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G U I A R Á P I D O PA R A Tratamento Cardiopulmonar G U IA R Á P ID O P A R A T R A T A M E N T O C A R D IO P U L M O N A R Uma tradição no desenvolvimento de soluções para melhorar os cuidados e o tratamento das pessoas gravemente doentes Desde a introdução do cateter Swan-Ganz, no início dos anos 70, a Edwards Lifesciences tem parcerias com médicos para desenvolver produtos e sistemas que melhoram os cuidados e o tratamento das pessoas gravemente doentes. O que resultou em uma extensa linha de ferramentas para monitoramento hemodinâmico incluindo cateteres, sensores e monitores de cabeceira para pacientes, construindo este padrão ouro na Medicina de Cuidados Intensivos. Os médicos de tratamentos intensivos em todo o mundo têm usado produtos Edwards para tratar clinicamente mais de 30 milhões de pacientes. Os produtos de monitoramento hemodinâmico, como o cateter Swan-Ganz, o sistema FloTrac e o cateter de Oximetria PreSep, permitem que os médicos tomem decisões rápidas com mais informações, quando tratam pacientes em ambientes cirúrgicos e de tratamentos intensivos. Para obter mais instruções, visite: www.Edwards.com/Education Edwards Lifesciences LLC · One Edwards Way · Irvine, CA 92614 USA · 949.250.2500 · 800.424.3278 · www.edwards.com Edwards Lifesciences Europe · Ch. du Glapin 6 · 1162 Saint-Prex · Switzerland · 41.21.823.4300 Edwards Lifesciences (Canada) Inc. · 1290 Central Pkwy West, Suite 300 · Mississauga, Ontario · Canada L5C 4R3 905.566.4220 · 800.268.3993 Edwards Lifesciences · Japan · 2-8 Rokubancho · Chiyoda-ku, Tokyo 102-0085 · Japan · 81.3.5213.5700 Edwards Critical Care EducationEdwards Critical Care Education 2 º S U P L E M E N T O Sob receita médica apenas. Consulte as informações completas sobre a prescrição nas instruções de utilização. Os dispositivos da Edwards Lifesciences colocados no mercado europeu, que cumprem os requisitos essenciais indicados no artigo 3º da Diretiva 93/42/CEE relativamente a dispositivos médicos, apresentam a marcaCE de conformidade. Edwards, Chandler e Vigilance II são marcas registradas da Edwards Lifesciences Corporation. Edwards Lifesciences, o logotipo E estilizado, Advanced Venous Access, AMC Thromboshield, ControlCath, CCOmbo, CO-Set, FloTrac, Hi-Shore, Multi-Med, Paceport, PediaSat, PreSep, Swan-Ganz, TruWave, Vigilance, Vigileo, VIP e VIP+ são marcas registradas da Edwards Lifesciences Corporation e estão registradas na Entidade de Marcas Registradas e Patentes dos Estados Unidos da América. EGDT e Early Goal-Directed Therapy são marcas registradas do Dr. Emanuel Rivers. Oligon é uma marca registrada de Implemed, Inc. PhysioTrac é uma marca registrada de Jetcor, Inc. William McGee, Diane Brown e Barbara Leeper são consultores remunerados da Edwards Lifesciences. ©2009 Edwards Lifesciences, LLC. Todos os direitos reservados. ARxxxx Este guia de referência é fornecido pela Edwards Lifesciences LLC como um serviço ao pessoal médico. A informação presente neste guia de referência foi compilada a partir da literatura disponível. Embora tenham sido envidados todos os esforços para reportar com fidelidade a informação, os redatores e o editor não se responsabilizam pela exatidão. Este guia não foi previsto para ser, nem deve ser, interpretado como aconselhamento médico. Para qualquer uso, devem ser consultados os guias de informação do produto, folhetos e manuais de funcionamento dos vários medicamentos e dispositivos. Edwards Lifesciences LLC e os redatores rejeitam qualquer responsabilidade decorrente, direta ou indiretamente, do uso de medicamentos, dispositivos, técnicas ou procedimentos descritos neste guia de referência. Nota: Os algoritmos e protocolos incluídos neste livro são apenas para referência educacional. A Edwards não endossa nem suporta qualquer algoritmo ou protocolo específico. Cabe a cada médico ou instituição selecionar o tratamento mais adequado. ISBN 978-0-615-27887-2 AgrAdecimentos Um agradecimento muito especial a Christine Endres pelo seu apoio e dedicação para desenvolver este projeto. Um agradecimento também a Pom Chaiyakal, Sheryl Stewart e Susan Willig, pela sua orientação e experiência. RedatoRes da segunda edição William T. McGee, MD (Médico), MHA (Mestre em Administração Clínica) Diretor – Divisão de Melhoria de Desempenho na UCI Tratamentos Intensivos – Centro Médico de Baystate/ Professor Associado de Medicina e Cirurgia Escola de Medicina, Universidade de Tufts Jan M. Headley, BS (Bacharel em Ciências), RN (enfermeira diplomada) Diretor de Marketing Clínico e Educação Profissional Edwards Lifesciences, Tratamentos Intensivos – América do Norte John A. Frazier, BS, RN, RRT (Terapeuta Respiratório Registrado) Gerente, Marketing Clínico e Educação Edwards Lifesciences, Tratamentos Intensivos – Global RedatoR da PRimeiRa edição Peter R. Lichtenthal, M.D. Diretor, Anestesia Cardiotorácica Arizona Health Sciences Center Universidade do Arizona G U I A R Á P I D O PA R A Tratamento Cardiopulmonar Edwards Critical Care EducationEdwards Critical Care Education ii autoRes e RevisoRes Jayne A.D. Fawcett, RGN (Enfermeira geral diplomada), BSc, PgDipEd (Diploma de Educação Pós-graduação), MSc (Mestre em Ciências), PhD (Doutorado) Diretor – Estudos Clínicos Edwards Lifesciences, Tratamentos Intensivos – Global Diane K. Brown, RN, MSN (Mestre de Ciências em Enfermagem), CCRN (Certificado em Enfermagem de Tratamentos Intensivos) Hoag Memorial Hospital Presbyterian Newport Beach, Califórnia Barbara “Bobbi” Leeper, MN (Mestre em Enfermagem), RN, CCRN Enfermeira Clínica Especialista - Serviços Cardiovasculares do Baylor University Medical Center Dallas, Texas André Luiz Pinto, MD, TSA/SBA (Médico Anestesiologista,Título Superior em Anestesiologia pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia) Especialista em Educação Clínica Edwards Lifesciences - São Paulo, Brasil iii guia RáPido PaRa tRatamentos CaRdioPulmonaRes infoRmação ClíniCa Relevante destinada ao médiCo de tRatamentos intensivos Em 1998, foi publicado o primeiro Guia Rápido para Tratamentos Cardiopulmonares. O objetivo do Guia Rápido foi disponibilizar uma referência pronta para o monitoramento hemodinâmico e avaliação da oxigenação das pessoas gravemente doentes. Até hoje, já foram disponibilizadas mais 100.000 cópias da versão original a médicos de terapia intensiva em todo o mundo. Esta 2ª edição do Guia Rápido reflete a prática atual e as mudanças na tecnologia. A terapia intensiva deixou de ser um local fechado entre quatro paredes. Atualmente, os pacientes graves são tratados em diversas áreas do hospital — especialmente porque a população de pacientes envelhece e a gravidade aumenta. Nos últimos 10 anos, as técnicas de monitoramento menos invasivas tornaram-se parte dos procedimentos de avaliação e tratamentos de rotina. As sequencias de decisão e os algoritmos que utilizam parâmetros de monitoramento fisiológicos tem sido publicados e são utilizados na prática diária. Nesta edição, a ordem do índice reflete os conceitos atuais em estratégias de avaliação e melhorias da tecnologia que permitem monitorar o paciente. Além disso, as seções pertinentes do Guia Rápido para o Acesso Venoso Central foram incluídas para tornar esta edição um guia de referência mais abrangente. O Guia Rápido está organizado em seções que se baseiam em uma filosofia fisiológica. A primeira seção inicia-se com uma revisão de fornecimento e consumo de oxigênio, incluindo as determinantes, implicações de um desequilíbrio e as ferramentas de monitoramento disponíveis. iv As técnicas de monitoramento básico, incluindo as tecnologias de monitoramento minimamente invasivas e os parâmetros hemodinâmicos funcionais, são apresentadas nas seções seguintes. Os avanços na tecnologia permitiram técnicas menos invasivas ou minimamente invasivas, tanto na avaliação do débito cardíaco como da saturaçãovenosa de oxigênio. São disponibilizadas sequências de decisão publicadas que aplicam o uso de parâmetros obtidos por meio de tecnologias menos invasivas. As seções subsequentes apresentam técnicas de monitoramento avançado, incluindo o cateter Swan-Ganz, que tem sido a marca da mudança na prática de tratamentos intensivos desde o início dos anos 1970. Os cateteres abrangem desde um cateter de dois lúmenes até ao cateter “tudo em um” que disponibiliza ao médico uma pressão contínua, um débito cardíaco contínuo, volumes endo- diastólicos contínuos e oximetria venosa contínua. Muitos pacientes graves necessitam deste tipo de monitoramento avançado e contínuo; e com a aplicação das sequências de decisão adequadas, os tratamentos dos pacientes podem ser melhorados. Devido a prática de tratamentos intensivos e as suas tecnologias afins estarem sempre modificando e melhorando, o Guia Rápido não foi concebido para lidar com todos os aspectos e necessidades neste setor. Pelo contrário, foi escrito para disponibilizar uma referência rápida que possa ajudar o médico a prestar os melhores tratamentos possíveis aos pacientes graves. v guia RáPido PaRa tRatamento CaRdioPulmonaR índiCe ANATOMIA E FISIOLOGIA Fornecimento de Oxigênio ......................................................................3 Consumo de Oxigênio ............................................................................4 Utilização de Oxigênio ............................................................................5 Relações VO2 / DO2 .................................................................................6 Anatomia Funcional ................................................................................7 Artérias e Veias Coronárias .....................................................................8 Ciclo Cardíaco ......................................................................................10 Perfusão da Artéria Coronária ...............................................................12 Definição do Débito Cardíaco ...............................................................13 Definição e Medições de Pré-carga .......................................................14 Lei de Frank-Starling Curvas de Complacência Ventricular Definição e Medições de Pós-carga .......................................................16 Definição e Medições de Contratilidade ................................................17 Grupo de Curvas da Função Ventricular Testes da Função Pulmonar ...................................................................19 Equilíbrio Ácido-Base ............................................................................20 Curva da Dissociação de Oxihemoglobina .............................................21 Equações da Troca de Gás Pulmonar .....................................................22 Derivação Intrapulmonar ......................................................................23 MONITORAMENTO BÁSICO Monitoramento da Pressão Fisiológica ..................................................26 Componentes de um Sistema de Medição da Pressão Fisiológica ...26 Melhores práticas para a Instalação de um Sistema de Medição da Pressão Fisiológica para Monitoramento Intravascular ............27 Melhores práticas para Nivelar e Zerar um Sistema de Transdutor para Pressão Fisiológica ..............................................................29 Melhores práticas para Manter o Sistema de Transdutor para Pressão Fisiológica ......................................................................30 Impacto de um Nivelamento Inadequado nas Leituras de Pressão ..31 Fidelidade de Forma de Onda e Resposta Ideal de Frequência ........32 Sistemas de Monitoramento de Pressão .........................................33 Determinação da Resposta Dinâmica .............................................34 Teste da Onda Quadrada ...............................................................36 Técnica de Medição .......................................................................37 Monitoramento Intra-arterial .........................................................38 Acesso Venoso Central .........................................................................40 Tipos de Dispositivos de Acesso Venoso Central .............................40 vi Aplicações, Contra-indicações e Complicações ..............................41 Especificações do Cateter Venoso Central ......................................44 Designações de Lúmen e Taxas de Infusão .....................................46 Diminuição de Infecção .................................................................47 Introdutores como uma Linha Central ............................................48 Locais de Inserção .........................................................................50 Colocação da Ponta do Cateter .....................................................52 Monitoramento da Pressão Venosa Central....................................53 Forma de Onda Normal PVC ..........................................................54 MONITORAMENTO AVANÇADO MINIMAMENTE INVASIVO Algoritmo do Sistema FloTrac ................................................................58 Configuração do Sistema de Sensor FloTrac ..........................................64 Configuração e Zeragem do Monitor Vigileo ........................................66 Variação do Volume Sistólico (VVS) .......................................................68 Algoritmo VVS FloTrac/Sistema Vigileo .................................................74 Hidratação Vigorosa e FloTrac/Sistema Vigileo ......................................75 Fisiologia de Oximetria Venosa e Aplicações Clínicas .............................77 CATETERES SWAN-GANZ – TECNOLOGIA AVANÇADA E PADRÃO Cateter Padrão Swan-Ganz ...................................................................86 Cateter de Tecnologia Avançada Swan-Ganz ........................................88 Especificações de Cateteres Selecionados Swan-Ganz ...........................93 Cateteres Avançados Swan-Ganz ..........................................................94 Cateteres Padrão Swan-Ganz................................................................98 Base Fisiológica para monitoramento da Pressão da Artéria Pulmonar .103 Pressões de Inserção Normais e Traçadores de Formas de Onda...........106 Tabela de Formas de Onda Anormais ..................................................108 Cateter Swan-Ganz – Localização da Porta e Funções .........................110 Técnicas de Inserção para o Cateter Swan-Ganz .................................111 Formas de Onda de Inserção do Cateter Swan-Ganz ...........................112 Marcas de Distância da Inserção do Cateter ........................................112 Monitoramento Contínuo da Pressão da Artéria Pulmonar ..................113 Resumo das Diretrizes para uma Utilização Segura de Cateteres Swan-Ganz de Artéria Pulmonar ......................................114 Colocação da Zona Pulmonar .............................................................117 Efeitos Ventilatórios em Traçadores da Artéria Pulmonar .....................118 Determinações do Débito Cardíaco .....................................................121 Método de Fick Método de Diluição do Indicador de Corante Método de Termodiluição Curvas de Termodiluição .....................................................................124 Resolução de Problemas - Fatores Chave na Otimização de Determinações de DC de Bolus ........................................................125 Sistema Vigilance II e Swan-Ganz de Tecnologia Avançada ..................126 vii Vigilance II Monitor - Instruções Abreviadas para Uso..........................128 Vigilance II Monitor - Resolução de Problemas ....................................133 Referência Rápida VDFVD ...................................................................141Curvas Idealizadas da Função Ventricular ............................................143 Tabela de Referência do Cateter Swan-Ganz .......................................144 REFERÊNCIA RÁPIDA Algoritmo do Cateter de Tecnologia Avançada Swan-Ganz .................148 Algoritmo Avançado Minimamente Invasivo .......................................149 Protocolo Objetivado de Cateter Avançado Swan-Ganz ......................150 Protocolo Objetivado Avançado Minimamente Invasivo .......................151 EGDT no tratamento de choque séptico ou sepse ...............................152 Algoritmo Fisiológico usando VVS, IVS e ScvO2 ...................................153 Algoritmo Fisiológico usando VVS e IVS ..............................................153 Edema Pulmonar Agudo, Hipotensão e Algoritmo de Choque ............154 Terapêutica Precoce por Metas (EGDT) em Pacientes Cardíacos Cirúrgicos de Risco Moderado a Elevado ..........................155 Perfis Hemodinâmicos Típicos em Diversas Condições Graves .............156 Tabelas, Classificações, Escalas e Sistemas ...........................................157 Diretrizes ACC/AHA 2004 para Cateter da Artéria Pulmonar e monitoramento da Pressão Arterial ..................................................162 Parâmetros Hemodinâmicos Normais e Valores Laboratoriais ...............164 BIBLIOGRAFIA Anatomia e Fisiologia .........................................................................170 Monitoramento Básico .......................................................................170 Monitoramento Avançado Minimamente Invasivo...............................172 Cateteres Swan-Ganz – Tecnologia Avançada e Padrão .......................174 Referência Rápida ...............................................................................175 Notas viii Anatomia e Fisiologia avanço nos tRatamentos intensivos PoR meio de eduCação Baseada em CiênCia desde 1972 2 Anatomia e Fisiologia Como garantir que os tecidos recebam o oxigênio adequado e também que os tecidos sejam capazes de consumir a quantidade de que precisam, é uma parte importante do modo de avaliação do paciente grave. Portanto, o objetivo do monitoramento cardio-respiratório é avaliar os componentes do fornecimento e consumo de oxigênio e avaliar a utilização de oxigênio ao nível do tecido. Os parâmetros obtidos a partir do perfil fisiológico são utilizados para avaliar e otimizar o transporte de oxigênio para cumprir as necessidades de tecido dos pacientes graves. A anatomia cardíaca básica, a fisiologia aplicada e a função pulmonar são todas componentes do fornecimento de oxigênio. Qualquer ameaça ao processo de equilíbrio do oxigênio do tecido pode conduzir a uma utilização inadequada ao nível celular. As estratégias de intervenção são dirigidas a identificar a relação entre o fornecimento e o consumo de oxigênio para a potencial eliminação do desenvolvimento de hipoxia do tecido. 3 Fornecimento de Oxigênio (DO2 = DC2 x CO x 10) DO2 é a quantidade de oxigênio distribuído ou transportado para os tecidos em um minuto e é formado pelo índice de oxigênio e pelo débito cardíaco. A adequação do fornecimento de oxigênio depende da troca de gás pulmonar adequada, níveis de hemoglobina, saturação de oxigênio suficiente e débito cardíaco. Nível de Oxigênio (CO2): quantidade de oxigênio transportado no sangue, tanto arterial como venoso: (1,38 x Hb x SO2) + (0,0031 x PO2) 1,38: quantidade de O2 que se pode combinar com 1 grama de hemoglobina 0,0031: coeficiente de solubilidade de O2 no plasma* CaO2 = (1,38 x Hb x SaO2) + (0,0031 x PaO2) Normal 20,1 ml/dl CvO2 = (1,38 x Hb x SvO2) + (0,0031 x PvO2) Normal 15,5 ml/dl Fornecimento de oxigênio (DO2): quantidade de oxigênio transportado no sangue para os tecidos. O fornecimento tanto arterial como venoso de O2 pode ser medido: Fornecimento de oxigênio arterial (DO2): CO x CaO2 x 10 5 l/min x 20,1 ml/dl x 10 = 1005 ml/min† Retorno de oxigênio venoso (DvO2): CO x CvO2 x 10 5 l/min x 15,5 ml/dl x 10 = 775 ml/min FORNECIMENTO DE OXIGÊNIO (D02) [DÉBITO CARDÍACO (DC) X CONTEÚDO DE OXIGÊNIO ARTERIAL (CaO2)] DÉBITO CARDÍACO (DC) VOLUME SISTÓLICO PRÉ-CARGA PÓS-CARGA CONTRATILIDADE FREQUÊNCIA CARDÍACA HEMOGLOBINA SaO2 Saturação de Oxigênio Arterial PaO2 Tensão de Oxigênio Arterial [Volume Sistólico (VS) x Frequência Cardíaca (FC)] CONTEÚDO DE OXIGÊNIO ARTERIAL (CaO2) [(1,38 x g Hemoglobina x SaO2) + (PaO2 x 0,0031)] *A capacidade de transporte de oxigênio foi referenciada entre 1,34-1,39. † Presume Hb de 15 gm/dl A N A T O M I A E F I S I O L O G I A 4 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Consumo de Oxigênio O consumo de oxigênio refere-se a quantidade de oxigênio usada pelos tecidos, ex. troca sistêmica de gás. Este valor não pode ser medido diretamente, mas pode ser avaliado medindo a quantidade de oxigênio fornecida no lado arterial, em comparação com a quantidade no lado venoso. Consumo de Oxigênio (VO2) Transporte de Oxigênio Arterial – Transporte de Oxigênio Venoso VO2 = (DC x CaO2) – (DC x CvO2) = DC (CaO2– CvO2) = DC [(SaO2 x Hb x 13,8) – (SvO2 x Hb x 13,8)] = DC x Hb x 13,8 x (SaO2 – SvO2) Normais: 200 – 250 ml/min 120 – 160 ml/min/m2 Nota: 13,8 = 1,38 x 10 CONSUMO DE OXIGÊNIO Consumo de Oxigênio (VO2) = Fornecimento de Oxigênio – Retorno Venoso de Oxigênio FORNECIMENTO DE OXIGÊNIO (DO2) [Débito Cardíaco (DC) x Teor de Oxigênio Arterial (CaO2)] (DC) x (1,38 x 15 x SaO2) + (PaO2 x 0,0031) 5 x 20,1 = NORMAL = 1005 ml O2/min RETORNO VENOSO DE OXIGÊNIO [Débito Cardíaco (DC) x Teor de Oxigênio Venoso (CvO2)] (DC) x (1,38 x 15 x SvO2) + (PvO2 x 0,0031) 5 x 15,5 = NORMAL = 775 ml O2/min VO2 = DC x (CaO2 – CvO2) x 10 VO2 = DC x Hgb x 13,8 x (SaO2 – SvO2) VO2 = 5 x 15 x 13,8 x (0,99 - 0,75) NORMAL = 200 – 250 ml O2/min CONDIÇÕES E ATIVIDADES QUE ALTEREM A DEMANDA E VO2 Febre (em graus Celsius) 10% Aspiração 40% Tremores 50-100% Procedimento pós-operatório 7% Aspiração ET 7-70% SFMO (Sin. Falência Multipla Órgãos) 20-80% Sepse 50-100% Mudança de curativo 10% Visita 22% Banho 23% Mudança de Decúbito 31% Raio-X Pulmonar 25% Pesagem em balança suspensa 36% 5 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Outros Parâmetros de Avaliação para Utilização de Oxigênio Diferença de Oxigênio Arterial-Venoso Ca – v O2: normalmente 5% vol 20% vol – 15% vol = 5% vol Nota: % Vol ou ml/dl Relação de extração de oxigênio O2ER: normalmente 22 – 30% O2ER: CaO2 – CvO2 / CaO2 x 100 CaO2 = 20,1 CvO2 = 15,6 O2ER = 20,1 – 15,6 / 20,1 x 100 = 22,4% Índice de extração de Oxigênio Oximetria dupla estima a relação de extração de oxigênio. Avalia a eficiência da extração de oxigênio. Reflete a reserva cardíaca para aumentos na demanda de O2. Intervalo normal é de 20%–30%. O2EI = SaO2 – SvO2 / SaO2 x 100 (SaO2 = 99, SvO2 = 75) O2EI = 99 – 75 / 99 x 100 = 24,2% DC vs SvO2 Correlações SvO2 reflete o equilíbrio entre a administração de oxigênio e a relação de utilização com a equação de Fick. VO2 = C(a – v)O2 x DC x 10 DC = VO2 / C(a – v)O2 C(a – v)O2 = VO2/ (DCx10) S(a – v)O2 = VO2/ (DCx10) Quando a equação de Fick é reorganizada, as determinantes de SvO2 são os componentes do fornecimento e consumo de oxigênio: Se SaO2 = 1,0; então SvO2 = CvO2 / CaO2 SvO2 = 1 – [VO2 / (DC x 10 x CaO2)] SvO2 = 1 – (VO2 / DO2) x 10 Assim, SvO2 reflete as mudanças na extração de oxigênio e o equilíbrio entre DO2 e VO2. 6 Relações VO2 /DO2 A relação entre fornecimento de oxigênio e consumo pode ser teoricamente traçada em uma curva. Como normalmente a quantidade de oxigênio fornecida é aproximadamente quatro vezes a quantidade consumida, a quantidade de oxigênio necessária é independente da quantidade fornecida. Isto é a porção independente da curva de fornecimento. Se o fornecimento de oxigênio diminuir, as células podem extrair mais oxigênio de modo amanter os níveis normais de consumo de oxigênio. Quando os mecanismos compensatórios se tiverem esgotado, a quantidade de oxigênio consumido depende agora da quantidade fornecida. Esta porção do gráfico é chamada dependente do fornecimento. A N A T O M I A E F I S I O L O G I A A dívida de oxigênio ocorre quando o fornecimento de oxigênio é insuficiente para cumprir as necessidades do organismo. A implicação deste conceito é que o fornecimento adicional de oxigênio deve ser implantado para “repagar” a dívida, assim que esta ocorrer. Fatores que Influenciam a Acumulação da Dívida de O2 Demanda de Oxigênio > Oxigênio Consumido = Dívida de Oxigênio Fornecimento de Oxigênio Diminuído Extração de Oxigênio Celular Diminuída Demandas de Oxigênio Aumentada Assim que a extração de O2 for maximizada, o VO2 se torna dependente de DO2 VO2 normalmente 25% do DO2; Tecidos usam o que eles precisam. Se o DO2 diminuir O2 ER aumenta de acordo com a demanda do tecido; forneça reserva de O2 Região dependente de O2 Região independente de O2 ml/min Débito de O2 TEMPO Porcentagem de retorno RELAÇÃO NORMAL CONCEITO DA DÍVIDA DE OXIGÊNIO 7 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Anatomia Funcional Para fins de monitoramento hemodinâmico, o lado esquerdo e direito do coração são diferenciados quanto a função, estrutura e geração de pressão. O leito capilar pulmonar situa-se entre o coração esquerdo e direito. O leito capilar é um sistema complacente com uma elevada capacidade para sequestrar sangue. O sistema circulatório consiste em dois circuitos em uma série: circulação pulmonar, que é um sistema de baixa pressão com baixa resistência ao fluxo de sangue; e a circulação sistêmica, que é um sistema de alta pressão com resistência alta ao fluxo de sangue. DIFERENÇAS ENTRE CORAÇÃO DIREITO E ESQUERDO ESTRUTURAS ANATÔMICAS Coração Direito Coração Esquerdo Recebe sangue desoxigenado Recebe sangue oxigenado Sistema de baixa pressão Sistema de alta pressão Bomba de volume Bomba de Pressão VD fino e forma em crescente VE espesso e forma cônica Perfusão coronária bifásica Perfusão coronária durante a diástole Circulação Pulmonar Ventrículo Esquerdo Artéria Pulmonar Válvula Pulmonar Ventrículo Direito Veia Pulmonar Brônquios Alvéolos Válvula Mitral Átrio Direito Válvula Aórtica Válvula Tricúspide 8 Artérias e Veias Coronárias Os dois maiores ramos das artérias coronárias partem de cada lado da raiz aórtica. Cada artéria coronária situa-se no sulco atrioventricular e está protegida por uma camada de tecido adiposo. A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Maiores Ramos Áreas Alimentadas Artéria Coronária Direita (ACD) Nodo Sinusal 55%, Nodo AV 90%, Feixe de His (90%) Parede livre AD, VD Porção de IVS Ramo Posterior Descendente (Fornecido por ACD ≥ 80%) Porção de IVS Aspecto diafragmático de VE Bifurcação da Artéria Coronária Principal Esquerda Esquerda Anterior Descendente (DAE) Parede esquerda anterior Porção anterior de IVS Porção de ventrículo direito Circunflexa Esquerda (Disponibiliza ramo posterior descendente ≤ 20%) Nodo Sinusal 45%, AE, nodo 10% AV Parede de LV lateral e posterior Veias Coronárias Localizaçao de Drenos Para Veias Tebesianas Diretamente para os ventrículos esquerdo e direito Grande Veia Cardíaca Seio Coronário no AD Veias Cardíacas Anteriores AD 9 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A ARTÉRIAS CORONÁRIAS VEIAS CORONÁRIAS O sangue é drenado por ramos das veias cardíacas. Veia Cava Superior Veia Cava Inferior Aorta Átrio Direito Tronco Pulmonar Átrio Esquerdo Grande Veia Cardíaca Ventrículo Esquerdo Ventrículo Direito O sangue é levado aos tecidos do coração por ramos das artérias coronárias. Aorta Tronco Pulmonar Átrio Esquerdo Artéria Coronária Esquerda Ventrículo Esquerdo Ventrículo Direito Descendente Anterior Esquerda Artéria Circunflexa Veia Cava Superior Átrio Direito Artéria Coronária Direita Artéria Marginal Artéria Descendente Posterior O sangue é levado aos tecidos do coração por ramos das artérias coronárias. O sangue é drenado por ramos das veias cardíacas. 10 Ciclo Cardíaco: Correlação Elétrica para Mecânica O ciclo cardíaco elétrico ocorre antes do ciclo cardíaco mecânico. A despolarização atrial inicia-se a partir do nodo SA. Esta corrente é depois transmitida através dos ventrículos. No seguimento da onda de despolarização, as fibras musculares contraem-se, o que produz a sístole. A atividade elétrica seguinte é a repolarização que resulta no relaxamento das fibras musculares e produz a diástole.A diferença temporal entre a atividade elétrica e a mecânica chama-se acoplamento eletromecânico ou a fase de excitação-contração. Um registro simultâneo de traçado do ECG e de pressão exibirá a onda elétrica antes da onda mecânica. A N A T O M I A E F I S I O L O G I A ECG Despolarização Atrial Sístole Atrial «Disparo» Atrial Sístole Ventricular Diástole Ventricular Enchimento Atrial Despolarização da Abertura Repolarização Ventricular AD VD CICLO CARDÍACO ELETROMECÂNICO 11 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Fases do Ciclo Cardíaco Mecânico 1. Fase Isovolumétrica Segue-se ao QRS do ECG Todas as válvulas fechadas A maioria do oxigênio consumido 2. Ejeção Ventricular Rápida Válvula aórtica abre Ocorre durante o segmento ST 2/3 ou mais do volume de sangue ejetado 3. Ejeção Ventricular Reduzida Ocorre durante a onda “T” Os átrios estão em diástole Produz uma onda “v” no traçado atrial 1. Relaxamento Isovolumétrico Segue-se à onda “T” Todas as válvulas fechadas A pressão ventricular desce mais A pressão VE passa abaixo da pressão AE 2. Enchimento Ventricular Rápido Válvulas AV abrem Cerca de 70% do volume de sangue vai para o ventrículo 3. Fase de Enchimento Lento: Fim-Diástole ”Kick” Atrial Segue-se à onda “P” durante os ritmos sinusais Ocorre a sístole atrial Produz uma onda “a” nos traçados atriais O volume remanescente vai para o ventrículo SÍSTOLE DIÁSTOLE 12 Perfusão da Artéria Coronária A perfusão da artéria coronária para o ventrículo esquerdo ocorre principalmente durante a diástole. O aumento da tensão na parede ventricular durante a sístole aumenta a resistência de tal modo que há muito pouco fluxo de sangue para o endocárdio. Durante a diástole há menor tensão na parede de modo que ocorre um gradiente de pressão que promove o fluxo de sangue através das artérias coronárias esquerdas. O ventrículo direito tem menos massa muscular, e portanto, menos tensão na parede durante a sístole, de modo que devido à menor resistência, há maior fluxo de sangue através da artéria coronária direita durante a sístole. O desempenho VD ideal depende em parte desta perfusão bifásica. Tem de haver uma pressão diastólica adequada na raiz da aorta para que ambas as artérias coronárias possam ser perfundidas. A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Pressão da Raiz Aórtica Fluxo de Sangue Coronário Artéria Coronária Esquerda Artéria Coronária Direita Sístole Diástole PERFUSÃO DA ARTÉRIA CORONÁRIA 13 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Definição do Débito Cardíaco Débito Cardíaco (litros/minuto, l/min): quantidade de sangue ejetado do ventrículo por minuto. Débito Cardíaco = Ritmo Cardíaco x Volume Sistólico Ritmo Cardíaco = Batimentos/min Volume sistólico = ml/batimento; quantidade de sangue ejetado para fora do ventrículo em um batimento DC = FC x VS Débito Cardíaco Normal: 4 – 8 l/min Índice Cardíaco Normal: 2,5 – 4 l/min/m2 IC = DC/ASC ASC = Área da Superfície do Corpo Intervalo do Ritmo Cardíaco Normal: 60 – 100 bpm Volume Sistólico Normal: 60 – 100 ml/batimento Volume sistólico: Diferença entre o volume endo-diastólico (VED) [a quantidade de sangue no ventrículo no fim da diástole] e o volume sistólico final (VSF) [o volumede sangue no ventrículo no fim da sístole]. O VS Normal é de 60 a 100 ml/batimento. VS = VED – VSF VS também calculado por: VS = DC / FC x 1000 Nota: 1000 utilizados para converter l/min em ml/batimento Quando o volume sistólico é expresso como uma percentagem de volume no fim da diástole, o volume sistólico é referido como a fração de ejeção(FE). Fração de ejeção normal para o VE é de 60 – 75%. A FE normal para o VD é 40 – 60%. FE = (VS / VED) x 100 Débito cardíaco Frequência Cardíaca Pré-carga Pós-carga Contratilidade Volume sistólico DETERMINANTES DO DÉBITO CARDÍACO 14 Pré-carga – Definição e Medidas Pré-carga refere-se à quantidade de estiramento da fibra miocárdica no final da diástole. Pré-carga refere-se também ao volume no ventrículo no final desta fase. Tem sido clinicamente aceitável medir a pressão necessária para encher os ventrículos como uma avaliação indireta da pré-carga ventricular. A pressão de enchimento atrial esquerdo (PEAE) ou pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP) e pressões esquerdas atriais (PAE) têm sido utilizadas para avaliar a pré-carga esquerda ventricular. A pressão direita atrial (PAD) tem sido utilizada para avaliar a pré- carga direita ventricular. Os parâmetros volumétricos (VDFVD) são a medida de pré-carga preferida, pois eliminam a influência da complacência ventricular na pressão. Pré-carga PAD/PVC: 2 – 6 mmHg PDAPP: 8 – 15 mmHg POAP/PAE: 6 – 12 mmHg VDFVD: 100 – 160 ml Lei de Frank–Starling Frank e Starling (1895, 1918) identificaram a relação entre o comprimento da fibra miocárdica e a força da contração. Quanto maior for o volume diastólico ou o estiramento de fibra no final da diástole, mais forte será a contração seguinte durante a sístole a um limite fisiológico. A N A T O M I A E F I S I O L O G I A a b Volume sistólico Volume Endo-diastólico Comprimento da Fibra Estendida, Pré-carga Pressão Volume Pressão Pressão Volume Volume CURVA DE FRANK–STARLING Comprimento da Fibra do Volume Endo-diastólico, Pré-Carga Volume sistólico 15 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Curvas de Complacência Ventricular A relação entre o volume endo-diastólico e a pressão endo- diastólica é dependente da complacência da parede do músculo. A relação entre os dois é curvilinear. Com complacência normal, aumentos relativamente grandes em volume criam aumentos relativamente pequenos em pressão. Isto ocorrerá em um ventrículo que não esteja totalmente dilatado. Quando o ventrículo se torna mais completamente dilatado, os menores aumentos em volume produzem maiores aumentos em pressão. Em um ventrículo não complacente, é gerada uma maior pressão com muito pequeno aumento em volume. O aumento da complacência do ventrículo permite grandes modificações em volume com pequeno aumento na pressão. Complacência Normal A relação pressão/volume é curvilinear: a: Grande aumento em volume = pequeno aumento em pressão b: Pequeno aumento em volume = grande aumento em pressão Complacência diminuída Ventrículo mais rígido, menos elástico Isquemia Pós-carga aumentada Hipertensão Inotrópicos Cardiomiopatias Restritivas Pressão intratorácica aumentada Pressão pericardial aumentada Pressão abdominal aumentada Complacência aumentada Ventrículo menos rígido, mais elástico Cardiomiopatias Dilatadas Pós-carga diminuída Vasodilatadores a b Volume sistólico Volume Endo-diastólico Comprimento da Fibra Estendida, Pré-carga Pressão Volume Pressão Pressão Volume Volume a b Volume sistólico Volume Endo-diastólico Comprimento da Fibra Estendida, Pré-carga Pressão Volume Pressão Pressão Volume Volume a b Volume sistólico Volume Endo-diastólico Comprimento da Fibra Estendida, Pré-carga Pressão Volume Pressão Pressão Volume Volume EFEITOS DA COMPLACÊNCIA VENTRICULAR Volume Pressão Volume Pressão Volume Pressão 16 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Volume sistólico Pós-carga FUNÇÃO VENTRICULAR Definição e Medidas de Pós-carga Pós-carga refere-se a tensão criada pelas fibras do músculo miocárdico durante a ejeção sistólica ventricular. Mais vulgarmente, a pós-carga é descrita como a resistência, impedância ou pressão que o ventrículo deve ultrapassar para ejetar o volume de sangue. A pós-carga é determinada por um número de fatores, incluindo: volume e massa de sangue ejetado, o tamanho e a espessura da parede do ventrículo e a impedância da vasculatura. Na condição clínica, a medida mais sensível de pós-carga é a resistência vascular sistêmica (RVS) para o ventrículo esquerdo e resistência vascular pulmonar (RVP) para o ventrículo direito. A fórmula para calcular a pós-carga inclui a diferença do gradiente entre o início ou fluxo de entrada do circuito e o fim ou fluxo de saída do circuito. Pós-carga Resistência Vascular Pulmonar(RVP): <250 dines/s/cm–5 RVP = PAPM–POAP x 80 DC Resistência Vascular Sistêmica (RVS): 800-1200 dines/s/cm–5 RVS = PAM–PAD x 80 DC A pós-carga tem uma relação inversa com a função ventricular. À medida que aumenta a resistência à ejeção, a força da contração diminui, resultando em um volume sistólico diminuído. À medida que aumenta a resistência à ejeção, ocorre também um aumento no consumo de oxigênio miocárdico. Pós-carga Volume sistólico 17 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Contratilidade – Definição e Medidas Inotropismo ou contratilidade refere-se à propriedade inerente das fibras do músculo miocárdico para encolher independentemente de pré-carga e/ou pós-carga. As modificações da contratibilidade podem ser traçadas em uma curva. É importante notar que as modificações na contratilidade resultam em mudanças das curvas, mas não na forma básica subjacente. As medidas de contratilidade não podem ser obtidas diretamente. Os parâmetros de avaliação clínica são sucessivos e todos incluem determinantes de pré-carga e pós-carga. Contratilidade Volume sistólico 60 – 100 ml/batimento VS = (DC x 1000)/FC IVS = VS/ASC 33 – 47 ml/batimento/m2 Índice de Trabalho Sistólico Ventricular Esquerdo 50 – 62 g/m2/batimento ITSVE = IVS (PAM – POAP) x 0,0136 Índice de Trabalho Sistólico Ventricular Direito 5 – 10 g/m2/batimento ITSVD = IVS (AP média - PVC) x 0,0136 A: Contratilidade Normal B: Contratilidade Aumentada C: Contratilidade Diminuída A: Contratilidade Normal B: Contratilidade Aumentada C: Contratilidade Diminuída Pós-carga Volume sistólico Pré-carga Volume sistólico B BA A C C CURVAS DA FUNÇÃO VENTRICULAR Pré-carga Volume do Batimento A: Contratilidade Normal B: Contratilidade Aumentada C: Contratilidade Diminuída 18 A: Complacência Normal B: Complacência Diminuída C: Complacência Aumentada B A C Pressão Volume Curvas de Complacência A: Contractilidade Normal B: Contractilidade Aumentada C: Contractilidade Diminuída A: Contractilidade Normal B: Contractilidade Aumentada C: Contractilidade Diminuída Pós-carga Volume sistólico Pré-carga Volume sistólico B BA A C C A: Contractilidade Normal B: Contractilidade Aumentada C: Contractilidade Diminuída A: Contractilidade Normal B: Contractilidade Aumentada C: Contractilidade Diminuída Pós-carga Volume sistólico Pré-carga Volume sistólico B BA A C C Sequência de Curvas da Função Ventricular A Função Ventricular pode ser representada por uma sequência de curvas. As características de desempenho do coração podem mover-se de uma curva para outra, de acordo com o estado de pré-carga, pós-carga, contratilidade ou complacência ventricular. A N A T O M I A E F I S I O L O G I A CURVAS DA FUNÇÃO VENTRICULAR Pré-carga Volume do Batimento A: Contratilidade Normal B: Contratilidade Aumentada C: Contratilidade Diminuída Volume Pressão A: Complacência Normal B: Complacência Diminuída C: Complacência Aumentada Pós-carga Volume do Batimento A: Contratilidade Normal B: Contratilidade AumentadaC: Contratilidade Diminuída 19 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Testes de Função Pulmonar Definições: Capacidade Pulmonar Total (CPT): quantidade máxima de ar no pulmão durante a inspiração máxima. (~5,8l) Capacidade Vital (CV): quantidade máxima de ar que pode ser expirada após uma inspiração máxima. (~4,6l) Capacidade Inspiratória (CI): quantidade máxima de ar que pode ser inalada do nível de repouso após uma expiração normal. (~3,5l) Volume de Reserva Inspiratória (VRI): quantidade máxima de ar que pode ser inalada após uma inspiração normal durante a respiração calma. (~3,0l) Volume de Reserva Expiratório (VRE): quantidade máxima de ar que pode ser exalada do nível de repouso após uma expiração normal. (~1,1l) Capacidade Residual Funcional (CRF): quantidade máxima de ar nos pulmões no final de uma expiração normal. (~2,3l) Volume Residual (VR): volume de gás nos pulmões após uma expiração máxima. (~1,2l) Todos os volumes e capacidades pulmonares são cerca de 20–25% menores nas mulheres que nos homens. CPT 6,0 l CV 4,5 l CI 3,0 l VRI 2,5 l VC 0,5 l VRE 1,5 l CRF 3,0 l VR 1,5 l VR 1,5 l CPT VRI VRE VR CRF CI Volume Corrente em Repouso In sp ira çã o In sp ira çã o CV ESPIROGRAMA NORMAL 20 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Equilíbrio Ácido-Base Análise de Gases no Sangue Arterial As anormalidades ácido-base simples podem ser divididas em transtornos metabólicos e respiratórios. Os valores obtidos a partir da análise de gases no sangue podem ajudar a determinar o transtorno existente. Definições Ácido: Uma substância que pode doar íons de hidrogênio Base: Uma substância que pode aceitar íons de hidrogênio pH: O algoritmo negativo de H+ concentração de íons Acidemia: Uma condição ácida do sangue com um pH < 7,35 Alcalemia: Uma condição alcalina (básica) do sangue com um pH > 7,45 PCO2: Componente Respiratório PaCO2: Ventilação normal 35 – 45 mmHg Hipoventilação > 45 mmHg Hiperventilação < 35 mmHg HCO3: Componente Metabólico equilibrado 22 – 26 mEq/l Equilíbrio de Base -2 a +2 Alcalose Metabólica > 26 mEq/l Excesso de Base > 2 mEq/l Acidose Metabólica < 22 mEq/l Défice de Base < 2 mEq/l Valores Normais de Gases no Sangue Componente Arterial Venoso pH 7,40 (7,35 – 7,45) 7,36 (7,31 – 7,41) PO2 (mmHg) 80 – 100 35 – 45 SO2 (%) 95 ou > 60 – 80 PCO2 (mmHg) 35 – 45 42 – 55 HCO3 (mEq/l) 22 – 26 24 – 28 Excesso de base/Deficit -2 – +2 -2 – +2 21 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Curva Anormal de Dissociação da Oxihemoglobina SO2 PO2 Curva de Dissociação de Oxihemoglobina A curva de dissociação de oxihemoglobina (CDO) ilustra graficamente a relação que existe entre a pressão parcial (PO2) de oxigênio e a saturação de oxigênio (SO2). A curva sigmóide pode ser dividida em dois segmentos. O segmento associativo ou porção superior da curva representa a absorção de oxigênio nos pulmões ou no lado arterial. O segmento dissociativo é a porção inferior da curva e representa o lado venoso, onde o oxigênio é liberado da hemoglobina. Deslocamento para a esquerda: Afinidade aumentada SO mais elevado2 para PO2 ↑ pH, Alcalose Hipotermia ↓ 2-3 DPG Deslocamento para a direita: Afinidade diminuída SO mais baixo 2 para PO2 ↓ pH, Acidose Hipertermia ↑ 2-3 DPG CURVA DE DISSOCIAÇÃO DE OXIHEMOGLOBINA NORMAL A afinidade da hemoglobina pelo oxigênio é independente da relação PO2 – SO2. Em condições normais, o ponto em que a hemoglobina está saturada a 50% com oxigênio chama-se P50 em um PO2 de 27 mmHg. Alterações na afinidade hemoglobina- oxigênio irão produzir alterações na CDO. FATORES QUE DESLOCAM A CURVA DE DISSOCIAÇÃO DE OXIHEMOGLOBINA O significado clínico de deslocar a CDO é que os parâmetros de avaliação SO2 e PO2 podem não refletir de modo preciso o estado clínico do paciente. Um deslocamento da CDO para a esquerda pode conduzir à hipoxia dos tecidos apesar dos valores elevados ou normais de saturação. Curva de Dissociação de Oxihemoglobina Normal Associação Dissociação SO2 PO2 50 27 22 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A A–a CÁLCULO DE GRADIENTE Equações da Troca de Gás Pulmonar A avaliação da função pulmonar é um passo importante na determinação do estado cardio-respiratório do paciente grave. Algumas equações podem ser utilizadas para avaliar a troca de gás pulmonar, para avaliar a difusão do oxigênio através da unidade capilar pulmonar e para determinar a quantidade de derivação (shunt) intrapulmonar. Qualquer alteração em um destes terá um impacto no fornecimento de oxigênio. Equação do Gás Alveolar: PAO2 é considerado a PO alveolar ideal2 e é calculada sabendo a composição do ar inspirado. PAO2 = [(PB – PH2O) x FiO2] – PaCO2 / 0,8 Gradiente oxigênio alveolar–arterial (A–a Gradiente ou P(A–a)O2) P(A-a)O2: Avalia a quantidade de difusão de oxigênio através da unidade capilar alveolar. Compara a equação de gás alveolar com a pressão parcial arterial de oxigênio. [(PB – PH2O) x FiO2] – PaCO2 x [FiO2 + (1– FiO2) / 0,8] – (PaO2) Normal: < 15 mmHg no ar ambiente Normal : 60 – 70 mmHg em FiO2 1,0 PB: Pressão atmosférica ao nível do mar: 760 PH2O: Pressão de água: 47 mmHg FiO2: Fração de oxigênio inspirado PaCO2: Pressão parcial de CO2 0,8: Quociente Respiratório (VCO2/VO2) (Pressão Barométrica – Pressão de Vapor de Água) x FiO do Paciente2 – PaCO2 – PaO do Paciente2 (760 – 47) x 0,21 – 40 – 90 713 x 0.21 – 50 – 90 99,73 – 90 = 9,73 A–a Gradiente 10 Presume respiração a nível do mar, em ar ambiente, com uma PaCO2 de 40 mmHg e PaO2 de 90 mmHg. 0,8 0,8 ~= 23 Derivação Intrapulmonar Qtd. Qs/Qt= CcO2 — CaO2 CcO2 = 21% vol 15% vol CaO2 = 20% vol CcO2 — CvO2 CvO2 = Qtd. A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Derivação (shunt) Intrapulmonar A derivação intrapulmonar (Qs/Qt) é definida como a quantidade de sangue venoso que contorna uma unidade capilar alveolar e não participa na troca de oxigênio. Normalmente uma pequena percentagem do fluxo sanguíneo drena diretamente para as veias tebesianas ou pleurais, que saem diretamente para o lado esquerdo do coração. Isto é considerado como uma derivação anatômica ou verdadeira e é cerca de 1 – 2% em indivíduos normais e até 5% em pacientes doentes. A derivação fisiológica ou derivação capilar ocorre quando há unidades alveolares colapsadas ou quaisquer outras condições em que o sangue venoso não seja oxigenado. Existe alguma controvérsia quanto à medição de Qs/Qt. Diz-se que uma derivação verdadeira é medida de modo preciso apenas quando o paciente está com uma FiO2 de 1,0. A mistura venosa que produz uma derivação fisiológica pode ser determinada quando o paciente está com uma FiO2 de < 1,0. Ambas as determinações exigem valores de saturação da artéria pulmonar para completar o cálculo. Qs/Qt = CcO2 – CaO2 CcO2 – CvO2 CcO2 = Teor de oxigênio capilar (1,38 x Hb x 1) + (PAO2 x 0,0031) CaO2 = Teor de oxigênio arterial (1,38 x Hb x SaO2) + (PaO2 x 0,0031) CvO2 = Teor de oxigênio venoso (1,38 x Hb x SvO2) + (PvO2 x 0,0031) QS / QT 24 O Índice de Perfusão de Ventilação (IPV) foi descrito como uma estimativa da oximetria dupla da derivação intrapulmonar (Qs/Qt). As suposições envolvidas na equação são: 1. O oxigênio dissolvido é descontado 2. Saturação do sangue pulmonar endo-capilar 100% 3. As modificações de Hb não são abruptas As limitações de IPV compreendem: 1. IPV pode apenas ser calculado se SaO2 < 100% 2. A fraca concordância com Qs/Qt se PaO2 > 99 mmHg 3. Boa correlação quando Qs/Qt > 15% Derivações da Equação Qs/Qt = 100 x [( 1,38 x Hb ) + ( 0,0031 x PAO2 ) – CaO2 )] [(1,38 x Hb) + (0,0031 x PAO2) – CvO2)] IPV = 100 x [1,38 x Hb x (1 – SaO2 / 100) + (0,0031 x PAO2)] [1,38 x Hb x (1 - SvO2 / 100) + (0,0031 x PAO2)] Oximetria Dupla, Simplifica a Equação da Derivação IPV = SAO2 – SaO2 = 1 – SaO2 ou 1 – SpO2 SAO2 –SvO2 = 1 – SvO2 ou 1 – SvO2 A N A T O M I A E F I S I O L O G I A Monitoramento Básico avanço nos tRatamentos intensivos PoR meio de eduCação Baseada em CiênCia desde 1972 26 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Componentes de um Sistema de Medição de Pressão Fisiológica • Cateter invasivo • Kit Edwards TruWave • Soro Fisiológico de Lavagem Normal (500 ou 1000ml) (Heparina de acordo com a política institucional) • Bolsa de infusão de pressão (com tamanho apropriado a bolsa de solução de lavagem) • Cabo de pressão reutilizável específico para o transdutor TruWave e monitor fisiológico de cabeceira • Monitor fisiológico de cabeceira Monitoramento da Pressão Fisiológica O monitoramento da pressão é uma ferramenta básica no equipamento de monitoramento clínico do paciente grave. Os transdutores de pressão descartáveis (TPD) convertem um sinal fisiológico mecânico (ex. pressão arterial central venosa, pressão arterial pulmonar, pressão intracraniana) em um sinal elétrico que é ampliado e filtrado e exibido em um monitor fisiológico de cabeceira tanto em forma de onda quanto em um valor numérico em mmHg. Tubo de pressão não complacente Torneiras Caixa do Transdutor Dispositivo de lavagem 3 ml/hr Conexão do cabo Jogo de Administração de Líquido Dispositivo da lingueta de pressão Porta de Abertura do Transdutor Para o Conjunto IV Para o Paciente Porta de Teste Para Monitor COMPONENTES DE TRANSDUTOR DE PRESSÃO DESCARTÁVEL TRUWAVE 27 A observação das melhores práticas na configuração, calibração e manutenção de um sistema transdutor de pressão fisiológica é crucial para se obter leituras de pressão mais precisas a partir das quais os diagnósticos e as intervenções são feitos. Melhor Prática de Configuração de um Sistema de Medição de Pressão Fisiológica para Monitoramento Intravascular 1. Lave as mãos 2. Abra o pacote do transdutor de pressão descartável TruWave e verifique o seu conteúdo. Substitua todas as tampas por tampas não ventiladas e certifique-se de que todas as conexões estão bem apertadas 3. Remova o transdutor TruWave da sua embalagem e insira-o em uma placa de apoio de montagem que esteja presa a um suporte IV 4. Para esvaziar e preparar a bolsa de lavagem IV e o transdutor TruWave: Inverta a bolsa de soro fisiológico normal (anticoagulação de acordo com a política da instituição). Insira o equipo de administração de líquido na bolsa IV, mantendo a câmara de perfusão direita. Mantendo a bolsa IV invertida, esvazie suavemente o ar da bolsa com uma mão, puxando simultaneamente o guia de encaixe com a outra mão até já não existir ar dentro da bolsa IV e a câmara de perfusão estar no nível desejado (½ ou cheia) 5. Insira a bolsa de lavagem na bolsa de perfusão de pressão (NÃO INSUFLAR) e pendure-o no suporte IV a pelo menos 60 cm 6. Apenas com a força da gravidade (sem pressão na Bolsa de Pressão), lave o transdutor TruWave mantendo o tubo do transdutor na posição vertical à medida que a coluna de líquido sobe no tubo, empurrando o ar para fora do tubo M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O 28 de pressão até que o líquido chegue ao fim do tubo (lavar sob pressão cria turbulência e aumenta o número de ocorrências de bolhas) 7. Pressurize a bolsa de pressão até este atingir 300 mmHg 8. Lave rapidamente o tubo do transdutor enquanto bate suavemente com os dedos no tubo e nas torneiras para remover quaisquer bolhas residuais 9. Conecte o cabo de pressão não descartável, que seja compatível com o monitor de cabeceira, ao transdutor de pressão descartável e no monitor de cabeceira 10. Conecte o tubo ao cateter arterial e, depois, aspire e lave o sistema para garantir que o cateter está intravascular e todas as bolhas residuais foram removidas. 11. Nivele as torneiras mesmo acima do transdutor TruWave com o eixo flebostático 12. Abra a torneira ao ar atmosférico. Pressão a zero, de acordo com as instruções de utilização do monitor de cabeceira 13. Inspecione o traçado de pressão na tela de monitoramento de cabeceira para confirmar a escala de pressão adequada, a classificação de pressão, as configurações de alarme, o código de cores e se a forma de onda fisiológica estão presentes. M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O 29 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Melhores Práticas para Nivelar e Zerar um Sistema de Transdutor para Pressão Fisiológica 1. Nivele a torneira mais próxima do transdutor (porta de abertura) à fonte da pressão fisiológica. O monitoramento intravascular deve ser nivelado com o coração ou o eixo flebostático (quarto espaço intercostal no ponto médio antero-posterior do tórax). Isto anula os efeitos da pressão hidrostática no transdutor de pressão 2. O nivelamento deve ser feito com um nível de bolha ou um nivelador a laser (nivelador a laser PhysioTrac). O nivelamento por estimativa visual não é recomendado, pois está provado que não é confiável com uma variabilidade significativa entre utilizadores 3. A referência a zero elimina os efeitos da pressão atmosférica e hidrostática 4. Abra a torneira de referência ao ar, removendo a tampa sem abertura, mantendo intacta a esterilidade 5. Depois de remover a tampa sem abertura, desligue a torneira do paciente 6. Inicie a função “Zero” no monitor de cabeceira e confirme a forma de onda da pressão e se o valor numérico exibe 0 mmHg 7. Assim que o “zero” for observado, gire a torneira novamente para a porta de abertura e substitua a tampa sem abertura 30 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Melhores Práticas para Manutenção de um Sistema de Transdutor para Pressão Fisiológica • Mantenha o transdutor nivelado: Volte a nivelar o transdutor sempre que a altura ou posição do paciente se alterar em relação ao transdutor • Volte a zerar o transdutor: Uma zeragem periódica do transdutor de pressão fisiológica de 8 em 8 ou de 12 em 12 horas • Verifique a bolsa infusora de pressão: Mantenha uma pressão de 300 mmHg para garantir um fluxo constante da solução de lavagem e a fidelidade do sistema • Verifique o volume da bolsa de lavagem: Mude < ¼ cheio para garantir um fluxo constante da solução de lavagem e a fidelidade do sistema • Verifique a integridade do sistema: Certifique-se de que o sistema está livre de bolhas, que se podem desenvolver com o tempo, que as torneiras estão alinhadas corretamente, que as conexões estão bem apertadas e que o equipo não está emaranhado • Verifique a resposta de frequência: Faça o teste de onda quadrada de 8 em 8 ou de 12 em 12 horas para avaliar quanto ao sobre- ou sub-amortecimento do sistema 31 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Impacto de um Nivelamento Incorreto nas Leituras de Pressão As leituras de pressão intravascular podem conter um erro, se o alinhamento com o eixo flebostático não for mantido. O montante de erro introduzido depende do grau do desvio. Por cada polegada (2,5 cm) que o coração se desvie do ponto de referência do transdutor, será introduzido um erro de 2 mmHg. Coração 10” (25 cm) ABAIXO do transdutor = Pressão erroneamente BAIXA 20 mmHg Coração alinhado com o transdutor = erro de 0 mmHg Coração 10” (25cm) ACIMA do transdutor = Pressão erroneamente ALTA 20 mmHg 32 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Fidelidade da Forma de Onda e Resposta de Frequência Ideal Todos os transdutores de pressão fisiológica são amortecidos. O amortecimento ideal resulta em uma forma de onda e em um valor exibido que está fisiologicamente correto. Um sistema de pressão fisiológica sobre-amortecido resulta em uma pressão sistólica subestimada e em uma pressão diastólica sobrestimada. Um sistema de pressão fisiológica sub-amortecido resulta em uma sobrestimação da pressão sistólica e uma subestimação da pressão diastólica. Um teste de onda quadradapode ser utilizado como um método simples de avaliar a resposta de frequência à cabeceira. Nota: Consulte a página 36 para informação adicional e exemplos de testes de onda quadrada. 33 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Sistemas de Monitoramento de Pressão Este esquema identifica os componentes de um sistema de monitoramento de pressão padrão. O cateter e o cateter arterial Edwards Swan-Ganz podem ser ligados a uma linha de monitoramento de pressão. O tubo deve ser não-complacente para transmitir, de modo preciso, as ondas de pressão do paciente ao transdutor. O transdutor de pressão descartável é mantido patente por uma solução pressurizada (300 mmHg). Um dispositivo de lavagem integral com um restritor limita as taxas de fluxo a cerca de 3 ml/hora para adultos. Normalmente, é utilizado um soro fisiológico heparinizado como solução de lavagem com um intervalo de heparina de índice 0,25u/1ml a 2u/1ml. Tem sido utilizada uma solução não-heparinizada em pacientes com sensibilidade à heparina. SISTEMA DE PRESSÃO TO P 1. Transdutores TruWave 2. Bolsa de lavagem com soro fisiológico normal em saco de pressão 3. Linha Arterial Radial 4. Cateteres Swan-Ganz AD e portas AD 5. Cabo de pressão TruWave / trifurcado 6. Monitor de cabeceira 7. Linha de administração trifurcada de líquido 2 3 4 5 6 7 1 34 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Determinação da Resposta Dinâmica Um monitoramento ideal da pressão exige um sistema de pressão que reproduza, de modo preciso, os sinais fisiológicos a ele aplicados. As características de resposta dinâmica do sistema incluem a frequência natural e o coeficiente de amortecimento. Ative o dispositivo de lavagem para executar um teste de onda quadrada para medir a frequência natural e calcular o índice de amplitude. Faça um Teste de Onda Quadrada Ative o dispositivo de lavagem puxando a a lingueta de encaixe ou de puxar. Observe o monitor de cabeceira. A forma de onda elevar-se-á rapidamente e tornar-se-á quadrada no topo. Observe o traçado à medida que retorna ao ponto de partida. Calcule a Resposta Natural (fn) Estimada medindo o tempo de uma oscilação total (mm). fn = velocidade do papel (mm/s) largura da oscilação/mm ÍNDICES DE AMPLITUDE 1 mm A2 A1 24 mm 8 mm t 35 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Determine o Índice de Amplitude Faça a estimativa medindo as amplitudes de duas oscilações consecutivas para determinar um índice de amplitude, A2 / A1. Trace para Determinar o Coeficiente de Amortecimento Trace a frequência natural (fn) contra o índice de amplitude para determinar o coeficiente de amortecimento. O índice de amplitude está à direita e o coeficiente de amortecimento está à esquerda. Avaliação Simples da Resposta Dinâmica Determinar as características de resposta dinâmica do sistema de monitoramento de pressão calculando o índice de amplitude e o coeficiente de amortecimento pode não ser exequível à cabeceira, quando for necessária uma avaliação rápida da forma de onda. Uma simples avaliação da resposta dinâmica pode ser obtida fazendo um teste de onda quadrada e observando as oscilações resultantes. Para poder fazer esta avaliação de modo preciso, é necessário um dispositivo de lavagem que possa ser ativado e depois liberado rapidamente. Um dispositivo de lavagem que não se feche rapidamente após a ativação (do tipo de espremer ou apertar) pode não fechar o restritor rapidamente e pode produzir resultados errôneos. 1.1 1 .9 .8 .7 .6 .5 .4 .3 .2 .1 .1 .2 .3 .4 .5 .6 .8 .9 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 AMORTECIDO IDEAL ADEQUADO FREQUÊNCIA NATURAL (fn) IN AC EI TÁ VE L CO EF IC IE NT E DE A M OR TE CI M EN TO % RA ZÃ O DE A M PL IT UD E NÃO AMORTECIDO GRÁFICO DE RESPOSTA DINÂMICA 36 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Teste de Onda Quadrada 1. Ative a lingueta de encaixe ou de puxar no dispositivo de lavagem 2. Observe a onda quadrada no monitor de cabeceira 3. Conte as oscilações após a onda quadrada 4. Observe a distância entre as oscilações Amortecimento Ideal: 1,5 – 2 oscilações antes de retornar ao traçado. Os valores obtidos são precisos. Sub-Amortecido: > 2 oscilações. Pressão sistólica sobrestimada, as pressões diastólicas podem ser subestimadas. Sobre-amortecido: < 1,5 oscilações. Subestimação de pressões sistólicas, a diastólica pode não ser afetada. 37 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Técnica de Medição Referência Zero Hidrostática Para obter medições precisas de pressão, o nível da interface ar-líquido deve estar alinhado com a câmara ou vaso a ser medido. O eixo flebostático foi bem definido como uma marca adequada para as pressões intracardíacas. Recentemente, o eixo flebostático foi definido como a bissecção do 4º espaço intercostal, no ponto médio entre a parede anterior e posterior do tórax. As pressões fisiológicas são medidas em relação à pressão atmosférica. Portanto, o transdutor deve ser zerado à pressão atmosférica para eliminar o seu impacto nas leituras. A pressão hidrostática ocorre quando o nível de zeragem da torneira não está alinhado com o eixo flebostático. O eixo flebostático é utilizado tanto para o monitoramento da pressão intracardíaca quanto intra-arterial. Podem obter-se valores precisos com o paciente na posição supina e com a cabeceira da cama elevada entre 45 a 60 graus, desde que a torneira de zeragem esteja alinhada com o eixo flebostático. EIXO FLEBOSTÁTICO 4 ICS X Ponto Médio Parede do Tórax A-P 38 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O mmHg 130 Sistólica Média Diastólica70 Monitoramento Intra-arterial Componentes da Pressão Arterial Pressão sistólica de pico: começa com a abertura da válvula aórtica. Isto reflete a pressão sistólica ventricular esquerda máxima e pode ser denominada como ramo ascendente Incisura dicrótica: fecho da válvula aórtica, marcando o fim da sístole e o início da diástole Pressão diastólica: refere-se ao nível de retrocesso do vaso ou a quantidade de vasoconstrição no sistema arterial. Pode ser denominada como ramo descendente Incisura anacrótica: Pode ser visto um esforço pressistólico durante a primeira fase da sístole ventricular (contração isovolumétrica). A incisura anacrótica ocorre antes da abertura da válvula aórtica Pressão arterial: a diferença entre a pressão sistólica e diastólica Pressão arterial média: pressão média no sistema arterial durante um ciclo cardíaco completo. A sístole exige um terço do ciclo cardíaco, a diástole normalmente dois terços. Esta relação temporal reflete-se na equação para o cálculo da PAM. PAM = PS + (2PD)/3 COMPONENTES DA PRESSÃO ARTERIAL PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA Os monitores fisiológicos de cabeceira utilizam diversos algoritmos para incorporar a área sob a curva para determinar a pressão média. 200 1. Pico da Pressão Sistólica 2. Incisura Dicrótica 3. Pressão Diastólica 4. Incisura Anacrótica 150 100 50 1 4 2 3 39 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Pressão sistólica elevada Hipertensão sistêmica Arteriosclerose Insuficiência aórtica Pressão sistólica diminuída Estenose aórtica Insuficiência cardíaca Hipovolemia Pressão arterial alargada Hipertensão sistêmica Insuficiência aórtica Pressão arterial estreitada Tamponamento cardíaco Insuficiência cardíaca congestiva Choque cardiogênico Estenose aórtica Pulsus bisferiens Insuficiência aórtica Cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva Pulsus paradoxus Tamponamento cardíaco Doença obstrutiva crônica das vias aéreas Embolia pulmonar Pulsus alternans Insuficiência cardíaca congestiva Cardiomiopatia FORMAS DE ONDA DA PRESSÃO ARTERIAL ANORMAL 40 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Acesso Venoso Central Tipos de Dispositivos de Acesso Central Venoso Um cateter central venoso (CVC) é, por definição, um cateter cuja pontaestá posicionada na circulação central. Existem muitos tipos: tunelizado, não-tunelizado/inserido percutaneamente, inserido perifericamente e implantado. O tópico seguinte irá focar-se nos cateteres central venosos não-tunelizados/ inseridos percutaneamente. Os CVCs vêm em múltiplas configurações para facilitar a reanimação volumétrica, a administração simultânea de medicações diversas, bem como o monitoramento da pressão venosa central. Além disso, os CVCs são fabricados com materiais e revestimentos diferentes para reduzir a trombogenicidade, bem como as infecções na corrente sanguínea relacionadas com cateteres. Os cateteres multi-lúmen permitem fazer terapêuticas e monitoramentos diversos através de um único local de inserção para acesso venoso e são frequentemente vistos no ambiente de tratamentos intensivos. São muitas vezes inseridos para administração intermitente ou contínua de medicamentos múltiplos ou líquidos assim como para medições intermitentes ou contínuas da pressão venosa central. Estes cateteres multi-lúmen são utilizados para a administração de produtos sanguíneos, cristalóides, colóides, medicamentos e terapêuticas nutricionais. Aumentar o número de lúmenes com um cateter com o mesmo diâmetro exterior (medida French) pode diminuir o tamanho do lúmen individual ou aumentar o calibre reportado disponível, diminuindo assim o fluxo potencial através do lúmen. Utilizam-se introdutores para orientar e colocar os cateteres intravasculares, especialmente cateteres de artéria pulmonar (CAP), no interior de um vaso sanguíneo designado. Podem ser aí conservados para servir como um acesso venoso central, após a remoção do CAP. Podem ser utilizados introdutores por si só como um cateter venoso central de grande diâmetro para a rápida ressuscitação de volume. Os dispositivos de Acesso Venoso Avançado (AVA) combinam a capacidade de um introdutor de bainha para inserir um cateter de artéria pulmonar e para infundir líquidos diversos em um único dispositivo multifunções. 41 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Aplicações de Dispositivos de Acesso Central Venoso • Rápida administração de líquidos – por exemplo, em casos de, ou em risco de, perdas elevadas de sangue - Trauma múltiplo - Cirurgia ortopédica complexa - Grande cirurgia vascular - Cirurgia abdominal extensa - Citoredução de tumor - Sepse - Queimaduras • A administração de líquidos IV exigindo diluição dentro da circulação central para evitar danos vasculares (ex. quimioterapia, nutrição total parenteral) • Administração de drogas vasoativas e/ou incompatíveis • Coleta frequente de sangue (em pacientes sem linha arterial) e/ou terapêuticas de administração de sangue • Pacientes crônicos em quem o acesso periférico IV é limitado ou indisponível • Monitoramento de Pressão Venosa Central (PVC) para a avaliação do estado de líquidos intravasculares • Medição de níveis de saturação de oxigênio no sangue retornando ao coração (ScvO2) • Monitoramento e acesso de pré- ou pós-inserção de cateter na artéria pulmonar (mesmo local de inserção) 42 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O As Contra-indicações Relativas Podem Incluir Pacientes Com • Sepse Recorrente • Estado hipercoagulável em que o cateter poderia servir como foco para a formação de sepse ou formação de trombo benigno • Cateteres revestidos com heparina, nos casos em que se conheça a sensibilidade do paciente a heparina Complicações • Perfuração da artéria carótida ou canulação secundária na proximidade da jugular interna • Pneumótorax (ar em pulmão colapsado no espaço pleural), abordagem por jugular interna (JI) tem uma menor incidência de pneumotórax que a abordagem sub-clávica ou inferior anterior (JI). Os pacientes com pulmões superinsuflados (ex. DPOC ou PEEP) podem apresentar um risco elevado de pneumotórax, especialmente no caso de uma abordagem sub-clávica • Hemotórax (sangue em pulmão colapsado em espaço pleural), perfuração arterial secundária ou laceração • Hemorragia no tórax (hemotórax, tamponamento) ou no local de inserção • Perfuração ou laceração do duto torácico • Embolia gasosa, risco aumentado em pacientes que respiram espontaneamente (pressão negativa) ao contrário de ventilação mecânica (pressão positiva) • Complicações in-situ; danos nos vasos, hematoma, trombose, disritmia, perfuração cardíaca, migração do cateter da VCS para AD ou extravascular 43 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Mitigação de Complicações Como reduzir infecções na corrente sanguínea relacionadas com o cateter: • Higiene das mãos • Clorexidina anti-séptica para a pele • Capote cirúrgico e luvas estéreis com gorro e máscara • Barreira de precaução máxima à inserção • Seleção ideal do local de inserção do cateter, sendo as veias subclávias o local preferido Como reduzir a perfuração/canulação involuntária da carótida, punções múltiplas • Colocação de linha central orientada por ultrassom Nota: A ponta de um CVC não deve nunca ser colocada no átrio direito devido ao risco de perfuração cardíaca, resultando em um tamponamento. 44 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Especificações do Cateter Central Venoso Poliuretano (usado normalmente para o corpo do cateter): • Força tênsil que permite uma parede de construção mais fina e um diâmetro externo menor • Elevado grau de biocompatibilidade, resistência ao emaranhamento e aos trombos • Capacidade para amolecer dentro do organismo Lúmenes e Funcionalidade: • Mais de um lúmen aumenta a funcionalidade do local único de inserção do CVC • Os cateteres multi-lúmen podem ser mais propensos a infecções por causa do maior trauma no local de inserção ou porque as várias portas aumentam a frequência da manipulação • Os cateteres 8,5 French (Fr) de lúmen quádruplo ou triplo possuem mais portas funcionais, mas são geralmente de um lúmen menor (ex. calibre 8,5 Fr 18/18/18/16 contra calibres 8,5 Fr 15/14) • Os cateteres 8,5 French (Fr) de lúmen duplo possuem lúmenes maiores que, geralmente, são úteis para a ressuscitação de volume rápido, mas têm um número limitado de portas funcionais (ex. calibre de 8,5 Fr 18/18/18/15 contra calibres de 8,5 Fr 15/14) 8,5 Fr de Lúmen Duplo Secção Transversal do Cateter 8,5 Fr de Lúmen Quádruplo Secção Transversal do Cateter 45 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Características do Fluxo • São determinadas, em primeiro lugar, pelo diâmetro interno e comprimento do cateter, mas também são afetadas pela pressão motriz (altura IV ou pressão da bolsa infusora) bem como a viscosidade do líquido (ex. cristalóides contra sangue) • Os lúmenes maiores são frequentemente utilizados para líquidos de elevada viscosidade para aumentar o fluxo (ex. NPT - Nutrição Parenteral Total e sangue) As taxas de fluxo são normalmente calculadas com soro fisiológico normal a uma altura de cabeça de 40”(101,6 cm). Comprimento Os cateteres venosos centrais apresentam-se em vários comprimentos, sendo o mais comum entre 15 – 20 cm. O comprimento necessário depende do tamanho do paciente e do local de inserção para atingir o local desejado da ponta do cateter, aproximadamente 2 cm proximal do átrio direito. Solução para Excesso de Cateter, Clamp duplo Quando a colocação do cateter for feita com cateter em excesso entre o conector (backform) e o local de inserção, clamp duplo pode ser usado para ancorar e prender o cateter no local de inserção. Isto evita que o cateter saia e entre na pele e diminui as probabilidades de infecção. Figura 1 Figura 2 Figura 3 46 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O CVC DESIGNAÇÃO DA PORTA Distal (ou calibre maior) Medial Proximal Administração de sangue NPT ou medicamentos Administração de medicamentos Líquidos de volume elevado Coleta de amostras Administração de líquido colóide Terapêutica medicamentosaTerapêutica medicamentosa Monitoramento da PVC CVC DESIGNAÇÃO DA COR DA PORTA *Isto são apenas sugestões. Porta Dupla Tripla Quádrupla Proximal Branca Branca Branca Mediana (1) Azul Azul Azul Medial (2) Cinzenta Distal Castanha Castanha Castanha TAXAS DE INFUSÃO CVC * As taxas de fluxo médias apresentadas são para infusão de soro fisiológico normal, a temperatura ambiente e uma altura de cabeça de 101,6 cm. Cateteres Multi-Med de Poliuretano 7 Fr de Lúmen Duplo e Triplo TAXA DE FLUXO DE DESEMPENHO MÉDIO Cateter 16 cm de Comprimento (ml/hr) 20 cm de Comprimento (ml/hr) Equivalência de Calibre Transversal Lúmen Triplo Proximal Medial Distal 1670 1500 3510 1420 1300 3160 18 18 16 Lúmen Duplo Proximal Distal 3620 3608 3200 3292 16 16 Designações de Lúmen e Taxas de Infusão 47 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Redução de Infecção Revestimentos Os revestimentos de cateter podem incluir a aglutinação da superfície do cateter com agentes antimicrobianose/ou anti-sépticos para diminuir as infecções relacionadas com o cateter e as complicações trombólicas. O processo de aglutinação por heparina é um exemplo; outros agentes reportados na literatura incluem antibiópticos, como a minociclina e rifampina, ou agentes anti-sépticos, como a clorexidina e a sulfadiazina de prata. “Oligon” Material Antimicrobiano para Cateter Os materiais, em especial metais, que são antimicrobianos em doses mínimas são chamados oligodinâmicos. Um dos mais poderosos é a prata, sendo a sua forma antimicrobiana os íons de prata. A ação bactericida dos íons de prata é eficaz contra uma vasta gama de bactérias, incluindo os tipos comuns que causam infecções e os tipos mais violentos, resistentes aos antibiópticos. A prata tem sido utilizada clinicamente há décadas e foi utilizada em medicamentos sistêmicos antes do aparecimento dos antibiópticos. Atualmente, a prata é utilizada normalmente em pomadas antibacterianas (sulfadiazina de prata), para evitar a infecção e a cegueira em recém-nascidos (nitrato de prata) e em dispositivos médicos e cateteres. Os cateteres revestidos com antibiópticos e antissépticos demonstraram taxas reduzidas de colonização do cateter e infecção da corrente sanguínea associada em alguns testes clínicos, mas é importante recordar que a trombocitopenia induzida pela heparina e/ou alergia ao antibióptico utilizado em um cateter pode resultar em morbidade do paciente. Cateter e Funções Acessórias • Ponta macia para evitar ferimento ou perfuração • Radiopaco para visualização radiográfica para determinar a colocação do cateter • Marcas de profundidade em todos os cateteres e fios-guia 48 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Introdutores como uma Linha Central Por vezes, um introdutor é utilizado no acesso venoso central quando é necessária a ressuscitação de rápido volume ou mantém-se no lugar após a remoção de um cateter de artéria pulmonar. Os componentes do sistema introdutor incluem normalmente: • Bainha flexível em poliuretano • Fio-guia e dilatador • Porta lateral • Válvula de Hemostase Após a inserção, o fio-guia e dilatador são removidos, deixando a bainha no seu lugar. Os líquidos podem ser administrados através da porta lateral, enquanto a válvula hemostática evita o retorno de sangue e/ou a embolização aérea. Um cateter de infusão de lúmen único pode ser utilizado com o introdutor, colocado através da válvula hemostática (depois de limpar a válvula com um antisséptico), para se converter em um acesso de lúmen duplo. Deve ser utilizado um obturador para fechar o lúmen em segurança, assim como para prevenir a entrada de ar quando o cateter não estiver no lugar. VÁLVULA AUTOMÁTICA DE HEMOSTASE INTRODUTOR DE VÁLVULA TUOHY-BORST (INSERIDO) Válvula de Hemostase Bainha Porta Lateral Dilatador Dilatador Tecido Porta Lateral Bainha Válvula de Hemostase Eixo do Dilatador Fio-guia 49 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Cateter de Infusão O cateter de infusão é um conjunto de duas peças, consistindo em um cateter de infusão e um estilete. Com o estilete removido, o cateter de infusão permite o acesso à circulação venosa central através de um introdutor de bainha percutâneo. O cateter de infusão é indicado para utilização em pacientes que requeiram a administração de soluções, análises sanguíneas e monitoramento da pressão venosa central. Com o estilete colocado, o produto serve como um obturador, garantindo a patência da válvula e da bainha do introdutor. Cateter de Infusão Montagem do Introdutor Tampa do Adaptador Estilete Figura 1 CATETER DE INFUSÃO 50 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Locais de Inserção Normalmente, os cateteres venosos centrais são inseridos através das veias subclávia ou jugular interna (JI). A veia subclávia começa na borda lateral da primeira costela e arqueia-se através do espaço entre a primeira costela e a clavícula. Junta-se à jugular interna para formar a veia inominada (ou veia braquiocefálica), que depois corre na veia cava superior para o coração. A veia subclávia pode ser abordada quer infraclavicularmente (por baixo da clavícula) quer supraclavicularmente (por cima da clavícula). Locais alternativos incluem a jugular externa e as veias femorais. Note as “janelas” naturais para a venipunctura supraclavicular: 1) o triângulo supraclavicular formado pela clavícula, o trapézio e os músculos esternocleidomastóideos; 2) o triângulo clavicular esternocleidomastóideo formado pelas duas bolsas do músculo esternocleidomastóideo e a clavícula. RELAÇÃO ENTRE AS MARCAS CLAVICULARES E ANATOMIA VASCULAR Músculo Esternocleidomastóideo Veia Jugular Externa Músculo Trapézio Músculo Peitoral Maior Veia Jugular Interna Artéria Carótida Comum Músculo Escaleno Anterior Artéria Subclávia Veia Subclávia Veia Cava Superior Clavícula 51 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Note a grande proximidade da estrutura arterial e venosa. As venipuncturas na região lateral da clavícula são mais propensas à punção arterial, ferimento do plexo braquial e pneumotórax. Note o duto torácico proeminente e o ápex mais elevado do pulmão à esquerda e a entrada perpendicular na JI esquerda para a veia subclávia esquerda. ILUSTRAÇÃO ANATÔMICA DA RACIONAL DA PREFERÊNCIA DO LADO ESQUERDO PARA AS ABORDAGENS CLAVICULARES Veia Jugular Externa Veia Jugular Interna Veia Jugular Interna Cúpula Pleural Nervo Frênico Clavícula Artéria Subclávia Veia Subclávia Artéria Carótida Comum Plexo Braquial Duto Torácico 52 M O N I T O R A M E N T O B Á S I C O Colocação da Ponta do Cateter Os cateteres venosos centrais devem ser inseridos de modo que a ponta esteja a cerca de 2 cm proximal do átrio direito (para as abordagens pelo lado direito) e colocados de modo semelhante ou bem dentro da veia inominada (para as abordagens pelo lado esquerdo), com a ponta paralela à parede do vaso. Após a inserção deve ser feito um controle radiológico, pois é o único meio de evidência definitiva da localização da ponta do cateter. Provavelmente o fator mais importante na prevenção de complicações é a localização da ponta do cateter. O pericárdio prolonga-se por uma determinada distância cefálica ao longo da aorta ascendente e da veia cava superior. Para garantir uma localização extrapericárdica, a ponta do cateter não deve ultrapassar a veia inominada ou o segmento inicial da veia cava superior. (É importante notar que uma porção da veia cava superior está dentro do pericárdio.) Alguns clínicos podem preferir uma colocação na VCS profunda (dentro do terço inferior da VCS), mas quase metade do comprimento da VCS está coberta pela reflexão pericárdica que se inclina para a sua borda lateral. Para evitar o risco de arritmias e de tamponamento, a ponta de um CVC deve estar acima desta reflexão
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