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Educação Inclusiva UNIDADE I 5 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO INCLUSIVALINHA DO TEMPO DA LEGISLAÇÃO DO BRASILINCLUSÃO NA CULTURA ESCOLARINCLUSÃO LINGUÍSTICA NO CONTEXTO ESCOLARDESAFIOS NA BUSCA PELA INCLUSÃO UNIDADE II 3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA ESCOLAREDEFINIÇÕES DA EDUCAÇÃO ESPECIALMOVIMENTO ESCOLA PARA TODOS UNIDADE III 4 TIPOS DE DEFICIÊNCIA NA ESCOLADEFICIÊNCIA FÍSICA NA ESCOLADEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA ESCOLADEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NA ESCOLA UNIDADE IV 6 SÍNDROMES E TRANSTORNOSTIPOS DE TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEMTRANSTORNO GLOBAL DE DESENVOLVIMENTO NA ESCOLATRANSTORNO DA EXPRESSÃO ESCRITA NA https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_248 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_248 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1571/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1572/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1572/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1572/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1573/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1574/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1574/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1574/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1575/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_249 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_249 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1577/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1579/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1581/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1581/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1581/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_250 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_250 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1583/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1584/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1585/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1585/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1585/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1587/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_251 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_251 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1589/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1591/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1592/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1592/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1592/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1593/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1593/576290 ESCOLAAUTISMO NA ESCOLAATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA TRANSTORNOS UNIDADE V 3 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVADEBATE SOBRE FLEXIBILIDADE CURRICULAR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVAREFERÊNCIAS INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA • História da educação inclusiva no Brasil A concepção de inclusão escolar é muito ampla e complexa. Em sua amplitude a inclusão não se restringe apenas à inclusão dos alunos com deficiência motora, sensorial ou cognitiva, mas se estende a todos os indivíduos no processo educacional. O Ministério da Educação aponta que a Educação Inclusiva no Brasil tem registros desde o Império, quando foram criadas, no Rio de Janeiro, duas instituições para este fim: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin Constant), em 1854, e o Instituto dos Surdos Mudos (hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos), em 1857. Porém, antes disso, ainda em 1600, a Santa Casa de Misericórdia mantinha uma instituição especializada em deficiência física. Vale frisar que, mesmo com a criação de tais instituições, durante todo o Império e início da República esse atendimento foi irregular e quase inexistente, como iniciativa oficial na área educacional. Já no início do século XX, mais precisamente em 1926, foi fundado o Instituto Pestalozzi, instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental. Foi somente na década de 1930, que se iniciou efetivamente a educação escolar das pessoas com necessidades especiais. Em 1942, havia no país 40 escolas públicas regulares que prestavam algum tipo de atendimento a deficientes mentais e 14 que atendiam alunos com outras deficiências. O Instituto Benjamin Constant, por exemplo, editou em braile a Revista Brasileira para Cegos, primeira do gênero no Brasil. Alguns anos depois, em 1945, Helena Antipoff cria o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi. Nove anos depois, em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), cujas unidades se espalharam pelo país graças ao despreparo da escola pública para atender as necessidades individuais dos alunos deficientes. Em 1958, o Centro Educacional Guaíra, em Curitiba, abrigou uma clínica psicológica para o estudo de crianças com problemas de https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1593/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1594/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1595/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1595/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1595/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_252 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/curso/576290#moduloi_252 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1597/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1599/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1599/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1599/576290 https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1600/576290 aprendizagem e repetência escolar. Em 1963, a Secretaria de Estado da Educação e Cultura instituiu o serviço de Educação de Excepcionais. Porém, foi na década de 70 que a Educação Inclusiva tomou corpo, pois algumas escolas passaram a aceitar alunos com necessidades especiais. No entanto, eles ainda precisavam se adequar ao plano de ensino da instituição. A Lei n° 4.024 de 1961 – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBEN) garantia o direito à educação em escolas regulares para as crianças portadoras de alguma deficiência ou superdotadas. Entretanto, na década de 70, houve um retrocesso na caminhada da política inclusiva com a lei n° 5.692/71 que defendia o tratamento especializado para os alunos com necessidades especiais, reforçando, assim, a segregação desses alunos em salas especiais. Nesse período cria-se o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) responsável pela educação especial no Brasil difundindo o movimento da integração escolar dos indivíduos com restrições físicas ou mentais. Em 1977, foi desenvolvida a política de Educação Especial, sob a orientação do Ministério da Educação (MEC), que definia a criação de classes especiais e escolas especiais para as redes de ensino. Adotou-se, então, o modelo médico psicológico e foram criadas as classes especiais. A partir daí, a Educação Especial assumiu o ensino dos alunos com necessidades especiais, até então, considerados excepcionais ou deficientes. A partir da década de 80, notou-se a criação acelerada de instituições, principalmente, na área de deficiência mental. O fenômeno era fruto da interiorização das Apae’s, além de outras conquistas importantes. A a Constituição de 1988 trouxe mudanças significativas para a educação dos portadores de necessidadeseducativas especiais. A Educação Especial passou a ser prevista, sendo de competência comum da União, Estado, do Distrito Federal e dos Municípios. Segundo o artigo 203, II – Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; Art.24 – Compete a União, aos Estados e ao Distrito Federal, legislar corretamente sobre: XVI – Proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência. Art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III – Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (CF/88, art. 203). Além disso, o artigo 208, inciso III da citada Constituição, reassegura o “[...]atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, ao prever a tutela integral dos direitos fundamentais da criança e do adolescente, não se refere apenas ao Estado como protetor-mor desses bens, até mesmo porque existe o mito do abraço do Poder Público em relação a todos os problemas, como se a sociedade também não tivesse sua parcela de responsabilidade em relação aos jovens. A lei também indica deveres à comunidade, que deve ser envolvida nesse trabalho conjunto para a proteção de crianças e adolescentes. No artigo 66, consta que “ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido”. A Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96) destina o capítulo V para a Educação Especial, determinando garantias de matrículas para atender as peculiaridades da clientela de Educação Especial, oferta de Educação Especial durante a educação infantil e a especialização de professores. A Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional destaca a educação da pessoa portadora de necessidades educativas especiais, referindo-se à obrigação do Estado em fomentar ações que possibilitem tal educação dentro da rede regular de ensino, possibilitando, através do artigo 58, parágrafo primeiro, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela da educação especial, e promovendo em seu parágrafo terceiro a utilização de professores especializados. Felizmente, as pessoas com deficiência contam, atualmente, com normas estabelecidas que visam a acessibilidade dentro das escolas como a construção de rampas, de elevadores, corrimãos e outros elementos facilitadores da vida dos deficientes físicos. As diretrizes também colocam o ensino de libras nos currículos dos cursos superiores, entre outras ações que visam impulsionar a inclusão escolar, apenas para mencionar algumas conquistas nesta área. PRÓXIMO: LINHA DO TEMPO DA LEGISLAÇÃO DO BRASIL LINHA DO TEMPO DA LEGISLAÇÃO DO BRASIL 1961 – Lei Nº 4.024 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) fundamenta o atendimento educacional às pessoas com deficiência, chamadas no texto de “excepcionais”. Segue trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade.” 1971 – Lei Nº 5.692 A segunda lei de diretrizes e bases educacionais do Brasil é da época da ditadura militar e substitui a anterior. O texto afirma que os alunos com “deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial”. Essas normas deveriam estar de acordo com as regras fixadas pelos Conselhos de Educação. Ou seja, a lei não promovia a inclusão na rede regular, determinando a escola especial como destino certo para essas crianças. 1988 – Constituição Federal O artigo 208, que trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos, afirma que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Nos artigos 205 e 206, afirma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho” e “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola”. 1989 – Lei Nº 7.853 O texto dispõe sobre a integração social das pessoas com deficiência. Na área da Educação afirma, por exemplo, obriga a inserção de escolas especiais, privadas e públicas, no sistema educacional e a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de ensino. Também afirma que o poder público deve se responsabilizar pela “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino”. Ou seja: exclui da lei uma grande parcela das crianças ao sugerir que elas não são capazes de se relacionar socialmente e, consequentemente, de aprender. O acesso a material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo também é garantido pelo texto. 1990 – Lei Nº 8.069 Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Nº 8.069 garante, entre outras coisas, o atendimento educacional especializado às crianças com deficiência preferencialmente na rede regular de ensino; trabalho protegido ao adolescente com deficiência e prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa condição. 1994 – Política Nacional de Educação Especial https://cursos.escolaeducacao.com.br/sala/estudar/abre/1572/576290 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm Em termos de inclusão escolar, o texto é considerado um atraso, pois propõe a chamada “integração instrucional”, um processo que permite que ingressem em classes regulares de ensino apenas as crianças com deficiência que “(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”. Ou seja, a política exclui grande parte desses alunos do sistema regular de ensino, “empurrando-os” para a Educação Especial. 1996 – Lei Nº 9.394 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em vigor tem um capítulo específico para a Educação Especial. Nele, afirma-se que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial”. Também afirma que “o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a integração nas classes comuns de ensino regular”. Além disso, o texto trata da formação dos professores e de currículos, métodos, técnicas e recursos para atender às necessidades das crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 1999 – Decreto Nº 3.298 O decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida as normas de proteção, além de dar outras providências. O objetivo principal é assegurar a plena integração da pessoa com deficiência no “contexto socioeconômico e cultural” do país. Sobre o acesso à Educação, o texto afirma que a Educação Especial é uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino e a destaca como complemento do ensino regular. 2001 – Lei Nº 10.172 O Plano Nacional de Educação (PNE) anterior, criticado por ser muito extenso, tinha quase 30 metas e objetivos para as crianças e jovens com deficiência. Entre elas, afirmava que a Educação Especial, “como modalidade de educaçãoescolar”, deveria ser promovida em todos os diferentes níveis de ensino e que “a garantia de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de deficiência” era uma medida importante. 2001 – Resolução CNE/CEB Nº 2 O texto do Conselho Nacional de Educação (CNE) institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Entre os principais pontos, afirma que “os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos”. Porém, o documento coloca como possibilidade a substituição do ensino regular pelo atendimento especializado . Considera ainda que o atendimento escolar dos alunos com deficiência tem início na Educação Infantil, “assegurando- lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado”. 2002 – Resolução CNE/CP Nº1/2002 A resolução dá “diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena”. Sobre a Educação Inclusiva, afirma que a formação deve incluir “conhecimentos sobre crianças, adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais”. 2002 – Lei Nº 10.436/02 Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais (Libras). 2005 – Decreto Nº 5.626/05 O decreto regulamenta a Lei Nº 10.436, de 2002 (link anterior). 2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3298.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm http://portal.mj.gov.br/sedh/edh/pnedhpor.pdf Documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça, Unesco e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Entre as metas está a inclusão de temas relacionados às pessoas com deficiência nos currículos das escolas. 2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) No âmbito da Educação Inclusiva, o PDE trabalha com a questão da infraestrutura das escolas, abordando a acessibilidade das edificações escolares, da formação docente e das salas de recursos multifuncionais. 2007 – Decreto Nº 6.094/07 O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos com deficiência, o documento reforça a inclusão deles no sistema público de ensino. 2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Documento que traça o histórico do processo de inclusão escolar no Brasil para embasar “políticas públicas promotoras de uma Educação de qualidade para todos os alunos”. 2008 – Decreto Nº 6.571 Dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica e o define como “o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular”. O decreto obriga a União a prestar apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino no oferecimento da modalidade. Além disso, reforça que o AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico da escola. 2009 – Resolução Nº 4 CNE/CEB O foco dessa resolução é orientar o estabelecimento do atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica, que deve ser realizado no contraturno e preferencialmente nas chamadas salas de recursos multifuncionais das escolas regulares. A resolução do CNE serve de orientação para os sistemas de ensino cumprirem o Decreto Nº 6.571. 2011 - Decreto Nº 7.611 Revoga o decreto Nº 6.571 de 2008 e estabelece novas diretrizes para o dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial. Entre elas, determina que sistema educacional seja inclusivo em todos os níveis, que o aprendizado seja ao longo de toda a vida, e impede a exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência. Também determina que o ensino fundamental seja gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais, que sejam adotadas medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena, e diz que a oferta de educação especial deve se dar preferencialmente na rede regular de ensino. 2011 - Decreto Nº 7.480 Até 2011, os rumos da Educação Especial e Inclusiva eram definidos na Secretaria de Educação Especial (Seesp), do Ministério da Educação (MEC). Hoje, a pasta está vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). 2012 – Lei nº 12.764 A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. 2014 – Plano Nacional de Educação (PNE) A meta que trata do tema no atual PNE, como explicado anteriormente, é a de número 4. Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6094.htm http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6571.htm http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7480.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htmhttp:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm http://www.observatoriodopne.org.br/ educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”. O entrave para a inclusão é a palavra “preferencialmente”, que, segundo especialistas, abre espaço para que as crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais. Fonte: Todos pela Educação INCLUSÃO NA CULTURA ESCOLAR Os princípios de inclusão escolar advogam uma educação para todos independentes de sua raça, cor, religião, classe social e deficiência. No entanto, para além da elaboração de políticas públicas que garantam o acesso e permanência desse alunado na escola, emerge como uma das premissas básicas para o sucesso das ações inclusivas a necessidade da reestruturação da instituição escolar no que se refere às práticas e formas de transmitir ou “reproduzir” o ensino. O fazer docente resultante de valores e crenças assimilados ao longo de anos, concebe o ensino sob a visão da existência de um aluno padrão, utilizando práticas homogêneas de ensino que não considera e nem valoriza a diversidade. A cultura escolar deve ser compreendida como processo/produto histórico, mutável e instável à medida que é produzida na tensão entre grupos e nas diferentes expectativas sobre a função social da escola, que muda de acordo com cada espaço de tempo da história. No plano educacional, o princípio inclusivo avança na exigência da qualidade do atendimento prestado aos alunos que enfrentam problemas na aprendizagem, seja por motivo de deficiência, seja por dificuldades ocasionadaspor repetências, defasagem idade/série ou, ainda, por fatores econômicos e sociais. Para demonstrar que a Educação Inclusiva pode se tornar uma prática cultural, é necessária uma análise que dê conta dos efeitos dos comportamentos das pessoas ligadas à educação sobre o ambiente educacional - aqueles que trabalham nesta área e aqueles que se beneficiam deste serviço. Assim, visando identificar os efeitos dos comportamentos dos profissionais que compõem as instituições de ensino sobre o comportamento de aprender dos alunos, é possível partir da análise das contingências entrelaçadas presentes no processo ensino-aprendizagem e dos efeitos das relações entre os sujeitos sobre o grupo, selecionando comportamentos que sejam condizentes com o princípio inclusivo e que resultem na aprendizagem. Essas contingências comportamentais entrelaçadas podem tornar-se um padrão de comportamento que, pelas suas consequências reforçadoras, repete-se através do tempo provocando mudanças culturais. O comportamento social surge porque um organismo é importante para o outro como parte de seu ambiente, como pontua Skinner. A inclusão representa um movimento social em defesa de todas as pessoas excluídas e marginalizadas. Sua efetivação depende da adesão de todos os cidadãos e de iniciativas do poder público. A inclusão social é um processo no qual as pessoas excluídas e o restante da sociedade, num esforço bilateral, devem buscar soluções para os problemas que dificultam a equiparação de oportunidades. Portanto, a inclusão social constitui um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A educação é um processo social, cujo papel é ensinar aos indivíduos, no presente, comportamentos que serão adequados, em um tempo futuro para garantir, a cada um, as melhores chances de sobrevivência no mundo, isto é, uma vida pessoal e social de boa qualidade. É por meio do processo formal de educação que devemos ensinar aos indivíduos comportamentos que possibilitem uma atuação com competência e autonomia quando já não estiverem mais participando deste processo. O foco da escola, nesses últimos anos, mudou, visando não apenas transmitir conhecimentos, mas também atender aos quatro pilares da educação recomendados pela UNESCO: • aprender a aprender, ensinando aos alunos como chegar à informação e ao conhecimento, consequentemente desenvolvendo o mecanismo de aprender; • aprender a fazer, o saber implica fazer, melhorando as condições de vida das pessoas; • aprender a viver com os outros, trabalhando a aprendizagem da convivência, da compreensão mútua, de intercâmbios pacíficos e de harmonia; • aprender a ser, a ser gente e viver com dignidade. Portanto, o mundo está exigindo das pessoas uma grande capacidade de autonomia e responsabilidade pessoal em relação à realização do destino coletivo. INCLUSÃO LINGUÍSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR Lidar com a grande variedade lingüística é uma das maiores dificuldades do ser humano. Ao se descobrir as diversidades, em muitas ocasiões, manifestam-se a tensão, a intolerância e, principalmente, o preconceito que define diferenças como uma porta negativa sem fundamentos para com as diferenças manifestadas nas várias dimensões da vida humana. A falta de valorização das diversidades lingüísticas contribui para a confirmação do preconceito lingüístico. Somos identificados pela Língua que falamos, porque razão da nossa identidade está relacionada com língua em uso, isto é, as habilidades linguageiras. As reflexões dos propósitos acerca da Língua como uma das funções identitárias dos sujeitos reafirmam-se mediante os contextos de uso que propiciam dinamização do processo de interação humana. Por um lado cada comunidade apresenta sua identidade, isto é, a Língua que materializa os acontecimentos e necessidades dos sujeitos e, por outro, a Sociolinguística, ciência que investiga a compreensão como os falantes de grupos e comunidades sociais enxergam as transformações na ação de interagir, mantém as funções características que perpetuam as concepções linguísticas e culturais nas formas comunicativas, visto que cada Língua apresenta suas variantes e peculiaridades a partir das experiências dos falantes. O interesse em abordar as concepções de Educação Linguística na Educação Inclusiva surgiu da necessidade de ampliar as abordagens de ensino de Língua Materna no contexto da escola inclusiva como proposta de acessibilidade ao saber. Além disso, faz-se necessário considerar o contexto sociocultural dos sujeitos ao uso da linguística na apresentação aos indivíduos com necessidades educativas especiais. Entender, por exemplo, como determinadas construções e variantes na língua acontecem foram as razões que me fizeram reiterar a relevância dos objetivos inseridos neste trabalho, porque as variantes que o Português Brasileiro recepciona são muitas. E assim como nossa Língua Materna, todas as línguas comportam variações que são adequadas pelos falantes aos contextos de uso e, de maneira enfática, é possível admitir que toda língua só é preservada quando é entendida e usada por seus usuários. Refletir sobre a educação linguística na concepção da inclusão e das metodologias desenvolvidas na instituição escolar e fora dela é percorrer um caminho caracterizado pela riqueza e pela experiência de falares e da interação entre os sujeitos. Além disso, tem-se a noção de revisitar e reconstruir trajetos percorridos e permeados por desafios de ensinar e por perspectivas a serem almejadas. Logo, educar linguisticamente coaduna-se na valorização dos propósitos e sentidos que os textos assumem socialmente na vida das pessoas o que tangencia ao processo reflexivo de compreensão da Língua sua aplicabilidade, primeiramente, na promoção do ser humano e nunca nas suas limitações. Tanto na efetivação quanto no respeito às variedades linguísticas encontradas no espaço da sala de aula e fora dele, muitas são as formas de intervir no processo de ampliação das capacidades da linguagem que se espera dos sujeitos na interação, visto que todos nós sabemos reconhecer ou não um texto e, mais ainda, distinguirem quais são os elementos verbais e não verbais que mantêm relação de reciprocidade interlinguística entre os propósitos projetados na relação interpessoal e comunicacional. Trabalhar a Língua como sistema dinâmico na escola é uma necessidade, o que não desconsidera métodos e análises que são realizados na compreensão da estruturação linguística. É preciso, pois, enxergar no espaço de escolarização das aprendizagens uma oportunidade de destacar todos os problemas que se pensam da Língua: destacar como as variantes se adequam aos contextos e como representam um processo identitário de cada grupo, localização e das modalidades faladas e escritas como questões necessárias ao falante. Todo e qualquer ensino da Língua na concepção da educação linguística discute e reflete os padrões ideais, reais e linguísticos. Ensinar Língua em uma visão ampla que considere os contextos pressupõe-se entender como os sujeitos inter-relacionam-se com as práticas e as abordagens que se efetivam na produção-aquisição das experiências individuais e coletivas de compreensão da Língua; é ainda, entender que os propósitos sociocognitivistas produzem o esboço da educação linguística na concepção das práticas inclusivas. A primeira visão que se deve ter é como a escola regular e suas práticas são pensadas na perspectiva da inclusão, como as normas, regras, rituais, metodologias, ações, diretrizes e orientações curriculares são empregadas na promoção do ensino e da aprendizagem de maneira igualitária, porque a escola inclusiva é o espaço de escolarização e de interação social no qual todos aprendem segundo suas aspirações, habilidades e necessidades, vistoque no ambiente das metodologias e atitudes acessíveis as identidades são transitórias, instáveis, inacabadas e, portanto, os alunos não são categorizáveis, não podem ser reunidos e fixados em categorias, grupos, conjuntos, que se definem por certas características arbitrariamente escolhidas. Muitos são os recursos disponíveis para a promoção da educação linguística na perspectiva da inclusão escolar, assim sendo, no âmbito do ensino inclusivo há a necessidade de adequação do planejamento, de modo que potencialize as habilidades esperadas para o desenvolvimento dos sujeitos que por alguma questão se sentem impossibilitados de acessar o conhecimento de maneira igualitária, mesmo que para isso os professores tenham a ousadia de repensar como as propostas de ensino-aprendizagem são realizadas na perspectiva social e histórica da formação de sujeitos capazes de descortinar horizontes promissores no processo de escolarização. Considerar a efetivação da educação linguística no contexto da escola inclusiva é valorizar o conhecimento do uso da Língua que o sujeito faz no processo interativo e das concepções linguísticas, dos contextos e modos que cada um traz consigo. Assim, as práticas escolares adequam-se às necessidades dos falantes que chegam à escola com o anseio de organização dos conhecimentos inerentes à Língua Materna e à formação ética do cidadão. Educar linguisticamente os sujeitos é entender como eles interagem com as propostas comunicativas e sociais, o que implica na valorização dos saberes e das maneiras que os indivíduos se relacionam com as ações de linguagem. É, ainda, saber que todos nós apresentamos individualidades que se coadunam na coletividade do ambiente acadêmico, na valorização da linguística na escola e no processo de formação entendido como práticas sociais dos indivíduos na complementação das culturas diferenciadas em que cada característica linguística se efetiva. De tal modo, a compreensão que o sujeito e os proponentes supõem da educação linguística é que são as ações e os saberes que “cada falante sabe, mas não sabe que sabe. É que qualquer pessoa tem conhecimento amplo e fundo da língua (ou das línguas) que ela fala. De tal modo ninguém conhece mais as necessidades linguísticas e acessíveis que as pessoas com limitação especial, porque sentem cotidianamente essa carência. Com a finalidade de destacar a necessária ausência da compreensão da educação linguística inserida na proposta inclusiva, as reflexões ampliam-se e partem do seguinte questionamento: como propor uma educação linguística eficaz na escola inclusiva, valorizando as peculiaridades e a diversidade de cada sujeito? Uma das possíveis respostas é enxergar as individualidades em um processo amplo de formação em que sejam vistas as habilidades possíveis que podem ser desenvolvidas e não às limitações dos falantes. A oferta da educação linguística fortalece-se na qualidade destinada às práticas de ensino- aprendizagem e na valorização dos contextos sociais nos quais os sujeitos estão arraigados considerando o ensino da Língua na norma padrão e suas adaptações aos propósitos de cada indivíduo. Nesse sentido, a efetivação do processo da formação linguística de todos os alunos se coaduna em uma vertente interdisciplinar, cabendo não apenas ao professor de Língua Portuguesa discutir e valorizar os anseios dos sujeitos, mas de todos os educadores que têm o diálogo como ponte de acessibilidade ao conhecimento DESAFIOS NA BUSCA PELA INCLUSÃO Apesar de a legislação nacional garantir o direito à educação, a história da Educação Inclusiva, no Brasil, esteve sempre marcada pela exclusão, tanto em nível da formação do professor como nos diferentes níveis de ensino. Além disso, a falta de atendimento especial, principalmente, na educação infantil, carência de recursos e equipe qualificada, inadequação do ambiente físico, falta de novas propostas de ensino, descontinuidade de planejamento e ações, desigualdade de recursos e oportunidades vêm dificultando o acesso de muitas crianças especiais ao ensino regular. Um dos problemas centrais da Educação Inclusiva está na efetiva capacitação dos docentes que irão trabalhar em classes comuns que tenham, no seu conjunto, um ou mais alunos portadores de necessidades especiais. Se o inciso III do art. 9 for cumprido à risca, como uma prioridade da política educacional, todos os alunos portadores de necessidades especiais só terão a ganhar com a sua inclusão nas classes comuns de ensino regular, seja no que diz respeito ao atendimento de um direito que é inalienável, seja no que refere ao desenvolvimento de um valor humano essencial que é a alteridade, a consideração e o respeito ao outro, distinto, diferente. Portanto, a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular implica, entre outras coisas, a necessidade de formar e qualificar professores, a elaboração e adaptação de esquemas curriculares, a orientação e intervenção psicopedagógica, a inovação e investigação educativa dos processos integradores, a adaptação dos recursos humanos e materiais, cuja melhoria tornará possível um novo modelo de educação inclusiva e possibilitará um ensino de maior qualidade, a fim de garantir oportunidades iguais a todos os alunos, independente de sua condição física, social, mental, entre outros. A situação educacional brasileira apresenta problemas que merecem atenção e constituem indicadores importantes para avaliar até que ponto os recursos da sociedade, destinados à formação dos jovens, são empregados com eficácia. O acesso à educação é desigual no sistema público e privado. Apesar da preocupação do governo e da iniciativa privada em investir no setor, com a finalidade de eliminar os desequilíbrios existentes, os níveis são diferentes quanto às disparidades regionais e grupos sociais. O sistema em si não é o único responsável pelas elevadas porcentagens de fracasso escolar: há problemas de ordem socioeconômica, políticos assim como aqueles de origem orgânica, psicossocial e familiar que interferem no processo. O problema da repetência tem dimensões notáveis que carecem de investigação multidisciplinar para detalhar suas causas. A identificação das dificuldades de aprendizagem apresentadas por escolares vem crescendo, embora, há muitos anos, a relevância de tais problemas seja reconhecida. De acordo com os dados da UNESCO, a retenção escolar no Brasil está entre as maiores da América, o que contribui para o atraso escolar e, como consequência, para a evasão escolar. Nas escolas públicas brasileiras, é observado um número irrisório de alunos com algum tipo de deficiência (física, mental, auditiva, visual, múltiplas) frequentando a classe regular de ensino. Estes discentes são tidos como diferentes, e os professores, quando têm algum aluno com deficiência na sala de aula, alegam que não sabem como lidar com ele dizendo que o mesmo deveria estar numa escola/classe especial. Esta atitude da escola, de não saber lidar com as diferentes formas de aprendizagem, provavelmente, é consequência de como estas pessoas foram tratadas no decorrer da história da humanidade, com abandono e maus tratos, até terem direito à inclusão social e educacional assegurados na legislação. Infelizmente, o direito constitucional de acesso ao ensino para todos não tem sido garantido. A dificuldade da escola em lidar com a diversidade de estilos de aprendizagem, independentemente de se tratar ou não de alunos com deficiência, tem sido grande. Isto se constata pelo alto índice de reprovação e evasão, principalmente na 1ª série no Ensino Fundamental no Brasil, onde apenas 53,7% do total de alunos são promovidos, enquanto 46,3% são reprovados, reproduzindo assim o ciclo de retenção que acaba expulsando os alunos ditos "normais" da escola. O mérito da escola inclusiva não é apenas proporcionar educação de qualidade a todos. Sua criação constitui passo decisivopara eliminar atitudes discriminatórias, criar comunidades escolares que acolham todos e conscientizar a sociedade. Implica, portanto, um processo de mudança que consome tempo para as adaptações necessárias e requer providências indispensáveis para o bom funcionamento do ensino inclusivo. EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA ESCOLA • Política nacional de educação especial na educação inclusiva O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão. A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham suas especificidades atendidas. Nesta perspectiva, o Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial apresenta a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando constituir políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os alunos. A Política Nacional de Educação Especial de 2008 mudou a visão da educação especial no nosso sistema de ensino, pois complementa os estudos de alunos com deficiência com mais recursos para facilitar o acesso, permanência e participação nas turmas comuns de ensino regular, com autonomia e independência. Ademais, garante o acesso de todos os alunos ao ensino regular, formando professores para a inclusão e melhorando o acesso físico, transporte e mobiliário. A definição de um público-alvo da educação especial eliminou a possibilidade de exclusão total ou parcial das turmas comuns. A diferenciação para excluir era ato comumente praticado, mesmo com base nas melhores intenções. Os serviços da educação especial permitiam que alunos com dificuldades de aprendizagem, por exemplo, fossem atendidos em salas de recursos, em classes especiais e até mesmo em escolas especiais. Documento na íntegra: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf REDEFINIÇÕES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Trabalhar com crianças portadoras de necessidades educacionais especiais sempre demonstrou ser um grande desafio para os profissionais da área da educação. Ao longo da história pareceu ser mais fácil ignorar sua existência e delegar a responsabilidade àqueles “piedosos” grupos de educadores que, “especiais” se lançavam ao desafio. Com o passar dos anos, de certa forma, a sociedade tomou consciência do papel das pessoas portadoras de deficiência, de suas condições de acesso a todo e qualquer lugar, a uma representação consciente e cidadã e como possuidores de direitos e deveres, como indivíduos pertencentes a uma sociedade democrática. Como não poderia deixar de ser, a educação também se encontra presente nestas mudanças. Seu papel de facilitador do acesso aos códigos da sociedade, referentes aos mecanismos de comunicação e expressão, ao código de leitura e escrita propriamente dito e do acesso ao conhecimento, foi respaldado no processo de inclusão que urge nas escolas. O processo de inclusão, basicamente, propõe que todos os indivíduos devam interagir em todas as situações, beneficiando- se do mesmo momento de aprendizagem, mas respeitando-se suas necessidades e particularidades. Incluir não é somente delegar à criança um espaço físico em sala de aula, é propor ao indivíduo atividades significativas capazes de promover seu desenvolvimento e remover as barreiras a seu acesso e participação na aprendizagem e na sociedade. Ressalvando (mas não ressaltando), sempre, que todos podem apresentar dificuldades em alguma área do conhecimento ou etapa da vida. As limitações existem em qualquer indivíduo, o que não significa que não possa ser um indivíduo participativo ou capaz de aprender. Incluir é trocar, entender, respeitar, valorizar, lutar contra a exclusão, transpor barreiras que a sociedade criou para os indivíduos. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf É oferecer o desenvolvimento da autonomia, através da elaboração de pensamentos e formulação de juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. Na realidade, ao examinar os múltiplos aspectos que influenciam o comportamento do indivíduo e sua relação com o meio em que vive no decorrer de seu desenvolvimento, o ato de incluir supõe uma superação dos preconceitos, modificação de atitudes e organização de metodologias de trabalho em conjunto com o conhecimento científico. Portanto, a discussão acerca da inclusão não mais pertence ao fórum da problemática conceitual do sistema educacional e, sim, das propostas que viabilizam um atendimento respaldado na qualidade que a própria educação exige. Há algum tempo pensava-se, no que concernia à questão da inclusão, de quem era a competência. Se esta era dos gestores dos órgãos governamentais, cuja finalidade era responder aos questionamentos dos educadores ligados à área da Educação Especial ou se era dos próprios educadores, que na prática cotidiana legitimam suas atividades de acordo com suas crenças pessoais, sua concepção de educação, sua filosofia de trabalho, considerando o que seja mais justo e eficaz. Acreditamos que estes fatores estejam interligados numa evolução crescente, a fim de responder às propostas educacionais que melhor atendam à comunidade escolar. As propostas educacionais não provêm de conhecimentos isolados, mas, sim da contextualização presente que permeia tanto os órgãos governamentais quanto os educadores. O sistema que permite espaços físicos favoráveis, material didático de qualidade, respaldo técnico aos educadores, possibilidades de capacitação aos mesmos e respeito às prerrogativas vigentes sobre os direitos dos indivíduos estará, a priori, mais repleto de profissionais qualificados. O momento que estamos vivendo não é mais de alongar as resoluções, as leis, as portarias; mas, de trabalhar com a práxis. Esta prática está vinculada a um elo de comunicação fundamental ao processo educativo. Ou seja, para a competência do educador, vislumbrada numa prática educativa de qualidade, faz-se necessário estabelecer espaços permanentes de debates baseados na troca de experiências, no diálogo constante, objetivando a instrumentalização tanto do educador quanto dos órgãos governamentais. A instrumentalização do educador deve estar em consonância com uma formação continuada. Formação baseada, a priori, na questão da superação do preconceito ao indivíduo; quer seja portador de necessidades educacionais especiais, quer seja “normal”. Todo indivíduo possui capacidades reais de desenvolver seu conhecimento. Cabe ao educador elaborar estratégias que proporcionarão ao indivíduo esse desenvolvimento. Ultrapassar o preconceito significa trabalhar com o potencial do indivíduo e, não questões adjacentes. Acreditar nas possibilidades do indivíduo é basear o seu trabalho nos desenvolvimentos real e potencial deste, extinguindo a ideia de que para o portador de necessidades especiais, a aprendizagem consiste somente em atividades de rotina como higiene, maneiras de portar-se à mesa ou em festas ou, mesmo,amarrar um cadarço de sapato. A aprendizagem deveria, além disso, capacitar o indivíduo ao convívio, participação e auto- sustentação na sociedade. Isto implica, necessariamente, o não abandono de objetivos curriculares relativos, também, ao desenvolvimento intelectual do cidadão, ou seja, os de leitura, escrita e cálculo, conforme prevê a própria Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990). A postura do educador perante a diversidade de seus alunos, oferecendo oportunidades de construção do conhecimento e respeitando o ritmo próprio de cada um, pode ser considerada um primeiro patamar para a superação do preconceito. Porém, esta postura não advém somente da prática cotidiana; deve estar interligada a um conhecimento científico que revela o desenvolvimento da criança nos níveis afetivo, cognitivo e social, e suas respectivas relações com os processos de aprendizagem de cada indivíduo. Tal conhecimento vislumbra um sujeito movido pelo desejo de conhecer, através da construção contínua e dinâmica de estruturas mentais atuando sobre si mesmo e o ambiente social. A aprendizagem ocorre para qualquer indivíduo. MOVIMENTO ESCOLA PARA TODOS Uma escola inclusiva é aquela que reconhece e respeita as diferenças dos alunos, ou seja, que entende que todos podem aprender, não importando sua etnia, língua, classe social, estado de saúde, entre outros pontos. A década de 90 impulsionou o assunto, com o discurso em defesa de Escola para Todos originário de evento relacionado com o assunto ocorrido em Jomtien, Tailândia (1990), por meio do qual estiveram reunidos representantes da Educação dos Países da América Latina e do Caribe. Decorrente dos compromissos firmados pelos governos presentes aconteceu a Conferência Mundial sobre “Necessidades Educativas Especiais”, (Salamanca, Espanha, 1994) e, o Fórum Consultivo Mundial: Educação para Todos: o Compromisso de Dakar (Dakar, Senegal, 2000). Apoiados nesses eventos, expandiram-se os propósitos da educação inclusiva que, no Brasil, deve ser implementada nas escolas com princípios condutores da inclusão escolar, no sentido de assegurar o direito de todas as crianças à educação, jovens e adultos, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras. Como princípios fundamentais e orientação à construção da escola integradora, conforme o texto da Declaração de Salamanca (1994): Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à educação e [...] a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos; Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhes são próprios; Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades; As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas comuns que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas necessidades; As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação para todos, além disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e melhoram a eficiência e, certamente, a relação custo-benefício de todo o sistema educativo (BRASIL, 1997, p. 10). Consequentemente, a atenção à diversidade tem sido objeto de estudos e reflexões, especialmente pela constatação da necessidade das mudanças dos sistemas de ensino, das escolas e das práticas pedagógicas e outras tantas providências necessárias à viabilização do acesso e permanência com qualidade na escola, beneficiando a todos os alunos. O movimento em favor da inclusão escolar não seria uma novidade se continuasse reduzindo a diferença à identidade. O propósito desse movimento não é identificar e legitimar as diferenças, defendendo-as a partir de códigos, avaliações, hierarquizações, categorizações, que desencadeiam a segregação e a criação de grupos marcados por uma identidade. A inclusão se apoia na ideia de que somos iguais, porque diferimos uns dos outros e de que a diferença se diferencia infinitamente. Em uma palavra, a escola inclusiva assegura a igualdade entre os alunos diferentes e esse posicionamento lhes garante o direito à diferença na igualdade de direito à educação. A educação inclusiva, então, tem sua história oriunda dos eventos e documentos internacionais, supramencionados, nos quais, governos mundiais assinaram acordos, sobretudo relacionados com a universalização da educação básica ofertada com qualidade, sem restrição de acesso. O movimento de inclusão escolar do deficiente tem um forte apelo social. Se for perguntado às pessoas se são ou não favoráveis à inclusão de pessoas deficientes no sistema regular de ensino, a grande maioria se mostrará favorável e as que se posicionarem contra causarão muita estranheza, ou seja, para a maioria, o processo de inclusão escolar é visto como bom em si mesmo. Todavia, uma reflexão mais atenta permitirá ver que os motivos e as finalidades do que se chama de inclusão podem ser os mais variados, ligando-se a diferentes maneiras de conceber a deficiência e nem sempre são justificáveis ou bons em si mesmos. Portanto, a tomada de posição requer que se conheça, antes, o porquê e o para quê do processo de inclusão. Somente assim torna-se possível uma compreensão das formas que se adotam ou que se deveriam adotar na sua implementação. Em outras palavras, o que se quer dizer é que há muitas formas de inclusão, algumas desejáveis, outras não. De acordo com o Decreto n° 3.298/99, de 20/12/1999, incluindo as alterações apresentadas na redação do Decreto n° 5.296 , de 2004: Art. 3º - [...] considera-se: I - deficiência - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; [...] Art. 4º - É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: [...] IV - deficiência mental - funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: a) comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização dos recursos da comunidade; e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer; e h) trabalho. As reformas da política educativa, iniciadas na década de 1990, no tocante aos sistemas de ensino, têm encorajado que a educação dos alunos com necessidades educacionais especiais, no caso dos deficientes, aconteça, preferencialmente, nas salas de aulas comuns em escolas regulares. Isso posto, assiste-se a uma reconfiguração das modalidades de atendimento em serviço, as quais, ao serem disponibilizadas no sistema regular de ensino colocam a prerrogativa de comprovação de sua eficácia para o processo de escolarização, principalmente dos deficientes. Há uma discussão sobre o uso do termo “necessidades educacionais”, que se refere às pessoas com deficiência, pois estão envolvidos outros grupos com dificuldades de aprendizagem. Para alguns autores este termo pode ser problematizado pelo seguinte: Em vez de focalizar a deficiência da pessoa [o termo] enfatiza o ensino e a escola, bem como as formas e as condições de aprendizagem; em vez de procurar, no aluno, a origem de um problema, defini-se pelo tipo de resposta educativa e de recursos e apoios que a escola deve proporcionar-lhe para que obtenha sucesso escolar, por fim, em vez de pressupor que o aluno deve ajustar-se a padrões de “normalidade” para aprender, aponta para a escola o desafio de ajustar-se para atender a diversidade de seus alunos. (BRASIL, 2001, p. 14). Especialistasapontam que o termo, da forma como foi proposto nos documentos oficiais, reforça a visão funcionalista da deficiência, pela qual o aluno deve ajustar-se à sociedade e à escola e não o contrário como pressupõem as diretrizes da educação inclusiva. Com o advento da Declaração de Salamanca, foi advogado o conceito de escola integradora, que deve ser compreendida como aquela que acolhe: Crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados (BRASIL, 1997, p. 18). Tais reformas são oriundas de eventos voltados à discussão da educação na satisfação das necessidades básicas dos alunos, com os pressupostos da educação para todos, os quais poderão ser analisados na Declaração de Jomtien (TAILÂNDIA, 1990). As necessidades básicas de aprendizagem [...] compreendem tanto os instrumentos essenciais de aprendizagem [...] quanto o conteúdo que precisam os seres humanos para sobreviver, desenvolver plenamente suas capacidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, aprimorar a qualidade de sua vida, tomar decisões com informações suficientes e continuar a aprender (BRASIL, 1990, Art. I, § I). Por sua vez, a Declaração de Salamanca (1994) afirma que “cada pessoa – criança, jovem ou adulto – deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem”. (BRASIL, 1997, p. 2). Enquanto isso, o Marco de Dakar (2000) em encontro avaliativo e propositivo apresenta seis metas e doze estratégias que: [...] estabelecem um Marko de Ação destinado a permitir que todos os indivíduos realizem seu direito a aprender e cumpram sua responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento de sua sociedade. Elas são de natureza global, formuladas a partir dos resultados dos congressos regionais da Educação para Todos e das metas internacionais de desenvolvimento com que os países já estão comprometidos (BRASIL, 2000, p. 18). A cartilha Escola para Todos, na íntegra, está disponível aqui. TIPOS DE DEFICIÊNCIA NA ESCOLA • Deficiência auditiva na escola Para conceituar a deficiência auditiva, precisamos não apenas conhecer os diferentes graus de perdas auditivas do indivíduo, mas também o contexto histórico, social ou educacional ao qual está inserido, considerando sua forma única e singular de ver e ouvir o mundo, assim como seu relacionamento com a sociedade a qual pertence. Segundo o decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, em seu artigo 2º: [...] considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Parágrafo único. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. http://www.movimentodown.org.br/wp-content/uploads/2015/03/Escola-para-todos-01.pdf A deficiência auditiva é dividida em três grupos (condutiva, mista e neurossensorial), classificando-a de acordo com o grau de desvio em: • Normal (0-25 dB); • Leve (26-40 dB), • Moderado (41-70 dB), • Severo (71-90 dB), • Profundo (acima de 91 dB), • Anacusia. A perda auditiva implica tanto mudanças sociais e educacionais quanto psicológicas. A surdez acarreta dificuldades aos indivíduos em qualquer sociedade de qualquer tempo. Contudo, não deve ser vista como um fenômeno a-histórico e, como tal, permanecer estática através dos tempos. A aquisição de uma linguagem própria, como é o caso da língua de sinais, faz-se necessário para que a pessoa com deficiência auditiva possa comunicar-se com o meio social em que está inserido e assim desenvolver suas habilidades educacionais e profissionais. Características do aluno com deficiência auditiva Os alunos com deficiência auditiva apresentam características diferentes dos demais alunos, por isso requerem recursos pedagógicos e metodológicos específicos para o seu desenvolvimento escolar. A pessoa surda é constituída biologicamente como todos nós, e, desta forma, apresenta possibilidades de operar mentalmente sobre o mundo, observando, comparando e tirando conclusões, dentro de suas trocas sociais. Assim sua dificuldade não se deve a uma condição biológica, mas às circunstâncias que lhe dificultam o desenvolvimento de recursos apropriados para agir sobre o mundo e de realizar trocas para a superação dessa dificuldade. Para comunicar-se, o aluno com deficiência auditiva faz uso em alguns casos de gestos caseiros, desenvolvidos no convívio familiar, comunicação oral, leitura labial e LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Há no Brasil três filosofias educacionais específicas para pessoas com deficiência auditiva ou surda. São elas: • Oralismo - o surdo desenvolve a língua oral (no caso do Brasil, o português) que deve ser a única forma de comunicação. • Comunicação Total – a comunicação desenvolve-se por meio de diversos recursos linguísticos como códigos manuais, linguagem oral e língua de sinais. • Bilinguismo – o surdo deve adquirir como língua materna a língua de sinais e, como segunda língua, a língua oficial de seu país. O papel da escola é quase tão importante quanto o da família, visto que proporciona à pessoa com deficiência auditiva a convivência num grupo social mais amplo e diversificado. O desenvolvimento escolar da criança surda é igual ao dos ouvintes, não havendo relação entre o atraso da aquisição dos conhecimentos e a idade, e que a interação entre ambos durante as atividades escolares é de extrema importância para o desenvolvimento do respeito entre as duas línguas. A escola que irá receber o aluno portador de necessidade auditiva precisa ter garantia de complementação curricular em sala de recursos com professores itinerantes ou intérpretes de LIBRAS, de forma que a classe não tenha mais que vinte e cinco alunos e sua idade cronológica sejam compatíveis com a média do grupo da classe. Conseqüentemente, a escola colocará a aprendizagem como eixo principal, fazendo com que todos aprendam de modo que abra espaço para que: o diálogo, a cooperação, o espírito crítico, a solidariedade e a criatividade sejam exercidos na escola. E por fim, estimular e promover as formações continuadas do professor, pois é o facilitador da aprendizagem do aluno. A interação do aluno portador de necessidade auditiva em classe regular não acontece em um passe de mágica. É preciso ser feita com muito estudo, trabalho e dedicação de todas as pessoas envolvidas no processo: aluno com deficiência auditiva, família, professores, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, alunos ouvintes e demais elementos da escola. O aluno com necessidade especial auditiva deverá frequentar o sistema regular de ensino, porque é um cidadão com os mesmos direitos de qualquer outro, e precisa de um modelo orientador da língua portuguesa, do modelo linguístico nacional, pois é em um ambiente de ouvintes que o mesmo sempre viverá. A aprendizagem de uma língua efetiva-se quando alguém tem o contato direto com os falantes dessa linguagem, nesse sistema ele fará uso da leitura orofacial e exercitará a expressão oral e escrita em classes especiais e em classes comuns, com apoio de salas de recurso. Todo o trabalho de comunicação por meio da brincadeira motiva a criança a prestar atenção à fonte dessa comunicação, assim aprenderá a dirigir sua atenção quando precisar ou tiver algum interesse ao rosto da pessoa que está se comunicando com a mesma. É nesse momento que o adulto tem a chance de ajudar a criança a desenvolver a sua capacidade de leitura orofacial. Naturalmente nas escolas que atendemos alunos com deficiência auditiva, as estratégias utilizadas no desenvolvimento curricular procuraram atentar para o fato de que alunos e professores precisam comunicar-se em língua portuguesa (falada ou escrita) como também em língua brasileira de sinais (LIBRAS). Enquanto o professor não dominar LIBRAS a escola deve organizar-se de modo que professores e alunos desenvolvam um tipo de dinâmica em sala de aula no qual o conhecimento seja de fato compartilhado. Vale ressaltar que todo fazer educacional com o aluno deficiente auditivo deve ter como objetivo específico o desenvolvimento de sua linguagem, se possível em um enfoque bilíngue. O bilinguismo é tido como uma filosofia educativa que permite o acesso pela criança o mais precocemente possível as duas línguas: a língua brasileira de sinais e a língua portuguesa na modalidade oral. Pode-se trabalhar com as linguagens oral e escrita para que, através da intersubjetividade, cada aluno que acompanha possa descobrir que em todas as formas que as linguagens se constroem sempre, exibirá a beleza dos homens que as produzem, porque os conteúdos são sempre muito mais importantes do que as formas. A linguagem não depende da natureza do meio material que utiliza o que importa é o uso funcional de signos de quaisquer tipos que possam exercer papel correspondente ao da fala. Desse modo, à linguagem não depende necessariamente do som, não sendo encontrada só nas formas vocais. A competência na língua de sinais depende também do conhecimento de como a própria comunidade de surdos se organiza, através do contato extra-institucional do professor com os alunos com deficiência auditiva. Além disso, os deficientes auditivos no contato com os ouvintes realizam adaptações e ajustes na língua de sinais, visando um melhor entendimento que acabam dificultando a exposição dos professores à língua de sinais, portanto exige-se que a sociedade aceite o deficiente auditivo como portador de características culturais próprias. Na avaliação da aprendizagem do aluno com deficiência auditiva, não se pode permitir que o desempenho linguístico interfira de maneira castradora no desempenho acadêmico, visto que o mesmo em razão de sua perda auditiva, já tem uma defasagem linguística no que se refere a língua portuguesa (falada e/ou escrita). Ao avaliar o conhecimento do aluno com deficiência auditiva o professor não deve supervalorizar os erros da estrutura formal da língua portuguesa em detrimento do conteúdo. Não se trata de aceitar os erros, permitindo que o aluno neles permaneça, mas sim de anotá-los para que sejam objetos de análises e estudo junto ao educando, a fim de que possa superá-los. A avaliação da aprendizagem do mesmo é ponto merecedor de profunda reflexão. Os profissionais envolvidos nesse processo devem ser conscientes de que o mais importante é que os alunos consigam aplicar os conhecimentos adquiridos em seu dia a dia, de forma que esses possibilitem uma existência de qualidade e o pleno exercício da cidadania. Ao delinear o que é fundamental, é necessário abrir as discussões, reflexões, avaliações e principalmente, a participação com o qual é imprescindível planejar, organizar, desconstruir, além do mais pensar que fundamental é tudo aquilo que vai ao encontro da vida, que permite que o mundo entre na escola e que a escola entre em nossos diversos mundos. DEFICIÊNCIA FÍSICA NA ESCOLA Deficiência física é o conjunto de complicações que levam à limitação da mobilidade e da coordenação geral, podendo também afetar a fala, em diferentes graus. As causas são variadas, desde lesões neurológicas e neuromusculares até má-formação congênita, ou condições adquiridas, como hidrocefalia (acúmulo de líquido na caixa craniana) ou paralisia cerebral. As crianças com deficiência física, em geral, têm dificuldades para escrever, em função do comprometimento da coordenação motora. O aprendizado pode se tornar um pouco lento, mas, exceto nos casos de lesão cerebral grave, a linguagem é adquirida sem grandes empecilhos. Os principais tipos de deficiência física, segundo o Decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999, são: paraplegia, perda total das funções motoras dos membros inferiores; tetraplegias, perda total da função motora dos quatro membros e hemiplegia, perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo. Ainda são consideradas as amputações, os casos de paralisia cerebral e as ostomias (aberturas abdominais para uso de sondas). Dependendo da área do cérebro afetada, a pessoa com deficiência física pode apresentar, também, dificuldades na aquisição da linguagem, na leitura, na escrita, na percepção espacial e no reconhecimento do próprio corpo. Deficiência física na escola Adequar a estrutura do prédio da escola é primordial para receber alunos com deficiência física. Rampas, elevadores (quando necessário), corrimões e banheiros adaptados atendem às crianças com diferentes dificuldades de locomoção. Os padrões ideais para acessibilidade em prédios e edificações são definidos pelo documento da Associação Brasileira de Normas Técnicas "NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos". Para facilitar a mobilidade dos alunos nas atividades desenvolvidas em sala, pode-se utilizar tecnologias assistivas ou aumentativas, como engrossadores de lápis, apoios para os braços, tesouras adaptadas e quadros magnéticos. Respeite o tempo de aprendizagem desses alunos, que podem demorar mais para executar determinadas tarefas, e conte sempre com a ajuda do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Alguns alunos com deficiência física podem requerer cuidados especiais na hora de ir ao banheiro, necessitando de um acompanhante. Nos casos de hidrocefalia, é preciso que o professor observe o aparecimento de sintomas como vômitos e dores de cabeça, que podem significar problemas com a http://www.mpdft.gov.br/sicorde/NBR9050-31052004.pdf http://www.mpdft.gov.br/sicorde/NBR9050-31052004.pdf válvula implantada na cabeça da criança para conter o acúmulo de líquido. Em suma, os recursos oferecidos incluem: • Atendimento Educacional Especializado nas Salas de recursos, onde é realizado um trabalho individualizado com jogos educativos, tecnologia assistida entre outras técnicas de acordo com o déficit de cada criança. • A inserção da comunicação alternativa e aumentativa para aqueles que não conseguem se comunicar como muitas das crianças com encefalopatia crônica da infância por exemplo. • Para alunos com maior comprometimento existe o professor especializado, acompanhando o aluno na sala de ensino regular. • Através de um acompanhamento especializado também verifica-se a necessidade do material adaptado como engrossadores de lápis, pulseira imantada, tesoura adaptada, extensores de punho, facilitando o processo de aprendizado da criança. • Visitas periódicas em todas as escolas municipais a fim de orientar a equipe de suporte educacional e pedagógico das escolas • A flexibilização do currículo se faz necessária para a alguns alunos, onde conseguem alcançar objetivos de ensino respeitando o tempo de aprendizagem de cada criança. Recursos e formação O aluno com deficiência tem direito à educação regular na escola, com aulas dadas pelos professores, e atendimento especializado que não é responsabilidade do professor de sala de aula. O estado oferece assistência técnica e financeira. Conforme a deficiência, o estado deve oferecer um cuidador, que nada mais é do que uma pessoa para ajudar a cuidar do aluno. Esse cuidador deve participar das reuniões sobre acompanhamento de aprendizagem. Conforme a jurisdição da escola, o gestor deve procurar a Secretaria estadual ou municipal para suas reivindicações, além de buscar informações junto a organizações não governamentais, associações e universidades. Cabe ao gestor oferecer tempo e espaço para que professores, coordenador e especialistas possam conversare tirar dúvidas sobre a integração do aluno com deficiência. O coordenador deve estar atento a possíveis alterações no plano político-pedagógico (PPP) e no currículo para contemplar o atendimento à diversidade e materiais pedagógicos necessários ao atendimento, além de prever o uso de projeções, áudio e outros recursos nas atividades. O ideal é garantir a formação na própria escola, já que o gestor conhece melhor sua equipe e a comunidade. O gestor pode formar um grupo para levantar as informações relevantes em relação à deficiência dos alunos (junto a organizações e sites oficiais) e compartilhar em reunião. É essencial abrir o diálogo para que professores e funcionários possam tirar dúvidas. Se ficar claro durante as conversas que é necessário orientar melhor algumas pessoas, o gestor pode recorrer a possíveis formações oferecidas pela Secretaria de Educação. Os professores podem conversar com suas turmas sobre a chegada de um aluno com deficiência para reforçar a visão inclusiva. Sendo um estudante com deficiência de locomoção, que talvez precise de uma carteira adaptada, pode-se orientar os alunos como proceder (evitar correrias, empurra-empurra etc). Se o aluno apresentar comportamento agressivo, é importante analisar a origem do problema junto a professores, especialistas e familiares. Caso ocorra um incidente, é importante convidar as famílias para uma conversa. E ao menor indicativo de bullying, a equipe diretiva e os professores podem conversar sobre ações que envolvam todos os alunos para reforçar a formação de valores. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA ESCOLA Pessoas com deficiência intelectual ou cognitiva costumam apresentar dificuldades para resolver problemas, compreender ideias abstratas (como as metáforas, a noção de tempo e os valores monetários), estabelecer relações sociais, compreender e obedecer a regras, e realizar atividades cotidianas - como, por exemplo, as ações de autocuidado. A capacidade de argumentação desses alunos também pode ser afetada e precisa ser devidamente estimulada para facilitar o processo de inclusão e fazer com que a pessoa adquira independência em suas relações com o mundo. As causas são variadas e complexas, sendo a genética a mais comum, assim como as complicações perinatais, a má-formação fetal ou problemas durante a gravidez. A desnutrição severa e o envenenamento por metais pesados durante a infância também podem acarretar problemas graves para o desenvolvimento intelectual. O Instituto Inclusão Brasil estima que 87% das crianças brasileiras com algum tipo de deficiência intelectual têm mais dificuldades na aprendizagem escolar e na aquisição de novas competências, se comparadas a crianças sem deficiência. Mesmo assim, é possível que a grande maioria alcance certa independência ao longo do seu desenvolvimento. Apenas os 13% restantes, com comprometimentos mais severos, vão depender de atendimento especial por toda a vida. Deficiência intelectual na escola As limitações impostas pela deficiência dependem muito do desenvolvimento do indivíduo nas relações sociais e de seus aprendizados, variando bastante de uma criança para outra. Em geral, a deficiência intelectual traz mais dificuldades para que a criança interprete conteúdos abstratos. Isso exige estratégias diferenciadas por parte do professor, que diversifica os modos de exposição nas aulas, relacionando os conteúdos curriculares a situações do cotidiano, e mostra exemplos concretos para ilustrar ideias mais complexas. O professor é capaz de identificar rapidamente o que o aluno não é capaz de fazer. O melhor caminho para se trabalhar, no entanto, é identificar as competências e habilidades que a criança tem. Propor atividades paralelas com conteúdos mais simples ou diferentes, não caracteriza uma situação de inclusão. É preciso redimensionar o conteúdo com relação às formas de exposição, flexibilizar o tempo para a realização das atividades e usar estratégias diversificadas, como a ajuda dos colegas de sala - o que também contribui para a integração e para a socialização do aluno. Em sala, também é importante a mediação do adulto no que diz respeito à organização da rotina. Falar para o aluno com deficiência intelectual, previamente, o que será necessário para realizar determinada tarefa e quais etapas devem ser seguidas é fundamental. Para que tenhamos uma inclusão de fato, precisamos estar atentos a todos os tipos de alunos inclusos, e saber de que forma podemos atendê-los e mediá-los na aprendizagem com eficácia. Os portadores de deficiência intelectual requerem uma atenção especial, para a qual existem medidas que precisam ser tomadas para que eles tenham pleno êxito em suas atividades. Vamos a elas: • A identificação do aluno com deficiência intelectual Antes de mais nada, é preciso saber se o aluno em questão é realmente portador de deficiência intelectual. Para isso, deve haver um parecer de um médico neurologista para endossar esta condição. Além disso, os deficientes intelectuais possuem geralmente um vocabulário limitado, e também apresentam dificuldades em lidar com as atitudes cotidianas. Caso tais sinais sejam percebidos pelo professor sem que os pais tenham feito o relato de algum problema cognitivo, cabe então à escola conversar com os pais e orientá-los a respeito de buscar uma consulta com um profissional que possa identificar com precisão o que o aluno tem. • O plano de desenvolvimento individual Tendo sido feito o diagnóstico, o gestor deve fazer um plano de desenvolvimento individual do aluno, no qual constarão os dados do aluno, informações médicas e terapêuticas, bem como os relatos dos pais sobre o que o aluno consegue fazer, e o que ele ainda precisa aprender. Com base nestas informações, os professores poderão fazer sua parte no plano individual do aluno, onde discorrerão sobre quais são as expectativas deles com relação ao aluno durante o ano letivo e quais materiais e estratégias serão usadas para alcançá-las. • Adaptação do currículo O currículo deve ser, preferencialmente, o mesmo utilizado pelo restante da classe, porém, devem ser feitas as adaptações de acordo com as necessidades do aluno. Se a classe estiver estudando, por exemplo, funções de primeiro grau em matemática, e o aluno não for capaz, no momento, de efetuar tais equações, o professor de matemática pode trabalhar com o aluno soma e subtração, preferencialmente utilizando objetos para contar, como material dourado, fichas coloridas, etc. • A prática O aluno deficiente intelectual geralmente precisa de muita prática até conseguir assimilar um conteúdo. O professor não deve ficar preocupado em seguir o currículo, mas sim em respeitar o ritmo do aluno. Também não deve dar exercícios infantis a adolescentes ou exercícios fáceis demais para o aluno. Procure dar a ele uma atividade relativamente fácil, e, aos poucos, aumente a dificuldade. Caso verifique que o aluno não está conseguindo realizar os exercícios, o professor deve voltar a lições mais fáceis, até que o aluno sinta-se pronto para novos desafios, que precisam ser dados, de acordo com o ritmo do estudante. • O tempo Os alunos portadores de deficiência intelectual, via de regra, precisam de um tempo maior para desenvolver as atividades. O importante é não estressá-los, e sim deixar que eles façam suas atividades dentro de seu próprio ritmo. É bom lembrar-se que o crucial aqui não é o quanto ele aprendeu, mas sim se houve evolução, mesmo que pequena. • O estilo de aprendizagem É interessante certificar-se de que tipo de aprendiz é o aluno, se é visual, auditivo ou cinestésico. Alunos visuais precisam de cartões com figuras, imagens, materiais para contar, ou seja, todo tipo de material que possa ser visto o auxiliará na aprendizagem. A grande maioria das pessoas são visuais. O aluno auditivo aprende melhor ouvindo. Para um aluno auditivo, é válido gravar histórias, trechos de livros, etc. O aluno cinestésico
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