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EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ESPECIAL

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EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA 
PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
2 
WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................01 
 
1 NOÇÕES BÁSICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ESPECIAL .............03 
1.1 Surgimento e percurso da Educação Inclusiva e Especial ......................03 
1.1.1 No mundo ................................................................................................03 
1.1.2 No Brasil ..................................................................................................05 
 
2TERMINOLOGIA E CONCEITUAÇÕES PERTINENTES ÀS A 
NÁLISES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ........................................................09 
 
3 PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS ....................................20 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ........................................45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
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1 NOÇÕES BÁSICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ESPECIAL 
 
1.1 Surgimento e percurso da Educação Inclusiva e Especial 
Acreditamos que para a compreensão de determinados assuntos nada 
mais coerente do que proceder a uma retrospectiva histórica dos fatos e 
acontecimentos que o permeiam, pois na realidade é através da análise no 
tempo, uma análise do desenrolar dos acontecimentos que conseguimos 
entender o presente. 
A retrospectiva fornece ao leitor ou estudioso uma visão clara e leva a 
compreender o presente através da trajetória, das lutas, enfim, das conquistas 
passadas, portanto vamos traçar o percurso da educação inclusiva e especial 
no mundo e no Brasil para uma melhor compreensão da atualidade. 
 
1.1.1 No mundo 
A história da educação inclusiva passa pela história da educação 
especial, melhor dizendo, pela história das pessoas com necessidades 
especiais. 
Antes e durante a Idade Média a exclusão seguida de segregação 
predominou com todas suas forças, mitos e preconceitos. Há que se entender 
que teórica e cientificamente nada se sabia das doenças e dos transtornos que 
acometiam as pessoas tornando-as diferentes das pessoas “normais”. 
A loucura era considerada proveniente de forças sobrenaturais. Pessoas 
que apresentavam epilepsia e psicose eram tidas como possessas. Os 
portadores de hanseníase (os leprosos), todos eram segregados da sociedade. 
A partir de 1500 os primeiros movimentos para ensinar a pessoa 
deficiente surgiram na Europa. Até então, os deficientes de qualquer natureza 
ficavam em asilos, protegidos, pois não se acreditava em seu desenvolvimento. 
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
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Famílias de boa situação financeira contratavam professores particulares 
que se interessavam em tornar preceptores1 de crianças com deficiência, 
inicialmente com crianças surdas. 
Em 1700, houve a expansão para o trabalho com crianças cegas, 
contudo, as crianças com problemas mentais continuavam internadas. 
As primeiras instituições especializadas surgiram na França, 1760 – 
Instituto Nacional de Surdos-Mudos e, 1784, – Instituto dos Jovens Cegos, mas 
ainda sem apoio da sociedade. 
Nestas escolas, a educação dos cegos era voltada para trabalhos 
manuais e dos surdos, comunicação por gestos. Não preconizavam o 
aprendizado da leitura, da escrita, dos cálculos nem das artes, o que veio 
acontecer somente por volta de 1824. Ambos se sustentavam da venda dos 
trabalhos realizados. 
Já para as pessoas com deficiências físicas, o primeiro instituto surgiu 
na Alemanha em 1932. Em 1848, nos Estados Unidos, elas passaram a ter 
atendimento oficial para aprenderem comportamentos sociais básicos 
(CARMO, 2007; FRAGELLI, 2005). 
Sahb (2004) pontua a II Guerra Mundial (1939-1945) como um marco 
para a preocupação com os portadores de necessidades especiais, quando os 
países centrais começaram a se preocupar em identificar os sub e 
superdotados, com o objetivo de encaminhá-los para um tipo de educação 
mais condizente com seus dotes intelectuais. 
Segundo Edler (2000 apud Sahb, 2004) historicamente, a educação 
especial tem sido considerada como a educação de pessoas com deficiência, 
seja ela mental, auditiva, visual, motora, física, múltipla ou decorrente de 
distúrbios invasivos de desenvolvimento, além das pessoas superdotadas que 
também têm integrado o alunado da educação especial. 
 
1
 Preceptor: professor encarregado da educação de crianças no lar. (FERREIRA, 2001, p.551). 
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As classes especiais, dentro das escolas regulares, só apareceram a 
partir de 1950 e evidentemente, a partir de movimentos organizados pelos pais 
que lutavam pelos direitos dos seus filhos (CARMO, 2007; FRAGELLI, 2005). 
Esses primeiros movimentos para atender as pessoas portadoras de 
deficiência que refletiam as mudanças significativas, em termos educacionais, 
e que estavam nascendo nos grupos sociais, foram concretizadas 
primeiramente na Europa e depois se expandiram para os Estados Unidos, 
Canadá e recentemente, para o Brasil. 
Mazzotta (1996) buscou na história da educação informações 
significativas sobre o atendimento educacional dos portadores de deficiência, e 
constata que até o século XVIII, as noções a respeito da deficiência eram 
basicamente ligadas ao misticismo e ocultismo, sem qualquer base científica 
para o desenvolvimento de noções reais e esclarecedoras sobre quem eram os 
deficientes. Essa falta de conhecimento sobre as deficiências e uma ligação 
muito forte com a religiosidade que considerava os deficientes como 
imperfeitos, pois se somos à “imagem e semelhança de Deus” e, sendo Deus 
perfeito também deveríamos ser, levaram à marginalização e exclusão dos 
portadores de necessidades especiais. 
Esse mesmo autor prossegue dizendo que não podemos ignorar o fato 
de que ao longo dos tempos, também houve uma significativa construção 
sociocultural de movimentos particulares e de alguns grupos pelo atendimento 
aos deficientes, buscando em estudos científicos realizar algumas ações e 
medidas educacionais para essa parcela excluída da população. 
Principalmente na Europa, desde o século XVI registram-se medidas 
educacionais para os surdos mudos, cegos e deficientes físicos que foram se 
expandindo e chegaram aos Estados Unidos e Canadá e, posteriormente em 
outros países como o Brasil. É claro que de maneira muito lenta e ainda 
carregada de preconceitos e uma forma de olhar o portador de necessidades 
especiais - deficiente, muitas vezes pejorativa. 
 
 
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1.1.2 No Brasil 
O ano de 1854 marca o início do atendimento aos portadores de 
deficiência no Brasil, quando foi criado no Rio de Janeiro, o primeiro instituto 
para surdos (CARMO, 2007). 
Inicialmente esses institutos tinham como objetivo, somente oferecer 
abrigo e proteção para os deficientes, tendo sido reproduzidos, de acordo com 
modelos europeus. 
No período que vai de 1905 a 1950, a grande maioria dessas instituições 
eram particulares e com caráter assistencialista. E mesmo existindo algumas 
instituições oficiais, não resolviam o problema da demanda de portadores de 
deficiência existente. 
Em relação aos serviços públicos, estes eram prestados através das 
escolas regulares, as quais ofereciam classes especiais para o atendimento 
aos deficientes2 (CARMO, 2007). 
A mobilização social começa nas décadas de 50 a 60 com o surgimento 
e fortalecimento de algumas organizações e de movimentos educativos como 
os trabalhos de Paulo Freire. 
Para Mazzotta(1996) houve, no Brasil, dois períodos na evolução da 
educação especial antes de ganhar essa configuração que estamos 
conhecendo desde 1993. O primeiro período refere-se desde 1854 a 1956, 
caracterizado por iniciativas oficiais e particulares isoladas, ou seja, não havia 
ações e campanhas a nível nacional que abrangesse em uma só campanha 
todos os tipos de deficiência. 
Havia até 1950 somente quarenta estabelecimentos de ensino regular 
mantidos pelo poder público, sendo um federal e os demais estaduais, que 
prestavam algum tipo de atendimento escolar especial a deficientes mentais. 
Ainda, catorze estabelecimentos de ensino regular, dos quais um federal, nove 
 
2
 Abre-se aqui uma ressalva para explicar que no começo, esses indivíduos eram chamados de 
“deficiente” ou”portadores de deficiência” e, nos dias atuais, “portadores de necessidades 
especiais”, portanto, justifica-se, no corpo deste trabalho, o uso sem preconceito das duas 
denominações. 
 
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estaduais e quatro particulares que atendiam também alunos com outras 
deficiências. Esses dados apresentados por esse autor em uma de suas 
pesquisas demonstram que o atendimento especializado para os deficientes 
era para uma pequena parcela da população, muito provavelmente para os que 
pertenciam a famílias com melhores condições e os demais deficientes 
continuaram por muito tempo à margem da vida social. 
Já no segundo período apontado por Mazzotta que vai de 1957 a 1993, 
surgiram iniciativas oficiais de âmbito nacional que acabaram resultando em 
1973 na criação do CENESP – Centro Nacional de Educação Especial – com a 
“finalidade de promover em todo o território nacional a expansão e melhoria do 
atendimento aos excepcionais”. 
Em 1986 o CENESP foi transformado na Secretaria de Educação 
Especial – SESPE – e sua coordenação passou para Brasília e não mais no 
Rio de Janeiro onde estava desde 1973. Em 1990 o Ministério da Educação foi 
reestruturado e a SESPE foi extinta e suas atribuições passaram para a 
Secretaria Nacional de Educação Básica – SENEB – que incluiu no mesmo ano 
o Departamento de Educação Supletiva e Especial – DESE. No final de 1992, 
após a queda do Presidente Fernando Collor de Mello, houve outra 
reorganização dos Ministérios e nessa nova estrutura reapareceu a Secretaria 
de Educação Especial e do Desporto. 
Mazzotta (1996, p. 15) enfatiza que a defesa da cidadania e do direito à 
educação das pessoas portadoras de deficiência é atitude muito recente em 
nossa sociedade. Manifestando-se através de medidas isoladas, de indivíduos 
ou grupos, a conquista e o reconhecimento de alguns direitos dos portadores 
de deficiência podem ser identificados como elementos integrantes de políticas 
sociais, a partir de meados deste século. 
Enfim, pode-se constatar que a mobilização da sociedade moderna é um 
fenômeno recente, que deve muito mais a homens, mulheres, leigos ou 
profissionais, deficientes ou não, que se envolveram nas questões sociais 
ligadas aos direitos sociais e humanos, mais especificamente ao atendimento 
às pessoas deficientes, buscando o direito à qualidade de vida destas pessoas 
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do que aos governos, os quais deveriam ser os promotores de fato da 
implantação e efetivação desse direito de cidadania, oportunidade e igualdade. 
Voltando o olhar para o surgimento da educação inclusiva e o caminho 
que tem seguido nos dias atuais, nota-se uma evidente preocupação em 
igualar as oportunidades ao acesso ao ensino escolar, em proporcionar 
continuidade dos portadores de necessidades especiais na escola regular. 
A política educacional inclusiva, integradora (que veremos em detalhes 
na próxima apostila), pressupõe um modo de se construir o sistema 
educacional que considere as diferenças e necessidades de todas as crianças, 
jovens e adultos, sem discriminá-los ou segregá-los por quaisquer dificuldades 
ou diferenças discriminatórias que possam ter. A escola inclusiva pressupõe 
uma nova escola, comum na sua organização e funcionamento, pois adota os 
princípios democráticos da educação de igualdade, equidade, liberdade e 
respeito à dignidade que fortalecem a tendência de manter na escola regular os 
alunos portadores de necessidades especiais (SAHB, 2004). 
A legislação educacional vigente não é completamente clara e 
específica, mas o Brasil segue pelo caminho que busca meios adequados e 
justos para que as instituições promovam o acesso e a permanência nas 
escolas regulares, de forma democrática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. TERMINOLOGIA E CONCEITUAÇÕES PERTINENTES ÀS ANÁLISES DA 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
Apresentar e delinear alguns conceitos sobre a matéria em questão é 
importante, para que você, estudante ou leitor, entenda o contexto onde se 
insere e também porque vem mostrar a evolução do pensamento e dos valores 
que nascem através deles. 
Concordamos com Ferreira e Guimarães (2003) quando ressaltam que 
os conceitos de deficiência passam por dimensões valorativas, tendo sempre 
um caráter histórico concreto, de acordo com um determinado momento, num 
contexto socioeconômico e cultural especifico. 
Assim, são expostos abaixo, os conceitos de alguns estudiosos do 
assunto que envolve a inclusão, conceitos estes que entende-se ser de 
extrema importância para compreensão dos movimentos e das ações 
exercidas pelos diversos atores desse cenário da educação inclusiva. 
Começaremos, portanto, definindo o que é deficiência, passando por 
exclusão, integração, inclusão, escola inclusiva, educação especial e as 
características das necessidades especiais. 
Ferreira e Guimarães (2003) têm em sua obra, um cuidado especial em 
iniciar o trabalho abordando conceitos existentes sobre os portadores de 
necessidades especiais para refletirem os seus significados e visão para com 
esses sujeitos sociais. Explicam que “Deficiência” vem do latim, deficiens de 
deficere, que quer dizer “ter uma falha”. De de + facere , “fazer”. Aquele que 
não consegue fazer. Um corpo imperfeito, erro da natureza. 
Etimologicamente a palavra “deficiência” já traz em si uma série de 
valores relacionados com “incapacidade”, “desvantagem”, “impedimento” ou 
“invalidez”. 
 
 
 
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Exclusão 
A exclusão social remonta à Antiguidade grega, onde escravos, 
mulheres e estrangeiros eram excluídos, mas o fenômeno era tido como 
natural. A exclusão torna-se visível e substanciosa quando ocorre uma 
evidência da pobreza após a crise econômica mundial da idade contemporânea 
(FISCHER E MARQUES, 2001). 
Sobre a origem do termo exclusão social, as mesmas autoras pontuam 
que tomou vulto a partir do livro Les Exclus (1974) de Lenoir, o qual define os 
excluídos como aqueles indivíduos concebidos como resíduos dos trinta anos 
gloriosos de desenvolvimento da França. 
Para Jaguaribe citado por Dupas (1999) exclusão tem “feições de 
pobreza”. 
Nascimento (1996) infere que a partir da década de 80, a exclusão social 
passou a ser vista como um processo presente, visível e que ameaça confinar 
grande parte da população num apartheid informal, expressão que dá lugar ao 
termo “apartação social”. 
Em essência, a exclusão é multidimensional, manifestando-se de várias 
maneiras e atingindo diferentes sociedades, mas evidentemente, os países 
pobres são afetados em maior profundidade. 
Embora provocada pelo setor econômico, tem também seus meandros 
passando pela falta de vontade política e social. 
Os principais aspectos em que a exclusãose apresenta, dizem respeito 
à falta de acesso ao emprego, a bens e serviços, e também à falta de 
segurança, justiça e cidadania (Fischer e Marques, 2001), ou seja, suas 
manifestações aparecem no mercado de trabalho, no acesso à moradia e aos 
serviços comunitários, aos bens e serviços públicos, entre outros. 
Observamos que as pessoas tendem a pensar somente em deficientes 
físicos e mentais quando se trata de exclusão, esquecendo dos demais grupos 
como os idosos, os sem terra, os analfabetos, os grupos étnicos minoritários, 
dentre outros. Acreditamos que esse fato acontece porque a mídia e 
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principalmente as propagandas governamentais enfatizam a inclusão escolar e 
social desses portadores. Propagandas de pedestres cadeirantes que tem 
direito de transitar sem impedimentos nas vias, de escolas abertas para 
receber os deficientes físicos tem proliferado nos meios de comunicação. 
Portanto, que fique claro que os excluídos pertencem aos mais diversos 
grupos sociais e que se desmistifique que somente deficientes físicos e 
mentais fazem parte da exclusão. 
 
Integração 
Segundo o MEC (1994, p.18), “integração é um processo dinâmico de 
participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua integração 
nos grupos sociais, implicando reciprocidade”. 
Para Mazzotta (1998), integração pressupõe a ampliação da 
participação nas situações comuns, para indivíduos e grupos que se encontram 
segregados, ou seja, para aqueles alunos que necessitam e utilizam os 
serviços de educação especial, justifica a busca pela integração. 
Surgido na década de 1960, o conceito de integração relacionava-se 
diretamente com as crianças deficientes. Foi um movimento que aconteceu em 
época de grande movimentação social e civil, de luta pelos direitos, pela 
igualdade e justiça. 
Blanco (1998) explica que o movimento de integração surgiu da 
necessidade de promover o direito dos alunos portadores de necessidades 
especiais à educação especial. 
 
Inclusão 
Abbamonte (2007) infere que a palavra inclusão não significa promover 
a adequação ou a normatização de acordo com as características de uma 
maioria, seu significado está mais próximo à possibilidade de fazer parte, 
conviver e não se igualar. Portanto, é com grande cautela que devemos 
levantar a bandeira da inclusão escolar de crianças com graves problemas de 
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desenvolvimento. Ao invés de tomarmos o assunto partindo de um ideal, do 
que diz a lei, é mais apropriado levar em consideração a própria criança, 
verificar o problema que ela apresenta e a partir daí avaliar a maneira de 
ingressá-la numa ou noutra sala de aula. 
A colocação da autora é muito pertinente e leva a refletir sobre a 
responsabilidade que se tem à frente quando se trata de avaliar uma criança, 
pois uma vez que a criança é colocada na escola, todos os profissionais estão 
assumindo um compromisso com ela, ou pelo menos deveriam! 
Para Sassaki (1997, p. 41) a inclusão é “um processo pelo qual a 
sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, 
pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam 
para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um 
processo bilateral no qual as pessoas ainda excluídas e a sociedade buscam, 
em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a 
equiparação de oportunidades para todos”. 
No documento “Ética e cidadania: construindo valores na escola e na 
sociedade”, (Brasil, 2003), encontramos que a “ inclusão, abrangendo conceitos 
como respeito mútuo, compreensão, apoio, equidade e autorização, não é uma 
tendência, um processo ou um conjunto de procedimentos educacionais 
passageiros a serem implementados. Ao contrário, a inclusão é um valor social 
que, se considerado desejável, torna-se um desafio no sentido de determinar 
modos de conduzir nosso processo educacional para promovê-la. Não haverá 
um conjunto de práticas estáticas, e sim uma interação dinâmica entre 
educadores, pais, membros da comunidade e alunos para desenvolver e 
manter ambientes e oportunidades educacionais que serão orientadas pelo tipo 
de sociedade na qual queremos viver”. 
Após as devidas conceituações do trinômio exclusão-integração-
inclusão, podemos inferir que existe uma diferença importante entre integrar e 
incluir. O primeiro pressupõe adaptar o aluno à escola e incluir, vai muito além, 
é preparar a escola, como um todo, em seu espaço físico, na formação do 
corpo docente, entre outros, para receber o aluno portador de qualquer que 
seja sua necessidade. Observa-se no primeiro conceito que na integração, a 
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escola abre as portas para o aluno, mas não disponibiliza os meios para que 
este possa locomover, acompanhar, aprender. Já na inclusão, que é 
completamente mais justa, quem se movimenta, quem se prepara para receber 
o aluno é a escola. 
Precisamos refletir até que ponto as escolas (estamos nos referindo a 
espaço físico e recursos humanos) estão preparadas ou estão se preparando 
para receber essa parcela da sociedade. Não basta simplesmente criar uma lei 
ou criar uma política e pronto, abrir as portas das escolas e dizer: estamos 
praticando a inclusão! 
Formação inicial, formação continuada, especialização, adequações 
físicas e estruturais, recursos didáticos, profissionais em número adequado e 
mudança de mentalidade formam um conjunto que precisa acontecer 
concomitantemente. Será que essa é a realidade das escolas atuais que se 
propõem ou que são solicitadas a praticar a inclusão? Elas têm o respaldo 
necessário por parte dos governantes para não ser apenas uma fachada de 
“cartada política momentânea”? Esses questionamentos nos levam a uma 
parte da administração que se chama “planejamento”. Qualquer decisão que 
tomemos precisa ser planejada, mesmo que no meio do caminho precisemos 
desviar, alterar alguns passos, mas para se atingir qualquer objetivo 
precisamos planejar! 
Não é nosso objetivo aprofundar nessa questão, mas fica a deixa para 
refletirem. Nas referências bibliográficas encontrarão muitos autores e artigos 
interessantes que podem levá-los a novas reflexões, entendimentos e 
construção de novos conhecimentos para aplicação no cotidiano profissional, 
atuando antes de tudo com discernimento, criticidade e comprometimento. 
 
Educação Inclusiva 
Para conceituar a educação inclusiva é preciso expressar, pelo menos, 
algumas de suas funções, ou seja, a escola inclusiva precisa cuidar, integrar, 
reconhecer, relacionar-se com crianças e pessoas de um modo geral, com 
necessidades especiais (MACEDO, 2007). 
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Não queremos justificar a dificuldade de promover a educação inclusiva, 
mas ela é uma tarefa nova, restrita até poucos anos, à família ou a alguma 
pessoa que, por alguma razão, assumia esse papel. Na atualidade espera-se 
que as escolas fundamentais incluam crianças que apresentem limitações. 
A educação inclusiva é uma educação democrática, comunitária, pois 
supõe que o professor saia da sua solidão, arrogância, falso domínio e tenha a 
coragem de dizer não sei, tenho medo, nojo, vergonha, pena, não respeito, 
quero aprender ou rever minhas estratégias pedagógicas, pois não consigo 
ensinar para certos tipos de criança, não sei controlar o tempo, não sei ajudar – 
não no sentido da co-dependência, mas no sentido da interdependência, – não 
sei respeitar meu aluno (MACEDO, 2007). 
Embora sejam duras e ásperas as declarações de Macedo (2007), são 
reais e pertinentes ao que acontececom as escolas e seus profissionais 
quando se propõe a exercer o sentido amplo de educação inclusiva. E não 
querendo fazer uso de preconceitos, mas assumindo que ele existe, é bem 
verdade que encontramos todo o tipo de profissional no ambiente escolar, 
aquele que está lá por vocação, aquele que está lá porque “foi o emprego que 
conseguiu”, enfim, realmente para algumas pessoas não é fácil lidar com uma 
criança diferente das normais, mas é preciso ser humilde e lidar da melhor 
maneira com a situação. Pedindo ajuda a um supervisor, por exemplo, 
conversando com outros colegas para perceber que é preciso ser, antes de 
tudo, solidário. 
No entendimento de Mantoan (2005) inclusão é a nossa capacidade de 
entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e 
compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe 
todas as pessoas, sem exceção (deficiência física, comprometimento mental, 
superdotados, as minorias e a criança que é discriminada por qualquer outro 
motivo). Incluir é estar com, é interagir com o outro. 
Vale a pena expor mais amiúde, o pensamento de Maria Teresa Eglér 
Mantoan, considerada uma das maiores defensoras da educação inclusiva no 
Brasil. Em entrevista a Revista Nova Escola (edição 182, maio de 2005) ela diz 
que na escola professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente 
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
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ensina: respeitar as diferenças o que se constitui no primeiro passo para 
construção uma sociedade mais justa. 
A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho, 
para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam 
por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os 
preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, 
pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na 
sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e 
terão uma vida cidadã pela metade. Você não pode ter um lugar no mundo sem 
considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. Além 
disso, para nós, professores, o maior ganho está em garantir a todos o direito à 
educação. 
Quanto ao que faz uma escola ser inclusiva, Mantoan pondera que em 
primeiro lugar está um bom projeto pedagógico, que começa pela reflexão. 
Diferentemente do que muitos possam pensar, inclusão é mais do que ter 
rampas e banheiros adaptados. A equipe da escola inclusiva deve discutir o 
motivo de tanta repetência e indisciplina, de os professores não darem conta 
do recado e de os pais não participarem. Um bom projeto valoriza a cultura, a 
história e as experiências anteriores da turma. As práticas pedagógicas 
também precisam ser revistas. Como as atividades são selecionadas e 
planejadas para que todos aprendam? Atualmente, muitas escolas diversificam 
o programa, mas esperam que no fim das contas todos tenham os mesmos 
resultados. Os alunos precisam de liberdade para aprender do seu modo, de 
acordo com as suas condições. E isso vale para os estudantes com deficiência 
ou não. 
Para Mrech (2007) educação inclusiva se entende o processo de 
inclusão dos portadores de necessidades especiais ou de distúrbios de 
aprendizagem na rede comum de ensino em todos os graus. Percebe-se que 
seu pensamento vai além, quando coloca no processo de inclusão, os 
portadores de distúrbios de aprendizagem, que até certa época não eram 
considerados para essa educação. 
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A melhor e mais simples conceituação para educação inclusiva é vê-la 
como um processo de inclusão de alunos que apresentem necessidades 
educacionais especiais, na rede comum do ensino em todos os seus graus ou 
série, e deste modo, conquistar o objetivo maior da educação: educação de 
qualidade e para todos. 
 
Escola Inclusiva 
O princípio fundamental é que todas as crianças deveriam aprender 
juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que 
possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas 
dificuldades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes 
de aprendizagem, assegurando uma educação de qualidade a todos através de 
currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso 
de recursos e parcerias com a comunidade [...]. Dentro das escolas inclusivas, 
as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam receber 
qualquer apoio extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma 
educação efetiva (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994). 
Mediante os conceitos para educação inclusiva, a instituição escolar é 
facilmente relacionada a um ambiente onde vamos buscar uma educação justa, 
igualitária e de qualidade. 
Relacionando o processo inclusivo à instituição escola pode-se definir 
que ela será inclusiva quando procurar educar todos os alunos em salas de 
aula regulares. Isto significa permitir a educação e a frequência de todos na 
escola regular, bem como oferecer a todos, uma série de desafios e 
oportunidades que sejam adequadas às suas habilidades e necessidades, 
tema tão debatido por Philippe Perrenoud em fins dos anos 1990. 
Deste modo, o primeiro passo para a escola ser inclusiva é o 
reconhecimento e a aceitação das diferenças individuais, pois as necessidades 
educativas especiais pressupõe outras estratégias de ensino-aprendizagem 
que não as usadas rotineiramente com a maioria dos alunos. 
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Sobre a Escola Inclusiva, Gil (2007) citando Staimback (1999, XII) afirma 
que: [...] Ela é um lugar do qual todos fazem parte, em que todos são aceitos, 
onde todos ajudam e são ajudados por seus colegas e por outros membros da 
comunidade escolar, para que as suas necessidades educacionais sejam 
satisfeitas. 
Nesse sentido, Mrech (2007) aconselha que para uma escola 
apresentar-se como inclusiva deveria ser direcionada para a comunidade, ser 
vanguardista, buscar padrões de excelência, ser colaborativa e cooperativa, 
além de ainda, mudar os papéis e responsabilidades da equipe, estabelecer 
infraestrutura de serviços, como promoção do acesso físico, tornar o ambiente 
educacional flexível, promover parceria com os pais, montar estratégias 
baseadas em pesquisas, estabelecer novas formas de avaliação e por fim, 
levar todos os participantes da escola a buscarem sempre desenvolvimento 
profissional. 
Esse sentido amplo dado à Escola Inclusiva leva a concordar com o 
pensamento de Sá (2007) quando diz que a educação é para todos, isto é, a 
educação inclusiva é uma educação que visa reverter o percurso da exclusão, 
ao criar condições, estruturas e espaços para uma diversidade de educandos. 
Portanto, a escola será inclusiva quando conseguir transformar não 
apenas a rede física, mas, a postura, as atitudes e os pensamentos dos 
educadores e da comunidade escolar em geral, para aprender a lidar com a 
heterogeneidade e conviver naturalmente com as diferenças. 
Thompson (2003) pondera que embora a legislação ofereça o respaldo 
necessário ao trabalho inclusivo, por si só, não opera mudanças. Incluir uma 
criança na escola regular não significa, apenas, matriculá-la e colocar mais 
uma carteira na sala de aula comum. Para que a escola se torne inclusiva, é 
necessário um investimento efetivo, sistemático, envolvendo a comunidade 
escolar como um todo: professores, dirigentes, pais, alunos. Pensar a inclusão 
é pensar nessa nova escola que atende a todos indistintamente e que pode ser 
repensada em função das demandas desse aluno, contemplando a 
singularidade do problema. Inclusão se faz no dia-a-dia. Buscar saídas para a 
inclusão destes alunos em nossos sistemasde ensino remete-nos a 
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considerar, necessariamente, os elementos geradores da situação de exclusão 
vivida por eles e significa entendermos a escola como um espaço sociocultural, 
responsável pela abordagem pedagógica do conhecimento e da cultura, e em 
articulação orgânica com o contexto social em que está inserida. 
Pertencer ao grupo social permite ao indivíduo viver suas semelhanças, 
identificando-se no outro e, com este, naquilo que o faz um ser social, 
permitindo, contudo, que suas marcas próprias possam se manifestar, a fim de 
que possa ser reconhecido como único e diferente dos demais. Por que, então, 
a escola tem valorizado tão pouco essa diversidade? É preciso reconhecer a 
importância destas diferenças como elemento de crescimento do indivíduo e do 
grupo social. Parece que, na tentativa de garantir igualdade, a escola está 
confundindo diferença com desigualdade (THOMPSON, 2003). 
É importante lembrar que diferenças enriquecem, enquanto 
desigualdades minam o desenvolvimento de potencialidades. A condução de 
uma escola inclusiva requer uma crença pessoal de que todas as crianças 
podem aprender e um compromisso de proporcionar a todas as crianças igual 
acesso a um currículo rico e a uma instrução de qualidade (THOMPSON, 
2003). 
 
Educação Especial 
Educação Especial é definida como a modalidade de ensino que se 
caracteriza por um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais 
organizados para apoiar, suplementar e, em alguns casos, substituir os 
serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação formal dos 
educandos que apresentem necessidades educacionais muito diferentes das 
da maioria das crianças e jovens (MAZZOTTA, 1996). 
No Brasil, os atuais critérios de definição da clientela da educação 
especial encontram-se elencados no documento Política Nacional de Educação 
Especial, publicado em 1994 pela Secretaria de Educação Especial – SEESP – 
do Ministério da Educação e Desporto – MEC. 
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Esse documento aborda as reformas educacionais levando-nos a 
relacionar o conceito de exclusão e toda a sua problemática, pois sempre 
existiram excluídos, seja por processos de dominação, seja por segregação, 
motivada por problemas relacionados com religião, política, saúde, etnia, sexo, 
gênero, economia, etc. A questão é relevante para os que desejam pensar as 
relações sociais na perspectiva do enfrentamento do modelo social gerador. 
De acordo com esse documento, tal clientela é constituída por três 
grandes grupos, cada qual reunindo um numeroso grupo de tipos e graus de 
excepcionalidade, elencados sucintamente abaixo. Ao longo da apostila 
veremos em profundidade cada um destes grupos porque entendemos que o 
foco tem se direcionado para portadores de necessidades físicas e mentais e 
os grupos altas habilidades e condutas típicas acabam na marginalidade. 
No primeiro grupo, encontramos os Portadores de Altas Habilidades – 
indivíduos que apresentam, de forma isolada ou combinada, elevada 
potencialidade ou desempenho significativamente acima da média em um ou 
mais dos seguintes aspectos: intelectualidade, aptidão acadêmica específica, 
criatividade, produtividade, capacidade de liderança, aptidão para as artes e 
psicomotricidade. 
No segundo grupo, identificado como Portadores de Condutas Típicas 
estão os indivíduos que apresentam alterações no comportamento social e/ou 
emocional, acarretando prejuízo no seu relacionamento com as demais 
pessoas (neste grupo, encontramos, também, os portadores de TDAH). 
No terceiro grupo, estão os Portadores de Deficiências - indivíduos que 
apresentam algum comprometimento em um ou mais dos seguintes aspectos: 
físico (aparelho locomotor ou da fala: deficientes físicos), mental (deficientes 
mentais) ou sensorial (deficientes visuais ou auditivos). A ocorrência no mesmo 
indivíduo de dois ou mais desses comprometimentos associados caracteriza o 
grupo dos chamados deficientes múltiplos da exclusão. 
Em anexo está um quadro simplificado com os tipos mais comuns de 
necessidades especiais, importante, tanto para diagnóstico quanto para 
diferenciação e entendimento do leitor, uma vez que observa-se grande 
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desinformação e confusão por parte da sociedade no tocante ao conceito de 
portador de necessidade especial. 
Para que a integração e mesmo a inclusão na escola de ensino regular 
aconteça na vida escolar de um indivíduo portador de necessidades especiais 
é preciso que antes, educador e educando especial, passem previamente por 
uma educação especializada que os preparem para a inserção na escola 
comum. Integração e Inclusão possuem a ideia da normalização, tornar uma 
pessoa normal, através de uma educação especializada, porém dentro de 
espaços educacionais comuns para todos. 
Muitos educadores ainda confundem Integração com Inclusão e isso 
também confunde a família e a sociedade como um todo. Às vezes uma escola 
com a filosofia da Inclusão é meramente uma escola voltada à integração e 
vice e versa. Sem fazer partido a essas duas filosofias, é preciso que os dois 
conceitos estejam claros aos profissionais de educação, porque uma educação 
não pode ser integradora e inclusiva ao mesmo tempo e o que está 
acontecendo também em muitas instituições educacionais é a inserção do 
portador de necessidades educativas especiais sendo que este não está sendo 
integrado nem incluso, apenas frequentando a escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS 
 
Devido à necessidade da Organização Mundial da Saúde - OMS, em 
fazer a Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e 
Desvantagens (CIDID), em 1989, definiu deficiência como sendo: 
Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica ou 
anatômica; a incapacidade como toda restrição ou falta – devida a uma 
deficiência – da capacidade de realizar uma atividade na forma ou na medida 
que se considera normal a um ser humano; e a desvantagem como uma 
situação prejudicial para determinado indivíduo, em consequência de uma 
deficiência ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de um 
papel que é normal em seu caso (em função da idade, sexo e fatores sociais e 
culturais). 
Entende-se que essa definição veio com o propósito de defender a 
igualdade de condições, melhorias na condição de vida, em razão do 
desenvolvimento e do progresso socioeconômico; e estabelecendo inúmeras 
diretrizes que assegurassem direitos individuais e sociais a serem seguidas, 
uma vez que somente na década de 1960 é que o mundo passou a perceber a 
existência desses direitos para os portadores de deficiência. 
Segundo o MEC (1994, p. 22) a pessoa portadora de necessidades 
especiais é aquela que apresenta, em caráter permanente ou temporário, 
algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas 
ou altas habilidades, necessitando, por isso, de recursos especializados para 
desenvolver mais amplamente o seu potencial e/ou superar ou minimizar suas 
dificuldades. No contexto escolar, costumam ser chamadas de pessoas 
portadoras de necessidades educativas especiais. 
 
Os distúrbios de aprendizagem 
Distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um 
grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na 
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aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades 
matemáticas.Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente 
devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de 
aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições 
desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social 
ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, 
instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado direto 
dessas condições ou influências. (Collares e Moysés, 1992). 
No entendimento de Ciasca (2003) o termo Distúrbio de Aprendizagem 
(DA) tem sido usado para indicar uma perturbação na aquisição e utilização de 
informações ou na habilidade para solução de problemas, portanto, quando 
existe uma falha no ato de aprender, esta exige uma modificação dos padrões 
de aquisição, assimilação e transformação, seja por vias internas ou externas 
ao indivíduo. 
Todas as definições referem-se aos DA como um déficit que envolve 
algum componente de habilidades como: linguagem oral (fonologia, morfologia, 
semântica, sintaxe, pragmática), leitura (habilidade no uso da palavra, 
reconhecimento de letras, compreensão), escrita (soletrar, ditado, cópia), 
matemática (habilidades de cálculo básico, raciocínio matemático), e nas 
combinações e/ou relações entre elas (CIASCA, 2003). 
A autora faz uma distinção entre os termos DA e Dificuldade Escolar 
(DE), inferindo que o primeiro relaciona com uma disfunção do Sistema 
Nervoso Central, ou seja, um problema neurológico relacionado a uma falha na 
aquisição ou no processamento, ou ainda no armazenamento da informação, 
envolvendo áreas e circuitos neuronais específicos em determinado momento 
do desenvolvimento. Quando a criança apresenta DE e não aprende, está falha 
pode ser em decorrência de um problema pedagógico relacionado à falta de 
adaptação ao método de ensino, à escola, ou que tenha outros problemas de 
ordem acadêmica e não um problema interno. 
A porcentagem de crianças com DE no Brasil gira em torno de 30 a 40% 
da população que frequenta os primeiros anos escolares. A porcentagem de 
DA fica em torno de 5 a 7% nesta mesma população. Os números relacionados 
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aos DA não mudam, mesmo em países mais desenvolvidos. Mas infelizmente 
esses mesmos números mudam, drasticamente, em relação à população com 
DE, que nestes países encontra-se em torno de 10 a 15% das crianças nos 
primeiros anos escolares (CIASCA, 2003). 
Dentre os distúrbios de aprendizagem mais comuns encontramos a 
dislexia, disgrafia, discalculia. 
A Dislexia é entendida como uma falha no processamento da habilidade 
da leitura e da escrita durante o desenvolvimento. A dislexia como um atraso 
do desenvolvimento ou a diminuição em traduzir sons em símbolos gráficos e 
compreender qualquer material escrito é o mais incidente dos distúrbios 
específicos da aprendizagem, com cifras girando em torno de 5 a 15% da 
população com distúrbio de aprendizagem, sendo dividida em três tipos: visual, 
mediada pelo lóbulo occipital; fonológica, mediada pelo lóbulo temporal; e 
mista, com mediação das áreas frontal, occipital, temporal e pré-frontal. 
Já a Hiperlexia, por definição da AHA - (Associação Americana de 
Hiperlexia), é uma síndrome observada em crianças que têm as seguintes 
características: 
 Habilidade muito desenvolvida para ler palavras além do que seria 
esperado na sua idade cronológica, e/ou também uma intensa 
fascinação por números ou letras; 
 Dificuldade significativa em entender e utilizar a linguagem verbal ou 
falta de habilidade no aprendizado não verbal; 
 Dificuldade na interação social; 
O sintoma mais importante é a grande habilidade para decodificar 
palavras impressas (geralmente entre os 18 e 24 meses de idade, os pais 
ficam surpreendidos com a habilidade da criança em ler letras e números). 
Não raro, por volta dos três anos de idade, as crianças veem palavras 
impressas e as leem, algumas vezes o fazem mesmo antes de terem 
aprendido a falar; minais e idiossincrático de palavras ou frases (MORAES, 
2003). 
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A Disgrafia é uma falha na aquisição da escrita; implica uma inabilidade 
ou diminuição no desenvolvimento da escrita. Atinge de 5 a 10% da população 
escolar e pode ser dos seguintes tipos: disgrafia do pré-escolar; construção de 
frases; ortográfica e gramatical; caligrafia e espacialidade. 
A Discalculia é uma falha na aquisição da capacidade e na habilidade 
de lidar com conceitos e símbolos matemáticos. Basicamente, a dificuldade 
está no reconhecimento do número e do raciocínio matemático. Atinge de 5 a 
6% da população com DA e envolve dificuldades na percepção, memória, 
abstração, leitura, funcionamento motor; combina atividades dos dois 
hemisférios. 
Dentro dos distúrbios específicos da aprendizagem a Dislexia é, 
teoricamente, o mais comum. Porém na prática o que se vê com maior 
frequência é, sem dúvida, o distúrbio generalizado de leitura, escrita e 
raciocínio matemático. 
Quando se fala em DA, logo se associa o distúrbio à falta de atenção. 
De fato, existe uma enorme confusão relacionada ao Transtorno de Atenção 
com Hiperatividade (TDA/H) e os DA. Mas estes conceitos não devem ser 
usados como sinônimos, porque representam duas entidades distintas. 
Pesquisas recentes afirmam que as áreas cerebrais envolvidas nos dois 
problemas também são especificas. A criança com TDA/H pode ou não ter 
dificuldade em aprender academicamente. Diferentemente do DA, a criança 
com TDA/H apresenta outros problemas específicos, tais como dificuldade de 
relacionamento e problemas de comportamento, entre outros (CIASCA, 2003). 
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um 
distúrbio do neurodesenvolvimento motor em crianças é muito mais comum do 
que se imagina, mas muito pouco conhecido pelos pais e professores. 
Em 1865, o médico alemão Heinrich Hoffman descreveu em seu livro 
infantil “Pedro despenteado” características de crianças hiperativas e 
desatentas, nas histórias de “Felipe irrequieto” e “João olha para o ar”. 
A prevalência do TDAH é de 3 a 7% das crianças em idade escolar. Isto 
quer dizer que, em escolas pequenas com 200 alunos, de 6 a 14 crianças 
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apresentam esse quadro. O início é precoce, geralmente antes dos 5 anos de 
idade. Ocorre mais em meninos que em meninas, em uma relação de 4:1, 
segundo alguns autores, mas observamos até 2:1 (GIKOVATE, 2003). 
A característica essencial do Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade é um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e alguns 
sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo ao relacionamento 
interpessoal. Para o diagnóstico ser satisfeito deve haver clara interferência no 
funcionamento social, acadêmico ou ocupacional (SILVA, 2004). 
A desatenção pode tanto manifestar-se em situações escolares, quanto 
profissionais ou sociais. As crianças com este transtorno podem não prestar 
muita atenção a detalhes e podem cometer erros grosseiros por falta de 
cuidados nos trabalhos escolares ou em outras tarefas (SILVA, 2004). 
O trabalho dos portadores de Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade frequentemente é confuso e realizado sem meticulosidade nem 
precisão adequada. 
Os indivíduos, com frequência, têm dificuldade para manter a atenção 
em tarefas ou atividades lúdicas e consideram difícil persistir nas mesmas 
tarefas até o seu término. Normalmente essas crianças dão a impressão de 
estarem com a mente em outro local, ou de não estarem escutando o que está 
sendo dito. Pode haver frequentes mudanças de uma tarefa para outra, elas 
podem iniciar uma tarefa, passar paraoutra, depois voltar a atenção para outra 
antes de completarem qualquer uma de suas incumbências (SILVA, 2004). 
Atualmente, a Classificação Internacional das Doenças (CID-10) 
denomina o distúrbio de Transtorno Hipercinético. O Manual Diagnóstico e 
Estatístico das Doenças Mentais (DSM IV) denomina o distúrbio de Transtorno 
de Déficit de Atenção/ Hiperatividade Impulsividade (TDAH/I) (GIKOVATE, 
2003). 
O diagnóstico do TDAH é essencialmente clínico, envolvendo critérios 
específicos. 
Os sintomas centrais do TDAH são: graus inadequados no 
desenvolvimento da atenção, da atividade motora e da impulsividade, 
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resultando em comprometimento clinicamente significativo das funções sociais, 
acadêmicas ou profissionais. Os sintomas surgem antes dos 7 anos de idade e 
persistem por pelo menos 6 meses, em dois ou mais ambientes (como casa, 
escola, locais de lazer). Os critérios para determinação da idade de início dos 
sintomas têm sido questionados. Embora a hiperatividade, geralmente, seja 
notada antes dos sete anos, pode não acontecer o mesmo com a falta de 
atenção. É fundamental para o diagnóstico que os sintomas persistam por, pelo 
menos seis meses, em dois ou mais ambientes (casa, escola, locais de lazer). 
O déficit de atenção tem sido definido pela presença de, pelo menos, 
seis de nove características descritas abaixo: 
DESATENÇÃO 
 
Frequentemente, falha em dar atenção a detalhes ou 
comete erros por descuido nas tarefas escolares, no 
trabalho ou em outras atividades. 
Frequentemente, tem dificuldades em manter a atenção 
nas tarefas ou nas brincadeiras. 
Frequentemente parece não escutar, quando não falam 
diretamente com ele. 
Frequentemente, não consegue seguir instruções, 
deixando de terminar as tarefas escolares, domésticas ou 
deveres no trabalho (não devido a comportamento de 
oposição ou por não conseguir entender as instruções). 
Frequentemente, tem dificuldade na organização de 
tarefas e atividades. 
Frequentemente, evita, não gosta ou fica relutante em se 
envolver em tarefas que exijam esforço mental contínuo 
(como as lições em classe e em casa). 
Frequentemente, perde objetos necessários às tarefas ou 
atividades (brinquedos, solicitações da escola, lápis, livros 
ou apetrechos pessoais). 
Frequentemente é facilmente distraído por estímulos 
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externos. 
Frequentemente se esquece de suas atividades diárias. 
HIPERATIVIDADE 
 
Frequentemente, mexe as mãos ou os pés, ou se mexe 
muito quando sentado. 
Frequentemente sai da carteira em sala de aula, ou em 
outras situações em que se espera que permaneça 
sentado. 
Frequentemente, corre ao redor ou trepa nas coisas em 
situações em que essa atitude não é apropriada (em 
adolescentes ou adultos, isso pode ser limitado a 
sensações subjetivas de inquietação). 
Frequentemente, tem dificuldades em brincar ou de se 
envolver em atividades de lazer de forma tranquila. 
Frequentemente, está “pronto para decolar” ou age como 
se estivesse “movido por um motor”. 
Frequentemente, fala excessivamente. 
IMPULSIVIDADE 
 
Frequentemente, responde de forma intempestiva antes 
que as perguntas sejam terminadas. 
Frequentemente, tem dificuldade em esperar a vez. 
Frequentemente, se intromete ou interrompe os outros 
(conversas ou jogos) 
 
Fonte: GENES (2003). 
 
Para explicarmos o que é o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) 
precisamos entender os conceitos de obsessão e Compulsão. 
Obsessão é um pensamento desconfortável, recorrente e persistente 
(mesmo que a pessoa tente ignorá-lo ou interrompê-lo) que causa ansiedade e 
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desconforto. Na maior parte das vezes a pessoa reconhece que os 
pensamentos obsessivos vêm da sua cabeça, mas não consegue pará-los. 
Compulsão é um comportamento repetitivo impulsionado pela ideia 
obsessiva que objetiva prevenir determinadas consequências ou aliviar o 
desconforto causado pela obsessão. O comportamento repetitivo consome 
tempo (+ de 1 hora por dia) e atrapalha o funcionamento do dia-a-dia. 
As obsessões mais frequentes na infância têm como temas principais 
sujeira/contaminação, medo de que algo terrível vá acontecer, morte ou 
doença. É frequente, também, a preocupação com simetria (de objetos, de atos 
ou até da movimentação no espaço). 
As compulsões mais frequentes vêm, então, ao encontro de obsessões, 
sendo os rituais mais comuns relacionados com o ato de se lavar, de se 
descontaminar, de verificar, ordenar, alinhar, procurar simetria e contar. 
Apesar de não ser a regra, é frequente encontrar na história clínica 
fatores que, temporalmente, se relacionam com o aparecimento dos sintomas 
de TOC, sendo os mais frequentes: divórcio dos pais, morte de pessoa 
próxima, mudança de casa, ida para colônia de férias, doença da própria 
criança ou imagens vistas em programas de TV ou filmes (GIKOVATE, 2003). 
Temos ainda a Síndrome de Asperger muito confundida com autismo. 
O termo “Autismo” foi usado pela primeira vez por Ernst Bleuler, em 
1991, para descrever um dos sintomas de base da esquizofrenia, caracterizado 
pelo isolamento social. Os autores pioneiros na descrição do Autismo foram 
Leo Kanner (EUA), 1943, e Hans Asperger (Áustria), 1944. Em seus trabalhos, 
ambos chamavam atenção para crianças que apresentavam características 
comuns relacionadas à forma particular de comunicação, à dificuldade de 
adaptação ao meio social, às estereotipias motoras e ao caráter enigmático e 
irregular das capacidades intelectuais (GIKOVATE, 2003). 
A Síndrome de Asperger, assim como outros quadros autísticos, tem 
sido definida como um transtorno evolutivo raro, caracterizado por um severo 
déficit no contato social, que surge desde a infância, persistindo até à idade 
adulta. 
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Ao descrever o quadro, Hans Asperger chama atenção para crianças 
com uma alteração fundamental, manifestada através de seus comportamentos 
e modos de expressão, que gera dificuldades consideráveis e bem típicas na 
interação social. São eles: 
 A singularidade do olhar; a mímica facial pobre; a utilização da 
linguagem anormal e pouco natural; a invenção de palavras; a 
impulsividade em geral de difícil controle; dificuldade no aprendizado de 
alguns ensinamentos; os centros de interesse bastante pontuais; e a 
capacidade frequentemente presente para a lógica abstrata; a qualidade 
vocal é característica, usando palavras impróprias para a idade; 
 Peculiaridades da linguagem não verbal como a falta de contato olho no 
olho e alterações de gestos, postura, labilidade de humor e pedantismo. 
Indivíduos com a Síndrome de Asperger percebem o mundo 
diferentemente de nós, diz o autor. 
Com frequência, apresentam conflitos internos relacionados aos 
pensamentos, sentimentos e comportamentos convencionais, desenvolvendo 
uma forma particular de “estar no mundo”, adaptando-se a ele com manobras 
compensatórias, chegando a conseguir algum grau de independência e de 
relacionamento social na vida adulta. 
Na maior parte dos acometidos pela síndrome, a característica mais 
flagrante é a falta de interação social, compensada em alguns casos por uma 
originalidade particular na forma de pensar, que pode levar a capacidades 
excepcionais. 
A designação de Síndrome de Asperger tem sido empregada em 
diferentes situações, como sinonímia de autismo atípico ou residual, “autismo 
de bom prognóstico”, “autismo de alto funcionamento”, ou ainda para alguns 
indivíduos com outras formas de transtorno invasivo do desenvolvimento ou 
mesmo como um transtorno independente doautismo. Na realidade, nenhum 
dos autores que se preocupa em estabelecer critérios diagnósticos para a 
Síndrome de Asperger foi categórico em defini-la como condição distinta do 
autismo, considerando-a como parte do transtorno do espectro autista 
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(SCHOPLER, 1985; VOLKMAR, PAUL & COHEN, 1985; WING,1986 apud 
GIKOVATE, 2003). 
Atualmente, os critérios usados como parâmetros de avaliação 
diagnóstica da Síndrome de Asperger são os do DSM lV (Diagnostic and 
Statistical Manual of Mental Disorder). 
Em relação às características da Síndrome de Asperger ou do “Autismo 
de Alto Funcionamento”, alguns autores as descrevem como crianças que 
apresentam, em geral: 
 Grande capacidade intelectual, pois algumas chegam a ler por volta dos 
três ou quatro anos de idade, sem nunca terem sido ensinadas, dentre 
outros talentos; 
 A dificuldade na comunicação pode ocorrer pelo fato de algumas dessas 
crianças iniciarem a falar tardiamente, ocasionando um baixo limiar de 
tolerabilidade, tornando-se, em geral, irritados pela frustração de não 
conseguirem manifestar de pronto suas vontades; 
 Nem sempre ocorre comprometimento de coordenação motora 
envolvendo grandes músculos, pois alguns conseguem se sobressair 
em esportes; 
Como características peculiares, essas crianças muitas vezes têm 
dificuldade para escrever usando lápis ou caneta, mas conseguem fazê-lo 
usando computadores ou máquinas de escrever; costumam repetir 
exaustivamente a mesma situação, mas com uma diferença significativa em 
relação aos considerados autistas “clássicos”, porque se comunicam após 
terem assistido a um filme várias vezes, por exemplo. 
 
Deficiência auditiva – Portador de necessidades auditivas 
A deficiência auditiva é entendida como um tipo de privação sensorial, 
cujo sintoma comum é uma reação anormal diante do estímulo sonoro. Em 
geral, os vários tipos de deficiência auditiva são classificados de acordo com o 
grau de perda da audição que, por sua vez, é avaliado pela intensidade do 
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som, medida em decibéis (dB), em cada um dos ouvidos (MARCHESI, 1996). 
Segundo esse autor, o momento da perda auditiva tem clara repercussão sobre 
o desenvolvimento infantil. Quanto mais idade tiver a criança, e quanto maior 
experiência com o som e com a linguagem oral ela possuir, mais facilitada será 
a sua posterior evolução linguística. 
Apesar do acesso a escola, os surdos não tinham, e podemos dizer que 
ainda hoje não têm assegurado a aprendizagem da leitura e da escrita de 
forma significativa. 
Estudos, como o de Góes (1996 apud Góes e Laplane 2007), sugerem 
que pessoas surdas, mesmo depois de terem passado por longo período de 
escolarização, apresentam dificuldades na língua escrita. As dificuldades 
encontradas por eles são produto de vários fatores, entre eles a formação 
docente, a qual está baseada na tradição oralista que considera os surdos 
como portadores de uma patologia. 
Segundo Skliar (2000 apud Araújo e Fontes, 2007), é possível identificar 
três modelos narrativos da alteridade surda: 1) o modelo colonial, no qual as 
narrativas são informadas pelo discurso medicalizado da deficiência e onde 
predominam práticas “ouvintistas”; 2) o modelo sócio antropológico, no qual 
narra-se grandes grupos homogêneos em busca de uma realidade de 
harmonia não conflitiva, sendo observado neste a prática do bilinguismo; e, 3) o 
modelo pós-colonial, o qual traz a diferença enquanto algo irredutível e onde 
surge de forma marcante o processo de desouvintização, o qual supõe, 
conforme o autor, “uma denúncia acerca das práticas colonialistas dos ouvintes 
sobre os surdos e, ao mesmo tempo, uma desmistificação das narrativas 
ouvintes hegemônicas sobre a língua de Sinais, a comunidade e as produções 
culturais dos surdos (ARAÚJO E FONTE, 2007). 
No Brasil acontece em muitas escolas a utilização do intérprete de 
língua de sinais, geralmente qualificado para a função. Ele processa a 
informação dada na língua fonte e faz escolhas lexicais, estruturais, semânticas 
e pragmáticas na língua alvo que devem se aproximar o mais apropriadamente 
possível da informação dada na língua fonte. 
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Na verdade, os professores são professores e os intérpretes são 
intérpretes. Cada profissional desempenha sua função e papel que se 
diferenciam imensamente. O professor de surdos deve saber e utilizar muito 
bem a língua de sinais, mas isso não implica ser intérprete de língua de sinais. 
O professor tem o papel fundamental associado ao ensino e, portanto, 
completamente inserido no processo interativo social, cultural e linguístico. O 
intérprete, por outro lado, é o mediador entre pessoas que não dominam a 
mesma língua abstendo-se, na medida do possível, de interferir no processo 
comunicativo (BRASIL, 2007). 
 
Deficiência visual 
 “A visão é um meio importante de integração entre o individuo e o meio 
ambiente, já que os conhecimentos, em grande parte, são adquiridos por seu 
intermédio”. Sua redução ou privação da visão tem reflexos na vida pessoal e 
funcional da pessoa atingida por essa limitação. A deficiência visual limita, 
mas não impede a pessoa de levar uma vida normal (BRASIL, 2007). 
Como apresenta o Manual de Atendimento Educacional Especializado 
(BRASIL, 2007) para portadores de deficiência visual, a cegueira é uma 
alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que 
afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, 
forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente. Pode 
ocorrer desde o nascimento (cegueira congênita), ou posteriormente (cegueira 
adventícia, usualmente conhecida como adquirida) em decorrência de causas 
orgânicas ou acidentais. 
Em alguns casos, a cegueira pode associar-se à perda da audição 
(surdo cegueira) ou a outras deficiências. Muitas vezes, a perda da visão 
ocasiona a extirpação do globo ocular e a consequente necessidade de uso de 
próteses oculares em um dos olhos ou em ambos. Se a falta da visão afetar 
apenas um dos olhos (visão monocular), o outro assumirá as funções visuais 
sem causar transtornos significativos no que diz respeito ao uso satisfatório e 
eficiente da visão. 
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Embora sejam diferentes as causas que levam à cegueira e, embora 
sejam de suma importância para o processo ensino-aprendizagem, não 
aprofundaremos no tema, recomendando que leiam o Manual elaborado pelo 
Ministério da Educação (2007) editado sob o título “Atendimento Educacional 
Especializado” relativo à Formação Continuada a Distância de Professores 
para o Atendimento Educacional Especializado – deficiência visual, disponível 
em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_da.pdf. 
O referido processo exige do professor conhecimentos sobre a 
deficiência visual e sobre os comprometimentos impostos pela limitação visual 
para que possa fazer uma intervenção adequada. Para fins médicos e 
educacionais a Organização Mundial da Saúde - OMS sugere a classificação 
da deficiência visual em dois grandes grupo, a saber: 
Pessoas com baixa visão - a deficiência visual pode ser congênita ou 
adquirida. Na cegueira congênita os efeitos são diretos no desenvolvimento e 
aprendizagem. Eles são intrínsecos e podem se manifestar de forma primária 
ou secundária. 
Os efeitos primários são decorrentes do problema orgânico em si e 
envolve entre outros pontos a formação de conceitos (que vem a se formar 
através do tato ativo-intencional e do tato passivo-não intencional); orientação e 
mobilidade(é o efeito mais severo e envolve a locomoção, orientação espacial 
e a movimentação), interação com o ambiente (diz respeito à relação/e controle 
do ambiente) e o acesso à informação. 
Os efeitos secundários dizem respeito a inter-relação do eu com o outro 
e com o mundo. 
Individualização / concretividade / experiência unificada / estímulo 
adicional e auto-atividade são princípios que devem nortear a educação de 
crianças cegas. 
Com relação às crianças cegas em idade escolar, devem ser levadas em 
consideração as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na educação 
Básica (capítulo 2, item 4.1, letra da) que entre outras recomendações 
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apresenta a comunicação através de materiais especiais, sistema Braille, 
atividades de vida diária (AVD), trabalhos visando locomoção e mobilidade. 
Em relação a cegueira adquirida geralmente em adolescentes jovens, as 
perdas sofridas pela limitação devem ser analisadas como um todo à luz da 
bagagem de vidas dessas pessoas. Essas perdas geralmente envolvem: 
 Segurança Psicológica: Integridade física; propriocepção, cognição e 
sentidos remanescentes; contato com o meio ambiente; segurança 
luminosa. 
 Habilidades Básicas: mobilidade independente; atividades da Vida 
Diária. 
 Comunicação Escrita: progresso informativo. 
 Apreciação: percepção visual do belo e do agradável. 
 Ocupação e Situação Financeira: recreação, carreira, emprego, vocação 
e segurança financeira. 
 Personalidade total: independência pessoal; autoestima e organização 
total da personalidade. 
 
Deficiências físicas 
A deficiência é entendida como uma manifestação corporal ou como a 
perda de uma estrutura ou função do corpo; a incapacidade refere-se ao plano 
funcional, desempenho do indivíduo e a desvantagem diz respeito à condição 
social de prejuízo, resultante da deficiência e/ou incapacidade (BRASIL, 2007). 
No Decreto n. 3.298 de 1999 da legislação brasileira, encontramos o 
conceito de deficiência e de deficiência física, conforme segue: 
Art. 3…: - Para os efeitos deste Decreto, considera-se: 
I - Deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função 
psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o 
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser 
humano; 
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II - Deficiência Física – alteração completa ou parcial de um ou mais 
segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função 
física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, 
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, 
hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros 
com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e 
as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. 
O comprometimento da função física poderá acontecer quando existe a 
falta de um membro (amputação), sua má-formação ou deformação (alterações 
que acometem o sistema muscular e esquelético). 
Ainda encontraremos alterações funcionais motoras decorrentes de 
lesão do Sistema Nervoso e, nesses casos, observaremos principalmente a 
alteração do tônus muscular (hipertonia, hipotonia, atividades tônicas reflexas, 
movimentos involuntários e incoordenados). As terminologias “para, mono, 
tetra, tri e hemi”, diz respeito à determinação da parte do corpo envolvida, 
significando respectivamente, “somente os membros inferiores, somente um 
membro, os quatro membros, três membros ou um lado do corpo” (SCHIRMER 
et al, 2007). 
 
Paralisia cerebral 
 Segundo Souza e Ferraretto (2001), a Paralisia Cerebral foi descrita 
pela primeira vez em 1843 por um ortopedista inglês chamado William John 
Litle como uma rigidez espástica. O termo “Paralisia Cerebral” foi introduzido 
por Freud para diferenciá-la da Paralisia Infantil causado pelo vírus da 
Poliomielite. 
 A Paralisia Cerebral (PC), é um termo utilizado para descrever uma 
condição de ser, ou um estado de Saúde, que podemos afirmar ser contínua, 
instável e irreversível, uma deficiência física adquirida, um dano cerebral ou no 
sistema nervoso central (SNC) que leva o Sujeito a ter certa dificuldade ou 
descontrole muscular, impedindo-o de executar certos movimentos com maior 
perfeição, afetando diretamente a coordenação motora e a postura corporal de 
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seus portadores, como se fosse uma “confusão” de envio de mensagem entre 
o estímulo do cérebro e a resposta do músculo (COLETTA et AL, 2005). 
Em muitos casos a inteligência do portador é normal, a não ser que a 
lesão tenha afetado áreas responsáveis pelo pensamento ou pela memória. 
Portanto, um portador de Paralisia Cerebral não pode ser classificado, 
exclusivamente, como um portador de deficiência mental. Machado (1981 apud 
Coletta et al, 2005), enfatiza que o sistema nervoso dá vida de relação a todas 
as partes do corpo, relacionando o organismo com o meio, os quais são 
conduzidos do cérebro por neurônios sensitivo através da medula ou tronco 
encefálico a todos os receptores do corpo, por tanto, a coordenação de todos 
os movimento do corpo é feita pelo cérebro, e no caso do portador de Paralisia 
Cerebral, esses estímulos foram de alguma forma bloqueados, causando aos 
seus portadores sequelas, como ausência de coordenação motora, dificuldades 
na fala, em alguns casos paraplegias, tetraplégicas, e assim sucessivamente. 
 
 
Síndrome de down 
A síndrome de Down (SD) é uma condição crônica que impõe múltiplos 
desafios não só à criança acometida, mas também a toda sua família. Trata-se 
de uma desordem cromossômica, a trissomia do cromossomo 21, cuja 
frequência é de 1:750 nascidos vivos, tendo como fator de risco preponderante 
a idade materna avançada (35 anos) (CAPONE, 2004; PUESCHEL, 1999 apud 
LUIZ; BORTOLI; FLORIA-SANTOS, 2008). 
Os mesmos autores enfatizam que o diagnóstico clínico pode ser 
realizado nas primeiras horas de vida da criança pelas suas características 
físicas (fenotípicas) e, posteriormente, confirmado por análises citogenéticas do 
cariótipo de células em metáfase. Os portadores da SD podem apresentar: 
hipotonia, baixa estatura, hiperflexibilidade das articulações, mãos pequenas e 
largas com prega palmar única, face larga e achatada, olhos distantes um do 
outro, nariz pequeno com base nasal achatada, baixa implantação das orelhas, 
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língua projetada para fora da boca, palato ogival, cardiopatia congênita, 
genitais hipodesenvolvidos, excesso de pele na nuca, cabelo liso e ralo. 
Entretanto, nem todos os portadores desta síndrome apresentam estes 
fenótipos; a deficiência mental é a única característica presente em todos os 
casos (ANTONARAKIS et. al., 2004 apud LUIZ; BORTOLI; FLORIA-SANTOS). 
Além das manifestações referidas, o indivíduo com SD manifesta 
comprometimento no desenvolvimento da linguagem, que mostra-se mais 
lenta; sendo neste domínio que a criança acometida apresenta os maiores 
atrasos, havendo, assim, necessidade de um trabalho de estimulação precoce. 
Tomando-se como pressuposto que a linguagem se constrói por meio do 
processo de interação, numa relação dialógica na qual adulto e criança têm 
papel, para a criança com SD é essencial estabelecer essa interação, que tem 
como maior aliada sua inclusão na rede regular de ensino (LUIZ; BORTOLI; 
FLORIA-SANTOS, 2008). 
 
Altas habilidades/superdotação 
No Brasil, em 1995, a partir das Diretrizes Gerais para o Atendimento 
Educacional aos Alunos Portadores de Altas Habilidades/ Superdotação e 
Talentos,estabelecidas pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da 
Educação e Desporto, foi proposta a seguinte definição: 
Altas habilidades referem-se aos comportamentos observados e/ou 
relatados que confirmam a expressão de 'traços consistentemente superiores' 
em relação a uma média (por exemplo: idade, produção ou série escolar) em 
qualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se entender por 'traços' as formas 
consistentes, ou seja, aquelas que permanecem com frequência e duração no 
repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registradas 
em épocas diferentes e situações semelhantes (BRASIL, 1995, p. 13). 
É importante destacar que essa definição engloba os 
comportamentos/traços acima da média, quando observados e comparados 
aos demais, aliados à permanência e duração destes. Nesse mesmo 
documento, o MEC (BRASIL, 1995) aponta seis tipos de superdotação: 
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intelectual, social, acadêmico, criativo, psicomotricinestésico e talentos 
especiais. 
Daremos uma ênfase maior ao portador de altas habilidades porque 
acreditamos ser uma parcela da população pouco percebida pelos 
profissionais, principalmente no meio educacional e muitas vezes confundida 
como deficientes aquém de suas potencialidades, o que acaba por 
comprometer um futuro que poderia ser promissor. 
Segundo a OMS, estima-se entre 3% e 5% a parcela da população 
brasileira que apresenta altas habilidades. Deve-se ressaltar que esta 
porcentagem estabelecida pela OMS engloba apenas os sujeitos identificados 
por meio dos testes de QI, com escores acima de 140. Sobre esse assunto, 
Winner (1998, p. 15) afirma que: “os testes de QI medem uma estreita gama de 
habilidades humanas, principalmente facilidade com linguagem e número. Há 
poucas evidências de que superdotação em áreas não acadêmicas, como artes 
ou música, requeiram um QI excepcional”. Ou seja, há uma parcela da 
população que não está incluída nestas estatísticas, já que os testes 
padronizados não privilegiam áreas mais subjetivas, por exemplo, habilidades 
cinestésicas. 
No ano de 1999, a SEESP (Secretaria de Educação Especial) do MEC 
publicou um manual sobre superdotação e talento, visando fornecer subsídios 
para os professores. Assim, definiram que: "superdotação caracteriza-se pela 
elevada potencialidade de aptidões, talentos e habilidades, evidenciadas pelo 
alto desempenho nas diversas áreas de atividade" (BRASIL, 1999, p. 35). Além 
disso, a constância dessas aptidões e um nível significativo de desempenho 
devem ser observados com o passar do tempo. 
A definição adotada pelo Brasil para caracterizar os alunos com altas 
habilidades é a mesma que foi proposta pelo Departamento de Saúde, 
Educação e Bem-estar dos Estados Unidos, em 1972. Dessa forma, é 
considerado portador de altas habilidades aquele que se destaca por elevado 
desempenho e/ou expressivas potencialidades relacionadas com os seguintes 
aspectos, isolados ou combinados: "Capacidade intelectual; Aptidão acadêmica 
específica; Pensamento criador ou produtivo; Capacidade de liderança; Talento 
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especial para artes visuais, artes dramáticas e música e Capacidade 
psicomotora" (ALENCAR; FLEITH, 2001, p. 56). 
O processo de identificação dos alunos com altas habilidades não é algo 
simples. Em decorrência disso, o Ministério da Educação e Desporto e a 
Secretaria da Educação Especial publicaram, em 1995, os Subsídios para 
Organização e Funcionamento de Serviços de Educação Especial - Área de 
Altas Habilidades. Nesse documento, alguns procedimentos foram 
apresentados para identificar as crianças com altas habilidades, ente eles a 
avaliação realizada por professores, especialistas e supervisores; percepção 
de resultados escolares superiores aos demais; auto avaliação; aplicação de 
testes individuais, coletivos ou combinados e demonstração de habilidades 
superiores em determinadas áreas (BRASIL, 1995). 
A avaliação desses alunos deve ser feita por uma equipe interdisciplinar 
e os testes padronizados, como, por exemplo, os de QI, não podem ser vistos 
como única fonte de identificação, pois sabe-se que esses testes valorizam 
áreas como a lógica e matemática e a linguística, não contemplando as demais 
habilidades. Aspectos, como, por exemplo, motivação, criatividade devem ser 
considerados. 
Alencar e Fleith (2001) afirmam que mensurar a inteligência pretendendo 
obter uma avaliação estática e definitiva, atualmente, não é o mais aceitável. 
Guenther (2000) salienta que as crianças com altas habilidades 
apresentam perfis heterogêneos, inclusive se comparadas entre elas mesmas. 
Fatores como a personalidade, o ambiente sociocultural e o próprio 
desenvolvimento humano contribuem para que as pessoas sejam constituídas 
como seres únicos (que são). Além disso, a criança com altas habilidades é 
primeiramente uma criança essencialmente igual às outras crianças. Portanto, 
muitos dos seus comportamentos e características são atributos próprios de 
sua faixa etária e estágio de desenvolvimento em que se encontra, e vão existir 
nas outras crianças, como seres humanos que são (GUENTHER, 2000, p. 44). 
Assim sendo, propiciar um ambiente acolhedor, em casa e na escola, 
oferecer a estas crianças atenção, amor, compreensão, entre outros 
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“ingredientes”, são de extrema importância para que elas se desenvolvam de 
forma sadia (RECH E FREITAS, 2005). 
Dos tipos mencionados nos documentos do Ministério da Educação para 
altas habilidades/superdotados, também considerados nas classificações 
internacionais, destacam-se os seguintes: 
 Tipo Intelectual – apresenta flexibilidade e fluência de pensamento; 
capacidade de pensamento abstrato para fazer associações; produção 
ideativa; rapidez do pensamento; julgamento crítico; independência de 
pensamento; compreensão e memória elevadas; e capacidade de 
resolver e lidar com problemas. 
 Tipo Acadêmico – evidencia aptidão acadêmica específica, de atenção, 
de concentração, de rapidez de aprendizagem; boa memória; gosto e 
motivação pelas disciplinas acadêmicas de seu interesse; habilidade 
para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento; e capacidade de 
produção acadêmica. 
 Tipo Criativo – relaciona-se às seguintes características: originalidade; 
imaginação; capacidade para resolver problemas de forma diferente e 
inovadora; sensibilidade para as situações ambientais, podendo reagir e 
produzir diferentemente e até de modo extravagante; sentimento de 
desafio diante da desordem dos fatos; e facilidade de auto expressão, 
fluência e flexibilidade. 
 Tipo Social - revela capacidade de liderança e caracteriza-se por 
demonstrar sensibilidade interpessoal; atitude cooperativa; sociabilidade 
expressiva; habilidade de trato com pessoas diversas e grupos para 
estabelecer relações sociais; percepção acurada das situações de 
grupo; capacidade para resolver situações sociais complexas; e alto 
poder de persuasão e de influência no grupo. 
 Tipo Talento Especial – pode-se destacar tanto na área das artes 
plásticas e musicais como dramáticas, literárias ou técnicas, 
evidenciando habilidades especiais para essas atividades e alto 
desempenho. 
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 Tipo Psicomotor - destaca-se por apresentar habilidade e interesse 
pelas atividades psicomotoras, evidenciando desempenho fora do 
comum em velocidade; agilidade de movimentos; força; resistência; 
controle; e coordenação motora. 
Compreender o conceito de altas habilidades/superdotação no campo da 
Educação implica, necessariamente,

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