada uma demanda de apenas 880.000 unidades, 450.000 unidades não 
seriam alugadas. 
7. Em 1998, os norte-americanos fumaram 470 bilhões de cigarros, ou 23,5 bilhões de maços. O preço 
médio de venda no comércio foi de $2 o maço. Estudos estatísticos mostraram que a elasticidade de 
preço da demanda era de –0,4 e que a elasticidade de preço da oferta era de 0,5. Usando essas 
informações, obtenha curvas de demanda e de oferta lineares para o mercado de cigarros. 
Sejam a curva de demanda Q = a – bP e a curva de oferta Q = c + dP, onde a, b, c e d são 
as constantes que você tem de calcular dadas as informações acima. Para começar, lembre-
se da fórmula da elasticidade de preço da demanda 
 
São fornecidos os valores da elasticidade, de P e de Q, o que significa que você pode 
resolver para a inclinação, que é b, na fórmula da curva da demanda acima. 
2
0,4
23,5
23,5
0,4 4,7 .
2
Q
P
Q
b
P

 

  
      
  
 
Para calcular a constante a, insira os valores de Q, P e b na fórmula acima tal que 23,5 = a 
– 4,7 * 2 e a = 32,9. A equação da demanda é, portanto, Q = 32,9 – 4,7P. Para encontrar a 
curva de oferta, lembre-se da fórmula da elasticidade da oferta e prossiga como acima: 
2
0,5
23,5
23,5
0,5 5,875 .
2
S
P
P Q
E
Q P
Q
P
Q
d
P






  
   
  
 
Para calcular a constante c, insira os valores de Q, P e d na fórmula acima de modo que 
23,5 = c + 5,875*2 e c = 11,75. A equação da oferta é, portanto, Q = 11,75 + 5,875P. 
8. No Exemplo 2.8, examinamos os efeito de uma queda de 20% na demanda do cobre sobre seu preço 
utilizando curvas da oferta e da demanda lineares que foram desenvolvidas na Seção 2.6. 
Suponhamos que a elasticidade de preço no longo prazo da demanda do cobre fosse de –0,4,em vez de 
–0,8. 
a. Mantendo a premissa feita anteriormente de que o preço e a quantidade de equilíbrio sejam, 
respectivamente, P* = $0,75 e Q* = 7,5 milhões de toneladas métricas por ano, calcule uma 
curva da demanda linear que seja coerente com a elasticidade, agora menor. 
EP
D

P
Q
Q
P
.
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 19 
Seguindo o método mostrado na Seção 2.6, resolvemos para a e b na equação de demanda 
Q
D
 = a – bP. Primeiro, sabemos que para uma função da demanda linear . 
Aqui, E
D
 = –0,4 (a elasticidade de preço no longo prazo), P* = 0,75 (o preço de equilíbrio) 
e Q* = 7,5 (a quantidade de equilíbrio). Resolvendo para b, 







5,7
75,0
4,0 b , ou b = 4. 
Para encontrar o intercepto, inserimos os valores de b, Q
D
 (= Q*), e P (= P*) na equação da 
demanda: 
7,5 = a – (4)(0,75), ou a = 10,5. 
A equação da demanda linear coerente com a elasticidade de preço no longo prazo de –0,4 
é, portanto, 
Q
D
 = 10,5 – 4P. 
b. Fazendo uso dessa curva da demanda, recalcule o efeito sobre o preço do cobre de uma queda 
de 20% em sua demanda. 
A nova demanda é 20% menor do que a original (utilizando nossa convenção de que a 
quantidade demandada é reduzida em 20% para qualquer preço): 
  0 , 8   10 , 5  4 P    8 , 4  3 , 2 P 
Igualando isso à oferta, 
8,4 – 3,2P = –4,5 + 16P ou 
P = 0,672. 
Com a queda de 20% na demanda, o preço do cobre cai para $ 0,672 por libra. 
9. O Exemplo 2.9 analisou o mercado mundial de petróleo. Utilizando os dados fornecidos naquele 
exemplo: 
a. Mostre que as curvas da demanda e da oferta competitiva no curto prazo podem realmente 
ser expressas por 
D = 24,08 – 0,06P 
S
C
 = 11,74 + 0,07P. 
Primeiro, considerando a oferta dos países que não são membros da Opep: 
S
c
 = Q* = 13. 
Com E
S
 = 0,10 e P* = $18, E
S
 = d(P*/Q*) implica d = 0,07. 
Inserindo os valores de d, S
c
 e P na equação da oferta, c = 11,74 e S
c
 = 11,74 + 0,07P. 
Similarmente, dado que Q
D
 = 23, E
D
 = –b(P*/Q*) = –0,05 e b = 0,06. Inserindo os valores 
de b, Q
D
 = 23 e P = 18 na equação da demanda, temos 23 = a – 0,06(18), de modo que a = 
24,08. 
Portanto, Q
D
 = 24,08 – 0,06P. 
b. Mostre que as curvas da demanda e da oferta competitiva no longo prazo podem realmente 
ser expressas por 
D = 32,18 – 0,51P 
ED  b
P *
Q*






QD
 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 20 
S
C
 = 7,78 + 0,29P. 
Como acima, E
S
 = 0,4 e E
D
 = –0,4: E
S
 = d(P*/Q*) e E
D
 = -b(P*/Q*), implicando 0,4 = 
d(18/13) e –0,4 = –b(18/23). Então, d = 0,29 e b = 0,51. 
Em seguida, resolva para c e a: 
S
c
 = c + dP e Q
D
 = a – bP, implicando 13 = c + (0,29)(18) e 23 = a – (0,51)(18). 
Então, c = 7,78 e a = 32,18. 
c. Em 2002, a Arábia Saudita passou a produzir 3 bilhões de barris de petróleo por ano como 
parte da produção da Opep. Suponhamos que uma guerra ou uma revolução fizesse com que 
a produção desse país fosse paralisada. Utilize o modelo desenvolvido anteriormente para 
calcular o que ocorreria com o preço do petróleo no curto e no longo prazo se a produção da 
Opep se reduzisse em 3 bilhões de barris por ano. 
Com a oferta da OPEP reduzida de 10 bb/ano para 7 bb/ano, insira essa oferta menor de 7 
bb/ano nas equações da oferta de curto e de longo prazo: 
S
c
 = 7 +S
c
 = 11,74 + 7 + 0,07P = 18,74 + 0,07P e S = 7 + S
c
 = 14,78 + 0,29P. 
Estas são equacionadas com a demanda de curto e de longo prazo, de modo que: 
18,74 + 0,07P = 24,08 – 0,06P, 
implicando que P = $41,08 no curto prazo e 
14,78 + 0,29P = 32,18 – 0,51P, 
implicando que P = $21,75 no longo prazo. 
10. Considere o Exemplo 2.10, que analisa os efeitos do controle de preços sobre o gás natural. 
a. Utilizando os dados disponíveis no exemplo, mostre que as seguintes curvas da oferta e da 
demanda realmente descreviam o mercado em 1975: 
Oferta: Q = 14 + 2P
G
 + 0,25P
P
 
Demanda: Q = –5P
G
 + 3,75P
P
 
onde P
G
 e P
P 
são, respectivamente, o preço do gás natural e o preço do petróleo. Verifique 
também que, se o preço do petróleo for de $8,00, essas curvas implicarão preço de equilíbrio 
de $2,00 para o gás natural. 
Para resolver este problema, nós aplicamos a análise feita na Seção 2.6 à definição de 
elasticidade cruzada da demanda dada na Seção 2.4. Por exemplo, a elasticidade cruzada da 
demanda por gás natural com relação ao preço do petróleo é: 
 
E 
GP  
 Q 
G 
 P 
P 
 
 
 
 
 
 
P 
P 
Q 
G 
 
 
 
 
 
 . 
  Q G 
 P P 
 
 
 
 
 
 é a mudança na quantidade de gás natural demandada, devido a 
uma pequena mudança no preço do petróleo. Para as equações de demanda lineares, 
  Q G 
 P P 
 
 
 
 
 
 
 é constante. Se representamos a demanda como: 
Q
G
 = a – bP
G
 + eP
P
 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 21 
(observe que a renda é mantida constante), então 
  Q G 
 P P 
 
 
 
 
 
 
 = e. Inserindo isso na fórmula da 
elasticidade cruzada, 
 
E 
PP  e 
P 
P 
* 
Q 
G 
* 
 
 
 
 
 
 
, onde 
*
PP e QG
* são o preço e a quantidade de equilíbrio. 
Sabemos que 
*
PP = $8 e QG
* = 20 trilhões de pés cúbicos (Tpc). Resolvendo para e, 







20
8
5,1 e , ou e = 3,75. 
Similarmente, se a forma geral da equação da oferta é representada por: 
Q
G
 = c + dP
G
 + gP
P
, 
a elasticidade cruzada da oferta é 
 
g 
P 
P 
* 
Q 
G 
* 
 
 
 
 
 
 
, que sabemos que é 0,1. Resolvendo para g, 







20
8
1,0 g , ou g = 0,25. 
Os valores para d e b podem ser calculados utilizando-se as equações 2,5a e 2,5b dadas na 
Seção 2.6. Sabemos que E
S
 = 0,2, P* = 2 e Q* = 20. Logo, 







20
2
2,0 d , ou d = 2. 
Além disso, E
D
 = -0,5, então, 







20
2
5,0 b , ou b = –5. 
Inserindo os valores de d, g, b e e em nossas equações da oferta e da demanda lineares, 
podemos resolver para c e a: 
20 = c + (2)(2) + (0,25)(8), ou c = 14, 
e 
20 = a – (5)(2) + (3,75)(8), ou a = 0. 
Se o preço do petróleo for $8,00, essas curvas implicam um preço de $2,00 no mercado 
livre de gás natural. Insira o preço do petróleo nas curvas da oferta e da demanda para a 
verificação dessas equações. Depois, iguale uma curva à outra e resolva para o preço do 
gás. 
14 + 2P
G
 + (0,25)(8) = –5P
G
 + (3,75)(8) 
7P
G
 = 14 
P
G
 = $2,00. 
 
b. Suponhamos que o preço regulamentado em 1975 para o gás fosse de $1,50 por mil pés 
cúbicos, em vez de $1. Qual teria sido a dimensão do excesso de demanda? 
Com o preço regulamentado de $1,50 para o gás natural e o preço do petróleo igual a $8,00 
por barril, 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 22 
Demanda: Q
D
 = (–5)(1,50) + (3,75)(8) = 22,5, e 
Oferta: Q
S
 = 14 + (2)(1,5) + (0,25)(8) = 19. 
Com uma oferta de 19 Tpc e uma demanda de 22,5 Tpc, haveria um excesso de demanda 
de 3,5 Tpc. 
 
c. Suponhamos que o mercado do gás natural não tivesse sido regulamentado. Se o preço do 
petróleo subisse de $8 para $16, o que teria ocorrido com o preço do gás natural no mercado 
livre? 
Se o preço do gás natural não tivesse sido regulamentado e o preço do petróleo tivesse 
subido de $8 para $16, então, 
Demanda: Q
D
 = –5P
G
 + (3,75)(16) = 60 – 5P
G
, e 
Oferta: Q
S
 = 14 + 2P
G
 + (0,25)(16) = 18 + 2P
G
. 
Igualando a oferta e a demanda e resolvendo para o preço de equilíbrio, 
18 + 2P
G
 = 60 – 5P
G
, ou P
G
 = $6. 
O preço do gás natural teria triplicado de $2 para $6. 
11. A tabela a seguir mostra os preço de varejo e as quantidades vendidas de café instantâneo e de 
café torrado referentes aos anos de 1997 e 1998. 
 
 Preço de varejo 
do café 
instantâneo 
Venda do café 
instantâneo 
Preço de varejo 
do café torrado 
Venda de café 
torrado 
Ano (dólar/libra) (milhões de 
libras) 
(dólar/libra) (milhões de 
libras) 
1997 10,35 75 4,11 820 
1998 10,48 70 3,76 850 
 
a. Empregando apenas esses dados, faça uma estimativa da elasticidade de preço no curto prazo 
da demanda de café torrado. Obtenha, também, uma curva da demanda linear para esse tipo de café. 
Para calcular a elasticidade, deve-se, primeiro, estimar a inclinação da curva da demanda: 
7,85
35,0
30
76,311,4
850820






P
Q
. 
Conhecendo a inclinação, podemos, então, estimar a elasticidade utilizando os dados de 
preço e quantidade mostrados na tabela acima. Dado que se presume que a curva da 
demanda seja linear, a elasticidade será diferente em 1997 e 1998, porque o preço e a 
quantidade são diferentes. Você pode calcular a elasticidade nos dois pontos e no ponto 
médio entre os dois anos: 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 23 
40,0)7,85(
835
935,3
2
2
38,0)7,85(
850
76,3
43,0)7,85(
820
11,4
9897
9897
98
97














P
Q
QQ
PP
E
P
Q
Q
P
E
P
Q
Q
P
E
Méd
p
p
p
 
Para derivar a curva da demanda de café torrado Q = a –bP observe que a inclinação da 
curva da demanda é –85,7 = –b. Para encontrar o coeficiente a, utilize qualquer um dos 
pontos da tabela acima de modo que a = 830+85,7*4,11 = 1.172,3 ou a = 850 + 85,7 * 3,76 
= 1.172,3. A equação da curva da demanda é, portanto, 
Q = 1.172,3 – 85,7P. 
b. Agora faça uma estimativa da elasticidade de preço no curto prazo da demanda de café 
instantâneo. Obtenha uma curva da demanda linear também para esse outro tipo de café. 
Para calcular a elasticidade, deve-se estimar, primeiro, a inclinação da curva da demanda: 
5,38
13,0
5
48,1035,10
7075






P
Q
. 
 
Conhecendo a inclinação, podemos, então, estimar a elasticidade utilizando os dados de 
preço e quantidade mostrados na tabela acima. Dado que se presume que a curva da 
demanda Q = a – bP seja linear, a elasticidade será diferente em 1997 e 1998, porque o 
preço e a quantidade são diferentes. Pode-se calcular a elasticidade nos dois pontos e no 
ponto médio entre os dois anos: 
97
98
97 98
97 98
10,35
( 38,5) 5,31
75
10,48
( 38,5) 5,76
70
10,4152 ( 38,5) 5,53
72,5
2
p
p
Méd
p
P Q
E
Q P
P Q
E
Q P
P P
Q
E
Q Q P

    


    



    
 
 
 
Para obter a curva da demanda de café instantâneo, observe que a inclinação da curva da 
demanda é –38,5 = –b. Para encontrar o coeficiente a, utilize qualquer um dos pontos da 
tabela acima de modo que a = 75 + 38,5 * 10,35=473,5 ou a = 70 + 38,5 * 10,48 = 473,5. A 
equação da curva da demanda é, portanto, 
Q = 473,5 – 38,5P. 
c. Qual tipo de café possui maior elasticidade de preço no curto prazo da demanda? Como isso 
pode ser explicado? 
O café instantâneo é significativamente mais elástico do que o café torrado. Na verdade, a 
demanda por café torrado é inelástica e a demanda por café instantâneo é elástica. O café 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 24 
torrado pode ter uma demanda inelástica no curto prazo, pois muitas pessoas consideram o 
café um bem necessário. Mudanças no preço do café torrado não afetarão drasticamente a 
demanda porque as pessoas precisam ter esse bem. Por outro lado, o café instantâneo pode 
ser visto, por muitos, como um substituto conveniente, mas imperfeito, para o café torrado. 
Por exemplo, se o preço desse tipo de café subir um pouco, a quantidade demandada cairá 
em uma grande porcentagem porqueas pessoas prefeririam tomar café torrado em vez de 
pagar mais por um substituto de qualidade inferior. 
PARTE II 
PRODUTORES, CONSUMIDORES E MERCADOS COMPETITIVOS 
CAPÍTULO 3 
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR 
 O Capítulo 3 fornece a base para a derivação da curva de demanda no Capítulo 4. Para que 
os alunos sejam capazes de entender a teoria da demanda, eles devem dominar os conceitos de 
curvas de indiferença, taxa marginal de substituição, linha do orçamento e escolha ótima do 
consumidor. É possível discutir as escolhas do consumidor sem aprofundar-se nos detalhes da 
teoria da utilidade. Para muitos estudantes, as funções de utilidade são um conceito mais abstrato 
do que as relações de preferência. No entanto, caso você pretenda discutir a questão da incerteza no 
Capítulo 5, precisará discutir antes o conceito de utilidade marginal (seção 3.5). Mesmo que você 
apresente apenas brevemente a teoria da utilidade, é importante que os alunos compreendam o 
conceito de utilidade, pois este aparecerá muitas vezes no Capítulo 4. 
 Ao introduzir o conceito de curva de indiferença, enfatize que os dois eixos representam 
quantidades físicas. Após estudar a oferta e a demanda, os alunos podem pensar que o preço 
deveria estar no eixo vertical. Para ilustrar as curvas de indiferença, escolha uma cesta inicial no 
gráfico e peça que os alunos apontem as cestas que os consumidores devem preferir em relação à 
cesta inicial e aquelas que devem ser consideradas inferiores à cesta inicial. Isso dividirá o gráfico 
em quatro quadrantes, o que tornará mais fácil para os alunos a visualização do conjunto de cestas 
às quais o consumidor é indiferente. É recomendável que sejam apresentados vários exemplos com 
diferentes tipos de bens, pedindo-se que os alunos desenhem as curvas de indiferença em cada 
caso. Os exemplos também são úteis para explicar a significância das hipóteses relativas às 
preferências; ao apresentar diferentes exemplos, você pode perguntar quais hipóteses seriam 
invalidadas. 
 A explicação do conceito de utilidade flui naturalmente a partir da discussão das curvas de 
indiferença. Apesar de tratar-se de um conceito abstrato, é possível transmitir aos alunos a essência 
dele em tempo relativamente curto. Para tanto, você pode apontar que o objetivo dos consumidores 
é maximizar sua utilidade diante de uma restrição orçamentária. Quando um consumidor vai a uma 
loja, escolhe a cesta de produtos preferida dentre aquelas que tem condições de adquirir. A partir 
disso, deriva-se a curva de demanda. Ressalte que, para o consumidor, o que importa é a 
ordenação, e não o valor absoluto da utilidade, e mostre que, se é possível desenhar uma curva de 
indiferença, certamente também é possível encontra uma equação para representá-la. Por fim, o 
mais importante é a taxa à qual os consumidores estão dispostos a substituir bens (a taxa marginal 
de substituição), que depende da satisfação relativa derivada do consumo de cada mercadoria em 
determinado momento. 
 A taxa marginal de substituição, TMS, é um conceito que pode confundir os alunos. Alguns 
deles confundem a TMS com a razão entre as quantidades das duas mercadorias. Quando isso 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 25 
ocorre, deve-se apontar que a inclinação é igual à razão entre a variação na quantidade medida no 
eixo vertical, Y, e a variação na quantidade do eixo horizontal, X. Essa razão é igual à razão dos 
interceptos de uma linha tangente à curva de indiferença. À medida que nos movemos ao longo de 
uma curva de indiferença convexa, esses interceptos e a TMS mudam. 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. Quais são as quatro premissas básicas sobre as preferências individuais? Explique o que 
cada uma significa. 
(1) As preferências são completas: significa que o consumidor pode comparar e 
ordenar todas as cestas possíveis; (2) as preferências são transitivas: significa que as 
preferências são consistentes, no sentido de que, se é preferível a cesta A à B e a B 
à C, então podemos concluir que é preferível a cesta A à C; (3) é melhor mais do 
que menos: significa que todas as mercadorias são desejáveis e que o consumidor 
sempre vai preferir uma quantidade maior de uma mercadoria; (4) taxa marginal de 
substituição decrescente: significa que as curvas de indiferença são convexas e que 
a inclinação da curva de indiferença aumenta (torna-se menos negativa) à medida 
que nos movimentamos para baixo ao longo da curva. À medida que o consumidor 
se move para baixo ao longo de sua curva de indiferença, deseja abrir mão de 
menos unidades da mercadoria no eixo vertical em troca de mais unidades da 
mercadoria no eixo horizontal. Essa premissa implica também que são preferíveis 
cestas de mercado balanceadas a cestas com uma quantidade maior de uma 
mercadoria e menor de outra. 
2. Um conjunto de curvas de indiferença pode ser inclinado para cima? Em caso positivo, o 
que isso lhe diria sobre as duas mercadorias em questão? 
Um conjunto de curvas de indiferença pode ser inclinado para cima se violarmos a 
premissa número três — é melhor mais do que menos. Quando um conjunto de 
curvas de indiferença é inclinado para cima, significa que uma das mercadorias é 
‘ruim’, pois o consumidor prefere uma quantidade menor a uma quantidade maior 
dessa mercadoria. A inclinação positiva significa que o consumidor aceitará mais 
da mercadoria boa apenas se também receber mais da outra. Ao nos movermos para 
cima ao longo da curva de indiferença, o consumidor tem uma quantidade maior da 
mercadoria de que gosta e menor da que não gosta. 
3. Explique por que não pode haver intersecção entre duas curvas de indiferença. 
A resposta pode ser apresentada mais facilmente com a ajuda de um gráfico como o 
da Figura 3.1, que mostra duas curvas de indiferença com intersecção no ponto A. A 
partir da definição de uma curva de indiferença, sabemos que um consumidor 
obtém o mesmo nível de utilidade em qualquer ponto sobre uma determinada curva. 
Nesse caso, o consumidor é indiferente às cestas A e B, pois ambas estão 
localizadas sobre a curva de indiferença U
1
. Analogamente, o consumidor é 
indiferente às cestas A e C porque ambas estão localizadas sobre a curva de 
indiferença U
2
. A propriedade de transitividade das preferências implica que tal 
consumidor também deverá ser indiferente a C e B. No entanto, de acordo com o 
gráfico, C está situada acima de B, de modo que deve ser preferível C a B. Assim, 
está provado que não pode haver intersecção entre duas curvas de indiferença. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 26 
Bem Y
Bem X
A
C
B
U1
U2
 
Figura 3.1 
4. Jon está sempre disposto a trocar uma lata de Coca-Cola por uma lata de Sprite, ou uma 
lata de Sprite por uma de Coca-Cola. 
a. O que você pode dizer sobre a taxa marginal de substituição de Jon? 
A taxa de marginal de substituição de Jon pode ser definida como o número de latas 
de Coca-Cola de que ele deseja abrir mão em troca de uma lata de Sprite. Uma vez 
que ele sempre deseja trocar uma pela outra, sua TMS é igual a 1. 
b. Trace um conjunto de curvas de indiferença para Jon. 
Uma vez que Jon sempre deseja trocar uma lata de Coca-Cola por uma de Sprite, 
suas curvas de indiferença são lineares com inclinação de –1. 
c. Trace duas linhas de orçamento com diferentes inclinações e explique a escolha 
maximizadora da satisfação. A que conclusão você pode chegar? 
As curvas de indiferença de Jon são lineares com inclinação de –1. A linha do 
orçamento de Jon também é linear e tem uma inclinação que reflete a razão entre os 
dois preços. Se a linha do orçamento de Jon for mais inclinada do que suas curvas 
de indiferença, então ele escolherá consumir apenas o bem do eixo vertical. Se a 
linha do orçamento de Jon for menos inclinada do que suas curvas de indiferença, 
então ele escolherá consumir apenas o bem do eixo horizontal. Jon só não escolherá 
uma solução decanto se sua linha do orçamento tiver a mesma inclinação de suas 
curvas de indiferença. Neste caso, qualquer combinação de Sprite e Coca-Cola que 
consuma toda a sua renda vai maximizar sua satisfação. 
5. O que acontece com a taxa marginal de substituição à medida que você se desloca ao longo 
de uma curva de indiferença convexa? E de uma curva de indiferença reta? 
A TMS mede a quantidade de um bem de que você está disposto a abrir mão em 
troca de mais uma unidade do outro bem, mantendo a utilidade constante. A TMS 
diminui ao longo de uma curva de indiferença convexa, pois, à medida que você se 
move para baixo ao longo da curva de indiferença, deseja abrir mão de uma 
quantidade cada vez menor do bem em troca do outro. A TMS é também a 
inclinação da curva de indiferença, que aumenta (torna-se menos negativa) à 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 27 
medida que você se move para baixo ao longo da curva de indiferença. A TMS é 
constante ao longo de uma curva de indiferença reta, pois, neste caso, a inclinação 
não muda. O consumidor deseja sempre trocar o mesmo número de unidades de um 
bem pelo outro. 
6. Explique por que a taxa marginal de substituição entre duas mercadorias deve ser igual à 
razão entre os preços das mercadorias para que o consumidor possa obter máxima 
satisfação. 
A TMS representa a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar uma 
mercadoria por outra para manter o mesmo nível de satisfação. A razão entre os 
preços representa o trade-off das duas mercadorias que o mercado está disposto a 
realizar. A tangência da curva de indiferença com a linha do orçamento representa o 
ponto no qual os trade-off são iguais e o consumidor obtém máxima satisfação. Se a 
TMS entre duas mercadorias não é igual à razão entre os preços, o consumidor 
pode trocar uma mercadoria pela outra aos preços de mercado para obter níveis de 
satisfação mais elevados. Por exemplo, se a inclinação da linha do orçamento (a 
razão entre os preços) é –4, então o consumidor pode trocar 4 unidades da 
mercadoria 2 por uma unidade da mercadoria 1. Se a TMS na cesta atual é –6, então 
o consumidor deseja trocar 6 unidades da mercadoria 2 por uma unidade da 1. Uma 
vez que as duas inclinações não são iguais, o consumidor não está tendo máxima 
satisfação. Ele deseja trocar 6, mas só precisa mudar 4, então fará a troca. Esse 
processo continuará até que o nível de satisfação mais alto possível seja atingido. 
Conforme as trocas forem feitas, a TMS mudará e se tornará igual à razão dos 
preços. 
7. Descreva as curvas de indiferença associadas a dois bens que sejam substitutos perfeitos. E 
como elas seriam se os bens fossem complementos perfeitos. 
Dois bens são substitutos perfeitos se a TMS de um pelo outro é um número 
constante. Dado que a TMS seja um número constante, a inclinação das curvas de 
indiferença será constante e, portanto, as curvas de indiferença serão retas. Se dois 
bens são complementos perfeitos, as curvas de indiferença têm forma de L. Neste 
caso, o consumidor quer os dois bens em uma proporção fixa, digamos que uma 
unidade do bem 1 para cada uma unidade do bem 2. Se ele adquirir uma quantidade 
maior de um bem e não adquirir uma quantidade maior do outro, não obterá maior 
satisfação. 
8. Qual é a diferença entre utilidade ordinal e utilidade cardinal? Explique por que a 
suposição de utilidade cardinal não se faz necessária para a classificação das preferências do 
consumidor. 
A utilidade ordinal implica um ordenamento das alternativas que não leva em 
consideração a intensidade das preferências. Por exemplo, se prefere-se a primeira à 
segunda escolha do consumidor, então a utilidade da primeira é maior do que a da 
segunda, mas não importa quanto. Uma função de utilidade ordinal gera uma 
classificação de cestas e o número de utilidade não ganha nenhum significado. A 
utilidade cardinal implica que a intensidade das preferências pode ser quantificada e 
que o número de utilidade tem significado. Uma classificação ordinal é suficiente 
para ordenar as escolhas do consumidor de acordo com suas preferências. Não é 
necessário saber quão intensamente um consumidor prefere a cesta A à cesta B; é 
suficiente saber que prefere A a B. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 28 
9. Após a fusão com a economia da Alemanha Ocidental, os consumidores da Alemanha 
Oriental demonstravam preferência por automóveis Mercedes-Benz em relação a 
automóveis Volkswagen. Entretanto, depois de terem convertido suas economias para 
marcos alemães, muitos consumidores da Alemanha Oriental correram até os revendedores 
Volkswagen. Como você explicaria esse aparente paradoxo? 
Para responder a essa questão, são necessárias três hipóteses: 1) de que um 
Mercedes custa mais do que um Volkswagen; 2) de que a função de utilidade dos 
consumidores da antiga Alemanha Oriental inclui duas mercadorias: automóveis e 
todas as outras mercadorias avaliadas em marcos alemães, e 3) de que os 
consumidores da antiga Alemanha Oriental têm alguma renda. Com base nessas 
hipóteses, podemos supor que, ainda que os consumidores da antiga Alemanha 
Oriental prefiram um Mercedes a um Volkswagen, é possível que eles não tenham 
renda suficiente para comprar um Mercedes ou, então, que eles prefiram uma cesta 
composta por um Volkswagen e outras mercadorias a uma cesta que inclua apenas 
um Mercedes. Embora a utilidade marginal de adquirir um Mercedes exceda a 
utilidade marginal de adquirir um Volkswagen, o consumidor vai considerar a 
utilidade marginal por dólar para cada mercadoria. O fato dos consumidores terem 
se dirigido aos revendedores Volkswagen, e não aos revendedores Mercedes, indica 
que a utilidade marginal por dólar deve ter sido mais elevada para os Volkswagen. 
10. Trace uma linha do orçamento e, em seguida, uma curva de indiferença para ilustrar a 
escolha maximizadora da satisfação associada a dois produtos. Use seu gráfico para 
responder às seguintes questões. 
a. Suponhamos que um dos produtos esteja racionado. Explique por que o consumidor 
provavelmente sairá perdendo. 
Quando produtos são racionados, o consumidor pode escolher a cesta 
maximizadora de satisfação onde a inclinação da linha do orçamento ou a razão dos 
preços é igual à TMS. Isso ocorre no ponto A do gráfico a seguir. Se o produto 1 
está racionado agora, o consumidor não será capaz de alcançar o ponto de 
maximização de utilidade. Em vez disso, ele terá de consumir uma quantidade 
maior do outro bem. Esse é o ponto B indicado no gráfico. 
 
 
Bem 1 
U1 
U2 
A 
B 
 
b. Suponhamos que o preço de um dos produtos seja fixado num nível abaixo do preço 
corrente. Conseqüentemente, o consumidor não poderá comprar tanto quanto 
gostaria. Você pode dizer se esse consumidor sairá perdendo ou ganhando? 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 29 
Quando o preço do produto é fixado a um nível menor do que o do preço corrente 
(de equilíbrio), haverá uma escassez do produto e este terá de ser efetivamente 
racionado. Como na questão anterior, o consumidor sai perdendo, pois não é capaz 
de alcançar o ponto de maximização de utilidade. 
11. Guiado por suas preferências, Bill está disposto a trocar quatro ingressos para o cinema 
por um ingresso para um jogo de basquete. Se os ingressos do cinema custam $8 cada, e um 
ingresso para o basquete custa $40, Bill deve mesmo fazer essa troca? Por quê? 
Bill não deve fazer a troca. Se ele desiste dos quatro ingressos para o cinema então 
economizará $8 por ingresso, o que totaliza $32. Entretanto, isso não é suficiente 
para um ingresso para um jogo de basquete. Na verdade, ele teria de desistir de 
cinco ingressos para o cinema se quisesse comprar um ingresso para o jogo de 
basquete. Observe também que a utilidade marginal por dólar é maior para 
ingressos para o cinema, assim Bill ficará melhor se adquirir mais ingressos para o 
cinema e menos para o jogo. Para entender melhor isso, bastalembrar que o que 
Bill está desejando fazer define sua TMS. Esta é 4, o que significa que a utilidade 
marginal de um jogo de basquete é 4 e a de um filme é 1: 
TMS = –4 = –UMjogo/UMcinema = –4/1 
Agora a utilidade marginal por dólar pode ser computada: 
UMjogo/Pjogo = 4/10 = 1/10 
UMcinema/Pcinema = 1/8 
12. Descreva o princípio da igualdade marginal. Explique por que esse princípio não se 
sustenta se uma utilidade marginal crescente estiver associada ao consumo de uma 
mercadoria ou de ambas. 
O princípio da igualdade marginal afirma que a razão entre a utilidade marginal e o 
preço precisa ser igual para todas as mercadorias para obter máxima satisfação. Em 
outras palavras, a maximização da utilidade é obtida quando o orçamento é alocado 
de tal modo que a utilidade marginal por dólar gasto é a mesma para cada 
mercadoria. Se a utilidade marginal por dólar não é igual então a utilidade pode ser 
aumentada alocando-se mais dólares à mercadoria com a utilidade marginal por 
dólar mais alta. O consumidor obterá maior satisfação se realocar seus dólares. 
Se a utilidade marginal é crescente, o consumidor maximiza sua satisfação 
adquirindo quantidades maiores da mercadoria. Assim, ele gastaria toda a sua renda 
em uma mercadoria, considerando-se que o preço seja constante, o que resulta em 
uma solução de canto. Com uma solução de canto, o princípio da igualdade 
marginal não pode se sustentar. 
13. O preço dos computadores caiu substancialmente durante as duas últimas décadas. Use 
essa queda no preço para explicar por que, provavelmente, o IPC superestima de maneira 
considerável o índice de custo de vida para indivíduos que utilizam computadores 
intensivamente. 
O índice de preços ao consumidor mede o custo de uma cesta típica de mercadorias 
adquirida pelo consumidor no ano corrente em relação ao custo da cesta no ano-
base. Para cada mercadoria na cesta é determinado um peso, e os pesos são 
mantidos de ano para ano. O problema da determinação do peso é que os 
consumidores mudarão suas aquisições de ano para ano para aumentar o peso das 
mercadorias cujo preço caiu e diminuir o peso daquelas cujo preço aumentou. O 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 30 
IPC dará, portanto, muito peso a mercadorias cujo preço subiu e pouco peso a 
mercadorias cujo preço caiu. Para indivíduos que utilizam computadores 
intensivamente, o peso fixo para os computadores na cesta subestimará a 
importância dessa mercadoria e, conseqüentemente, subestimará o efeito da queda 
no preço dos computadores. O IPC superestimará o aumento no custo de vida desse 
tipo de indivíduo. 
14. Explique por que o índice de Paasche em geral subestima o índice de custo de vida ideal. 
O índice de Paasche mede o custo corrente da cesta de bens corrente em relação ao 
custo do ano-base da cesta de bens corrente. O índice de Paasche subestima o custo 
de vida ideal porque considera que o indivíduo compra a cesta do ano corrente no 
período-base. Na verdade, a preços do ano-base, o consumidor teria de ser capaz de 
obter o mesmo nível de utilidade a um custo mais baixo alterando a cesta 
consumida. Uma vez que o custo do ano-base seja superestimado, o denominador 
será maior e o índice, menor ou subestimado. 
 
EXERCÍCIOS 
1. Neste capítulo, não foram consideradas mudanças nas preferências do consumidor por 
diversas mercadorias. Todavia, em determinadas situações, as preferências realmente se 
modificam à medida que ocorre o consumo. Discuta por que e como as preferências 
poderiam se alterar ao longo do tempo, tomando como referência o consumo dos seguintes 
itens: 
a. Cigarros 
A hipótese de que as preferências não se alteram é razoável se as escolhas do 
consumidor são independentes ao longo do tempo. Mas essa hipótese não é válida 
nas situações em que o consumo do bem envolve hábitos ou vícios, como no caso 
dos cigarros: o consumo de cigarros em um período influencia seu consumo no 
período seguinte. 
b. Jantar pela primeira vez em um restaurante de culinária típica. 
Este exemplo é paralelo aos exemplos de busca de aventura. Para alguns, uma nova 
experiência de jantar gera entusiasmo para buscar culinárias e pratos mais atraentes 
e diferentes. Outros desenvolvem preferência pela regularidade e estabilidade ou 
medo do novo e desconhecido. Em ambos os casos, as preferências mudam à 
medida que ocorre o consumo. 
2. Trace curvas de indiferença que representem as seguintes preferências de um consumidor 
por duas mercadorias: hambúrguer e refrigerante. Indique a direção na qual a satisfação (ou 
a utilidade) da pessoa está crescendo. 
a. Joe tem curvas de indiferença convexas e não gosta nem de hambúrguer nem de 
refrigerante. 
Uma vez que Joe não gosta de nenhuma das duas mercadorias, seu conjunto de 
curvas de indiferença será voltado para dentro em direção à origem, em vez de 
voltado para fora, como no caso normal em que se prefere mais a menos. Uma vez 
que ele não gosta de ambas as mercadorias, sua satisfação é crescente na direção da 
origem. A convexidade de preferências implica que suas curvas de indiferença terão 
o formato normal, pois elas são voltadas na direção da satisfação crescente. A 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 31 
convexidade também implica que, dadas quaisquer duas cestas às quais o 
consumidor seja indiferente, a ‘média’ das duas cestas estará no conjunto preferido 
ou deixará o consumidor no mínimo em uma situação tão satisfatória. 
 
 hambúrguer 
refrigerante 
 
 
b. Jane adora hambúrgueres e não gosta de refrigerantes. Se lhe servirem um 
refrigerante, é mais provável que ela o despeje no ralo do que o beba. 
Uma vez que Jane pode fazer o que quiser com o refrigerante que sirvam a ela, ela 
o considera uma mercadoria neutra. Isso significa que para ela tanto faz lhe darem 
refrigerante ou não. Com hambúrgueres no eixo vertical, suas curvas de indiferença 
são linhas horizontais. Sua satisfação aumenta para cima. 
 
 hambúrguer 
refrigerante 
 
c. Bob adora hambúrgueres e não gosta de refrigerantes. Se lhe servirem um 
refrigerante, ele aceitará por educação. 
Uma vez que Bob beberá o refrigerante por educação, pode-se considerar que este é 
um ‘mal’. Quando for servido outro refrigerante a Bob, ele vai querer, ao mesmo 
tempo, mais hambúrgueres para manter constante sua satisfação. Mais refrigerantes 
sem mais hambúrgueres vão piorar sua utilidade. Mais hambúrgueres e menos 
refrigerantes vão aumentar sua utilidade. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 32 
 hambúrguer 
refrigerante 
 
d. Molly adora hambúrgueres e refrigerantes, mas insiste em consumir exatamente um 
refrigerante para cada dois hambúrgueres que come. 
Molly quer consumir as duas mercadorias em uma proporção fixa, de modo que 
suas curvas de indiferença têm forma de L. Para qualquer dada quantidade de uma 
mercadoria, ela não obtém nenhuma satisfação extra do consumo da outra 
mercadoria. Ela apenas aumentará sua satisfação se obtiver mais das duas 
mercadorias. 
 hambúrguer 
refrigerante 
 
e. Bill gosta de hambúrgueres e é indiferente aos refrigerantes. 
Assim como Jane, Bill considera os refrigerantes uma mercadoria neutra. Uma vez 
que para ele tanto faz obter ou não refrigerante, podemos presumir que, 
independentemente de quantos refrigerantes ele obtenha, sua utilidade será a 
mesma. Seu nível de satisfação depende totalmente de quantos hambúrgueres ele 
obtenha. 
 hambúrguer 
refrigerante 
 
f. Para Mary, um hambúrguer extra proporciona o dobro de satisfação que um 
refrigerante extra. 
Capítulo 1: Aspectos preliminares 
 33 
O grau de satisfação que Mary obtém de um hambúrguer ou refrigerante extra nos 
diz algo sobre a utilidade marginal das duas mercadorias ou sobre a TMS dela. Se 
Mary sempre obtém o dobro de satisfação com um hambúrguer extra, então sua 
utilidade marginal do consumo de uma hambúrguer extra é o dobro de sua utilidade 
marginal do consumo de um refrigerante extra.

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