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Aula 1 Adimplemento e extincao das obrigacoes parte 1

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Direito das Obrigações
1. Adimplemento e extinção das 
obrigações (arts. 304 a 388)
Significado de adimplemento
• Adimplir - dar cumprimento
a (obrigação, negócio etc.); 
executar
• Adimplemento - ato, 
processo ou efeito de 
adimplir; cumprimento de 
uma obrigação; adimplência
• Adimplente - que ou aquele 
que cumpre com uma 
obrigação.
• As obrigações se 
extinguem, via de regra, 
por seu cumprimento, 
liberando- se, assim, o 
devedor.
• Cumprimento significa 
pagamento, solução 
voluntária pelo devedor 
da prestação devida ao 
credor.
Noção e espécies de pagamento
• As obrigações têm, também, um ciclo vital: nascem de diversas fontes, 
como a lei, o contrato, as declarações unilaterais e ao atos ilícitos; vivem e 
desenvolvem-se por meio de suas várias modalidades (dar, fazer, não 
fazer); e, finalmente, extinguem-se. Carlos Roberto Gonçalves
• Pagamento não significa apenas a entrega de uma soma em dinheiro, 
mas, em sentido amplo, o cumprimento voluntário de qualquer espécie de 
obrigação. 
• “ ... No primeiro sentido, o pagamento é o modo de cumprir as 
obrigações de dar, ou mais particularmente, de dar somas em 
dinheiro. No segundo, a satisfação do prometido em qualquer 
variedade de obrigação”. Clóvis Bevilácqua 
• Pagamento é a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da 
prestação devida ao credor, no tempo, forma e lugar previstos no título 
constitutivo. (Maria Helena Diniz).
Noção e espécies de pagamento
• São aplicáveis ao cumprimento da obrigação dois princípios:
a) O da boa-fé ou diligência normal – exige que as partes se 
comportem de forma correta não só durante as tratativas, 
como também durante a formação e o cumprimento do 
contrato. 
Obs.: O princípio da boa-fé guarda relação com o princípio de 
direito segundo o qual ninguém pode beneficiar-se da própria 
torpeza. Entende-se ainda que o devedor obriga- se não 
somente pelo que está expresso no contrato, mas também, 
por todas as consequências que, segundo os usos, a lei e a 
equidade, derivam dele.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, 
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
RECURSO ESPECIAL Nº 1.202.514 - RS (2010/0123990-7)
RECORRENTE : DANILEVICZ ADVOGADOS ASSOCIADOS
RECORRIDO : INDÚSTRIAS MICHELETTO S/A 1/2
• CIVIL. CONTRATOS. DÍVIDAS DE VALOR. CORREÇÃO MONETÁRIA. 
OBRIGATORIEDADE. RECOMPOSIÇÃO DO PODER AQUISITIVO DA MOEDA. 
RENÚNCIA AO DIREITO. POSSIBILIDADE. COBRANÇA RETROATIVA APÓS A 
RESCISÃO DO CONTRATO. NÃO-CABIMENTO. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. 
TEORIA DOS ATOS PRÓPRIOS. SUPRESSIO .
• 1. Trata-se de situação na qual, mais do que simples renúncia do direito à 
correção monetária, a recorrente abdicou do reajuste para evitar a majoração 
da parcela mensal paga pela recorrida, assegurando, com isso, a manutenção 
do contrato. Portanto, não se cuidou propriamente de liberalidade da 
recorrente, mas de uma medida que teve como contrapartida a preservação do 
vínculo contratual por 06 anos. Diante desse panorama, o princípio da boa- fé 
objetiva torna inviável a pretensão da recorrente, de exigir retroativamente 
valores a título de correção monetária, que vinha regularmente dispensando, 
frustrando uma expectativa legítima, construída e mantida ao longo de toda a 
relação contratual.
RECURSO ESPECIAL Nº 1.202.514 - RS (2010/0123990-7)
RECORRENTE : DANILEVICZ ADVOGADOS ASSOCIADOS
RECORRIDO : INDÚSTRIAS MICHELETTO S/A 2/2
• 2. A correção monetária nada acrescenta ao valor da moeda, servindo apenas para 
recompor o seu poder aquisitivo, corroído pelos efeitos da inflação. Cuida- se de fator de 
reajuste intrínseco às dívidas de valor, aplicável independentemente de previsão 
expressa. Precedentes.
• 3. Nada impede o beneficiário de abrir mão da correção monetária como forma de 
persuadir a parte contrária a manter o vínculo contratual. Dada a natureza disponível 
desse direito, sua supressão pode perfeitamente ser aceita a qualquer tempo pelo titular.
• 4. O princípio da boa-fé objetiva exerce três funções: (i) instrumento hermenêutico; (ii) 
fonte de direitos e deveres jurídicos; e (iii) limite ao exercício de direitos subjetivos. A 
essa última função aplica-se a teoria do adimplemento substancial das obrigações e a 
teoria dos atos próprios, como meio de rever a amplitude e o alcance dos deveres 
contratuais...
• 5. A supressio indica a possibilidade de redução do conteúdo obrigacional pela inércia 
qualificada de uma das partes, ao longo da execução do contrato, em exercer direito ou 
faculdade, criando para a outra a legítima expectativa de ter havido a renúncia àquela 
prerrogativa.
• 6. Recurso especial a que se nega provimento.
Noção e espécies de pagamento
b) Princípio da pontualidade. 
O princípio da pontualidade exige não só que que a prestação 
seja cumprida em tempo, no momento aprazado, mas de 
forma integral, no lugar e modo devidos. Só a prestação 
devida, cumprida integralmente, desonera o obrigado, salvo 
no caso de onerosidade excessiva reconhecida em 
sentença.(478 a 480, CC).
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma 
das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, 
em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor 
pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à 
data da citação.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá 
ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, 
a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Formas de extinção
1. Pagamento DIRETO ou execução voluntária da obrigação pelo devedor (CC, 
arts. 304 a 333, 876 a 883), que conforme a natureza da relação obrigacional, 
entrega certo bem, pratica uma ação ou se abstém de determinado ato.
• É o meio de adimplir uma obrigação da forma mais natural e esperada, devendo 
compreender como “objeto”, aquilo que foi acordado, nada mais, nada menos, 
recebendo o credor, estará a obrigação extinta.
2. INDIRETO - Os meios de extinção de obrigação indireto, são formas 
especiais de pagamento e consiste nas seguintes situações:
– Pagamento por consignação (334 a 345)
– Pagamento com Sub-Rogação (346 a 351)
– Da Imputação do Pagamento (352 a 355)
– Dação em Pagamento (356 a 359)
– Da Novação (360 a 367)
– Da Compensação (368 a 380)
– Da confusão (381 a 384)
– Da Remissão das Dívidas (385 a 388)
Formas de extinção
3. Pela prescrição (arts. 205 e 206), pela impossibilidade de 
execução sem culpa do devedor e pelo implemento de 
condição ou termo extintivo, casos em que se terá a 
extinção da obrigação sem pagamento. Extinguir-se-á o 
vínculo obrigacional, nessas hipóteses, sem que o devedor 
cumpra a prestação. 
4. Pela execução forçada, em virtude de 
sentença seja sob forma específica, seja pela 
convenção da coisa devida no seu 
equivalente.
Pagamento – natureza jurídica
• A doutrina expressa dificuldade de se fixar a natureza jurídica do 
pagamento. Tal fato reside na particularidade de que, como vimos, o 
pagamento pode constituir-se na transferência de um numerário, na 
entrega de uma coisa, na elaboração de uma obra, na apresentação de 
uma atividade e até mesmo numa abstenção. (Venosa)
• Assim é que o pagamento pode ser definido tanto como:
– um ato jurídico, sem conteúdo negocial, (v.g. o pagamento de pensão 
alimentícia) como também,
– um negócio jurídico (unilateral ou bilateral); 
É, portanto, necessária a análise do caso concreto para que se extraia a essência 
de sua natureza jurídica.
Requisitos essenciais de validade para extinção da obrigação
• Para que o pagamento produza seu principal efeito que é o de extinguir 
a obrigação, devem estar presentes seus requisitosessenciais de 
validade que são:
a) A existência de vínculo obrigacional: é essencial ao pagamento; se 
não há vínculo entre os sujeitos, não há pagamento; e caso ocorra, será 
indevido.
- pagamento indevido pode ser: Subjetivamente indevido (existe a 
obrigação, mas se paga à pessoa errada) ou Objetivamente 
indevido (é aquele em que não existe obrigação).
b) sujeito ativo: o credor;
c) sujeito passivo: o devedor;
• Carlos Roberto Gonçalves aponta, ainda, a intenção daquele que 
paga, de extinguir a dívida (animus solvendi) porque sem ela poderia 
haver ou uma doação ou mesmo um ato sem causa.
De quem deve pagar ( solvens) – arts. 304 a 307
• Geralmente quem deve pagar, “solvens”, será o próprio devedor, mas 
excepcionalmente poderá ocorrer que terceiros o façam, conquanto 
tenham interesse jurídico na extinção da dívida. Tem interesse:
• a) o próprio devedor – principal interessado na solução da dívida
• b) o terceiro interessado: é aquele que indiretamente faz parte do 
vínculo obrigacional, ou poderá sofrer os efeitos de alguma forma. 
v.g., o fiador, o avalista, o solidariamente obrigado, o herdeiro, o 
adquirente de imóvel hipotecado, o sublocatário, etc
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o 
credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em 
nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
De quem deve pagar ( solvens) – arts. 304 a 307
c) o terceiro NÃO interessado: (§ único, do art. 304) - Nessa situação 
o terceiro tem outro tipo de interesse na solução da dívida, como 
MORAL (v.g. pai que paga a dívida do filho, ou decorrente de 
amizade ou relacionamento amoroso).
•
• O terceiro não interessado pode até mesmo consignar o 
pagamento em caso de recusa do credor, desde que o faça em 
nome e à conta do devedor, agindo assim como seu representante 
ou gestor de negócios, “salvo oposição deste”.
Art. 304. Qualquer interessado ...
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro NÃO interessado, se o fizer em nome 
e à conta do devedor, salvo oposição deste.
De quem deve pagar ( solvens) – arts. 304 a 307
c) o terceiro NÃO interessado
• Terceiro não interessado pode pagar em nome do devedor. Entende a 
doutrina que nesta hipótese houve uma liberalidade por parte do terceiro. A mera 
circunstância de efetuar o pagamento não em seu nome, mas no do devedor, 
revela o propósito de praticar liberalidade. É uma interpretação a contrario sensu 
do art. 305.
• Terceiro não interessado paga a dívida em seu próprio nome. Tem direito a 
ser reembolsado, mas não se sub-roga nos direitos do credor (Art. 305). O 
pagamento efetuado extingue a dívida original entre o credor e devedor, pois o 
credor recebe o que lhe é devido. Mas, ao mesmo tempo em que a primeira 
dívida se esvai, pelo pagamento, uma segunda (cuja fonte é o enriquecimento 
sem causa) surge entre partes diferentes. Daí, por se tratar de uma nova relação 
jurídica, dispõe a lei que quem pagou não se beneficia com a sub-rogação.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem 
direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub- roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no 
vencimento.
De quem deve pagar ( solvens) – arts. 304 a 307
c) o terceiro NÃO interessado
• A lei nega a sub-rogação por dois motivos:
• a) pode ser que o pagamento consistia especulação, antes de 
um benefício.
• b) Para não encorajar terceiro maldoso, inclinado a formular 
contra o devedor exigências mais rigorosas que as do credor 
primitivo.
TJ/MG - APELAÇÃO CÍVEL N° 1.0236.08.013736-7/001 
APELANTE(S): DIVANA APARECIDA CATTA PRETA 
APELADO(A)(S): LAERT SPAGNO GARCIA 
• EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - COBRANÇA - COMPRA DE GADO - NOTA 
FISCAL EM NOME DA MULHER - CHEQUES DE CONTA-CONJUNTA 
EMITIDOS PELO MARIDO - FALTA DE PROVISÃO DE FUNDOS -
SOLIDARIEDADE PASSIVA - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO CONFIGURADA. 
• Inexistindo qualquer comprovação da existência de conta-conjunta, o 
suposto cotitular será parte ilegítima para figurar no polo passivo de ação de 
cobrança de cheque. 
• De acordo com o art. 304 do Código Civil, o terceiro interessado na 
extinção da dívida pode pagá- la , mas, se o cheque emitido para tanto não 
for compensado por insuficiência de fundos, remanesce a obrigação da 
parte que celebrou o negócio. A propositura de ação de cobrança, por si 
só, não caracteriza litigância de má-fé, sobretudo se o pedido inicial é 
procedente. Recurso não provido.
TJSC - AC 146534 SC 2010.014653-4
Apelante: Bernadete Benvinda da Silva
Apelada: Lojas Colombo S/A
• RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ALEGADO 
CERCEAMENTO DE DEFESA ANTE A PRETENSÃO DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA 
GRAFOTÉCNICA. NÃO RECONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE PEDIDO NESTE 
SENTIDO. PRECLUSÃO CONFIGURADA. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE 
MERCADORIA FINANCIADA PELA RÉ. ALEGADA INSCRIÇÃO INDEVIDA DO 
NOME DA AUTORA NOS CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. 
INOCORRÊNCIA. CONJUNTO PROBATÓRIO A DEMONSTRAR A LICITUDE DA 
CONDUTA. EXISTÊNCIA DE DÍVIDA EM ATRASO NO MOMENTO DA ANOTAÇÃO. 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO DA RÉ. INTELIGÊNCIA DO ART. 304 , 
PARÁGRAFO ÚNICO DO CÓDIGO CIVIL . DEVER DE INDENIZAR NÃO 
CONFIGURADO. REQUISITOS DOS ARTS. 186 E 927 DO CÓDIGO CIVIL
INEXISTENTES NA HIPÓTESE. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. 
RECURSO DESPROVIDO. Não há que se cogitar em responsabilidade civil por 
ato ilícito e reparação de danos sem comprovação dos requisitos esculpidos no 
art. 186 do atual Código Civil , mormente se verificado o exercício regular de 
direito pelo credor. 
TJ/BA Apelação n.º 0001277-96.2011.8.05.0213
Apelante : Maria Cardoso Santos 
Apelado : Junior e Minchele Promoção \De Vendas Ltda
• APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. 
PAGAMENTO DE DÍVIDA EFETUADO POR TERCEIRO NAO 
INTERESSADO. APLICABILIDADE DO DISPOSTO NO ART. 305 DO 
CÓDIGO CIVIL. DIREITO DO TERCEIRO DE SER REEMBOLSADO. 
INEXIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO DE CONTRATO. CONJUNTO 
PROBATÓRIO SUFICIENTE A AMPARAR O PEDIDO AUTORAL. VEDAÇÃO 
AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. IMPROPRIEDADE DO USO DO 
PEDIDO CONTRAPOSTO EM PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. SENTENÇA 
MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 
• Em face à juntada dos recibos apresentados na exordial, faz- se dispensável 
a apresentação do contrato de empréstimo consignado. Dessa forma, 
por mostrar-se devido o reembolso da empresa apelada em razão de ter 
pago débito alheio, e havendo prova escrita do pagamento efetuado, 
consubstanciada na posse do recibo de quitação, que foi apresentado 
juntamente com a exordial, deve ser mantida a procedência da ação de 
cobrança.
• APELO CONHECIDO E IMPROVIDO
De quem deve pagar ( solvens) – arts. 304 a 307
• Pagamento efetuado mediante transmissão da propriedade
• Nem sempre o pagamento consiste na entrega de dinheiro ao credor, 
pode ser um objeto (móvel ou imóvel). Vide a figura da dação em 
pagamento.
• O pagamento nessas condições somente terá eficácia, quando feito por 
quem tinha capacidade para alienar. Não basta, pois, a capacidade 
genérica (maior de 18 anos), sendo necessária a capacidade específica 
para o ato de alienação. Em certos casos é necessária a LEGITIMAÇÃO, 
a exemplo do tutor que não pode dar em pagamento imóvel do pupilo 
sem autorização judicial, conforme preceitua o art. 1748, IV.
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, 
quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
De quem deve pagar ( solvens) – arts. 304 a 307
• Pagamento efetuado mediante transmissão da propriedade
• Se a coisa entregue ao credor for FUNGÍVEL e este a tiver recebido de boa- fé e 
consumido, o pagamentoterá eficácia, extinguindo-se a relação jurídica, ainda que 
o devedor não fosse dono. Só resta ao verdadeiro proprietário voltar-se contra 
quem a entregou indevidamente.
• Portanto, para que a exceção opere são necessárias as seguintes condições:
• A) tratar-se de pagamento efetuado mediante coisa fungível;
• B) boa-fé por parte do accipiens;
• C) consumo da coisa fungível pelo mesmo accipiens.
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir- se por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade.
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento ...
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do 
credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de 
aliená-la.
Daqueles a quem se deve pagar – “Accipiens” (arts. 308 a 312)
• “Accipiens” é quem recebe, via de regra o credor. O art. 308 C.C. prevê que 
o pagamento seja feito ao credor ou a quem o represente, sob pena de só 
valer (o pagamento) depois de ratificá-lo pelo credor ou revertido em seu 
proveito. “Quem paga mal paga duas vezes.”
• Pagamento efetuado a representantes do credor:
• O representante do credor pode ser legal (decorre da lei, como os pais, 
tutores e curadores), judicial (nomeado pelo juiz, como o inventariante, o 
síndico da massa falida, etc) ou convencional.
• O art. 311 trata do MANDATO TÁCITO ou PRESUMIDO. A presunção é, no 
entanto, relativa. Em princípio, quem se apresenta com um recibo firmado 
por terceiro goza da presunção de possuir autorização para receber. A 
presunção é reforçada se o portador da quitação é empregado do credor.
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de
só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as
circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
AC 6328 BA 2001.33.00.006328-4
Embargante: UNIÃO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL 
Embargado: Claudio Ramos Quireza
• PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. FGTS. 
QUITAÇÃO DO DÉBITO POR GUIA DE RECOLHIMENTO IMPRÓPRIA. ART. 308 DO CÓDIGO CIVIL . 
PONTO OMITIDO. ART. 535 , II , CPC . EMBARGOS DECLARATÓRIOS ACOLHIDOS PARA APLICAR 
EFEITO MODIFICATIVO AO JULGADO. 1. Se é certo afirmar que o equívoco no lançamento do 
código de receita na respectiva guia de recolhimento não descaracteriza a quitação do débito, 
não sendo pertinente a repetição de pagamento pelo devedor sob pena de enriquecimento 
ilícito da Fazenda Pública, não menos certo a assertiva de que o valor, que deveria ser 
repassado ao FGTS, acabou por destinar-se à conta única do Tesouro Nacional, sob rubrica 
diversa daquela utilizada para identificação do aludido fundo. 2. Inadequado tratar a questão 
como simples equívoco operacional, corrigível entre os agentes operadores de ambas as 
contas, considerando-se tratar os valores por eles geridos de natureza e regramento jurídico 
distintos. Ademais, o erro verificado decorreu por culpa do devedor, que, na condição de 
embargante, também detém o ônus de provar fato constitutivo do direito alegado (art. 333 , I , 
do CPC ). 3. Com vistas a esclarecer ponto omitido no acórdão embargado, dou parcial 
provimento à apelação do executado para determinar o retorno dos autos ao juízo de 
origem, condicionando a inexigibilidade da dívida ativa à comprovação de que os valores 
recolhidos por guia imprópria efetivamente se reverteram em proveito do Fundo de Garantia 
por Tempo de Serviço, nos moldes do art. 308 do Código Civil . 5. Embargos de declaração 
acolhidos para conferir efeito modificativo ao julgado. 
Daqueles a quem se deve pagar – “Accipiens” (arts. 308 a 312)
• Pagamento a credor incapaz:
• O pagamento há de ser efetuado a pessoa capaz de fornecer a devida 
quitação, sob pena de não valer. (art. 310)
• Em princípio o pagamento efetuado a absolutamente incapaz é nulo e o 
efetivado a relativamente incapaz poderá ser ratificado pelo representante 
legal ou pelo incapaz, cessada a incapacidade (Art. 172). 
• A quitação reclama capacidade e sem ela o pagamento não vale. Assim, se o 
locatário pagar diretamente a pessoa privada do necessário discernimento
o aluguel devido, não é apenas a quitação fornecida pelo incapaz que se 
mostra inadequada para acarretar a extinção da obrigação, mas é o próprio 
pagamento que se considera irrealizado, salvo se se provar que o 
pagamento se reverteu em benefício do credor.
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o
devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
Daqueles a quem se deve pagar – “Accipiens” (arts. 308 a 312)
• Pagamento a credor incapaz:
• Nesse mesmo sentido é o art. 181.
• E se o devedor supunha que o credor era capaz de dar quitação, ou se 
dolosamente foi induzido a crer que desaparecera a incapacidade existente, 
valerá o pagamento, desde que se prove erro escusável do devedor ou dolo 
do credor. 
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um
incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela
outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Daqueles a quem se deve pagar – “Accipiens” (arts. 308 a 312)
• Pagamento efetuado a credor putativo:
• Art. 309 – credor putativo. – é aquele que se apresenta como verdadeiro 
credor aos olhos de todos. 
• Para que o credor seja putativo, e valha o pagamento deve existir: 
• a) boa fé do devedor, que deve acreditar pagar ao credor verdadeiro;
• b) o erro deve ser escusável, pelo conjunto de circunstâncias; 
• c) o título deve estar na posse do credor putativo, para que se denote a
• veracidade, e que a boa-fé não seja posta em dúvida.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado
depois que não era credor.
Daqueles a quem se deve pagar – “Accipiens” (arts. 308 a 312)
Art. 309. O pagamento
feito de boa-fé ao credor
putativo é válido, ainda
provado depois que não
era credor.
Angelina não vai precisar pagar novamente pois pagou a um
credor putativo.
O credor putativo é que vai ter que devolver o dinheiro ao 
verdadeiro herdeiro de Sinatra
deve
Nomeou 
herdeiro
Angelina paga ao herdeiro, mas 
o Juiz anula o testamento
TJPR - APELAÇÃO CÍVEL Nº 698776-0
APELANTE : ITAÚ SEGUROS SA
APELADOS : FABRÍCIO LIRA DOS SANTOS E OUTRO
• APELAÇÃO CÍVEL - COBRANÇA DO SEGURO 
OBRIGATÓRIO - DPVAT - MORTE - PAGAMENTO 
ADMINISTRATIVO - CREDOR PUTATIVO -
APLICAÇÃO DO ARTIGO 309 DO CÓDIGO CIVIL -
TEORIA DA APARÊNCIA - REQUISITOS. RECURSO 
PROVIDO. Apresentados os documentos 
necessários para regulação do sinistro e 
comprovada a qualidade de beneficiária 
mediante Certidão de Óbito e declaração sob as 
penas da Lei de inexistência de outros herdeiros, 
é válido o pagamento feito a credor putativo 
quando a seguradora toma todas as diligências 
necessárias. 
Daqueles a quem se deve pagar – “Accipiens” (arts. 308 a 312)
• Pagamento efetuado a credor com crédito penhorado:
• Há duas situações em que o pagamento feito ao credor não libera 
o devedor. Quando o devedor houver sido intimado: 
• a) da penhora feita sobre o débito por que é responsável – o 
patrimônio do devedor responde por suas dívidas. Uma vez 
penhorado um crédito, o exequente deve notificar o responsável, 
intimando-o a não pagar ao executado. 
• b) de impugnação a ele oposta por terceiros – oposição notificada 
ao devedor, através de protesto ou notificação.
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o
crédito, ou da impugnaçãoa ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá
contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe
ressalvado o regresso contra o credor.

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