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Apostila de Conhecimento Didático e Pedagógico da Educação Inclusiva - Atualizada

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APOSTILA
CND - Curso Normal à Distância
(21) 3347-3030 / 2446-0502
 Conhecimento Didático e 
Pedagógico da Educação Inclusiva 
 
 
 
2 
 
 
 
Sumário 
 Introdução 
 
 
03 
1. Um longo caminho em busca de Direitos. 
 
 
05 
2. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva 
da Educação Inclusiva 
 
13 
3. A escola comum na perspectiva inclusiva 
 
19 
4. As questões pedagógicas e a inclusão dos alunos 
especiais 
 
25 
5. O atendimento educacional especializado - AEE. 
 
32 
6. Tecnologias a serviço das crianças com necessidades 
especiais. 
50 
Referências bibliográficas 
 
57 
Anexos 60 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A garantia de acesso, participação e aprendizagem de todos os alunos 
nas escolas é um projeto, sonho aspirado por muitas pessoas e em alguns 
momentos, uma realidade, na área de educação e fora dela, na sociedade 
como um todo. Para tanto nos ocupamos de construir uma nova cultura de 
valorização das diferenças. 
 Por Educação Inclusiva entendemos o processo de inclusão de alunos 
com necessidades especiais ou com distúrbios de aprendizagem , na rede 
comum de ensino em todos os seus graus. 
 Em termos de Brasil há um trabalho sendo realizado a partir da 
SECADI, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e 
Inclusão. A ação dessa Secretaria do MEC abrange um espectro que 
ultrapassa as questões de Educação Inclusiva, vista de forma mais pontual, 
para abrigar também aspectos de EJA, que já estudamos e as das ações 
propostas para a Educação Indígena e de Cultura Afro brasileira. As duas 
últimas serão tratadas mais adiante no CND. 
 As preocupações relativas aos direitos de todos vêm de longa data. 
Assim já a o Art. 1º. da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, 
afirma: 
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em 
direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os 
outros em espírito de fraternidade" 
A concepção contemporânea de Direitos Humanos, introduzida por 
essa declaração, se fundamenta no reconhecimento da dignidade de todas as 
pessoas e na universalidade e indivisibilidade desses direitos; universalidade, 
porque a condição de pessoa é requisito único para a titularidade de direitos e 
indivisibilidade, porque os direitos civis e políticos são conjugados aos direitos 
econômicos, sociais e culturais. 
 
 
 
4 
 
 
Nesse contexto, o valor da aceitação da diferença se impõe como 
condição para o alcance da universalidade e a indivisibilidade dos Direitos 
Humanos. 
Num primeiro momento, a atenção aos Direitos Humanos foi marcada 
pela tônica da proteção geral e abstrata, com base na igualdade formal; mais 
recentemente, passou-se a explicitar a pessoa como sujeito de direito, 
respeitado em suas peculiaridades e particularidades. 
O respeito à diversidade, efetivado no respeito às diferenças, 
impulsiona ações de cidadania voltadas ao reconhecimento de sujeitos de 
direito, simplesmente por serem seres humanos. Suas especificidades não 
devem ser elemento para a construção de desigualdades, discriminações ou 
exclusões, mas sim, devem ser norteadoras de políticas afirmativas de 
respeito, voltadas para a construção de contextos sociais inclusivos. 
A importância de discutir esse tema, no nosso curso, se justifica pelo 
fato de a verdadeira inclusão, não ser uma realidade em todas as escolas, 
sejam elas particulares ou públicas. É preciso a garantia de acesso, 
participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas. 
Assim nosso material trará para a apreciação do grupo CND: 
aspectos ligados à conquista gradual de direitos das pessoas que apresentam 
deficiências, fará abordagem relativa à estruturação de ambientes inclusivos 
na escola comum, apresentará aspectos das escolas especiais e da 
preparação da escola comum para receber os alunos especiais. 
Esperamos que a leitura e o estudo desse material favoreçam a 
melhoria do trabalho de todos os que atuam ou vierem a atuar na escola 
inclusiva, contribuindo assim para uma sociedade mais justa. 
 
 
 
5 
 
 
1.UM LONGO CAMINHO EM BUSCA DE DIREITOS 
 
Tendo como horizonte ético os Direitos Humanos, fica evidente a 
necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, com direito a 
todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada 
indivíduo e/ou grupo social. 
 Também é preciso ressaltar que a caminhada em direção aos diretitos 
foi sendo construída gradativamente. Hoje vários passos foram dados . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para a constituição desse cenário serão mencionados aspectos 
relacionados a visão da família, comunidade, o papel da escola ,da sociedade 
e do sistema econômico no trato com a pessoa que tem algum tipo de 
deficiência, chegando-se ao momento atual, onde algumas conquistas foram 
sendo feitas. 
É oportuno transcrever um pequeno trecho do documento “Educação 
Inclusiva” do MEC/ SEESP (Ministério da Educação/ Secretaria de Educação 
Especial), pois nele se reafirma as ideias que apresentamos: 
 
A consciência do direito de constituir uma identidade própria e 
do reconhecimento da identidade do outro traduz-se no direito 
à igualdade e no respeito às diferenças, assegurando 
oportunidades diferenciadas (equidade), tantas quantas forem 
Ao final da leitura do capítulo esperamos que você tenha desenvolvido as 
seguintes competências e habilidades: 
 Identificar o passo a passo das conquistas realizadas pelos 
deficientes em busca da cidadania. 
 Conceituar Paradigma da Institucionalização 
 Reconhecer fatos marcantes na caminhada de garantia de direitos 
aos deficientes. 
 
 
 
6 
 
 
necessárias, com vistas à busca da igualdade. (MEC/SEESP, 
2004). 
 
A Constituição Federal do Brasil, de 1988, assume o princípio da 
igualdade, como pilar fundamental de uma sociedade democrática e justa, 
quando expressa no Art. 5° que : 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros, 
residentes no país, a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.( BRASIL. 
CONSTITUIÇÃO, 1988). 
 
Para que a igualdade seja real, ela tem que ser relativa. Isto significa 
que as pessoas são diferentes, têm necessidades diversas e o cumprimento 
da lei exige que a elas sejam garantidas as condições apropriadas de 
atendimento às peculiaridades individuais, de forma que todos possam 
usufruir as oportunidades existentes. Há que se enfatizar aqui, que tratamento 
diferenciado não se refere à instituição de privilégios, e sim, a disponibilização 
das condições exigidas, na garantia da igualdade. 
 
 
 
 
As pessoas com deficiência eram, inicialmente, segregadas e até 
afastadas da sociedade, por não poderem garantir a própria sobrevivência. 
Assim, as pessoas com deficiência eram estigmatizadas, por não se 
encontrarem dentro dos padrões de sujeitos produtivos.(Aranha, 2004) 
Entretanto as relações de trabalho mudaram e, concomitantemente, a 
política, a educação, a cultura também sofreram transformações. A 
compreensão das mudanças pode ajudar a entender o papel da educação e 
 
 
 
7 
 
 
da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. 
Para o capitalismo, a educação tem a função de manutenção social e o 
conhecimento é um produto pronto que deve garantir a continuidade de 
padrões sociais. Atualmente, as políticas externas e internas procuram 
estabelecer que a educação atue constantemente sobre o desenvolvimentodo 
ser humano, com o objetivo de integrá-lo como ser social, buscando a 
realização pessoal e os fins coletivos. 
 
 
A família é o primeiro espaço social da criança, no qual ela constrói 
referências e valores e a comunidade é o espaço mais amplo, onde novas 
referências e valores se desenvolvem. Com a participação da família e da 
comunidade o aluno traz para a escola informações, críticas, sugestões, 
solicitações, revelando necessidades e sinalizando rumos. 
 
A escola é um dos principais espaços de convivência social do ser 
humano, durante as primeiras fases de seu desenvolvimento. Ela tem papel 
primordial no desenvolvimento da consciência de cidadania e de direitos, já 
que é na escola que a criança e o adolescente começam a conviver num 
coletivo diversificado, fora do contexto familiar. 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
O conceito de cidadania em sua plena abrangência engloba direitos 
políticos, civis, econômicos, culturais e sociais. A exclusão ou limitação em 
qualquer uma dessas esferas fragiliza a cidadania, não promove a justiça 
social e impõe situações de opressão e violência. 
Exercer a cidadania é conhecer direitos e deveres no exercício da 
convivência coletiva, realizar a análise crítica da realidade, reconhecer as 
dinâmicas sociais, participar do debate permanente sobre causas coletivas e 
manifestar-se com autonomia e liberdade respeitando seus pares. 
Tais práticas se contrapõem à violência, na medida que não admitem 
a anulação de um sujeito pelo outro, mas fortalecem cada um, na defesa de 
uma vida melhor para todos. 
Uma proposta de educação para a paz deve sensibilizar os 
educandos para novas formas de convivência baseadas na solidariedade e no 
respeito às diferenças, valores essenciais na formação de cidadãos 
conscientes de seus direitos e deveres e sensíveis para rejeitarem toda a 
forma de opressão e violência. 
 
 
A atenção educacional aos alunos com necessidades especiais, 
associadas ou não a deficiência, tem se modificado ao longo de processos 
históricos de transformação social, tendo caracterizado diferentes paradigmas, 
nas relações das sociedades com esse segmento populacional. 
A deficiência foi, inicialmente, considerada um fenômeno 
metafísico, determinado pela possessão demoníaca, ou pela escolha divina da 
 
 
 
9 
 
 
pessoa para purgação dos pecados de seus semelhantes. Séculos da 
Inquisição Católica e posteriormente, de rigidez moral e ética, da Reforma 
Protestante, contribuíram para que as pessoas com deficiência fossem 
tratadas como a personificação do mal e, portanto, passíveis de castigos, 
torturas e mesmo de morte. 
 
À medida que conhecimentos na área da Medicina foram 
sendo construídos, e acumulados, na história da humanidade, a deficiência 
passou a ser vista como doença, de natureza incurável, gradação de menor 
amplitude da doença mental. 
Tais ideias determinaram a caracterização das primeiras 
práticas sociais formais de atenção à pessoa com deficiência, quais sejam, as 
de segregá-las em instituições fosse para cuidado e proteção, fosse para 
tratamento médico. A esse conjunto de ideias e de práticas sociais 
denominou-se Paradigma da Institucionalização, o qual vigorou, 
aproximadamente por oito séculos. 
No Brasil, as primeiras informações sobre a atenção às 
pessoas com deficiência remontam à época do Império. Seguindo o ideário e 
o modelo ainda vigente na Europa, de institucionalização, foram criadas as 
primeiras instituições totais, para a educação de pessoas cegas e de pessoas 
surdas. 
Na Declaração dos Direitos Humanos de 1948,sobre a qual 
já fizemos referências , trata de diversos artigos e parágrafos que são 
 
 
 
10 
 
 
decisivos para o processo de inclusão. A título de exemplo transcrevemos o 
parágrafo 2 do Art.26 (outros artigos pertinentes ao tema estão em anexo 1). 
A educação deve visar à plena expansão da personalidade 
humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades 
fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e 
a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou 
religiosos. 
De maneira geral, esta Declaração assegura às pessoas com 
deficiência os mesmos direitos à liberdade, a uma vida digna, à educação 
fundamental, ao desenvolvimento pessoal e social e à livre participação na 
vida da comunidade. 
No tocante à Conferências Internacionais têm destaque duas 
A Conferência de Jomtien(1990) e a Conferência de Salamanca (1994), (já 
citadas também na nossa apostila sobre EJA.) A Conferência de Salamanca 
especificamente tratou de Necessidades Educativas Especiais. Verifique 
algumas recomendações feitas nessas conferências no Anexo 2. 
 Importante estudo ocorreu em 1999, na cidade da 
Guatemala. Tratou-se da Convenção Interamericana para a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de 
Deficiência. Dentre as muitas e importantes discussões destaca-se a que 
define, no Art. 1, a deficiência como : 
uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza 
permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer 
uma ou mais atividades essenciais da vida diária causada ou 
agravada pelo ambiente econômico e social. 
Para saber mais, acesse o Anexo 4 e você poderá ler algumas 
informações relevantes sobre a convenção da Guatemala. 
 
 
 
11 
 
 
 
 Especificamente em nosso país, em tempos mais 
próximos, podemos considerar que a Educação Inclusiva começou a aparecer 
com maior destaque a partir da Constituição de 1988. Também fazem 
referência ao assunto: o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 e a 
LDB 9394/96.(Anexo 4). 
Destacamos o item III do Art. 53, do capítulo IV do ECA (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), Lei 8069 de 13 de julho de 1990: 
 “O atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência deve ser feito preferencialmente na rede regular de ensino.” 
De acordo com o MEC1em termos bem atuais devemos 
registrar que está concentrada na SECADI - a Secretaria de Educação 
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão- em articulação com os 
sistemas de ensino a implementação de políticas educacionais para a 
educação especial. Além da área específica de Educação Especial, a SECADI 
.como já enfatizamos, atende às áreas de alfabetização e educação de jovens 
e adultos, educação ambiental, educação em direitos humanos, do campo da 
educação escolar indígena, quilombola e educação para as relações étnico-
raciais. O objetivo da SECADI é contribuir para o desenvolvimento inclusivo 
dos sistemas de ensino, voltado à valorização das diferenças e da 
diversidade, à promoção da educação inclusiva, dos direitos humanos e da 
sustentabilidade socioambiental, visando à efetivação de políticas públicas 
para esses segmentos. 
 
 
1
 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=290&Itemid=815 
 
 
 
12 
 
 
 
Nos tempos da Educação Inclusiva ressaltamos que a educação deve 
contribuir para a conscientização de direitos e proporcionar meios para que 
todos sejam integrados como, de fato, cidadãos de direito , caracterizando 
assim a educação inclusiva. 
Essa foi a temática desenvolvida no capítulo que transcorreu, 
abordando as diferentes visões sobre a forma da sociedade tratar das 
pessoas deficientes, ao longo do tempo. O próximo capítulo tratará dos 
aspectos ligados à Política nacional de educação especial na perspectiva da 
educação inclusiva 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
2. POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA 
DAEDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
 Em 2008 foi instituída a Política Nacional de Educação Especial , de 
acordo com a SECADI (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, 
Diversidade e Inclusão), que passou a destacar a importância da inclusão, 
baseando-se na premissa da valorização das aptidões e capacidades de cada 
aluno e na minimização das dificuldades de alguns. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Educação Especial não substitui a escolarização de alunos com 
deficiência, com transtornos globais de desenvolvimento e com altas 
habilidades/superdotação, porém, supõe uma escola que inclui alunos que 
não atendem a um determinado perfil. Todos devem ter oportunidades para se 
desenvolverem, ainda que em ritmos diferentes e nem sempre atingindo os 
mesmos patamares. Para isso devem ser oferecidos aos alunos recursos, 
serviços e estratégias que lhes permitam acesso ao conhecimento e ao 
ambiente escolar. 
Nesse contexto, deixa de ser um sistema paralelo de ensino, com 
níveis e etapas próprias. O mais importante é garantir o direito de todos à 
educação. 
Ao final do estudo desse capítulo você deverá ter construído e 
sistematizado aprendizagens tais como: 
 Identificar as características da educação inclusiva, respeitando os 
direitos de todos. 
 Perceber a necessidade da adoção de novas práticas pedagógicas 
para que todos tenham direito à educação e direito às diferenças. 
 Estabelecer comparação entre “escola dos diferentes” e “escola das 
diferenças”, a partir da perspectiva da inclusão. 
 
 
 
14 
 
 
A intenção é esclarecer sobre a possibilidade de fazer da sala de aula 
comum um espaço de todos os alunos, sem exceções. Ele vai tratar da 
interface entre o direito de todos à educação e o direito à diferença, ou seja, 
da linha tênue traçada entre ambos e de como esse direito vai perpassando 
todas as transformações. 
 
2.1.Sobre Identidade e Diferenças na Escola 
 
As instituições de ensino, diante das novas regulamentações, tomam 
caminhos diversos. 
Observamos que inicialmente há uma reação dos sistemas 
educacionais constituídos a partir da oposição entre “alunos normais” e 
“alunos especiais”, porque concebemos uma escola com um planejamento 
voltado para os alunos considerados normais, dos quais se espera 
determinadas atitudes, resultados e conhecimentos. 
As novas propostas nos apresentam a postura de que a inclusão exige 
mudanças, algumas vezes radicais, que rompem com paradigmas, contestam 
sistemas estabelecidos nas escolas. Ela questiona a fixação de modelos 
ideais, a normalização de perfis específicos de alunos e a seleção dos eleitos 
para frequentar as escolas, produzindo, com isso, identidades e diferenças, 
inserção e/ou exclusão. 
 
 
 
15 
 
 
 
Fonte da Imagem: http://slideplayer.com.br/slide/389068/
2
 
 
De acordo com os estudos da SECADI 
o poder institucional que preside a produção das identidades e 
das diferenças define como normais e especiais não apenas 
os alunos, como também as suas escolas. Os alunos das 
escolas comuns são normais e positivamente valorados. Os 
alunos das escolas especiais são os negativamente 
concebidos e diferenciados. 
As escolas comuns escolhem atributos, rotulam os alunos, definem o 
papel dos professores na elaboração de currículos, programas e avaliações.. 
Aqueles que têm poder, que dirigem, decidem quem fica e quem sai, 
quem é incluído ou excluído dos ambientes escolares. 
 
2
 O Perfil Atual da Saúde e da Educação e o Conceito de Desenvolvimento Inclusivo 
Rosangela Berman Bieler Instituto Interamericano sobre Deficiência e Desenvolvimento 
Inclusivo. 
 
 
 
 
16 
 
 
Temos que estar atentos para não criar ambientes escolares 
excludentes, onde a identidade normal é tida sempre como natural, 
generalizada e positiva em relação às demais, e sua definição provém do 
processo pelo qual o poder se manifesta na escola, elegendo uma identidade 
específica a partir da qual as outras identidades são avaliadas e 
hierarquizadas. 
Na perspectiva da inclusão escolar, as identidades são transitórias, 
instáveis, inacabadas e, portanto, os alunos não são categorizáveis, não 
podem ser reunidos e fixados em categorias, grupos, conjuntos, que se 
definem por certas características arbitrariamente escolhidas. 
 
Fonte da imagem: http://escolasemdiferencas.blogspot.com.br/2012/05/copy-paste-
this-html-code-in-your.html 
A inclusão escolar, portanto, não permite atribuir a certos alunos 
identidades que os mantêm nos grupos de excluídos, ou seja, nos grupos dos 
alunos especiais, com necessidades educacionais especiais, portadores de 
deficiências, com problemas de aprendizagem e outros tais. É incabível fixar 
no outro uma identidade normal, que não só justifica a exclusão dos demais, 
como igualmente determina alguns privilegiados. 
Trata-se de uma educação que garante o direito à diferença e não à 
só à diversidade. 
A diversidade na escola permite a criação de grupos de idênticos, 
formados por alunos que têm uma característica comum para a realização de 
uma determinada atividade. O que se propõe com a nova visão inclusiva é 
 
 
 
17 
 
 
que não se agrupe alunos por uma de suas características (por exemplo, a 
deficiência), valorizando alguns em detrimento de outros e mantendo escolas 
comuns e especiais. O caminho sinalizado é outro. 
 
Fonte da Imagem: http://www.inclusive.org.br 
 
2.2. Escola dos Diferentes ou Escola das Diferenças? 
 
As escolas inclusivas não são escolas dos diferentes e sim escolas 
onde todos se igualam participando das atividades, construindo o seu 
conhecimento, expressando as suas ideias de acordo com as suas 
capacidades. 
Assim, ainda que haja dificuldades, não há rótulos de alunos normais, 
alunos comuns, alunos especiais. Todos têm o direito de participar do 
processo escolar, não ocorrendo mecanismos de exclusão como, por 
exemplo, algum aluno ser excluído de uma turma. 
Para alcançar essa condição são necessárias novas práticas 
pedagógicas que dependem de transformações que ultrapassam a sala de 
 
 
 
18 
 
 
aula e até mesmo a escola. A atualização e o desenvolvimento de novos 
conceitos vão permitir práticas alternativas que favoreçam a inclusão e 
estimulem todos os alunos a caminhar sempre tentando vencer os obstáculos. 
 
Parada para a Sessão Pipoca! 
Quer assistir a um bom filme cuja temática está de acordo com as 
ideias que estamos trazendo: 
"Como estrelas na Terra- Toda Criança é Especial”, foi produzido por 
Aamir Khan,em 2007,com 2h 42min de duração. 
O filme conta a história de uma criança de nove anos, vista como problemática 
na escola. Sua vida muda quando o professor de Artes a observa , acredita 
nela e põe em prática um ambicioso plano para ajudá-la. 
 
A nossa abordagem no capítulo 2 teve como proposta a discussão dos 
conceitos recentes sobre inclusão ressaltando as possibilidades de 
trabalharmos numa escola dos diferentes. Registramos também o sonho 
possível do agrupamento de alunos , não pelas suas deficiências mas sim por 
características diferenciadas, que permitam a expressão de suas 
capacidades. 
 
Acesse também : 
 
http://www.inclusive.org.br/ 
O site oferece uma série de informações e acesso a documentos e entrevistas 
que esclarecerão dúvidas sobre as questões relativas à inclusão. 
 
 
 
 
19 
 
 
3. A ESCOLA COMUM NA PERSPECTIVA INCLUSIVA 
Cabe à escola inclusiva – a escola das diferenças – reformular práticas 
que resultem em exclusão. A exclusão decorre de processos de ensino-
aprendizagemconsagrados pelo uso prolongado, considerados por muitos 
como incontestáveis. Esses processos privilegiam alunos com determinadas 
características, que caminham num determinado ritmo e assim excluem os 
que têm outros ritmos e outras necessidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A escola inclusiva é uma escola comum que busca a participação de 
todos, integra os alunos através de novas práticas pedagógicas. 
Essa escola deve ter um ensino de qualidade no qual todos os que 
compõem o sistema educacional precisam estar envolvidos. Desse modo 
tanto professores como gestores, especialistas, pais, alunos e demais 
profissionais de educação devem trabalhar numa proposta comum que 
abrange todas as escolas, mas se individualiza em cada uma delas através do 
Projeto Político Pedagógico. 
O Projeto Político Pedagógico reflete a realidade da escola, seu plano 
de trabalho, as peculiaridades do grupo que constitui essa escola. 
 
Ao final do estudo desse capítulo você deverá ter construído e sistematizado 
aprendizagens tais como: 
 Compreender como a escola comum se transforma numa escola 
inclusiva. 
 Valorizar o papel do PPP – Projeto Político Pedagógico que reflete a 
realidade da escola e permite a introdução de novas práticas. 
 Identificar o que está INSTITUÍDO em forma de leis e o INSTITUINTE 
como o que pode ser transformado e como pode ser transformado. 
 
 
 
 
 
20 
 
 
3.1- O já instituído e o instituinte 
Ao analisar a importância da escola inclusiva fica bem claro que ainda 
há muito a ser feito e, portanto, há necessidade de muitas mudanças. 
De um modo geral, cada escola precisa encontrar suas próprias 
soluções. O empenho de todos vai levar à descoberta dessas soluções que 
vão fazer parte do PPP – Projeto Político Pedagógico da escola. 
Cada escola terá um difícil caminho a percorrer para alcançar o perfil de 
escola verdadeiramente inclusiva. Os desafios das mudanças serão muitos e 
precisam ser assumidos pelo coletivo escolar. 
A organização da escola, os horários, o uso dos espaços da escola e 
fora dela, as horas de estudo dos professores devem ser combinados e 
sistematizados para que esses fins sejam alcançados. 
Um conjunto de normas, regras, atividades, rituais, funções, diretrizes, 
orientações curriculares e metodológicas, oriundo das diversas instâncias 
burocrático-legais do sistema educacional, constitui o arcabouço pedagógico e 
administrativo das escolas de uma rede de ensino. Trata-se do que está 
INSTITUÍDO e do que Libâneo e outros autores (2003),citados por 
Santos(2010) analisaram pormenorizadamente. 
Nesse INSTITUÍDO, estão os parâmetros e diretrizes curriculares, as 
leis, os documentos das políticas, os regimentos e demais normas do sistema. 
Entretanto existe um espaço e um tempo a serem construídos por 
todas as pessoas que fazem parte de uma instituição escolar, porque a escola 
não é uma estrutura pronta e acabada a ser perpetuada e reproduzida de 
geração em geração. 
A equipe da escola tem autonomia para inovar, definindo horários, 
criando projetos, módulos de estudo. Trata-se do INSTITUINTE Assim, 
confere autonomia a toda equipe escolar, acreditando no poder criativo e 
inovador dos que fazem e pensam a educação. 
 
 
 
21 
 
 
No PPP da escola inclusiva há possibilidade de se tratar sobre a 
organização do Atendimento Educacional Especializado – AEE, como um 
instrumento que favoreça a inclusão . 
 
3.2. O Projeto Político Pedagógico: um horizonte de possibilidades 
 
Em materiais anteriores, do nosso curso CND, já destacamos a 
importância da construção coletiva do PPP. 
Esse destaque do PPP está no fato desse projeto representar não 
apenas uma exigência da burocracia e administração escolar, mas um registro 
da filosofia, dos objetivos e das atividades que se pretende realizar para 
alcançar os fins estabelecidos. Dessa maneira o PPP não pode ser apenas 
um documento para ser arquivado. Ele precisa alterar realmente a estrutura 
da escola, tornando-a uma escola de todos e para todos. No PPP precisa vir 
explicitado, fundamentalmente, o que quer e colocar em execução esse 
querer, não ficando apenas nas promessas ou nas intenções expostas no 
papel. 
Para Gadotti e Romão (1997), o PPP deve ser entendido como um 
horizonte de possibilidades para a escola. O Projeto imprime uma direção nos 
caminhos a serem percorridos pela escola. Ele se propõe a responder a um 
feixe de indagações de seus membros, tais como: qual educação se quer e 
qual tipo de cidadão se deseja, para qual projeto de sociedade? O PPP 
propõe uma organização que se funda no entendimento compartilhado dos 
professores, alunos e demais interessados em educação. 
Todas as intenções da escola, reunidas no Projeto Político 
Pedagógico, conferem-lhe o caráter POLÍTICO, porque ele representa a 
escolha de prioridades de cidadania em função das demandas sociais. O PPP 
ganha status PEDAGÓGICO ao organizar e sistematizar essas intenções em 
ações educativas alinhadas com as prioridades estabelecidas. 
 
 
 
22 
 
 
O caráter coletivo e a necessidade de participação de todos é inerente 
ao PPP, pois ele não se resume a um mero plano ou projeto burocrático, que 
cumpre as exigências da lei ou do sistema de ensino. Trata-se de um 
documento norteador das ações da escola que, ao mesmo tempo, cr5ia 
oportunidades para um exercício reflexivo . 
Há uma série de pequenos detalhes da organização da prática 
pedagógica., capazes de proporcionar das atividades de forma interativa, 
numa tentativa de evitar. práticas excludentes. 
O salto da escola dos diferentes para a escola das diferenças 
demanda conhecimento, determinação, decisão. As propostas de mudança 
variam e dependerão de disposição, discussões, estudos, levantamento de 
dados e iniciativas a serem compartilhadas pelos seus membros, enfim, de 
gestões democráticas das escolas, que favoreçam essa mudança. 
Muitas decisões precisam ser tomadas pelas escolas ao elaborarem 
seus PPP, entre as quais são destacadas3 
o fazer da aprendizagem o eixo das escolas, garantindo o tempo 
necessário para que todos possam aprender 
o abrir espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, 
a criatividade e o espírito crítico sejam praticados por seus 
professores, gestores, funcionários e alunos 
o valorizar e formar continuamente o professor, para que ele possa 
atualizar-se e ministrar um ensino de qualidade. 
No nível da sala de aula e das práticas de ensino, a mobilização do 
professor e/ou de uma equipe escolar em torno de uma mudança educacional 
como a inclusão não acontece de modo semelhante em todas as escolas. 
 Mesmo quando há um PPP que orienta as ações educativas da escola, 
é necessário o empenho, uma disposição individual e grupal da equipe, para 
 
3
 Ropoli, Edilene Aparecida. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar : a escola comum 
inclusiva . 
 
 
 
23 
 
 
se expor a uma experiência educacional diferente das que estão habituados a 
viver. Para que qualquer transformação ou mudança seja verdadeira, as 
pessoas têm de ser tocadas pela experiência. Precisam ser receptivas, 
disponíveis e abertas a vivê-la, baixando suas guardas, submetendo-se, 
entregando-se à experiência (BONDÍA, apud SANTOS, p.14, 2010). 
 
As mudanças não ocorrem pela mera adoção de práticas diferentes de 
ensinar. Elas dependem da elaboração dos professores sobre o que lhes 
acontece no decorrer da experiência educacional inclusiva que eles 
necessitam viver. 
O reconhecimento de que os alunos aprendem segundo suas 
capacidades nãosurge de uma hora para a outra, só porque as teorias assim 
afirmam. Acolher as diferenças terá sentido para o professor e fará com que 
ele rompa com seus posicionamentos sobre o desempenho escolar 
padronizado e homogêneo dos alunos, se ele tiver percebido e compreendido 
por si mesmo essas variações, ao se submeter a uma experiência que lhe 
perpassa a existência. 
O professor, então, desempenhará o seu papel formador, que não se 
restringe a ensinar somente a uma parcela dos alunos que conseguem atingir 
o desempenho exemplar esperado pela escola. Ele ensina a todos, 
indistintamente. 
O caráter de imprevisibilidade da aprendizagem é constatado por 
professores que aproveitam as ocasiões para observar, abertamente e sem 
ideias pré-concebidas, a curiosidade do aluno que vai atrás do que quer 
conhecer, que questiona, duvida, que se detém diante do que leu, do que lhe 
respondemos, procurando resolver e encontrar a solução para o que lhe 
perturba e desafia com avidez, possuído pelo desejo de chegar ao que 
pretende. 
 
 
 
24 
 
 
Ao se deixar levar por uma experiência de ensinar dessa natureza, 
querendo entender o que ela revela e compartilhando-a com seus colegas, o 
professor poderá deduzir que certas práticas e aparatos pedagógicos, como 
os métodos especiais e o ensino adaptado para alguns alunos, não 
correspondem, completamente, ao que se espera deles. 
Por outro lado,opor-se a inovações educacionais, resguardando-se no 
despreparo para adotá-las, resistir e refutá-las simplesmente, distancia o 
professor da possibilidade de se formar e de se transformar pela experiência. 
Oposições e contraposições à inclusão incondicional são frequentes entre os 
professores e adiam projetos do ensino comum e especial focados na 
inserção das diferenças nas escolas. 
A interação entre colegas de turma, a aprendizagem colaborativa, a 
solidariedade entre alunos e entre estes e o professor devem ser estimuladas. 
Os professores, quando buscam obter o apoio dos alunos e propõem 
trabalhos diversificados e em grupo, desenvolvem formas de 
compartilhamento e difusão dos conhecimentos nas salas de aula. 
Muitas vezes os professores ainda rejeitam ou aceitam com restrições 
práticas educacionais inclusivas que derivam dos propósitos de se ensinar à 
turma toda, sem discriminações. Essa rejeição ou as restrições se devem, na 
maioria das vezes à insegurança na aplicação das novas práticas e à falta de 
condições para a aplicação das mesmas. 
 
 
 
25 
 
 
4. AS QUESTÕES PEDAGÓGICAS E A INCLUSÃO DOS ALUNOS 
ESPECIAIS 
 
A grande questão, e muitas vezes fonte de angústia, para os 
professores das escolas comuns é estabelecer sobre o que e como avaliar 
pedagogicamente os alunos que têm deficiências. 
Podemos considerar que é preciso reinventar os princípios e práticas 
escolares, para tornar a escola um ambiente inclusivo. 
 Esse será o foco principal do capítulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1. Diferentes enfoques sobre o mesmo tema 
 Enquanto os pedagogos, psicopedagogos, responsáveis pelas políticas 
públicas, gestores e professores discutem aspectos mais gerais a respeito de 
Direitos, Diferenças e Inclusão, as divergências de posicionamento são menos 
claras. 
 Porém, quando o assunto é o trabalho na sala de aula, as posições 
apresentadas podem ser opostas. 
Ao final da leitura do capítulo esperamos que você tenha desenvolvido as 
seguintes competências e habilidades: 
 Identificar os direitos assegurados pela Lei 9394/96 aos alunos com 
necessidades educacionais especiais. 
 Conceituar flexibilização em educação no tempo, espaço, recurso e 
conteúdo. 
 Estabelecer uma linha de trabalho na qual as práticas escolares 
inclusivas não impliquem em um ensino adaptado para alguns alunos, 
mas sim num ensino diferente para todos. 
 Reconhecer formas práticas para registrar características dos alunos 
visando facilitar o trabalho do professor, na escola dos diferentes 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 De acordo com Pechi4 não existe um currículo específico para a 
inclusão de alunos com deficiência, uma vez que cada criança é única em 
suas possibilidades de aprendizagem. Porém, há documentos que ajudam a 
orientar o planejamento dos professores. 
 Atendendo a Lei 9394/96 a escola deve assegurar aos alunos com 
necessidades educacionais especiais currículos, métodos, recursos 
educativos e organização específica para atender às suas necessidades, bem 
como o documento de terminalidade específica. 
 Esse documento é um certificado de conclusão de escolaridade 
fundamentado em avaliação pedagógica - com histórico escolar que 
apresente, de forma descritiva, as habilidades e competências atingidas pelos 
alunos com grave deficiência mental ou múltipla, para aqueles que não 
puderem atingir o nível mínimo exigido para a conclusão do Ensino 
Fundamental, em virtude da situação pessoal de desvantagem. 
 
De acordo com Santos (2010),5ao contrário do que se pensa e se faz, 
as práticas escolares inclusivas não implicam em um ensino adaptado para 
alguns alunos, mas sim um ensino diferente para todos, em que os alunos 
tenham condições de aprender, segundo suas próprias capacidades, sem 
discriminações e adaptações. 
A ideia do currículo adaptado, de acordo com a autora, estaria mais 
associada à exclusão, pois só seria aplicado aos alunos que não conseguem 
acompanhar o progresso dos demais colegas na aprendizagem. Currículos 
 
4
 http://revistaescola.abril.com.br/formacao/existem-parametros-curriculares-nacionais-
promover-inclusao-escolas-636411.shtml 
5
 A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - A Escola Comum Inclusiva 
 
 
 
27 
 
 
adaptados e ensino adaptado negam a aprendizagem diferenciada e 
individualizada. Para a autora, ensino escolar é coletivo e deve ser o mesmo 
para todos. É o aluno que se adapta ao currículo, quando se admitem e se 
valorizam as diversas formas e os diferentes níveis de conhecimento de cada 
um. 
Para Santos .(2010) a aprovação e a certificação por terminalidade 
específica, como propõe a LDB 9394/96, não faz sentido, quando se entende 
que a aprendizagem é diferenciada de aluno para aluno, constituindo-se em 
um processo que não pode obedecer a uma terminalidade prefixada com base 
na condição intelectual de alguns. 
Outra crítica feita pela autora se refere à prática usual nas escolas do 
ensino dos conteúdos das áreas disciplinares (Matemática, Língua 
Portuguesa, Geografia, Ciências, etc.) como fins em si mesmos e tratados de 
modo fragmentado nas salas de aulas. Para a mesma, nem proposta de 
interdisciplinaridade é capaz de romper a compartimentalização do saber. 
A sugestão , no entender da mesma autora, seria o desenvolvimento 
de um trabalho com a transversalidade. Segundo Gallo (2002),citado por 
Santos ( 2010), a transversalidade em educação e currículo não disciplinar 
tem a ver com processos de ensino e de aprendizagem em que o aluno 
transita pelos saberes escolares, integrando-os e construindo pontes entre 
eles, que podem parecer caóticas, mas que refletem o modo como 
aprendemos e damos sentido ao novo. 
 
4.2.A flexibilização é indicada 
 
 De acordo com a sugestão de Ramos (2011) o desafio é um recurso 
usado em qualquer boa proposta de ensino. E não há por que não aproveitá-lo 
com alunos que tenham necessidades educacionais especiais (NEE). 
 
 
 
28 
 
 
 Como ocorre com todas as crianças, esse procedimento ajuda a 
promover a aprendizagem. Quem tem na sala um estudante com algum tipo 
de deficiência geralmente conhece suas limitações,mas não tem claro o que, 
de fato, ele é capaz de fazer. 
 Como descobrir isso? Flexibilizando as atividades e propondo situações de 
aprendizagem desafiadoras. Assim, seguindo o que propõe Ramos (2011) 
elabore as aulas pensando em como ele pode participar delas, sem tratá-lo 
como alguém a ser posto a parte. 
 Para tanto é preciso adaptar as propostas para que ele seja 
protagonista e possa resolvê-las individualmente ou em dupla. 
 A flexibilização pode se dar em diferentes dimensões: tempo, espaço, 
recursos ou conteúdo. 
É necessário também diferenciar os meios para garantir os mesmos 
direitos e deveres para todos. 
 Observar os avanços de cada estudante e adaptar o planejamento são 
recomendações, até porque, independentemente de ter ou não necessidade 
educacional especial (NEE), um aluno nunca é igual ao outro. 
 
Para saber mais 
Em novaescola.org.br/extras, há mais informações sobre como trabalhar 
flexibilizando as aulas. 
 
 
4.3. Uma ficha para auxiliar nos registros 
 
 Em termos práticos, o que fazer para facilitar o trabalho do professor, 
na escola dos diferentes? Buscamos sugestões diversas e apresentamos, 
primeiramente, uma forma de registrar para melhor conhecer os alunos. A 
ficha de acompanhamento que se segue pode ser acessada em: 
 
 
 
 
29 
 
 
Modelo de proposta educativa para alunos de inclusão 
Fonte: http://gestaoescolar.abril.com.br/pdf/modelo-ficha-inclusao.pdf 
 
1 – Identificação ---------------- 
Aqui entram os dados pessoais do aluno e os contatos da família 
Nome: 
Data de Nascimento: 
Endereço: Telefone: 
Filiação: 
 
2 – Dados relevantes sobre a família e histórico pessoal do aluno 
 
------- Espaço para relatar aspectos importantes sobre o desenvolvimento do 
aluno e informações sobre a família que possam auxiliar os profissionais que o 
acompanharão. 
 
3 – Dados sobre a escolarização 
 --------------- Escolas que o aluno frequentou, com seus respectivos contatos 
telefônicos 
 
4 – Atendimentos fora da escola 
 ------- Informar instituições que o aluno frequenta ou já frequentou, bem como 
os profissionais (como fonoaudiólogos e terapeutas) que o atendem ou 
atenderam. 
 
5 – Necessidades especiais identificadas 
|--------Itens para enumerar dificuldades tais como:comprometimento cognitivo 
e restrições motoras), bem como aspectos que podem auxiliar o processo de 
aprendizagem (como gosto pela escola e boa parceria com a família) 
5.1 Identificação da(s) dificuldade(s) 
5.2 Possíveis fatores associados ao(s) problema(s) 
5.3 Fatores de positividade 
 
6 – Objetivos pedagógicos 
|------ Listar, de acordo com as possibilidades do aluno, o que se espera que 
ele aprenda em um determinado período em diferentes áreas do 
conhecimento. 
6.1 Leitura 
6.2 Escrita 
6.3 Matemática 
6.4 Natureza e Sociedade 
6.5 Psicomotricidade 
6.7. Autoestima 
 
 
 
30 
 
 
6.8. Atenção e Concentração 
6.9. Recursos Humanos/ Materiais 
 
7 – Objetivos gerais 
|------ Listar, de acordo com as possibilidades do aluno, as diversas 
habilidades que ele pode adquirir no período e conquistas que pode atingir. 
OBS: A avaliação será feita e acordo com cada objetivo. 
 
8 – Responsáveis pela construção do plano 
 
- Professor referência ------- (Da turma regular) 
- Professor especialista ---( Do Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
- Pedagogo 
- Fonoaudiólogo 
- Psicólogo 
- Cuidador 
- Terapeuta Ocupacional 
 
Um estudo de caso: 
 Vamos relatar uma experiência que vem sendo desenvolvida, há vários 
anos, num colégio da rede pública federal, situado na cidade do Rio de 
Janeiro: 
 Alunos com deficiência visual ou com visão baixa têm um atendimento 
especial. Pela manhã, assistem às aulas regulares e, à tarde, vão para uma 
escola especializada, o Instituto Benjamim Constant. 
 Nas aulas regulares, recebem material em Braille e um atendimento 
mais próximo do professor. O mais importante, porém, é a inclusão. Eles se 
sentem totalmente participantes da turma, recebem o apoio, a amizade e a 
ajuda dos colegas. Também costumam se deslocar, sem necessidade de 
ajuda, pelo espaço do colégio. 
 No Benjamim Constant eles recebem o atendimento especializado que 
essa instituição tem condições de dar, caracterizando assim a educação 
inclusiva na sua melhor expressão. 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 Atividade: 
 Apresente, num pequeno texto, uma experiência semelhante que você 
tenha observado ou tido conhecimento; comente o resultado dessa 
experiência, com base no que você já leu neste material. 
 
 
 
 
 
 
 De acordo com a nossa proposta para o capítulo o que visamos foi 
tratar da questão da inclusão , na perspectiva do professor de escola comum, 
que recebe alunos diferentes, sendo que alguns apresentam necessidades 
educacionais especiais, enquanto não se efetiva por completo a sonhada 
escola da diferença. 
 Assim apresentamos um diálogo entre autores com diferentes visões 
sobre o processo de ensino para as classes com alunos que tenham 
necessidades educacionais especiais e variadas. 
 Como contribuição foram sugeridas atividades desafiadoras e flexíveis, 
de forma a atender a todos. Outra sugestão visa registrar a caminhada mais 
específica dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais e 
reafirmamos que a base de um trabalho inclusivo ressalta a prioridade do 
conhecimento de cada aluno. 
 O próximo capítulo procurará apresentará dados sobre o atendimento 
educacional especializado ou AEE. 
 
 
 
32 
 
 
5. O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - AEE. 
Uma das propostas trazidas pela Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) é o Atendimento 
Educacional Especializado - AEE. 
Como AEE se entende: um serviço da Educação Especial que "[...] 
identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que 
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando 
suas necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os alunos público-alvo da educação especial são atendidos nas Salas 
de Recursos Multifuncionais, conforme estabelecido na Política Nacional de 
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e no Decreto 
N.6.571/2008. 
Esse atendimento - AEE- complementa e/ou suplementa a formação 
do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta 
obrigatória pelos sistemas de ensino. Portanto, deve ser parte integrante do 
projeto político pedagógico da escola. 
Sobre que alunos estamos falando? 
 Alunos com deficiência: aqueles [...] que têm impedimentos de 
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, 
os quais em interação com diversas barreiras, podem obstruir 
Ao final do estudo desse capítulo você deverá ter construído e 
sistematizado aprendizagens tais como: 
 Caracterizar o AEE – Atendimento Educacional Especializado 
 Refletir sobre a importância da articulação entre Educação 
Especial e escola comum, na perspectiva da inclusão. 
 
 
 
33 
 
 
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas (ONU, 2006). 
 Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles 
que apresentam alterações qualitativas das interações sociais 
recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e 
atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse 
grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e 
psicose infantil. (MEC/SEESP, 2008). 
 Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles quedemonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes 
áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, 
liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande 
criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de 
tarefas em áreas de seu interesse. (MEC/SEESP, 2008). 
 
De acordo com o que propõe a Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) , para que o aluno 
receba esse atendimento – AEE , ele deve estar matriculado no ensino 
regular. 
Esse atendimento pode ser oferecido em Centros de Atendimento 
Educacional Especializado da rede pública ou privada sem fins lucrativos. Tais 
centros, contudo, devem estar de acordo com as orientações dessa citada 
política. bem como das Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o 
Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica da Resolução 
Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009 .6 
Na perspectiva da educação inclusiva, o processo de reorientação de 
escolas especiais e centros especializados requerem a construção de uma 
proposta pedagógica que institua nesses espaços, principalmente, serviços de 
 
6
 http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf 
 
 
 
34 
 
 
apoio às escolas para a organização das salas de recursos multifuncionais e 
para a formação continuada dos professores do AEE. 
Há preferência pela escola comum como o local do serviço de AEE, já 
definida no texto constitucional de 1988, e reafirmada pela nessa proposta. 
O motivo principal do AEE ser realizado na própria escola do aluno 
está na possibilidade de que suas necessidades educacionais específicas 
possam ser atendidas e discutidas no dia a dia escolar e com todos os que 
atuam no ensino regular e/ou na educação especial, aproximando esses 
alunos dos ambientes de formação comum a todos. 
Para os pais, quando o AEE ocorre nessas circunstâncias, propicia-
lhes viver uma experiência inclusiva de desenvolvimento e de escolarização 
de seus filhos, sem ter de recorrer a atendimentos exteriores à escola. 
 
5.1. As reais possibilidades de articulação entre escola comum e a de 
educação especial. 
Com os novos rumos estabelecidos pela Política de Inclusão, a 
Educação Especial deve se articular com a escola comum. Trata-se de um 
novo olhar uma vez que tempos atrás, se propunha substituir a escola comum 
para alguns alunos que não correspondiam às exigências do ensino regular. 
Dessa forma a escola das diferenças aproxima a escola comum da 
Educação Especial, porque, na concepção inclusiva, os alunos devem estar 
juntos, em uma mesma sala de aula, em todos os níveis e etapas do ensino 
básico e do superior. 
Para oferecer as melhores condições possíveis de inserção no 
processo educativo formal. Uma aproximação do ensino comum com a 
Educação Especial vai se constituindo à medida que as necessidades de 
alguns alunos provocam o encontro, a troca de experiências e a busca de 
condições favoráveis ao desempenho escolar dos mesmos. 
 
 
 
35 
 
 
Os professores comuns e os da Educação Especial precisam se 
envolver para que seus objetivos específicos de ensino sejam alcançados, 
compartilhando um trabalho interdisciplinar e colaborativo. As frentes de 
trabalho de cada professor são distintas. 
Ao professor da sala de aula comum é atribuído o ensino das áreas do 
conhecimento, e ao professor do AEE cabe complementar/suplementar a 
formação do aluno com conhecimentos e recursos específicos que eliminam 
as barreiras as quais impedem ou limitam sua participação com autonomia e 
independência nas turmas comuns 
do ensino regular. 
As funções do professor 
de Educação Especial são abertas 
à articulação com as atividades 
desenvolvidas por professores, 
coordenadores pedagógicos, 
supervisores e gestores das 
escolas comuns, tendo em vista o 
benefício dos alunos e a melhoria 
da qualidade de ensino. 
É importante o 
desenvolvimento em parceria de 
recursos e materiais didáticos para 
o atendimento do aluno em sala de 
aula e o acompanhamento 
conjunto da utilização dos recursos 
e do progresso do aluno no 
processo de aprendizagem, assim 
como também se torna essencial a formação continuada dos professores e 
demais membros da equipe escolar, entremeando tópicos do ensino especial 
O que é Tecnologia 
Assistiva? 
É um termo ainda novo, 
(1988) utilizado para 
identificar todo o arsenal de 
recursos e serviços que 
contribuem para 
proporcionar ou ampliar 
habilidades funcionais de 
pessoas com deficiência e 
consequentemente 
promover a vida 
Independente e a inclusão. 
É também definida como 
uma ampla gama de 
equipamentos, serviços, 
estratégias e práticas 
concebidas e aplicadas 
para minorar os problemas 
encontrados pelos 
indivíduos com deficiências. 
Fonte: 
http://www.assistiva.com.br/
tassistiva.html#topo 
 
 
 
36 
 
 
e comum, como condição da melhoria do atendimento aos alunos em geral e 
do conhecimento mais detalhado de alguns alunos em especial, por meio do 
questionamento das diferenças e do conhecimento de tudo o que possa 
promover a exclusão escolar. 
Dentre as possibilidades de atendimento ao AEE são apresentadas: 
 no horário oposto ao período escolar do aluno; 
 projetos escolares interdisciplinares que incluam a necessidade 
da tecnologia assistiva - TA; 
 Fonte da imagem: 
http://futurotaqui.blogspot.com.br/2013/02/a-tecnologia-assistiva-faz-fazer.html 
 
 
 planejamento para alterações na acessibilidade física da escola 
entre outros . 
Ainda é preciso citar uma proposta das Diretrizes para atendimento a 
AEE. As verbas do governo federal irão contemplar. Conforme as Diretrizes, 
para o financiamento do AEE são exigidas as seguintes condições: 
a) matrícula na classe comum e na sala de recursos multifuncional da 
mesma escola pública; 
b) matrícula na classe comum e na sala de recursos multifuncional de 
outra escola pública; 
 
 
 
37 
 
 
c) matrícula na classe comum e em centro de atendimento 
educacional especializado público; 
d) matrícula na classe comum e no centro de atendimento educacional 
especializado privado sem fins lucrativos. 
De acordo com Santos(2010) continua havendo certa dificuldade de 
se articular serviços dentro da escola. O que se entende equivocadamente por 
articulação entre a Educação Especial e a escola comum tem 
descaracterizado a interlocução entre ambas. 
 
5.2. Que perfil mais usuais têm os alunos assistidos pela AEE e 
presentes na sala de aula da escola comum? 
 
 Embora não nos caiba, como professores, diagnosticar as dificuldades 
pessoais apresentadas pelos alunos especiais incluídos ou não nas classes 
comuns, utilizaremos uma abordagem feita pela Prefeitura Municipal da 
Cidade de São Paulo7 para orientar seus professores. São destacadas no 
documento quatro grupo de dificuldades ou deficiências: .deficiência física, 
deficiência mental,deficiência auditiva e deficiência visual. 
... 
 
 Como deficiência física se entende a alteração completa ou parcial de 
um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da 
função física, abrangendo, dentre outras condições, amputação ou ausência 
de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou 
 
7
 
http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Documentos/BibliPed/EdEspecial/Referencial_AvaliacaoAprendizag
em_NecessidadesEspeciais.pdf 
 
 
 
 
38 
 
 
adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam 
dificuldades para o desempenho das funções (BRASIL, MEC/SEESP,2006). 
 A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho 
locomotor 
que compreende os sistemas ósteo-articular, muscular e o nervoso. As 
doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou 
em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e 
gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de 
lesão ocorrida (<www.entreamigos.com.br>. Acesso em 2006). 
 A paralisia cerebral é um tipo de deficiência física definida por muitos 
autores como:uma desordem do movimento e da postura devido a um defeito 
ou lesão do cérebro imaturo (...). A lesão cerebral não é progressiva e provoca 
debilitação variável na coordenação da ação muscular, com resultante 
incapacidade da criança em manter posturas e realizar movimentos normais 
(Bobath, 1984, p. 1). 
Se você quiser saber mais sobre os diferentes tipos de paralisia cerebral 
Acesse: Referencial sobre avaliação da aprendizagem de Alunos com 
Necessidades Especiais, da PMSR(2008) 
 
Algumas considerações sobre pessoas com deficiência física 
 Será que uma criança muito prejudicada fisicamente é também 
deficiente intelectual? 
 Não existe relação entre o prejuízo motor da criança e a deficiência 
intelectual. O que acontece é que crianças com paralisia cerebral apresentam 
atrasos ou dificuldades em conseqüência do déficit motor que interfere e 
prejudica as possíveis experiências da criança, tanto em relação ao mundo 
físico como social. Uma parcela dessas crianças apresenta déficits sensitivo-
sensoriais associados (visão e audição) que, se não forem detectados e 
tratados a tempo, poderão acarretar em atraso escolar. 
 
 
 
39 
 
 
 Mesmo quando há somente o comprometimento motor, há prejuízo no 
desenvolvimento da cognição e na aquisição de mecanismos culturais 
básicos, porque a dificuldade de manipular, explorar e controlar o ambiente 
empobrece as experiências por ela vividas. Isso pode ser um empecilho para 
o desenvolvimento da inteligência sensório-motora e, consequentemente, para 
o posterior desenvolvimento do raciocínio operador e formal. 
 Como possibilitar a inclusão de uma criança com deficiência física na 
escola? 
 A pessoa com deficiência física tem necessidade de conviver, interagir, 
trocar, aprender, brincar e ser feliz como qualquer outra, só que, muitas vezes, 
por caminhos ou formas diferentes. Há pessoas, que precisam ser mediadas 
no processo de interação. 
 O ritmo de interação e de execução de suas ações apresenta formas 
diferentes de manipulação e experimentação, pois podem ser dependentes 
motoramente. Alguns , para participar, precisam de um mediador. 
 Ele quer participar, pois só por meio da participação poderá sentir-se 
parte do grupo. A colaboração é fator fundamental para sua participação, pois 
precisa de um mediador para experimentar e construir seus conceitos 
proporcionando a troca entre o organismo e o meio. Só com o fortalecimento 
das potencialidades da criança, que através da sua intencionalidade seja 
capaz de descobrir, agir sobre, transformar o ambiente e se integrar é que ela 
poderá demonstrar suas reais possibilidades. 
 É comum a criança muito dependente mostrar-se insegura nas relações 
e apresentar comportamento de teimosia ou amuo, em função das 
dificuldades normalmente apresentadas pela família e por ela própria no 
reconhecimento de suas potencialidades; portanto, é fundamental que a 
postura e as atitudes dos professores e pais para com a criança conduzam a 
um desenvolvimento saudável em que todos cresçam juntos. A criança gosta 
de ser compreendida, quer participar; contudo, desempenha tarefas e papéis 
 
 
 
40 
 
 
de acordo com suas possibilidades. A participação proporciona um sentimento 
de pertencimento ao grupo, garantindo, assim, melhor interação com o grupo 
e com o conteúdo trabalhado. A criança quer ser tratada da mesma forma que 
os outros. 
 
 
 Segundo definição proposta pela Associação Americana de Retardo 
Mental (AAMR, 1992), que também foi utilizada no documento Política 
Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994), “deficiência mental” 
(intelectual) refere-se a limitações substanciais no funcionamento atual do 
indivíduo. É caracterizado por um funcionamento intelectual significativamente 
abaixo da média, existindo concomitante com relativa limitação a duas ou 
mais áreas de conduta adaptativa indicadas a seguir: comunicação, cuidados 
pessoais, vida no lar, habilidades sociais, desempenho na comunidade, 
independência na locomoção, saúde e segurança,habilidades acadêmicas 
funcionais, lazer e trabalho . (p. 59 do documento da Prefeitura de São Paulo). 
 Segundo D’Antino, citado no Referencial sobre avaliação da 
aprendizagem de Alunos com Necessidades Especiais, da PMSP(2008) o 
grau de comprometimento intelectual das crianças com deficiência mental 
(aspectos internos) abrange uma variada escala. 
 Pode-se dizer que, em uma das extremidades, encontram-se aquelas 
crianças que desenvolvem habilidades sociais e de comunicação eficientes e 
funcionais, tem um prejuízo mínimo nas áreas sensório-motoras e podem 
apresentar comportamentos similares às crianças de sua idade não 
portadoras de deficiência. Este grupo constitui-se na maioria, 
aproximadamente 85% dos casos. 
 No centro da escala, encontram-se aquelas crianças com nível de 
comprometimento intelectual mais acentuado, porém capazes de adquirir 
 
 
 
41 
 
 
habilidades sociais e de comunicação, necessitando de apoio e 
acompanhamento mais constante para a sua aprendizagem e 
desenvolvimento, e representam um índice próximo aos 10% desta 
população. 
 Apenas cerca de 5% apresentam significativo rebaixamento intelectual 
e normalmente associado a outros comprometimentos. 
 Durante os primeiros anos da infância, essas crianças adquirem pouca, 
ou até nenhuma, fala comunicativa e apresentam prejuízos graves no 
desenvolvimento sensório-motor. Elas se beneficiam de estimulação 
multissensorial, requerendo ambientes estruturados, favoráveis ao seu 
desenvolvimento e aprendizagem com apoio e acompanhamento constantes 
(apud MANTOAN, 1997). 
 Durante muito tempo acreditou-se que a aprendizagem dos deficientes 
intelectuais acontecia somente pelo uso de materiais concretos. O aluno 
deveria ter contato com o objeto e a partir disso iniciar os treinos insistentes, 
alienantes e descontextualizados. O grande equívoco de uma pedagogia que 
se baseia nessa lógica do concreto e da repetição alienante é negar o acesso 
da pessoa com deficiência intelectual ao plano abstrato e simbólico da 
compreensão 
 Ao contrário do que se acreditava no passado, o enfoque no trabalho 
com essa população deve ser voltado ao desenvolvimento das funções 
cognitivas superiores. 
 A pessoa com deficiência intelectual costuma apresentar uma 
característica de recusa ou de negação do saber e dessa maneira assume 
uma posição passiva e dependente do outro. Se o professor faz tudo pelo 
aluno ou oferece todas as respostas, ele reforça a posição de “débil” e de 
inibição não permitindo que ele construa qualquer tipo de conhecimento. 
 
 
 
42 
 
 
 Hoje já existem estudos que constatam que as pessoas com deficiência 
intelectual elaboram os mesmos esquemas de interpretação da linguagem e 
escrita e passam pelos mesmos conflitos cognitivos das demais. 
 Segundo Vygotsky (1988 apud Voivodic, 2004), “para minorar a 
defasagem das crianças com deficiência mental, o enfoque deve estar 
apropriado ao desenvolvimento das funções cognitivas superiores, ao 
contrário do que se acreditava ao se basear o ensino dessas crianças no uso 
de métodos concretos”(p. 46 e 47). 
 Alfabetizar uma pessoa com deficiência intelectual, não é um fim em si 
mesmo, mas um meio de possibilitar modificações mais amplas no seu 
repertório comportamental, contribuindo ao mesmo tempo para que melhore o 
que se chama a sua “autoestima” e para que o mesmo também possa ter 
acesso ao conhecimento e consequentemente o desenvolvimento do seu 
potencial cognitivo. Para isso é importante entender como se processa a 
aquisição do conhecimento, e hoje já sabemos que ela se dá por meio das 
interações do sujeito com o meio e suas experiências anteriores. 
 Portanto, é necessário que essa pessoa traga sua vivência e se 
posicione de forma autônoma e criativa diante do conhecimento. 
 Em relação às atividades em sala de aula é preciso alguns cuidados. 
Assim afirmamos que deixar um aluno com deficiência intelectual à margem 
da aprendizagem é um grande equívoco. A escola é responsável pela 
aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual utilizando-se de alguns 
procedimentos simples: realizar atividades em duplas ou grupos, em que se 
garanta a participação dos alunos com necessidades educacionais especiais. 
Essa estratégia contribui para que os alunos se ajudem mutuamente, trocando 
informações e colaborando na execução das atividades. 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
 
 A deficiência auditiva acontece quando há uma diminuição da audição 
e produz uma redução na percepção de sons, o que dificulta a compreensão 
das palavras. 
 As dificuldades aumentam com o grau de perda. O deficiente auditivo é 
aquele que com a utilização de uma prótese auditiva (aparelho de 
amplificação sonora individual poderá reconhecer os sons do meio ambiente, 
inclusive os sons da fala. A surdez pode ser caracterizada pela 
impossibilidade de se ouvir mesmo com a utilização de próteses. 
 O que significa então ter uma perda auditiva? De acordo com o 
documento da PMSP ( p. 65),significa que o sujeito que a possui acaba por 
não ter acesso à comunicação oral, aquela utilizada mais comumente pela 
nossa sociedade, o que muitas vezes pode gerar atraso em seu 
desenvolvimento, não por problemas cognitivos, mas pela impossibilidade da 
participação no mundo linguístico. 
 Há diferentes graus de surdez que são classificadas em leve,moderada 
e severa. A pessoa com esse grau de surdez, em geral, utiliza naturalmente a 
Língua de Sinais. 
 A grande dificuldade da pessoa com surdez é poder participar do 
mundo sonoro. Quando nascemos, somos colocados em um mundo que não 
entendemos, mas vamos aprendendo a compreender. A criança aprenderá o 
significado das palavras a partir de seu uso social. 
 Para a pessoa com surdez ter acesso ao mundo linguístico, precisa 
vivenciar situações reais nas quais possa compreender o idioma a partir de 
seu uso social. Utilizar gestos indicativos e desenhos para explicar-lhe o que 
deseja ajuda. 
 
 
 
44 
 
 
 Quando trabalhamos com alunos com surdez, devemos pensar que sua 
memória é principalmente visual, o que significa que ele terá maior facilidade 
de guardar elementos visuais; portanto, se lhe oferecermos um objeto novo, 
necessitamos mostrá-lo e nomeá-lo, auxiliando-o a compreender seu 
significado. 
 É importante também que se desenvolva em conjunto com as imagens 
e gestos indicativos, a língua de sinais. Esta irá auxiliar o aluno surdo e os 
outros alunos da classe a desenvolverem real comunicação, o que favorecerá 
a expressão de ideias, argumentações e relatos de histórias. É importante que 
o grupo turma perceba que pessoas surdas sabem se comunicar, e respeitem 
sua organização linguística. 
 Os alunos devem ser estimulados a se comunicar através do 
aprendizado gradativo da língua de sinais (sinal do nome, sinal de referência 
de cada pessoa, sinais de cumprimentos, etc.). Além disso, em todas as 
oportunidades possíveis, os sinais podem ser instalados na sala de aula. 
 
... 
 Deficiência visual é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida da 
visão,variando de acordo com o nível ou acuidade visual da seguinte forma: 
 Cegueira é a perda total ou o resíduo mínimo de visão que leva a 
pessoa a necessitar do sistema Braille como meio de leitura e escrita. 
 É considerado com baixa visão o indivíduo que apresenta alteração da 
capacidade funcional da visão .Trata-se de baixa acuidade visual significativa, 
e é decorrente de inúmeros fatores isolados que provocam redução 
importante no campo visual, e que limitam o desempenho visual do indivíduo. 
(SMSP, p.71) 
 Dentre os recursos e cuidados que podemos utilizar para facilitar o 
aprendizado dos alunos de baixa visão são sugeridos:: 
 
 
 
45 
 
 
 Uma base de papel cartão preto embaixo do caderno para causar 
contraste, facilitando a localização do caderno. 
 Outro recurso bem simples é usar caneta hidrocor preta de ponta 
média ou lápis 6B para auxiliar na discriminação visual. 
 As cores de giz branca e amarela proporcionam melhor contraste em 
relação ao fundo de lousa preto ou verde escuro, enquanto a utilização de 
várias cores de giz dificulta o contraste de cores para o aluno com baixa visão. 
 O fato de se colocar à disposição dos alunos materiais táteis facilita a 
compreensão de determinados conceitos pelos alunos com baixa visão. 
 
 
Para ter informações sobre importantes trabalhos com os deficientes 
visuais e auditivos e preparo de profissionais para lidar com os alunos 
consulte o Anexo 5 ao final da apostila. 
 
 
 
46 
 
 
 
Fonte da imagem: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf(p.23) 
 
 
 
47 
 
 
 
5.3. Conhecendo mais sobre as possibilidades de trabalhar com o aluno 
com NEE 
 
 Há no site da Revista Nova Escola, alguns links que respondem a 
indagações a respeito dos alunos com NEE. . 
 Acesse e informe-se. http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/ 
 O que é e como lidar com a deficiência física? 
 O que é e como lidar com a deficiência auditiva? 
 O que é e como lidar com a deficiência visual? 
 O que é e como lidar com a surdo-cegueira? 
 O que é a Síndrome de Asperger? 
 O que é a Síndrome de Williams? 
 O que é a Síndrome de Rett? 
 O que são os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)? 
 O que é paralisia cerebral? 
 O que é o autismo? 
 O que é Síndrome de Down? 
 Como funciona o sistema Braille? 
 Como passar informações de alunos com deficiência para a 
coordenação? 
 
 
 
48 
 
 
Que tal conhecer uma turminha muito especial através das 
histórias em quadrinho? 
 
 
Turma da Febeca – História em quadrinhos, inspirada na vida real de duas 
estudantes cadeirantes 
 As pessoas com deficiência estão ganhando espaço em áreas 
importantes, e com isso as pessoas estão descobrindo como é a vida e o 
cotidiano de um deficiente. Com linguagem simples e bem divertida a Turma 
da Febeca chegou para mostrar um pouquinho disso tudo. 
 A história foi inspirada na vida real de duas estudantes cadeirantes com 
as quais o autor teve contato pelo antigo Orkut. 
 A ideia é do cartunista carioca Victor Klier . Ele trabalhou por 17 anos 
com o Ziraldo, escrevendo as histórias do Menino Maluquinho e pensou em 
escrever/desenhar quadrinhos com essa turma. 
 A turma conta com 15 personagens especiais e com diversas 
deficiências, cada um com um perfil diferente e com uma alegria infinita 
 
 
 
 
49 
 
 
Para conhecer esses personagens vale acessar o blog do jornalista Victor 
Klier, criador da turminha ou ainda acessar 
http://eficienciaespecial.blogspot.com.br/2013/07/conheca-inclusiva-turma-da-
febeca.html: 
 
 
 Concluindo o capítuloressaltamos a necessidade de articular o 
atendimento do AEE no PPP das escolas comuns. Uma vez considerado esse 
serviço da Educação Especial como parte constituinte do Projeto, os demais 
eixos de articulação entre ensino comum e especial serão envolvidos e 
contemplados, e o ensino comum e especial terão seus propósitos fundidos 
em uma visão inclusiva de educação. 
 Dada a necessidade de um trabalho que atenda às especificidades dos 
alunos, o próximo capítulo abordará as possibilidades das tecnologias de 
atendimento a alunos com necessidades especiais. 
 
 
 
50 
 
 
6. TECNOLOGIAS A SERVIÇO DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES 
ESPECIAIS. 
 A Educação Especial desenvolve-se em torno da igualdade de 
oportunidades, em que todos os indivíduos, independentemente das suas 
diferenças, deverão ter acesso a uma educação com qualidade, capaz de 
responder as suas necessidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.1.As tecnologias de comunicação e informação :possibilidades de uso 
 Promover a utilização de computadores pelas crianças e jovens com 
necessidades especiais integrados no ensino regular é uma possibilidade 
concreta. 
 De acordo com Zulian e Freitas (2001): 
Os ambientes de aprendizagem baseados nas tecnologias da 
informação e da comunicação, que compreendem o uso da 
informática, do computador, da Internet, das ferramentas para a 
Educação a Distância e de outros recursos e linguagens digitais, 
proporcionam atividades com propósitos educacionais, interessantes 
e desafiadoras, favorecendo a construção do conhecimento, no qual 
o aluno busca, explora, questiona, tem curiosidade, procura e 
propõe soluções. O computador é um meio de atrair o aluno com 
NEE à escola, pois, à medida que ele tem contato com este 
equipamento, consegue abstrair e verificar a aplicabilidade do que 
está sendo estudado, sem medo de errar, construindo o 
Ao final do estudo desse capítulo você deverá ter construído e 
sistematizado aprendizagens tais como: 
 Identificar as características necessárias às salas de recursos 
multifuncionais. 
 Entender as formas de apoio governamental à implantação dessas 
salas. 
 Citar diferentes recursos acessíveis a vários tipos de deficiência. 
 Refletir sobre o que se pode adaptar nas escolas comuns para 
facilitar a inclusão. 
 
 
 
51 
 
 
conhecimento pela tentativa de ensaio e erro.( disponível em 
http://coralx.ufsm.br/revce/ceesp/2001/02/a5.htm) 
 
6.2.As salas de recursos multifuncionais. 
 Uma novidade recente no tocante tecnologias assistivas são as salas 
de recursos multifuncionais . Esses são espaços localizados nas escolas de 
Educação Básica, onde se realiza o AEE. 
 Essas salas são organizadas com mobiliários, materiais didáticos e 
pedagógicos, recursos de acessibilidade e equipamentos específicos para o 
atendimento aos alunos da educação especial, em geral no turno contrário ao 
da escolarização. 
 O Ministério da Educação, com o objetivo de apoiar as redes públicas 
de ensino na organização e na oferta do AEE e contribuir com o fortalecimento 
do processo de inclusão educacional nas classes comuns de ensino, instituiu 
o Programa de implantação de salas de recursos multifuncionais, por meio da 
Portaria Nº. 13, de 24 de abril de 2007. 
 Nesse processo, o Programa atende a demanda das escolas públicas 
que possuem matrículas de alunos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento ou superdotados/altas habilidades, disponibilizando as salas 
de recursos multifuncionais de dois tipos 
 As salas de recursos multifuncionais do tipo I são constituídas de 
microcomputadores, monitores, fones de ouvido e microfones, scanner, 
impressora laser, teclado e colmeia, mouse e acionador de pressão, laptop, 
materiais e jogos pedagógicos acessíveis, software para comunicação 
 
 
 
52 
 
 
alternativa, lupas manuais e lupa eletrônica, plano inclinado, mesas, cadeiras, 
armário, quadro melanínico. 
 As Salas de Recursos Multifuncionais tipo II têm os recursos da sala 
tipo I, acrescidos de outros recursos específicos para o atendimento de alunos 
com cegueira, tais como impressora Braille, máquina de datilografia Braille, 
reglete de mesa, punção para escrita Braile, , soroban, guia de 
assinatura, globo terrestre acessível, kit de desenho geométrico acessível, 
calculadora sonora, software para produção de desenhos gráficos e táteis. 
 Além desse material variado podemos citar alguns recursos acessíveis 
como a maquete da planta baixa que pode ser confeccionada com diferentes 
materiais, como o papel cartão, o papel camurça e outros. Esse material 
proporciona a percepção do ambiente, a orientação espacial e a mobilidade. 
 O Jogo da velha e dominó são constituídos de peças e tabuleiro em 
diferentes materiais, texturas, cores e formas geométricas que permitem 
acessibilidade para alunos com cegueira ou com baixa visão. 
 A colmeia é um recurso da tecnologia assistiva feita em acrílico 
transparente com furos coincidentes às teclas do teclado comum. A colmeia 
 
 
 
53 
 
 
facilita a digitação do aluno com dificuldade motora. 
 
 O acionador de pressão, conectado ao mouse, é utilizado por alunos 
com deficiência física. Por exemplo, em casos em que os alunos apresentam 
amputação de braços, o acionador poderá ser ativado com o queixo ou, se o 
aluno apresenta dificuldades motoras nas mãos, o acionador poderá ser 
ativado com o movimento do cotovelo. 
 A Aranha-mola é produzida com um arame revestido, onde os dedos e 
a caneta são encaixados. O objetivo deste recurso é estabilizar ou auxiliar nos 
movimentos de pessoas com deficiência física nas atividades em que utilizam 
lápis, caneta ou pincel. 
 Concluindo o capítulo e a apostila sobre a Educação Inclusiva 
ressaltamos que a evolução das tecnologias permite cada vez mais a 
integração de crianças com necessidades especiais nas escolas, facilitando 
seu processo educacional e visando a sua formação integral. 
 
 
 
54 
 
 
As possibilidades aumentam não só em termos tecnológicos , mas 
também e principalmente, no olhar acolhedor que a sociedade vem tendo , de 
forma crescente com relação aos cidadãos que apresentam algum tipo de 
dificuldade. É importante afirmar que até mesmo em termos de garantia de 
emprego para as pessoas que apresentam deficiência, já há toda uma 
legislação que as ampara. 
Não estamos apenas apresentando sonhos, já há uma caminhada na 
busca de direitos vem sendo atendida. 
Lamentamos, no entanto, que a muitas barreiras sejam as 
arquitetônicas , ou as de aspecto psicológico , as barreiras atitudinais ainda 
precisem ser removidas. (Carvalho,1998). 
Você aluno do CND - IECS, futuro professor, deve se integrar na luta 
para o rompimento dessas barreiras. 
Observe os quadrinhos e sinta seu potencial de ação. 
Uma aluna buscou a Direção da escola que frequentava e reivindicou 
uma série de alterações arquitetônicas de modo a que todos os alunos 
pudessem estar bem atendidos.. Após um tempo ela, com apoio do grupo, 
conseguiu:: 
 
 
 
55 
 
 
 
Fonte da imagem: http://eficienciaespecial.blogspot.com.br/2013/07/conheca-
inclusiva-turma-da-febeca.html 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ARANHA, Maria Salete Fabio. Educação Inclusiva. Brasília: MEC/ SEESP, 
2004./2005 Volumes 1, 2 e 3. Disponível em : 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/fundamentacaofilosofica.pdf 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aescola.pdf 
Acesso em jan 2015 
 
_________Projeto Escola Viva : garantindo o acesso e permanência de 
todos os alunos

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