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DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 407 AAUULLA A 8 8 (220//011/20012)) Prezado(a) aluno(a), Nessa oitava aula serão abordados os seguintes temas: • Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle, forma, meios e requisitos, delegação: concessão, permissão, autorização; Desejo-lhe uma ótima aula! Armando Mercadante DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 408 SSEERRVVIIÇÇOOS S PPÚÚBBLLIICCOOSS Conceito A análise dos conceitos de serviço público fornecidos pela doutrina revela a existência de duas concepções que se contrapõem: os que adotam um conceito amplo e aqueles que adotam o conceito restrito. Você não deve comparar as definições buscando identificar qual está correta. São concepções diferentes acerca da definição de serviço público, sendo certo afirmar que na doutrina brasileira prevalece a adoção do conceito restrito, não significando que o conceito amplo seja equivocado. Ocorre apenas do conceito restrito possuir maior número de adeptos. -- Concceeiitoo aammppllo Os adeptos do conceito amplo identificam serviço público em todas as atividades desempenhadas pelo Estado, seja administrativa, legislativa ou jurisdicional. Essa concepção muito ampla surgiu na França com a Escola de Serviço Público. Com o passar dos tempos, outros autores, também adeptos do conceito amplo, apresentaram definições não tão elásticas. Alguns excluíram as funções jurisdicionais da definição, mantendo as funções administrativa e legislativa. Outros eliminaram tanto a função jurisdicional como a legislativa, porém identificaram serviço público como o exercício de qualquer atividade administrativa, não fazendo a necessária distinção entre serviço público, poder de policia, intervenção e fomento1. Como exemplo de conceito amplo, veja o apresentado por José Cretella Júnior: “toda atividade que o Estado exerce, direta ou 1 Quando do estudo do conceito restrito, você verá que a expressão atividade administrativa abrange serviço público, poder de polícia, intervenção e fomento. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 409 indiretamente, para a satisfação das necessidades públicas mediante procedimento típico do direito público”. -- CCoonncceeiittoo rreessttrriittoo Já os adeptos do conceito restrito sustentam que os serviços públicos são atividades desenvolvidas pelo Estado no exercício de suas funções administrativas, com exclusão das funções legislativa e jurisdicional. Portanto, de acordo com essa corrente, para fins de conceituação de serviço público, é preciso desconsiderar as funções legislativa e jurisdicional, e fechar o foco apenas na função administrativa. Para esses, por exemplo, não há serviço público na elaboração de uma lei ordinária (função legislativa), nem na prolação de uma sentença (função jurisdicional), mas há serviço público no fornecimento de energia elétrica (função administrativa). Ocorre que o exercício da função administrativa não se limita à prestação de serviços públicos, mas também abrange outras atividades, tais como, poder de polícia, fomento e intervenção. Dessa forma, para a análise do conceito restrito devemos identificar serviço público com uma das atividades desenvolvidas pelo Estado no exercício de sua função administrativa. Maria Sylvia Di Pietro apresenta um conceito restrito: “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente de direito público”. Algumas conclusões importantes para a sua prova devem ser extraídas dessa definição: • a prestação de serviços públicos é incumbência do Estado, conforme dispõe o art. 175 da CF: “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”; • a expressão “diretamente” referida no citado art. 175 da CF diz respeito à prestação de serviços pela Administração Pública, seja Direta ou Indireta. A prestação indireta fica a cargo das DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 410 concessionárias e das permissionárias de serviços públicos. Daí concluir-se que serviços públicos podem ser prestados pelos entes federados (União, Estados, DF e Municípios), pelas entidades integrantes da administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) e também por particulares (concessionárias e permissionárias); • é o Estado, por meio de lei, quem define qual atividade é considerada serviço público em determinado momento. Como exemplo: art. 21, XI (serviços de telecomunicações); • a gestão dos serviços públicos é feita pelo Estado, seja diretamente (por meio dos órgãos da administração direta) ou indiretamente (por meio das concessionárias, das permissionárias ou das entidades integrantes da administração indireta); • os serviços públicos são prestados sob regime jurídico de direito público ou sob regime jurídico híbrido (conjugação do regime jurídico público com o regime jurídico privado). Importante destacar que não há serviço público prestado exclusivamente sob regime privado (regime comum); • todo serviço público tem como objetivo atender ao interesse público, porém nem toda atividade que visa a atender ao interesse coletivo é serviço público (ex: associação de apoio a crianças com câncer); Por fim, merece destaque o fato de a doutrina destacar alguns elementos da definição: • Elemento subjetivo: diz respeito aos sujeitos que prestam serviços públicos (Estado e particulares delegatários); • Elemento formal: relaciona-se ao regime jurídico com base no qual é prestado o serviço público (regime jurídico de direito público ou regime jurídico híbrido); • Elemento material: é o interesse público que se persegue com a execução dos serviços públicos. Classificação A doutrina apresenta diversas classificações de serviços públicos. Eis as principais: DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 411 1. Serviços públicos próprios e impróprios: De acordo com as lições de Hely Lopes Meirelles, - Serviços próprios2: “são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança, polícia, higiene e saúde públicas) e para a execução dos quais a Administração usa de sua supremacia sobre os administrados. Por esta razão só devem ser prestados por órgãos ou entidades públicas, sem delegação a particulares”. Exemplos: defesa nacional, segurança interna e fiscalização de atividades. - Serviços públicos impróprios3: “são os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem a interesses comuns de seus membros e por isso a Administração os presta remuneradamente, por seus órgãos, ou entidades descentralizadas (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais) ou delega a sua prestação a concessionários, permissionários ou autorizatários”. Exemplos: serviços de transporte coletivo, energia elétrica e telecomunicações. 2. Serviços administrativos, comerciais ou industriais e sociais: - Serviços administrativos: são os que a Administração Pública executa para atender às suas necessidadesinternas ou preparar outros serviços que serão prestados ao público. Exemplos: os prestados por centros de pesquisas, pela imprensa oficial, etc. - Serviços comerciais ou industriais: são os que a Administração Pública executa para atender, direta ou indiretamente, para atender às necessidades coletivas de ordem econômica. Exemplos: telecomunicações, transportes e energia elétrica. 2 Ao meu ver, equivale ao que renomada doutrina denomina de serviços estatais originários ou congênitos. 3 Seguindo o mesmo raciocínio da nota anterior, equivale aos serviços estatais derivados ou adquiridos. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 412 - Serviços sociais: são os que a Administração Pública executa para atender aos direitos sociais consagrados no art. 6º da CF. Na prestação desses serviços a atuação do Estado, que é essencial, convive com a iniciativa privada. Exemplos: saúde, educação e previdência. 3. Uti singuli (singulares) e uti universi (coletivos): - Uti singuli: conforme lição de Maria Sylvia Di Pietro, são os serviços públicos que têm por finalidade a satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos. Direcionam-se a destinatários determinados (individualizados), podendo ser mensurados por cada indivíduo. Exemplos: energia elétrica domiciliar, luz, gás, telefonia, saúde e previdência social. - Uti universi: são aqueles prestados à coletividade (destinatários indeterminados), porém usufruídos indiretamente pelos indivíduos. Exemplos: defesa do país contra inimigo externo, iluminação pública, saneamento e serviços diplomáticos. Regulamentação Tanto a regulamentação como o controle dos serviços públicos são atividades desempenhadas exclusivamente pelo Poder Público. Para que o serviço público seja executado há necessidade da edição de uma disciplina normativa regulamentadora, que pode ser formalizada por meio de leis, decretos e outros atos regulamentares, editados pelo ente federado que recebeu da Constituição Federal a titularidade para prestação do serviço. Independentemente de quem preste o serviço (administração direta, indireta ou delegatários), a competência para regulação pertence ao ente federado (União, Estados, DF e Municípios). Dessa forma, sendo o tema telecomunicações, por exemplo, a competência regulatória será exclusiva da União, conforme art. 21, XI, da CF. Contudo, de acordo com lição de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, a doutrina mais moderna tem defendido a possibilidade de a DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 413 atividade de regulação ser desempenhada não só pelo próprio ente federado, centralizadamente, mas também pelas pessoas jurídicas de direito público integrantes de sua administração indireta, mais especificamente pelas autarquias sob regime especial (agências reguladoras). Prosseguem os autores lecionando que a edição das leis, contendo as diretrizes mais gerais de regulação do serviço, continua competindo ao Poder Legislativo do ente federado. Mas essas leis têm atribuído às entidades ou órgãos administrativos inúmeras regras complementares à lei (e não meramente regulamentares), no âmbito da denominada “discricionariedade técnica”. CControllee Considerando-se que os serviços públicos repercutem na esfera de seus destinatários, não se pode limitar a atuação da pessoa federativa tão somente à sua regulamentação, ou ainda a sua execução ou delegação. Há de exigir-lhe atuação positiva fiscalizatória, buscando meios de controlar a prestação do serviço. Dessa forma, a administração pública deve exercer controle sobre os serviços públicos, valendo-se dos seguintes meios: • Autotutela: é o controle que os entes federados ou entidades da administração indireta exercem sobre seus próprios atos; • Tutela: é o controle que os entes federados exercem sobre os atos praticados pelas entidades da administração indireta; • Fiscalização exercida pelo poder concedente sobre os atos praticados pelas concessionárias e permissionárias. Contudo, esse controle não fica restrito à administração pública, devendo também ser exercido pela população4, bem como pelos órgãos encarregados da defesa dos interesses coletivos e difusos, tais 4 Nos termos do art. 37, § 3º, CF: “A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços”. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 414 como o Ministério Público e os órgãos de defesa do consumidor (ex. PROCON´s). Forma Esse tópico será muito bem representado pela síntese feita por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo no “Direito Administrativo Descomplicado”: 1. Prestação centralizada serviço é prestado pela administração direta 2. Prestação descentralizada serviço prestado por pessoa diferente do ente federado a que a CF atribui a titularidade do serviço 2.1. Descentralização por serviço serviço é prestado por entidade da administração indireta, à qual a lei transfere a sua titularidade 2.2. Descentralização por colaboração serviço é prestado por particulares aos quais, mediante delegação do Poder Público, é atribuída a sua mera execução 3. Prestação desconcentrada serviço executado por um órgão, com competência específica para prestá-lo, integrante da estrutura da pessoa jurídica que detém a titularidade do serviço 3.1. Desconcentrada centralizada órgão com competência específica para prestar o serviço integra a administração direta do ente federado que detém a titularidade do serviço 3.2. Desconcentrada descentralizada órgão com competência específica para prestar o serviço integra a estrutura de uma entidade integrante da administração indireta; essa entidade detém a titularidade do serviço 4. Prestação direta serviço prestado pela administração pública, direta ou indireta 5. Prestação indireta Serviço prestado por particulares, aos quais, mediante delegação do poder público, é atribuída a sua mera execução. Delegação: concessão, permissão, autorização Os itens do edital “meios” e “requisitos” são absorvidos pela matéria trabalhada nesse tópico. O art. 22, XXVII, da CF, confere à União competência legislativa para edição de normas gerais sobre licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas e indiretas da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 415 Com base nesse dispositivo, a União editou a Lei 8.987/95, que é a norma geral sobre concessões e permissões de serviços públicos no Brasil. Os Estados, DF e Municípios, dentro de suas esferas de competências, podem legislar sobre concessões e permissões, desde que respeitem os comandos contidos na norma geral. Não podemos esquecer o art. 175 da CF, cujo texto determina que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. A partir desse momento, damos início ao estudo da Lei 8.987/95, que regula o regime jurídico das concessões e permissões... CConceitooss O art. 2º traz em seu corpo quatro definições: - Poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competênciase encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão; - Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; - Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado; - Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 416 No art. 40, o legislador ordinário fez constar que a permissão será formalizada mediante contrato de adesão, tendo como características, dentre outras, a precariedade e a revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Dessa forma, a comparação entre as definições de concessão e de permissão gera as seguintes diferenças: Contratadas Licitação Contrato de adesão Precariedade Concessão Pessoas jurídicas ou consórcio de pessoas jurídicas Concorrência Não há referência à contrato de adesão na lei Não Permissão Pessoas físicas ou pessoas jurídicas Qualquer modalidade A lei diz que permissão é contrato de adesão Sim A discussão envolvendo natureza das permissões de “contrato de adesão” deve ser analisada com muito cuidado, porque todo contrato administrativo é um contrato de adesão, uma vez que suas cláusulas não são negociadas pela administração com o particular contratado. Não se pode esquecer que as cláusulas contratuais constam em minuta no edital de licitação. Dessa forma, sendo concessão e permissão contratos administrativos, na realidade, ambos possuem a natureza de contrato de adesão. O que se tem percebido em provas de concursos são questões afirmando que a Lei 8.987/95 faz referência expressa à natureza das permissões como contrato de adesão. Tal afirmação é correta, pois de fato essa informação consta do texto do art. 40 da referida lei. FFiissccaalliizzaaççããoo De acordo com o art. 3º, as concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários. CCoonnttrraattoo aaddmmiinniissttrraattiivvoo A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos da lei 8.987/95, das normas pertinentes e do edital de licitação (art. 4º). DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 417 Conforme já comentado, as permissões também são formalizadas mediante contrato administrativo. A única particularidade é que a lei se refere aos contratos de permissões como contratos de adesão, quando, na realidade, como já explicado, qualquer contrato administrativo é contrato de adesão. SServiiççoo adeeqquaaddo Em obediência ao art. 175, parágrafo único, IV, da CF, a Lei 8.987/95, em seu art. 6º, determina que toda concessão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários. Considera-se serviço adequado é o que satisfaz os requisitos de regularidade, continuidade (princípio da permanência), eficiência, segurança, atualidade, generalidade (princípio da igualdade dos usuários), cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: • motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; • por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. Quanto o usuário inadimplente for ente público, a posição que prevalece no STJ, inclusive na Corte Especial, é pela possibilidade da interrupção do fornecimento dos serviços públicos, devendo-se, contudo, preservar as atividades essenciais, tais como hospitais, postos de saúde, escolas e creches, dentre outras (AgRg na SS 1.764-PB, julgado em 27/11/2008). DDiirreeiittos ee oobbrigaaççõões dooss ussuuárioss No art. 7º, constam os direitos e obrigações dos usuários: DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 418 • receber serviço adequado; • receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos; • obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente. • levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado; • comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do serviço; • contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos. PPoollííttiicca a ttaarriiffáárri iaa O art. 9º determina que a tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas na própria Lei 8.987/95, no edital e no contrato. Quanto à preservação da tarifa, de acordo com o §2º desse artigo, os contratos devem prever mecanismos de revisão das tarifas a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais (fato do príncipe), após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos expressamente previstos em lei, sua DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 419 cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o usuário. Em havendo alteração unilateral do contrato (fato da administração) que afete o seu inicial equilíbrio econômico- financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração. Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetosassociados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas. Tais fontes de receita serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários. LLicitaaçção Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios, conforme art. 15: I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão; III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII; DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 420 IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica; VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas técnicas. Em igualdade de condições, será dada preferência à proposta apresentada por empresa brasileira. A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justificada no edital de licitação. Considerar-se-á desclassificada a proposta: • que para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios que não estejam previamente autorizados em lei e à disposição de todos os concorrentes; • de entidade estatal alheia à esfera político-administrativa do poder concedente que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios do poder público controlador da referida entidade. Inclui-se nas vantagens ou subsídios qualquer tipo de tratamento tributário diferenciado, ainda que em conseqüência da natureza jurídica do licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre todos os concorrentes (art. 17, §2º). Conforme art. 18-A, o edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: • encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital; • verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado vencedor; DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 421 • inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os documentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às condições fixadas no edital; • proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas. Quando permitida, na licitação, a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas: • comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de consórcio, subscrito pelas consorciadas; • indicação da empresa responsável pelo consórcio; • apresentação da documentação necessária, por parte de cada consorciada; • impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente. O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e registro do consórcio, nos termos do compromisso referido acima. A empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder concedente pelo cumprimento do contrato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais consorciadas. É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se constitua em empresa antes da celebração do contrato. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 422 CCoonnttrraatto o dde e ccoonncceessssã ãoo O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa (art. 23-A). Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade. Sem prejuízo da responsabilidade referida acima, a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados. Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros reger-se-ão pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente. A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o cumprimento das normas regulamentares da modalidade do serviço concedido. SSubbconcceesssão É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente, sendo sempre precedida de concorrência. A exigência de licitação demonstra que não é o concessionário quem escolhe a empresa que assumirá a subconcessão. É o próprio Poder Público, por meio de concorrência, que faz essa escolha, não havendo qualquer relação jurídica entre concessionária e subconcessionária. O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da subconcedente dentro dos limites da subconcessão. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 423 implicará a caducidade da concessão (extinção por culpa da concessionária). Para fins de obtenção desta anuência, o pretendente deverá: • atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço; • comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor. Nas condições estabelecidas no contrato de concessão, o poder concedente autorizará a assunção do controle da concessionária por seus financiadores para promover sua reestruturação financeira e assegurar a continuidade da prestação dos serviços. Para garantir contratos de mútuo de longo prazo, destinados a investimentos relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas modalidades, as concessionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fiduciário, parcela de seus créditos operacionais futuros, observadas as seguintes condições: • o contrato de cessão dos créditos deverá ser registrado em Cartório deTítulos e Documentos para ter eficácia perante terceiros; • sem prejuízo do disposto no item acima, a cessão do crédito não terá eficácia em relação ao Poder Público concedente senão quando for este formalmente notificado; • os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo serão constituídos sob a titularidade do mutuante, independentemente de qualquer formalidade adicional; • o mutuante poderá indicar instituição financeira para efetuar a cobrança e receber os pagamentos dos créditos cedidos ou permitir que a concessionária o faça, na qualidade de representante e depositária; • na hipótese de ter sido indicada instituição financeira, fica a concessionária obrigada a apresentar a essa os créditos para cobrança; • os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser depositados pela concessionária ou pela instituição encarregada da cobrança em conta corrente bancária vinculada ao contrato de mútuo; DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 424 • a instituição financeira depositária deverá transferir os valores recebidos ao mutuante à medida que as obrigações do contrato de mútuo tornarem-se exigíveis; e • o contrato de cessão disporá sobre a devolução à concessionária dos recursos excedentes, sendo vedada a retenção do saldo após o adimplemento integral do contrato. Serão considerados contratos de longo prazo aqueles cujas obrigações tenham prazo médio de vencimento superior a 5 (cinco) anos. EEnncargoos doo ppoddeerr cconcceeddentte Incumbe ao poder concedente: • regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação; • aplicar as penalidades regulamentares e contratuais; • intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei; • extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na forma prevista no contrato; • homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato; • cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas contratuais da concessão; • zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas; • declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis; • declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa, os bens necessários à DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 425 execução de serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis; • estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio-ambiente e conservação; • incentivar a competitividade; e • estimular a formação de associações de usuários para defesa de interesses relativos ao serviço. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico do poder concedente ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários. EEnncargoos daa ccooncceessssiioonáárriiaa Incumbe à concessionária: • prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas aplicáveis e no contrato; • manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão; • prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos termos definidos no contrato; • cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão; • permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis; • promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato; DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 426 • zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e • captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do serviço. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente. IInntteerrvveennççããoo Nos termos do art. 32, o poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa. Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização. O procedimento administrativo deverá ser concluído no prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 427 EExxttiinnççãão o dda a ccoonncceessssããoo Extingue-se a concessão por: • advento do termo contratual; • encampação; • caducidade; • rescisão; • anulação; e • falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual. Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato, bem como haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários. A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis. Nos casos de advento do termo contratual e encampação, o poder concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à concessionária. - Advento no termo contratual (reversão da concessão): é o término da concessão por ter chegado ao prazo final contratado. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizadoscom o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido. Importante destacar que essa regra é aplicável a todas as formas de extinção. - Encampação: é a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão se presentes os seguintes requisitos: a) interesse público, b) lei autorizativa específica; c) prévio pagamento da indenização. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 428 - Caducidade: a inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, demonstrando tratar-se de ato discricionário, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais. A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando: • o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço; • a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão; • a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior; • a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido; • a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos; • a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e • a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais. Uma outra hipótese de caducidade, já comentada nessa aula, está prevista no art. 27, e refere-se à extinção do contrato em função da transferência da concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente. Nesse caso a aplicação da caducidade é ato vinculado, diferentemente das hipóteses anteriores em que o Poder Público tem a opção de aplicar sanções ao invés de extinguir o vínculo. A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 429 em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos acima, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais. Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo. Da indenização será descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária. Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária. - Rescisão: o contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. Nesta hipótese, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado. - Anulação: é a extinção da concessão em função de ilegalidade, podendo ser decretada unilateralmente pela Administração Pública no exercício do seu poder de autotutela ou pelo Poder Judiciário, se provocado. - Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual: ocorrendo qualquer um desses eventos ocorrerá automaticamente a extinção da concessão. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 430 AAuuttoorriizzaaççõõeess Autorização é ato discricionário e precário por meio do qual a Administração Pública consente que o particular exerça determinada atividade ou utilize bem público em seu proveito. É inerente da autorização que o particular não pode exercer a atividade ou usufruir do bem público sem o consentimento do Estado, pois este está incumbido de analisar discricionariamente se o interesse público será preservado. Exemplos: autorização para porte de arma, para fechamento de ruas para festas, para estacionamento de veículos particulares em terreno público, etc. QUESTÕES DA FCC Apenas para sua orientação, os artigos citados nas respostas abaixo se referem à Lei 8.987/95 (lei que disciplina o regime de concessões e de permissões) 1) (FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas) Determinada atividade, quando caracterizada como serviço público, a) deve, obrigatoriamente, ser prestada pelo Estado, não sendo passível de exploração pelo particular. b) constitui obrigação do Estado, que pode prestá-la diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão. c) deve ser prestada exclusivamente pelo Estado, quando possuir natureza essencial, podendo ser delegada ao particular apenas quando sujeita ao regime de direito privado. d) é passível de exploração pelo particular, independentemente de autorização do Estado, observada a regulação setorial pertinente. e) somente pode ser explorada pelo particular, sob o regime de concessão ou permissão, mediante autorização legal específica. COMENTÁRIOS A) Vimos durante a aula que os serviços são prestados pelo Estado, por meio dos entes federados (Administração Direta) e das entidades integrantes da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista), bem como pelos particulares, por meio das concessionárias e das permissionárias. Assertiva incorreta. B) Conforme demonstrado na assertiva anterior. Assertiva correta. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 431 C) Para demonstrar que a assertiva está equivocada cito como exemplo a energia elétrica, que é um serviço essencial, e cujo fornecimento pode ser delegado a particulares (concessionárias e permissionárias). D) A prestação de serviços pelo particular deve observar a regulação setorial pertinente, porém depende de autorização do Estado, motivo pelo qual está equivocada a assertiva. E) A prestação de serviços mediante concessão ou permissão não depende da edição de uma lei específica, conforme menciona a assertiva, mas sim da formalização de contrato administrativo entre o Poder Público e o particular vencedor da licitação. Portanto, assertiva errada. GABARITO: letra B 2) (FCC - 2010 - MPE-RS - Agente Administrativo) Tendo em vista a classificação dos serviços públicos, o serviço de segurança pública é a) não essencial. b) impróprio. c) singular. d) indelegável. e) de utilidade pública. COMENTÁRIOS Com base na lição de Hely Lopes Meirelles, serviços próprios ”são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança, polícia, higiene e saúde públicas) e para a execução dos quais a Administração usa de sua supremacia sobre os administrados. Por esta razão só devem ser prestados por órgãos ou entidades públicas, sem delegação a particulares”. Durante a aula citei como exemplos: defesa nacional, segurança interna e fiscalização de atividades. Portanto,a resposta correta está na letra D, que faz referência aos serviços indelegáveis, denominado por Hely Lopes como próprio. GABARITO: letra D DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 432 3) (FCC - 2010 - AL-SP - Agente Técnico Legislativo Especializado) Delegação da prestação do serviço público, mediante concorrência, à pessoa jurídica ou a consórcio de empresas que demonstrem capacidade para seu desempenho, por sua responsabilidade e por prazo determinado são características do modelo de gestão dos serviços públicos denominado a) associação. b) permissão. c) autorização. d) concessão. e) cooperação. COMENTÁRIOS A questão versa sobre a definição de concessão ... O art. 2º da Lei 8.987/95 traz em seu corpo a definição de concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. GABARITO: letra D 4) (FCC - 2011 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário – Área Judiciária) Entende-se por permissão de serviço público a a) expedição de ato unilateral, discricionário e precário, em favor de pessoa jurídica ou física que comprove formalmente perante o poder concedente, a sua plena capacidade para a prestação do serviço. b) transferência através de contrato por prazo determinado e prévia licitação, na modalidade concorrência, celebrado pelo poder concedente com a pessoa jurídica ou consórcio de empresas, que tenha demonstrado capacidade para a sua prestação, por sua conta e risco. c) outorga mediante ato unilateral e precário, expedido pelo poder público à pessoa física ou jurídica que tenha demonstrado no decorrer do procedimento licitatório, capacidade para a prestação do serviço, por sua conta e risco. d) contratação mediante ato administrativo discricionário e precário, sem necessidade de realização do certame licitatório, de pessoa jurídica que comprove plena capacidade para a execução do serviço. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 433 e) delegação a título precário, mediante contrato de adesão e prévia licitação, objetivando a prestação de serviço público, formalizado entre o poder público e a pessoa física ou jurídica que tenha demonstrado, no procedimento licitatório, capacidade para a sua prestação. COMENTÁRIOS A) Permissão não constitui ato unilateral. B) No caso de permissão pode-se utilizar de qualquer modalidade de licitação. Além disso, a permissão não pode ser contratada com consórcio de pessoas jurídicas. C) Repetindo o que foi dito na alternativa A, a permissão não constitui ato unilateral, mas sim contrato. D) A contratação na permissão não é mediante ato administrativo, mas sim contrato administrativo, e sempre dependerá de licitação sob qualquer modalidade. E) A assertiva traz a definição correta de permissão. GABARITO: letra E 5) (FCC/2010/TJ-PI/Assessor Jurídico) NÃO corresponde a um dos princípios inerentes ao regime jurídico dos serviços públicos o princípio da a) cortesia. b) eficiência. c) modicidade. d) permanência. e) individualização. COMENTÁRIOS A Lei 8.987/95, em seu art. 6º, determina que toda concessão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 434 Considera-se serviço adequado é o que satisfaz os requisitos de regularidade, continuidade (princípio da permanência), eficiência, segurança, atualidade, generalidade (princípio da igualdade dos usuários), cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. Portanto, a resposta correta é letra E, por trazer característica não inerente aos serviços públicos. O correto seria generalidade. GABARITO: letra E 6) (FCC - 2011 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Analista Judiciário - Área Judiciária) No que concerne às concessões de serviço público, é correto afirmar: a) A concessionária poderá contratar com terceiro o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, sendo tal contrato regido pelo direito público. b) É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, sendo tal outorga sempre precedida de concorrência, não se exigindo, todavia, autorização expressa do poder concedente. c) O contrato de concessão não poderá prever o emprego de mecanismos privados de solução de conflitos, como a arbitragem, por se tratar de contrato de direito público, o qual deve ser dirimido somente pelo Judiciário, na hipótese de litígio. d) A concessão é feita mediante licitação, na modalidade concorrência, havendo algumas peculiaridades em tal procedimento licitatório, como a possibilidade da inversão das fases de habilitação e julgamento. e) A transferência da concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará na encampação da concessão do serviço público. COMENTÁRIOS A) Conforme art. 25, §1º, da Lei 8.987/95, a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados. Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros reger- se-ão pelo direito privado, e não pelo direito público como diz a assertiva, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente (art. 25, §2º). Portanto, assertiva incorreta. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 435 B) Conforme art. 26, é admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente, sendo sempre precedida de concorrência. Assertiva incorreta. C) Assertiva errada, pois conforme art. 23-A, o contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa (art. 23-A). D) Assertiva correta. Diferente da permissão, na qual será cabível qualquer modalidade de licitação, na concessão apenas se admite concorrência, havendo a possibilidade da inversão das fases de habilitação e de julgamento, conforme prevê o art. 18-A. E) Questão errada, pois de acordo com o art. 27, a transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão (extinção por culpa da concessionária). GABARITO: letra D 7) (FCC - 2010 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área Judiciária) Sobre a concessão de serviços públicos: a) Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder pelos prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, mas a fiscalização exercida pelo órgão competente exclui essa responsabilidade. b) É possível concessão de serviço público, ainda que se trate de serviço cuja titularidade não pertença ao Estado. c) Poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas. d) O poder concedente, no exercício da fiscalização, não poderá acessar dados relativos à administração, contabilidadee recursos financeiros da concessionária. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 436 e) A responsabilidade da concessionária, por se tratar de pessoa jurídica de direito privado, pelos prejuízos causados aos usuários do serviço público é subjetiva. COMENTÁRIOS A) Assertiva incorreta. De acordo com o art. 25, “incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade”. B) Ora, se a titularidade não pertencer ao Estado como esse vai delegá-lo? Assertiva incorreta. C) Assertiva correta. É o que se extrai do art. 11, “no atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei”. D) De acordo com o art. 30, “no exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária”. Assertiva incorreta. E) Nos termos do art. 37, §6º, da CF, as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem de forma objetiva, ou seja, independentemente de demonstração de dolo ou de culpa. GABARITO: letra C 8) (FCC - 2011 - TRE-TO - Analista Judiciário - Área Judiciária) Na concessão de serviço público: a) Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, com exceção dos direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 437 b) A retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização denomina-se reversão. c) O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, através de requerimento administrativo promovido para esse fim. d) A extinção do contrato de concessão pode ocorrer por diversas formas e razões, sendo uma delas a anulação, que pode provir de decisão administrativa ou judicial e os efeitos que produz são ex nunc. e) A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições legais e as normas convencionadas entre as partes. COMENTÁRIOS A) A assertiva contraria o disposto no art. 35, §1º: “extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato, bem como haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários”. B) Equivocada a assertiva, pois constitui encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão quando presentes os seguintes requisitos: a) interesse público, b) lei autorizativa específica; c) prévio pagamento da indenização. C) Conforme art. 39, o contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. Assertiva incorreta. D) A anulação é a extinção da concessão em função de ilegalidade, podendo ser decretada unilateralmente pela Administração Pública no exercício do seu poder de autotutela ou pelo Poder Judiciário, se provocado. Os efeitos da anulação serão ex tunc, ou seja, retroativos. Assertiva incorreta. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 438 E) Assertiva correta. De acordo com o art. 38, a inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, demonstrando tratar-se de ato discricionário, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais. GABARITO: letra E 9) (FCC - 2011 - TJ-PE - Juiz) Nos termos da Lei federal que dispõe sobre normas gerais de concessão de serviços públicos, a encampação, entendida como a) intervenção do poder concedente na concessão, ocupando provisoriamente as instalações da empresa concessionária, é cabível para garantir a continuidade da prestação do serviço. b) o modo de encerramento do contrato, por motivo de inexecução por parte da empresa concessionária, depende de apuração das faltas mediante devido processo legal. c) a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, depende de lei autorizativa específica e prévio pagamento da indenização. d) o modo de encerramento do contrato, por motivo de caso fortuito ou de força maior, depende de autorização judicial. e) o desfazimento do contrato devido a ilegalidade não imputável à intenção das partes, enseja o pagamento de indenização correspondente aos investimentos não amortizados realizados pela empresa concessionária. COMENTÁRIOS De acordo com o art. 37, a encampação é a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão se presentes os seguintes requisitos: a) interesse público, b) lei autorizativa específica; c) prévio pagamento da indenização. GABARITO: letra C 10) (FCC/2010/TCM-CE/Analista de Controle Externo/Inspeção de Obras Públicas) A declaração de caducidade em um contrato de concessão de serviços públicos a) depende de prévia indenização, apurada em processo administrativo. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 439 b) ocorre, entre outras hipóteses, quando a concessionária seja condenada por sonegação de tributos, em sentença transitada em julgado. c) impõe-se quando constatada a inexecução total ou parcial do contrato de concessão. d) necessita de prévia autorização legislativa. e) acarreta a responsabilidade solidária do poder concedente pelas obrigações trabalhistas da concessionária. COMENTÁRIOS A) O que depende de prévia indenização é a encampação (art. 37). A caducidade, por ser motivada em culpa do contratado, independe de indenização prévia. Assertiva incorreta. B) É o que dispõe o art. 38, VII, da Lei 8.987/95: “a concessionária foi condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais”. C) Assertiva incorreta, pois a decretação da caducidade não é obrigatória. Veja o que dispõe o art. 38: “a inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais....”. D) É a encampação que necessita de prévia autorização legislativa, conforme dispõe art. 37 já reproduzido em outras questões. E) Assertiva incorreta, pois o art. 38, §6º, da Lei 8.987/95, preceitua que “declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária”. GABARITO: letra B 11) (FCC -2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Execução de Mandados) No que se refere à autorização de serviço público, é correto afirmar: a) Trata-se de ato precário, podendo, portanto, ser revogado a qualquer momento, por motivo de interesse público. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 440 b) Trata-se de ato unilateral, sempre vinculado, pelo qual o Poder Público delega a execução de um serviço público de sua titularidade, para que o particular o execute predominantemente em seu próprio benefício. c) O serviço é executado em nome do autorizatário, por sua conta e risco, sem fiscalização do Poder Público. d) Trata-se de ato unilateral, discricionário, porém não precário, pelo qual o Poder Público delega a execução de um serviço público, para que o particular o execute predominantemente em benefício do Poder Público. e) Trata-se de ato que depende de licitação, pois há viabilidade de competição. Autorização é ato discricionário e precário por meio do qual a Administração Pública consente que o particular exerça determinada atividade ou utilize bem público em seu proveito. É inerente da autorização que o particular não pode exercer a atividade ou usufruir do bem público sem o consentimento do Estado, pois este está incumbido de analisar discricionariamente se o interesse público será preservado. Exemplos: autorização para porte de arma, para fechamento de ruas para festas, para estacionamento de veículos particulares em terreno público, etc. GABARITO: letra A QQUUEESSTTÕÕEESS DDEE CCOONNCCUURRSSOOSS DDEE OOUUTTRRAASS BBAANNCCAASS 1) (PROCURADOR LEGISLATIVO/CÂMARA MUNICIAL RESENDE/RJ) A forma de extinção da concessão de serviços públicos, de maneira unilateral e por razões de ordem administrativa, denomina-se: a) reversão b) caducidade c) retrocessão d) encampação 2) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) As concessões de serviço público só podem ser outorgadas por prazo determinado. 3) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) A permissão é formalizada por contrato administrativo, tem como objeto a prestação de serviços públicos e pode ser firmada tanto com pessoa física quanto com pessoa jurídica ou consórcio de empresas. DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 441 4) (CESPE/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/TJPE/2001) A prefeitura de determinada cidade delegou a uma empresa privada, por meio de contrato de adesão precedido de licitação, a incumbência de explorar linhas de ônibus, de modo precário e revogável. Diante desse caso hipotético, é correto afirmar que foi utilizado o instituto da a) autorização de serviço. b) permissão de serviço público. c) concessão de serviço público. d) delegação de competência. e) outorga de serviço. 5) (CESPE/TJ-ES/Analista Judiciário/Direito/2011) Os serviços públicos devem ser prestados ao usuário com a observância do requisito da generalidade, o que significa dizer que, satisfeitas as condições para sua obtenção, eles devem ser oferecidos sem qualquer discriminação a quem os solicite. 6) (ESAF/PFN/2003) A permissão de serviço público, nos termos da legislação federal, deverá ser formalizada mediante: a) termo de permissão b) contrato administrativo c) contrato de permissão d) contrato de adesão e) termo de compromisso 7) (PROCURADORIA GERAL DO ESTADO/MS/2001) Em se tratando de concessão e permissão de serviços públicos considera-se, legalmente, serviço adequado: a) O que satisfaz às condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade de tarifas. b) O que atende aos princípios da eficiência, da indisponibilidade do interesse público e da continuidade do serviço público. c) O que é realizado com razoabilidade e eficiência. d) O que atende ao princípio da eficiência. e) O que decorre da supremacia do interesse público. 8) (CONTROLADOR DE ARRECADAÇÃO/RIO DE JANEIRO/2002) A qualidade do serviço público prestado à população, a que corresponde o direito do usuário de exigi-la, é consectário do princípio constitucional da: a) eficiência b) moralidade c) motivação necessária d) continuidade dos serviços públicos DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 442 9) (TJTO/Magistratura/2007/CESPE) Conforme entendimento do STJ, a concessionária não pode suspender o fornecimento de energia elétrica, em face do princípio da continuidade do serviço público. 10) (TJTO/Magistratura/2007/CESPE) Nos contratos de concessão e permissão de serviço público, ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. 11) (PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) O usuário do serviço público tem direito à respectiva prestação sem qualquer distinção de caráter pessoal, razão pela qual na concessão de serviços públicos é vedado o estabelecimento de tarifas diferenciadas em função das características técnicas ou de custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos do usuário. 12) (BACEN/Procurador/2009/CESPE) Se uma empresa apresentar-se como licitante para firmar contrato de concessão e, na fixação da tarifa apresentada como proposta, estiverem incluídos subsídios específicos que a empresa possua, não disponíveis para os demais licitantes, nesse caso, a proposta deverá ser analisada. 13) (STJ/Analista/2008/CESPE) No âmbito dos contratos de concessão, o edital pode prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento. Nesse caso, quando for encerrada a fase de classificação das propostas ou de oferecimento de lances, deverá ser aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital. 14) (BACEN/Procurador/2009/CESPE) Diante do princípio da indisponibilidade do interesse público, o contrato de concessão não poderá prever o emprego de mecanismos privados para a resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, como a arbitragem. 15) (CESPE/TJ-ES/Analista Judiciário/Direito2011) Consideram-se serviços públicos uti universi os que são prestados à coletividade, mas usufruídos indiretamente pelos indivíduos, como são os serviços de defesa do país contra inimigo externo e os serviços diplomáticos. 16) (BACEN/Procurador/2009/CESPE) Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido e cabe-lhe responder por todos os DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 443 prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade. 17) (TJ/PI/Juiz/2007/CESPE) A extinção do contrato administrativo de concessão pela retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, denomina-se apropriadamente a) caducidade b) rescisão c) anulação d) encampação e) reversão 18) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) Em razão do princípio da continuidade do serviço público, a concessionária não pode requerer judicialmente a rescisão do contrato de concessão, nem mesmo se o poder concedente descumprir as normas contratuais. 19) (DPE/ES/Defensor/2009/CESPE)A autorização de serviço público constitui contrato administrativo pelo qual o poder público delega a execução de um serviço de sua titularidade a determinado particular, para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco, predominantemente em benefício próprio, razão pela qual não depende de licitação e, quando revogado pela administração pública, gera, para o autorizatário, o direito à correspondente indenização. 20) (ESAF/ANALISTA RECIFE/2003) Quanto à concessão, permissão e autorização, a celebração de contrato é incompatível em caso de: a) permissão de uso ou de serviço. b) concessão e permissão. c) concessão e autorização. d) concessão de serviços públicos. e) autorização. 21) (CESPE/FUB/Secretário Executivo/2011) A concessão de serviços do poder público a entidades privadas não pode ser extinta pelo Estado, ao qual compete, tão somente, o poder de fiscalização. 22) (CESPE/INSS/Engenheiro Civil/2010) A permissão de serviço público depende sempre de licitação e contra ela cabe revogação pela administração pública a qualquer momento, por motivo de interesse público. 23) (CESPE/INSS/Engenheiro Civil/2010) Os serviços de energia elétrica, gás, transportes, saúde, ensino e assistência e previdência social são exemplos de serviços uti universi, que, na DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 444 classificação dada pela doutrina, são aqueles que visam à satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos. 24) (CESPE/ANEEL/Técnico Administrativo/2010) O princípio da continuidade do serviço público, segundo o qual o serviço público não pode ser interrompido, é aplicável ao exercício da função pública, mas não aos contratos administrativos. 25) (CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2010) Constitui hipótese de caducidade a retomada do serviço público pelo poder concedente, durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizadora específica e após prévio pagamento da indenização. Gabarito: 1) D, 2) correta, 3) errada, 4) B, 5) correta, 6) D, 7) A, 8) A, 9) errada, 10) correta, 11) errada, 12) errada, 13) correta, 14) errada, 15) correta, 16) correta, 17) D, 18) errada, 19) errada, 20) E, 21) errada, 22) correta, 23) errada, 24) errada, 25) errada. Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 25 25 Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 25 25 Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 25 25 Gabarito comentado 1) Letra D - A forma de extinção da concessão de serviços públicos, de maneira unilateral e por razões de ordem administrativa, denomina-se: (d) encampação – prevista no art. 37 da Lei 8.987/95, consistindo na retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização. 2) Correta - As concessões de serviço público só podem ser outorgadas por prazo determinado. (todo contrato administrativo tem prazo determinado. O art. 23, I, da Lei 8.987/95, prevê que é cláusula essencial do contrato de concessão as relativas ao objeto, à área e ao prazo da concessão. De acordo com doutrina e com jurisprudência, esse raciocínio também pode ser aplicado para as permissionárias) 3) Errada - A permissão é formalizada por contrato administrativo, tem como objeto a prestação de serviços públicos e pode ser firmada tanto com pessoa física quanto com pessoa jurídica ou consórcio de empresas. (essa questão poderia gerar muita dúvida se não fosse a expressão “consórcio de empresas”. Por conta desta expressão, a assertiva está incorreta, uma vez que a permissão só pode ser firmada por pessoas físicas e pessoas jurídicas. Alguns poderiam sustenta que também há erro na indicação de contrato administrativo, pois, conforme art. 40 da Lei 8.987/95, as permissões são formalizadas mediante contrato de adesão. Contudo, doutrina e jurisprudência majoritárias sustentam que essa contrato de adesão nada mais é do que um contrato administrativo). DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 445 4) Letra B - A prefeitura de determinada cidade delegou a uma empresa privada, por meio de contrato de adesão precedido de licitação, a incumbência de explorar linhas de ônibus, de modo precário e revogável. Diante desse caso hipotético, é correto afirmar que foi utilizado o instituto da: (b - permissão de serviço público – as palavras “precário” e “revogável” foram suficientes para concluir pela permissão. Uma das diferenças indicadas por parte da doutrina entre concessão e permissão diz respeito à precariedade desta última, que poderá ser revogada a qualquer momento não gerando direito de indenização ao particular contratado. Inclusive, o art. 2º, IV, da Lei 8.987/95, diz textualmente que permissão é delegação a título precário. 5) Correta - Os serviços públicos devem ser prestados ao usuário com a observância do requisito da generalidade, o que significa dizer que, satisfeitas as condições para sua obtenção, eles devem ser oferecidos sem qualquer discriminação a quem os solicite. (a questão traz a definição correta de generalidade, não havendo o que acrescentar) 6) Letra D - A permissão de serviço público, nos termos da legislação federal, deverá ser formalizada mediante: d) contrato de adesão (essa questão exigiu do candidato conhecer a redação do art. 40 da Lei 8.987/95: “a permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão..”) 7) Letra A - Em se tratando de concessão e permissão de serviços públicos considera-se, legalmente, serviço adequado: a) O que satisfaz às condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade de tarifas. (a questão traz a definição de serviço adequado constante do art. 6º, §1º, da Lei 8.987/95) 8) Letra A - A qualidade do serviço público prestado à população, a que corresponde o direito do usuário de exigi-la, é consectário do princípio constitucional da: a) eficiência (como decorrência da noção de serviço adequado, conforme visto na questão anterior) 9) Errada - Conforme entendimento do STJ, a concessionária não pode suspender o fornecimento de energia elétrica, em face do princípio da continuidade do serviço público. (o STJ garante a aplicação do disposto no art. 6º, §3º, que permite a interrupção da prestação do serviço em caso de emergência ou, após prévio aviso, quando motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações e por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade) 10) Correta - Nos contratos de concessão e permissão de serviço público, ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. (reprodução do art. 9º, §3º, da Lei 8.987/95) 11) Errada - O usuário do serviço público tem direito à respectiva prestação sem qualquer distinção de caráter pessoal, razão pela qual na concessão de serviços públicos é vedado o estabelecimento de tarifas diferenciadas em função das características técnicas ou de custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos do usuário. (o art. 13 da Lei 8.987/95 prevê que as tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários) DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando