Buscar

Breviário_1_DIA-ENEM_

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 258 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 258 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 258 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

C N
CIÊNCIAS DA
NATUREZA
C
CIÊNCIAS
HUMANAS
H
L
LINGUAGENS
E CÓDIGOS
C
M
MATEMÁTICA
T
1º DIA - L&C - CH
BREVIÁRIO - ENEM
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino. São Paulo, 2018
Todos os direitos reservados.
Autores
Alessandra Alves
Alexandre Jabur Maluf
Cosme Cunha
Eduardo Antônio Dimas
José Tadeu de Moraes Barros
Lucas Limberti
Murilo de Almeida Gonçalves
Pércio Luis Ferreira
Tiago Rozante
Vinicius Gruppo Hilário
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial
Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Revisora
Maria Cristina Lopes Araujo
Programação visual
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Claudio Guilherme da Silva
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza 
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Meta Solutions
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra está sendo usado apenas para fins didáticos, não represen-
tando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2018
Todos os direitos reservados por Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
CARO ALUNO
Desde 2010, o Hexag Medicina é referência na preparação pré-vestibular de candidatos às melhores uni-
versidades do Brasil.
Você está recebendo o Breviário Enem do Hexag Medicina. Este material é uma fonte de consulta dos prin-
cipais conteúdos com maior incidência nas provas e que são estudados durante todo o ano.
O nosso Breviário está dividido em aulas com as indicações das competências e habilidades da matriz de 
referência do Enem. Isto ajudará com que você entenda, reforce e relembre os principais pontos das disciplinas.
Aproveite e aprimore os seus conhecimentos.
Bons estudos!
Herlan Fellini
Breviário ENEM
Inglês
LINGUAGENS E CÓDIGOS - L&C
Inglês 5
Gramática e Interpretação de Textos 13
Literatura 47
CIÊNCIAS HUMANAS - CH 
História 111
Filosofia e Sociologia 169
Geografia 185
Breviário ENEM
Inglês
LINGUAGENS E CÓDIGOS - L&C
Inglês 5
Gramática e Interpretação de Textos 13
Literatura 47
CIÊNCIAS HUMANAS - CH 
História 111
Filosofia e Sociologia 169
Geografia 185
Competência 1 – Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para 
sua vida.
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.
H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Competência 2 – Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a informações e a outras 
culturas e grupos sociais.
H5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.
H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.
H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.
H8 Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.
Competência 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da 
identidade.
H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.
H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
H11
Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para 
diferentes indivíduos.
Competência 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e 
da própria identidade.
H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.
H14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.
Competência 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante 
a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H15 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
Competência 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da 
realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
H18 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
H19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.
H20 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional
Competência 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
H24
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, 
chantagem, entre outras.
Competência 8 – Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização 
do mundo e da própria identidade.
H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Competência 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida 
pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentoscientíficos, às linguagens que lhes dão suporte, 
às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.
H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação.
H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem
7
BREVIÁRIO
Competência 2
Habilidade 5
Aula 1 
Terceira pessoa do singular e seu uso no simple presenT
Terceira Pessoa do Singular
A terceira pessoa do singular é representada pelos pronomes HE, SHE e IT. Lembrando que HE significa ELE, SHE 
significa ELA e IT é usado para uma série de coisas. 
Terceira Pessoa do Singular no Simple Present
Ao conjugar um verbo na terceira pessoa do singular no simple present, devemos observar algumas regras orto-
gráficas. Vejamos quais são:
§ Sempre acrescente -s ao verbo: reads, writes, opens, sleeps, sings, sits, walks, runs, sees etc.;
§ Se o verbo terminar com a letra -o, -s, -ch, -sh, -x ou -z, acrescente -es: goes, does, misses, watches, washes,
fixes, buzzes etc.
§ Se o verbo terminar em uma sequência de consoante e -y, tire o -y e acrescente -ies: cry » cries, try » tries,
study » studies, reply » replies etc. (Obs.: se o verbo terminar em uma sequência de vogal e -y, basta acres-
centar -s: pray » prays, say » says, play » plays).
§ O verbo have é uma exceção a tudo isso, pois ele terá a forma has.
uso de “used To”
O verbo use, na língua inglesa, é conjugado no particípio como used. A tradução desse termo é “usar” ou “apro-
veitar”. Vejamos alguns exemplos:
§ Students are not allowed to use pool in the breaks. (Estudantes estão proibidos de usar a piscina nos intervalos)
§ The football pitch is sometimes used for concerts. (O campo de futebol é por vezes utilizado para concerto)
Quando utilizamos a preposição “to” após a palavra “used”, temos a forma used + to, que pode ser clas-
sificada também como uma expressão ou um phrasal verb, que tem a função de colocar uma ação no passado. A 
tradução direta equivale ao nosso “costumava”. 
8
Por exemplo: Eu costumava assistir muitas séries de TV. Traduzindo, teríamos: “I used to watch a lot of TV 
series“. A estrutura de uma oração simples em que utilizamos o used to é pronome + used to + verbo. Confira 
abaixo dois exemplos:
 § I used to study in home. (Eu costumava estudar em casa.)
 § I used to play the guitar. (Eu costumava tocar violão.)
Pronomes 
 § Singular: I, you, he, she, it. 
 § Plural: we, you, they.
9
BREVIÁRIO
Competência 2
Habilidade 5
Aula 2
Gênero jornalístico
Dos vários tipos de gênero existentes, o jornalístico é um dos mais amplos, pois envolve características pertencentes 
a vários tipos de composição textual. Por esse motivo, é também um dos gêneros mais trabalhados em provas de 
vestibulares e no ENEM. O nosso objetivo nesta aula é conhecer os elementos que compõem o gênero jornalístico 
(notícia, entrevista, reportagem, editorial, entre outros) e discutir algumas marcas textuais que são recorrentes nos 
vestibulares.
A notícia
A notícia é um dos elementos que compõe o gênero jornalístico. Está espalhada pelos mais diversos meios de 
comunicação (jornais, revistas, rádio, internet). Tecnicamente, podemos dizer que a notícia se caracteriza pelo 
puro registro de fatos, sem que haja a emissão de opinião da pessoa que a escreve. O objetivo básico 
de uma notícia é transmitir informações a um leitor de maneira objetiva e precisa. A partir dessa definição, podemos 
inferir que a notícia trabalha pelos mesmos termos da função referencial da linguagem (buscar informações de um 
referente no mundo, e transmiti-las objetivamente).
1. O que vira notícia?
Sendo o objetivo da notícia o de transmitir informações, sua publicação parte de um pressuposto bem bási-
co: a notícia deve ser de interesse geral da sociedade (há aí um critério de relevância). Um acontecimen-
to familiar mais simplório, por exemplo, não é publicado por jornais e revistas, pois não se trata de evento 
de interesse geral da sociedade. A partir disso, entendemos por que certos assuntos sempre são notícia. 
Alguns exemplos de assuntos são:
 § políticos;
 § econômicos;
 § culturais;
 § esportivos.
2. Notícia: circulação e profundidade dos assuntos
Desde a criação da imprensa, no século XV, as notícias eram veiculadas por meio de jornais impressos. Mais 
adiante, com o avanço das tecnologias de comunicação e transmissão (rádio, televisão, internet), as notícias 
passaram a circular em espaços cada vez mais variados. No entanto, essa variabilidade em seu contexto 
de circulação provocou significativas modificações no modo como os assuntos são abordados. A internet, 
por exemplo, tem como tendência apresentar as notícias de maneira mais rápida, mais imediata, e, conse-
10
quentemente, menos aprofundada. Isso implica notícias mais “rasas”, com maior número de informações 
problemáticas e de erros gramaticais. 
Já um jornal impresso, por não possuir a capacidade estrutural de emitir notícias rapidamente (por conta 
dos processos de impressão e distribuição), tem como vantagem justamente o maior aprofundamento sobre 
os dados que compõem a notícia. Há, num meio de comunicação impresso, maior número de dados e de-
talhes a respeito da notícia publicada, e também construções gramaticais mais cuidadosas. Evidentemente, 
há exceções em todos esses espaços de comunicação, sendo necessário analisar cuidadosamente não só a 
notícia, mas o meio de comunicação que a originou.
3. Os traços linguísticos da notícia
Por convenção, as notícias devem obedecer às regras da gramática normativa, sendo mais formais (há 
alguns casos mais específicos, como alguns jornais populares, geralmente destinados ao público de baixa 
renda, em que se permitem certas “liberdades linguísticas”, deixando o texto mais coloquial.
Por conta de questões de espaço, a notícia costuma ser construída com períodos curtos que incorporam 
pequenas ideias, e que também obedeçam a estruturas sintáticas canônicas (1º sujeito – 2º predicado – 3º 
complementos). Esse movimento garante clareza e objetividade ao texto. (há alguns jornalistas de estilo 
mais “sofisticado” que imprimem marcas mais particulares ao seu texto como algumas estratégias literárias, 
por exemplo, mas esses movimentos não chegam a descaracterizar totalmente a notícia).
Como dito anteriormente, a notícia tem como característica a objetividade. Isso significa que, por convenção, 
ela não pode ser pautada pelas opiniões dos jornalistas que as escrevem. Nesse caso, não é comum encon-
trarmos elementos gramaticais que realizam processos avaliativos, como adjetivos ou advérbios. Estes 
aparecem apenas como caracterização dos fatos, e não como marcas opinativas do jornalista.
4. Os traços estruturais da notícia
As notícias costumam ser constituídas a partir de estruturas previamente determinadas. Temos, por exemplo, 
o título, que tem a função de chamar a atenção do leitor para o conteúdo a ser apresentado. Em alguns 
casos, podemos ter, além do título, um subtítulo, que no jargão jornalístico é conhecido como olho. Esse 
subtítulo costuma evidenciar o elemento principal da notícia.
Os manuais de redação jornalística também destacam uma estratégia denominada pirâmide invertida, 
que consiste na apresentação de informações mais básicas no parágrafo inicial, informações 
essas que serão retomadas ao longo da notícia.
O desenvolvimento desse tipo de texto também elabora estratégias de constituição de perguntas na cabeça 
do leitor (que?, quem?, quando?), que, adiante no texto serão eventualmente respondidas com grau de 
aprofundamento variado (como e por quê).
Reportagem
A reportagem também é um tipode gênero jornalístico que costuma apresentar textos mais longos e bastante 
detalhados. A reportagem costuma retratar a observação direta de um repórter sobre acontecimentos e situações 
específicas. Vejamos a definição de reportagem dada pelo Manual de redação da Folha de S.Paulo:
Reportagens têm por objetivo transmitir ao leitor, de maneira ágil, informações novas, objetivas (que possam 
ser constatadas por terceiros) e precisas sobre fatos, personagens, ideias e produtos relevantes. Para tanto, elas se 
valem de ganchos oriundos da realidade, acrescidos de uma hipótese de trabalho e de investigação jornalística.
 Manual da redação, Folha de São Paulo. 7ª edição. São Paulo: Publifolha, 2001. Pg. 24.
11
A partir daí, podemos constituir um movimento de comparação entre a reportagem e a notícia, vista ante-
riormente: enquanto a notícia preza pela total objetividade (referencialidade), a reportagem permite subje-
tivações mais variadas, de acordo com o tema da reportagem. Em termos mais claros, dependendo do que 
está sendo abordado na reportagem, a pessoa que a escreve pode imprimir características mais pessoais. É 
claro que, em reportagens de cunho político, por exemplo, espera-se que a escrita seja mais objetiva, para 
que não se pense que o repórter escreve sem a imparcialidade que o assunto pede.
1. Reportagem: circulação e profundidade dos assuntos
Obviamente, as reportagens mudam suas características de profundidade de acordo com o meio em que cir-
culam. Na televisão, por exemplo, costumam ter um espaço de aprofundamento mais curto por conta da curta 
duração dos programas. Essa deficiência geralmente é suprida pelo volume de imagens que a TV acaba exibin-
do. Já nos meios impressos, a reportagem costuma ser mais longa e mais detalhada, com pouco espaço para 
imagens (iconografia). Geralmente, nos meios impressos, a imagem serve para ilustrar questões bem pontuais.
Apesar dessas diferenças, uma coisa é certa: qualquer reportagem, mesmo as televisivas, tem maior grau de 
profundidade que as notícias, pois pressupõe uma pesquisa/entrevista realizada por um repórter.
2. Os traços linguísticos da reportagem
Assim como nas notícias, a linguagem utilizada numa reportagem deve ser pautada por elementos da gra-
mática normativa, embora uma reportagem televisiva tenha maior liberdade linguística por ser feita a partir 
de elementos da oralidade. Costumeiramente, encontraremos um maior grau de formalidade em reporta-
gens impressas. Outro traço linguístico presente no texto são as penetrações de diferentes vozes, pois, como 
comentamos anteriormente, uma reportagem pressupõe uma pesquisa ou entrevista, e muitas vezes essas 
vozes são evidenciadas no corpo da reportagem.
3. Os traços estruturais da notícia
Na reportagem, devido a sua extensão e possibilidades variadas de temas, não temos estrutura fixa. No 
entanto, espera-se que os parágrafos introdutórios apresentem elementos que possam ser recuperados pelo 
leitor no decorrer do texto. Também é necessário, em reportagens impressas, construir elementos que apro-
ximem o leitor do contexto abordado. Todos esses elementos devem ser articulados de modo claro para que 
o leitor possa reconstruir o quadro geral apresentado. Em alguns casos, para auxiliar o leitor, podemos ter na 
reportagem o uso de iconografias, que consistem basicamente em elementos informativos que incorporam 
imagem + texto, e que trazem dados numéricos, estatísticos ou ilustrativos.
Quadrinhos e tirinhas
As histórias em quadrinhos são um conjunto narrativo (entendido como uma forma de arte sequencial gráfica) que 
mescla linguagem verbal (texto) e linguagem não verbal (imagem). É um gênero bastante popular entre crianças 
e adolescentes, e tem cada vez mais se tornado popular também entre os adultos, especialmente pela capacidade 
que esse gênero possui de representar uma quantidade significativa de situações sociais.
É um tipo de gênero que muitos tentam associar a outros rótulos, como, a literatura. Há aí um equívoco, 
pois, na verdade, os quadrinhos possuem uma linguagem bastante autônoma, capaz de abarcar muitos fenômenos 
de comunicação. O professor Paulo Ramos, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em abor-
dagens críticas de quadrinhos, explana com clareza o que devemos entender a respeito desse gênero:
Quadrinho são quadrinhos. E, como tais, gozam de uma linguagem autônoma, que usa mecanismos pró-
prios para representar os elementos narrativos. Há muitos pontos comuns com a literatura, evidentemente. Assim 
como há também com o cinema, o teatro e tantas outras linguagens.
(Paulo Ramos, in: A leitura dos quadrinhos, Editora Contexto: 2014, pág 17.)
12
As histórias em quadrinhos são, em geral, publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras publicadas 
em revistas e jornais. Aliás, tendo em vista as dimensões do vestibular (elaborado com provas que não possuem 
grande espaço), o tipo mais comum de quadrinho que encontramos são as “tiras”.
As tiras
São entendidas como tiras os segmentos de história em quadrinhos publicados em jornais ou revistas num curto 
espaço de página, habitualmente na horizontal (atualmente, há também formatos verticais ou com duas ou mais 
tiras). É um gênero textual que surgiu nos Estados Unidos para dar conta da falta de espaço que havia nos jornais 
para a publicação de cruzadas e outros passatempos. O nome “tira” (ou “tirinha”, como a conhecemos no Brasil) 
remete ao formato do texto, que parece um “recorte” horizontal de jornal.
Trata-se de um gênero textual que mais comumente apresenta temática humorística, mas também encon-
traremos (especialmente no vestibular) tirinhas de cunho social ou político, satíricas ou metafísicas (que propõem 
reflexões existenciais). Vejamos alguns exemplos:
 
(Tirinha de humor – “Níquel Náusea” de Fernando Gonsales)
 
(Tirinha de crítica social – “Os malvados” de André Dahmer)
 
(Tirinha reflexiva dos irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá)
Mais recentemente, as tiras (e os quadrinhos como um todo) têm sido objetos de inúmeras pesquisas sobre 
comunicação em cursos de graduação e pós-graduação. Encontram-se com facilidade artigos e outras publicações 
destinados ao estudo deste gênero. Por esse motivo, tem-se explorado muito os quadrinhos no vestibular.
Breviário ENEM
Gramática e 
Interpretação de Textos
Competência 1 – Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para 
sua vida.
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.
H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Competência 2 – Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a informações e a outras 
culturas e grupos sociais.
H5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.
H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.
H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.
H8 Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.
Competência 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da 
identidade.
H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
H11
Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para 
diferentes indivíduos.
Competência 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e 
da própria identidade.
H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.
H14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.
Competência 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante 
a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H15 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
Competência 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da 
realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
H18 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
H19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.
H20 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional
Competência 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
H24
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, 
chantagem, entre outras.
Competência 8 – Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização 
do mundo e da própria identidade.
H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Competência 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida 
pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, 
às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.
H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação.
H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem
15
BREVIÁRIO 
Competências 4, 6 e 7
Habilidades 14, 18, 19 e 22
Aulas 1 e 2
Funções de linguagem
A língua não é um fim em si, mas apenas um meio
Roman Jakobson
Toda comunicação apresenta uma variedade de funções, sendo uma dominante, de acordo com o enfoque que o 
destinador/emissor quer dar ou do efeito que quer causar no destinatário/receptor. As funções da linguagem são 
as seguintes:
 § Emissor – emite a mensagem, codificando-a em palavras; 
 § Receptor – recebe a mensagem e a decodifica, ou seja, apreende a ideia;
 § Mensagem – aquilo que é comunicado, o conteúdo da comunicação;
 § Código – sistema linguístico escolhido para a transmissão e recepção da mensagem;
 § Referente – contexto em que se encontram o emissor e o receptor; 
 § Canal – meio pelo qual a mensagem é transmitida.
 § Emotiva ou expressiva – centralizada no emissor, ressalta sua opinião, trata das emoções; prevalece a 1ª 
pessoa do singular (eu), interjeições e exclamações; é a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas 
e cartas de amor.
16
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústica rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre...
(Manuel Bandeira)
 § Referencial – centralizada no referente, pois o emissor oferece informações da realidade; objetiva, direta, 
denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular (ele/ela); é a linguagem usada nos textos científicos, arte 
realista, notícias de jornal.
“Aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, para que ele permita uma investigação 
independente sobre os aparentes erros dos seus serviços de inteligência no que se refere às armas de des-
truição em massa do Iraque. A indicação do governo americano, também questionado sobre a sua avaliação 
da ameaça iraquiana, de que um inquérito pode ser aberto no país, reforçou o argumento dos críticos de 
Blair. O Partido Conservador britânico deverá apresentar nesta semana uma moção pedindo a investigação.”
Fonte: Folha de São Paulo - 02-02-2004
 § Conativa ou apelativa – centralizada no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do 
receptor; como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso da 2ª pessoa do singular (tu), do pronome 
de tratamento você ou do nome do próprio receptor, além de vocativos e imperativos; usada nos discursos, 
sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
17
 § Fática – utilizada para testar o canal, para manter o contato físico ou psicológico com o interlocutor.
 § Metalinguística – é a linguagem utilizada para falar da própria linguagem; a linguagem como fazer ar-
tístico; põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, preocupa-se mais em “como dizer” do que com 
“o que dizer”.
Razão de ser
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
(Paulo Leminski)
 § Poética – é a linguagem que põe em evidência a forma como a mensagem é veiculada. Está mais interes-
sada nos aspectos estéticos, na beleza e nos enfeites atribuídos à mensagem.
Sem
Mim
Ando
Com 
Igo
Sigo
Sem 
Com
Ando
(Arnaldo Antunes)
18
Variação linguística
Variações linguísticas são as peculiaridades que a língua adquire com o tempo em função do seu uso por comuni-
dades específicas.
Contexto de conversação
Conforme a situação em que nos encontramos ao falar ou escrever, mudamos o nosso trato com a linguagem. A 
cada instante, utilizamos a língua de uma maneira particular,uma vez que nos adaptamos ao contexto em que 
estamos. Como exemplo, agimos diferentemente quando nos dirigimos aos nossos pais ou quando falamos com 
nossos amigos; escrevemos na escola de um modo diferente daquele que escrevemos nos aplicativos de comuni-
cação. Isso significa que precisamos dominar várias modalidades do português.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco 
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
(ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.)
Origem geográfica do falante 
Pelo fato de ser falado em várias regiões, a língua portuguesa apresenta grandes variações regionais que modifi-
cam o vocabulário utilizado, na forma como as palavras são pronunciadas e até na ordem na qual elas aparecem 
em uma oração. A leguminosa conhecida por muitos como aipim recebe o nome de mandioca ou macaxeira, em 
muitas outras regiões do Brasil.
19
Idade do falante
A idade do falante é também um aspecto importante nos estudos de variação linguística e está relacionado ao 
fato de as línguas variarem de acordo com o passar do tempo. O português nem sempre foi como é atualmente, 
portanto, pessoas de idades diferentes aprenderam a falar em épocas diferentes e apresentam um modo de falar 
que reflete essa variação.
Aspectos sociais
A classe social à qual pertence o falante é um aspecto que pode estar intimamente interligado com seu grau de 
escolaridade, ou seja, tal situação social pode influenciar a variação linguística dos falantes.
A questão do gênero
Não podemos desconsiderar a diferença entre os modos de falar masculino e feminino, pois, se as condições sociais 
dos falantes determinam o modo como eles utilizam seu próprio idioma, se há diferenças nos papéis sociais histori-
camente atribuídos a homens e mulheres, essas condições também poderão produzir uma variação entre os gêneros.
Linguagem formal versus linguagem informal
a. Norma culta/padrão: é a denominação dada à variedade linguística dos membros da classe social de 
maior prestígio dentro da classe literária. 
*Não se trata da única forma correta.
b. Linguagem informal/popular: é a denominação dada à variedade linguística utilizada no cotidiano em 
que não exige a observância total da gramática. 
Língua falada versus língua escrita
a. Língua falada/oral: dispõe de um número incontável de recursos rítmicos e melódicos – entonação, pau-
sas, ritmo, fluência, gestos – porque, claro, o emissor (pessoa que fala ou transmite uma mensagem numa 
dada linguagem) está presente fisicamente. Algumas das características principais são:
20
 § frequência da ocorrência de repetições, hesitações e bordões de fala (“Pois, eu aaa... eu acho que... pron-
to, não sei...“, Cara, o que é isso, cara?);
 § frases curtas;
 § frases inacabadas, porque foram cortadas ou interrompidas;
 § uso frequente da omissão de palavras. Ex.: Eu vou com minha mãe e com meu pai; Empresta o seu caderno? 
 § formas contraídas. Ex.: prof, med, refri, facul;
 § afastamento das regras gramaticais. Ex.: Eu vi ele;
 § possibilidade de adequar o discurso de acordo com as reações dos ouvintes.
b. Língua escrita: recorre a sinais de pontuação e de acentuação para exprimir os recursos rítmicos e meló-
dicos da oralidade:
 § uso de ricas descrições; 
 § faz atenção às regras gramaticais com um maior rigor; 
 § sinais de pontuação e acentuação para transmitir a expressividade oral; 
 § frases longas, apesar de também poder usar frases curtas; 
 § uso de vocabulário mais amplo e cuidadoso; 
 § conectivos e estruturas sintáticas para garantir a coesão textual. 
tipos de linguagem
 § Linguagem verbal: utiliza a língua falada ou escrita, ambas compostas por palavras.
 § Linguagem não verbal: emprega todo código que não seja composto por palavras – movimentos faciais 
e corporais, gestos, olhares, entoação, imagens, símbolos, sons etc.
21
semântica – elementos de análise
Já que se fala a todo o momento de semântica no curso de Gramática, nada melhor do que apresentá-la logo no 
início do material de Interpretação (já que ela é parte essencial dos processos interpretativos). A semântica é o cam-
po de estudos linguísticos que cuida dos significados das palavras e dos textos. Ela está presente em praticamente 
todos os outros campos gramaticais (com exceção dos estudos básicos de fonética e fonologia, ligados à ortografia 
e à acentuação). Pode ter certeza de que, onde há acepções de sentido, há semântica.
Além de sua presença em várias áreas da Gramática, a semântica possui seus próprios elementos de análise, 
que conheceremos a seguir.
Sinonímia
Ocorre sinonímia quando temos palavras com significados idênticos ou muito semelhantes a outras.
 § Cão = cachorro
 § Jerimum = abóbora
A sinonímia tem forte relação com a paráfrase (possibilidades de se reconstruir uma frase ou texto com 
outras palavras similares) e ajuda nos processos de coesão textual (por meio de sinônimos, evitamos a repetição 
de termos em um texto).
Antonímia
Ocorre antonímia quando temos palavras com significados contrários a outras.
 § Bonito ≠ feio
 § Alto ≠ baixo
Homonímia
Ocorre homonímia quando temos palavras de grafia igual ou pronúncia igual, mas com significado diferente. Isso 
nos dá três tipos de homônimos:
1. Homônimo homófono heterógrafo (pronúncia igual – grafia diferente)
Exemplo: acento (marca gráfica de tonalidade) e assento (local para se sentar).
2. Homônimo homógrafo heterófono (escrita igual – pronúncia diferente)
Exemplo: jogo (substantivo) e jogo (verbo).
3. Homônimo homófono homógrafo (pronúncia igual – escrita igual)
Exemplo: rio (substantivo) e (eu) rio (verbo).
Paronímia
Temos parônimos quando as palavras são muito parecidas, mas o sentido é diferente.
Exemplo: comprimento (largura) e cumprimento (saudação).
Exemplo: discriminar (separar) e descriminar (absolver).
22
Polissemia
Temos polissemia em palavras que preservam sua classe gramatical, mas que possuem significados múltiplos.
Exemplo: natureza (meio ambiente) e natureza (essência de algo).
Exemplo: banco (local onde se senta) e banco (instituição financeira).
Hiperonímia e hiponímia
São fenômenos que operam relações de abrangência entre palavras (palavras que englobam outras ou que são 
englobadas). As palavras que englobam são conhecidas como hiperônimos; as englobadas, como hipônimos.
Exemplo: Comprei um bacalhau para preparar na semana santa. Esse peixe é bastante salgado. (peixe é uma 
palavra mais abrangente, que dá conta de bacalhau e de outros diversos peixes, portanto, podemos afirmar que 
peixe é hiperônimo de bacalhau, e bacalhau é hipônimo de peixe).
Exemplo: Houve um aumento da gasolina. Esse fato deixou os brasileiros irritados. (fato é uma palavra que dá 
conta de aumento da gasolina, portanto, podemos afirmar que fato é hiperônimo do trecho sublinhado).
o gênero publicitário
Entende-se por gênero publicitário aquele que tem como objetivo principal fazer com que o interlocutor/ouvinte 
tome parte em alguma causa, seja comprar um produto ou aderir a uma ideia. São textos de cunho persuasivo, por 
isso estão completamente ligados à função apelativa/conativa da linguagem. Os textos publicitários estão forte-
mente inseridos na sociedade contemporânea, e, por esse motivo, estão presentes em muitos vestibulares. Ao lado 
do gênero jornalístico, é dos que apresenta maior número de questões registradas.
Estrutura do texto publicitário
Como dito anteriormente, os textos publicitários têm uma configuração bastante ampla. Por esse motivo, sua es-
trutura apresenta um conjunto significativo de elementos que conheceremos a seguir.
O título
Habitualmente, os textos publicitários apresentam umtítulo, que consiste num texto mais curto que já evidencia, 
logo de cara, as intenções do anúncio. Pode ser um pequeno texto assertivo ou interrogativo, e deve atrair a aten-
ção do interlocutor de maneira imediata.
O texto
No texto do anúncio publicitário encontramos as principais estruturas de persuasão. Nele encontramos os argu-
mentos que levariam o interlocutor a adquirir um produto ou a adotar um comportamento. Aqui, concentra-se a 
função apelativa da linguagem.
23
A assinatura
A assinatura aparece como uma estratégia de encerramento do texto publicitário. Em anúncios impressos, costuma 
vir posicionado à direita, no canto inferior do texto. É formado pela marca do produto (por exemplo, Coca-Cola) 
ou pela evidenciação da campanha (Previna-se contra a dengue!). No caso de marcas famosas, é comum que a 
assinatura seja composta pelo slogan dessa marca. Entende-se por slogan aquela frase de efeito que evidencia a 
principal característica do produto.
A imagem
Comentamos acima que as imagens são um recurso que está presente em alguns tipos de espaço publicitário. 
Quando usadas, têm como objetivo potencializar as marcas textuais de persuasão, ou seja, as imagens trabalham 
em conjunto com o texto, com intenções variadas. Habitualmente, a imagem em gêneros publicitários, confirma o 
texto e também lhe dá suporte.
Atenção ao argumento de autoridade: é muito comum encontrarmos em anúncios publicitários algum 
elemento imagético que sirva como argumento de autoridade. Entende-se por argumento de autoridade aquela 
imagem de um indivíduo que seria um especialista em determinado assunto, e que, justamente por possuir essa 
posição de autoridade, transmite maior credibilidade ao que está sendo veiculado no anúncio.
Por exemplo, a imagem de um famoso atleta ligada a um anúncio de produtos vitamínicos transmite a ideia 
de que o produto é confiável, pois o atleta o utiliza.
Qual é a linguagem do gênero publicitário?
A linguagem dos textos publicitários é marcada por uma maior flexibilidade em relação à gramática normativa. 
Como o objetivo básico desses textos é atingir rapidamente o interlocutor, é necessário que se opte, em 
alguns momentos, por uma linguagem mais coloquial/informal. Portanto, encontraremos, muito frequentemente, 
anúncios publicitários, cujos textos apresentam “desvios” em relação à norma padrão.
Outra característica muito comum nesses textos é a presença de verbos no imperativo, implicando relações 
semânticas de ordem, pedido, sugestão ou conselho. São esses verbos que articulam as estratégias de persuasão.
Também estão presentes os vocativos, que são elementos sintáticos que invocam/convocam interlocutores. 
Essa invocação/convocação do interlocutor é também uma estratégia recorrente em textos publicitários.
(Época, 06/05/2011.)
24
o gênero jornalístico
Dos vários tipos de gêneros existentes, o jornalístico é um dos mais amplos, pois envolve características pertencen-
tes a vários tipos de composição textual. Por esse motivo, é também um dos gêneros mais trabalhados em provas 
de vestibulares e no ENEM.
A notícia
A notícia é um dos elementos que compõe o gênero jornalístico. Está espalhada pelos mais diversos meios de 
comunicação (jornais, revistas, rádio, internet). Tecnicamente, podemos dizer que a notícia se caracteriza pelo 
puro registro de fatos, sem que haja a emissão de opinião da pessoa que a escreve. O objetivo básico 
de uma notícia é transmitir informações a um leitor de maneira objetiva e precisa. A partir dessa definição, podemos 
inferir que a notícia trabalha pelos mesmos termos da função referencial da linguagem (buscar informações de um 
referente no mundo, e transmiti-las objetivamente).
“Nenhum país do mundo faz o que o Brasil está fazendo: leiloar aos poucos o acesso da produção de pe-
tróleo de campos, cujo total é desconhecido”, adverte Ildo Sauer, em entrevista concedida à IHU.
On-line, ao comentar o leilão do Campo de Libra, anunciado para 21 de outubro deste ano. Na avaliação 
dele, a iniciativa da Presidência da República é equivocada, porque “não faz sentido” colocar em leilão o Campo 
de Libra, que, “segundo a Agência Nacional do Petróleo – ANP, pode ter entre 8 e 12 bilhões de barris, apesar de 
haver estimativas de que possa chegar a 15 bilhões de barris.
Se os dados forem esses, trata-se da maior descoberta do país”. De acordo com ele, o “Brasil não sabe se 
tem 50 bilhões, 100 bilhões ou 300 bilhões de barris. Se o país tiver 100 bilhões, estará no grupo de países de 
grandes reservas; se tiver 300 bilhões, será o dono da maior reserva do mundo, porque 264 bilhões é o volume de 
barris da Arábia Saudita”.
Disponível em: http://www.mabnacional.org.br/noticia/pr-sal-eembate-geopol-tico-estratgico-entrevista-especial-com-ildosauer. 
Acesso em: 15/10/2013. Fragmento adaptado.
25
Reportagem
A reportagem também é um tipo de gênero jornalístico que costuma apresentar textos mais longos e bastante 
detalhados. Costuma retratar a observação direta de um repórter sobre acontecimentos e situações específicas. 
Escassez de água já afeta mais de 40% da população do planeta Terra
Estiagem não atinge só o Brasil, mas outros lugares do mundo. Veja as medidas que foram adotadas em países 
como EUA e Cingapura.
Reportagem de Tonico Ferreira em parceria com Globo Natureza.
O Jornal da Globo, em parceria com o Globo Natureza, exibe, esta semana, uma série especial sobre a crise 
hídrica no mundo. A série “Água – Planeta em Crise” vai mostrar de que maneira a seca está afetando populações 
em todo o planeta.
Quando a gente olha para os oceanos, para os rios e lagos, a Terra parece ter muita água. Quase três quartos 
da superfície são cobertos por oceanos. É o planeta azul visto do espaço.
Mas será que é isso tudo? Vejam a realidade: a camada de água dos oceanos é muito fina e, por isso, a 
quantidade de água é relativamente pequena. Se a Terra fosse do tamanho de uma bola de basquete, toda a água 
do planeta caberia dentro de uma bolinha de pingue-pongue.
E mais: dessa bolinha de pingue-pongue, quase tudo, 97,5% é água salgada. E, desse pouquinho que sobra, 
70% é agua congelada nos polos e nas geleiras, 30% está debaixo da superfície da Terra e apenas 0,3% é água 
potável nos lagos e rios.
E essa água está mal distribuída. Sobra em algumas regiões e falta em outras. Some-se a isso o fato de várias 
regiões do mundo estarem passando por secas mais prolongadas.
Seca na califórnia (EUA)
É o caso do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que está entrando no quarto ano seguido de seca. 2013 
foi o mais seco em 120 anos, diz o climatologista do governo, Michael Anderson. E ele prevê para este ano um 
novo recorde de pouca chuva e de temperaturas altas.
O nível dos reservatórios baixou. O lago Cachuma está com 26% da capacidade e, em outubro, pode deixar 
de fornecer água para a cidade de Santa Bárbara.
O governador do estado, Jerry Brown, acaba de tomar medidas drásticas: a redução obrigatória de 25% no 
consumo de água nas cidades e corte do fornecimento para fazendas que usam irrigação. 
Tulare tem a agricultura mais produtiva da Califórnia. É uma região rica. As famílias de trabalhadores que 
vivem em casas modestas se abastecem de água em poços, mas os poços estão secando.
O poço da casa de Lala e Benjamin Luengas, da comunidade mexicana, secou em junho do ano passado. Foi 
um desespero. “O que vamos fazer, o que vamos fazer?”, Lala pergunta.
Eles não tinham US$ 25 mil para perfurar um poço profundo, ficaram seis meses sem uma gota d’água até 
que receberam um pequeno reservatório da organização não governamental Self-Help Enterprises. A água chega de 
carro-pipa duas vezes por mês. É pouco. Lala economiza água na cozinha, reusa no banheiro e os banhos são curtos.
“No máximo entro, me molho, fecho a água, me ensaboo, abroe já saio”, conta Lala.
Paul Boyer, da Self-Help Enterprise, diz que o lençol de água subterrânea que deveria ter subido nos primei-
ros meses do ano ficou estático. Para Boyer, a crise ainda vai piorar antes de melhorar.
Cadê a água no Nordeste?
A situação também pode piorar no Nordeste brasileiro. Em São Miguel (RN), cidade de 23 mil habitantes, nin-
guém recebe mais conta de água. É que a água encanada acabou em dezembro passado, quando o açude secou. 
E não foi sem aviso.
“Desde 2013, quando a gente só estava com 10% da capacidade da água, nós demos o grito, nós pedimos 
socorro”, diz Adalcina Vieira, presidente da Câmara de Vereadores. O socorro não veio. A água só chega em 
carros-pipa, carroças, motos ou na mão.
26
Desde que a água encanada acabou, a cidade se movimenta basicamente em torno de um objetivo: conse-
guir água, vender e comprar água, transportar água, carregar balde d’água. E essa situação deve se manter por 
um bom tempo porque as autoridades locais não estão vendo uma solução de curto prazo.
“A situação de nossa cidade é muito difícil. É uma situação de colapso, uma situação de calamidade”, decla-
ra Dario Vieira, prefeito de São Miguel (RN).
Contratar um carro-pipa com 8 mil litros custa R$ 150. Quem não tem recursos depende das cacimbas da 
prefeitura.
“Essa caixinha de água aqui não dá nem para começar. Nesses dias, nós vamos morrer de sede aqui, se Deus 
não tiver misericórdia”, diz a dona Maria Lúcia da Silva.
É uma trabalheira. “Eu vou levar na mão”, mostra Sandra Leite Lopes, moradora da cidade. São cinco via-
gens da cacimba à casa dela para encher a caixa de mil litros.
Esse transtorno seria evitado se São Miguel não dependesse de apenas um açude, construído 60 anos atrás.
Crise dos reservatórios
A crise também bateu na porta da rica região Sudeste. Os dois maiores reservatórios que atendem a Grande São 
Paulo, Cantareira e Alto Tietê, estão com níveis críticos. O Cantareira, o mais importante deles, entrou no volume 
morto em maio do ano passado e nunca mais saiu.
O presidente da ANA (Agência Nacional de Água) reconhece que o Brasil tem um nível muito baixo de água 
reservada e reclama que a legislação ambiental pouco flexível não ajuda.
“Porque, como um reservatório tem impacto ambiental, muitas vezes se abandona a discussão dos reser-
vatórios por conta desses impactos ambientais e sociais. É verdade, eles existem. Agora a gente tem que, precisa 
colocar na outra coluna também, é a segurança hídrica que esses reservatórios propiciam”, diz Vicente Andreu 
Giullo, presidente da ANA (Agência Nacional de Água).
Artigo de opinião e editorial
Os artigos de opinião e editoriais também são parte do gênero jornalístico e têm como característica serem textos 
que articulam notícias a partir de elementos argumentativos. Existem algumas pequenas diferenças entre 
os dois estilos de texto. O artigo expressa um ponto de vista da pessoa que o assina, e geralmente aborda questões 
sociais, políticas e culturais. Sua condução é feita com elementos argumentativos que tentam persuadir o leitor da 
opinião que está sendo apresentada.
Já o editorial manifesta a opinião não de um indivíduo, mas de um órgão de imprensa como um todo, por 
esse motivo não é assinado por um particular (não expressa ponto de vista particular). Costumam abordar temas 
de grande projeção nacional ou internacional, também sobre temas sociais, políticos ou culturais. Embora sua 
condução também apresente elementos argumentativos de persuasão, o editorial costuma ser mais equilibrado e 
informativo do que o artigo de opinião.
Vontade de punir
Deu no Datafolha que a maioria dos brasileiros quer baixar a maioridade penal. Maiorias assim robustas, que já são 
raras em questões sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se considera que, entre especialistas, o assunto é 
controverso. Como explicar o fenômeno? Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. 
Se você pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem uns com os 
outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivíduos dispostos a explorá-los. A fórmula que a evolução encontrou 
para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoções e sentimentos que 
provocam ações que funcionam em mais instâncias do que não funcionam.
27
Assim, para evitar a superexploração pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro horror àquilo que per-
cebemos como injustiças. Na prática, isso se traduz no impulso que temos de punir quem tenta levar vantagem 
indevida. Quando não podemos castigá-los diretamente, torcemos para que levem a pior, o que, além de garantir o 
sucesso de filmes de Hollywood, torna a justiça retributiva algo popular em nossa espécie. Isso, porém, é só parte 
do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justiça soçobraria. Se cada mínima ofensa exigisse 
imediata reparação e todos tivessem de ser tratados de forma rigorosamente idêntica, a vida comunitária seria 
impossível. A natureza resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, 
que mães prefiram seus próprios filhos aos de desconhecidos.
Nas sociedades primitivas, em bandos de 200 pessoas, onde todos tinham algum grau de parentesco, o 
sistema funcionava razoavelmente bem. Os ímpetos da justiça retributiva eram modulados pela empatia familiar. 
Agora que vivemos em grupos de milhões sem vínculos pessoais, a vontade de punir impera inconteste.
SCHWARTSMAN, Hélio. Folhaonline, em 24 jun. 2015
textos cientíFicos
Os textos científicos têm como principal objetivo colocar o público não especializado em contato com pesquisas 
científicas e tecnológicas. São predominantemente informativos, trazendo dados interessantes sobre alguma pes-
quisa realizada pela comunidade científica. Em geral, são textos produzidos por especialistas em alguma área (ou 
com o apoio destes) e devem possuir uma linguagem mais acessível, menos técnica para que estejam ao alcance 
do leitor.
Onde circulam os textos científicos?
Os textos de divulgação científica, nos últimos anos, têm aparecido não apenas em revistas especializadas (cien-
tíficas), mas também em seções específicas de jornais, revistas de curiosidades e até mesmo em livros estilo best- 
-seller. Toda essa variedade é uma demanda do público por saber cada vez mais a respeito dos avanços científicos, 
avanços esses que podem trazer mudanças significativas para a vida das pessoas. 
A recepção do texto científico
Os textos de cunho científico costumam ser procurados por públicos variados, desde pessoas curiosas por assuntos 
determinados, até pessoas que leem mais assiduamente a respeito de tudo o que se publica. Essa variedade de pú-
blico implica certas dificuldades de produção, pois o texto precisa denotar seriedade sem necessariamente possuir 
uma linguagem complexa (técnica).
A estrutura do texto científico
Os textos de divulgação científica não possuem estrutura pré-determinada, mas, geralmente, encontramos um 
título e uma introdução mais geral, que têm como objetivo angariar a atenção do leitor para o tópico científico 
que será abordado/discutido. O desenvolvimento e a conclusão do texto se dão de acordo com os interesses do 
especialista.
Nesse sentido, temos um texto de estrutura bem variável, que é muito usado em vestibulares.
28
A linguagem dos textos científicos
Como dito anteriormente, há nos textos de divulgação científica uma necessidade de se “traduzir” os conceitos 
altamente complexos da ciência para uma linguagem mais acessível ao leitor. Nesse caso, encontraremos em textos 
científicos um grau elevado de coloquialidade.
Para fazer com que o leitor entenda um texto mais complexo, recorre-se, por exemplo, a muitas figuras de 
analogia, como a comparaçãoe a metáfora; figuras que permitem ao leitor entender mais facilmente o que está 
sendo dito. Ou seja, opta-se por uma linguagem conotativa (figurada). Também devem ser evitados os usos de 
jargões da área científica, sempre optando por uma analogia mais simples. Sendo inevitável o uso de um jargão, 
este deve ser explicado no próprio texto.
29
BREVIÁRIO 
Competência 1
Habilidade 3
Aulas 3 e 4
TexTo em verso
O poema é um gênero textual de cunho bastante subjetivo, que se constrói não apenas com ideias ou sentimentos, 
mas que articula combinações de palavras que, na maioria dos casos, constitui sentidos variados. Essas combina-
ções de palavras costumam ser distribuídas em um “corpo” bastante complexo, dotado de vários elementos que 
conheceremos mais adiante, como o verso, a estrofe (elementos estruturais), a rima, o ritmo (elementos sonoros), 
entre outros. O jogo de palavras realizado nos poemas (de fortes marcas denotativas) muitas vezes imprime difi-
culdades de interpretação.
Oficina irritada
Eu quero compor um soneto duro
como poeta algum ousara escrever.
Eu quero pintar um soneto escuro,
seco, abafado, difícil de ler.
Quero que meu soneto, no futuro,
não desperte em ninguém nenhum prazer.
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser.
Esse meu verbo antipático e impuro
há de pungir, há de fazer sofrer,
tendão de Vênus sob o pedicuro.
Ninguém o lembrará: tiro no muro,
cão mijando no caos, enquanto Arcturo,
claro enigma, se deixa surpreender.
(Carlos Drummond de Andrade, in “Claro enigma”)
TexTos em prosa
Denominamos prosa um texto construído prioritariamente com parágrafos (se escrito em versos, teremos um texto 
poético), que apresenta maior extensão que um poema, por exemplo. Costumeiramente, possui uma linguagem de 
cunho mais denotativo (diferente da poesia, bem mais conotativa), mas isso não impede que o autor se valha de 
artifícios que deem maior variabilidade aos sentidos que estão sendo expressos no texto.
30
Os principais tipos de texto em prosa
 § Romance: entende-se por romance uma composição textual longa que desenvolve algum tipo de enredo, 
linear ou fragmentado que costuma apresentar volume significativo de informações ao leitor. Não há regras 
pré-determinadas para a composição das partes de um romance, mas o final, por exemplo, costuma ser uma 
espécie de enfraquecimento dos vários elementos que foram sendo “amarrados” na história. No romance não 
costuma haver clímax ao final da narrativa. Na prosa brasileira são conhecidas como romances obras como 
Memórias póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Vidas secas, Capitães da areia, Iracema, Til. Ou seja, 
textos narrativos de maior extensão, com enredo variado, que apresentam algum tipo de “amarração” em sua 
estrutura.
 § Novela: entende-se por novela uma composição textual de menor extensão do que o romance, mas costumei-
ramente maior que um conto. Em relação ao romance, podemos dizer que a novela apresenta maior economia 
de recursos narrativos. Já em comparação ao conto, pode-se dizer que a novela possui um maior desenvolvi-
mento tanto de enredo, quanto de personagens. 
Dessa maneira, podemos concluir que a novela seria uma forma intermediária entre o conto e o romance. Em 
geral, trata-se de uma narrativa em que as ações giram em torno de um único personagem (o romance costu-
ma apresentar maior número de tramas e linhas narrativas).
Não é um gênero muito praticado entre os prosadores brasileiros, embora tenhamos, mais contemporanea-
mente, grandes obras nesse estilo, como A hora da estrela, de Clarice Lispector; Um copo de cólera, de Raduan 
Nassar; ou O invasor, de Marçal Aquino. Na Europa, esse gênero deu origem a grandes clássicos, como A 
metamorfose, de Kafka; Morte em Veneza, de Thomas Mann; e A morte de Ivan Ilitch, de Tolstói.
 § Conto: entende-se por conto uma composição textual mais curta que a novela ou o romance. Por possuir 
um espaço de desenvolvimento menor, o conto costuma apresentar uma estrutura bastante fechada, em que 
o enredo se desenvolve com maior velocidade, sem desdobramento de conflitos secundários (como habitual-
mente acontece com o romance). Caracteriza-se por deixar várias questões a cargo da interpretação do leitor, 
e também por possuir um clímax mais próximo de seu fim. Trata-se de um gênero muito trabalhado por prosa-
dores brasileiros, pois seus processos de ficcionalidade costumam alcançar tanto elementos mais “materiais”, 
quanto elementos mais fantasiosos (os contos fantásticos, por exemplo). Há autores que desenvolveram a to-
talidade de suas obras em contos, como é o caso do escritor Murilo Rubião. Outros grandes contistas brasileiros 
são Machado de Assis, Mário de Andrade, Clarice Lispector e Guimarães Rosa.
 § Drama: entende-se por drama uma composição textual que realiza uma figuração/representação de ações 
ou histórias. Habitualmente, são textos para serem encenados em peças (no teatro). Sua estrutura pode ser 
dividida em capítulos denominados “atos” (1º ato, 2º ato etc.), e apresenta dimensões variadas, que levam 
em conta o tempo de apresentação da obra ao público. Muito se discute a respeito das diferenças que podem 
existir entre o texto dramático escrito e aquilo que é representado em um palco.
A ideia geral seria que se seguisse o mais fielmente possível o texto que foi produzido pelo autor, no entanto, os 
diretores de peças têm a liberdade de realizar modificações variadas no enredo ou nas composições cenográ-
ficas. Não é dos gêneros mais trabalhados pelos prosadores brasileiros, embora existam produções de grande 
qualidade que se tornaram famosas por virarem filmes. É o caso das peças Lisbela e o prisioneiro, de Osman 
Lins, O auto da compadecida, de Ariano Suassuna, ou Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri.
InTerTexTualIdade
Intertextualidade é a referência que um texto faz a outro já existente. Essa relação pode se dar por meio da mesma 
linguagem – como os versos do hino nacional do Brasil “Nossos bosques têm mais vida / Nossa vida em teu seio 
mais amores”, que retomam o poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias; ou ainda por meio de linguagens 
diferentes, como quando uma obra cinematográfica cria uma relação com um texto literário. A compreensão da 
intertextualidade pode ser dividida em diferentes níveis: paráfrase, citação, alusão, paródia e epígrafe. 
31
Tipos de intertextualidade
 § Epígrafe: trata-se de uma escrita introdutória a outra.
Sagarana (João Guimarães Rosa)
Lá em cima daquela serra
Passa boi, passa boiada,
Passa gente ruim e boa
Passa minha namorada
(Quadra de desafio.) 
For a walk and back again”, said 
the fox. “Will you come with me?”
I’ll take you on my back. For a
Walk and back again
(Grey fox, estória para meninos)
 § Citação: constitui a transcrição do texto de outrem, marcada por aspas.
Canção do exílio – trecho (Gonçalves Dias)
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores
Hino Nacional do Brasil – Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
– “Paz no futuro e glória no passado.”
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
32
 § Paráfrase: é uma reprodução do texto alheio coma palavra do autor. Não se trata de plágio, pois na pará-
frase é clara a intenção de retomar a fonte original.
Oração (Jorge de Lima)
“– Ave Maria cheia de graças...”
A tarde era tão bela, a vida era tão pura,
as mãos de minha mãe eram tão doces,
havia, lá no azul, um crepúsculo de ouro... lá longe...
“– Cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita!”
Bendita!
Os outros meninos, minha irmã, meus irmãos
menores,
meus brinquedos, a casaria branca de
minha terra, a burrinha do vigário
pastando
junto à capela... lá longe...
Ave cheia de graça
– ...”bendita sois entre as mulheres, bendito é o
fruto do vosso ventre...”
E as mãos do sono sobre os meus olhos,
e as mãos de minha mãe sobre o meu sonho,
e as estampas de meu catecismo
para o meu sonho de ave!
E isto tudo tão longe... tão longe...
 § Paródia: trata-se de uma releitura do texto original que, em vez de reafirmar os valores do modelo referen-
ciado, quebra a ideia principal contida nele, de modo abrupto ou suave. Essa ruptura pode levar o leitor a 
uma leitura crítica ou irônica do texto original.
La Gioconda (Leonardo da Vinci)
33
L.H.O.O Q (Elle a chaud au cul – Ela tem fogo no rabo) Marcel Duchamp (Dadaísmo)
 § Referência e alusão: trata-se de uma interferência do texto de outro que não contém, necessariamente, 
suas marcas originais. Machado de Assis, por exemplo, é mestre nessa variação de intertextualidade. O autor 
retomou uma série de outros autores e histórias para compor as próprias histórias que escrevia.
Uma comparação (Dom Casmurro – Machado de Assis)
Príamo julga-se o mais infeliz dos homens, por beijar a mão daquele que lhe matou o filho. Homero é que 
relata isto, e é um bom autor, não obstante contá-lo em verso, mas há narrações exatas em verso, e até 
mau verso. Compara tu a situação de Príamo com a minha; eu acabava de louvar as virtudes do homem que 
recebera, defunto, aqueles olhos... É impossível que algum Homero não tirasse da minha situação muito me-
lhor efeito, ou quando menos, igual. Nem digas que nos faltam Homeros, pela causa apontada em Camões; 
não, senhor, faltam-nos, é certo, mas é porque os Príamos procuram a sombra e o silêncio. As lágrimas, se 
as têm, são enxugadas atrás da porta, para que as caras apareçam limpas e serenas; os discursos são antes 
de alegria que de melancolia, e tudo passa como se Aquiles não matasse Heitor.
posIcIonamenTo críTIco
Textos pertencentes a diferentes sistemas de comunicação podem também ter uma função crítica que não esteja 
explícita em sua argumentação. Muitos autores se valem da ironia e do humor para despertarem no leitor a reflexão 
acerca de determinados problemas da sociedade. Esse mecanismo pode aparecer em poemas, charges, textos em 
prosa, mensagens publicitárias, entre outros.
34
As aparências revelam
Afirma uma Firma que o Brasil
confirma: “Vamos substituir o
Café pelo Aço”.
Vai ser duríssimo descondicionar
o paladar
Não há na violência
que a linguagem imita
algo da violência
propriamente dita?
(CACASO. As aparências revelam. In: WEINTRAUB, Fabio (Org). Poesia marginal. 
São Paulo: Ática, 2004. p. 61. Para gostar de ler 39.)
Função socIal dos TexTos
É importante lembrar que todo texto comunica algo. Às vezes, essa intenção é mais ou menos importante no 
processo de comunicação. No entanto, como vivemos em sociedade, devemos lembrar que alguns textos têm uma 
função primordial em nossa vida, que é a informação. Para podermos compartilhar o mesmo espaço, ter acesso 
aos nossos direitos e estarmos interligados ao que acontece em nossa sociedade, é fundamental que saibamos 
reconhecer a aplicação de cada um desses tipos de texto e sua respectiva significação.
Calendário do PIS/PASEP 2015-2016
Nascido em: Recebem a partir de: Recebem até:
JULHO 14/07/2015 30/06/2016
AGOSTO 20/07/2015 30/06/2016
SETEMBRO 28/07/2015 30/06/2016
OUTUBRO 12/08/2015 30/06/2016
35
Calendário do PIS/PASEP 2015-2016
Nascido em: Recebem a partir de: Recebem até:
NOVEMBRO 19/08/2015 30/06/2016
DEZEMBRO 21/08/2015 30/06/2016
JANEIRO 15/09/2015 30/06/2016
FEVEREIRO 24/09/2015 30/06/2016
MARÇO 30/09/2015 30/06/2016
ABRIL 12/10/2015 30/06/2016
MAIO 18/10/2015 30/06/2016
JUNHO 29/10/2015 30/06/2016
WWW.CALENDARIOPISPASEPCAIXA.COM
A linguagem corporal em uso
Os seres humanos se utilizam da linguagem corporal para estabelecerem relações entre si, de acordo com dife-
rentes manifestações sociais nas quais estão incluídos. As competições esportivas, por exemplo, utilizam o corpo 
para concretizar seus objetivos, realizar disputas etc. Já algumas religiões se utilizam do corpo como parte do ritual 
litúrgico, no qual a movimentação torna-se um elemento extremamente significativo. Há ainda a dança, que pode 
ser originada de diferentes contextos sociais, como uma valsa num casamento, o break – dança que provém das 
ruas – ou até mesmo uma apresentação de ballet clássico num teatro convencional.
Break de rua
Candomblé – a dança é uma homenagem aos orixás
Rugby – o esporte exige muita força física
36
Processo de transformação dos valores atribuídos ao corpo
A representação do corpo ideal, na sociedade contemporânea, foi construída por um processo de mudança de 
valores socioculturais. Na Grécia antiga, por exemplo, mulheres com curvas acentuadas eram mais valorizadas, 
esteticamente, que mulheres muito magras.
No entanto, a representação do corpo ideal, sobretudo na sociedade contemporânea, é formada por di-
retrizes que não contemplam as heterogeneidades de cada fenótipo humano. Isso quer dizer que, embora haja 
um modelo padrão que é reproduzido sistematicamente por grandes meios de comunicação em massa, devemos 
lembrar que nossos corpos são diferentes entre si, o que contribui significativamente para a construção de nossas 
singularidades.
QuadrInhos
O gênero “histórias em quadrinhos”, conhecido também como “HQ”, enuncia a linguagem por meio de quadros, 
nos quais uma história é contada, isto é, trata-se de uma narrativa em que a sequência de imagens obedece a uma 
progressão temporal. Vale ressaltar que esse gênero mescla o texto verbal e o não verbal, criando, muitas vezes, 
uma relação nova de sentido entre eles, que pode ter diferentes funções: a de evocar algum contexto ideológico da 
sociedade; a de contrapor a imagem e a fala causando um efeito humorístico; ou simplesmente, a de provocar no 
leitor a reflexão sobre uma situação cotidiana.
o homem e sua relação com a TecnologIa
A sociedade contemporânea, de modo geral, está diretamente inscrita na lógica da tecnologia. Há poucos anos, 
essa relação se restringia a pouquíssimos círculos sociais, uma vez que o acesso era difícil e o preço por uma cone-
xão na web, por exemplo, era muito alto. Com o passar dos anos, o avanço tecnológico e a expansão da distribui-
ção dos sinais de internet permitiram que grande parte das populações de muitos países estivessem virtualmente 
conectadas umas às outras, modificando para sempre o modo como nos relacionamos com o mundo.
Essa disseminação da internet contribuiu significativamente no processo de globalização, pois foi possível 
colocar culturas diferentes diante dos mesmos objetos simbólicos. Pessoas separadas por léguas e léguas de dis-
tância podem, rapidamente, encontrar-se no chat de uma rede social. Habitantes dos extremos do Planeta têm a 
possibilidade de acompanhar o mesmo seriado através do uso do streaming. Anônimos tornam-se famosos em 
poucos dias a partir do compartilhamento acelerado de suas postagens virtuais. Em síntese, a internet permitiu que 
passássemos a possuir hábitos extremamente semelhantes e a consumir um mesmo tipo de cultura.
37
Não foi apenas essa relação de proximidade que foi modificada com o advento da internet. Nossa relação 
com os própriosobjetos da comunicação também sofreu modificações significativas. Abandonamos envelopes, 
selos e papéis de carta para darmos lugar ao e-mail. Os diários passaram para o fundo das gavetas, pois o blog e 
até mesmo as redes sociais passaram a ser o lugar das reflexões (e revelações) que secretamente fazíamos. A leitura 
e a escrita, que geralmente se realizavam num contexto mais lento e de uma forma elaborada, expandiram-se em 
contextos extremamente velozes: nunca lemos ou escrevemos tanto como o fazemos hoje dentro do Facebook.
É preciso reconhecer que muitas modificações foram positivas com a expansão virtual. Os Estados, de 
maneira geral, puderam facilitar os serviços prestados à população; o conhecimento, que antes era restrito aos 
livros, passou a estar disponível a poucos cliques de distância; aprendemos a resolver pequenos problemas da vida, 
que antes competiam apenas a alguns especialistas. No entanto, devemos lembrar que tais transformações não 
modificaram significativamente as desigualdades sociais e também trouxeram problemas que antes não tínhamos. 
Pessoas suicidaram-se por conta do cyberbulling; criminosos passaram a agir de modo mais rápido, efetivo e silen-
cioso praticando delitos que só se multiplicam; e preconceitos de diferentes naturezas passaram a ser reproduzidos 
sem que seus autores fossem identificados. A web, em suma, precisa ser usada e analisada com muita cautela.
Embora possamos estar sempre conectados, devemos lembrar que ainda somos seres de carne e osso e 
nossas relações pessoais também devem ser mantidas e valorizadas. As brincadeiras ao ar livre, o almoço em 
família, a roda de conversa e a prática de esportes são elementos que contribuem significativamente para nossas 
relações interpessoais, sem a necessidade de qualquer conexão com o mundo digital. Somos nós que decidimos 
utilizar o mundo virtual e ele deve estar ao nosso serviço, não o contrário. E embora a internet tenha modificado 
sistematicamente nossa forma de conexão com o mundo, ela não modificou nossa espécie, nem nossa capacidade 
de decidirmos sobre o futuro de nós mesmos.
Cérebro eletrônico
O cérebro eletrônico faz tudo
Faz quase tudo
Faz quase tudo
Mas ele é mudo
O cérebro eletrônico comanda
Manda e desmanda
Ele é quem manda
Mas ele não anda
Só eu posso pensar
Se Deus existe
Só eu
Só eu posso chorar
Quando estou triste
Só eu
Eu cá com meus botões
De carne e osso
Eu falo e ouço. Hum
Eu penso e posso
Eu posso decidir
Se vivo ou morro por que
Porque sou vivo
Vivo pra cachorro e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
38
No meu caminho inevitável para a morte
Porque sou vivo
Sou muito vivo e sei
Que a morte é nosso impulso primitivo e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
Com seus botões de ferro e seus
Olhos de vidro
(Gilberto Gil)
 
as arTes plásTIcas e seus conTexTos de produção
Arte medieval
A arte medieval retratava temáticas religiosas ou ainda os retratos do trabalho no campo, pois estava diretamente 
ligada ao período histórico, no qual a fé cristã era considerada o centro da vida do homem, o teocentrismo. Do 
ponto de vista estético, tais pinturas não apresentavam tamanha preocupação com as dimensões da representação 
da realidade, que serão objeto da arte renascentista. 
Madona e Filho, Beringhiero, século XII.
(www.literaria.net/RP/L2RPL2.htm)
39
Arte renascentista
A arte renascentista se ocupa da valorização da cultura greco-romana sem abandonar as temáticas cristãs. Aliada 
aos ideais de recuperação da cultura antiga, as pinturas retratam entidades mitológicas, deuses, ninfas e grandes 
personagens da idade antiga, bem como personagens do antigo e do novo testamento. Sua qualidade estética está 
em manter a simetria das composições, em prezar pela mimese, ou seja, pela mais fiel representação da realidade, 
por meio do uso da perspectiva e de sombras, e também pelo equilíbrio entre cores e formas.
O nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli.
A última ceia, de Leonardo da Vinci
40
Arte barroca
Como fruto do momento histórico ao qual pertencia, repleto de oposições devido à Contrarreforma iniciada no 
século XVI, a arte barroca também valorizou os contrastes. Suas imagens não são centralizadas como as renascen-
tistas e, muitas vezes, priorizam a ideia de movimento. Suas temáticas também abarcam contrastes: mitologia, fé 
cristã, nobreza e burguesia.
As meninas (Diego Velásquez) A Flagelação de Cristo, Caravaggio, 1607
Arte romântica
Aliada aos valores dramáticos e sentimentais próprios da literatura e da história do período, a arte romântica pro-
curou evidenciar os efeitos emotivos das pinturas, dando lugar, principalmente, aos temas históricos e religiosos. 
Delacroix: A Liberdade guiando o povo, 1830.
A maja nua, c. 1795-1800, Museu do Prado
41
Arte moderna
Com o objetivo de romper com os padrões antigos, os artistas modernos buscam novas formas de expressão para 
comporem suas obras. Desse modo, eles utilizam-se de recursos como cores vivas, figuras deformadas, cubos e 
cenas sem lógica para demonstrar a força da ruptura que desejavam promover. São próprios dessa época os movi-
mentos impressionista, expressionista cubista, futurista, dadaísta e surrealista.
Antropofagia, de Tarsila do Amaral Edvard Munch - O Grito
Arte contemporânea
A arte contemporânea ou arte pós-moderna é um movimento artístico que teve início na segunda metade 
do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. A disseminação da indústria cultural e a modificação da relação do 
homem com a arte, tornando-a mais popular, proporcionou mudanças significativas no campo cultural.
Tais mudanças são responsáveis pela características dessa nova tendência artística, que são: abandono dos 
suportes tradicionais, mistura de estilos artísticos, emprego de diferentes materiais, aproximação com a cultura 
popular, sobretudo, interação do espectador com a obra.
OITICICA, H. Metaesquema I, 1958. Guache s/ cartão 52 cm x 64 cm. Museu de Arte Contemporânea - MAC/USP.
Museu de arte contemporânea, Rio de Janeiro. (Oscar Niemeyer)
42
prIncIpaIs danças do Folclore
Maracatu
Trata-se de uma dança típica do Nordeste brasileiro, cuja simbologia é a adoração aos orixás. Na dança, todos se 
fantasiam e devem passar “de mão em mão” a “calunga”, uma espécie de boneca de pano presa em um bastão, 
a qual representa uma entidade espiritual. A dança é natural do Estado do Pernambuco.
Frevo
Também é uma dança natural do Pernambuco. Ela se caracteriza pelos movimentos rápidos dos dançarinos que le-
vam na mão um guarda-chuva de cor correspondente a da própria roupa. A realização é típica durante o Carnaval.
Baião
A dança tornou-se popular graças ao músico Luiz Gonzaga, por conta de sua canção “Baião”. A dança é típica do 
sertão do Nordeste, mas espalhou-se para outros Estados. Geralmente, dança-se em pares e os movimentos são 
muito semelhantes aos do forró.
43
Samba de roda
É uma dança caracterizada pela disposição dos sambistas em círculo. Muito semelhante à capoeira, os dançarinos 
movem seus corpos para o centro da roda, convidando os demais a entrarem para a dança.
Fandango
O fandango é uma festa típica paranaense promovida por moradores da região litorânea do Estado. Embora seja de 
origem espanhola, a dança entrou no Brasil com os colonos e passou a caracterizar um conjunto de danças, intituladas 
(marcas), as quais podem ser dançadas, sapateadas e até mesmo valsadas. Antigamente, como as festas ocorriam so-
bretudo no Carnaval, os dançarinos e participantes dos movimentos festejavam durante quatro dias e se alimentavam 
do “barreado”, uma comida típica do litoral à base de carne e toucinho e cozido em panela de barro.
Catira
Trata-se de uma dança de origem gaúcha, cuja origem foi influenciada por danças espanholas, africanas

Continue navegando