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AUTORES ANDRÉA SILVA FRANGAKIS TANIL FABIO TANIL MONTREZOL DINÂMICAS LÚDICAS NO AMBIENTE CORPORATIVO: DA TEORIA À PRÁTICA DINÂMICAS LÚDICAS NO AMBIENTE CORPORATIVO: DA TEORIA À PRÁTICA Conselho Regional de Educação Física da 4a Região – CREF4/SP Conselheiros Ailton Mendes da Silva Antonio Lourival Lourenço Bruno Alessandro Alves Galati Claudio Roberto de Castilho Erica Beatriz Lemes Pimentel Verderi Humberto Aparecido Panzetti João Francisco Rodrigues de Godoy Jose Medalha Luiz Carlos Carnevali Junior Luiz Carlos Delphino de Azevedo Junior Marcelo Vasques Casati Marcio Rogerio da Silva Marco Antonio Olivatto Margareth Anderáos Maria Conceição Aparecida Conti Mário Augusto Charro Miguel de Arruda Nelson Leme da Silva Junior Paulo Rogerio de Oliveira Sabioni Pedro Roberto Pereira de Souza Rialdo Tavares Rodrigo Nuno Peiró Correia Saturno Aprigio de Souza Tadeu Corrêa Valquíria Aparecida de Lima Vlademir Fernandes Wagner Oliveira do Espirito Santo Waldecir Paula Lima DINÂMICAS LÚDICAS NO AMBIENTE CORPORATIVO: DA TEORIA À PRÁTICA Andréa Silva Frangakis Tanil Fábio Tanil Montrezol 2019 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Agência Brasileira do ISBN - Bibliotecária Priscila Pena Machado CRB-7/6971 �7�����7DQLO��$QGU«D�6LOYD�)UDQJDNLV�� 'LQ¤PLFDV�O¼GLFDV�QR�DPELHQWH�FRUSRUDWLYR���GD�WHRULD�¢�� SU£WLFD���$QGU«D�6LOYD�)UDQJDNLV�7DQLO�H�)£ELR�7DQLO� 0RQWUH]RO��ƃƃ�6¥R�3DXOR���&5()��63���2���� ����S�������FP��ƃƃ��&ROH©¥R�/LWHU£ULD��2�DQRV�GD�� ,QVWDOD©¥R�GR�&5()��63��� � ,QFOXL�ELEOLRJUDILD�� ,6%1���������������2��� � ���7UDEDOKDGRUHV���7UHLQDPHQWR�I¯VLFR�����%ULQFDGHLUDV��� ���4XDOLGDGH�GH�YLGD�QR�WUDEDOKR��,��0RQWUH]RO��)£ELR�7DQLO��� ,,��7¯WXOR��,,,��6«ULH�� � � &''�������2��� Comissão Especial da Coleção Literária 20 anos da Instalação do CREF4/SP Responsáveis, junto a diretoria do CREF4/SP, pela avaliação, aprovação e revisão técnica dos livros Prof. Dr. Alexandre Janotta Drigo (Presidente) Profa. Ms. Érica Beatriz Lemes Pimentel Verderi Prof. Dr. Miguel de Arruda Editora Malorgio Studio Coordenação editorial Paolo Malorgio Capa Felipe Malorgio Revisão Joice Chaves Imagens de capa Pixabay.com Projeto gráfico e diagramação Rodrigo Frazão Copyright © 2019 CREF4/SP Todos os direitos reservados. Conselho Regional de Educação Física da 4a Região - São Paulo Rua Líbero Badaró, 377 - 3o Andar - Edifício Mercantil Finasa Centro - São Paulo/SP - CEP 01009-000 Telefone: (11) 3292-1700 crefsp@crefsp.gov.br www.crefsp.gov.br O jogo é necessário na vida humana. Assim como o homem pre- cisa de repouso corporal para restabelecer-se, assim também precisa de repouso para a alma, o que é proporcionado pela brincadeira. (Tomás de Aquino, 1856) 7 O livro tece uma relação entre a teoria e a prática das dinâmicas lúdicas dentro do ambiente corporativo, principalmente como componente metodoló- gico para os Programas de Ginástica laboral, propõe um estudo e uma reflexão sobre nosso olhar para o funcionário em diferentes aspectos: físicos, sociais, emocionais, individuais e coletivos. Percorrerá brevemente sobre conceitos e benefícios da ginástica laboral e em seguida apresentará referências que colaboraram para o entendimento e argumentação da importância do brincar no universo corporativo, tanto no as- pecto fisiológico quanto comportamental. Em seguida o leitor encontrará uma série de dinâmicas lúdicas elaboradas e reinventadas a partir da leitura de outras construções, criações em cursos, inspirações advindas de diferentes elementos que estimularam suas criações, tais como: fotos em revistas, leitura de artigos, mídias sociais etc. A obra é finalizada com uma sessão de perguntas e respostas que frequen- temente surgem durante os cursos ministrados pela autora. Andréa Silva Frangakis Tanil Graduada em Educação Física CREF 05136-G/SP Especialista em Educação lúdica Fabio Tanil Montrezol Graduado em Educação Física CREF 32049-G/SP Mestre em Biociências Sinopse da obra 9 Sumário Apresentação ............................................................................................................ 11 O ambiente corporativo .......................................................................................... 13 Cultura e clima organizacional ............................................................................. 13 Desenvolvimento humano e Qualidade de Vida .................................................. 14 Qualidade de vida no trabalho (QVT) .................................................................. 17 O lazer corporativo ............................................................................................... 19 A Ginástica laboral ................................................................................................... 21 Um breve histórico da Ginástica laboral ............................................................... 21 Conceito de Ginástica laboral ............................................................................... 23 Principais objetivos dos Programas de Ginástica laboral ..................................... 23 Técnicas mais utilizadas ....................................................................................... 23 Saúde emocional: a fisiologia do estresse ............................................................. 25 Suas correlações com o trabalho e com o humor .................................................. 25 O brincar .................................................................................................................... 37 A fisiologia do brincar .......................................................................................... 39 Dinâmicas lúdicas corporativas ............................................................................. 51 Momentos de lazer ............................................................................................... 51 Criando e Co-criando suas dinâmicas lúdicas ..................................................... 53 A Criatividade ...................................................................................................... 53 Características das dinâmicas lúdicas para os Programas de Ginástica laboral ..........54 Acertando na escolha............................................................................................ 56 Objetivos das dinâmicas lúdicas ........................................................................... 57 Planejamento, organização e aplicação das dinâmicas ......................................... 61 Planejamento ........................................................................................................ 61 Organização .......................................................................................................... 61 O profissional de Educação Física ........................................................................ 63 Como encantar ..................................................................................................... 65 O que evitar ........................................................................................................ 67 Dinâmicas lúdicas: a prática ................................................................................... 69 Perguntas mais frequentes .................................................................................... 125 Anexo I ..................................................................................................................... 131 Referências .............................................................................................................. 135 11 Apresentação Esta é a segunda coleção literária que o Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região - CREF4/SP lança, dessa vez para comemorar os 20 anos da sua instalação. O fato histórico de referência é a Resolução 011 de 28 de outubro de 1999, publicada pelo CONFEF, que fixouem seis, o número dos primeiros CREFs e, entre eles, o CREF4/SP, com sede na cidade de São Paulo e jurisdição em nosso Estado. Nesse momento, remeto-me à luta que antecedeu essa conquista, e que se iniciou com a “batalha” pela regulamentação de nossa profissão, marcada pela apresentação do Projeto de Lei nº 4.559/84, mas que somente foi efetivada pela Lei 9.696/98, passados 14 anos do movimento inicial no Congresso Nacional. Logo após essa vitória histórica, a próxima contenda foi a de atender aos requisi- tos estabelecidos pelas normas do CONFEF para a abertura de nosso Conselho, que à época exigia o registro de 2 mil profissionais. Com muito orgulho me lem- bro da participação de minha cidade natal - Rio Claro - neste contexto, por meio do trabalho iniciado pelo Prof. José Maria de Camargo Barros, do Departamento de Educação Física da UNESP. Vários professores e egressos dos Cursos se mo- bilizaram para inscreverem-se e buscarem novas inscrições em nossa cidade, tarefa na qual me incluí, tendo número de registro 000200-G/SP. Atualmente o CREF4/SP é o maior Conselho Regional em número de regis- trados, com uma sede que, além de bem estruturada, está bastante acessível aos Profissionais que se direcionam para a capital, estando próximo às estações de metrô São Bento e Anhangabaú. Também conta com a Seccional de Campinas bem aparelhada e atuante em prol da defesa da sociedade e atendimento aos Profissionais de Educação Física. Tudo isso demonstra que esses 20 anos foram de muito trabalho e empenho para a consolidação de nossa profissão, e assim destaco a força de todos os Conselheiros do passado e do presente e dos valo- rosos empregados que ajudaram a construir esta realidade. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 12 Por isso insistimos em comemorar, agora os 20 anos do CREF4-SP, ofere- cendo aos Profissionais de Educação Física, aos estudantes, às instituições de formação superior, bibliotecas e à sociedade uma nova Coleção Literária com- posta de 20 obras, uma para cada ano do aniversário. Buscamos permanecer “orientando o exercício profissional, agindo com excelência, justiça e ética”, uma das missões de nosso Conselho. Enquanto Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região (CREF4/SP) apresento a Coleção Literária em Comemoração aos 20 Anos da Instalação do CREF/SP, composta por livros que procuraram acolher as neces- sidades do campo profissional, atendendo o quesito de diversificação de con- textos e de autores, priorizando temas inéditos em relação ao que vem sendo produzido por este Conselho. O faço na esperança de que os Profissionais de Educação Física leitores dessas obras demostrem o mesmo empenho e amor pela profissão que seus próprios autores dedicaram, oferecendo seu tempo e cedendo os direitos au- torais dessa edição, tanto em relação ao livro físico quanto à versão digital de forma voluntária. Com esse gesto entram em conformidade com os pioneiros do CREF4/SP que assim o fizeram, e de certa forma ainda fazem, afinal não é por acaso que nosso lema atual é: “Somos nós, fortalecendo a profissão!” Parabéns para nós Profissionais de Educação Física do Estado de São Paulo. Nelson Leme da Silva Junior Presidente do CREF4/SP 13 O ambiente corporativo Cultura e clima organizacional Antes de propor qualquer relação das dinâmicas com a cultura e o clima organizacional, precisamos entender seus respectivos conceitos. A cultura organizacional de uma empresa é a sua identidade, que para Santos (2000)[83] ela é composta pelos valores e crenças compartilhados pelos membros de uma organização, sendo assim regendo os comportamentos que lhe dão sentido e direção aos seus desejos. Já o clima organizacional tem uma relação direta com a análise e descrição do comportamento humano, Santos (1999)[84] cita em seu livro diferentes autores que desde 1964 buscam definições para clima organizacional, para nossa leitura des- taco a citação do autor nesta sua obra, que conceitua clima organizacional como: “Uma percepção generalizada que o indivíduo forma da organização, e que é resultante de experiências vivenciadas por ele neste ambiente”. Santos (2000)[83] destacou algumas considerações comuns em conceitos de diferentes autores, apresentando que cultura e clima são conceitos que se dife- rem, mas se relacionam e que o clima é a manifestação da cultura. Maturana e Zoller (2004)[3] sustentam que a cultura é uma rede fechada de conversações e se mudarmos estas redes de conversações conseguimos alte- rar as conversações nas redes coloquiais em que vivem as comunidades, nesse caso, a comunidade corporativa, podendo assim surgir mudanças culturais. Diante destes conceitos consideramos as dinâmicas lúdicas como um cami- nho para fortalecimento dos valores e crenças (cultura), ou mudanças culturais ou surgimento de uma cultura saudável que rege uma organização e assim podemos colaborar diretamente com o clima organizacional, já que podemos, Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 14 por meio das vivências lúdicas, oferecer aos funcionários um processamento das informações mais próximo do clima organizacional considerado ideal pela área de gestão e recursos humanos. Sendo assim, em uma citação ousada, destacamos que as dinâmicas lúdicas aplicadas dentro do ambiente corporativo, por exemplo, nos programas de gi- nástica laboral poderão ser fortes aliadas da cultura e do clima organizacional, haja vista que é com o lúdico que o indivíduo se revela e se desvela, se é pelo lúdico que o indivíduo sai do ato mecânico e pensado para o ato espontâneo e libertador, sua participação continua e efetiva nestas dinâmicas poderá colabo- rar para o seu desenvolvimento humano, tornando-o um ser humano mais re- flexivo, mais atuante, mais sociável, mais comunicativo e por fim, mais aberto a dar e receber feedbacks, finalizando em uma autorregulação focada na cultura que rege aquela instituição. Desenvolvimento humano e Qualidade de Vida Ao percorrer o caminho da ludicidade corporativa, não conseguimos de- sassociar um funcionário do ser humano, o que parece óbvio, para muitos não é, muitas vezes, mergulhados nas rotinas e cobranças mercadológicas, os líderes de uma organização não percebem que por trás daquele funcioná- rio um ser humano único, com desejos e necessidades individuais, com suas emoções únicas e que passaram e que passam por um processo de desenvol- vimento humano que não finda na chegada da idade adulta e por fim que a busca pela qualidade de vida que também é pessoal e intransferível é uma ação diária que rege nossas decisões e comportamentos. Partindo desse pressuposto, o que quer dizer desenvolvimento humano? Que fatores estão relacionados ao desenvolvimento humano e a qualidade de vida? Podemos ofertar dentro da jornada de trabalho ações que colaborem para a reflexão e ação de atitudes que tragam para estes funcionários uma rotina mais saudável? Limongi França e Rodrigues (2005)[2] despertam nossa atenção afirmando que o corpo humano não pode ser dividido, que somos regidos por uma intera- ção biopsicossocial, em que as dimensões biológicas, psicológicas e sociais são interdependentes e que juntas refletem como estamos. Eles continuam conceituando cada uma das dimensões biológica, social e psicológica. O ambiente corporativo 15 Dimensão biológica: características físicas herdadas e ou adquiridas du- rante a vida; Dimensão social: valores, crenças, o papel da família, trabalho, comuni- dade etc. Dimensão psicológica: processos afetivos, emocionais e de raciocínio. E é pela interação entre estas dimensões que o nosso corpo reage as situa- ções da vida e nela se inclui as situações que ocorrem dentro das empresas. Maturana e Zoller (2004)[3] afirmam que a vida humana é regida pelas emo- ções e que a partir das emoções surgem as ações, determinando o que fazemos ou deixamos de fazer, se somos regidos pelas emoções, devemos promover cená- rios básicos para boas produções resultando assimuma boa qualidade de vida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expec- tativas, padrões e preocupações”. Ogata e Simurro (2009)[4] ressaltam que a qualidade de vida depende da percepção individual de cada um e é definida por suas experiências pessoais. Para os autores uma boa qualidade de vida será o resultado de uma comple- xa interação positiva, entre fatores psicológicos, expectativas, crenças, valores, relações sociais e o ambiente, conceito que corrobora com as afirmações de Limongi França e Rodrigues (2005)[2]. Além disso, sabe-se que a qualidade de vida, em alguns aspectos, é sazonal, ou seja, como ela está relacionada aos objetivos e metas de cada indivíduo, es- tes podem mudar de acordo com o momento que está vivendo. Sabedores que a qualidade de vida é pessoal e intransferível, percebemos que algumas ações realizadas sejam elas no cenário e no momento que for (es- colar, corporativo, familiar, etc.), poderão colaborar para que este indivíduo se aproxime mais das realizações de suas metas, já que podemos deixá-los mais ativos, mais relaxadas e ou mais motivados a alcançá-los. Outro ponto interessante é entender que domínios envolvem o conceito qualidade de vida e em quais os programas de ginástica laboral poderão atuar mais fortemente. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 16 Tabela 1 SER PERTENCER TRANSFORMAR Físico: saúde física, higiene, alimentação, atividade física e aparência física geral. Físico: moradia, ambiente de trabalho, estudo, vizinhança e comunidade. Prático: atividades domésticas e remuneradas, atividades voluntárias. Psicológico: saúde emocional, sentimentos, percepções, autoestima, autoimagem e autocontrole. Social: amigos, família, colegas, vizinhos e comunidade. Lazer: relaxamento e redução do estresse Espiritual: valores, ética, padrões de conduta e crenças. Comunitário: renda, serviços de saúde, suporte social, emprego, educação, lazer e atividades na comunidade. Crescimento: manutenção na promoção de conhecimento e habilidades, adaptação às mudanças. Quadro adaptado: Domínios e subdomínios da Qualidade de vida, Ogata e Simurro (2009)[4] Dentre os domínios acima, percebemos que ao associá-los aos objetivos dos Programas de Ginástica laboral, podemos colaborar com todos os domínios, seja pela prática dos exercícios, seja pelos temas abordados ou pelas aborda- gens e reflexões que muitas vezes estão intrínsecas na prática. Como quando pensamos no domínio SER e no subdomínio físico, não há dúvidas de que os Programas de ginástica laboral com suas práticas físicas poderão colaborar para uma mudança de comportamento e que as dinâmicas lúdicas poderão colaborar com a retenção de alguma informação sobre estilo de vida saudável e ou com o prazer por aprender a cuidar-se. Já no subdomínio psicológico, conseguimos ver fortemente a possibilida- de de ação das dinâmicas lúdicas, visto que, podemos colaborar com emoções mais positivas, a partir do momento que promovemos momentos de descon- tração, de relaxamento e ludicidade, o estado lúdico, dará aos participantes, uma dose de adrenalina que pode reparar nem que seja, momentaneamente, algum sentimento de tristeza. E no subdomínio espiritual, intrinsecamente, podemos trabalhar valores, como respeito, honestidade, empatia, entre outros, seja no momento da prática física, quando respeitamos a diversidade, as limitações físicas e motoras dos demais participantes, como também nas dinâmicas lúdicas, quando respeita- mos e reconhecemos o potencial de cada no momento de uma prática em gru- po, que por exemplo, exigirá uma conduta cooperativa para o alcance de um resultado em comum. O ambiente corporativo 17 No subdomínio social do domínio PERTENCER, o livro traz uma série de dinâmicas que permitiram os grupos a reconhecer os amigos, refletir sobre a importância da família e como é importante viver em comunidade, ou seja, em conformidade. Destacamos no domínio TRANSFORMAR o subdomínio lazer, reforçando que o lazer é uma necessidade básica que deve ser considerada, listada como rotina nas agendas corporativas e que momentos para relaxar, são necessários para o restabelecimento das energias e dos pensamentos. Como dissemos, se analisarmos cada domínio, perceberemos que de al- guma forma e com criatividade poderemos colaborar com o fortalecimento de alguma cultura, de alguma conduta desejada tanto no ambiente corporativa como fora dele. Qualidade de vida no trabalho (QVT) Em pleno século XXI ainda nos deparamos com práticas que relacionam o trabalho a fadiga, ao sofrimento, ao estresse, como se não fosse possível trabalhar com eficiência sem ser acompanhado destes sintomas que adoecem nosso corpo com o passar do tempo. Porém, muitas mudanças têm ocorrido. Como já citado, não é possível desassociar o funcionário do ser humano, o funcionário é a mesma pessoa que chega ao trabalho carregando com ele um repertório de acontecimentos provenientes de sua rotina e do seu estilo de vida e ao voltar para casa essa bagagem volta mais cheia, agora carregada dos acontecimentos provenientes da sua rotina de trabalho, muitas vezes, essa bagagem está pesada, difícil de suportar, deixando-o esgotado fisicamente e mentalmente. Há tempos que muitas empresas reconheceram que fazem parte desta história e adotaram estratégias para tornar essa rotina mais saudável, mais ativa e mais feliz. É isso mesmo, a felicidade corporativa é uma realidade, muitas empresas, se preocupam com a felicidade dos seus funcionários, se dentro da jornada de trabalho eles sorriem, encontram tempo para intera- gir, divertir-se, relaxar e principalmente exercitar seu potencial criativo e inovador. Grandes empresas como Google® proporcionam momentos lúdicos para seus funcionários, em cuja liberdade para a pausa, para brincar, para agir espontaneamente, fazem parte da jornada de trabalho, vale lembrar que esse universo lúdico corporativo já vem sendo representado ou apresentado em empresas de médio e pequeno porte. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 18 Segundo Limongi França e Rodrigues (2008)[85] qualidade de vida no traba- lho (QVT) refere-se a: “Capacidade de administrar o conjunto de ações, incluindo diagnóstico, im- plantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente do trabalho, alinhada e construída na cultura organizacional, com prioridade para o bem-estar das pessoas na organização”. Ogata e Simurro (2009)[4] complementam inserindo a vida social e familiar analisada na realidade do trabalho, o que percebemos em muitas ações desen- volvidas pela empresa em que a família e ações sociais também são inseridas dentro de um planejamento anual. Ressaltamos que estas ações devem possuir uma característica muito mais preventiva que assistencialista. Limongi França e Rodrigues (2008)[85] citam que a QVT transita na percep- ção dos funcionários em relação à empresa em quatro fatores: • Percepção de apoio e cuidado: como planos de saúde, transporte etc. • Percepção da empresa como uma facilitadora da sua rotina: como con- vênios de descontos e até mesmo alguns serviços locados dentro das dependências da própria empresa, por exemplo, farmácia, correio etc. • Percepção de realização dos desejos pessoais: tempo para uma pausa ativa, ginástica, incluímos a ginástica laboral, massagem etc. • Percepção da manutenção dos bons relacionamentos: aqui conectados diretamente ao clima organizacional. Mais uma vez afirmamos que os Programas de Ginástica Laboral podem se conectar diretamente as percepções da realização dos desejos pessoais e a per- cepção da manutenção dos bons relacionamentos, tornando-se fortes aliados da área de recursos humanos. Por meio das dinâmicas lúdicas, bem fundamentadas e aplicadas, podemos colaborar para a manutençãoe realização destas percepções, visto que, diante de uma proposta lúdica, o ser humano consegue se desconectar de algumas ar- maduras que o enrijece e assim o permitirá perceber e sentir aspectos positivos da vida, felicidade, inclusive no trabalho. O conceito de felicidade pode e deve ser inserido dentro dos Programas de Qualidade de Vida no trabalho. Para Ogata e Simurro (2009)[4] felicidade é uma experiência de alegria co- nectada a percepção de como a vida é boa e valiosa e que dos 100% dos níveis O ambiente corporativo 19 de felicidade, 40% estão relacionados a comportamentos que podem ser modi- ficados, sendo assim, e algumas ações podemos colaborar para a percepção e mudanças de determinados comportamentos que poderão gerar experiências de alegria e modificar a percepção do funcionário diante da vida. Dentre as ações que poderão colaborar com os níveis de felicidade sugeri- dos pelos autores, chamamos a atenção para três delas, as quais consideramos intimamente conectadas aos objetivos dos Programas de ginástica laboral: ad- ministração do estresse, relações sociais e cuidados com o corpo e a alma. O lazer corporativo Pensando na felicidade corporativa, o lazer corporativo é uma das opções de tornar o ambiente de trabalho, que antes era um local somente para exercer suas atividades laborais como um espaço para divertir-se. Segundo Maciel (2009)[86] a primeira manifestação de lazer dentro de uma empresa, aconteceu em 1901, em uma fábrica de tecidos em Bangu (RJ), onde ocorreram atividades físico-desportivas, cujo intuito era a recuperação da força de trabalho dos operários. Em seu livro, o autor apresenta uma figura dos estágios de desenvolvimen- to apresentada por Da Costa em 1990, conforme segue: Nota-se que já a partir de 1970 o olhar para o lazer converge com as po- líticas institucionais que focam no desenvolvimento dos recursos humanos, ou seja, com as ações que buscam dar aos funcionários condições reais para um melhor desempenho laboral, bem como condições para o seu desenvol- vimento pessoal. Retornando aos conceitos de QVT conseguimos alinhar o foco do lazer corporativo a partir da década de 70 com as percepções dos funcionários em Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 20 relação à empresa, bem como com os níveis de felicidade, já que por meio do lazer corporativo podemos colaborar com a administração do estresse, com a melhoria das relações sociais e com os cuidados do corpo e da alma. Não podemos deixar de citar que com a melhoria das percepções e dos níveis de felicidade, poderemos reverberar também na produtividade da em- presa, seja, na visão quantitativa, como na visão qualitativa. Atualmente estão entre as principais propostas de lazer corporativo apre- sentadas pelas empresas: • Programas de Ginástica Laboral; • massagem de relaxamento; • convênios com academias ou academias dentro das empresas; • treinamentos de caminhada e corrida; • aulas de dança, lutas, yoga e outras práticas corporais; • campeonatos esportivos; • festas de confraternização. O grande desafio é despertar no funcionário a percepção de pertencimento, de gerar nele a sensação que estas ações são autênticas e visam realmente o seu bem-estar. Maciel (2009)[86] ressalta que devemos ter cuidado para não aplicar propos- tas de lazer como efeitos analgésicos e ou revigorantes, o primeiro poderá mas- carar a doença ou a dor e o segundo trará uma alta dose de energia rápida que rapidamente se dissipará e tudo voltará à fase inicial. Para isso, devemos realmente tornar os funcionários os protagonistas da ação, oportunizando a eles condições de construir junto com a empresa o planejamento das ações, seja por pesquisas, enquetes de desejos, grupos de trabalho etc. Fechando esta temática, relacionamos mais uma vez, as propostas das di- nâmicas lúdicas como possibilidades de lazer corporativo, além disso, como parcerias no fortalecimento das ações de QVT e lazer corporativo, no desenvol- vimento das percepções de pertencimento, do aumento dos níveis de felicidade e de satisfação com a vida. 21 A Ginástica laboral Referenciando o ambiente corporativo, onde a maiorias dos adultos pas- sam a maior parte do seu dia, faz-se necessário a intensificação de ações para esse público e uma das possibilidades é a implantação dos Programas de Ginástica Laboral. O tema saúde está cada vez mais presente no nosso dia a dia, seja ele nos ambientes educacionais, corporativos e não formais. Estratégias para mudança de estilo de vida são citados e sugeridos a todo tempo. Um dos caminhos para a mudança para um estilo de vida mais saudável é fomentar dentro do ambiente corporativo, ações que despertem nas pessoas uma reflexão e em seguida uma ação para melhora de sua qualidade de vida. Fala-se inclusive que saúde é uma questão de responsabilidade social, que propostas de qualidade de vida devem ser implementadas em todos os cenários, oportunizando assim, aos seus usuários possibilidades de se ajusta- rem fisicamente e emocionalmente às pressões do dia a dia. Não é mais possível diante de tantos estudos científicos que evidenciam a necessidade do movimento para manter nosso corpo e mente saudáveis que ainda encontrarmos pessoas que passam a maior parte do seu tempo sentadas e ou em pé, sem mexer-se e ou estimular outras estruturas não requisitadas em uma atividade laboral. Um breve histórico da Ginástica laboral Segundo Lima (2007) a primeira manifestação de atividades esportivas dentro do ambiente corporativo no Brasil aconteceu em uma fábrica de tecidos em 1901, onde os funcionários se reuniam em torno de um campo de futebol para praticar atividade física. Já em 1925, foi editado na Polônia um pequeno Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 22 livro chamado de Ginástica de pausa. Dando um salto na história, no ano de 1973 uma proposta de exercícios baseados em análises biomecânicas foi apre- sentada pela Escola de Educação da Feevale. Em 1978 foi formada no Brasil a primeira Associação de Radio Taissô de origem japonesa, trata-se de uma metodologia de exercícios para linhas de produção, com o passar dos anos essa metodologia ganhou adaptações para nossa cultura e começou também a ser ministrada pelos profissionais de Educação Física. Avançando mais um pouco na história, vamos para 1990, ano que no Brasil a ginástica laboral ganhou importância e espaço nas discussões acadêmicas e empresariais. Em 2004 a resolução do CONFEF (Conselho Federal de Educação física) lança a Resolução 073/2004 que dispõe sobre a ginástica laboral e dá outras providências, nesta Resolução o Conselho reconhece “o profissional de Educação Física qualificado e legalmente habilitado para intervir no seu campo profissional prevenindo doenças, promovendo a saú- de do trabalhador e contribuindo para a sua qualidade de vida”. (Anexo I). O CONFEF considera ainda: “o reconhecimento, por parte dos empresários e trabalhadores, da importân- cia da ginástica e lazer para o bem-estar do trabalhador na realização de suas atividades funcionais, proporcionando a redução dos índices de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais do trabalhador”. Um grande número de empresas prestadoras de serviços em ginástica la- boral surgiu, todas em busca desse segmento, buscando diferenciais e metodo- logias diferenciadas para fechar e reter bons negócios, mas para isso era preciso sistematizar processos, inovar, obter resultados significativos para os empresá- rios, para a área de recursos humanos e para a área de segurança do trabalho e saúde ocupacional. Em 14 de agosto de 2007 foi fundada a ABGL (Associação Brasileira de Ginástica laboral) cuja missão é promover a integração e o desenvolvimento dos Profissionais de Educação Física que atuam em Ginástica Laboral, acom- panhando e divulgando o desenvolvimento da modalidade, promovendo dis- cussões, reflexões e formando opiniões balizadoras, por meio de eventos que incentivem o debate e a pesquisa. A Ginástica laboral23 Em 2012 a ABGL lançou o I Manual de Boas Práticas de Ginástica Laboral com o principal objetivo de promover uma discussão aberta e uma reflexão orientada para a ética e para a ocupação adequada deste mercado de trabalho, uma busca coletiva pela excelência nesta prestação de serviços. Conceito de Ginástica laboral O I Manual de Boas Práticas conceitua a ginástica laboral como: “uma intervenção de atividade física de curta duração (5 a 15min), que acon- tece no ambiente de trabalho e que contempla em seus objetivos gerais: di- minuir/compensar a carga gerada pelo trabalho nas estruturas músculo-es- queléticas; melhorar percepção corporal e da postura contribuindo para a diminuição dos índices de acidente de trabalho e afastamentos; promover educação em saúde e estilo de vida ativo”. Partindo desse conceito podemos perceber claramente que as dinâmicas lúdicas podem colaborar para os programas de ginástica laboral, principal- mente na questão da percepção corporal por meio das dinâmicas que exigem consciência corporal, coordenação motora, atenção e outras bases psicomoto- ras como também na questão educativa, com propostas de reflexão e discussão sobre saúde e estilo de vida ativo. Principais objetivos dos Programas de Ginástica laboral Segundo Lima (2007)[1] os objetivos da ginástica laboral são os de promo- ver adaptações fisiológicas, físicas e psíquicas, por meio das técnicas aplicadas, sejam elas, exercícios físicos, massagem, dinâmicas de grupos e ou outras téc- nicas complementares. Técnicas mais utilizadas Dentre as técnicas mais utilizadas destacam-se os exercícios físicos, as téc- nicas de relaxamento (incluindo as técnicas respiratórias e a massagem) e as dinâmicas lúdicas, assunto principal deste livro. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 24 As dinâmicas lúdicas geralmente acontecem quinzenalmente dentro dos planos de aulas de um Programa de Ginástica laboral ou em datas co- memorativas ou quando solicitadas pela área de recursos humanos e ou segurança do trabalho. Neste último, percebemos que as dinâmicas lúdicas quando bem ela- boradas e aplicadas tornaram-se fortes aliadas das ações internas de uma empresa, visto que, por meio delas, podemos transmitir informações, re- forçar algum assunto abordado ou até mesmo realizar convites de eventos pré-agendados. Para que possamos tratar especificamente das dinâmicas lúdicas, decidi- mos apresentar alguns estudos extremamente necessários para entendermos a importância do brincar e consequentemente das dinâmicas lúdicas dentro do ambiente corporativo. 25 Saúde emocional: a fisiologia do estresse Suas correlações com o trabalho e com o humor Refletindo sobre o lazer, ressaltamos sua importância para a saúde emocio- nal, pois é por meio dele que podemos recarregar nossas energias para retornar as atividades diárias, entre elas as rotinas do trabalho. Mais uma vez chamamos a atenção para a relação que muitas pessoas fa- zem entre o trabalho e o adoecer, com a fadiga mental e o estresse, como se resultados inevitáveis do trabalho, como parte do “negócio” que é ser bem-su- cedido profissionalmente, o preço que se paga. Será que realmente devemos nos esgotar para obter o sucesso e reconhe- cimento? E como minimizar esses sintomas? O que devemos fazer? Será que parar para brincar um pouquinho pode me ajudar? Antes de responder estas perguntas vamos entender a fisiologia dos distúrbios emocionais, o que acon- tece no nosso corpo. Os transtornos emocionais têm se apresentado com grande prevalência em todo o mundo, tais transtornos são fundamentais para a perda signifi- cante de qualidade de vida para seus portadores e familiares[5]. Os estados depressivos, condição mais comum entre as alterações de humor, acomete por volta de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Estudo publicado no ano de 2018 reacende a preocupação com sua incidência, pois uma em cada 17 pessoas relata eventos depressivos no ano anterior[6], ressaltamos aqui que, como será discutido mais a frente, eventos esporádicos depressivos são relacionados com eventos sociais estressores e desencadeantes de qua- dros depressivos. Estimativas apontam que para o ano de 2030 os estados depressivos serão a causa mais importante de desenvolvimento de patolo- gias em todo o mundo[7]. Somado a isso, pessoas portadoras de distúrbios emocionais ou mentais tem maior risco de desenvolver doenças crônicas e, Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 26 também, maior risco de morte quando comparadas a população geral, inde- pendente do distúrbio de base[6, 8](figura 1). Figura 1 Prevalência de distúrbios mentais e abuso de substâncias. Incluídos os dados de depressão, ansiedade, transtorno bipolar, distúrbios alimentares, abuso de álcool e outras substâncias. Fonte: Global Burden of Disease Collaborative Network. Global Burden of Disease Study 2016 (GBD 2016) Results, 2017, Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME): Seattle, United States[9]. Um dos fatores candidatos a predisponente a distúrbios emocionais é o estresse social ou eventos adversos[6, 7], esse fator gerador de estresse se aplicado com frequência em animais produz alterações no comportamento do indivíduo conduzindo-o a padrões de comportamento semelhantes aos observados em quadros depressivos, como comportamentos defensivos, perda de peso corporal e anhedonia (i.e. perda da capacidade de sentir pra- zer), redução de socialização e diminuição da mobilidade física geral[5, 10]. Estudos conduzidos com animais mostram que mesmo após três semanas de cessado o estresse social os animais ainda apresentavam tais traços de comportamento[10]. Antes de discutirmos os efeitos nocivos que os eventos estressores cau- sam na saúde humana precisamos tem uma breve noção do que são es- ses eventos estressores. De longa data vem o interesse dos pesquisadores em tentar entender o agora conhecido estresse ou eventos estressores, uma Saúde emocional: a fisiologia do estresse 27 das publicações mais antigas e que abriram as portas para novas investiga- ções que definiriam o estresse foi publicada em 1956, pelo endocrinologista Húngaro-canadense Hans Selye, o livro chamado The stress of life. Durante sua carreira Hans Selye se dedicou a estudar o fenômeno do estresse, su- gerindo que a percepção de estresse advinha ainda da época dos homens primitivos, que muito provavelmente notavam alterações em sua condição física após jornadas exaustivas de trabalho, variações bruscas de tempera- tura, por perda de sangue, medo agonizante ou quando acometido por al- guma doença, desencadeavam sensações semelhantes[11]. O estresse gera uma resposta fisiológica não específica do organismo a qualquer necessidade ou ameaça, isto é, a qualquer demanda, seja ela prazero- sa ou não[12]. Hoje se sabe que quaisquer estímulos que alterem o equilíbrio dinâmico de nosso organismo chamado de homeostasia é um agente estressor, e esses agentes estressores podem ser intrínsecos (i.e. situações internas do organismo vivo) ou extrínsecos (i.e. agentes externos), físicos ou psicológicos[13]. Frente a esses agentes estressores, independente de sua origem, o orga- nismo tenta recobrar o seu equilíbrio dinâmico, ou seja, a sua homeostasia[14]. O escopo destas respostas produzidas para enfrentar o agente estressor en- globa respostas fisiológicas e comportamentais para lidar com o fator causa- dor da perturbação da homeostasia[15]. Todo organismo tem sua capacidade adaptativa ao estresse, ou seja, tem uma janela de adaptação onde o orga- nismo consegue receber o agente estressor lidar com ele e se adaptar à nova condição, essa capacidade adaptativa se chama alostase[16]. Altos níveis e re- petidas cargas de estresse no organismo geram grande carga alostática, fato que pode ultrapassar a capacidade adaptativa do organismo resultando em comprometimento nos sistemas, o que pode tornar o indivíduo mais suscetí- vel a doenças, contribuindo para comportamentos desajustados e distúrbiosfisiológicos, dificultando assim a manutenção da homeostasia[17]. Tais eventos estressores sociais podem ser traduzidos como os experi- mentados no ambiente de trabalho[8], e estão relacionados com o aumento dos relatos de estresses crônico e burnout (i.e. condição de exaustão emo- cional, física e mental)[18]. Eventos estressores caudados pelo ambiente de trabalho estão em consonância com os dados de mortalidade citados no pa- rágrafo anterior, pois, condições estressantes no ambiente de trabalho são fatores de risco para doenças isquêmicas cardíacas[6, 19]. Evidências apontam para esses eventos estressores serem fatores de risco para doenças cardía- cas de forma direta e indireta. No rol de ações diretas desencadeadas pelo estresse promovido pelo ambiente de trabalho podemos citar as respostas Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 28 neuro-humorais causadas pelos agentes estressores ativando o eixo hipo- tálamo-hipófise-adrenal (eixo HPA), e dentre os fatores indiretos estão os relacionados com os comportamentos não-saudáveis gerados pelos estres- sores, dentre eles o tabagismo, padrões alimentares não-saudáveis e, como já citado acima sendo um dos principais objetivos deste livro, a redução dos níveis de atividade física[19]. Essas respostas neuro-humorais são respostas fisiológicas frente a situa- ções de enfrentamento físico ou emocional, e servem como estímulos adap- tativos para o organismo se sua ocorrência for aguda e não crônica. Cabe aqui, ressaltar que os padrões de estímulos agudos e crônicos de situações estressantes não são bem definidos, assim como sua intensidade, especial- mente pelas diferenças entre as respostas biológicas inerentes a cada ser humano. O que se sabe é que estimulações crônicas ou frequentes podem ser deletérias para o organismo[19]. Estudo publicado no ano de 2010 apon- ta para alterações neuro-humorais relacionadas ao estresse no ambiente de trabalho[19]. Embora bastante estudados, os transtornos de humor não tem sua etiologia e mecanismos bem descritos na literatura dada a sua comple- xidade e subjetividade de sintomas[6]. Devemos discutir um pouco mais a fundo essa relação dos agentes es- tressores e o nosso sistema nervoso central a fim de entendermos seu funcio- namento e podermos traçar paralelos e podermos inferir respostas ligadas aos efeitos das atividades lúdicas no combate ao estresse e suas morbidades secundárias. O ponto de partida da internalização de um agente estressor extrínse- co, objeto dessa obra a qual aborda as atividades lúdicas no contexto do estresse no ambiente de trabalho, se dá no córtex cerebral, no córtex ce- rebral estão localizados os corpos celulares dos neurônios, estruturas que processam as informações recebidas pelos próprios neurônios, sendo assim essa estrutura também conhecida como massa cinzenta recebe as informa- ções a processam e produzem padrões de resposta, respostas estas que irão causar influência direta nos compartimentos inferiores do nosso encéfalo, a massa branca, como o sistema límbico e o sistema neurovegetativo, es- sas estruturas que compões parte do nosso sistema autonômico cerebral, irá produzir padrões de respostas de acordo com as informações que lhe forem enviadas pelo córtex cerebral, uma reação neuroendócrina mediada pelo eixo HPA (figura 2) e uma reação estritamente neural mediada pelo sistema nervoso autônomo[20]. Saúde emocional: a fisiologia do estresse 29 Figura 2 Eixo HPA – Hipotálamo-hipófise-adrenal Ao perceber que tal agente estressor extrapola a capacidade de resolução da situação, células do núcleo paraventricular do hipotálamo iniciam a pro- dução e liberação do hormônio liberador de corticotropina (CRH)[21], este fator liberador será captado pelos seus receptores na hipófise, que por sua vez, pro- duzirá e liberará na corrente sanguínea o hormônio corticotropina (ACTH)[22]. Todo esse padrão neuroendócrino visa estimular o córtex da glândula suprarrenal (ou glândula adrenal) fato que culminará na produção e libera- ção do cortisol, que é o hormônio final do eixo HPA[22]. Tais padrões de ativa- ção neuro-humoral são considerados benéficas caso tenham sua deflagração e manutenção limitada a certo período de tempo também conhecidas como síndrome do estresse[22, 23]. Desencadear-se-á uma resposta chamada de “luta +/- - - Córtex Cerebral Hipotálamo Hipófise Adrenal Cortisol HipocampoAmígdala Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 30 ou fuga” [24, 25], esta reação advinda de situações de medo e enfrentamento prepara nosso organismo para fugir ou lutar, motivo do nome da reação, contra a situação que encaramos[26]. Desta forma o organismo teve habilidade de receber processar e atenuar as demandas fisiológicas as quais o organismo foi submetido, desta forma provocando adaptação e desta forma melhorando a condição do organismo mantendo-o preparado para o caso de nova estimu- lação advinda do mesmo agente estressor[13, 27]. O nosso organismo possui um repertório de respostas agudas ao estresse agudo, todas direcionadas para a fuga ou a luta como descreve o nome do re- flexo, dentre os reflexos destacamos: aumento da frequência cardíaca, dilatação das pupilas, aumento da frequência e profundidade respiratória, mobilização de ácidos graxos, direcionamento do fluxo sanguíneo para os tecidos muscula- res e cerebral resultando também em aumento do estado de vigília euforia etc. [24, 25, 28]. Estas respostas são encontradas no quadro (Tabela 2) abaixo adaptado de Chrousos e Gold[29]. Tabela 2 Respostas comportamentais e fisiológicas ao estresse agudo Respostas comportamentais: redirecionamento adaptativo do comportamento Respostas fisiológicas: redirecionamento adaptativo da energia Aumento do estado de alerta e agitação Direcionamento do oxigênio e nutrientes para o sistema nervoso central e para as áreas estressadas do corpo Aumento da cognição, da vigília e atenção Alteração do tônus cardíaco, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca Euforia (disforia) Aumento da frequência respiratória Analgesia aumentada Aumento da gliconeogênese e da lipólise Aumento de temperatura Inibição do crescimento e da reprodução Supressão do apetite Inibição da motilidade gastrointestinal Supressão do eixo reprodutor supressão das respostas inflamatórias e imunes Contenção da resposta ao estresse Adaptado de Chrousos e Gold(24) Saúde emocional: a fisiologia do estresse 31 A exposição constante ao estresse aumenta o risco de adoecimento relativo ao estresse, esse ciclo de exposição aos agentes estressores e sua consequência final que é o desequilíbrio da homeostase pode ser chamado de síndrome do estresse crônico, e esta síndrome foi descrita tempos atrás por Selye[23]. Esta con- dição de ativação constante dos mecanismos de resposta aos agentes estressores com a finalidade de produzir adaptações benéficas ao organismo irá conduzir o eixo HPA a um padrão de hiperativação[22]. Assim como observado no eixo HPA o sistema nervoso simpático também sofrerá com a hiperativação de suas respos- tas[22]. Aumentando desta forma o risco de condições patológicas se instalarem no organismo. Dentre as consequências causadas pelo aumento dos níveis de nora- drenalina produzidos e secretados pelo sistema nervoso simpático as mais claras são os distúrbios do sono, a dificuldade em manter a concentração, aumento do estado de vigilância e a ruminação dos eventos estressores[15]. Tais condições patológicas se apresentam de diversas formas seja elas al- terações comportamentais especialmente os transtornos de humor, alterações morfofuncionais dos sistemas corpóreos, e essas alterações serão discutidas abaixo. Além das alterações citadas, o organismo sob intensa ativação dos me- canismos de resposta aos agentes estressores pode produzir imunossupressão colocando o indivíduo em risco de adoecimento físico também[22]. A hiperativa- ção dos mecanismos de resposta ao estresse crônico pode desencadear proces- sos deletériosno crescimento, metabolismo, sistema cardiovascular, imunida- de e nos padrões comportamentais[22, 30]. Tendo em vista que o objetivo desta obra é discutir os efeitos das atividades lúdicas sobre as consequências comportamentais e sobre os transtornos do hu- mor, vale aqui ressaltar que dentre as alterações comportamentais observadas após períodos de exposição crônica a agentes estressores destacam-se os esta- dos depressivos, a ansiedade e até o abuso de substancias[15]. Com relação ao abuso de substâncias não nos referimos apenas ao abuso de drogas ilícitas, mas também ao aumento do consumo de alimentos ricos em calorias e açúcares, e discutiremos mais abaixo brevemente os motivos que levam os indivíduos acometidos por exposições crônicas a agentes estressores desenvolverem tais padrões comportamentais. Talvez o leitor não esteja habituado à leitura de estudos conduzidos com animais, contudo para o bom entendimento dos mecanismos fisiológicos que causam alterações morfofuncionais no cérebro citaremos alguns estudos con- duzidos com animais. Retornamos aqui ao cerne da discussão, que são as consequências que a exposição aos agentes estressores causa no organismo humano mais especifi- camente no sistema nervoso central. Apesar de muito estudado, e relacionado Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 32 com alterações morfofuncionais do cérebro até recentemente pouco se sabia so- bre as alterações morfológicas causadas por sofridas nesse grupo de patologias. Nos dias atuais sabe-se que esse grupo de patologias tem grande correlação com a interação entre o desequilíbrio neuro-humoral e alterações morfofuncio- nais do sistema límbico e do córtex pré-frontal[6, 31, 32]. Tais alterações são encontradas nas conexões sinápticas entre os neurônios, em especial alterações nos dendritos neuronais[7]. Sabe-se também que as expo- sições frequentes a situações estressantes podem causar alterações funcionais e na quantidade de neurônios, especialmente em determinadas partes do cérebro como o hipocampo (região responsável por análise e processamento de proces- sos emocionais, de aprendizado e memória), e também do córtex pré-frontal[32, 33]. Reduções nas conexões neuronais podem explicar as alterações cognitivas, comportamentais e de níveis de atenção nos indivíduos afetados por transtor- nos de humor. Os efeitos no hipocampo parecem ter uma ação redundante, pois situações estressoras afetam a função do hipocampo reduzindo sua capa- cidade de atenuar as expostas do eixo HPA, tornando o indivíduo menos apto a lidar com situações estressoras, por conseguinte do aumento da sensibilidade desse eixo de resposta neuro-humoral[33], aumentando assim a vulnerabilidade do indivíduo a estados depressivos. Como já mencionado anteriormente, a exposição crônica aos agentes estres- sores aumenta a produção e secreção de catecolaminas, em especial a adrena- lina e noradrenalina, estas irão percorrer o organismo pela corrente sanguínea e banharão inclusive nosso encéfalo, como uma das consequências finais desta exposição aumentada aos níveis de catecolaminas observa-se uma redução dos receptores cerebrais de opioides[15], como resultado, temos o aumento da vulne- rabilidade a dependência de opioides, sendo assim o indivíduo nesse estado de vulnerabilidade passa a estar sob grande probabilidade de abuso de substancias. E quais substâncias são essas? Apenas drogas ilícitas? A resposta categórica é não! Certas substâncias sejam elas lícitas ou não lícitas ativam os circuitos de recompensa de nosso cérebro, localizados no nosso sistema límbico. Desta forma podemos listar algumas dessas substâncias: tabaco, gordura e açúcar encontrados nos alimentos, medicamentos, álcool e substâncias ilícitas. Uma importante substância que gerencia grande parte de nossas emoções são os opioides, essas substâncias são potentes neurotransmissores que dentre várias funções controlam nosso limiar de dor, e nosso estado de humor geral e nossas emoções, portanto essa substância está intimamente ligada com os meca- nismos de regulação do estresse[34], mas além desta classe de neurotransmissores devemos destacar também seu receptores celulares, pois ambos são sensíveis às nossas emoções, tantos os níveis circulantes de opioides como seus receptores[34]. Saúde emocional: a fisiologia do estresse 33 Um estudo publicado no ano de 2018 utilizou tomografia computadori- zada para avaliar a ativação dos receptores de opioides no cérebro humano, conseguindo assim mostrar que as emoções estão relacionadas com a ativação destes receptores[34]. Os opioides e seus receptores localizados no cérebro são modulados principalmente pelas nossas emoções positivas, controlando assim nosso sistema de recompensa cerebral, favorecendo assim a sensação de bem estar[34, 35], além de modular o comportamento social em animais[36], fato não totalmente comprovado em humanos. Podemos então dizer que a produção de opioides é um dos pontos cha- ve para se combater a anhedonia que afeta os portadores de transtornos de humor[34]. A fim de comprovar essa teoria da relação dos opioides com o estado geral de humor e anhedonia, autores que conduziram estudos com humanos blo- quearam a ação dos opioides e verificaram nesses indivíduos sentimentos ne- gativos e também disforia, estado que geralmente é acompanhado de depres- são e ansiedade[34], corroborando com esses dados importantes sobre a relação dos opioides com o estado geral de humor, estudos do início da década de 2010 mostram que emoções negativas podem reduzir os níveis circulantes de opioides no organismo, podendo, portanto, causar alterações importantes no estado geral de humor, piorando assim a capacidade de lidar com os agentes estressores do indivíduo[37, 38]. Todas nossas emoções que como foi dito acima são guiadas em grande par- te pelos opioides, são também utilizadas como funções sociais, nos auxiliando nas relações sociais, muito provavelmente pelas emoções positivas que temos quando em contato social com outras pessoas ou com outro grupo de pessoas, desta forma podemos inferir uma função de conexão social aos opioides[34]. Devemos lembrar que nossa ligação social com uma ou mais pessoas é caracte- rizada por dois sentimentos: o de ansiedade e o de afastamento, por um lado a ansiedade nos fazendo temer o fato de a outra pessoa romper a relação e o afas- tamento pela sensação desconfortável de a relação social não depender apenas do indivíduo, mas de todo o coletivo envolvido nesta relação social[39], essas duas sensações são coordenadas pelo sistema dos opioides, estudo conduzido com animais, ratos que nasceram sem a expressão dos receptores de opioides não apresentaram ligação afetiva com a mãe da ninhada[40]. Esses achados são também corroborados por estudo de Nummenmaa et al. (2015), nesse estudo os autores investigaram se a quantidade de receptores de opioides seria im- portante na ligação social, e os resultados mostraram que quanto menor for a quantidade de receptores de opioides no tecido cerebral de humanos, maior será o afastamento de novas relações sociais[39]. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 34 Existem já validados três modelos teóricos sobre o estresse no ambiente de trabalho, cada um desses modelos analisa o estresse de maneira diferente. O mais antigo é apoiado em três pilares principais, sendo eles: demanda/con- trole/suporte. Nesse modelo esses três pilares são básicos para se entender o estresse no ambiente laboral[41]. Nesse modelo o fator demanda é relacionado às demandas psicológicas, o pilar controle tem seu fundamento na amplitude de tomada de decisão e o suporte social fecha os três pilares desse modelo teórico. Já no final da década de 1990, outro modelo teórico foi proposto, sendo cha- mado de modelo do desequilíbrio esforço-recompensa, que como seu próprio nome revela é baseado nas relações entre o esforço para realização de tarefas e as recompensas por tal esforço, contudo, um fato muito corriqueironos dias atuais ajuda a desequilibrar esta frágil relação, que é o excesso de dedicação ao trabalho, e que normalmente acaba não sendo recompensada gerando grande desequilíbrio nessa tênue linha[42]. No início do novo milênio um novo modelo foi proposto baseado na justiça organizacional, com sua fundamentação mais subjetiva, baseada na percepção dos empregados com relação aos comporta- mentos adotados pela empresa que o contrata[43]. Os modelos teóricos citados acima especialmente os dois mais recentes, tem grande correlação com os achados encontrados em estudos que pesquisaram as fontes de apoio emocional no combate a eventos depressivos e sua incidência, esses resultados mostram a importância de uma rede afetiva e eventos positi- vos na vida no combate aos eventos esporádicos e permanentes de depressão[6]. Estudo publicado pela organização mundial de saúde em 2006 mostra que o transtorno emocional de maior prevalência é a depressão e maior responsá- vel por maior parte dos anos de afastamento de convívio social e do ambiente de trabalho[31, 44]. Os estados depressivos são caracterizados por sintomas bem específicos, dentre os quais podemos citar a tristeza, perda de apetite, sen- timento de culpa e de cansaço, baixa autoestima, redução na qualidade do sono, dificuldade de concentração e anhedonia[6]. Eventos depressivos podem ter em sua etiologia condições genéticas ou mesmo situações estressantes do convívio social[6]. Os estados depressivos apresentam grande correlação com reduções da capacidade cognitiva, tal fato faz com que determinados autores categorizem os estados depressivos como um estado reduzido de capacidade de concentra- ção e pensamento[31, 45]. Essas reduções nas capacidades cognitivas conduzem seus portadores a redução da capacidade de realização das atividades sociais e laborais, fato este que leva a um grande impacto socioeconômico na vida do portador e seus familiares assim como para as empresas que os empregam[6, 46], impacto que anualmente em todo o mundo gera perda econômicas na casa dos Saúde emocional: a fisiologia do estresse 35 bilhões de dólares somente na economia dos EUA, e compromete cerca de 6 horas de trabalho semanal de seus portadores[46-48]. Enfrentar os eventos estressores é algo que varia grandemente entre os indivíduos, e tal habilidade é fundamental, como já citado, para a prevenção e combate aos transtornos de humor[7, 8]. No início dos anos 2000 estudos publi- cados mostraram que a suscetibilidade (e.g. capacidade de lidar com eventos estressores) de desenvolvimento de transtornos do humor tem sua fundamen- tação nas características genéticas, estudos mais antigos mostram também que a experimentação de situações estressantes na infância são fatores facilitadores da instalação desse grupo de patologias, e se aproximando do final da década de 2000 estudos apontam para a interação das características genéticas e con- dições ambientais como o maior preditor de risco desse grupo de patologias[7]. Diante destes fatos avassaladores devemos criar mecanismos e redes de apoio aos seus portadores, e estratégias de prevenção ao desencadeamento dos eventos depressivos. No mundo atual é praticamente impossível nos afastar- mos totalmente dos eventos estressores do dia a dia, contudo estudos apontam para que estratégias de enfrentamento desses eventos estressores e a forma como os indivíduos vivenciam e lidam com estes eventos são fundamentais para a redução da incidência dos transtornos de humor, ou seja, a rede de apoio e a habilidade de enfrentamento destes eventos são cruciais para reduzirmos a incidência deste grupo de patologias[8], embora os quadros depressivos de- teriorem a capacidade do indivíduo responder a estímulos prazerosos[7], deve- mos manter a oferta destes estímulos ao indivíduo acometido com o intuito de combater esse grupo de patologias. 37 O brincar O brincar é proposto como uma habilidade inerente ao ser humano e com- preende um arcabouço de valências que formam a nossa saúde, independente da idade do brincante[49], sendo assim em sua obra Winnicott afirma que as propriedades inerentes e resultantes do brincar nas crianças podem ser trans- feridas ao adulto brincante[50]. De certa forma, durante a vida adulta o indivíduo segue sua trajetória de vida repleta de aprendizados, quer sejam esses aprendizados derivados de per- das sociais, ou das próprias valências físicas fato inerente ao envelhecimen- to do ser humano, para tanto, o brincar proporciona ao indivíduo brincante a oportunidade de estimular suas capacidades mentais baseadas na cognição e na criatividade[49], sendo assim o brincar torna-se uma atividade adjuvante na prevenção do declínio cognitivo inerente ao envelhecimento. Durante essa sobre o brincar na fase adulta nos deparamos algumas vezes com uma citação de Winnicott[50] ao afirmar que o indivíduo brincante tem a oportunidade de exercer sua criatividade e encontrar a sua verdadeira perso- nalidade exclusivamente durante a brincadeira, conduzindo-o pela criativida- de a descoberta do seu verdadeiro “eu”. Essas emoções positivas que o estado de ludicidade nos propicia, são fato- res indispensáveis para combatermos com efetividade as emoções negativas, como raiva, medo, angústia etc. Suprimindo assim os efeitos estressores causa- dos por tais emoções negativas[51]. Segundo Maluf (2012)[52] o brincar é: • Comunicação e expressão, associando pensamento e ação, ora, se pelo brincar nos comunicamos, nos expressamos, pensamos e agimos, nota- -se uma total congruência com os objetivos corporativos, apesar de toda tecnologia, todos os dias nos deparamos nos Congressos de Recursos Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 38 Humanos uma preocupação e uma corrente muito grande para o de- senvolvimento de competências humanas, como, sabedoria, vivência, sagacidade e prática. • Um ato instintivo e voluntário, quando convidamos os funcionários para participar de nossas aulas, devemos respeitar o desejo, sua participação deve ser voluntária, porém, chamamos sua atenção para o quesito parti- cipação, somos seres únicos, com comportamentos únicos, por vezes, o fato de o funcionário não participar ativamente de uma aula, aqui mais especificamente de uma dinâmica lúdica, não quer dizer que ele não par- ticipou, por vezes, uma risada, um olhar, um prestar a atenção, um pla- nejar mesmo que sem compartilhar sua estratégia já desenvolve naquele funcionário os efeitos positivos que desejamos ofertar em nossas aulas, portanto, não priorize os resultados, fique atento com os processos. • Ajuda no desenvolvimento físico, mental, emocional e social, mais uma vez trata-se de um conceito que dialoga perfeitamente com os objetivos dos programas de ginástica laboral, cuidar do corpo e da mente, e o brincar vem como uma proposta de ação preventiva. • Um meio de aprender a viver e não um mero passatempo, nesta consi- deração de Maluf, o brincar desenvolve e no caso do brincar do adulto uma das maiores buscas do ser humano: estar bem. Em continuidade sobre a importância do brincar para o ser humano, Maluf (2012)[52] ressalta que é por meio da experiência do brincar que podemos rela- cionar questões internas com a realidade e a partir daí tornar-se participativo e entender-se como parte daquele contexto. Quando brincamos participamos, não há brincadeira sem engajamento, com o brincar podemos nos tornar protagonistas da ação, relacionar saberes e buscar referenciais no nosso cotidiano. Se a brincadeira é tão importante e essencial para a vida humana, por que ela não está inserida em nosso cotidiano? Tanil (2013)[53] afirma que fazemos parte de uma cultura antilúdica, em que o distanciamento do brincar começa cada vez mais cedo, para muitas pessoas o brincar do adulto é banalizado por atitudes muitas vezes ostensivas de caçoar com a cara do outro, expor o outro a situações constrangedoras e que consequentemente não despertará nenhum sentimento de prazer. Tanil (2013)[53]continua a abordagem contextualizando que quando adul- tos somos movidos pela cultura da produção, tudo o que fazemos deve con- sequentemente gerar um resultado, fazer um significado, portanto, o brincar passa a não fazer mais parte do nosso cotidiano, já que este é visto como uma O brincar 39 prática para a hora reservada para não fazer nada, ou seja, sem o desejo de produzir nada, o que dificilmente nos propomos. Visto isso, por vezes esbarramos na resistência do funcionário em parti- cipar das nossas dinâmicas, muitas vezes por medo da exposição, o brincar o remete a situações vexatórias ou pelo fato de não conseguir detectar um signi- ficado para aquele momento. Em seu livro Tanil (2013)[53] apresenta três fases de adaptação da dinâmica que os funcionários passam no momento da aplicação. 1ª fase: Resistência – dificuldade em participar, braços cruzados, certo ner- vosismo e timidez. 2ª fase: Doação – participação discreta, mais observadora do que participa- tiva pequena libertação para a experimentação inocente e acanhada. 3ª fase: Ludicidade – mergulho em um estado de libertação; valorização do processo, sem preocupações com resultados, produção ou objetividade; mo- mentos de alegria e descontração, espontaneidade, prazer, resgate da infância, experiência positiva. Diante de tantas contextualizações que ressaltam a importância do brincar, é possível relacionar essa ação ao meio corporativo, é pelo brincar corporativo, que o funcionário se sente o centro das atenções, o protagonista, um espaço para os funcionários exercerem sua presença, fortalecerem suas relações consi- go, com o outro e com o ambiente. A fisiologia do brincar Citaremos nessa seção, alguns drivers de emoções positivas e veremos como estes estão estreitamente relacionados com eventos fisiológicos na tentativa de apresentarmos dados que possam nos pavimentar o caminho para uma ludici- dade baseada em dados científicos. Vale aqui também citarmos outra característica inerente dos contextos de ludicidade que é a criação de ambientes cooperativos. Tal habilidade humana pode e dever ser estimulada por atuações lúdicas com finalidade cooperati- va, essas hipóteses são levantadas após a publicação de estudos que em seus achados apresentaram resultados positivos no favorecimento e fortalecimento de redes de cooperação por meio do estado lúdico, traduzidos pela risada e sorriso, tais resultados foram observados pela maior predisposição social dos indivíduos observados nos estudos[54-56]. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 40 Outras atividades que tem por objetivo desencadear o estado lúdico, são as atividades que envolvem musicalidade em especial que envolvem vocalizações e o canto em si, como veremos mais abaixo a risada tem a capacidade de produzir padrões de respostas fisiológicas que favorecem a sensação de bem-estar e tam- bém favorece ao aumento do contato social. Tais acontecimentos são observados também em resposta ao canto. Estudos publicados na metade da década de 2010 nos mostram as mesmas respostas de produção de neurotransmissores que favo- recem o aumento do contato social após sessões de risada e de cantoria[57]. Dois dos principais fenômenos decorrente desse estado de ludicidade cita- dos anteriormente nessa obra são a risada e o sorriso, mesmo que não seja uma gargalhada, essa forma arcaica não verbal de comunicação, como já citado por vários autores[58]. Segundo psicanalista Freud (1925/1959) as pessoas riem para diminuir o excesso de energia nervosa, ou seja, para relaxar[59]. A risada é, contudo, pouco estudada apesar de ser bem discutida de vários pontos de vista, os quais vão da filosofia a antropologia, da teologia a psicologia, contudo os aspectos fisiológicos inerentes à risada necessitam uma abordagem mais profunda apesar de nas últimas décadas a quantidade e qualidade de pesqui- sas científicas relacionadas a risada e estado de humor e seus aspectos fisiológicos tem se mostrado bastante satisfatórios, relevantes e de grande impacto científico. Outra ressalva que deve ser realizada, concerne aos métodos utilizados para desencadear a risada e suas respostas fisiológicas, desde o início dos anos 2000 os estudos publicados nessa seara raramente utilizaram situações espon- tâneas para provocar a risada[60], ou seja, as risadas não eram naturais, isso se deve ao fato de um ambiente de pesquisa necessitar de um ambiente controla- do no qual a hipótese pode ser aplicada de forma igual em todos os voluntá- rios que se engajam em sua participação e também poder ser mimetizados em outros ambientes que não o ambiente da pesquisa original, salvas as diferenças culturais que podem interferir nos resultados obtidos, pois o humor e o desen- cadeamento da risada sofre grande influencia cultural. Os estudos relevantes publicados se resumiram a utilizar principalmente o humor em vídeos e fotografia como fator desencadeante de risada, e poucos estudos utilizaram cócegas como fator gatilho da risada[61]. Cabe, então a nós que lidamos com o ambiente lúdico, a nos movimentarmos em direção a inves- tigação científica dos resultados da “manipulação” do estado de humor do ser humano por meio do estado lúdico. Alguns estudos abordam as respostas fisiológicas e outros a importância so- cial da risada. Apesar de seu aspecto subjetivo um fenômeno inerente a risada a faz muito importante para o contato social de primatas e humanos, como pro- posto por alguns autores a risada é contagiosa[62], deste modo a risada se torna O brincar 41 um potente agente propagador de sensação de bem-estar assim como um pode- roso fator que aproxima as pessoas e facilita o estreitamento de relações sociais. O que se sabe com grande clareza até o momento é o fato de a risada e o sorriso serem um fenômeno universal entre os humanos e entre os primatas, o despertar da risada e do sorriso inicia-se durante as idades mais tenras do ser humano, sendo o sorriso aparecendo por volta da quinta semana de vida e a risada por volta da metade do primeiro ano de vida, até o final dos dias na vida dos seres humano[54, 61, 63], contudo parece haver uma perda na “habilidade” de rir com o passar dos anos[54]. Os motivos para essa redução da capacidade de rir ainda é bem obscura, alguns autores apontam para a necessidade de indivíduos jovens em aumentar sua rede social (discutiremos mais abaixo o efeitos da risada como fator de au- mento de conexão social), e também como já discutido na literatura, conforme envelhecemos, perdemos a expressividade emocional, fazendo com que com o passar dos anos o ser humano vai perdendo sua capacidade inerente de ex- pressar suas emoções indiferente da sua natureza dessa emoção, quer seja ela tristeza, alegria, raiva, amor etc.[54, 64, 65] Aproveitamos a lembrar ao leitor que a risada e o sorriso são universais nas relações humanas, pois pelo fato de serem em sua maioria reações espontâneas do nosso comportamento social, ao vermos uma risada ou um sorriso temos a certeza do que a outra pessoa está transmitindo com sua ação motora. Sabe-se que a risada é uma forma não verbal de comunicação que comparti- lhamos e herdamos dos macacos, vale ressaltar que o intuito aqui não é discutir a evolução das espécies, mas de fato termos essa semelhança com os primatas, es- pecialmente no contexto em que as risadas são empregadas, assim como entre os humanos os primatas utilizam a risada nos contextos de jogos e brincadeiras[58]. O leitor deve ter estranhado o fato de termos utilizado aspas para a palavra “utilizada”, justificamos com o fato de não sabermos exatamente como descre- ver o fenômeno risada, pois como vimos a pouco a risada surge de áreas autô- nomas de nosso encéfalo, e estudos mostram que ao tentarmos controlar a ri- sada recrutamos grandes áreas encefálicas para completarmos tal árdua tarefa. Portanto, a risada, assim como outras emoções que nos deparamos em nos- so dia a dia estão estreitamente ligadas a ativações de mecanismos arcaicosdo nosso sistema límbico, como já foi exposto no capítulo quando discutimos a fisiologia dos transtornos do humor, apenas lembrando ao caro leitor que tais respostas são dirigidas por sistemas autônomos do nosso sistema nervoso central, os quais irão ativar ou suprimir determinadas respostas ou padrões de ativação dos sistemas cardiovascular, musculoesquelético, neuroendócrino e o sistema nervoso autônomo[34]. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 42 Diante do pressuposto que a risada emerge especialmente de contextos lú- dicos a utilização desta técnica no ambiente corporativo começa ganhar mais força e embasamento científico, e saímos dessa área cinzenta que às vezes nos encontramos pensando que é a utilização do lúdico pelo lúdico, começamos a desbravar essa seara para darmos contextualização científica para a presença das dinâmicas nos programas de ginástica laboral, pois aos nossos olhos aos termos embasamento teórico-científico ganhamos força e argumentos para que o lúdico deixe de ser “marginalizado” nos contextos de atuação com adultos jovens, quer seja o programa de atuação profissional que ele está inserido. Observações empíricas nos mostram que realmente a partir da adolescên- cia somos tolhidos de nosso espírito lúdico em prol da produtividade e sucesso profissional. Discutiremos mais abaixo justamente o contrário dessa visão, em que a risada decorrente da atuação do lúdico tem a capacidade de nos fornecer ferramentas para melhorarmos nossa produtividade. Bom, voltando a contextualização da risada, uma teoria publicada no início dos anos 2000 aponta para a atuação da risada como um fator predisponente a emoções positivas, fato que favoreceria ao aprendizado, conhecida como broa- den and build hypothesis, algo como hipótese da ampliação e construção em tra- dução livre[66]. Tal teoria emerge de uma publicação da década de 1970, quando a professora emérita de psicologia da Universidade do Oregon nos EUA Mary K. Rothbart, já pontuava que os seres humanos riem também para facilitar o aprendizado especialmente em crianças[59, 67]. Somado a essa característica da risada, surgem outros estudos mostran- do outras características da risada, uma delas é o fato de a risada aumentar o limiar de dor de humanos, fato interessante, pois alguns estudos conduzidos com pacientes internados em hospitais mostraram que os pacientes que assis- tiram vídeos de comédia utilizaram menos medicamentos analgésicos quando comparados ao pacientes que assistiram vídeos neutros, ou seja, sem contexto de humor[58, 68-70]. Sabemos que você deve estar pensando que esses resultados provêm de risadas advindas de vídeos de comédia e não de atividades lúdicas per se, contudo o produto final dos vídeos de comédia e o estado lúdico advin- do de dinâmicas lúdicas são a risada e o sorriso, uma modificação em nosso estado geral de felicidade momentânea. Evidencias apontam para que o estado de humor positivo, ou seja, os in- divíduos que são mais predispostos ao humor lidam melhor com situações es- tressantes e conseguem com mais facilidade de se aliviar do estresse[59]. Essas pessoas quando comparadas a pessoas com reduzido estado de humor tem maior tendência de ao traduzir histórias trágicas de imagens que foram mos- tradas, utilizarem bom humor, dando assim mostras de que conseguem lidar O brincar 43 melhor com tais tipos de situações estressantes. Estudos mostram que volun- tários que atingiram escores mais elevados em questionários de propensão ao bom humor também atingiram escores mais positivos em resposta a eventos adversos do cotidiano[59]. Dentro desse contexto devemos nos atentar que a risada é uma resposta complexa no organismo humano, pois produzem determinadas ações moto- ras, cardiorrespiratórias e neuro-humorais. Além do mais a risada pode ser dividida em duas categorias principais as quais recebem seu nome em home- nagem ao neurologista Francês Guillaume-Benjamin-Amand Duchenne o qual dedicou sua carreira a investigar a eletrofisiologia especialmente sobre o con- trole motor dos músculos faciais sendo assim ele foi o primeiro a descrever os padrões motores da risada: a risada Duchenne e a risada não-Duchenne[58], acredita-se que cada tipo de risada e suas inerentes ações no nosso organismo têm uma particularidade, quer seja em termos de significado ou em termos de função. Primeiro devemos caracterizar os dois tipos de risada que destacamos nesse parágrafo. A primeira, ela é orientada pelo estímulo, ou seja, pelo real motivo da ri- sada, essa risada emerge no nosso sistema nervoso central de forma autônoma com o objetivo de expressar emoções clara e indisfarçadamente positivas, como alegria, e também demonstrar intenções altruísticas[54], a risada Duchenne não é forçada, emocional e relaxada. Autores citam que o quanto a boca está aberta durante esse tipo de risada é estreitamente relacionado com a intensidade do sentimento que é pretendido ser passado[54]. Alguns autores tentaram elucidar tais contextos em que esse tipo de pa- drão seja utilizado inconscientemente pelos sujeitos avaliados, e em suas pu- blicações os autores acharam resultados que apontam para que a pessoa que se utiliza desse tipo de risada no momento quem divide alguns objeto que seja portador com outra pessoa mostrando que esse tipo de risada também expres- sa generosidade, e também desperta em quem recebe algum objeto a sensação de generosidade e socialização, ou seja, essa risada espontânea desperta nos envolvidos sensação de altruísmo em todos os atores da cena, estimulando a cooperação[60], que como já descrito, é um dos objetivos finais das atividades desenvolvidas para se atingir o estado lúdico Já a risada não-Duchenne ela é forçada, sem emoção, e guiada pelo con- texto (i. e. quando é indicado sorrir, contexto social como cumprimentar al- guém), acredita-se também que esse segundo tipo de risada é frequentemente utilizado em contexto não relacionados à alegria, mas sim com momentos em que se deve ser educado, e situações de nervosismo e de constrangimento (i.e. vergonha, inibição etc.). Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 44 Esses dois tipos de risadas produzem padrões motores distintos e respostas cardiorrespiratórias e neuro-humorais distintas. Para iniciarmos, vamos discu- tir os padrões motores da risada, a qual acontece pela contração do músculo zigomático maior, que irá tracionar os cantos da boca para trás e para cima, produzindo assim uma resposta estereotipada da face, contudo no padrão mo- tor da risada temos um ponto chave para a diferenciação dos dois tipos de risa- da, em que além de todo padrão motor inerente a risada independente de seu tipo a risada Duchenne inclui a contração dos músculos orbiculares dos olhos provocando o fechamento dos olhos, essa é a principal característica motora desse tipo de risada (figura 3). Figura 3 Características das risadas Duchenne e Não-Duchenne. Adaptado de Burgerhof, J. et al. Duchenne vs. Non-Duchenne Smiles. NonVerbal omm nication, 2015[71]. Fazendo-se uma ponte entre os padrões motores e respostas fisiológicas, a risada Duchenne é caracterizada por grandes períodos de expirações forçadas fazendo com que os pulmões se esvaziem até sua capacidade vital pulmonar, tal padrão de esvaziamento pulmonar causa grandes exigências musculares em especial do diafragma, e musculatura que auxilia no esvaziamento pulmo- nar tal qual os músculos do abdome, grandes exigências também são feitas sobre o sistema cardiopulmonar, tais exigências são semelhantes as observadas durante atividade física, alguns autores postulam que esse esforço causado ela risada Duchenne no padrão de esvaziamento pulmonar é o gatilho para a pro- dução de opioides[57, 58]. Do ponto de vista fisiológico podemos destacar que a risada Duchenne é involuntária e causa a ativação da sinalização da endorfina, fato que lhe con- fere o poder de reduzir os efeitos negativos causados pelo estresse e emoções O brincar45 negativas (tais padrões causados pela liberação de endorfina serão discutidos brevemente abaixo)[59]. A risada Duchenne tem grande capacidade “contagiosa”, ao vermos outra pessoa rindo a chance de rirmos também é muito grande. Provavelmente pelo fato de nosso cérebro reconhecer os padrões motores da risada Duchenne (es- tereotipada) e possivelmente deflagrar tais mecanismos desencadeadores de risada em nosso organismo. Aproveitamos aqui para nos aprofundarmos nos aspectos subjetivos das respostas a risada, desde a década de 1950, estudos apontam para respostas in- tra e interpessoal melhoradas para se lidar com o estresse e situações estressan- tes[59]. Essa afirmação começa a ganhar apoio com estudo publicado no início da década de 1990, quando os investigadores avaliaram a capacidade de lidar com o estresse no ambiente de trabalho relacionado com o apoio do cônjuge e estes perceberam que a tendência de risada entre o casal estava relacionada com a capacidade de lidar com o estresse do ambiente de trabalho[72]. Outro fator importante, a favor do bom humor e da risada, vem de estudos com pacientes que sofreram cirurgia de câncer de mama, neste estudo os auto- res mostraram que as pacientes que lidaram com bom humor após a cirurgia apresentaram melhores quadros emocionais pós-cirurgia[73]. Dez anos antes outro estudo havia sido publicado mostrando resultados semelhantes, em que voluntários que utilizaram o humor como forma de lidar com situações estressantes não foram negativamente afetados por eventos es- tressores mostrando assim resultados iniciais da importância do bom humor para lidar com o estresse diário[74]. Esses resultados também são encontrados quando são relacionados os escores de bom humor e sensação de bem-estar, comprovando que a risada e o bom humor têm efeitos positivos na sensação de bem-estar[59]. Um possível mecanismo fisiológico que pode explicar essa função analgé- sica causada pela risada provém dos resultados da ativação das respostas cau- sadas pela produção de endorfina. A endorfina é um potente opioide endógeno produzido pelo nosso sistema nervoso central. Dentre suas funções descober- tas e bastante discutidas da endorfina destacamos sua função neurotransmis- sora e analgésica. A β-endorfina tem como característica auxiliar na atenuação do estresse físico e psicológico[75]. Devemos também citar que esses neurotrans- missores são também importantes na regulação da sensação de medo, estudos conduzidos com animais e com humanos mostraram essa relação estreita entre a quantidade de opioide circulante e a sensação de medo[15, 76]. Parece haver também uma atuação da β-endorfina no auxílio das constru- ções de pontes sociais tanto entre primatas como entre humanos, ou seja, a Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 46 risada tem como resposta fisiológica a ativação das cascatas de endorfina e essa tem a capacidade de favorecer o aumento e estreitamento do contato social entre pessoas[58]. Além desta relação de aumento dos níveis circulantes de opioides com o estado de humor, estudos apontam para um aumento também nos receptores desses neurotransmissores no tecido cerebral de humanos[34], sendo assim as emoções positivas como a risada e o sorriso desencadeadas por determinados estímulos, por exemplo, o objeto deste livro que é o estado lúdico podem pro- duzir respostas extremamente potencializadas dos mecanismos de recompen- sa, de produção de sensação de bem estar e também como abordado no pará- grafo anterior o aumento dos limiares de dor. Contudo, não somente o estado lúdico pode desencadear a ativação e po- tencialização desses mecanismos, podemos citar duas respostas que podem ser ambíguas nos seus resultados finais, mas que possuem como semelhança o mesmo mecanismo, que é a atividade física e o consumo de alimentos, especial- mente os alimentos ricos em gorduras e açúcares conhecidos como comfort food. Ambos têm grande influência na ativação da produção de opioides e também na melhora do estado geral de humor[34, 77]. Frente a esse fato extremamente animador pelo ponto de vista de que ao es- timular-se o estado lúdico auxilia-se na ativação dos mecanismos do opioides, também devemos olhar para o lado preocupante e fazermos uma análise de nossa atuação frente a nossa proposta de atuação. Se olharmos para o ponto de vista do consumo de comfort food, podemos explicar o aumento da obesidade, condição que se tornou praticamente pandêmica[77]. Chama-nos a atenção um fato extremamente preocupante, a extrema medicalização que vivemos na sociedade na qual estamos inseridos, dis- cutimos breve e superficialmente as respostas causadas pelos opioides no parágrafo anterior, e se olharmos para os EUA veremos que a população norte americana vive uma enxurrada de pessoas dependentes de opioides exógenos[34], ou seja, medicamento para ser feliz e manter contato social sau- dável com outras pessoas. Questionamo-nos se não seria mais fácil, saudável e menos perigoso bus- carmos estas respostas fisiológicas advindas dos opioides por sua produção en- dógena? Não seria menos custoso do ponto de vista financeiro a utilização das técnicas lúdicas para tal efeito? Humildemente respondemos que SIM! Mas não podemos esquecer que vivemos na era da medicalização, na era da redução do contato social, na era da indiferença com o outro. Portanto, se torna muito mais “fácil” ir à farmácia e comprar o “remédio da felicidade e do contato social”. Salientamos aqui que não estamos discutindo as propriedades farmacológicas O brincar 47 destes medicamentos e seu emprego no tratamento de patologias, mas sim a banalização da utilização do medicamento, a troca das experiências sociais e afetivas por um comprimido. Justificamos tais linhas com as correlações traçadas entre a risada e o grooming que nada mais é do que o acariciar os cabelos, o cafuné, o cari- nho que é tão claro nas relações sociais dos macacos. A resposta fisiológica desse contato social dos primatas é a ativação dos mecanismos de recom- pensa no sistema nervoso central tal qual o da risada, ou seja, ativação das cascatas provenientes da liberação de opioides. Quem nunca desejou num momento de aflição o colo da mãe/avó/pessoa amada regada a um deli- cioso cafuné? Você leitor, já parou para fazer essa reflexão? Quantas vezes não nos pegamos alisando nosso couro cabeludo em momentos de solidão? Nosso instinto nos guiando para as respostas fisiológicas que necessitamos naquele momento. Contudo, o estado lúdico que nos leva a risada e a todo esse desencadeamento benéfico aos nossos aspectos sociais, fisiológicos e emocionais tem a capacidade de atingir mais pessoas, praticamente todas as envolvidas no contexto, diferente do grooming que apenas produz respostas em quem o recebe. Justificando as ações lúdicas em grupo estudo de Dunbar et. al. (2012)[58] mostra que em seu grupo estudado as pessoas riram mais quando estavam em grupo do que quando estavam sozinhas, a frequência de desencadeamento de risada quando em grupo chegam a ser 30 vezes maior quando comparados a frequência de risada em indivíduos sozinhos, este resultados nos mostra a importância do lúdico em grupo. Nesses estudos os autores também apontam para que a frequência de risadas é também maior quando na presença de ami- gos e pessoas conhecidas quando comparado as frequências de risadas quando acompanhado de pessoas desconhecidas, esses dados nos mostram a impor- tância que as interações lúdicas tem em propiciar a aproximação social das pessoas envolvidas estreitando seus laços de amizade, e em consequência ao estreitar os laços de amizade os resultados produzidos pelas risadas são poten- cializados causando um efeito similar a uma bola de neve. Esses dados mostrados refutam um possível pensamento que poderia ten- tar trocar as atuações lúdicas por inserções de vídeos humorísticos a fim de aflorar a risada nos colaboradores de uma empresa. Nesse mesmo estudo os autores verificaram as respostasa estímulos doloridos e verificaram que após risadas em grupo o limiar de dor dos sujeitos testados foi maior quando as atividades humorísticas foram em grupo do que quando eram solitárias. Esses resultados vão de encontro com outros estudos que mostraram a ação da en- dorfina com o aumento da socialização e cooperação[78]. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 48 Corroborando com esses resultados citados, outro estudo também conse- gue comprovar que a risada social causada por humor aumentaram a produção de opioides e de seus respectivos receptores no tecido cerebral. O fato mais intrigante e que nos conduz a propormos uma estreita correlação ao estado de ludicidade e as respostas produzidas pela risada inerente ao estado lúdico, é que neste estudo os autores mostraram que a risada aumentou a quantidade de receptores de opioides em regiões específicas do cérebro, e todas essas regiões estão relacionadas com os transtornos do humor, dentre estas áreas cerebrais destacamos as regiões onde são processados os estímulos de recompensa e de excitação (tálamo e núcleo caudal) e também as áreas insulares relacionadas com o processamento das respostas nociceptivas, ou seja, as áreas que proces- sam os estímulos de dor. Nessa mesma publicação os autores chegam a corre- lacionar os seus achados advindos da risada com as respostas farmacológicas dos opioides exógenos, sim aqueles mesmos medicamentos cuja pandemia de utilização nos EUA citamos[62]. Em um estudo publicado em 2011[79], os autores encontraram resultados um pouco curiosos: a sensação de felicidade derivada de vídeos de comédia era o principal fator desencadeador de afetividade, os autores chegaram a esta conclusão pois em seu estudo os voluntários foram designados em dois gru- pos, um deles assistiu vídeos de comédia e o outro vídeos discutindo a morte causada pelo câncer, após assistirem os vídeos os voluntários deveriam escre- ver algumas informações pessoais, as quais seriam entregues a uma suposta pessoa que os voluntários imaginariam ter conhecido. Ao analisar as informações que os voluntários escreveram sobre eles mes- mos, o autor observou que os voluntários do grupo que assistiram os vídeos de comédia se apresentaram mais intima e positivamente, sugerindo que os vídeos de comédia aumentaram a afetividade dos voluntários, fato que, diante dos re- sultados discutidos nessa seção do nosso livro, nos parecem bem plausíveis haja vista as alterações bioquímicas e neuro-humorais que são causadas pela risada. Resultados semelhantes foram encontrados novamente em outro estudo publicado em 2015[75], neste estudo os autores atribuíram também os resulta- dos encontrados ao fato de os opioides produzidos pela frequência de risada, causarem um estado de relaxamento e de estresse reduzido, em sua hipótese os autores somam as ações da endorfina com o estado de conectividade social desencadeado por ela, fazendo com que os voluntários avaliados estivessem mais relaxados com relação a forma de comunicar-se. Por fim, até mesmo estados de bom humor autoinduzidos como, por meio de música e vídeos aprazíveis ao indivíduo se mostraram eficientes em facilitar a ativação dos receptores de opioides por eles, causando assim aumento na O brincar 49 sensação de bem estar e todas as respostas, já discutidas nessa seção dessa obra, advindas dos opioides[80]. E esses dados nos levam a crer que as atividades lú- dicas podem aumentar a sensibilidade cerebral aos opioides conduzindo assim a melhora também da conectividade social que geralmente está abalada em in- divíduos que sofrem de transtornos do humor, uma vez que estudos mostram que indivíduos com reduzida expressão de receptores de opioides no tecido cerebral apresentam maior afastamento na criação de novas pontes sociais[39, 62]. Todas essas respostas mediadas pelos opioides e seus receptores celula- res localizados no cérebro apresentadas por nós nessa obra, são corroboradas pelos achados de dois importantes estudos publicados em 2016, nos quais os seus autores inferiram ação antidepressiva de um fármaco, pelo mecanismo mediado pelos receptores de opioides, esses resultados são muito animadores diante da compilação de resultados aqui apresentados, fundamentando defi- nitivamente a importância das atividades lúdicas no contexto de combate aos transtornos do humor[81, 82]. Podemos então, por fim extrapolarmos que o estado de ludicidade pode mimetizar as mesmas respostas advindas de medicamentos vastamente uti- lizados para o controle dos transtornos do humor por meio de duas de suas características principais, a risada e como citado a cantoria. Sei que é uma ex- trapolação que chega a beirar a megalomania, contudo pela primeira vez, te- mos um amontoado de dados científicos nos quais podemos embasar e discutir com mais profundidade a importância de uma técnica utilizada em programas de ginástica laboral, mas que se mantém marginalizada, que se pode justificar pela falta de dados que corroborem com os resultados vistos, discutíamos, mas infelizmente não tínhamos dados suficientes para apoiarmos a nossa hipótese. Esperamos que a partir desse conglomerado de dados possamos iniciar um novo momento para as atividade que estimulam a ludicidade, e que deixemos de lado o lúdico pelo lúdico, mas caminhemos para o lúdico com embasamento teórico-científico, o que tornaria o lúdico muito mais respeitado não somente nos programas de ginástica laboral, mas em todas as abordagens que essa téc- nica tão maravilhosa possa ser incluída. 51 Dinâmicas lúdicas corporativas Momentos de lazer Prosseguindo com a importância do lúdico para o ser humano, traremos agora a correlação das dinâmicas lúdicas com os momentos de lazer. Quando pensamos em lazer, automaticamente pensamos nos momentos livres, nos momentos que estamos nos divertindo espontaneamente, um ato não obrigatório, finalmente no momento que não estamos trabalhando. Então, como pensar em lazer dentro de uma jornada de trabalho? Torna-se até intri- gante pensar em funcionários de uma empresa realizando uma pausa de 15 minutos para se divertir. Este capítulo propõe uma discussão sobre os momentos de lazer que as di- nâmicas lúdicas podem proporcionar quando inseridas dentro dos programas de ginástica laboral. Nos tempos atuais o lazer vem ocupando um papel importante nas discus- sões sobre os fatores que contribuem para a qualidade de vida, ressaltando sua importância para o equilíbrio psicossocial e físico do ser humano. Em muitas organizações os programas de qualidade de vida do trabalha- dor inserem em suas ações, atividades de lazer para seus funcionários, a fim de contribuir principalmente para as boas relações sociais, para o relaxamento e para a redução do estresse etc. Segundo Ogata e Simurro (2009)[4] uma nova visão em bem-estar e qua- lidade de vida vem surgindo, a qual substitui o medo de morrer pelo prazer de viver, propondo ações de caráter preventivo e não de tratamento. Partindo desse pressuposto, inserções de dinâmicas lúdicas periodicamente dentro dos programas de ginástica laboral poderão ser instrumentos motivadores comportamentais de caráter preventivo, que por estarem presentes na jor- nada de trabalho poderão promover nos funcionários um desejo para uma Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 52 mudança positiva sobre a percepção sobre sua responsabilidade diante das suas práticas x suas expectativas. Ações comportamentais podem produzir resultados pessoais e sociais positivos, partindo dessa perspectiva, cada um de nós passa a ser o princi- pal agente de seu próprio desenvolvimento saudável[87]. Portanto, a partir do momento que um funcionário opta por participar de uma dinâmica lúdica, ele opta pelo lazer e pela resposta positiva que ela poderá lhe proporcionar, resultando em desejos de bem-estar e felicidade, mesmo dentro da empresa e da jornada de trabalho. 53 Criando e Co-criando suas dinâmicas lúdicas A Criatividade De uma forma geral,produzir ações dentro do ambiente corporativo exige dos envolvidos no planejamento e execução das ações uma boa dose de criati- vidade. Ações corporativas são acompanhadas por diversos fatores, muitas ve- zes, limitantes, porém característicos de uma empresa, tais como, espaço para realização das práticas, tempo para execução, vestimentas dos funcionários, equipamentos de proteção individual (EPIs), utilização de materiais etc. As ações são acompanhadas por exigências de práticas inovadoras e en- volventes, capazes de ganhar a atenção dos participantes e principalmente a retenção da mensagem que acompanha cada prática. Nos programas de ginástica laboral não é diferente, cada vez mais as em- presas clientes sabem o que estão comprando, que serviços e resultados dese- jam quando decidem implantar a ginástica laboral para seus funcionários, os planos de aulas devem ser eficientes e criativos, e não temos como pensar em criatividade sem pensar em inovação, séries de exercícios diferenciados, com diferentes materiais, diferentes formas de execução etc. Nas dinâmicas lúdicas, as exigências são ainda maiores, se ainda encon- tramos funcionários que não entendem o ambiente corporativo, como um am- biente de prática física, imaginem só, optarem por um momento para brincar dentro do trabalho. Trata-se de uma dicotomia enraizada por uma cultura que vem desde a época da Revolução Industrial, que entendia que o local de traba- lho era apenas para trabalhar, sem nenhuma preocupação com o bem-estar fí- sico dos funcionários, com jornadas de trabalho intensas, chegando a 16 horas, sem descanso, sem férias etc. O brincar é naturalmente encantador, que para o universo infantil, uma prática sem muitas justificativas, o brincar pelo brincar, mas o brincar no Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 54 ambiente corporativo deve ser encantador, mas significativo, gerar algum tipo de produção, os funcionários, devem saber para quê aquilo serve, por que ele está brincando daquilo e no que aquilo o ajudará. Muitos professores e coordenadores quando falamos em criar ou recriar dinâmicas lúdicas para os programas de ginástica laboral travam, se dizem não criativos, incapazes de pensar em algo que caiba dentro daquele espaço, respeitando todas as características de um ambiente laboral. Pedredon (2008)[88] em seu livro ressalta que na grande maioria das escolas de Educação Básica dão ênfase ao domínio da informação e pouco valor às ha- bilidades de como pensar de forma criativa e inovadora. Ele continua dizendo que no campo específico da criatividade, os estímulos do meio são decisivos para criar, portanto, nosso engajamento deve ser total, devemos refletir sobre nossos desejos, as necessidades e as características de para quem estamos criando. Exercitar a criatividade exige tempo, empenho, não dá para criar ou recriar uma dinâmica lúdica 05 minutos antes de começar uma aula, essa ação exige tempo, reflexão, brainstorm (tempestade de ideias), escrevam tudo o que vier a mente, todas as possíveis adaptações, em seguida alinhem com as característi- cas de cada empresa atendida. Gonçalves (2013)[89] em seu livro “O lado sério da brincadeira” diz que a criatividade é a capacidade de ir além do óbvio, de surpreender usando a imaginação, pensando nisso, dentro do ambiente corporativo, devemos ir além do óbvio, fazer daquele momento de pausa um momento surpreen- dente, tornar possível que aqueles funcionários se vejam no quintal da casa deles, vivenciando as brincadeiras e todas as respostas que aquela prática lhes trarão. Características das dinâmicas lúdicas para os Programas de Ginástica laboral Se procurarmos nos sites de busca e ou em outras livrarias dinâmicas para serem aplicadas dentro dos programas de ginástica laboral, vamos nos deparar com inúmeras possibilidades, porém devemos nos atentar se elas atenderam a nossa necessidade e principalmente se cabem dentro do ambiente corporativo. Para Militão (2013)[90] toda atividade que se desenvolve com um grupo que objetiva promover a integração, a descontração, o quebra-gelo, a aprendiza- gem, entre outros, é considerada uma dinâmica de grupo, o que difere uma da outra, é o tempo e a complexidade da dinâmica. Criando e Co-criando suas dinâmicas lúdicas 55 As dinâmicas lúdicas facilitadas dentro dos programas de ginástica laboral, apesar de se assemelharem em seus objetivos, possuem algumas características bem particulares, sendo assim, seguem algumas características que poderão colaborar para a seleção, criação ou co-criação de suas próprias dinâmicas. • Duração máxima de 10 a 15 minutos: dentro dos programas de ginás- tica laboral, não teremos mais tempo que isso para convidar os parti- cipantes, organizar o grupo, distribuir materiais, se houver, aplicar a dinâmica, despertar o estado lúdico e dar significado a dinâmica, por- tanto, muito cuidado na hora de escolher sua dinâmica, escolher dinâ- micas da internet e reduzi-las é possível, mas tenha cuidado para não perder a essência principal da atividade; • Poucos recursos: pense que vamos caminhar por muitos setores e que devemos ter cuidado com a escolha dos materiais, tanto na qualidade, no peso e na quantidade. Lembre-se também de verificar se a empresa permite a entrada daquele material, se for trabalhar com a produção de materiais, opte por escolher cores que prestigiem as cores da sua empre- sa ou da empresa cliente. • Despertar interesse e ser envolvente: todas as dinâmicas devem des- pertar o interesse e ser envolventes, muitas vezes o interesse já é desper- tado antes mesmo do dia da sua aplicação, seja pela fala do professor durante um ciclo de aulas, seja por uma divulgação interna produzida, seja pela construção coletiva da dinâmica, em que os próprios funcioná- rios participam desse processo de produção e a partir daí o envolvimen- to é o produto dessa interação. • Equilíbrio entre o livre e o dirigido: trabalhar o brincar entre o livre e o dirigido não é uma tarefa fácil, se o brincar é uma atividade livre e es- pontânea, como trabalhar o brincar dentro dos programas de ginástica laboral, com um tempo de execução pré-determinado, ou seja, de 10 a 15 minutos? Nossa sugestão é que você trabalhe entre o livre e o dirigido, ou seja, seja um facilitador e um focalizador da dinâmica, medeie as práticas, mas permita também as mudanças que naturalmente ocorrem de uma aplicação para outra, por mais que apliquemos a mesma dinâmica em todos os setores das empresas, você vai perceber que o resultado sempre será diferente, isso se dá pelo simples fato que partimos da participação individual para a coletiva e que somos seres únicos, com comportamentos diferenciados e interpretações diferenciadas das propostas aplicadas. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 56 • Criativa e divertida: características essenciais para as dinâmicas, a cria- tividade desperta interesse, desperta respeito e admiração pelos parti- cipantes, torna o ambiente convidativo, facilitando a aprendizagem, o alcance dos objetivos e a diversão é o resultado que deve ser garantido senão a todos a maioria. • Fundamentada: lembre-se de fundamentar ao final de cada aplicação, não seja extenso, mas não finalize uma dinâmica sem apresentar aos participantes seus objetivos. Essa fundamentação pode ser realizada com um rápido discurso ou em uma roda de conversa, convide os participantes a expressar suas impressões sobre a dinâmica, que apresentem suas percepções. Em alguns momentos você vai perceber que em alguns casos, essas percepções continuam reverberando durante dias. Acertando na escolha Para buscar uma dinâmica que atenda aos objetivos propostos no planeja- mento da aula, responda as seguintes perguntas no momento da escolha: • O quê eu quero fazer? É nesse momento que você lista os principais objetivos da dinâmica. • Para quem eu ou vou aplicar? Determine o perfil da empresa, desde a sua cultura, o perfil dos profissionais. Nas empresas encontramosdiferentes grupos, o grupo do setor financeiro tem um perfil diferen- te, por exemplo, do grupo de marketing, se comportam e se manifes- tam de formas diferenciadas nas aulas, é nessa hora que a dinâmica ganha diferentes formatos, mas sempre respeitando os principais ob- jetivos alinhados. • Onde? Essa é uma das questões mais importantes que devem ser res- pondidas, onde serão aplicadas as dinâmicas? Em qual espaço? Deve- mos prestar atenção no ambiente, inclusive se será permitido som e risadas, inevitável ao final de uma dinâmica bem aplicada. Definindo o espaço nos permitirá definir inclusive como ficarão dispostos os parti- cipantes, em círculo, livres pelo espaço etc. • Quais recursos? Prepare-se para a dinâmica, capriche no material, a apresentação do seu material é essencial para o primeiro impacto po- sitivo nos participantes, muitas vezes, perdemos credibilidade pelo Criando e Co-criando suas dinâmicas lúdicas 57 amadorismo e ou despreparo, todo material deve ser especialmente produzido, com cuidado e esmero e principalmente na quantidade que atenda a todos. • Quais são as regras e ou procedimentos? Lembre-se nosso tempo é curto e não teremos tempo para explicar por diversas vezes as regras, devemos trabalhar com regras claras e curtas e sermos eficientes nos procedimentos iniciais para a dinâmica acontecer, como distribuição de equipes, de materiais etc. Objetivos das dinâmicas lúdicas As dinâmicas lúdicas propostas dentro dos programas de ginástica laboral além de atuarem de forma preventiva e terapêutica, atuam também no coti- diano pedagógico da empresa. As ações propostas nos programas de ginástica laboral e ou em outras ações corporativas, poderão produzir além mudanças físicas, mudanças comportamentais e cognitivas em seus participantes. Sendo assim, além dos aspectos físicos que a ginástica laboral pretende atuar, ela também deve promover em seus participantes mudanças nos proces- sos de aprendizagem e comportamentais para aquisição de um conhecimento, produzindo novos saberes por meio dos conceitos transmitidos e vivenciados durante as aulas. Quando aplicamos uma dinâmica lúdica pretendemos além de divertir e produzir uma sensação de bem-estar e felicidade, incutir nos participantes a capacidade de refletir sobre processos de comunicação, operacionalização e comportamentais que poderão ser utilizados no cotidiano corporativo, como nas vivências de dinâmicas cooperativas, os participantes, vivenciam diferentes formas de trabalhar em equipe, de refinar sua comunicação, otimizar o tempo e desenvolver a criatividade, uma visão mais sistematizada dos processos. Kallas e Batista (2009)[91] já salientavam em seu artigo a importância da metodologia empregada nos programas de ginástica laboral, tornando os momentos das aulas e nas ações que agregam o programa espaços educativos com conceitos e atitudes relacionados ao bem-estar, agregando valores aos trabalhadores e às organizações. Eles continuam afirmando que um programa de ginástica laboral seria muito mais enriquecedor se pudesse produzir conhecimentos sobre ativida- de física, alimentação saudável, comportamentos preventivos, gerenciamen- to de estresse, melhora nos relacionamentos, entre outros temas vinculados a Qualidade de Vida. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 58 Sendo assim, quando produzimos e aplicamos uma dinâmica lúdica para os programas de ginástica laboral devemos verificar quais demandas estare- mos atendendo e perceber o quanto elas poderão contribuir para a aquisição destes conhecimentos propostos por Kallas e Batista (2009)[91]. Vale ressaltar que as dinâmicas que serão propostas nos programas de gi- nástica laboral somente poderão ser consideradas lúdicas se despertarem nos participantes um estado interno de prazer e alegria, conceituado por Luckesi (2007)[92] como estado de ludicidade. O próprio processo de aprendizagem pode ser visto como uma grande brincadeira, por que lida com curiosidade, desejo da descoberta, superação do não saber, que sustentam a construção de novos saberes (Schwartz e Orgs, 2004)[93] Visto isto, imagine que em uma dinâmica lúdica propusemos o contato dos funcionários das empresas com as nomenclaturas dos músculos do nosso cor- po em um caça-palavras ou uma cruzadinha coletiva, com tempo para realiza- ção da tarefa e com regras que possibilitem a participação de todo o grupo. Será que os participantes brincarão? Será que aprenderão? O que garante o estado lúdico nesta atividade? Schwartz e Orgs (2004)[93] citam que as brincadeiras que geram situações problemas, requisitando soluções e mobilizando estruturas mentais para a so- lução desses desafios, criam estruturas mentais cada vez mais complexas e ele- vadas, portanto geram conhecimento. Embora com diferentes ênfases todos os jogos e brincadeiras apontam para a importância do lúdico como meio enriquecedor de expressão e aprendiza- gem, sendo assim, quando bem aplicada à dinâmica lúdica poderá promover a retenção de um novo saber e com uma didática embasada no contexto lúdico irá divertir e entusiasmar os participantes, preparando-os para desejar a chega- da de uma nova atividade no próximo encontro. Luperini (2011)[94] corrobora afirmando que os jogos merecem a máxima legitimidade nas aulas por diferentes motivos, entre eles, estimular pelo mo- vimento e da expressão corporal a aprendizagem “corpórea”, muitas habili- dades, como, por exemplo, a atenção, depende de uma preparação física antes de um preparo cognitivo, sendo assim, quando estimulamos os funcionários a se movimentarem sejam em exercícios físicos propostos ou pelos movimentos espontâneos que as dinâmicas lúdicas naturalmente propõem, estamos pro- movendo aos funcionários contatos efetivos com sua corporeidade, ou seja, da forma que o seu corpo se relaciona com o mundo. Criando e Co-criando suas dinâmicas lúdicas 59 Os objetivos das dinâmicas são diversos, entre eles estão: • descontração, quebrar o gelo – Como vimos nas fundamentações da fisiologia sobre o estresse, o humor e a risada, momentos de descon- tração, poderão desencadear uma série de reações físicas e comporta- mentais essenciais para o desenvolvimento humano, essencial para a manutenção da nossa saúde e para a saúde do coletivo, os objetivos de descontrair e quebrar o gelo, acompanham quase todas as dinâmicas lúdicas, uma proposta lúdica deve ser acompanhada de uma boa risa- da,de um toque, de uma aproximação. No entanto, lembre-se estamos falando de ambientes corporativos, não podemos esquecer que nosso comportamento dentro de uma empresa é específico, atente-se a cultura da empresa, apresente sua proposta com sabedoria e bom senso; • socialização – O homem é um ser relacional, estamos permanente- mente praticando o exercício de relacionar-se, porém por diversos motivos, percebemos que dentro das organizações esse exercício de socialização não acontece ou se reduz a um grupo muito pequeno, nas dinâmicas lúdicas podemos promover momentos de encontros, quando por alguns minutos as pessoas doam seu tempo para conhe- cer o outro, conversar, interagir, reparar etc., sendo assim, esses en- contros que acontecem nos momentos que antecedem a dinâmica, quando os funcionários se cumprimentam, brincam entre si, colocam a conversa em dia, também fazem parte de um programa de ginástica laboral de sucesso e se ao final da aula seja ela uma dinâmica lúdica e ou técnica o professor sai e os funcionários continuam interagindo, atingimos o ápice dos nossos objetivos que é promover espaços mo- tivadores, podendo colaborar assim com a melhora e ou manutenção do clima organizacional; • desenvolver o trabalho em equipe – Quando o objetivo principal da dinâmica é atingir uma meta comum, conseguimos desenvolver o tra- balho em equipe, por vezes dentro de uma rotina de trabalho a prática do trabalho em equipe fica ofuscada, o que se vê o cumprimento de uma rotina, que por vezes, poderia ser facilitada se fossem reconhecidos osatores envolvidos, seus potenciais e o papel que cada um cumpriria com maior excelência para o sucesso daquela execução. Apesar do tempo curto de vivência, durante uma dinâmica lúdica, por estar desprendida de qualquer rotina do trabalho, fica mais fácil reconhecer estes papeis, seus líderes e por fim, conseguir que alguns profissionais participem, o que por vezes, devido a rotina não lhe é oportunizado; Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 60 • colaborar com o desenvolvimento do potencial criativo – Atualmente vi- mos que a criatividade é uma competência apreciada e requerida em qual- quer âmbito profissional. As dinâmicas lúdicas a partir do momento que solicitam o desenvolvimento de alguma prática nova, a ressignificação de algum material e ou outras ações que requisitem a criatividade, poderão co- laborar para o desenvolvimento do potencial criativo de seus participantes; • produzir uma comunicação mais efetiva – A linguagem é um veículo que pode determinar o futuro de uma pessoa, o futuro de uma organi- zação. Uma comunicação eficiente poderá mover uma ação para frente ou para trás. Quando durante a participação das dinâmicas os diálogos são requisitados entre os funcionários, podemos colaborar para que essa comunicação seja mais motivadora, mais espontânea e coesa. Quando por uma dinâmica conseguimos despertar nos participantes um estado lúdico, provocamos nele uma espontaneidade, um revelar-se que são essenciais para uma comunicação limpa e clara, justificada inclusive pelo pouco tem- po que temos para a finalização da dinâmica, por vezes, esse trabalho de comunicação mais efetiva, não surge no primeiro momento, faz-se neces- sário mais vivências até que essa resistência a exposição aconteça; • quebrar distanciamentos hierárquicos, aproximar – Durante uma dinâmi- ca, quando o participante atinge um estado de ludicidade, dificilmente os distanciamentos hierárquicos permanecem, comparando com o universo infantil, a partir do momento que aquela ação te deixa feliz, o desejo por continuar sobrepõe a hierarquia e se para a brincadeira continuar partici- pantes deverão assumir diferentes papeis,naturalmente isso vai acontecer, sem qualquer preconceito e ou receio de estar ultrapassando uma linha imaginária que separa os níveis hierárquicos dentro de uma instituição. • celebrar datas comemorativas – Estas dinâmicas destinam-se a celebrar datas comemorativas que compõe o calendário anual, tais como, dia das mães, dia dos pais, Páscoa, dia mundial da atividade física, Natal etc., outras datas especificas do ramo de atividade da empresa também po- dem ser comemoradas, portanto, faz-se necessário conhecer a empresa, verificar que profissionais compõe seu quadro de funcionários e sur- preender a empresa com essa abordagem. • reforçar temas de ações internas – Está cada vez mais comum sermos recrutados para compor as ações desenvolvidas na Semana Interna de Acidentes de Trabalho (SIPAT), Semanas da saúde, entre outras, preci- samos saber com antecedência os temas que serão abordados e a par- tir daí desenvolver as dinâmicas com o principal objetivo de reforçar a aprendizagem por meio do brincar. Criando e Co-criando suas dinâmicas lúdicas 61 Planejamento, organização e aplicação das dinâmicas Nos cursos de dinâmicas lúdicas para os programas de ginástica laboral, muitas vezes, nos deparamos com questionamentos e inquietações dos profis- sionais sobre como fazer com que aquela dinâmica dê certo, que pontos preci- sam ser exercitados para o sucesso daquela vivência. Separamos alguns itens que merecem cuidado e atenção. Planejamento Acreditamos que muitos funcionários não enxergam as dinâmicas lúdicas como momentos especiais, por pura falta de planejamento. Precisamos entrar em contato com a área de recursos humanos, segurança do trabalho e outras áreas envolvidas com o Programa de Ginástica Laboral, para serem nossos apoiadores das dinâmicas. Podemos criar informativos com a comunicação interna da empresa, des- pertando curiosidade nos leitores, convidando-os para participar e depois da aplicação, divulgar feedbacks, fotos, depoimentos e etc. É possível também verificar com a empresa temáticas interessantes para serem desenvolvidas, devemos trabalhar alinhado aos desejos e abordagens da empresa, levar, por exemplo, para dentro da ginástica laboral uma dinâmica que dialogue com a temática de uma SIPAT, de uma semana da saúde, de um treinamento específico da área de recursos humanos etc. Organização Ao organizar uma dinâmica, precisamos refletir sobre a organização de di- ferentes aspectos. O ambiente: devemos nos atentar ao tipo de ambiente que esta dinâmica será aplicada, em qual espaço, como ela pode ser aplicada, se podemos ou não utilizar materiais, se há algum tipo de restrição etc., muitas vezes, por ser um momento especial, vale a pena, acordar com a empresa, que naquele dia em especial, a dinâmica será aplicada em um ambiente externo, pátio, estaciona- mento, auditório etc. Os funcionários: neste caso, precisamos nos atentar às características dos grupos. Em uma empresa, podemos ter diferentes grupos, as diferenças vão desde o número de participantes, tipo de trabalho (administrativo ou fabril), Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 62 perfil comportamental etc., uma mesma atividade poderá assumir diferentes leituras a partir da observação do professor, uma dinâmica que cabe muito bem para um grupo, para outro pode ser que não, aí a criatividade vem a tona, e as dinâmicas são aplicadas de diferentes formas, porém sempre atendendo aos seus objetivos já pré-determinados. Os materiais: consideramos este aspecto um dos mais importantes, a pri- meira impressão é a que fica, muitas vezes, iniciamos a despertar a curiosida- de já pelos materiais, os funcionários ficam inquietos querendo saber o que o professor vai fazer com aquele material, muitas vezes, nada característicos com os utilizados nos programas de ginástica laboral, essa curiosidade pode ser uti- lizada ao nosso favor, instigue-os a pensar no que vai acontecer, a desejar saber como será aquele encontro, o que o professor vai fazer. Alguns pontos sobre os materiais devem ser cuidadosamente alinhados, conforme as seguintes orientações. • Normas e condutas de uma empresa: verificar se aquele material pode ser utilizado, algumas empresas, possuem restrições quanto a materiais, principalmente industriais, por riscos de contaminação, segurança etc.; • Quantidade: tenham uma quantidade suficiente de materiais para aten- der a todos os funcionários, atenda ao seu maior setor, atendendo a esse setor, você atenderá a todos os outros,se não tiver material suficiente para todos, a sugestão é que não se aplique a dinâmica, assim como qualquer aula, os funcionários também se frustram pela falta de mate- rial, pois não terão uma participação igual aos demais na atividade; • Qualidade: qualquer pessoa elogia o capricho, o cuidado, não dá para pensar em uma dinâmica lúdica como uma atividade especial, sem que ela seja cuidadosamente preparada, uma boa apresentação já garante boa parte da satisfação; • Ressignificação de materiais: com criatividade e inovação, ressignifi- que materiais, veja se a empresa descarta materiais e se esses podem ser utilizados, mas cuidado, não faça uso de materiais da empresa sem as devidas autorizações; • Parcerias: dependendo da dinâmica, solicite que os próprios funcioná- rios tragam seus materiais, como por exemplo, pensando no dia das crianças, que tal pedir para que os funcionários tragam algum brinque- do do seu filho ou algum brinquedo que guarda até os dias atuais e que possui um carinho especial, uma boneca antiga, um carrinho etc., e fi- nalizar a aula com os funcionários contando um pouquinho que cenário acompanha aquela peça, será um momento emocionante; Criando e Co-criando suas dinâmicas lúdicas 63 • Música: algumas dinâmicas sugerem a utilização de músicas, devemos ter muito cuidado com a escolha datrilha sonora que irá acompanhar a dinâmica, se ela for só um acessório, ela não deve sobressair ao objetivo principal da atividade, deverá ficar em segundo plano, com o único ob- jetivo de criar um ambiente mais acolhedor. No entanto, se a música for um item essencial para o desenvolvimento da dinâmica, cuidado com a escolha, gosto musical é algo bem complicado de agra- dar o grupo, portanto, sugiro que opte por músicas que não estejam presentes no cotidiano das pessoas, aproveitem esse momento para oferecer um repertório musical diferenciado, que o ajude inclusive a despertar a curiosidade no grupo. E por fim, cuidado com o efeito que a música pode causar ao grupo, existem estudos que demonstram que efeitos cada música provoca na pessoa, existem músicas que ativam, músicas que relaxam, existem músicas associadas à memó- ria, às lembranças, vale uma pesquisa mais profunda neste item, uma música pode enriquecer sua dinâmica, mas quando mal escolhida ela pode estragar tudo. • A divulgação: como já foi dito, escolha como será a divulgação deste dia especial, quais recursos você irá utilizar para divulgar o momento pré e pós desta ação, se a empresa, não tiver nenhum tipo de espaço para divulga- ção, faça você mesmo, talvez uma camiseta diferenciada para este dia, um cartaz, uma roda de conversa na finalização da aula, tudo que você puder fazer para despertar o interesse e a curiosidade do funcionário é bem-vin- do, obviamente ressalto que o cuidado e o bom senso para não desrespeitar as normas e condutas éticas da empresa, devem sempre estar presentes. O profissional de Educação Física O profissional de Educação Física que atua no ambiente corporativo tem que desenvolver um comportamento diferenciado, trabalhar dentro de um ambiente laboral, não é a mesma coisa que trabalhar dentro de uma academia, de uma quadra e/ou dentro de uma escola, esse profissional deverá transitar entre fazer- -se presente, sem se chocar com o ambiente, a linguagem verbal e a expressão corporal também são diferenciadas, trabalhar nos programas de ginástica laboral exige dos professores uma conduta amadurecida e séria, porém lúdica e técnica. Geralmente há uma exigência maior por parte dos funcionários do conheci- mento técnico-científico dos professores e quando falamos em dinâmicas lúdi- cas, o desafio é ainda maior, como desenvolver um comportamento lúdico sem Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 64 se assemelhar a um recreacionista de hotel ou de festas infantis, não devemos infantilizar o ambiente corporativo. Aplicar uma dinâmica não é uma tarefa tão simples quanto parece, ao con- trário de uma aula mais técnica, com uma série de exercícios que deverão ser prescritos, nas dinâmicas o professor será um facilitador do processo. Uma fa- cilitação mal conduzida poderá gerar um efeito contrário ao proposto, e aquele funcionário ou até mesmo o grupo de funcionários poderão se fechar para no- vas experiências. Militão (2013)[90] em sua obra, lista alguns requisitos básicos para o bom desempenho de um facilitador, são eles: • ser um bom observador e ouvinte – esteja pronto para ouvir e observar as expressões individuais e coletivas, bem como as situações que ocor- rerão durante a atividade; • saber sintetizar – principalmente ao final, no momento da avaliação da proposta, se necessário, seja capaz de sintetizar os depoimentos e criar suas relações com os objetivos propostos nas dinâmicas; • ser sensível – muitas vezes erramos porque não percebemos o movi- mento do grupo, se necessário, realize as adaptações necessárias para o bom andamento da atividade; • ser um focalizador – manter o contexto e os comentários em cima dos objetivos exige presteza e delicadeza; • ser um bom comunicador – temos pouco tempo, nossa comunicação deve ser clara e precisa; • Tenha uma boa postura – Nossa postura profissional deve ser coerente com o momento e com o grupo, estamos dentro de uma empresa; Vamos inserir mais dois requisitos que consideramos imprescindíveis para o sucesso do nosso trabalho, são eles: • Seja carismático e pratique a empatia: não tem como não trabalhar dinâmicas lúdicas sem encantar e no momento da prática se coloque sempre no lugar do outro, aquilo faria bem para você? Você iria gostar de participar? • Seja um ser brincante: não tem como desenvolver o brincar sem acreditar no brincar, a partir do momento que sou um ser brincante, sinto os benefícios que brincar promove, acredito nisso e trabalho com segurança, gerando assim segurança e confiança naqueles que aceitaram participar da minha aula. Criando e Co-criando suas dinâmicas lúdicas 65 Como encantar Muitas vezes não entendemos por que propostas lúdicas corporativas não dão certo, não despertam ludicidade na maioria dos participantes, pelo con- trário, muitos declaram que não gostam de participar de atividades com estas características e que não gostam da exposição que naturalmente acontece. Em primeiro lugar, devemos vencer o paradigma de que o adulto não brin- ca; de que o brincar faz parte somente do cotidiano infantil e que o brincar e o trabalho são dicotômicos, ou seja, não podem ocupar o mesmo espaço e tempo. Com o passar do tempo, o brincar fica de lado e com ele algumas de suas propriedades como a imaginação e a criatividade, dando espaço à produtivida- de e ao desempenho, e com eles vem as cobranças, as metas e a falta de tempo para o lazer, para divertir-se, para uma pausa e para o ócio, que segundo o sociólogo Domenico de Masi, necessário para o exercício da criatividade, im- portantíssima para o aumento da produtividade no trabalho. Diante dessas afirmações, devemos entender que nosso desafio inicia na quebra desse paradigma, segue na apresentação de propostas encantadoras, envolventes e significativas e finaliza na realização de uma continuidade des- te estado de ludicidade, ou seja, de prazer e do desejo por mais momentos lúdicos corporativos. Tanil (2013)[53] afirma que culturalmente o homem sempre brincou; que brincar faz parte do desenvolvimento humano, e que o brincar era considerado uma atividade coletiva, parte do cotidiano adulto e infantil, sendo assim, faz-se evidente que as dinâmicas lúdicas quando bem produzidas e aplicadas terão uma grande possibilidade de serem aceitas e reverenciadas pelos participantes. Quando somos solicitados para elaborar uma dinâmica lúdica, nos preocupamos com os objetivos, com os materiais, com a duração, com o resultado e nos esquecemos do processo, nos esquecemos dos protagonistas da cena, os funcionários. As dinâmicas lúdicas oferecem aos participantes a oportunidade de brin- car, que para Jurdi, et al. (2017)[95] trata-se de uma atividade fundamental no ser humano. Os autores continuam afirmando que quem brinca espontaneamente exer- cita sua criatividade, vive suas emoções, exercita sua imaginação e inteligência, sendo assim, uma proposta lúdica dentro do ambiente corporativo por si só quando bem aplicada e vivenciada de corpo e alma pelos participantes, além de poder exercitar os objetivos solicitados pela empresa, os levará de encontro a sua essência, a sua infância, aos seus desejos e aos seus anseios e quem sabe o ajuda a descobrir sentido. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 66 Conforme o Guia de Excelência em Ginástica Laboral produzido pelo CREF4/ SP com apoio da Associação Brasileira de Ginástica laboral (ABGL), disponível para download em: <https://www.crefsp.gov.br/comunicacao/manuais-e-cartilhas/> os fundamentos didático-pedagógicos dos Programas de Ginástica Laboral devem levar em consideração a análise do ambiente de trabalho e dos trabalhadores, os objetivos, as estratégias de ensino-aprendizagem, dos materiais, entre outros. Além destes fatores extremamente importantes para o sucesso do progra- ma não podemos deixar de considerar também os aspectos socioculturais, toda empresa possui características particulares da região que está localizada, da nacionalidade e naturalidadedos seus funcionários e da cultura da origem da empresa, principalmente no caso de empresas estrangeiras. A brincadeira pressupõe uma aprendizagem social, que exige dos parti- cipantes um papel ativo na garantia de mais espaços de brincar, parte desta garantia parte da participação efetiva, com a presença real e do respeito. Na tentativa de tornar as dinâmicas lúdicas verdadeiramente uma opor- tunidade de brincar e jogar, neste último, entenda jogar como relacionar-se, seguir regras, obter resultados, farei uma análise a partir das contribuições de Luperini (2011)[94] que definiu o jogo a partir da perspectiva de Roger Caillois, um sociólogo, escritor e crítico literário. Callois define o jogo como uma atividade: livre e voluntária, sendo assim, a participação dos funcionários não deve ser em caráter mandatório, o profes- sor deve ser capaz de envolver e estimular a participação dos funcionários por meio de estratégias que vão desde o carisma, a curiosidade e a necessidade de vencer desafios. Ele continua dizendo que o jogo é uma atividade incerta, que o resultado não é conhecido a priori, essa também pode ser considerada uma característica de nossas dinâmicas os resultados dependerão de uma série de questões, algumas operacionais, como tempo, materiais, número de alunos como também de habilidades, como criatividade, raciocínio, capacidade de co- municação, de trabalho em equipe entre outras. E por último, continua definindo o jogo como uma atividade delimitada, tem um momento de começar e um momento para terminar, característica tam- bém bem definida em nossas dinâmicas, visto que, nosso tempo para aplicabi- lidade é de no máximo 15 minutos. Existem outras características que definem o jogo pelo olhar de Callois, po- rém nos limitaremos a discutir estas, as quais possuem maior afinidade com as dinâmicas lúdicas propostas dentro dos programas de ginástica laboral. Oferecer espaços para o indivíduo brincar dentro do ambiente corporativo dará a ele a oportunidade de assimilar e reorganizar suas experiências, valori- zar sua origem e relaxar. Criando e Co-criando suas dinâmicas lúdicas 67 Apesar de este livro oferecer dinâmicas lúdicas dirigidas, vale lembrar que o brincar é insubordinado e pode a qualquer momento mudar de forma e che- gar a outros resultados, por isso, faz-se necessário realmente aprender a fazer brincar, aprender a fazer uma leitura sensível e ao mesmo tempo profunda do que está sendo vivido a cada momento, cada dinâmica poderá oferecer a você uma dica de qual deve ser seu próximo passo junto aquele grupo. É evidente que não podemos ser pretensiosos em achar que as intervenções por dinâmicas lúdicas dentro do ambiente corporativo, tornarão aquele ambiente harmonioso, produtivo, criativo e cooperativo, porém uma prática constante destes momentos poderá despertar um olhar mais sensível para si e com o outro. Para tanto, o professor deve sentir amor e paixão pelo que faz, buscar co- nhecimento, trabalhar com alegria, empatia e criatividade (Lima, 2007)[1]. Ao aplicar as dinâmicas lembre-se de: • manter o foco nos objetivos das dinâmicas: Quais são os objetivos da dinâmica, procure levar aos participantes o reconhecimento do que foi trabalhado; • desenvolver a presença efetiva de todos os participantes, eles devem fazer parte do que está sendo desenvolvido, compreender seus objeti- vos, refletir sobre o que está sendo trabalhado e desejar saber como ela termina; • ser facilitador, para que os participantes acreditem nas suas propostas, eles precisam perceber vocês como parte dela e do grupo. O que evitar Diante de toda experiência adquirida durante esses anos, decidimos apre- sentar algumas dicas do que evitar, que poderão colaborar para o sucesso de suas aulas. • Priorizar o resultado e não o processo: em especial nas dinâmicas lúdi- cas para os programas de ginástica laboral, tenha um olhar especial para o processo, muitas vezes, o grupo, não alcança o resultado esperado, mas a sensação de prazer e alegria gerada por aquela brincadeira valeu muito mais que atingir uma meta, uma resposta esperada etc. • Exigir participação e performance: cada indivíduo se comporta de uma forma, cada um tem seu repertório de práticas corporais, cada um se Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 68 expõe de uma maneira, portanto, exigir um tipo de participação e per- formance, poderá inibir a participação do funcionário na dinâmica e até mesmo fazer com que ele não deseja mais participar. • Comparações: Assim como exigir participação não é uma boa conduta para um facilitador, evite também comparações, isso também poderá inibir o participante. • Deixar alguém em extrema evidência: pratique e empatia, se coloque no lugar do outro, imagine-se no meio de todos, em uma prática não usual para o adulto que é o ato de brincar, que expõe mais a pessoa, e o facilitador te coloca em extrema evidencia, seja por um comportamento engraçado, por uma falha, ou até mesmo por uma performance acima da média, o ideal é manter todos os participantes em situação de igual- dade, se alguma correção for necessária, faça de forma coletiva, aqueles que precisarem corrigir alguma coisa, entenderá e corrigirá. • Pagamentos de prendas ou castigos por resultados negativos: essa é a principal atitude que devemos evitar, isso pode gerar frustração, causar vergonha, propiciar uma exposição negativa, pois não devemos eviden- ciar os erros e sim as sensações prazerosas que o brincar proporciona. • Dinâmicas competitivas: não viemos aqui criticar as dinâmicas com- petitivas, elas podem ser saudáveis e necessárias, mas a preocupação é com o nosso tempo para aplicar e dissolver qualquer tipo de atrito gera- do no grupo que porventura perder a competição, se o clima organiza- cional já estiver fragilizado, essa dinâmica talvez acentue essa situação. • Recompensas: também não condenamos as recompensas por participa- ção, presentes no final da atividade, mas lembre-se que se você vincular a participação a um brinde, toda vez que você convidar o grupo para participar de uma dinâmica ele vai esperar um brinde no final. 69 Dinâmicas lúdicas: a prática As dinâmicas aqui propostas surgiram de recriações de dinâmicas e jogos de empresas já existentes, da adaptação de jogos e brincadeiras infantis, de di- nâmicas teatrais, de vivências produzidas nos cursos e por fim de inspirações a partir de uma leitura, de uma imagem e ou de uma frase. Nelas vocês vão encontrar o nome, materiais utilizados, objetivos, desen- volvimento, variações, que se refere a outras possibilidades de aplicação e refi- namentos e cuidados, neste último, após algumas vivencias, sugerimos alguns cuidados/ajustes que surgiram de acordo com a prática. Espreguiçamento lúdico Objetivos: tornar este momento que geralmente inicia a aula, um momento prazeroso, espontâneo e integrativo. Materiais: música animada. Desenvolvimento: solicite que todos espreguicem a vontade, para isso é necessário que o facilitador não execute o espreguiçamento, seja um observador, provavelmente apesar de ser livre o espreguiçamento é semelhante e contido, em seguida solicitar diferentes formas de espre- guiçar, como em duplas, trios, olhando nos olhos, olhando quem não está olhando para você, sorrindo etc. sempre ao som da música. Variações: espreguiçar com materiais, faixas coloridas, bolas, bexigas etc. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 70 Lembranças de férias Objetivos: exercitar a criatividade, integrar e possibilitar aos participantes recordarem momentos bons e divertidos de férias anteriores. Materiais: uma música animada e um objeto que remeta a férias (sugiro uma máquina fotográfica de brinquedo). Desenvolvimento: em círculo os participantes deverão passar o objeto acompanhado pela música, quando a música parar o participante que estiver com o objeto nas mãos, deverá completar a frase dita pelo faci- litador, por exemplo: Férias têm sabor de_____________ Férias têm cheiro de _____________ Férias é o momento de_____________ Férias é igual a _____________ Férias me lembram _____________ Variações: se desejar durante a música execute com os participantes em du- plas, alongamentos no mesmo momento que o objeto é passado, quan- do a música parar a dupla que estiver com o objeto nas mãos, deverão completar a frase. Refinamentos e cuidados: não há. Eu vou viajar Objetivos: descontrair, integrar e desenvolver a atenção. Materiais: não há. Desenvolvimento: posicionados em círculo, os participantes e o facilitador de- verão escolher quem vai começar.Ele pode pedir voluntários ou começar ele mesmo. O primeiro deverá dizer: “Eu vou viajar e vou levar comigo...”, por exemplo: Eu vou viajar e vou levar comigo um óculos de sol” o próxi- mo continua a brincadeira, sendo que deve dizer que vai viajar, vai levar o objeto escolhido pelo participante anterior e acrescentar o que levaria. Por exemplo: “Eu vou viajar e vou levar comigo um óculos de sol e uma bolsa” e assim sucessivamente. O objetivo é que a brincadeira continue até que o tempo acabe ou que alguém não lembre mais o que algum dos partici- pantes vai levar. Você irá observar que eles mesmos se ajudam, tornando a brincadeira uma grande oportunidade de exercitar a cooperação. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 71 1 minuto Objetivos: desenvolver a atenção, a cooperação, o pensamento estratégico, a comunicação e por fim o trabalho em equipe. Materiais: um objeto lúdico pode ser uma bola colorida, uma mola maluca, um carrinho etc., e um cronômetro. Desenvolvimento: em círculo os participantes receberão do facilitador um objeto, que deverá passar por todos, independentemente da forma es- colhida, porém uma única vez por participante e retornar ao primeiro em exatamente 1 minuto. Variações: variar o tempo e a formação do grupo. Refinamentos e cuidados: se tiver um grande número de pessoas deve-se dividir o grupo, tomando cuidado com a competição, uma sugestão é passar o mesmo objeto entre os dois grupos, ou até mesmo, dois obje- tos, só que o cronômetro só para quando os dois objetos chegarem ao participante que começou a brincadeira, assim os dois grupos assumi- rão um mesmo desafio. Bilboquê Objetivos: descontrair, trabalhar a coordenação motora, trabalhar a temá- tica do gerenciamento do estresse. Materiais: 01 (uma) folha de papel (rascunho) por participante Desenvolvimento: dispostos em círculo ou espalhados pelo espaço. O facilitador deve pedir para todos pensarem em quais são seus princi- pais agentes estressores, o que os deixa estressado e conversar sobre a importância de saber gerenciá-los, saber reconhecê-los e tentarem buscar soluções para minimizar os desgastes que provocam. Depois reforce, por exemplo, a atividade física como uma das formas de gerenciamento. Enquanto discursa, solicite que os participantes dobrem o papel no meio e marquem o máximo possível o vinco da dobra, até que fique bem marcado, esta seria uma forma figurativa de deixar no papel seus agentes estressores. Todos os braços estendidos a frente, o facilitador deve pedir ao mesmo tempo segurarem nas pontas do papel aberto e bem marcado no centro, e em um único movimento rasgar esse papel no meio afastando os braços, como uma medida de aliviar o estresse, uma parte da folha (a maior) o participante Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 72 deve fazer um cone a outra uma bolinha, agora é só começar a brincar, jogando a bolinha para o alto e tentando pegar, sozinho, com giros, em duplas, trios etc. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: cuidado com a limpeza do local, pedir que reco- lham as bolinhas, podendo inclusive fazer uma metáfora que devemos jogar nossos agentes estressores no lixo. Complete o desenho Objetivos: desenvolver a criatividade, a comunicação e descontrair. Materiais: 01 (uma) folha de papel (rascunho) por dupla Desenvolvimento: dispostos em duplas. A dupla deve escolher quem irá começar, este deverá imaginar um desenho sem falar para o outro, o desenho no papel somente com um traço, o outro da dupla deverá ten- tar adivinhar o que ele quer desenhar e continuar o desenho com outro traço e assim sucessivamente. É importante que aquele que imaginou o desenho tente o tempo todo demonstrar para o outro qual é o seu desenho, mesmo que para isso, modifique os traços desenhados, mude a posição da folha e etc. Variações: fazer a atividade em grupos. Refinamentos e cuidados: não há. Celebridades Objetivos: desenvolver a comunicação, a valorização do outro e integrar. Materiais: 01 (uma) folha de papel (rascunho) por participante e uma mú- sica animada. Desenvolvimento: em posse de um papel cada participante no tempo da música deverá conseguir a maior quantidade de autógrafos possíveis, sendo que deverá seguir a seguinte regra: antes de pedir o autógrafo o solicitante deve justificar o porquê deseja aquele autógrafo, o que admira no outro, no que ele se destaca etc. Quem for dar o autógrafo deverá cobrar à justificativa, ou seja, por que você quer meu autógrafo? Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 73 Bingo humano Objetivos: descontrair, integrar, conhecer o outro e desenvolver a comunicação. Materiais: 01 (uma) cartolina por grupo, uma música animada e canetinhas. Desenvolvimento: para iniciar os participantes deverão anotar em uma fi- lipeta como gostam de ser chamados (apelidos) e qual é o seu esporte favorito, estas filipetas servirão para o sorteio do bingo. Em seguida deverão desenhar na cartolina uma cartela de bingo, o número de ca- sas depende do número de participantes, ao sinal do facilitador (ini- cio da música) os participantes deverão tentar preencher suas cartelas com os apelidos e esportes favoritos escolhidos. Ao final da música e com as cartelas preenchidas, comece o bingo. Variações: a atividade pode ser aplicada também de forma individual, Refinamentos e cuidados: os participantes deverão passar para os demais os mesmos apelidos e esportes escolhidos nas filipetas, as cartelas não deverão ser preenchidas pelas escolhas dos participantes do seu pró- prio grupo, deixe que eles estabeleçam suas estratégias para colher in- formações e preencher suas cartelas. Caso fique alguma casa da cartela em branco, esta deverá achurada, como nas cartelas originais. Toró de ideias Objetivos: integrar, desenvolver a comunicação, o potencial criativo, dis- cutir sobre uma temática específica. Materiais: não há. Desenvolvimento: reunir os participantes em dois círculos, um dentro e o outro fora, assim os participantes formarão duplas, um de frente para o outro, o facilitador dará um tema para que os participantes do círculo de dentro falem sobre ele sem parar, a dupla do círculo de fora deverá ficar totalmente sem expressão ao que está sendo dito, não poderá dialogar, dar risada, discordar, concordar e etc., deverá olhar fixamente para quem está discursando, depois de um tempinho o círculo de dentro deve rodar para o próximo participante, em seguida inverte o grupo que discursa. Variações: além de temas importantes como saúde, atividade física etc. o facilitador poderá inserir temas engraçados, como piolho, girafa etc., tornando assim a atividade mais leve, espontânea e lúdica. Refinamentos e cuidados: cuidado com a escolha de temas que provoquem polêmicas ou que remetam a duplos sentidos. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 74 Quebra-cabeça da laboral Objetivos: descontrair, integrar, exercitar a criatividade e reforçar o conhe- cimento dos participantes do repertório de movimentos. Materiais: música animada. Desenvolvimento: dispostos livremente no espaço destinado para a aula, o facilitador deverá solicitar aos participantes que se desloquem li- vremente no espaço de aula, ouvindo e “sentindo” a música, pelo es- tímulo sonoro que a música proporciona, alguns começam a se soltar e atémesmo dançar, quando o facilitador parar a música um partici- pante deverá colocar-se em uma postura de alongamento, os demais rapidamente deverão compor essa construção, ligando-se a este par- ticipante reproduzindo outras posturas, todas as posturas deverão ser diferenciadas e estar conectadas. Quando a música reiniciar todos deve soltar-se e continuar deslocando-se até que a música pare nova- mente e outro participante reinicie a conexão. Variações: não tem. Refinamentos e cuidados: o facilitador deve ter muito cuidado com a es- colha da música, evitar músicas da moda ou que contenham palavras de baixo calão, pois se corre um sério risco de não ser ouvido ou até mesmo que empresa chame sua atenção pela sua escolha musical. Gênios da laboral Objetivos: descontrair, integrar, exercitar a criatividade, desenvolver as ca- pacidades de memória e atenção. Materiais: não há. Desenvolvimento: quem não se lembra daquele brinquedo de sequência de cores e sons? Em duplas, o facilitador deverá pedir para a dupla escolher quem é o 1 e quem é o 2 da dupla, pra variar um pouco e descontrair, o facilitador informa que nesta dinâmica quem começa é o 2. De frente um para o outro, o 2 da dupla deverá executar três movimentos da ginástica laboral o 1 da dupla imediatamente deverá reproduzir os movi- mentos e incluir mais um movimento, logo em seguida o 2 deverá realizar os seus três movimentos, o movimento do seu par e acrescentar mais um movimento e assim sucessivamente. Se alguém errar começa tudo de novo. A Dinâmicas lúdicas: a prática 75 brincadeira termina quando terminar o tempo. Se houver tempo o facilitador pode sugerir a troca de duplas depois de certo tempo de atividade. Variações: utilizar uma música ambiente; com o passar da atividade, você observará que as duplas se ajudam a recordar os movimentos, mais uma vez, a atividade torna-se uma proposta cooperativa. Refinamentos e cuidados: não há. Boneco maluco Objetivos: descontrair, integrar, exercitar a criatividade, aquecer e traba- lhar a mobilidade articular. Materiais: músicas animadas. Desenvolvimento: em duplas, a dupla decide quem inicia, ao som da mú- sica, quem começa deve tocar levemente na parte do corpo do outro, este imediatamente deve movimentá-la sem parar, a cada toque mais um movimento, até que ele movimente todo seu corpo, depois troca. Variações: realizar a atividade com duas músicas com ritmos diferentes (agitado e calmo); utilizar objetos para substituir o toque, como bexigas. Refinamentos e cuidados: não há. Sorriso milionário Objetivos: descontrair, integrar, quebrar o gelo. Materiais: botões, ou bolinhas de papel ou bolinhas de gude e uma música animada. Desenvolvimento: distribua três bolinhas para algumas pessoas do grupo, quando a música começar os participantes que não estão com as bo- linhas (jóias, moedas etc.) deverão procurar os participantes que pos- suem as riquezas, e tentar fazê-los dar risada, se conseguir, deverão ganhar uma bolinha e a brincadeira continua. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: deixar claro que não poderão fazer cócegas e ou outro contato no outro para fazê-lo sorrir. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 76 Equilibrando Objetivos: descontrair, integrar, desenvolver a segurança no outro e desen- volver o equilíbrio corporal. Materiais: música animada. Desenvolvimento: uma boa estratégia para conversar com o grupo sobre a importância do fortalecimento da musculatura e uma boa postura para a manutenção do equilíbrio. Em duplas, a dupla decide quem inicia a atividade, ao som de uma música, quem começa deve conduzir o mo- vimento para uma postura sem tocá-lo, como se tivesse manipulando um boneco, o colega deverá continuar o movimento seguindo-o. O ob- jetivo da atividade é colocar o colega em uma posição de exigência de equilíbrio, por exemplo, pela continuidade dos movimentos, o colega que está sendo “moldado” fica em uma posição do “avião” da ginás- tica, depois troca. Variações: realizar a atividade com músicas com ritmos diferentes (agitado e calmo) e perceber o que acontece. Refinamentos e cuidados: sugerir que tirem os sapatos, se for o caso distri- bua pequenos tapetinhos de TNT. Jogo das profissões Objetivos: integrar, desenvolver a criatividade e exercitar a expressão corporal. Materiais: papel, barbante para fazer o cartão crachá e música animada ou etiquetas. Desenvolvimento: será distribuído para cada participante um crachá pron- to (papel fixado no barbante) e uma profissão descrita, este deve ficar nas costas de cada participante, de forma que ele não consiga visuali- zar qual será sua profissão, cada um receberá uma profissão, quando a música parar, os participantes deverão formar duplas, ler o que está escrito nas costas do amigo e tentar demonstrar por mímicas qual é a profissão do outro. Variações: o facilitador poderá também determinar profissões mais com- plexas, tipo veterinário especializado em zebras etc. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 77 Joquempô na laboral Objetivos: descontrair, integrar e desenvolver a atenção. Materiais: não há. Desenvolvimento: em duplas, todos devem brincar de joquempô, uma brincadeira de infância, agora o facilitador irá propor um desafio, de frente um para o outro, cada integrante da dupla, deverá ficar com os pés um atrás do outro, com o calcanhar bem próximo da ponta do pé do pé que está atrás, a cada perda o integrante da dupla que ganhou deverá levar pé que está à frente pra trás, continuando deixando-os bem próximos, o integrante que perdeu, deverá afastar o pé que está à frente alcançando o pé do colega, mas sem deslocar o pé que está atrás, ou seja, terá um afastamento das pernas, se ganhar, o afastamen- to de quem perdeu aumenta, se perder retorna uma posição e assim sucessivamente. Variações: pode-se fazer o joquempô em pequenos grupos, entre equipes. Refinamentos e cuidados: no caso do afastamento das pernas, o facilitador deverá ficar atento aos participantes, caso algum integrante de uma dupla esteja com amplo afastamento das pernas, pode pedir para tro- car as duplas, tirando-o da situação de desconforto. Dinâmica do líder Objetivos: aquecer, integrar, desenvolver a atenção e a criatividade. Materiais: não há. Desenvolvimento: em círculo, um participante deverá ser escolhido de forma voluntária, este deverá afastar-se do grupo, o grupo terá que escolher um líder do movimento, toda vez que ele mudar o movimen- to todos devem mudar rapidamente com ele. A regra do jogo é que ao retorno do participante que ficou afastado que ele tente descobrir quem é o líder do grupo. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: cuidado com o tempo, talvez você tenha que interceder para que a atividade flua com motivação. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 78 Construção coletiva Objetivos: integrar e desenvolver a criatividade. Materiais: diferentes sobras de papeis (tamanhos grandes), papel pardo, revistas velhas ou jornal. Desenvolvimento: em duplas ou em pequenos grupos, o facilitador dará um tempo para cada dupla ou equipe criar algo com aquele papel, seja com dobraduras, amassando os papeis etc., a ideia é abusar da criativi- dade e desenvolver a comunicação. Variações: podem-se determinar temas para a construção. Refinamentos e cuidados: procure utilizar sobras de papeis. Caçador, espingarda e leão Objetivos: descontrair, integrar, desenvolver a expressão corporal e a lin- guagem não verbal. Materiais: não há. Desenvolvimento: os participantes divididos em duas equipes, cada uma deverá decidir que personagem eles irão representar, lembrando que o leão mata o caçador, o caçador domina a espingarda e a espingarda mata o leão, ao combinarem o personagem as equipes deverão virar- -se de costas e ao sinal do facilitador deverão virar e demonstrar que personagens escolheram. É importante o facilitador estimular a criati- vidade e a expressão corporal para simbolizarem as personagens,in- clusive em ambientes que forem permitidos, combinem também sons diferentes. Ganha a equipe que escolher mais personagens que matem ou dominem o outro. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 79 “Futemão” Objetivos: aquecer, promover a integração e a capacidade de atenção. Materiais: bolas médias coloridas e macias. Desenvolvimento: em círculo com médio afastamento lateral das pernas e pés próximos todos os participantes deverão realizar uma flexão de tronco, ao sinal do facilitador deve-se iniciar um futebol, cada partici- pante tentará fazer gol por entre as pernas do outro. Variações: caso o participante leve um gol, ele passará a defender-se do gol com uma mão só ou o facilitador poderá inserir mais bolas no jogo. Refinamentos e cuidados: para não exigir muito da lombar dos participan- tes, a cada gol o facilitador pode orientar que todos devem levantar-se e comemorar o gol e ou trocar de lugar, compensando assim a lombar. Jogo da velha laboral Objetivos: desenvolver a coordenação motora, a atenção, a agilidade, o pensamento estratégico e o trabalho em equipe. Materiais: faixas de tecidos para construção dos tabuleiros do jogo da velha. Desenvolvimento: serão distribuídos kits de jogo da velha. Cada equipe deverá ter cinco pessoas que serão as peças do jogo, antes de iniciar as equipes deverão determinar que movimento da ginástica laboral simbolizará o “x” e o “0” do jogo. Ao sinal do facilitador começa o jogo. Variações: dar a opção para as equipes decidirem colocar mais uma peça no jogo ou tirar uma peça da equipe adversária. Refinamentos e cuidados: zele pela participação de todos, se tiver mais de cinco pessoas por equipe, sugira que os demais integrem os grupos para colaborar nas estratégias e jogar. Se faltar participantes, substitua- -os por desenhos ou por objetos do grupo, como sapatos etc. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 80 Gente com gente Objetivos: integrar e desenvolver o cuidado com o outro. Materiais: não há. Desenvolvimento: forme duplas, peça que eles decidam quem irá iniciar a aula, dê sua aula, sendo que um da dupla executa e o outro terá a fun- ção de cuidar, ou seja, verificar se o outro está conseguindo executar o movimento, se necessita de ajuda e etc., depois troca. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: esta é uma atividade irá requerer de você uma facilitação muito especial, demonstre a importância de cuidar do outro e ser cuidado. Como eu estou? Objetivos: trabalhar atenção, integração, comunicação e o cuidado com o outro. Materiais: não há. Desenvolvimento: em duplas, a dupla deve escolher quem vai começar a atividade, ao sinal do facilitador este deve observar sua dupla, após 02 minutos ele deve fechar os olhos e responder as perguntas que sua dupla fizer, por exemplo: Qual é a cor do meu sapato? Qual é a cor dos meus olhos? Estou de unhas pintadas? Variações: não há. Refinamentos e cuidados: reforçar o cuidado com perguntas muito pes- soais e indiscretas. Dinâmicas lúdicas: a prática 81 Acróstico da saúde Objetivos: integrar, desenvolver a criatividade e promover a discussão so- bre um tema específico. Materiais: papel rascunho e caneta. Desenvolvimento: atividade muito boa para acompanhar as ações da SIPAT, o facilitador deverá dividir os participantes em grupos, cada grupo deverá criar um Acróstico com a palavra saúde, apresentá-lo e justificar o porquê da escolha. Por exemplo: S - Saudável A - Alimentação U - União D – Diversão E – Educação Variações: solicitar aos grupos que insiram um desenho que remeta a pa- lavra do acróstico, por exemplo, substituir a palavra diversão por um sorriso etc. Refinamentos e cuidados: não há. Do começo ao fim Objetivos: integrar, descontrair, desenvolver a memória, o trabalho em equipe e a comunicação. Materiais: não há. Desenvolvimento: comece sua aula em círculo, dê 01 minuto para que eles memorizem a formação do grupo em seguida já solicite a troca total de lugares e inicie sua aula, em determinados momentos da sua aula, sugira novas trocas totais até que no final da aula o grupo esteja tudo misturado, finalizando sua aula dê a eles novamente mais um minuto para que eles se organizem na formação inicial. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: ideal para grupo entre 15 e 30 participantes, gru- pos maiores forme um círculo dentro do outro. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 82 Saúde em movimento Objetivos: sensibilizar os participantes sobre a importância da adoção de um estilo de vida saudável, trabalhar a cooperação e a integração. Materiais: barbante. Desenvolvimento: simbolizando uma grande corrente da saúde, o facilita- dor deverá distribuir um dia antes ou no mesmo dia para cada partici- pante um pedacinho de barbante ou fita, no dia da aula, ele deve con- vidar todos os participantes para um grande desafio pela SAÚDE, todo barbante distribuído deverá ter um participante convidado segurando-o na outra extremidade. Após ter todas as duplas unidas pela saúde, o fa- cilitador deverá estipular um tempo para que cada um ouça um pouco do outro de como anda sua saúde e que nota ele daria hoje para a sua saúde, saliente que se trata de uma troca e que se deve respeitar a indivi- dualidade de cada um, permita que eles façam uma breve reflexão sobre a nota atribuída a sua saúde e para finalizar o facilitador deverá aplicar uma aula em dupla bem criativa utilizando os barbantes e convidar a to- dos para tentar aumentar ou pelo menos manter sua nota participando das aulas de ginástica laboral, lembrando que independente da tecnolo- gia nosso maior instrumento de trabalho é o nosso corpo e que por isso devemos realizar sempre a manutenção dele. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: cuidado para não tornar a conversa uma crítica ao outro e sim um cuidado. Ação e reação Objetivos: descontrair, integrar e desenvolver o tempo de reação. Materiais: não há. Desenvolvimento: trata-se de uma atividade que desenvolverá a resposta mais rápida a um estímulo externo. Utilizamos três comandos (estímu- los) no decorrer deste jogo que são: 1 – “OI”; 2 – “Como Vai?” (junta- mente com um aperto de mão) e o 3 – Um abraço. O facilitador deverá explicar e treinar com todos o que significa cada nú- mero. Após alguns ensaios, o facilitador deve solicitar aos participantes que se desloquem no espaço e ir ditando os números, os participantes deverão procu- rar alguém mais próximo para executar o solicitado pelo comando. Dinâmicas lúdicas: a prática 83 Variações: pode-se também fazer esta brincadeira dentro de uma aula de laboral, ou seja, durante a aplicação de uma aula mais técnica, o faci- litador explica os comandos e diz que a qualquer momento poderá solicitá-los, pegando os participantes de surpresa, após a execução ele continua a aula. Refinamentos e cuidados: não há. Amigo secreto relâmpago Objetivos: comemorar o Natal e integrar. Materiais: solicitar “presentes” aos colaboradores, o que tiver na mesa, nas gavetas, se quiser desenhar, estimule-os a usar e abusar da criativida- de, filipetas com os nomes dos participantes da aula. Desenvolvimento: cada participante deverá escrever seu nome em uma fi- lipeta e entregar para o facilitador, este deverá sortear um amigo secre- to, após o sorteio ele dará 5 minutos para cada colaborador encontrar algo para dar ao seu amigo, pode-se fazer um desenho, uma poesia ou até mesmo dar um bombom ou algo que tem a sua mesa, depois haverá a troca dos presentes. Variações: Não há. Refinamentos e cuidados: Veja se alguém não tirou o próprio nome e certi- fique-se que todos entregaram as filipetas. Diferentes formas de passar Objetivos: divertir e desenvolver a criatividade. Materiais: 01 objeto ou brinquedo e músicas de diferentes estilos e ritmos. Desenvolvimento: o facilitador deverá levar um objeto (escolha um brin- quedo) para desenvolver a atividade, em círculo ou dispostos pela sala o facilitador deverápassar este objeto para um participante de uma maneira diferente e criativa e este deverá continuar passando o brin- quedo, sempre tentando criar uma maneira nova, lembrando que o ritmo da música poderá facilitar a atividade. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: cuidado para ninguém jogar o objeto no outro e machucar. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 84 Siga a sequência Objetivos: desenvolver a atenção, a memorização, a coordenação motora e o tempo de reação. Materiais: bolas coloridas macias e de diferentes tamanhos. Desenvolvimento: todos em círculo o facilitador entrega uma bolinha para algum participante da roda, esta deverá passar para outro participan- te, quem recebeu a bolinha deve passar para outro, seguindo as se- guintes regras: a) A bolinha de passar entre todos participantes de forma aleatória; b) Quando ela passar por todos, ela deve ser lançada novamente para quem iniciou a atividade. A mesma sequência deve ser repetida por algumas vezes só que cada vez mais rápido e eficiente. Após algumas rodadas, o facilitador deverá entregar outra bola para o participante que iniciou a atividade e esta deverá seguir a mesma sequência, paralela com a que já está em jogo, e assim sucessivamente, o número de bolas em sequência dependerá do tamanho e da resposta do grupo. Variações: Insira bolas de diferentes tamanhos. Refinamentos e cuidados: solicitar sempre que a bola seja arremessada de cima para baixo, evitem bolas pequenas e que quiquem muito. Palmas 1, 2, 3, 4, 5 Objetivos: desenvolver a atenção, a memorização, a coordenação motora e o tempo de reação. Materiais: não há. Desenvolvimento: todos em círculo o facilitador informa que será realiza- da uma sequência de palmas e movimentos, 05 (cinco) palmas batidas na lateral com o amigo que está à direita e na esquerda, em seguida de- ve-se bater uma palma embaixo de uma das pernas com flexão do joe- lho, sempre contando, 1,2,3,4,5 nas laterais, 6 embaixo da perna direita. Em seguida repetir toda a sequência 1,2,3,4,5, sendo que vamos incluir mais um número, ou seja, 6 na embaixo da perna direita e 7 da esquerda e assim su- cessivamente, sempre acrescentando mais um número chegando até o 10. Dinâmicas lúdicas: a prática 85 Variações: quem se atrapalhar e não seguir a sequência deverá virar de cos- tas para o grupo, porém continuando na atividade; realizar a dinâmica em duplas e ou trios. Refinamentos e cuidados: não há. Caras e caretas Objetivos: estimular a criatividade, quebrar paradigmas que o adulto não brinca e descontrair. Material: música animada. Desenvolvimento: solicitar que os funcionários andem aleatoriamente pelo espaço e quando a música parar, eles devem encontrar um amigo, pa- rando de frente um para o outro e ambos devem fazer diferentes caras e caretas ao mesmo tempo, quando a música voltar, voltam a andar. Variações: Pode-se estipular uma quantidade de caras e caretas a cada en- contro, por exemplo, 05 caras e caretas diferentes. Refinamentos e cuidados: Não há. Amigo da vez Objetivos: descontrair, desenvolver a atenção e a agilidade. Materiais: cadeiras Desenvolvimento: as cadeiras devem estar em formação de círculo. Em duplas, um participante ficará sentado na cadeira e o outro ficará em pé atrás. Os participantes sentados são os amigos da vez e os partici- pantes em pé são aqueles que vão desejar em algum momento ter um amigo. Um participante deve ficar sozinho sem o amigo da vez atrás de uma cadeira vazia. Este deve começar piscando para algum amigo de outra dupla, que deverá sair correndo trocando de lugar, porém o seu amigo poderá impedi-lo tocando em suas costas. Variações: se não houver cadeiras, adaptar a atividade, sendo que o amigo que será caçado pode ficar em pé na frente do seu amigo da vez. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 86 Reflexo Objetivos: desenvolver a coordenação motora, a atenção e descontrair. Desenvolvimento: em duplas, um participante na frente (A) e o outro atrás (B). Quando o participante A tocar o lado direito do B, este deverá levantar o braço esquerdo, quando tocar o lado esquerdo, deverá le- vantar a perna direita. Tocar em lugares diferentes do corpo, como no braço, perna, orelha, mão, cintura, para confundir o participante. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. O que você faria? Objetivos: Descontrair, despertar no grupo a importância de saber a in- formação completa para a interpretação correta de qualquer assunto. Materiais: Papel rascunho (1/4 de uma folha) com a seguinte descrição no topo da folha “O que você faria se________________________?” e uma caneta por participante. Desenvolvimento: Forme um círculo com o grupo, cada um deve comple- tar a pergunta com o que desejar, lembrando sempre de pedir que as pessoas tenham cuidado com perguntas indiscretas e ou maliciosas. Por exemplo, O que você faria se tivesse um dia de folga? Em seguida cada participante deverá dobrar a pergunta de modo que não permita a leitura do grupo. Em seguida essas perguntas devem girar entre o círculo, cada um que rece- ber as folhas deverão respondê-la como se estivesse respondendo a sua própria pergunta. Para finalizar a brincadeira agora é a hora da leitura das perguntas e suas respectivas respostas, vale à pena aplicar é muito divertido, sairão respostas coerentes e ou sem nexo. Variações: Não há. Refinamentos e cuidados: Não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 87 Projetando minha saúde Objetivos: esta dinâmica tem como objetivo quebrar a ideia que projetar o futuro é só no final de ano, durante a virada do dia 31 ou quando é urgente. Despertar nos alunos uma oportunidade de traçar novas rotas, revisar ideais e ou propor mudanças no que se refere a um estilo de vida saudável. Materiais: papel, giz de cera ou canetinha. Desenvolvimento: durante a aula converse com seus alunos sobre a questão de projetos que idealizamos principalmente no início do ano e que nem sempre conseguimos realizar, após um uma sequência de movimentos, peça aos alunos que escrevam ou desenhem um projeto que teve nos últimos anos referente à saúde e qualidade de vida, em seguida após outros movimentos peça que eles tracem uma linha paralela e digam quantos % eles conseguiram realizar deste ou destes projetos, em segui- da após ou não outros exercícios, solicite que eles tracem outra linha e descrevam pessoas ou situações que poderão colaborar para sua execu- ção real, ao final tracem metas e prazos para cumprir, inclusive descre- vendo qual ou quais pessoas poderiam colaborar para realizá-lo. Variações: esta ação pode ser realizada em grupos, cada grupo descreveria alguns projetos comuns que o grupo encontrar após breve discussão. Refinamentos e cuidados: não há. O herói mora ao lado Objetivos: esta dinâmica tem como objetivo detectar entre os colaborado- res pessoas que passaram por momentos que consideram como um ato heroico, como salvar alguém, doar-se a algum projeto social etc. e por fim reconhecer o feito positivo dos outros. Materiais: papel, giz de cera ou canetinha. Desenvolvimento: de forma voluntária você tentará descobrir nos grupos heróis do dia a dia, quais foram suas histórias e depois compartilhe durante a semana com a autorização destes heróis anônimos suas histórias. Variações: esta atividade poderá virar um mural durante a SIPAT da em- presa, estabeleça seus contatos com o RH. Refinamentos e cuidados: não compartilhe histórias sem a autorização pú- blica dos participantes. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 88 Fut laboral Objetivos: descontrair, integrar, aquecer e desenvolver a coordenação motora. Materiais: bolinhas de massagem e ou bolinhas coloridas. Desenvolvimento: em quartetos: Uma dupla faz o papel do gol com as pernas e a outra dupla o jogador que vai cobrar o pênalti, conforme as seguintes regras: Dupla gol: Um do lado do outro, mãos dadas, em afastamento anteropos- terior, o pé direito de um da dupladeve ficar ao lado do pé esquerdo do outro, e as pernas que estão à frente devem ficar afastadas, forman- do assim um gol, cada um da dupla deve tentar agarrar a bolinha com a mão que está livre e impedir o gol. Dupla cobrança de pênalti: Um do lado do outro, mãos dadas, pés unidos, estes devem posicionar a bolinha e com os pés juntos devem tentar fazer a cobrança de pênalti. Depois inverte. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: cuidado com o espaço para realização da dinâ- mica, nem sempre é apropriada para o ambiente administrativo. Mãos que criam Objetivos: sugestão para comemorar o Dia do Artesão, 19 de março ou para SIPATs. Divertir, integrar e estimular a criatividade. Materiais: uma música estimulante e inspiradora. Sugiro músicas do Cirque du Soleil ou músicas New Age. Desenvolvimento: em círculo, iniciem a aula conversando com o grupo sobre o tema, que devemos ser os artesãos de nossas vidas, que somos artesãos de nossa obra e que somos o que deixamos. Em seguida con- vide-os para materializar essa ideia convide-os para juntos construir uma escultura única (do grupo), iniciem criando a escultura, facilite para que eles explorem a expressão corporal, lembre-se que nós pro- fessores somos o “espelho” e se demonstrarmos segurança e ludicida- de, um grande passo para o sucesso da sua aula. Inicie a escultura e convide um aluno para acrescentar sua obra a aquela escultura e assim à escultura começa a ganhar corpo e forma. Dinâmicas lúdicas: a prática 89 Variações: esta escultura pode ser realizada com massinhas de modelar, cada um receberá um pedaço de massinha e formará a escultura em um espaço comum e ficará exposta durante a semana. Ou que tal criar a escultura com faixas coloridas de TNT, cada um teria uma faixa de diferentes tamanhos e a escultura seria formada no chão pelo grupo, fotografe e exponha a foto na intranet da empresa com o apoio do RH. Refinamentos e cuidados: o facilitador deve criar um ambiente acolhe- dor e seguro para esta atividade, procure utilizar a música desde o início, para que as pessoas se envolvam na proposta, trabalhe a respiração, a presença de cada um na aula. Ao convidar o próximo “artesão” faça isso de forma criativa e acolhedora, demonstre cari- nho em suas atitudes. Passa ou repassa sustentável Objetivos: compartilhar conhecimento sobre práticas sustentáveis, ideal para SIPATs. Materiais: moeda sustentável use e abuse da sua criatividade para criar a arte da moeda, lembre-se que o cuidado com a apresentação do mate- rial colabora com o de sua dinâmica. Se puder organize esta ação com antecedência e solicite o apoio do RH da empresa ou do setor respon- sável por estas ações na empresa. Desenvolvimento: dividir os participantes em grupos, cada grupo recebe- rá 10 moedas sustentáveis para começar a brincadeira. Facilite com os grupos uma pequena gincana de perguntas e respostas, tipo passa ou repassa, o grupo que for iniciar a brincadeira deverá decidir quantas moedas ele apostará na pergunta, se o grupo acertar a resposta, o grupo ga- nhará o número de moedas sustentáveis do facilitador, se o grupo responder errado deverá repassar suas moedas para o grupo oponente. Se for organizada com antecedência você poderá conseguir com a empresa pequenas premiações com a empresa, como sementes de flores de girassol num saquinho transparen- te com uma frase de agradecimento. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 90 Seguem abaixo algumas sugestões de perguntas e respostas para a gincana. 1. Quantos por cento de gás podemos economizar cozinhando na panela de pressão: a) 60% b) 20% c) 70% 2. Cozinhar em fogo máximo ajuda a cozinhar mais rápido o alimento? a) sim b) não, se você faltou nas aulas de física, não vai saber que não adian- ta aumentar o fogo, sua comida não vai cozinhar mais depressa, pois a água não ultrapassa 100º C em uma panela comum, portanto o fogo alto vai apenas queimar sua comida. 3. Quantos quilos de gás carbônico na atmosfera representam seu ar con- dicionado sujo? a) 158 quilos, por isso, troquem ou limpe o filtro do seu ar condicio- nado constantemente. b) 20 quilos c) 90 quilos 4. Quanto de energia a função standby utiliza quando está ligada? a) de 15 a 40% b) de 5 a 10% c) de 2 a 7% 5. Plante uma árvore: Quanto absorve de gás carbônico consome uma árvore durante sua vida? a) 10 kg b) 200 kg c) 1 tonelada, plante uma árvore no seu jardim ou no jardim do seu bairro ou inscreva-se em programas como SOS Mata Atlântica ou Iniciativa Verde. Dinâmicas lúdicas: a prática 91 6. Prefira consumir comidas frescas, comidas congeladas consomem mais energia para ser produzida, você imagina quantas vezes mais uma comida congelada gasta de energia para ser produzida? a) 5 vezes mais b) 10 vezes mais c) 3 vezes mais. 7. Quanto tempo um CD demora para se decompor na natureza? a) 450 anos, prefira utilizar mídias regraváveis ou drives USB b) 200 anos c) 100 anos 8. Regar às plantas a noite economiza água? a) sim, regar as plantas a noite, evita que a água se perca na evaporação b) não 9. Ventilador de teto geralmente economiza quantos por centos de ener- gia do que o ar condicionado? a) 30% b) 70% c) 90%, geralmente o ventilador de teto já é o suficiente para refres- car e gastando 90% menos de energia. 10. Ao lavar seu carro de domingo, quanto é consumido aproximadamen- te de água deixando a mangueira comum aberta durante 15 minutos? a) 120 litros b) 200 litros c) 370 litros, com quatro baldes de 10 litros, 2 para ensaboar e 2 para enxaguar, é possível fazer uma lavagem completa, economizan- do 330 litros de água. Variações: Não há. Refinamentos e cuidados: as apostas das moedas deverão ser feitas antes dos grupos ouvirem as perguntas. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 92 Criando e recriando com bambolês Objetivos: trabalhar a criatividade, integrar e alongar. Materiais: uma música animada e 01(um) bambolê por dupla. Desenvolvimento: em duplas, o facilitador informa que durante a música as duplas devem encontrar diferentes formas de passar por dentro do bambolê, quando a música parar um integrante da dupla deve posi- cionar o bambolê da forma que desejar, o outro integrante da dupla, deverá criar uma forma de alongar com o bambolê já posicionado. Em seguida o facilitador continua a música e ao parar troca-se o executan- te do alongamento. Variações: se desejar troque o bambolê por outro objeto, por exemplo, bas- tão, fita, corda etc. Refinamentos e cuidados: fiquem atentos na quantidade de bambolês por aula, se for necessário realizem a atividade em trios. Poesia coletiva Objetivos: integrar, desenvolver o trabalho em equipe e sensibilizar. Materiais: uma cartolina ou uma folha de papel pardo e canetão. Desenvolvimento: o facilitador deverá escolher um momento de sua aula, eu sugiro no final, convidar os participantes a construírem juntos com os demais pontos de aula uma poesia coletiva, cujo nome será: O Alongamento em rima. Variações: a poesia gerada poderá compor o informativo da ginástica labo- ral ou ser divulgada na intranet da empresa cliente. Refinamentos e cuidados: não tem Dinâmicas lúdicas: a prática 93 Limerique da laboral Objetivos: descontrair, desenvolver a criatividade, sensibilizar, integrar, desenvolver a comunicação e o trabalho em equipe. Materiais: papel rascunho para os grupos. Desenvolvimento: forme grupos e dê a eles um desafio, criar um limeri- que, eles deverão criar um poema curto (tema livre ou dirigido), jun- tando a rima, uma pitada de comédia e muita maluquice. Deve conter no máximo cinco versos, em que a primeira, a segunda e a quinta linha terminam com a mesma rima. O terceiro e o quarto verso rimam entre si. O poema deve conter um personagem, uma característica e contar uma história. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: cuidado somente com o tempo, o facilitador terá que ser participativo para incentivar a criação, leia e crie algumas pos- sibilidades para estimular os grupos. Inspiraçãopoética Objetivos: descontrair, desenvolver a criatividade, sensibilizar, integrar, desenvolver a comunicação, a atenção e o trabalho em equipe. Materiais: diferentes imagens, escolher nas revistas, internet, fotos etc. Desenvolvimento: esta atividade apesar de ser realizada com um ou mais grupos eles deverão desenvolver juntos uma poesia, à medida que são solicitados pelo facilitador, o facilitador deverá apresentar uma figura para um grupo e esse deverá começar a desenvolver uma poesia, o fa- cilitador deverá inserir novas figuras e repassar o desafio de continuar a criação para outro grupo na hora que desejar, estes deverão ter que estar preparados para continuar a poesia. Variações: se desejar troque as figuras por objetos, inclusive os utilizados para as aulas de laboral. Refinamentos e cuidados: uma dica é começar sempre por objetos ou ima- gens do cotidiano do grupo. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 94 Se eu fosse você! Objetivos: descontrair, desenvolver a criatividade e aproximar os funcionários. Materiais: uma música animada Desenvolvimento: em duplas, o facilitador deve combinar com as duplas quem irá começar a dinâmica, ao sinal do facilitador que nesta dinâmica será: “Se eu fosse você!” quem irá começar, deverá se colocar em uma posição estática qualquer, como braços cruzados, olhos fechados, braços estendidos, agachado, fechando os ouvidos etc., o outro da dupla deve- rá aplicar um alongamento dinâmico no colega, sugerindo-o mudar a postura, colaborando para uma postura mais correta e relaxante. A um novo sinal do facilitador “Se eu fosse você!” troca-se o executor. Variações: esta atividade pode ser realizada nas ações de Gestão de Pessoas, por exemplo, trabalhando as emoções e na resolução de conflitos e re- sistência a receber informações, neste caso sugestões práticas de novas posturas. Refinamentos e cuidados: o facilitador deve promover um ambiente sau- dável e feliz para que a atividade seja salutar. Aprender a Ser e Estar Objetivos: demonstrar o papel da expressão facial na transmissão de sen- timentos, que pelo contato visual é possível informar ao outro o seu grau de atenção e interesse e principalmente realçar o papel do sorriso na facilitação da interação social, fator importantíssimo para um clima organizacional saudável e feliz. Materiais: uma música animada, filipetas preparadas para a atividade. Desenvolvimento: inicie sua aula conversando com o grupo sobre o tema, sobre o quanto nossas expressões faciais demonstram como estamos e o que podem provocar nos outros e no ambiente. Livres no espaço destinado a aula, distribua entre os participantes aleatoriamente as fi- lipetas já preparadas, contendo as seguintes descrições: Demonstre-se triste, demonstre-se indiferente, demonstre-se com raiva e demonstre- -se Feliz (Sorria), em proporções menores para esta última expressão. Os participantes deverão circular pela sala, representando suas ex- pressões faciais (contidas nas filipetas) ao sinal do facilitador, os par- ticipantes deverão formar duplas e agora olhando nos olhos da sua Dinâmicas lúdicas: a prática 95 dupla continuar a representar suas expressões faciais a um novo sinal, eles deverão retornar a circular e formar novas duplas a cada solicita- ção do facilitador. Ao final o facilitador deverá verificar com o grupo como foi à atividade, que sensações ela causou e se aos poucos as pes- soas procuraram formar duplas com aqueles que tinham as filipetas Demonstre-se feliz. Variações: a atividade poderá ser realizada em trios ou grupos maiores. Refinamentos e cuidados: cuidado com a explicação da atividade, não en- tre em detalhes sobre as pretensões da atividade, deixe o grupo livre, você perceberá que a cada aplicação uma nova percepção sobre a ati- vidade surgirá. Pingue-pongue na laboral Objetivos: promover um diálogo divertido de perguntas e respostas sobre determinado assunto, como a importância da atividade física. Materiais: não há. Desenvolvimento: organize-os em duplas. Dê as duplas um tempo para estabelecer um diálogo de perguntas e respostas sobre atividade física, por exemplo, você pratica atividade física? Qual? Gosta de fazer o quê? Sua família pratica atividade física etc. Variações: trocar as duplas e variar os temas. Refinamentos e cuidados: cuidado somente com as escolhas dos temas para dar permitir perguntas constrangedoras. Futebol na Laboral Objetivos: integrar, quebrar o gelo e descontrair. Materiais: 1 metro de TNT com dois furos em cada ponta e bolinhas de piscina coloridas. Desenvolvimento: organize os participantes em pequenas equipes, distri- bua duas equipes por campo de TNT, faça com que cada equipe se reúna em uma extremidade do campo de TNT no máximo 03 em cada ponta e tente fazer gol no campo adversário (a bola deverá cair no buraco). Variações: fazer com que as equipes criem suas regras. Refinamentos e cuidados: com fita crepe desenhe as linhas da quadra de futebol no TNT verde. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 96 Jogo da memória da laboral Objetivos: descontrair, integrar e desenvolver a atenção. Materiais: diversas argolas coloridas. Desenvolvimento: duas ou mais equipes, cada equipe receberá um kit com no mínimo 05 argolas de cores diferentes, estas deverão decidir a posi- ção das cores e colocá-las em cima de uma mesa ou no punho da equi- pe, ficar um segundo, desfazer a posição e decidir que equipe deverá tentar adivinhar qual era a posição correta das cores. Variações: você pode substituir as argolas por outros materiais coloridos, como cartelas coloridas. Refinamentos e cuidados: não há. Siga com os olhos Objetivos: descontrair, desenvolver a atenção e trabalhar o movimento dos olhos para relaxar a postura ocular diante do computador. Materiais: não há. Desenvolvimento: em duplas, cada um da dupla deverá ficar com os bra- ços estendidos e fazer com as mãos juntas o sinal de positivo, em se- guida a dupla deverá ficar de frente um para o outro e unir as mãos, ficando com os dedos bem próximos, de forma que os polegares for- mem um alvo, a dupla deverá mover os braços e seguir os dedos sem- pre olhando para os polegares. Variações: trocar as duplas para integrar todo o grupo. Refinamentos e cuidados: não tem. Dinâmicas lúdicas: a prática 97 Eu me sinto assim, eu sou mesmo assim. Objetivos: provocar uma reflexão sobre o que decidimos para nosso dia, sensibilizar. Materiais: cartolinas ou papel pardo, giz de cera, canetinhas etc. Desenvolvimento: distribua um pedaço do papel para cada participante da aula, solicite que cada um desenhe sua expressão do dia, ou seja, como ele se sente. O giz de cera ou as canetinhas deverá ficar em uma caixa para que todos utilizem juntos, assim você provocará uma reação de cooperação no grupo. Terminada essa tarefa, o facilitador deverá aplicar alguma dinâmica de quebra-gelo rápida, mais muito divertida, ao final os participantes deverão desenhar no verso do seu papel sua nova expressão. Feche com um bate papo sobre as escolhas que faze- mos durante nosso dia, o que podemos mudar e o que podemos fazer para tornar nossa expressão mais feliz. Demonstrando o quanto uma pequena ação (nesse caso sua dinâmica) poderá mudar nosso humor. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Resistência trava-línguas Objetivos: comemorar o Dia do Folclore (22 de agosto). Materiais: cartões com trava línguas. Desenvolvimento: em círculo ou dispostos livremente no espaço o facili- tador deverá aplicar uma aula de resistência muscular, durante a exe- cução dos movimentos no momento em que exercício exigindo esforço e concentração do grupo, o facilitador deverá entregar um dos cartões para um dos participantes, este deverá tentar ler o trava línguas corre- tamente, o grupo somente sairá do movimento se o participante con- seguir falar corretamente, após a terceira tentativa o participante pode escolher passar para o trava línguas para outro participante tentar e tirá-losda posição de contração muscular. Variações: se algum colaborador não participa da aula, esse é um bom momen- to para estimular sua participação, convide-o para sortear a trava línguas. Refinamentos e cuidados: trata-se de uma brincadeira, claro que se estiver demorando, o facilitador deverá ter a sensibilidade de trocar o movi- mento, não exigir performance e esforço extremo do grupo, pois não é um castigo, e sim uma brincadeira. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 98 Siga minha mão Objetivos: descontrair, integrar, desenvolver a atenção e a confiança. Materiais: música divertida de diferentes ritmos. Desenvolvimento: em duplas, o primeiro da dupla deverá seguir a palma da mão do outro o tempo todo, sem perder o foco, quem estiver condu- zindo poderá explorar todo o espaço, em diferentes alturas. Variações: substituir a mão por um objeto; desenhar uma carinha feliz na palma da mão. Refinamentos e cuidados: solicite aos alunos que tomem cuidado com a condução da atividade, evitando que o parceiro se machuque. Narração – Indicada para SIPATs Objetivos: promover uma releitura sobre informações importantes sobre saúde, tais como, alimentação saudável, atividade física, controle do estresse etc. Materiais: não há. Desenvolvimento: divida os alunos em equipes, cada equipe receberá um pequeno texto sobre determinados assuntos com informações impor- tantes e simples sobre saúde e como ela deverá transmitir isso as de- mais equipes, por exemplo, como se fosse uma partida de futebol, uma novela etc., as equipes terão um tempo para a leitura e compreensão do texto e para decidir farão para narrá-lo conforme solicitado. Variações: fornecer ao grupo material para construção de cenários e ou ob- jetos que os ajude a contar sua história. Refinamentos e cuidados: cuidado com o tamanho do texto, essa atividade demandará mais tempo que o normal, o ideal é compartilhar essa ideia com os Recursos humanos. Dinâmicas lúdicas: a prática 99 “Ora, assim não vale.” Objetivos: despertar a criatividade, descontrair, desenvolver o trabalho em equipe. Materiais: pequenas filipetas com as informações da dinâmica. Desenvolvimento: em dois grupos, cada grupo irá sortear uma filipeta por vez, nestas filipetas estarão descritos uma sequência de movimentos na laboral, por exemplo, metade dos participantes com alongamento de quadríceps e metade com alongamento de cervical. Você deverá decidir qual grupo vai começar, o líder do grupo deverá dar a seguinte informação ao outro, alongamento de quadríceps e alongamento de cervical, não citando a quantidade de participantes em cada posição, neste exemplo, metade e metade. O outro grupo terá que dispor seus participantes nas posições certas e nas quantidades certas de cada alongamento, se o grupo executor errar o grupo que estiver jogando deverá falar continua a atividade até que o outro acerte. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Animais estranhos Objetivos: trabalhar a integração, a cooperação e desenvolver a criatividade. Materiais: filipetas com nomes de animais e adjetivos engraçados e música animada. Por exemplo: Leão pensativo; pombo sonolento; macaco com vertigens etc. Desenvolvimento: separe os participantes em equipes, cada equipe terá que sortear uma filipeta, eles terão um tempo para pensar como reproduzir esse animal, sendo que não poderão falar, somente emitir sons e imitar o animal como acharem melhor. A ideia é cada equipe reproduza seu ani- mal da melhor forma e escolher alguém que “não” está participando da aula para tentar adivinhar, se ele acertar a equipe ganha um brinde. Variações: o facilitador poderá também sortear se a pessoa escolhida pela equipe terá que acertar ou não o animal, sendo que essa informação não poderá ser revelada até ele se pronunciar. O facilitador pode subs- tituir o animal por canções bem conhecidas (Parabéns para você, O menino da porteira, pai etc.). Refinamentos e cuidados: cuidado com as escolhas dos animais e adjetivos para não constranger o grupo. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 100 Atenção vai começar! Objetivos: trabalhar a atenção, o tempo de reação e a capacidade de memorização. Materiais: não há. Desenvolvimento: organizados em duplas, nomeie os participantes em 1 e 2. Cada participante terá que escolher um movimento qualquer se- paradamente, em seguida a dupla irá escolher um movimento comum para os dois. Treine com eles os movimentos ao seu sinal. Em seguida estipule as regras, quando o facilitador falar o número 1, somente o 1 fará o seu movimento, quando o facilitador falar o número 2 somente o 2 fará seu movimento, se o facilitador falar o número 3, os participan- tes farão seus movimentos específicos ao mesmo tempo e por fim se o facilitador falar o número 4, os dois executaram o movimento comum escolhido pelos dois. Refinamentos e cuidados: Não há. Arte laboral Objetivos: desenvolver a criatividade, integrar, descontrair e relaxar. Materiais: um objeto de arte, uma escultura ou um brinquedo que remeta a infância, uma pipa, um carrinho etc., música para despertar a criati- vidade; papel e lápis de cor ou giz de cera. Desenvolvimento: inicie dizendo que será um dia diferente, um dia para voltar a ser criança, para desenhar, colorir e deixar a imaginação fluir, distribua para cada participante 1 papel e no máximo 2 cores de lápis ou giz, isso fará que com o decorrer da dinâmica eles troquem as cores, aumentando a cooperação e a integração, coloque o objeto em um local visível para todos e dê um tempo para eles reproduzirem como quise- rem aquela imagem, que utilizem sua imaginação. Variações: a atividade pode ser realizada em dupla e o facilitador pode sugerir depois uma exposição com os desenhos. Refinamentos e cuidados: cuidado com a exigência de desempenho, a ideia não é o desenho mais bonito, mas o relaxamento. Dinâmicas lúdicas: a prática 101 Jogo da Precisão Objetivos: trabalhar a precisão, a atenção e o pensamento estratégico. Materiais: Pinos de boliche, bolinhas de piscina colorida e TNT para de- marcar o campo. Desenvolvimento: divida o grupo em equipes nomeadas pelas cores das bolinhas, cada equipe terá direito a três arremessos, ganha a equipe que chegar mais próximo do pino, porém não poderá encostar nela. A equipe tem o direito de tentar chegar perto do pino ou tirar a bola do adversário da jogada. Variações: além de arremessar a bola, outros componentes da equipe, po- derão ficar responsáveis de tentar ajudar a bola a se aproximar mais do pino, com um leque ou algum outro objeto para fazer vento, seme- lhante ao curling. Cada equipe poderá facilitar a jogada por no máximo 10 segundos. Refinamentos e cuidados: cuidado com o peso da bola. Pare e crie Objetivos: desenvolver o trabalho em equipe, a comunicação e a criatividade. Materiais: diferentes materiais (bolinhas, bexigas, bastões, corda, garrafas pet, jornal etc.) Desenvolvimento: organizar em trios. Cada participante receberá um ma- terial, podendo ser o mesmo ou não, de acordo com a solicitação do facilitador, os participantes terão que desenvolver seus movimentos, utilizando ou não os materiais, de acordo com a criatividade e poder de comunicação do trio. O facilitador poderá ir aumentando a complexidade das solicitações, por exemplo, iniciar com exercícios individuais, sem material, depois com 01 mate- rial, depois com todos e assim sucessivamente. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: deixe os trios se formarem naturalmente, inicial- mente deixe as pessoas que possuem maior afetividade se reunirem, após o grupo atingir o estado lúdico a mudança dos participantes dos trios poderá ser realizada naturalmente. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 102 Foto Viva Objetivos: estimular a criatividade e a expressão corporal. Materiais: papel, canetinha, giz de cera e som para alegrar o ambiente. Desenvolvimento: cada participante recebe uma folha de papel e deve de- senhar uma caricatura incompletaque será completada com uma ex- pressão do participante, por exemplo, com dois furos nos olhos, com recorte do nariz para baixo, para ser completado pelo sorriso de outro participante etc. Variações: realizar a troca das fotos com a atividade escravos de Jó. Refinamentos e cuidados: não há. Jogo da Matemática Objetivos: integrar, descontrair, desenvolver o raciocínio e o tempo de reação. Materiais: não há. Desenvolvimento: inicia-se a atividade em duplas, o facilitador irá pedir que cada um da dupla coloque as mãos para trás como na brincadeira do par ou ímpar, ao sinal da dupla (este sinal deve ser decidido pela dupla, pede-se criatividade na criação do comando) cada um deve mostrar a frente à quantidade de dedos que desejar, sempre utilizando as duas mãos, ganha quem contar mais rápido quantos dedos estão nas mãos dos dois participantes. No decorrer da atividade, mude para trios e quartetos. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 103 Balões ao vento Objetivos: descontrair, trabalhar a agilidade, o ritmo e a cooperação. Materiais: balões coloridas. Desenvolvimento: em círculo, cada participante terá um balão, esta deve estar cheia, porém não muito, ao sinal do facilitador (esquerdo ou di- reito), estes balões deverão ser lançados pra cima e o grupo deverá dar um passo para esquerda ou para a direita conforme orientação e pegar o balão do participante do lado, a atividade continua enquanto tiver motivação. Variações: deixar um participante sem o balão e brincar da mesma maneira só que como batata quente, ao final de repetidas solicitações o parti- cipante que não tiver um balão deverá, por exemplo, ficar rodando o círculo tentando estourar balões de outros participantes. Refinamentos e cuidados: cuidado com a qualidade do balão e antes de entregar os balões informe ao grupo que estes poderão ser cheios, po- rém não muito. Ponte aérea Objetivos: descontrair, estimular a criatividade, a cooperação e trabalhar diferentes temáticas. Materiais: papeis coloridos para produção dos aviões. Desenvolvimento: cada participante recebe uma folha de papel, nele ele deve escrever um recado saudável sem um destinatário específico, este recado deve conter, por exemplo, uma dica de saúde e um desejo amigo. Quando todos tiverem escrito seus recadinhos, os participantes devem fazer dobraduras de aviões e estes devem voar entre eles até que o facilitador peça para parar e que cada um pegue um avião e leia suas mensagens. Variações: pode-se utilizar esta dinâmica para outros temas, eventos como SIPAT, Semana da saúde e etc. Refinamentos e cuidados: dinâmica indicada para espaços ao ar livre; como esta atividade exigirá um pouco mais de espaço para o voo dos aviões o ideal como em todas as atividades é avisar aos Recursos Humanos sobre a atividade especial. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 104 Minigolfe Objetivos: estimular a coordenação ocular e manual. Materiais: bastões, bolinhas e triângulos de papelão de diferentes tama- nhos e larguras (formando túneis). Desenvolvimento: organizar no espaço do setor uma pequena pista de mi- nigolfe, inclusive solicite a ajuda dos participantes, organize as equi- pes e é só jogar. Variações: escrever nos triângulos diferentes pontuações, ganha a equipe que mais fizer pontos durante um tempo determinado. Refinamentos e cuidados: cuidado com o peso do papelão que confeccio- nar o túnel este deve ser firme para que não atrapalhe o jogo. “Capoeirando” na laboral Objetivos: integrar, desenvolver a coordenação motora, a consciência cor- poral, a cooperação e musicalidade. Materiais: músicas de capoeira, um berimbau se souber tocar. Desenvolvimento: ideal para facilitadores que possuem alguma noção da arte da capoeira. Desenvolva com seus participantes alguns movimen- tos da capoeira, estimulando a consciência corporal, a vivência de uma cultura, a musicalidade etc. Faça uso do berimbau para aproximar ain- da mais sua aula da capoeira, veja se no setor possui alguém que sabe tocar berimbau e convide-o para te ajudar na aula, não se esqueça de avisar à empresa a aula especial, assim evitará reclamações sobre o movimento a aula poderá causar. Variações: não tem Refinamentos e cuidados: cuidado com a escolha dos movimentos, escolha movimentos simples e que não exijam muito deslocamento dos partici- pantes, evite movimentos altos e proximidades corporais no caso dos movimentos em duplas. Geralmente no grupo tem alguém que domi- na a arte, utilize esse item como um apoiador para sua aula. Dinâmicas lúdicas: a prática 105 Bons motivos Objetivos: desenvolver a comunicação, o saber ouvir, o poder da persua- são, a negociação, a criatividade e a descontração. Materiais: não há. Desenvolvimento: o facilitador após uma aula de alongamento bem fun- damentada, a aula deve ser elaborada pelo próprio facilitador diante de sua experiência acadêmica e profissional, solicite aos participantes que formem duplas, um integrante da dupla deve fechar as mãos, o outro terá 02 minutos para convencê-lo a abrir as mãos, não vale o toque físico, somente a negociação verbal. Lembre as duplas que se trata de um diálogo e não um monólogo. Para o convencimento devem-se argumentar questões referentes à importância da prática de atividade física, se o integrante que estiver com as mãos fechadas se sentir convencido, este poderá abrir as mãos a qualquer momento. Em seguida inverter os papeis. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: solicite aos participantes que ouçam com aten- ção as argumentações e que abram as mãos diante de uma informa- ção que tenha haver com o tema da atividade: Importância da ativi- dade física. Minha rotina Objetivos: refletir sobre como você inclui e reconhece ações saudáveis em sua rotina. Materiais: música, sugestão: “Bom pra você”, de Zélia Ducan. Desenvolvimento: em duplas, trios ou quartetos, os participantes deverão falar simultaneamente como é sua rotina e que atividades eles reali- zam em prol da sua saúde, lembrando que saúde é o equilíbrio entre diversas saúdes, ou seja, emocional, social, física, ecológica, intelectual, espiritual, financeira e profissional, não há necessidade que os parti- cipantes prestem a atenção na rotina do outro, mas devem estar em grupos, uma metáfora, sobre as interferências que passamos todos os dias que por vezes nos desviam de nossos propósitos. Fundamente ao final da dinâmica reforçando sua importância. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 106 Antes que eu chegue Objetivos: promover a integração, o conhecer o grupo e descontrair. Materiais: não há. Desenvolvimento: em círculo um participante fica no centro, ele escolhe al- guém do círculo e fala seu nome e diz que saúda alguém, por exemplo, eu sou a Andréa e saúdo a Roberta, e segue em direção dela, antes que ela encoste-se a ela a Roberta já deve falar rapidamente o seu nome e saudar outra pessoa e assim sucessivamente, se alguém for pego antes de sair do círculo fica no centro. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. O extraordinário no comum Objetivos: provocar nos participantes o reconhecimento do seu trabalho e do trabalho do colega nas engrenagens que compõe a Organização. Materiais: filipetas, balões e música. Desenvolvimento: cada participante terá que escrever sem se identifi- car num pedaço de papel (filipeta) o que ele considera extraordiná- rio no trabalho que desenvolve em seguida as filipetas devem ser distribuído entre os participantes aleatoriamente, cada um vai ter que tentar descobrir quem é o executante daquela tarefa extraordi- nária, o intuito é fazer com que os trabalhadores reconheçam a si e ao outro, como parte integrante dessa engrenagem, a aula poderá ser aplicada em círculo e no final o facilitador pode aplicar alonga- mentos com todos de mãos dadas. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmica das sílabas Objetivos:integrar, exercitar a criatividade, o raciocínio e divertir. Materiais: letras de músicas e palavras para facilitar a brincadeira. Desenvolvimento: uma adaptação de uma antiga brincadeira de um progra- ma infantil, reúna seus alunos em de três ou mais pessoas e o facilitador escolhe uma palavra, FOR MI GA por exemplo. Então cada um dos três Dinâmicas lúdicas: a prática 107 escolhidos irá falar uma sílaba ao mesmo tempo: o primeiro diz FOR, o segundo MI e o terceiro GA. Daí entra minha adaptação. O outro grupo irá tentar adivinhar qual a palavra e caso adivinhe, terá que cantar uma música com essa palavra. No caso da FORMIGA poderia ser: “Assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade. Não vou dizer que foi ruim”. Assim caminha a humanidade de Lulu Santos. Variações: minha sugestão é aproveitar a atividade para o Carnaval, basta escolher palavras das letras das marchinhas de carnaval ou samba en- redos mais conhecidos. Refinamentos e cuidados: não há. Recordes laborais Objetivos: integrar, detectar e fortalecer os benefícios da ginástica laboral. Materiais: fichas para divulgação dos recordes. Desenvolvimento: sem muita preocupação em verificar a veracidade dos números, pois se trata de uma brincadeira, que tal verificar os recordes da ginástica laboral nos setores que vocês aplicam aula? Por exemplo, o setor que lembrar o maior número de movimentos da ginástica laboral? Ou, qual setor trará o maior número de convidados para a laboral, ou seja, pessoas que não participam para participar? Ou, qual setor teve o maior percentual (%) de adesão durante todo o ano de 2014? Ou, qual setor cita o maior número de benefícios da prática atividade física? Ou, qual é o setor mais criativo na utilização de um material diferente para alongar, como fitas de cetim. São apenas sugestões, criem seus recordes, estes dependerão do segmento da empresa, do perfil dos alunos etc. Variações: se preferir no dia da divulgação dos recordes, realize peque- nas premiações para os setores campeões para cada recorde avaliado, neste caso, a avaliação terá que ser mais criteriosa, tudo que envolve premiação gera competição, pensem nisso! Refinamentos e cuidados: quando falamos de adesão, precisamos avaliar junto à coordenação e a gestão do contrato na empresa se estes núme- ros poderão ser apresentados. O facilitador deve se preocupar com o material elabore fichas bonitas, co- loridas, para divulgação dos números, faça da sua aula um momento especial. Anuncie a aula especial pelo menos uma semana antes de sua realização, isso irá gerar curiosidade. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 108 Participante secreto Objetivos: integrar, desenvolver a atenção, o raciocínio e descontrair. Materiais: não há. Desenvolvimento: dois participantes se afastam do local da atividade, ou ficam com os olhos vendados, enquanto os demais escolhem um parti- cipante secreto no grupo, uma vez escolhido o participante secreto, os participantes voltam ou tem os olhos desvendados e terão que tentar descobrir quem é o participante secreto. A regra é tentar descobrir rea- lizando somente perguntas fechadas como, por exemplo, usa óculos? Tem cabelo curto? Eles podem perguntar juntos e realizar uma disputa de quem descobre primeiro que é o participante secreto. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Pega varetas gigante Objetivos: integrar, desenvolver a atenção, o raciocínio, a coordenação motora, trabalhar o pensamento estratégico, o trabalho em equipe e descontrair. Materiais: kits de pega varetas feitas de jornal ou palitos de churrasco pintados. Desenvolvimento: escolher uma mesa que possa ser utilizada, formar duas ou mais equipes para jogar. Variações: você pode pintar as varetas com cores diferentes para estabele- cer pontuações. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 109 Calha cooperativa Objetivos: integrar, desenvolver a atenção, o raciocínio, a coordenação mo- tora, o pensamento estratégico, o trabalho em equipe e descontrair. Materiais: pequenas calhas feitas de papelão ou cano cortado e dois baldes. Desenvolvimento: forme duas equipes, distribua uma calha para cada um da equipe. Eles devem formar duas filas, um do lado do outro, cada equipe terá que passar uma bolinha de pingue-pongue pelas calhas até que ela chegue ao alvo que é o balde. Regras: O primeiro a passar a bolinha terá que correr até a outra extremi- dade para aumentar a calha e assim sucessivamente até que a calha se forme até o alvo (balde). Nenhum participante pode sair correndo para a extremidade da fila sem que a bolinha já tenha passado por ele. Variações: formar uma única equipe. Refinamentos e cuidados: cuidado com equipes grandes talvez eles não consigam atingir o resultado rapidamente e como uma das caracterís- ticas das dinâmicas para os programas de ginástica laboral é o tempo curto, o ideal é formar várias equipes para não gerar frustração. Corda amiga Objetivos: integrar, desenvolver a atenção, o raciocínio, a coordenação mo- tora, o pensamento estratégico, o trabalho em equipe e descontrair. Materiais: cordas e ou elásticos. Desenvolvimento: forme equipes, distribua as cordas ou os elásticos já amarrados em suas extremidades, cada um da equipe deverá segurar a corda deixando-a bem esticada, formando um círculo. Ao seu sinal, todo o grupo deverá agachar e ao seu novo sinal deverão se levantar ao mesmo tempo. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: cuidado na aplicação desta atividade com gru- pos que tenham mulheres com saia ou salto alto. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 110 Jogo da memória da laboral Objetivos: desenvolver o trabalho em equipe, a memória, o pensamento estratégico e descontrair. Materiais: bolachas de papelão (do tamanho de porta copos), produzidas sempre em pares para ser o jogo da memória, imagens de músculos, fotos de trabalhadores (autorizadas), foto do facilitador, de lugares da empresa (por exemplo, o jardim) etc. Desenvolvimento: forme equipes; distribua as peças sobre uma mesa e co- mece a brincadeira, pergunte se as pessoas conhecem as figuras, esti- mule a curiosidade. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: cuidado com a quantidade de peças para não ficar muito fácil, nem muito difícil, este é o tipo de atividade que deve ser elaborada com muita antecedência para que a apresentação do ma- terial seja atraente e resistente. Máscara de carnaval Objetivos: comemorar o carnaval, desenvolver a criatividade e descontrair. Materiais: cartolina branca ou outros papeis semelhantes, lantejoulas, pa- peis de diferentes cores e ou outros materiais para enfeitar máscaras, cola, tesoura etc. Desenvolvimento: uma atividade comum da Educação Infantil, cada par- ticipante irá desenhar suas mãos apoiadas no papel para construir a máscara, dobrar o papel e desenhar uma das mãos sendo que o punho deverá ficar rente a dobra, recortar e em seguida fazer a marcação e re- cortar um olho no centro de cada mão, a máscara poderá ser decorada no próprio dia ou pedir para eles decorarem em casa chamando sua família para participar deste momento. Variações: Organize um concurso da máscara mais bonita, mais elegante, mais criativa etc., e em seguida uma exposição. Refinamentos e cuidados: Não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 111 Responda se puder! – Dia da Mulher Objetivos: comemorar O Dia Internacional da Mulher. Materiais: músicas de cantoras brasileiras ou de cantores que homena- geiam as mulheres; Pequeno buquê de rosas artificiais; Nomes de aces- sórios para mulheres, seus significados e utilizações. Desenvolvimento: dispostos livremente na sala, ao som de uma música os participantes deverão passar o buquê, quando o facilitador parar a música, o participante que tiver com o buquê na mão, o facilitador irá citar o nome de um acessório, o participante terá que adivinhar o que é e para que serve, se o buquê parar nas mãos de uma mulher, esta pode- rá escolher qual homemdo seu setor deverá responder. Por exemplo: Penhoar: Peça do vestuário que se usa sobre a roupa de dormir ou a roupa de baixo, pela manhã ao acordar; Estola: é uma faixa larga que tem formato retangular e que deve ser usada em volta dos ombros; Anabela: Calçado feminino etc. Se o homem não souber responder, ele terá que contar para o grupo um acontecimento que ele não acreditou, mas que a mulher estava certa. Variações: o facilitador pode variar a realização da dinâmica com a aula técnica. Refinamentos e cuidados: não tem. Sedentário não, saudável sim! Objetivos: demonstrar aos participantes a importância do estilo de vida saudável e trazer novos participantes para as aulas de ginástica laboral. Materiais: música que remeta ao tema, eu sugiro Estrelar do Marcos Valle e quadrados de cartolina que dê para fazer um binóculo. Desenvolvimento: convide todos os participantes para a aula, para aqueles que vão participar converse um pouco sobre a data e sobre a impor- tância da mudança de comportamento para um estilo mais saudável, além disso, sobre a importância de sermos multiplicadores dessa ideia, como uma grande brincadeira, distribua um pedaço da cartolina para cada um, solicite que eles façam um binóculo com essa cartolina e que tente enxergar alguém que não esteja participando da aula e que vá até ele para tentar trazê-lo para a aula, caso o trabalhador não queira vir, Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 112 deixe com ele o binóculo para que ele possa assistir à aula com mais detalhes e perceber o quanto seria bom se ele participasse. Variações: não tem Refinamentos e cuidados: a dinâmica deve ser feita de forma lúdica e não mandatória, ou seja, quem não quiser, parta para achar outro “alvo”. O engarrafamento Objetivos: desenvolver o trabalho em equipe e o pensamento estratégico. Materiais: não há. Desenvolvimento: esta dinâmica tem um nível de dificuldade médio alto, porém traz um resultado muito positivo para grupos que gostam de dinâmicas de estratégia e que exigem maior raciocínio. Trata-se de uma dinâmica muito interessante para falar de segurança no trânsito. Comece com a pergunta: Como se soluciona um engarrafamento? Espere as respostas do grupo, existe alguma lógica para reduzir um engarrafamento? Em seguida coloque os participantes disposto em um círculo largo, confor- me o espaço permitir. Peça-os que visualizem quem está a sua frente. Cada um dessa dupla que se formou terá o objetivo de chegar à ponta oposta do círculo ao mesmo tempo, respeitando as seguintes regras: 1. chegar ao outro lado do círculo na máxima velocidade possível, sempre andando rápido e não correndo; 2. passar o mais próximo possível do centro; 3. silêncio absoluto; 4. não pode ter sinal entre os participantes; 5. não pode haver contato físico; Inicialmente faça o teste com dois participantes, depois com quatro, seis ou mais, até onde o grupo conseguir. No final, faça uma pequena discussão, qual foi à comunicação e estratégia que ocorreu para dar certo? Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 113 Atenção vai começar Objetivos: promover reflexões sobre a participação de cada um como pro- tagonista em ações que promovam paz no trânsito. Desenvolvimento: para que possamos ter paz no trânsito devemos evitar descuidos, um deles é o de errar a seta da direita e esquerda, vamos para um pequeno teste: Toda vez que eu falar a palavra trânsito vocês devem levantar o braço esquerdo, toda vez que eu falar a palavra paz vocês devem levantar o braço direito e se eu falar a palavra atenção todos devem virar de costas para o faci- litador até o novo comando atenção. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. A história do meu nome Objetivos: comemorar o Dia das Mães. Materiais: uma bola ou outro objeto lúdico. Desenvolvimento: após um breve alongamento, o facilitador deve iniciar a atividade contando um pouco da história de seu nome, em seguida passe para outra pessoa e assim sucessivamente. As mães presentes na aula poderão também contar a história do nome de seus filhos. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: cuidado com a alta exposição dos participantes deixe livre a participação. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 114 Ler, contar e pintar Objetivos: comemorar o Dia das Mães Materiais: papel, caneta, giz de cera, música animada etc. Desenvolvimento: essa atividade pode ser realizada de forma individual ou em equipes, trata-se de uma construção poética e bem-humorada do Dia das Mães, cada um ou cada equipe pode escolher de que forma deseja contar uma história engraçada sobre suas mães, esta história pode ser lida, contada como um causo improvisado ou desenhada. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: nesta atividade o papel do facilitador como faci- litador e focalizador da atividade é fundamental, deve-se ter cuidado também com o tempo da atividade, sugiro que as apresentações sejam feitas de forma voluntária, ou o que pode ser feito também é um tour pelo que foi construído. Batata quente junina Objetivos: comemorar as festas juninas, integrar e descontrair. Materiais: um lenço ou um chapéu de caipira ou qualquer outro objeto que remeta a data e músicas juninas. Desenvolvimento: formar um círculo ou a disposição que o ambiente per- mitir, com uma música junina o facilitador deverá fazer com que o objeto passe entre os participantes “como a brincadeira batata quente”, quando a música parar, aquele que estiver com o objeto deverá aplicar um alongamento ou outro exercício da laboral para os demais. Variações: convidar os alunos a participarem da aula caracterizados. Refinamentos e cuidados: não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 115 Pescaria da laboral Objetivos: comemorar as festas juninas, integrar e divertir. Materiais: canudos resistentes de refrigerante (metade de um canudo por pessoa) ou canudos de papel de rascunho, peixinhos feitos de papel crepom e música junina. Desenvolvimento: formar círculos ou estafetas, e ao som da música, o faci- litador deverá escolher um participante para iniciar, este deverá sugar o peixinho com o canudo e passar para outro integrante do grupo, as- sim sucessivamente. À medida que a brincadeira vai acontecendo, o facilitador poderá colocar mais peixinhos na roda, dificultando a atividade. Variações: caso o ambiente propicie, o facilitador poderá conduzir uma competição saudável, em que ganhará o grupo que passar todos os peixinhos entre os participantes. Refinamentos e cuidados: cuidado na hora de distribuir os canudos de re- frigerantes, estes devem estar lacrados e cortados na hora da atividade, estes deverão ser descartados ao final de cada aplicação da dinâmica. Causo junino Idem a dinâmica da batata quente junina, toda vez que o objeto parar na mão de alguém este deverá começar ou continuar um causo junino da laboral, ou seja, a história deverá conter informações da ginástica laboral, termos caipi- ras, personagens caipiras etc. Objetivos: comemorar as festas juninas, integrar e descontrair. Materiais: um lenço ou um chapéu de caipira ou qualquer outro objeto que remeta a data e músicas juninas. Variações: para colaborar com a atividade o facilitador poderá levar um cesto com diversos objetos juninos para colaborar com o causo. Refinamentos e cuidados: cuidado para a brincadeira não parar com al- guém que trave na hora de contar o causo, se isso acontecer com caris- ma e discrição retorne com a música e continue a brincadeira. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 116 Dança corporativa Objetivos: comemorar o Dia dos Pais. Materiais: bolinhas coloridas (de piscina de bolinhas). Desenvolvimento: quando falamos do Dia dos Pais lembramos sempre das comemorações da escola e uma das brincadeiras que sempre acontece é a dança das cadeiras, mas como não é tão fácil facilitar esta atividade na integra nas empresas sugiro a uma adaptação. Com os participantes em círculo, entregue paracada um (menos 1) uma bolinha colorida, batendo palmas (se possível), solicite que os participantes passem as bolinhas entre eles não podendo segurá-las por muito tempo a boli- nha nas mãos, ao sinal do facilitador todos devem parar o participante que não estiver com a bolinha na mão deve vir para junto de você bater palmas também e contribuir com o comando. Variações: se preferir faça com que o participante que não ficar com a bo- linha forme uma dupla, trios, quartetos etc. com quem ficar com a bo- linha. Pode-se substituir as bolinhas por bexigas e permitir que todos participem das aulas independente de ser homem, mulher, pai ou não. Refinamentos e cuidados: cuidado para não tornar o momento agressivo e não tentarem arrancar com força a bolinha da mão do outro. Histórias do papai Objetivos: comemorar o Dia dos Pais, integrar e desenvolver a criatividade. Materiais: não há. Desenvolvimento: em duplas dispostas de frente para a outra e de prefe- rência uma dupla ao lado da outra, os participantes deverão decidir quem é o 1 e quem é o 2 da dupla, cada um terá uma função inicial na dinâmica e esta deverá ser trocada somente ao sinal do facilitador. O 1 da dupla deverá conduzir uma série de alongamentos para o 2 execu- tar, ao mesmo tempo o 2 deve contar uma história infantil que ouvia quando criança, contada pelo seu pai ou uma história engraçada que aconteceu envolvendo seu pai ou o pai de um amigo, ao sinal do facili- tador as funções são invertidas, o 2 começa imediatamente a conduzir o alongamento e o 1 começa a contar suas histórias. Dinâmicas lúdicas: a prática 117 Variações: o facilitador poderá facilitar na criação das histórias citando al- gum tema que deve ser lembrado, como uma história sobre o pai e a música ou o pai e o aniversário de casamento, o pai e a dança etc. Refinamentos e cuidados: não há. Papais Flash Back – Anos 70 e 80 Objetivos: comemorar o Dia dos Pais, interagir, desenvolver a criatividade e descontrair. Materiais: músicas dos temas ou artistas escolhidos para a gincana, óculos, perucas e adereços da discoteca para os todos se caracterizarem. Desenvolvimento: em forma de gincana, dividir os participantes em duas ou mais equipes, cada equipe deverá sortear (caprichem nas fichas para o sorteio) ao mesmo tempo um tema (algumas sugestões abaixo) as equipes terão 3 minutos para elaborar uma aula da laboral que contenham movimentos e ou expressões que remetam ao tema ou ao artista, as demais equipes deverão tentar adivinhar o nome do filme ou do artista que o grupo está demonstrando, todos deverão participar da aula. No decorrer da aula o facilitador poderá tocar no rádio a trilha sonora do tema que está sendo apresentado. • Grease, Nos tempos da brilhantina • Dirty Dancing, Ritmo Quente • Footloose • ET o extraterrestre • La bamba • Thriller - Michael Jackson • Sidney Magal • Madonna Variações: não há. Refinamentos e cuidados: crie um ambiente favorável para a aplicação desta dinâmica e faça a seleção das músicas com antecedência, facilite seu trabalho. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 118 “Quando eu era criança...” Objetivos: recordar, resgatar as lembranças lúdicas dos participantes. Materiais: um brinquedo antigo, algo que remeta nossa infância, músicas de seriados antigos. Desenvolvimento: em círculo ou dispostos pelo setor, o facilitador deverá conduzir um alongamento e junto com o alongamento deverá come- çar a atividade falando: “Quando eu era criança eu acreditava que..,”, quando ele acabar de contar sua história imediatamente passa o brin- quedo para outra pessoa continuar a brincadeira, conduzindo movi- mentos da laboral e contando no que acreditava quando era criança. Variações: esta brincadeira pode ser realizada como a brincadeira batata quente. Refinamentos e cuidados: o sucesso da dinâmica dependerá de como foi iniciada, portanto o facilitador tem papel fundamental para estimular a criatividade e participação de todos. Doce ou travessura na laboral Objetivos: comemorar o Halloween, integrar e descontrair. Materiais: bolinhas pequenas e coloridas (vermelha e verde). Desenvolvimento: em duplas, cada dupla receberá duas bolinhas (uma verde e uma vermelha), a bolinha verde simbolizará o doce e a verme- lha a travessura, o primeiro da dupla deverá esconder as bolinhas nas mãos atrás do corpo, em seguida ele deverá colocar as mãos à frente escondendo as bolinhas e perguntar: Doce ou travessura, o outro da dupla deverá escolher uma das mãos, se sair o doce (verde) ele rece- berá massagem, se sair à vermelha (travessura) ele que terá que fazer a massagem. Variações: trocar as duplas para integrar todo o grupo. Refinamentos e cuidados: Não há. Dinâmicas lúdicas: a prática 119 Histórias de Halloween Objetivos: Comemorar o Halloween, integrar e descontrair. Materiais: Objetos e músicas que remetam ao tema, sugiro a lendária mú- sica Thriller do Michael Jackson. Desenvolvimento: Semelhante à sugestão da dinâmica de festa junina, os participantes em círculo, o facilitador deverá entregar um objeto para um dos participantes, por exemplo, um morceguinho de plástico, este objeto deverá passar entre os participantes, enquanto a música estiver tocando, quando parar, o participante que estiver segurando o objeto deverá começar a contar uma história de terror, quando a música reini- ciar o objeto começar a passar novamente, parou a música a história se reinicia com o participante que estiver com objeto neste momento (tipo batata quente), o facilitador poderá ajudar apresentando alguns obje- tos que deverão fazer parte da história, escolham objetos que tenham haver com o tema ou não, por exemplo, uma panela, um chocalho etc. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não exija participação e performance, se você perceber que algum participante não está conseguindo evoluir na his- tória, colabore, inicie a história ou reinicie a música. Cartões de Natal Objetivos: comemorar o Natal, promover a integração entre os participantes. Materiais: papel; barbante para fazer o cartão crachá; caneta ou canetinha e uma música animada. Desenvolvimento: será distribuído para cada participante um crachá em branco pronto (papel fixado no barbante), este deve ficar nas costas de cada participante, de forma que ele não consiga visualizar o que irão es- crever. Após a distribuição, os participantes deverão se deslocar no ritmo da música e a cada pausa da música deverão iniciar no cartão crachá do colega mais próximo um cartão de natal, seja com uma frase, um desenho etc., produzindo assim um cartão de natal para cada participante da aula. Variações: determinar a forma de deslocamento; determinar a quantidade de pessoas que devem parar no grupo. Refinamentos e cuidados: cuidado para que as canetinhas não manchem as roupas dos participantes, procure utilizar papeis grossos para con- fecção dos crachás. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 120 Amigo secreto das emoções Objetivos: promover a integração entre os participantes e fazer com que as pessoas percebam e valorizem os acontecimentos felizes, que geral- mente são ofuscados pelo estresse do dia a dia. Materiais: música animada, filipetas para o sorteio do amigo secreto na hora da atividade e uma caixa bem bonita de presente, uma estratégia de estimular a criatividade e encantar os participantes. Desenvolvimento: o facilitador deverá sortear entre os participantes um amigo secreto, após o sorteio, decida quem irá começar, este deverá pegar a caixa e oferecer ao seu amigo, dizendo que aceite seu presente e que aquela caixa carrega algo emocionante que aconteceu no mundo, na sua vida, ou se souber na vida do seu amigo, como compartilho com você a felicidade que senti no nascimento do meu filho, ou ofereço a você a recordação da felicidade que você sentiu no seu casamento ou ofereço a você os fogos do ano novo etc. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Quem é o Papai Noel ou Mamãe Noel? Objetivos:comemorar o Natal. Materiais: músicas natalinas; papel para rascunho; cartolinas (1/2 por equipe); giz de cera vermelho, verde e preto. Desenvolvimento: divida os participantes em duas ou mais equipes, cada equipe receberá ½ cartolina, 1 papel rascunho, 1 giz de cera vermelho, 1 verde e um preto. Um participante de cada equipe deverá nomear em sigilo informando so- mente ao facilitador qual é Papai Noel ou Mamãe Noel do setor ou da empresa, listando no rascunho cinco palavras que descrevem suas qualidades. Decide-se a equipe que vai começar no jóquempô ou outra forma de sorteio. O participante escolhido pela equipe que irá começar deverá descrever em sua cartolina a primeira qualidade nomeada, se a equipe não adivinhar, a brin- cadeira continua em rodadas, a partir da segunda tentativa a equipe da vez pode escolher entre descrever ou desenhar a caricatura do seu papai ou mamãe Noel, “ganha” a equipe que conseguir adivinhar o seu Papai Noel primeiro. Dinâmicas lúdicas: a prática 121 Variações: não há. Refinamentos e cuidados: não há. Votos saudáveis de Natal Objetivos: confraternizar, integrar e celebrar o Natal. Materiais: bexigas brancas e vermelhas, pequenas filipetas. Desenvolvimento: a aula neste dia deverá ser realizada em duas etapas, na primeira etapa o facilitador deverá distribuir filipetas para os participantes escreverem seus votos saudáveis de Natal, em uma única frase, esses votos deverão estar relacionados a hábitos sau- dáveis, sejam eles, sociais, físicos, emocionais etc., ou seja, a saú- de integral. As filipetas deverão ser identificadas com o nome do participante e seu setor, ao final cada participante deverá colocar a filipeta dentro de uma bexiga que recebeu junto com a filipeta em branco e devolve-la para o facilitador que irá guardá-la, a cada en- trega o facilitador deverá entregar outra bexiga já recheada de votos dos setores anteriores. Quando todos os participantes já estiverem concluídos a primeira etapa e com as novas bexigas deverão enchê-las com cuidado. O facilitador deve apli- car uma aula bem animada com as bexigas e ao final da aula, todos devem estourar seus balões e receberem seus votos de Natal. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: para o primeiro setor o facilitador poderá distri- buir um dia antes as filipetas para seu último setor do percurso, assim já iniciará seu percurso com os balões recheados para sua primeira aula. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 122 Laboral em poesia Objetivos: Confraternizar, integrar e desenvolver a criatividade. Materiais: Papel cartão ou cartolina, caneta, giz de cera, música animada etc. Desenvolvimento: Dias antes da ação o facilitador deverá pegar os nomes de todos os participantes por setor em pequenos cartões feitos papel cartão ou cartolina, dividi-los em saquinhos. No dia da ação o facilita- dor deverá distribuir aleatoriamente os cartões nos setores, os partici- pantes terão um tempo para desenvolver uma poesia com o nome do trabalhador que consta em seu cartão, aguardar e ao sinal do facilita- dor os cartões poderão ser trocados. Variações: não há. Refinamentos e cuidados: para evitar brincadeiras de mau gosto, o facili- tador deverá facilitar um ambiente acolhedor e favorável para que a brincadeira seja realmente lúdica para todos. Votos da virada Objetivos: desejar um Feliz Ano novo de maneira lúdica. Materiais: bola, filipetas com frases, música, microfone e som. Desenvolvimento: em círculo, ao tocar a música será passada a bolinha de mão em mão até que a música pare. Quem parar deverá sortear um dos papeis que estiver em uma caixa à frente e realizar o que tiver escrito nele. Variações: realizar a brincadeira com outros temas, como EPIs etc. e ou aumentar o número de bolas. Refinamentos e cuidados: cuidado com o que for solicitado, não exponha ninguém a uma situação constrangedora, dê preferência para realiza- ções em grupos. Exemplos de frases: Imite um personagem a sua escolha, desejando Felicidades a um amigo(a); Forme uma frase com as palavras: batata frita, 20_ _ e macaco; Diga a um amigo (a) o que você deseja para o ano novo só que de forma estressada; Chame 07 amigos para pular as ondas da virada; Cante com seus amigos a música “Este ano, quero paz no meu coração”; Cante com seus amigos a música “Adeus ano velho”; Imite um político desejando Feliz 20_ _; Faça uma frase com uma voz de criança com a palavra Paz. Dinâmicas lúdicas: a prática 123 Viver e não ter vergonha de ser feliz! Objetivos: confraternizar, integrar e celebrar. Materiais: faixas de um metro de TNT Branco, música de Gonzaguinha: O que é, o que é? Desenvolvimento: para celebrar a chegada do novo ano, sugiro que o faci- litador inicie a aula perguntando para os participantes se eles conhe- cem uma das músicas mais conhecidas de Gonzaguinha, brinque com a adivinhação, comece a música e pare, cante com eles, fale sobre a importância da busca constante de uma vida saudável e feliz, e etc., enquanto isso já vá distribuindo as faixas. Todos com suas faixas promova um breve espreguiçamento já animado pela música, ministre uma aula em criativa com as faixas, com exercícios in- dividuais, em duplas, em quartetos, e etc. Aproveite os refrãos para promover momentos divertidos, formando cirandas ligadas pelas faixas; solicitando para os participantes e sacudirem as faixas sobre a cabeça saudando o novo ano etc. Variações: se preferir utilize faixas coloridas, utilizando as cores comuns da virada do ano. Refinamentos e cuidados: deixe a aula livre, não exija desempenho, a música é envolvente e empolgante não tem como ficar parado. 125 Perguntas mais frequentes Muitas vezes desistimos antes de tentar, descrevo algumas perguntas mais frequentes que recebo durante meus cursos e encontros, espero com elas enco- rajá-lo a sair da sua zona de conforto e partindo imediatamente para a facilita- ção e a criação de suas próprias dinâmicas. Quais são as principais características das dinâmicas lúdicas para o am- biente corporativo e para os Programas de ginástica laboral? • A principal característica é a duração, elas devem durar entre 07 e 15 minutos. • Regras devem ser claras e simples, não temos tanto tempo para explica- ções mais complexas. • Adequadas ao ambiente corporativo. • Pouco recurso material. • Adaptáveis a diferentes públicos e ambientes, visto que dentro da mes- ma empresa podemos encontrar diferentes públicos. • Serem divertidas e apresentarem claramente seus objetivos, adultos são motivados pela produção, portanto, eles desejam saber para que serviu aquela dinâmica. Como tornar as dinâmicas lúdicas algo especial para a empresa cliente? Procure sempre deixar todos os envolvidos empolgados com sua ação, des- de os participantes, os líderes e o contratante. Divulgue sua ação, divulgue os resultados, torne a ação um evento, busque seus parceiros internos, departamento de comunicação e marketing, Recursos Humanos, entre outros. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 126 Qual é a periodicidade das dinâmicas nos programas de ginástica laboral? Essa questão é muito relativa, depende muito da periodicidade de aulas por semana que a empresa contratou, sugiro uma vez a cada quinze dias para programas de duas ou três vezes por semana (com exceção para datas come- morativas) e uma vez por semana para programas de cinco vezes por semana, sendo esse último mais difícil de acontecer. Todas as dinâmicas podem ser consideradas como lúdicas? Não, só serão consideradas lúdicas as dinâmicas que provocarem pra- zer e alegria na maioria de seus participantes, seja um observador, verifique como está à aceitação por parte dos trabalhadores, após sua avaliação faça uma reflexão sobre sua facilitação, perfil da empresa (cultura) e do grupo, talvez um pequeno ajuste mude completamente o cenário do trabalho que você está desenvolvendo. Atenção, nem sempre vamos despertar o estado lúdico em todos, fique aten- to a sua avaliação, não espere100% em todas suas aulas, não penalize o grupo que gosta e participa das suas aulas por não atingir a totalidade, realizamos uma conquista diária, busque a cada dia um novo participante para sua aula. Mas o que é ludicidade? O lúdico é um estado interno de prazer e alegria do sujeito e ludicidade é uma qualidade de quem está lúdico por dentro de si mesmo, sendo assim, es- tabeleça com você uma meta, seja lúdico na aplicação das suas aulas, desperte ludicidade em qualquer atividade proposta, seja ela uma brincadeira ou não. Por que a ludicidade é importante para o ambiente corporativo? Cada vez mais se percebe a necessidade de tornar o ambiente corporati- vo um ambiente feliz, muitas propostas estão sendo realizada para este fim, do ponto de vista empresarial, tendo seu trabalhador feliz e integrado com os demais refletirá positivamente na produção quantitativa e qualitativa do seu negócio. Sob um olhar pela saúde do trabalhador, tornando-o feliz no ambien- te em que ele passa boa parte do seu tempo, a felicidade dentro do local do trabalho poderá refletir positivamente em sua saúde física, social, emocional e mental, entre outras. O ambiente corporativo 127 As dinâmicas lúdicas poderão ganhar outros nomes? Sim, dê as suas dinâmicas os nomes que você considerar mais próximos de sua realidade, às vezes, os nomes podem prestigiar o nome da empresa, seu segmento ou a ação do dia. Dinâmicas lúdicas podem ser consideradas geradoras de estímulos para a mudança de comportamento? As dinâmicas lúdicas poderão colaborar, quando bem facilitadas e man- tendo-se uma periodicidade ouso em dizer que estas poderão mudar compor- tamento, relações dentro e fora das empresas, durantes estes anos de trabalho, tive a oportunidade de ouvir vários depoimentos e agradecimentos sobre a mudança do “astral” de um trabalhador naquele dia e até mesmo agradeci- mentos de dicas de dinâmicas que eles brincaram com seus filhos após sua jornada de trabalho. O adulto ainda brinca? Faço essa pergunta para você, você ainda brinca? Se sim, parabéns, mas, o que é brincar? Somos fruto de uma cultura antilúdica, em que ao crescermos não brincamos mais, deixa de ser bobo você cresceu, deixe de brincar, você não é mais uma criança. Resgatar a criança interna de um adulto e fazê-lo brincar com toda a espon- taneidade que uma brincadeira desperta não é uma tarefa fácil, mas acredite, ele brinca e agradece você com o olhar. Crie uma relação de confiança com seu grupo, a maior resistência do adulto em participar de uma dinâmica lúdica e a exposição excessiva, passar ridículo, se você criar um elo de confiança e afetividade com seu grupo ele passará a ser seu parceiro e esperará ansiosamente um novo momento de ser criança e sorrir. As dinâmicas lúdicas promovem aprendizagem? Entre várias funções sociais, pode-se dizer que o brincar sempre foram ca- minhos para o processo de ensino e aprendizagem (LIMA, 2007)[1]. Quando aplicadas para este fim, como todas as dinâmicas possuem uma duração máxima de 15 minutos, este processo deverá ser progressivo, ou seja, se deseja fixar uma informação, trabalhe de forma contínua, talvez você tenha que desenvolver uma ação semanal sobre determinado tema e finalizar com Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 128 uma dinâmica lúdica para reforçar a aprendizagem que vem sendo explorada durante toda a semana. Não prometa mudança de comportamento ou aprendizagem por ações iso- ladas, necessitamos da parceria de vários setores, inclusive do bom clima orga- nizacional para o sucesso do nosso trabalho. Lembre-se daquele ditado: Uma andorinha só não faz verão. Como ser criativo? A criatividade é nata, porém dependendo de por onde andamos somos reprimidos ou incentivados a ser criativo. A educação escolar por vezes não explora o exercício da criatividade em seus alunos, visto que receitas prontas dão menos trabalho. A Criatividade é um exercício, não se acomode, não desis- ta, não copie, não tenha medo. Predebon (2008)[88] afirma que temos em nós um pouco da criança que fomos. Que é bom dar mais espaço a ela, assim potencia- lizaremos nossa criatividade. Quem mais aceita as dinâmicas lúdicas, os setores administrativos ou fabris? Geralmente setores fabris aceitam mais as dinâmicas lúdicas, eles estão mais abertos e dispostos a brincar, facilitados pelo espaço, vestimentas, cultura e entre outros, porém a área administrativa uma vez que se sente segura com suas propostas aceitam e solicitam dinâmicas lúdicas em suas aulas, são perfis diferentes, tenha bom senso, flexibilidade e capacidade de adaptar as dinâmi- cas de acordo com as características de cada setor. Cada setor é único, com diferentes necessidades, reações e condições físicas. Que materiais são mais utilizados nas dinâmicas lúdicas? Diversos! Seja criativo em suas escolhas, experimente visitar lojas de baixo custo, elas são inspiradoras. Procure saber com a empresa se ela possui algu- ma restrição sobre utilização de algum material e procure também verificar se eles possuem materiais para descarte, muitas vezes, podemos utilizar estes materiais em nossas aulas, por exemplo, em uma das minhas ações a empresa descartava pequenas bobinas, pareciam carretéis, elaborei uma atividade uti- lizando esse material, a empresa adorou além de gostarem das dinâmicas eles parabenizaram pela ideia de reutilizar algo que seria descartado. O ambiente corporativo 129 Agora fique atento, zele pela qualidade dos seus materiais, uma dinâmica bem elaborada e planejada, gera contentamento e a certeza de que os alunos são especiais para o professor, além é claro de gerar o contentamento do cliente sobre o bom uso do seu investimento. Quais são as principais barreiras encontradas para a aplicação das dinâ- micas lúdicas? Bom, em primeiro lugar, precisamos deixar claro que barreiras como espa- ço, vestimentas, tempo para a aula, não são barreiras quando falamos no am- biente laboral, estas são características especificas desta prestação de serviços, então enquanto considerarmos estas características como barreiras tudo será mais difícil. Outra questão é saber se realmente a barreira está com você, ou melhor, em você ou na empresa, reavalie seus medos, inseguranças, realmente é um grande desafio convidar um adulto para brincar e ainda mais dentro de um ambiente corporativo, por isso, sempre gosto de trabalhar com meus blo- queios e em seguida avaliar as reais barreiras do meu cliente. Pense nisso! 131 Anexo I Rio de Janeiro, 12 de Maio de 2004. Resolução CONFEF nº 073/2004 Dispõe sobre a Ginástica Laboral e dá outras providências O PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, no uso de suas atribuições estatutárias, conforme dispõe o inciso VII, do art. 40; CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal nº 9.696, de 01 de setembro de 1998; CONSIDERANDO o disposto na Resolução CONFEF nº 046/02, que dispõe sobre a Intervenção do Profissional de Educação Física e respectivas competên- cias e define os seus campos de atuação profissional; CONSIDERANDO o disposto na Resolução nº 218, de 06 de Março de 1997, do Conselho Nacional de Saúde; CONSIDERANDO o disposto na Portaria MTE nº 397, de 09 de Outubro de 2002, que aprova a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO/2002, no que concerne à Família 2241 - Profissionais de Educação Física; CONSIDERANDO o disposto na Resolução CNE/CES nº 03, de 16 de Junho de 1987, que estabelece os mínimos de conteúdo e duração a serem observados nos cursos de graduação em Educação Física (Bacharelado e/ou Licenciatura Plena); CONSIDERANDO a Resolução CNE/CES 07/04, aprovada em 31 de Março de 2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de gra- duação em Educação Física, em nível superior de graduação plena, originada do Parecer CNE/CES nº 0058/2004, aprovado em 18 de Fevereiro de 2004; CONSIDERANDO que o Profissional de Educação Física é qualificado e le- galmente habilitado para intervir no seu campo profissionalprevenindo doenças, promovendo a saúde do trabalhador e contribuindo para a sua qualidade de vida; Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo 132 CONSIDERANDO que a formação do Profissional de Educação Física, além do domínio do conhecimento sobre o movimento humano e exercício fí- sico nas suas dimensões biodinâmica, comportamental e sociocultural, inclui a abordagem dos aspectos pedagógicos e afetivos emocionais do comportamen- to motor do trabalhador, que tornam diferenciada sua intervenção; CONSIDERANDO que, tradicionalmente, a prescrição, orientação e dina- mização da ginástica e do exercício físico nas suas diversas formas, manifes- tações e objetivos são atividades próprias do Profissional de Educação Física; CONSIDERANDO que o Profissional de Educação Física presta assistência à saúde do trabalhador no que concerne as suas necessidades na prática de ginásticas, exercícios físicos, atividades físicas e similares, independentemente do local em que atue; CONSIDERANDO que o Profissional de Educação Física atua em empre- sas e/ou organizações detentoras de postos de trabalho, intervindo de forma efetiva para a promoção da saúde integral e melhoria da qualidade de vida do trabalhador; CONSIDERANDO o reconhecimento, por parte dos empresários e traba- lhadores, da importância da ginástica e lazer para o bem estar do trabalhador na realização de suas atividades funcionais, proporcionando a redução dos ín- dices de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais do trabalhador; e, CONSIDERANDO o deliberado em Reunião Plenária do dia 03 de Abril de 2004; RESOLVE: Art. 1º - É prerrogativa privativa do Profissional de Educação Física plane- jar, organizar, dirigir, desenvolver, ministrar e avaliar programas de ativida- des físicas, particularmente, na forma de Ginástica Laboral e de programas de exercícios físicos, esporte, recreação e lazer, independente do local e do tipo de empresa e trabalho. Art. 2º - No desempenho das atribuições do Profissional de Educação Física, no âmbito da Ginástica Laboral, incluem-se: I - ações profissionais, de alcance individual e/ou coletivo, de promoção da capacidade de movimento e preven- ção a intercorrência de processos cinesiopatológicos; II - prescrever, orientar, ministrar, dinamizar e avaliar procedimentos e a prática de exercícios ginás- ticos preparatórios e compensatórios às atividades laborais e do cotidiano; III - identificar, avaliar, observar e realizar análise biomecânica dos movimentos e testes de esforço relacionados às tarefas decorrentes das variadas funções que o trabalho na empresa requer, considerando suas diferentes exigências em qualquer fase do processo produtivo, propondo atividades físicas, exercícios Anexo I 133 ginásticos, atividades esportivas e recreativas que contribuam para a manu- tenção e prevenção da saúde e bem estar do trabalhador; IV - propor, realizar, interpretar e elaborar laudos de testes cineantropométricos e de análise bio- mecânica de movimentos funcionais, quando indicados para fins diagnósticos; V - elaborar relatório de análise da dimensão sócio cultural e comportamental do movimento corporal do trabalhador e estabelecer nexo causal de distúrbios biodinâmicos funcionais. Art. 3º - O Profissional de Educação Física no âmbito da sua atividade pro- fissional está qualificado e habilitado para prestar serviços de auditoria, con- sultoria e assessoria especializada. Art. 4º - O Profissional de Educação Física contribui para a promoção da harmonia e da qualidade assistencial no trabalho em equipe multiprofissional e a ela integra-se, sem renunciar à sua independência ético-profissional. Art. 5º - O Profissional de Educação Física é um profissional ativo nos pro- cessos de planejamento e implantação de programas destinados a educação do trabalhador nos temas referentes à saúde funcional e ocupacional e hábitos para uma vida ativa. Art. 6º - Os casos omissos serão resolvidos pelo Plenário do CONFEF. Art. 7º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Jorge Steinhilber Presidente CREF 000002-G/RJ DOU 94, seção 1, pp. 78 e 79, 18/05/2004 135 Referências 1. LIMA, V. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 3 ed. 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Atividade Circense Ações pedagógicas na licenciatura e no bacharelado 10. Os primeiros passos em Fisiologia do Exercício: Bioenergética, Cardiorrespiratório e gasto energético 11. Eu não estudei para isso: temas emergentes no estágio em Educação Física 12. Métodos contemporâneos para elaboração de programas de treinamento de esportes de alto rendimento 13. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo: da teoria à prática 14. Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor 15. Leis de incentivo ao asporte: novas perspectivas para o desporto brasileiro 16. Memórias de Boas Práticas no Esporte: Profissionais de Educação Fisica no contexto do olimpismo 17. Paralelos entre a iniciação competitiva precoce e a formação de técnicos de Judô 18. Hiit Body Work: a nova calistenia 19. Recomendações para prática de atividade fisica e redução do comportamento sedentário 20. Orientações para avaliação e prescrição de exercícios físicos direcionados à saúde Este livro, composto com tipografia Palatino Linotype e diagramado pela Malorgio Studio, foi impresso em papel Offset 90g pela Teixeira Impressão Digital e Soluções Gráficas Ltda para o CREF4/SP, em Novembro de 2019. Conselheiros do CREF4/SP “Somos nós, fortalecendo a Profissão” COLEÇÃO LITERÁRIA EM HOMENAGEM AOS 20 ANOS DA INSTALAÇÃO DO CREF4/SP ISBN 978-85-94418-40-1 9 788594 418401 > O Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região – CREF4/SP foi instituído pela Resolução CONFEF nº 011/1999 e a designação e posse de seus primeiros conselheiros, membros efetivos e suplentes, pela Resolução CONFEF nº 017, de 29/10/1999, com jurisdição no Estado do São Paulo e sede na sua capital. No dia 06 de dezembro de 1999, em ato solene de sua instalação nas dependências do prédio de administração do Ginásio do Ibirapuera, o CREF4/SP iniciou sua história. Passados 20 anos, com sede em local privilegiado e de fácil acesso aos Profi ssionais de Educação Física do Estado, mudaram Conselheiros e Diretorias, mas os objetivos deste Conselho permanecem os mesmos: garantir à sociedade o direito de ser atendida com excelência por Profi ssionais de Educação Física, habilitados pelo registro; normatizar, fi scalizar e orientar o exercício da profi ssão, de acordo com o que preconiza o Código de Ética Profi ssional. Organizamos uma Coleção de 20 livros com o objetivo de proporcionar atualização de conhecimentos do Profi ssional com leituras variadas e de qualidade, tendo como proposta a orientação e o aumento do acervo de obras destinadas à Educação Física. Os livros que compõem esta coleção possuem temas diversifi cados, abrangendo as áreas de: história, desporto paralímpico, treinamento, gestão, atividades para terceira idade, ginástica laboral, desenvolvimento de projetos, controle de carga, atividades circenses, fi siologia do exercício, escola, esportes, ludicidade, legislação, relatos de experiências, exercício e saúde, e combate ao sedentarismo. Esperamos que a Coleção Literária, em Homenagem aos 20 anos da Instalação do CREF4/SP, colabore com o fortalecimento de nossa Profi ssão.