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DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 452 AAUULLA A 0099 ((2266//0011//22001122)) Prezado(a) aluno(a), Nessa nona aula serão abordados os seguintes temas: • Responsabilidade civil do Estado; • Controle da administração pública: controle administrativo, controle legislativo e controle judicial; Desejo-lhe uma ótima aula! Armando Mercadante DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 453 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO O estudo da responsabilidade civil do Estado implica na análise das situações em que os agentes públicos, atuando lícita ou ilicitamente1, por meio de ações (condutas comissivas) ou omissões (condutas omissivas) violam direitos alheios, causando- lhes danos, gerando para a pessoa jurídica a que se vinculam o dever de indenizar. Atualmente, não há mais dúvidas de que o princípio da igualdade de todos perante a lei, um dos postulados do moderno Estado de Direito, conduz à conclusão de que o comportamento estatal, da mesma forma que o privado, quando causador de lesão a direito alheio, submete-se às regras da responsabilidade civil. Se há sujeição à ordem jurídica tanto das pessoas de direito público como das de direito privado, ambas deverão suportar as conseqüências advindas de prejuízos causados a terceiros pelas condutas de seus agentes. A responsabilização civil é de ordem pecuniária, ou seja, o responsável é condenado ao pagamento de determinada quantia em dinheiro a título de indenização. Trata-se, portanto, de obrigação de dar coisa certa: dinheiro. Alguns autores reportam-se ao tema como responsabilidade extracontratual do Estado, buscando distinguir a responsabilidade ora estudada da responsabilidade contratual, que possui campo próprio de estudo (contratos administrativos). Celso Antônio bandeira de Mello2 destaca a necessidade de a responsabilidade do Estado governar-se por um regime próprio, fundado em princípios próprios, “compatíveis com a peculiaridade de sua posição jurídica, e, por isso mesmo, é mais extensa que a responsabilidade que pode calhar às pessoas privadas”. Prossegue o autor lecionando que “as funções estatais rendem ensejo à produção de danos mais intensos que os suscetíveis de serem gerados pelos particulares”. 1 No direito privado a responsabilidade civil decorre de atos ilícitos (contrário a leis ou aos princípios), diferentemente do que ocorre no direito administrativo, que prevê a responsabilização civil originária tanto de atos lícitos como ilícitos. 2 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 26ª ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 986. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 454 Evolução doutrinária São diversas as teorias elaboradas ao longo do tempo para tratar do tema responsabilidade civil do Estado. Vamos estudá-las... Teoria do Risco Integral Por essa teoria, se houver nexo causal entre a conduta do agente público e o dano causado ao particular, o Estado responderá pela indenização devida, ainda que o dano tenha sido causado por culpa exclusiva do particular, culpa de terceiros ou força maior. Teoria da irresponsabilidade do Estado Remonta da origem do Direito Público, sendo adotada pelos Estados absolutistas, pois estes se colocavam diante de seus súditos em posição de autoridade incontestável (soberana). Nesses Estados, o poder militar e o político era concentrados nas mãos do monarca soberano (rei ou príncipe hereditário). De acordo com essa teoria, o Estado, em regra, não respondia pelos atos praticados por seus agentes, pois estes eram imunes a erros por serem considerados representantes do rei. Atenção na prova para as seguintes máximas que estão associadas a teoria ora analisada: “the king can do no wrong” e “le roi ne peut mal faire” (ambas significando que “o rei não pode errar”). Em virtude das injustiças cometidas com base nessa teoria, ela recebeu diversas críticas e foi duramente combatida. No final do século XIX, a teoria da irresponsabilidade atingiu o máximo da sua crise, sendo superada pelas teorias civilistas que se fundavam em princípios do Direito Civil e admitiam a responsabilidade estatal. A partir desse momento, as teorias serão agrupadas em duas correntes diversas: teorias civilistas e teorias publicistas. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 455 Teorias civilistas Os civilistas estudam a responsabilidade estatal adotando como referência os princípios da doutrina civilista (Direito Civil), ao passo que os publicistas se apegam aos princípios do direito público (Direito Administrativo e Direito Constitucional). - Teoria dos atos de império e atos de gestão Os adeptos dessa teoria não romperam definitivamente com a teoria da irresponsabilidade. Fazia-se distinção entre atos de império e atos de gestão. A Administração, ao praticar atos de império, colocava-se em posição de supremacia diante do administrado, impondo coercitiva e unilateralmente suas vontades, numa relação jurídica marcada por prerrogativas e privilégios estatais. Quando a prática desses atos implicava em danos aos administrados, a responsabilidade estatal era afastada, mantendo-se inalterado o regime anterior (da irresponsabilidade do Estado). Situação diversa ocorria quando os atos de gestão eram praticados, considerados aqueles executados pela Administração em situação de igualdade com os particulares. Quanto a esses surge a inovação, pois se passou a admitir a responsabilização estatal. Distinguia-se a pessoa do Rei (insuscetível de errar), que praticaria os atos de império, da pessoa do Estado, que praticaria os atos de gestão, através de seus prepostos. A crítica a essa teoria incidia principalmente sobre dois pontos: • impossibilidade de dividir a personalidade do Estado adotando como referência os atos do Rei (atos de império) e atos do Estado (atos de gestão); • impossibilidade de separar com precisão os atos de império dos atos de gestão. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 456 - Teoria da culpa civil ou da responsabilidade subjetiva Da mesma forma que a teoria dos atos de império e dos atos de gestão, a teoria da culpa civil fundava-se em preceitos do Direito Civil. Para os adeptos dessa teoria, que não mais faziam distinção entre atos de império e atos de gestão, o Estado seria responsável pelos danos que seus agentes causassem a terceiros desde que ficasse comprovada a “culpa” (aqui utilizada em sentido amplo, abrangendo dolo e culpa). Os requisitos cumulativos para configuração do dever estatal de indenizar, com base nessa teoria, são os seguintes: conduta (ação ou omissão, lícita ou ilícita); dano; nexo causal (ligação) entre a conduta e o dano; dolo ou culpa (elementos subjetivos da conduta). É importante destacar que nessa modalidade de responsabilidade as condutas dolosas ou culposas representam situações ofensivas ao Direito, o que sustenta a afirmação da doutrina que a responsabilidade subjetiva tem como principal fundamento o princípio da legalidade. Teorias publicistas A doutrina identifica como o marco do surgimento destas teorias o caso Blanco, ocorrido em 1873 na França. A menina Agnès Blanco foi atropelada por uma vagonete. Seu pai ajuizou uma ação de indenização contra o Estado. Surgiu o conflito de atribuição entre a jurisdição comum (PoderJudiciário) e o contencioso administrativo (Poder Executivo). O Tribunal de Conflitos decidiu que a matéria deveria ser analisada pelo tribunal administrativo, pois o tema responsabilidade civil do Estado não poderia ser apreciado com base nos postulados do Direito Civil, mas sim naqueles regentes do direito público. - Teoria da culpa do serviço ou da culpa administrativa ou do acidente administrativo Os adeptos dessa teoria desvincularam a responsabilidade do Estado da culpa do funcionário. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 457 Não era preciso comprovar a culpa do agente público (identificar o agente), mas sim a culpa na prestação do serviço (faute du service, conforme os franceses), bem como, logicamente, os demais elementos configuradores da responsabilidade. Nesse sentido, Segunda Turma do STF no julgamento do RE 395942 AgR/RS: “A alegação de falta do serviço – faute du service, dos franceses – não dispensa o requisito da aferição do nexo de causalidade da omissão atribuída ao poder público e o dano causado” (Relatora Min. Ellen Gracie, DJe 26/02/09). Essa falha do serviço público é caracterizada em três hipóteses: • o serviço não foi prestado; • o serviço foi prestado, porém com atraso; • o serviço foi mal prestado. Pense no seguinte exemplo: Se diversos moradores de determinada cidade fossem hospitalizados pelo fato de a água fornecida pelo município estar contaminada. Caso estes moradores propusessem ação de indenização contra o município não seria preciso identificar o agente público responsável pelo controle de qualidade da água, mas sim a falha do município em fornecer água contaminada. Ou seja, seria preciso comprovar que o serviço público foi mal prestado. Observe que o foco não é a falta do agente, mas sim a falha na prestação do serviço. A doutrina passou a denominar o fato causador da obrigação de reparar de “falta do serviço” ou “faute du service” ou “culpa anônima”. - Teoria do risco administrativo ou da responsabilidade objetiva Esta teoria publicista, que serviu de fundamento para a responsabilidade objetiva do Estado, baseia-se no princípio da igualdade de todos perante os encargos sociais. Se os benefícios advindos da atuação estatal são repartidos para todos os integrantes da coletividade, nada mais justo que os prejuízos sofridos por alguns indivíduos também sejam repartidos. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 458 De acordo com essa teoria, o Estado será responsabilizado se ficar comprovado que há nexo de causalidade (ligação) entre a conduta de seu agente e o resultado que causou a lesão ao administrado, sendo indiferente a existência de falta do serviço ou de culpa do agente público. Analise o seguinte exemplo: Ainda o exemplo do servidor municipal que avançou o sinal atropelando um pedestre causando-lhe ferimentos. Considerando-se que o motorista é servidor do Município, portanto, agente público, e no momento do acidente estava exercendo a sua função, o Município responderá pelos danos causados à vítima do acidente independentemente da comprovação de que o agente agiu com dolo ou culpa. Nessa situação, a vítima, para fazer jus à indenização, deverá provar que o agente avançou o sinal e causou- lhe um dano, sendo indiferente se esta conduta foi intencional (dolosa) ou não intencional (culpa). Os requisitos cumulativos para configuração do dever estatal de indenizar, com base nesta teoria, são os seguintes: • conduta (ação ou omissão, lícita ou ilícita) de agente público; • dano; • nexo causal (ligação) entre a conduta e o dano. Em função da posição de supremacia em que o Estado se apresenta diante dos particulares, concluiu a doutrina que a uma maior quantidade de poderes deve ser atribuído um risco maior, surgindo daí a denominação teoria do risco administrativo. RReessppoonnssaabbiilliiddaaddee cciivviill ddaa AAddmmiinniissttrraaççããoo nnoo DDiirreeiittoo bbrraassiilleeiirroo A teoria da responsabilidade civil objetiva do Estado foi adotada como regra no Brasil, constando das constituições a partir da Constituição de 1946. É importante destacar que a adoção essa teoria não afasta a aplicação da teoria da responsabilidade subjetiva, pois em determinadas situações (condutas omissivas), conforme será visto linhas abaixo, o Estado responderá de forma subjetiva. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 459 Previsão legal: A adoção pelo ordenamento jurídico pátrio da teoria da responsabilidade civil objetiva do Estado é demonstrada por meio da leitura do art. 37, §6º, da Constituição Federal, e do art. 43 do Código Civil: CF/88 Art. 37, §6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. CC Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Observe que os elementos subjetivos culpa e dolo não estão associados à responsabilidade estatal, mas sim à responsabilidade dos agentes públicos causadores do dano quando acionados em ação regressiva. Requisitos: Conforme já visto na questão anterior, os requisitos cumulativos são: • conduta (ação ou omissão, lícita ou ilícita) de agente público; • dano; • nexo causal (ligação) entre a conduta e o dano. Pessoas sujeitas à teoria da responsabilidade objetiva: A decomposição do art. 37, §6º, CF, revela quais os sujeitos que estão expostos à teoria da responsabilidade civil objetiva do Estado: “As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO e as de DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 460 regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa” (sem destaque no original). Portanto, responderão de forma objetiva, em regra, tanto as pessoas jurídicas de direito público com as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. Mas afinal, quem são essas pessoas? Veja o quadro: Pessoas jurídicas de Direito Público Pessoas jurídicas de Direito Privado prestadoras de serviços públicos Entes federados União Estados Distrito Federal Municípios Administração indireta Fundações Públicas de Direito Privado, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Administração indireta Autarquias e Fundações Públicas de Direito Público Particulares delegatários Concessionários e Permissionários Observações: 1) As empresas públicas e as sociedades de economia mista podem ser criadas tanto para a prestação de serviços públicos como para a exploração de atividades econômicas. Contudo, apenas as prestadoras de serviços públicos são abrangidas pela teoria da responsabilidade objetiva, o que demonstra que nem todas as entidades integrantes da administração indireta estão expostas à teoria em questão. Adote-se como exemplo de empresa pública exploradora de atividades econômicas a CEF e de sociedade de economia mista o Banco do Brasil. 2) Dentre as pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração indiretapode-se incluir as agências reguladoras e as agências executivas, que possuem natureza jurídica de autarquia ou fundação, bem como as associações públicas, cuja natureza jurídica é de autarquia. 3) Quanto às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, o comando normativo do art. 37, §6º, da CF, não exige que tais pessoas integrem a Administração Pública, daí justificar-se a presença das concessionárias e das permissionárias de serviços públicos. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 461 Abrangência da expressão “agentes públicos”: As constituições de 1946, 1967 e 1969, no que se refere ao tema, reportavam-se aos danos causados a terceiros por funcionários das pessoas jurídicas de direito público. O texto da Constituição de 1988 (art. 37, §6º) é de alcance muito maior, não apenas relativamente às pessoas jurídicas responsáveis pelas indenizações decorrentes dos danos, mas também quanto às pessoas físicas causadoras dos danos. O constituinte de 1988 substituiu a expressão “funcionário” por “agente publico”. Além disso, acrescentou ao rol das pessoas jurídicas responsáveis pelas indenizações as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, que, juntamente com as pessoas jurídicas de direito público, passaram a responder como sujeitos ativos dessa relação jurídica obrigacional. Porém, resta saber quem são os agentes públicos? Agente público é a pessoa física que exerce funções públicas. Dessa forma, todo aquele que exerça função pública vinculado à pessoa jurídica de direito público ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público será considerado agente público para fins de responsabilização estatal, nos termos do art. 37, §6º, da CF. Portanto, as condutas praticadas pelos agentes públicos no exercício de função pública, independentemente se dolosas ou culposas, são consideradas para efeito de responsabilização da pessoa jurídica a qual estejam vinculados. Uma pergunta muito comum é: por que a vítima não propõe a ação contra o próprio agente público ao invés de indicar como réu a pessoa jurídica? A resposta a essa indagação encontra resposta na teoria da imputação volitiva (teoria do órgão), que está atrelada ao princípio da impessoalidade. Teoria da imputação volitiva: Dentre as teorias utilizadas para justificar a relação entre agente público e a pessoa jurídica a qual está vinculado, prevaleceu no DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 462 ordenamento jurídico pátrio a teoria da imputação volitiva (teoria do órgão). Os adeptos dessa teoria sustentam que os agentes públicos não atuam com vontade própria, mas sim praticam seus atos tendo como propósito atender as finalidades da lei. A atuação do agente deve ser impessoal, sendo suas condutas imputadas à pessoa jurídica a que se vinculam. Responsabilidade primária e secundária: A discussão envolvendo responsabilidade primária e secundária está intimamente ligada aos institutos da centralização e da descentralização. Por meio da centralização União, Estados, DF e Municípios atuam diretamente para a consecução de seus objetivos, não se valendo de entidades da administração indireta ou de concessionários/permissionários. Nessas hipóteses, quando um agente das pessoas federativas indicadas causa lesão ao direito de outrem, o próprio ente público responderá pela indenização, restando caracterizada a responsabilidade primária. Exemplo: se um policial federal, agente da União, agride um particular causando-lhe lesões, eventual ação de indenização será proposta diretamente contra a União, refletindo a responsabilidade primária desta. Agora, adote-se o mesmo exemplo alterando apenas o sujeito. Ao invés de um policial federal o agressor será um carteiro dos Correios, entidade integrante da administração indireta, fruto de descentralização, cuja natureza jurídica é de empresa pública. Se na centralização a atuação das pessoas políticas é direta, na descentralização estas pessoas perseguem suas finalidades por meio das entidades integrantes da administração indireta ou das concessionárias/permissionárias. No caso apresentado, a ação indenizatória será proposta diretamente contra a empresa pública Correios. Contudo, se o patrimônio deste não for suficiente para saldar o débito, a União pode ser responsabilizada subsidiariamente, configurando-se a sua responsabilidade secundária. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 463 Condutas omissivas: De acordo com a posição que prevalece na doutrina e na jurisprudência, quando a conduta estatal foi omissiva (omissão), a responsabilidade estatal será subjetiva, sendo necessário apurar a existência de dolo ou de culpa para surgir o dever de indenizar. Dessa forma... Conduta Responsabilidade Comissiva Objetiva Omissiva Subjetiva Portanto, as condutas omissivas surgem como exceção à regra da aplicação da responsabilidade objetiva do Estado, encontrando discussão na doutrina e na jurisprudência. A jurisprudência dominante no STJ e no STF é de que nas omissões o Estado responde de forma subjetiva. Porém, quando o dano decorre de omissão de agente público em estabelecimento prisional, as decisões tanto do STJ como do STF convergem para a responsabilidade objetiva, aplicando-se novamente a regra. O Estado tem o dever de proteger aqueles que estão sob sua custódia, sendo objetiva sua responsabilidade nos casos de mortes de presos, inclusive por suicídio. É essa a posição que você deve adotar nas suas provas. Prestadores de serviços públicos e terceiro não-usuários Sobre esse tema, analise a questão abaixo: (PGM/ARACAJU/PROCURADOR/2008/CESPE) A responsabilidade civil de concessionária de serviço público de transporte municipal é objetiva apenas relativamente aos usuários do serviço. (errada) Para melhor entendimento dessa assertiva, duas situações devem ser visualizadas: DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 464 I) Motorista de ônibus de permissionária de serviço público, conduzindo o veículo, freia bruscamente causando ferimentos nos passageiros em função das quedas ocorridas; II) Motorista de ônibus de permissionária de serviço público, conduzindo o veículo, atropela pedestre que atravessava a pista. Analisando as duas situações acima facilmente conclui-se que as vítimas do primeiro caso, no momento do acidente, eram usuárias do serviço público de transporte. Já no segundo caso, a vítima atropelada, no momento do acidente, não estava utilizando o serviço público de transporte público. Tem-se, portanto, duas narrativas abrangendo usuário de serviço público e não usuário. O Supremo Tribunal Federal, durante certo tempo, fez distinção entre essas duas situações, considerando objetiva a responsabilidade do particular prestador de serviço público por danos causados a usuários do serviço e subjetiva se o dano fosse causado a não usuários. Contudo, essa posição foi alterada em decisão proferida no julgamento do RE 591874 (julgado em 08/03/07), conforme se verifica de trecho da notícia extraída do informativo nº 458: O Min. Joaquim Barbosa, relator, negou provimento ao recurso por entender que a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva também relativamente aos terceiros não-usuários do serviço. Asseverou que, em razão de a Constituição brasileira ter adotado um sistema de responsabilidadeobjetiva fundado na teoria do risco, mais favorável às vítimas do que às pessoas públicas ou privadas concessionárias de serviço público, toda a sociedade deveria arcar com os prejuízos decorrentes dos riscos inerentes à atividade administrativa, tendo em conta o princípio da isonomia de todos perante os encargos públicos. Ademais, reputou ser indevido indagar sobre a qualidade intrínseca da vítima, a fim de se verificar se, no caso concreto, configura-se, ou não, a hipótese de responsabilidade objetiva, haja vista que esta decorre da natureza da atividade administrativa, a qual não é modificada pela mera transferência da prestação dos serviços públicos a empresas particulares concessionárias do serviço. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 465 Danos de obras públicas: A matéria deve ser analisada sob dois aspectos: I) Quando o dano é provocado pelo só fato da obra: Por razões de ordem natural ou imprevisível, sem culpa de alguém, a obra pública causou dano ao particular. Nesse caso, restará configurada a responsabilidade objetiva da Administração Pública, independentemente de quem esteja executando a obra (se ela diretamente ou um particular contratado). Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo citam o seguinte exemplo: “pode ocorrer de, numa obra de perfuração e abertura de galerias para ampliação do metrô de São Paulo, as explosões necessárias, a despeito de todas as precauções e cuidados técnicos, provocarem nas paredes das casas próximas. Nesse caso, o dano a essas casas é ocasionado pelo só fato da obra, sem que haja culpa de alguém, e quem responde pelo dano é Administração Pública (responsabilidade civil objetiva), mesmo que a obra esteja sendo executada por um particular por ela contratado” II) Quando o dano é causado diretamente pelo Estado ou este atribuiu a obra a particular por meio de contrato administrativo Trata-se de hipótese de má execução da obra, cujos danos devem ser imputados ao executor. Se a obra está sendo realizada pela Administração Pública, aplicar-se-á a teoria do risco administrativo (responsabilidade objetiva); caso a execução esteja a cargo de particular contratado, a responsabilidade será do tipo subjetiva. Participação do lesado: Há casos em que o dano tem origem exclusiva na conduta do lesado, restando totalmente afastada a responsabilidade civil do Estado, que não pode ser responsabilizados por prejuízos que não ocasionou. Todavia, em outras situações, a culpa não é exclusiva do lesado, mas sua participação contribuiu para a configuração do dano. Nesses casos, é pacífico nos tribunais que haverá a compensação de culpas, devendo o Estado arcar proporcionalmente à sua participação no evento danoso. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 466 Caso fortuito e força maior: Há grande discussão na doutrina quanto aos conceitos de caso fortuito e de força maior. Alguns autores sustentam que o caso fortuito está associado a eventos inevitáveis decorrentes da atuação do homem, ao passo que a força maior associa-se a eventos irresistíveis da natureza. Já outros, como Maria Sylvia Di Pietro, Celso Antônio Bandeira de Mello, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo não adotam esse critério de distinção, posicionando-se da seguinte maneira: • Força maior: consiste num evento externo, inevitável e invencível ou irresistível, estranho a qualquer atuação da Administração, como, por exemplo, um furacão. • Caso fortuito: consiste num evento interno, decorrente de uma atuação da Administração, cujo resultado é inevitável e invencível ou irresistível. Em que pese todos os cuidados técnicos terem sido adotados, o resultado ocorre da forma diversa da prevista, como exemplo, uma veículo público chocar-se com veículo particular, causando-lhe dano, por ter o freio falhado. O Supremo Tribunal Federal em seus julgados não tem feito distinção entre essas figuras, considerando que ambos são excludentes da responsabilidade estatal na modalidade risco administrativo, pois na condição de eventos externos à atuação administrativa rompem o nexo causal entre a conduta estatal e o dano. Quando a conduta estatal for omissiva (omissão), hipótese que será aplicada a teoria da culpa administrativa (responsabilidade subjetiva), caso fortuito e força maior serão excludentes da responsabilidade estatal, salvo se o Estado contribuiu para ocorrência do dano. Imagine uma árvore que em função de uma tempestade caiu sobre um veículo particular. Inicialmente, não há nenhuma relação entre o dano e o Estado. Porém, a situação muda se ficar demonstrado que os moradores já haviam alertado o Poder Público de que a árvore estava com seu tronco podre e prestes a cair. Nesse caso, a omissão da Administração Pública contribuiu para o evento danoso. Responderá, portanto, de forma subjetiva, pois sua omissão decorreu de culpa. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 467 Sendo comissiva (ação) a conduta estatal, surge a controvérsia doutrinária. Para aqueles que seguem as lições de Celso Antônio Bandeira de Mello, nas hipóteses de força maior a responsabilidade estatal será afastada por ausência de nexo causal (no ex. de Marcelo A. e Vicente P.: um terremoto que arremessa um veículo oficial sobre propriedade particular, causando danos). Já nas hipóteses de caso fortuito, essa corrente sustenta que haverá responsabilização estatal, ainda que o resultado seja inevitável e irresistível. Dessa forma, no exemplo do freio do veículo público que falhou, apesar de estar em perfeito estado de conservação, responderia a Administração Pública pelos danos causados na colisão. Importante ressaltar, mais uma vez, que o STF não tem feito distinção entre caso fortuito e força maior. AAççãão o dde e iinnddeenniizzaaççã ãoo e e aaççãão o rreeggrreessssiivvaa A reparação do dano causado pela Administração dar-se-á de forma amigável ou pela via judicial. Uma vez indenizado o particular, a entidade pública se voltará contra o agente causador do dano, em ação regressiva, buscando o ressarcimento do prejuízo financeiro, devendo, todavia, para ter sucesso nessa empreitada, demonstrar a existência de culpa ou dolo na conduta do servidor. É, portanto, subjetiva a responsabilidade do agente público na ação regressiva que lhe move o Estado. É importante destacar que é possível que o agente formalize acordo com a Administração Pública em sede administrativa. O que o Estado não pode fazer é obrigar administrativamente o seu agente ao pagamento da indenização. Caso não alcance seu objetivo na via administrativa, deverá a Administração recorrer-se à via judicial. A indenização do dano deve abranger o que a vítima objetivamente perdeu, o que desprendeu e o que deixou de ganhar em conseqüência direta e mediata do ato lesivo da Administração. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 468 Nos termos do art. 37, §5º, CF, a ação regressiva de ressarcimento é imprescritível. Por fim, a obrigação do servidor de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. RReessppoonnssaabbiilliiddaadde e cciivviill, , ppeenna all e e aaddmmiinniissttrraattiivvaa Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor responde civil, penal e administrativamente: Responsabilidade civil Prejuízo ao erário ou a terceiros Responsabilidade penal Abrange crimes e contravenções Responsabilidadeadministrativa Infração disciplinar A responsabilidade civil decorre de ato omissivo (omissão) ou comissivo (ação), doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Tratando-se de dano causado a terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública em ação regressiva. A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. Já a responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função que caracterize infração disciplinar. Agora, as duas questões desse tema mais cobradas em prova: - As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. - A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Fique atento(a) quanto a esse último ponto, pois a absolvição no crime por insuficiência ou ausência de provas não interfere necessariamente no resultado na esfera administrativa. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 469 SSúúmmuulla ass ssoobbrre e rreessppoonnssaabbiilliiddaadde e cciivvi ill d doo EEssttaad doo -- SSúúmmuul laa vviinnccuullaannt tee n nºº 1111 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. -- SSúúmmuullaa ddoo SSTTFF nnºº 556622 Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, os índices de correão monetária. -- SSúúmmuullaa ddoo SSTTJJ nnºº 3377 São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. -- SSúúmmuullaa ddoo SSTTJJ nnºº 5544 Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual. -- SSúúmmuullaa ddoo SSTTJJ nnºº 332266 Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca. -- SSúúmmuullaa ddoo SSTTJJ nnºº 338877 É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS DDEE FFIIXXAAÇÇÃÃOO SSOOBBRREE RREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEE CCIIVVIIL L DDA A AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃO O 1) A responsabilidade objetiva do Estado, com base na culpa administrativa (teoria adotada no Brasil), de fundo constitucional, alcança atos praticados pelas autarquias. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 470 2) É correto afirmar-se que a responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público não a obriga a reparar o dano sem prova do nexo de causalidade, nas circunstâncias do caso concreto. 3) Vigora no Brasil, como regra, a teoria do risco integral da responsabilidade civil. 4) Em face de prejuízos causados a particulares, as empresas privadas que integram a Administração Pública submetem-se às mesmas regras de responsabilidade civil aplicáveis aos entes públicos. 5) Será objetiva a responsabilidade civil do Estado por acidentes nucleares. 6) Caso a absolvição do agente público decorra da negativa de autoria, a sua responsabilidade administrativa poderá ser afastada. 7) As sanções civis, administrativas e penais que podem ser impostas ao agente público são independentes, podendo cumular-se. Todavia, a absolvição criminal em decorrência da negativa de materialidade ensejará a absolvição na esfera administrativa – ou a revisão do processo, caso a penalidade já tenha sido imposta. 8) Quando demandado regressivamente, o agente causador do prejuízo responderá de forma subjetiva perante a Administração Pública. 9) A ação regressiva da administração pública contra o agente público causador direto de dano a particular, indenizado pela administração por força de condenação judicial, extingue-se, não se transmitindo aos herdeiros, no caso de falecimento desse agente. 10) Se restar comprovada a culpa parcial do particular, a administração não responderá civilmente pelo prejuízo. 11) A responsabilidade civil do Estado, pelos danos causados por seus agentes a terceiros, é hoje tida por ser subjetiva passível de regresso. 12) A responsabilidade extracontratual do Estado decorre da prática de ato lícito e ilícito. 13) A empresa privada prestadora de serviço público responde solidariamente com a Administração Pública e objetivamente pelos DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 471 atos danosos que seus empregados causarem a terceiros quando da prestação de serviço. 14) Em tema de responsabilidade civil, a Constituição da República adota a responsabilidade objetiva, baseada na teoria da culpa administrativa. 15) Existe prejudicialidade da esfera de responsabilidade criminal sobre a da responsabilidade administrativa, de modo que o servidor absolvido em ação penal não poderá, em nenhuma hipótese, ser punido administrativamente. 16) O exercício irregular das atribuições do cargo pode acarretar responsabilidade civil e administrativa do servidor público. 17) Tanto a responsabilidade da Administração para com a vítima quanto a responsabilidade do agente em face da Administração seguem a teoria da responsabilidade subjetiva. 18) Considere que tenha sido instaurado, contra servidor, processo penal pelo cometimento de crime contra a administração pública e que este foi absolvido pela insuficiência de provas. Em face dessa situação, a responsabilidade administrativa do servidor ficará automaticamente afastada. 19) Caso o servidor público a quem se imputou o dever de indenizar prejuízo causado ao erário venha a falecer, essa obrigação de reparar o dano não poderá ser estendida aos sucessores. 20) A responsabilidade civil do servidor decorrerá de ato culposo ou doloso. 21) As autarquias respondem, em regra, pessoal e subjetivamente pelos atos danosos que seus servidores causarem a terceiros. 22) A responsabilidade da administração indireta é sempre objetiva. 23) A teoria da responsabilidade objetiva informa que a obrigação de indenizar do Estado surge do ato lesivo causado por culpa do serviço. 24) Nos atos omissivos a Administração Pública responderá de forma subjetiva, de acordo com posicionamento do Supremo Tribunal Federal. 25) Encontra amparo no STF, de forma pacífica, a tese que distingue a responsabilidade civil dos prestadores de serviços públicos diante DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 472 de usuários (objetiva) e não usuários (subjetiva) do respectivo serviço. GABARITO: 1) E, 2) C, 3) E, 4) E, 5) C, 6) E, 7) C, 8) C, 9) E, 10) E, 11) E, 12) C, 13) E, 14) E, 15) E, 16) C, 17) E, 18) E, 19) E, 20) C, 21) E, 22) E, 23) E, 24) C, 25) E. Faça a sua avaliação: Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 25 25 Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 25 25 Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 25 25 Gabaritocomentado das questões erradas 1) Errada - A responsabilidade objetiva do Estado, com base na culpa administrativa (teoria adotada no Brasil), de fundo constitucional, alcança atos praticados pelas autarquias. (risco) 3) Vigora no Brasil, como regra, a teoria do risco integral da responsabilidade civil. (risco administrativo) 4) Em face de prejuízos causados a particulares, as empresas privadas que integram a Administração Pública submetem-se às mesmas regras de responsabilidade civil aplicáveis aos entes públicos. (somente as prestadoras de serviços públicos) 6) Caso a absolvição do agente público decorra da negativa de autoria, a sua responsabilidade administrativa poderá ser afastada. (será afastada) 9) A ação regressiva da administração pública contra o agente público causador direto de dano a particular, indenizado pela administração por força de condenação judicial, extingue-se, não se transmitindo aos herdeiros, no caso de falecimento desse agente. (os sucessores respondem até o limite do patrimônio transferido) 10) Se restar comprovada a culpa parcial do particular, a administração não responderá civilmente pelo prejuízo. (as indenizações serão proporcionais à participação no fato) 11) A responsabilidade civil do Estado, pelos danos causados por seus agentes a terceiros, é hoje tida por ser subjetiva passível de regresso. (objetiva) 13) A empresa privada prestadora de serviço público responde solidariamente com a Administração Pública e objetivamente pelos atos danosos que seus empregados causarem a terceiros quando da prestação de serviço. (responderá pessoalmente pelos atos) 14) Em tema de responsabilidade civil, a Constituição da República adota a responsabilidade objetiva, baseada na teoria da culpa administrativa. (teoria do risco administrativo) DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 473 15) Existe prejudicialidade da esfera de responsabilidade criminal sobre a da responsabilidade administrativa, de modo que o servidor absolvido em ação penal não poderá, em nenhuma hipótese, ser punido administrativamente. (somente nos casos de absolvição penal por negativa de autoria ou inexistência do fato) 17) Tanto a responsabilidade da Administração para com a vítima quanto a responsabilidade do agente em face da Administração seguem a teoria da responsabilidade subjetiva. (somente do agente. A Administração, em regra, responde de forma objetiva) 18) Considere que tenha sido instaurado, contra servidor, processo penal pelo cometimento de crime contra a administração pública e que este foi absolvido pela insuficiência de provas. Em face dessa situação, a responsabilidade administrativa do servidor ficará automaticamente afastada. (a absolvição na esfera penal por insuficiência de provas não necessariamente interferirá na esfera administrativa. Será obrigatória a absolvição administrativa se o servidor for absolvido no crime por negativa de autoria ou inexistência do fato) 19) Caso o servidor público a quem se imputou o dever de indenizar prejuízo causado ao erário venha a falecer, essa obrigação de reparar o dano não poderá ser estendida aos sucessores. (aos sucessores, até o limite do patrimônio transferido) 21) As autarquias respondem, em regra, pessoal e subjetivamente pelos atos danosos que seus servidores causarem a terceiros. (objetivamente) 22) A responsabilidade da administração indireta é sempre objetiva. (nas condutas omissivas será subjetiva. Além disso, as pessoas jurídicas de direito privado que a integram respondem de forma subjetiva) 23) A teoria da responsabilidade objetiva informa que a obrigação de indenizar do Estado surge do ato lesivo causado por culpa do serviço. (independe de culpa ou dolo) 25) Encontra amparo no STF, de forma pacífica, a tese que distingue a responsabilidade civil dos prestadores de serviços públicos diante de usuários (objetiva) e não usuários (subjetiva) do respectivo serviço. (o STF não faz mais distinção) QUESTÕES DE CONCURSOS DA FCC Importante lembrar que as questões abaixo são reproduzidas no final do capítulo sem os respectivos comentários. 01) (FCC - 2010 - TCE-RO - Auditor) Um servidor público, condutor de uma viatura oficial, deu causa a acidente de trânsito com veículo de particular. Foram apurados danos materiais de grande vulto, equivalentes aos reparos promovidos no veículo particular e às despesas médicas geradas pelo atendimento ao motorista particular. O condutor da viatura particular tem pretensão indenizatória para ressarcimento dos danos materiais. Nesse caso, o Estado DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 474 a) e o servidor público respondem sob a modalidade de responsabilidade objetiva, caso o autor pretenda ajuizar a ação respeitando o litisconsórcio. b) responde sob a modalidade de responsabilidade objetiva e só o servidor público sob a modalidade de responsabilidade subjetiva, caso o autor pretenda incluir o servidor público na lide, sendo necessária dilação probatória para prova da culpa do mesmo. c) responde exclusivamente, sob a modalidade objetiva ou subjetiva, não sendo possível mover ação em face do servidor público, que estava a serviço do Poder Púbico. d) responde sob a modalidade objetiva, presumindo-se a culpa do servidor, que poderá ser penalizado também disciplinarmente na esfera administrativa. e) responde sob a modalidade subjetiva, uma vez necessário demonstrar a culpa do servidor, não incidindo a regra constitucional da responsabilidade objetiva. COMENTÁRIOS A) assertiva incorreta, pois a responsabilidade civil dos servidores públicos é apurada na modalidade subjetiva. B) assertiva correta, indicando com acerto que o Estado responderá de forma objetiva, ou seja, independentemente da comprovação de dolo ou de culpa; enquanto que o agente público responderá de forma subjetiva, pois a sua condenação está vinculada à comprovação de dolo ou culpa. C) não há impedimento legal para que a vítima proponha ação em face do Estado e do servidor. Conforme dito acima, o Estado responderá de forma objetiva e o servidor de forma subjetiva. D) não há que se falar em presunção de culpa do servidor. Esta deve ser comprovada pela vítima para fazer jus ao recebimento de indenização. A assertiva está incorreta. Quanto à sua parte final, a afirmação é correta de que o servidor também poderá ser penalizado disciplinarmente na esfera administrativa. E) tratando-se de conduta comissiva (ação), aplica-se a regra constitucional da responsabilidade objetiva. Assertiva incorreta. GABARITO: letra B DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 475 02) (FCC - 2010 - TRE-AM - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Quanto à responsabilidade civil do servidor público é correto que: a) Decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. b) A obrigação de reparar o dano não se estende aos sucessores. c) As sanções civis, penais e administrativas não poderão cumular-se, sendo incompatíveis entre si. d) A responsabilidade civil e administrativa do servidor não será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. e) Tratando-se de dano causado a terceiros, não responderá o servidor perante a Fazenda Pública, ainda que em ação regressiva. COMENTÁRIOS A) Assertiva correta, sendo extraída do art. 122 da Lei 8.112/90. B) A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. Assertiva incorreta. C) Assertivaincorreta, pois as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre sim D) Na hipótese de absolvição criminal que negue a existência do fato ou de sua autoria, a responsabilidade administrativa do servidor será obrigatoriamente afastada, não se aplicando a regra da independência entre as instâncias. Portanto, assertiva incorreta. E) Assertiva incorreta, uma vez que se tratando de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública em ação regressiva. GABARITO: letra A 03) (FCC - 2010 - METRÔ-SP - Advogado) Em tema de responsabilidade dos servidores públicos, considere: I. Praticando conduta que configure infração administrativa, que acarrete dano à Administração e seja tipificada como crime, o DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 476 servidor público estará sujeito às consequências civis, administrativas e penais, pois têm elas fundamento e natureza diversos. II. Não incide responsabilidade civil, salvo a penal e administrativa, para aquele que exerce, mesmo transitoriamente ou sem remuneração, mandato, cargo ou função em órgão estatal, pela prática de improbidade administrativa. III. A pena de suspensão significa o não exercício das atribuições funcionais por certo tempo, com percepção dos vencimentos correspondentes ao cargo. IV. O curso do prazo prescricional para a atuação disciplinar da Administração, interrompe-se na data do conhecimento da autoria da infração e suspende-se com a instauração do processo disciplinar. V. Toda sanção disciplinar há de estar associada a uma infração, a uma conduta que traduz descumprimento de dever ou inobservância de proibição, de natureza funcional. É correto o que consta APENAS em a) III e V. b) II e IV. c) I e V. d) I, II e III. e) III, IV e V. COMENTÁRIOS I) É o que dispõe o art. 125 da Lei 8.112/90: “as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si”. Assertiva correta. II) Diferentemente do que diz a assertiva, aquele que exerce, mesmo transitoriamente ou sem remuneração, mandato, cargo ou função em órgão estatal, pela prática de improbidade administrativa, estará sujeito à responsabilização civil, penal e administrativa. É o que se deduz do art. 2º da Lei 8.429/92. III) Assertiva incorreta, pois durante o período de suspensão o servidor não receberá os seus vencimentos. IV) Assertiva errada. Conforme art. 142, §3º, da Lei 8.112/90, “a abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente”. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 477 V) Assertiva correta. É o que dispõe o art. 124: “a responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função”. GABARITO: letra C (I e V corretas) 04) (FCC - 2010 - TRE-AC - Analista Judiciário - Área Judiciária) Com relação à responsabilidade civil do Estado, a ação regressiva é uma a) medida de natureza administrativa de que dispõe a Administração para obrigar o agente, manu militari, a ressarcir o valor da indenização que pagou a terceiros em decorrência de conduta daquele. b) medida administrativa que o lesado tem contra o agente público causador do dano. c) ação judicial que o agente público tem contra a vítima de dano se não agiu com culpa. d) ação judicial que o lesado tem contra o agente público causador do dano para buscar indenização. e) ação judicial de natureza civil que a Administração tem contra o agente público ou o particular prestador de serviços públicos causador do dano a terceiros. COMENTÁRIOS Após ser condenado a indenizar a vítima, o Estado dispõe da ação regressiva como meio de se ressarcir do prejuízo que lhe foi causado pelo agente público. Trata-se de medida judicial, imprescritível (art. 37, §5º, CF), a ser proposta em face do agente causador do dano. GABARITO: letra E 05) (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário - Área Administrativa) José, preso provisório, atualmente detido em uma Cadeia Pública na cidade de Recife mata a golpes de arma branca um de seus oito companheiros de cela. Neste caso, o Estado de Pernambuco, em ação civil indenizatória movida pela viúva do falecido detento, a) será responsabilizado com fundamento na responsabilidade subjetiva do Estado. b) será responsabilizado apenas se houver comprovação da omissão dolosa dos agentes carcerários. c) não será responsabilizado, uma vez que o dano foi causado por pessoa física que não faz parte dos quadros funcionais do Estado. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 478 d) não será responsabilizado, na medida em que inexiste prova do nexo de causalidade entre a ação estatal e o evento danoso. e) será responsabilizado, independentemente da comprovação de sua culpa, com base na responsabilidade objetiva do Estado. COMENTÁRIOS Muito cuidado com essa questão!!! Diante de omissão estatal, a regra é concluir pela aplicação da responsabilidade subjetiva. Contudo, essa regra possui exceções: eventos ocorridos em hospitais, delegacias, escolas, presídios, etc... Nesses casos, por haver o dever de guarda estatal, a responsabilidade será objetiva, motivo pelo qual a resposta correta está na letra E. GABARITO: letra E 06) (FCC - 2011 - TCE-PR - Analista de Controle – Atuarial) Determinada empresa privada, concessionária de serviço público, está sendo acionada por usuários que pleiteiam indenização por prejuízos comprovadamente sofridos em razão de falha na prestação dos serviços. A propósito da pretensão dos usuários, é correto concluir que a) depende de comprovação de dolo ou culpa do agente, eis que as permissionárias e concessionárias de serviço público não estão sujeitas à responsabilização objetiva por danos causados a terceiros na prestação do serviço público. b) atinge a empresa concessionária, independentemente de comprovação de dolo ou culpa, porém é afastada quando não comprovado o nexo de causalidade, bem como quando comprovada culpa exclusiva da vítima. c) atinge apenas o concedente do serviço, o qual possui responsabilidade extracontratual de natureza objetiva por danos causados a terceiros na prestação do serviço concedido. d) atinge a concessionária apenas se comprovada conduta dolosa ou culposa, a qual, uma vez condenada, possui o direito de regresso em face do poder concedente. e) atinge apenas o concedente do serviço, que somente será condenado em caso de comprovação de dolo ou culpa da empresa concessionária e terá contra a mesma o correspondente direito de regresso. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 479 COMENTÁRIOS Considerando-se que as concessionárias são pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, fácil concluir que estão incluídas na regra do art. 37, §6º, CF, respondendo, em regra, de forma objetiva pelas condutas de seus agentes. Portanto, resposta correta letra b: “atinge a empresa concessionária, independentemente de comprovação de dolo ou culpa, porém é afastada quando não comprovado o nexo de causalidade, bem como quando comprovada culpa exclusiva da vítima”. Interessante destacar que para a configuração da responsabilidade objetiva é imprescindível a presença dos seus três elementos: fato administrativo, nexo causal e dano. GABARITO: letra B 07) (FCC - 2010 - PGE-AM - Procurador) Oregime de responsabilidade previsto no art. 37, §6º, da Constituição Federal brasileira a) adota a teoria do risco integral, em que não se admitem causas excludentes ou mitigadoras da responsabilidade estatal. b) alcança os atos praticados por particulares prestadores de serviços públicos, em relação a usuários e também a não-usuários, desde que existente nexo causal entre o evento causador do dano e a atividade objeto de delegação estatal. c) alcança os atos praticados por pessoa de direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos e atividades econômicas de relevante interesse coletivo. d) não se aplica aos particulares, mesmo aos que prestam serviços públicos, visto que esses têm sua responsabilidade regulada pelo Código Civil. e) exclui os atos praticados no exercício da função legislativa e jurisdicional. COMENTÁRIOS A) A teoria adotada é a do risco administrativo, em que se admitem causas excludentes (ex: caso fortuito ou força maior) ou mitigadoras da responsabilidade estatal (ex: culpa concorrente). Assertiva incorreta. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 480 B) Assertiva correta, pois de acordo com a posição que prevalece no STF. C) A primeira parte da assertiva está correta: “alcança os atos praticados por pessoa de direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos”. Contudo, em caso de exercício de atividades econômicas a responsabilidade será apurada na modalidade subjetiva. Assertiva incorreta. D) Aplica-se às pessoas jurídicas de direito público e às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. Assertiva incorreta. E) A demonstração que não exclui é conteúdo do art. 5º, LXXV, CF: “o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença”. GABARITO: letra B 08) (FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Sobre a reparação do dano decorrente da responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar que a) não pode ser feita no âmbito administrativo em razão do direito de regresso que o Estado tem contra o seu agente. b) o prazo de prescrição do direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos é de dez anos. c) prescreve em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público. d) a Constituição Federal determina que seja formado litisconsórcio necessário entre o Estado e o seu agente causador do dano. e) a ação deve, necessariamente, ser proposta contra o Estado e o agente causador do dano, a fim de ser apurada a responsabilidade deste. COMENTÁRIOS A) A reparação do dano pode ser feita administrativamente, o que não afasta o direito de regresso do Estado. Assertiva incorreta. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 481 B) Discute-se na doutrina e na jurisprudência se a prescrição é de 3 ou 5 anos. Assertiva incorreta. C) A FCC posicionou-se com aqueles que sustentam a prescrição quinquenal, o que certamente gerou muita discussão. Assertiva correta. D) A Constituição Federal não faz essa determinação. Além disso, é pacífico na jurisprudência que o litisconsórcio, se formado, será facultativo. Assertiva incorreta. E) Assertiva incorreta, pois conforme explicação do item anterior, trata-se de litisconsórcio facultativo. GABARITO: letra C 09) (FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Área Administrativa) A responsabilidade objetiva do Estado a) existe em qualquer hipótese de dano, inclusive decorrente de força maior e caso fortuito. b) implica reparação do dano mesmo que a lesão decorra de culpa exclusiva da vítima c) resta caracterizada desde que presentes o fato administrativo, o dano e o nexo causal. d) somente se caracteriza se o agente público agiu com dolo ou culpa. e) não impede a ação regressiva contra o agente responsável pelo dano, qualquer que tenha sido a conduta deste. COMENTÁRIOS A) Assertiva incorreta. A responsabilidade objetiva do Estado diz respeito a danos decorrentes de condutas comissivas do Estado. Além disso, em casos de força maior e de caso fortuito, a responsabilidade será apurada na modalidade subjetiva, sendo possível, inclusive, o seu afastamento, pois os referidos institutos são considerados excludentes de responsabilidade. . B) Se houver culpa exclusiva da vítima não haverá nexo causal entre a conduta estatal e o dano e, por consequência, não se configurará a responsabilidade civil. Assertiva incorreta. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 482 C) A assertiva, com acerto, lista os requisitos para a configuração da responsabilidade objetiva: fato administrativo, o dano e o nexo causal. D) Dolo e culpa dizem respeito à teoria da culpa administrativa, que prevê a responsabilidade subjetiva. Assertiva incorreta. E) Ora, se a conduta do agente não foi dolosa ou culposa, não há que se falar em ação regressiva. GABARITO: letra C 10) (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados) Tendo ocorrido uma enchente causada por chuvas, com danos a moradores locais, foi comprovado que os serviços prestados pela Administração municipal foram ineficientes, alem do que os bueiros de escoamento das águas estavam entupidos e sujos, principalmente pelo depósito acumulado de terra e argila. Nessa caso, a Administração a) não será responsável face à culpa exclusiva dos moradores por eventual depósito de lixo no local. b) responderá pelos danos causados por culpa objetiva concorrente. c) não será responsável porque o fato não ocorreu pela conduta de seus agentes. d) deverá indenizar os moradores por força da responsabilidade objetiva. e) responderá pelos danos causados face à responsabilidade subjetiva. COMENTÁRIOS Em que pese eventos da natureza estarem relacionados a caso fortuito/força maior, a demonstração de culpa do Estado, nessas hipóteses, gera o dever de indenização. Dessa forma, a assertiva correta é a letra E, que prevê a apuração da responsabilidade estatal na modalidade subjetiva. GABARITO: letra E DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 483 OOUUTTRRAAS S QQUUEESSTTÕÕEES S DDE E CCOONNCCUURRSSOOS S 1) (PROCURADOR MUNICIPAL DE VITÓRIA 2007/CESPE) A teoria do risco integral jamais foi acolhida em quaisquer das constituições republicanas brasileiras. 2) (PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPSP/2002) A obrigação de indenizar do Estado, segundo a teoria da responsabilidade integral, dá-se independentemente de qualquer culpa, exceto se o dano decorrer por culpa da vítima. 3) (CESPE/FISCAL INSS/1998) Vigora no Brasil, como regra, a teoria do risco integral da responsabilidade civil. 4) (JUIZ SUBSTITUTO TJBA 2004/CESPE) As fórmulas “The king can do no wrong” (“O rei não pode errar”) e “Le roi ne peut mal faire” (“O rei não pode fazer mal”) representam, historicamente, a teoria da responsabilidade com culpa (ou responsabilidade subjetiva), segundo a qual o administrado somente fazia jus a indenização por ato estatal se provasse a culpa ou o dolo da administração. 5) (PROCURADOR DO DF 2007.1/ESAF) A teoria da faute du service, segundo entendimento predominante na doutrina administrativista pátria, insere-se no campo da responsabilidade extracontratual estatal objetiva, por aplicação da regra do § 6.º do art.37 da CF. 6) (PROCURADOR DO DF 2007.1/ESAF) A aplicação da responsabilidade objetiva do Estado se satisfaz somente com a demonstração do nexo causal. 7) (TJ/SE/JUIZ/2008/CESPE) O STF entende não haver responsabilização civil do Estado por ato omissivo quando um preso, foragido há vários meses, pratica crime doloso contra a vida, por não haver nexo de causalidade direto e imediato. 8) (PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPSP/2002) A teoria da responsabilidade objetiva informa que a obrigação de indenizar do Estado surge do ato lesivo causado por culpa do serviço. 9) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO UNIÃO/2001) A teoria do risco administrativo, base para a responsabilidade objetiva do Estado, admite a exclusão da responsabilidade do Estado nos casos de comprovação de culpa exclusiva da vítima. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 484 10) (CESPE/TRE-MT/2009) Segundo a teoria objetiva da responsabilidade civil do Estado no Brasil, não é necessária a comprovação de culpa ou nexo causal entre ação e resultado para se imputar o dever de indenizar ao Estado. 11) (CESPE/TRE-MT/2009) No que se refere à responsabilidade civil por atos judiciais, segundo jurisprudência majoritária, a regra é a irresponsabilidade civil do Estado. 12) (CESPE/TRE-MT/2009) Um dos requisitos para que seja caracterizada a responsabilidade objetiva do Estado é a demonstração da culpa in eligendo da administração na escolha do servidor que praticou o ato. 13) (FCC/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2006) Os atos comissivos lícitos praticados por agente público, que causem danos ao particular, não ensejam a responsabilização civil da Administração Pública. 14) (FGV/TCM-RJ/PROCURADOR/2008) A Constituição Federal de 1988 adotou a Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado, teoria que se fundamenta no risco administrativo e que isenta o lesado de provar a culpa do agente estatal, bastando que este aponte o nexo causal entre o fato administrativo e o dano. 15) (TJ/SE/JUIZ/2008/CESPE) A CF prevê a responsabilidade objetiva da administração pública tanto na prática de atos omissivos como na realização de atos comissivos. 16) (DPE/PI/DEFENSOR/2009/CESPE) Segundo o STF, para a configuração da responsabilidade objetiva do Estado, é necessário que o ato praticado seja ilícito. 17) (PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPSP/2002) A responsabilidade extracontratual do Estado decorre somente da prática de ato ilícito. 18) (CESPE/TRE-MT/2009) No caso de dano causado por leis de efeito concreto, não se admite a responsabilização civil do Estado. 19) (CESPE/DPU/TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL/2010) O nexo de causa e efeito não constitui elemento a ser aferido na apuração de eventual responsabilidade do Estado. 20) (PGE/CE/PROCURADOR/2008/CESPE) Uma sociedade de economia mista prestadora de serviço público responderá por danos causados a terceiros independentemente da prova de culpa. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 485 21) (TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS/TJSE/2006/CESPE) As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, desde que haja, qualquer que seja a hipótese, dolo ou culpa. 22) (PROCURADOR DO MP/TCU 2004/CESPE) A responsabilidade da administração direta é sempre objetiva. 23) (JUIZ/TRT 17/2003/CESPE) A empresa privada prestadora de serviço público responde pessoal e objetivamente pelos atos danosos que seus empregados causarem a terceiros quando da prestação de serviço. 24) (JUIZ/TRT 17/2003/CESPE) O Instituto de Previdência do Estado do Espírito Santo, como autarquia estadual, responde pessoal e subjetivamente pelos atos danosos que seus servidores causarem a terceiros. 25) (CESPE/Defensor Público União/2001) No ordenamento jurídico brasileiro, a responsabilidade objetiva é restrita ao Estado e às pessoas jurídicas integrantes de sua administração indireta. 26) (ESAF/AFRF/2005) Assinale, entre as entidades abaixo, aquela que não se submete à responsabilidade objetiva pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros. a) REDE GLOBO DE TELEVISÃO b) FUNASA – Fundação Nacional de Saúde c) ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações d) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL e) TELEMAR 27) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO UNIÃO/2001) As sociedades de economia mista, independentemente do seu objeto social, submetem-se à responsabilidade objetiva pelo dano que seus agentes causarem a terceiros. 28) (CESPE/FISCAL INSS/1998) Em face de prejuízos causados a particulares, as empresas privadas prestadoras de serviços públicos submetem-se às mesmas regras de responsabilidade civil aplicáveis aos entes públicos. 29) (PROCURADOR FEDERAL/2002/CESPE) Flávio, servidor público federal, concursado e regularmente investido na função pública, motorista do Ministério da Saúde, ao dirigir, alcoolizado, DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 486 carro oficial em serviço, atropelou uma pessoa que atravessava, com prudência, uma faixa de pedestre em uma quadra residencial do Plano Piloto de Brasília, ferindo-a. Considerando essa situação hipotética e os preceitos, a doutrina e a jurisprudência da responsabilidade civil do Estado, julgue o item seguinte: Com base em preceito constitucional, a vítima pode ingressar com ação de ressarcimento do dano contra a União. 30) (CESPE/PGEPB/2008) Um policial militar do estado da Paraíba, durante o período de folga, em sua residência, teve um desentendimento com sua companheira e lhe desferiu um tiro com uma arma pertencente à corporação. Considerando o ato hipotético praticado pelo referido policial, é correto afirmar que não há responsabilidade civil do Estado, visto que o dano foi causado por policial fora de suas funções públicas. 31) (CESPE/TJ-DF/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) Considere-se que, em um acidente de trânsito, o condutor do veículo e a vítima sejam servidores públicos. Nessa situação, descabe a responsabilização do Estado pelos danos causados, pois, apesar de estar definido na Constituição Federal que o Estado deve responder pelos danos causados por seus agentes a terceiro, não é possível enquadrar servidor público em tal conceito. 32) (TJ/SE/JUIZ/2008/CESPE) A CF prevê a responsabilidade objetiva da administração pública tanto na prática de atos omissivos como na realização de atos comissivos. 33) (DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 2004/CESPE) A responsabilidade civil do Estado por conduta omissiva não exige caracterização da culpa estatal pelo não cumprimento de dever legal, uma vez que a Constituição brasileira adota para a matéria a teoria da responsabilidade civil objetiva. 34) (FGV/TCM-RJ/PROCURADOR/2008) A Prefeitura do Rio de Janeiro tem o dever de realizar, rotineiramente, as podas das árvores existentes nas ruas da cidade. Após um temporal de verão, inúmeros galhos caíram sobre veículos estacionados na rua X, localizada no município. No caso, o poder Público Municipal é responsável pelos danos causados. 35) (FGV/TCM-RJ/PROCURADOR/2008) Professores servidores públicos municipais, reivindicando maiores salários, entraram em greve pelo tempo de 15 dias. Tal conduta gerou uma série de danos aos estudantes da rede municipal de ensino e seus familiares. É DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 487 direito liquido e certo dos munícipes receberem indenização pelos danos gerados pela paralisação dos servidores municipais. 36) (EXAME DEORDEM OAB 2007.1/CESPE) Prevalece o entendimento de que, nos casos de omissão, a responsabilidade extracontratual do Estado é subjetiva, sendo necessário, por isso, perquirir acerca da culpa e do dolo. 37) (CESPE/TJ-DF/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) No caso de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil da administração pública ocorre na modalidade subjetiva. 38) (CESPE/TJ-DF/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) Na situação em que um detento mate um outro que estava recolhido na mesma carceragem, não há razão para se aventar a responsabilidade objetiva do Estado, pois o dever de guarda da administração pública não chega a configurar a assunção do risco administrativo. 39) (PGM/ARACAJU/PROCURADOR/2008/CESPE) A responsabilidade civil de concessionária de serviço público de transporte municipal é objetiva apenas relativamente aos usuários do serviço. 40) (FCC/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2006) Havendo culpa exclusiva da vítima, a responsabilidade civil do Estado deverá ser mitigada, hipótese em que se reparte do quantum da indenização. 41) (CESGRANRIO/CAPES/ASSISTENTE EM CIÊNCIA/2008) João Rodrigo se atira de uma passarela e cai sobre um automóvel oficial a serviço de um dos órgãos da União. João Rodrigo sofre sérios danos motores decorrentes do impacto com o veículo, que o impossibilitam, em caráter permanente, de exercer qualquer tipo de atividade profissional. Sua esposa, então, decide postular indenização da União, proprietária do veículo oficial, por responsabilidade civil pelos danos sofridos por João Rodrigo. Nesse caso, o Estado não será responsável pelo dano sofrido por João Rodrigo, por falta de nexo causal entre o seu comportamento e o dano. 42) (TÉCNICO EM PROCURADORIA/PGE-PA/2007/CESPE) O direito brasileiro adota a responsabilidade objetiva do Estado, tanto na ocorrência de atos comissivos como de atos omissivos de seus agentes que, nessa qualidade, causarem danos a terceiros. Pela referida teoria da reparação integral, basta a ocorrência do evento danoso, ainda que este resulte de caso fortuito ou força maior, para gerar a obrigação do Estado de reparar a lesão sofrida pelo terceiro. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 488 43) (FGV/TCM-RJ/PROCURADOR/2008) A Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado não prevê excludentes, por isso só se aplica às condutas ilícitas do Estado. 44) (FCC/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2006) A força maior exclui a responsabilidade civil do Estado, quando descaracteriza o nexo de causalidade entre o evento danoso e o serviço público prestado ao administrado. 45) (JUIZ/TRT 17/2003/CESPE) A responsabilidade objetiva do Estado, no direito vigente, impõe à União o dever de indenizar ainda que o dano ocorra de força maior. 46) (DPE/PI/Defensor/2009/CESPE) A força maior e o caso fortuito, ainda que determinantes para a ocorrência de evento danoso, não podem ser considerados como excludentes de responsabilidade do Estado. 47) (PROCURADOR DO DF 2007.2/ESAF) Embora a Constituição preveja responsabilidade civil objetiva do Estado pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, o dever de indenizar não surge, necessariamente, em todo ato praticado pelo poder público que gere dano a particular. Se não houver nexo causal entre o ato e o dano ou se houver culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior, por exemplo, o Estado poderá não ser obrigado a pagar indenização. 48) (CESPE/DPU/TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL/2010) A reparação do dano, na hipótese de prejuízo causado a terceiros pela administração, pode ser feita tanto no âmbito administrativo quanto no judicial. 49) (ESAF/AFRF/2003) Em caso de responsabilidade civil do Estado, a divergência sobre a inserção do agente público causador do dano a terceiros, em caso de culpa, na ação judicial, em relação à Fazenda Pública, foi dirimida pelo Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, na esfera federal. Pela regra positiva, será caso de: a) ação regressiva ou litisconsórcio b) ação regressiva ou denunciação à lide c) somente ação regressiva d) litisconsórcio ou denunciação à lide e) somente denunciação à lide DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 489 50) (PGE/PB/PROMOTOR/2008/CESPE) A ação regressiva pode ser movida mesmo após terminado o vínculo entre o agente e a administração pública. Gabarito: 1) correta, 2) errada, 3) errada, 4) errada, 5) errada, 6) errada, 7) correta, 8) errada, 9) correta, 10) errada, 11) correta, 12) errada, 13) errada, 14) correta, 15) errada, 16) errada, 17) errada, 18) errada, 19) errada, 20) correta, 21) errada, 22) errada, 23) correta, 24) errada, 25) errada, 26) D, 27) errada, 28) correta, 29) correta, 30) correta, 31) errada, 32) errada, 33) errada, 34) errada, 35) errada, 36) correta, 37) correta, 38) errada, 39) errada, 40) errada, 41) correta, 42) errada, 43) errada, 44) correta, 45) errada, 46) errada, 47) correta, 48) correta, 49) C, 50) correta. Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 50 50 Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 50 50 Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 50 50 Gabarito comentado: 1) Correta – A teoria do risco integral jamais foi acolhida em quaisquer das constituições republicanas brasileiras. (apenas recapitulando, por essa teoria, se houver nexo causal entre a conduta do agente público e o dano causado ao particular, o Estado responderá pela indenização devida, ainda que o dano tenha sido causado por culpa exclusiva do particular, culpa de terceiros ou força maior). 2) Errata - A obrigação de indenizar do Estado, segundo a teoria da responsabilidade integral, dá-se independentemente de qualquer culpa, exceto se o dano decorrer por culpa da vítima. (ver questão anterior) 3) Errada - Vigora no Brasil, como regra, a teoria do risco integral da responsabilidade civil. (teoria da risco administrativo) 4) Errada - As fórmulas “The king can do no wrong” (“O rei não pode errar”) e “Le roi ne peut mal faire” (“O rei não pode fazer mal”) representam, historicamente, a teoria da responsabilidade com culpa (ou responsabilidade subjetiva), segundo a qual o administrado somente fazia jus a indenização por ato estatal se provasse a culpa ou o dolo da administração. (teoria da irresponsabilidade estatal) 5) Errada - A teoria da faute du service, segundo entendimento predominante na doutrina administrativista pátria, insere-se no campo da responsabilidade extracontratual estatal objetiva, por aplicação da regra do § 6.º do art. 37 da CF. (responsabilidade subjetiva, pois pela teoria da faute du service é preciso provar a falha no serviço, ou seja, a culpa (usada aqui em sentido amplo, abrangendo culpa em sentido restrito e dolo) da Administração. 6) Errada - A aplicação da responsabilidade objetiva do Estado se satisfaz somente com a demonstração do nexo causal. (ainda é preciso demonstrar a conduta do agente e o dano causado à vítima) 7) Correta - O STF entende não haver responsabilização civil do Estado por ato omissivo quando um preso, foragido há vários meses, pratica crime doloso contra a DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 490 vida, por não haver nexo de causalidade direto e imediato. (o fato tempo afasta o nexo causal) 8) Errada - A teoria da responsabilidade objetiva informa que a obrigação de indenizar do Estado surge do ato lesivo causado por culpa do serviço. (na responsabilidade objetiva não há que se falar em culpa) 9) Correta
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