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Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva 1 UNIDADE 5 ESCOAMENTO LAMINAR INTERNO E EXTERNO (ESCOAMENTO EM UM TUBO) Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva ESCOAMENTO EM UM TUBO Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Forma Diferencial da Equação da Quantidade de Movimento em coordenadas cilíndricas: Direção radial: z V V r VV r V r V V t V z VV r 2V r 1 r V r V r 1 r V r P g r z 2 rr r r 2 r 2 22 r 2 22 rr 2 r 2 r Direção tangencial: z V V r VVV r V r V V t V z VV r 2V r 1 r V r V r 1 r VP r 1 g z r r 2 2 r 22 2 222 2 3 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Direção axial: z V V V r V r V V t V z VV r 1 r V r 1 r V z P g zz zz r z 2 z 2 2 z 2 2 z 2 z 2 z Equação da Continuidade em coordenadas cilíndricas: 0 z VV r 1 r Vr r 1 t zr 4 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva 5 Comprimento de entrada em tubos Comprimento de entrada para escoamento laminar completamente desenvolvido num tubo circular é dado pela expressão: DRe06,0Le Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Para um escoamento laminar, permanente, incompressível, completamente desenvolvido num tubo circular, a simetria axial e a ausência de rotação significa não existir componente radial nem tangencial da velocidade, ou seja: 0VV r 6 Escoamento laminar, permanente, incompressível, completamente desenvolvido num tubo circular Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Desprezando as forças volumétricas para o escoamento num tubo, as equações podem ser reduzidas da seguinte forma: z V V r VV r V r V V t V z VV r 2V r 1 r V r V r 1 r V r P g r z 2 rr r r 2 r 2 22 r 2 22 rr 2 r 2 r Direção radial: 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 r P Assim, 0 r P 7 ou, Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva z V V r VVV r V r V V t V z VV r 2V r 1 r V r V r 1 r VP r 1 g z r r 2 2 r 22 2 222 2 Direção tangencial: 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Assim, 0 P r 1 0 P 8 ou, Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Direção axial: z V V V r V r V V t V z VV r 1 r V r 1 r V z P g zz zz r z 2 z 2 2 z 2 2 z 2 z 2 z As equações na direção radial e tangencial mostram que: ),r(PP Portanto, a Equação de Navier-Stokes, em coordenadas cilíndricas e na direção axial, se reduz a uma única equação: dr dV r 1 dr Vd dz dP z 2 z 2 Ou na forma conservativa: dr dV r dr d dz dP r z (Equação 1) 0 0 0 0 0 0 0 9 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva As condições de contorno para a Equação 1 são: 0rpara0 dr dV Rrpara0V z z Assim, integrando a Equação 1, temos: dr dV r dr d dz dP1 r z dr dV rdrdr dz dP1 z 10 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva dr dV rC dz dP1 2 r z 1 2 dr dV r C dz dP 2 1 r z1 z 1 dVdr r C dz dP 2 1 r 21 2 z CrlnC dz dP 4 1 rV 11 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Substituindo as condições de contorno, determinamos que C1 = 0 e 2 2 R dz dP 4 1 C A expressão para o perfil de velocidades é: 22z rR dz dP 4 1 V Esta é a equação de uma parábola 12 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Verifica-se facilmente que o valor máximo da velocidade ocorre para r = 0: 2 max R dz dP 4 1 V O sinal menos da equação é fisicamente correto, uma vez que a pressão num escoamento viscoso decresce com a distância, isto é, é negativa. dz dP 13 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva A velocidade média pode ser obtida pela integração do fluxo da velocidade sobre a área da seção reta e dividindo- se o resultado pelo valor da área desta seção, ou seja: R 0 z2m rdr2V R 1 V R 0 22 2m rdr2rR dz dp 4 1 R 1 V 2 m R dz dp 8 1 V maxm V 2 1 V 14 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Na prática da engenharia é comum exprimir o gradiente de pressão em termos de um fator de atrito, f, definido por: 2 V D f dz dp 2 Integrando a expressão acima de P1 até P2, num comprimento L1 até L2, temos: 2 V D f L p 2 (Equação de Darcy-Weisbach) 15 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Substituindo-se a equação: 2 V D f dz dp 2 na equação da velocidade média, 2 m R dz dp 8 1 V resulta: 22 2 D 2 V D f 8 1 V A qual, depois de ser resolvida para f, fornece: Re 64 f 16 Fator de atrito de Darcy Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Este resultado foi verificado experimentalmente, tanto para tubos lisos quanto para tubos rugosos, para ReD até cerca de 2000 (número de Reynolds laminar em tubos). Onde: ou, VL Re VL Re L é o comprimento característico do escoamento, que para um tubo é dado pelo diâmetro, D. 17 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Dutos não circulares: para dutos não circulares o comprimento característico utilizado no número de Reynolds, , é dado pelo diâmetro hidráulico. onde P é o perímetro do duto molhado pelo líquido. VL Re P A4 Dh 18 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva É útil se escrever as equações operativas em termos da vazão volumétrica Q. Assim, ou, Multiplicando a equação da velocidade médiade ambos os lados pela área do tubo, obtemos: Integrando sobre um comprimento finito L, obtemos a seguinte perda de pressão devida ao escoamento de um fluido viscoso: VAQ 4 D VQ 2 4D Q128 dz dp 421 D LQ128 PPp 19 4 D R dz dp 8 1 4 D VQ 2 2 2 m Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Ou dividindo-se toda a expressão pela massa específica, , temos a perda de carga do sistema: Ou ainda em termos do fator de atrito: 4L D LQ128 h p 20 L 2 V D f h p 2 L Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva EXERCÍCIOS DE ESCOAMENTO EM TUBOS 21 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva EXEMPLO 1: Calcular a queda de pressão e a perda de carga numa extensão linear de 100ft para o escoamento da água com velocidade de 0,5ft/s a 70oF num tubo de diâmetro igual a ½in. Supor escoamento completamente desenvolvido. SOLUÇÃO: A viscosidade cinemática da água a 70oF é 1,06x10-5ft2/s e massa específica de 1,94 slug/ft3. O número de Reynolds para este escoamento é: 22 962.1 s/ft1006,1 in12 ft1 in 2 1 s ft 5,0 VD Re 25 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Uma vez que Re < 2000, o escoamento é laminar e o fator de atrito é dado por: A queda de pressão em 100ft de tubo é dada por: A perda de carga é dada por: 21026,3 962.1 64 Re 64 f 2 2 322 ft lbf 9,18 2 )s/ft5,0( ft slug 94,1 ft100 in12 ft1 in 2 1 1026,3 2 V L D f p 23 slug ftlbf 7,9 ft/slug94,1 ft/lbf9,18p h 3 2 L Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Exemplo 2: Repetir o exemplo anterior para o fluido hidráulico Univis J-43 a 100oF, com viscosidade cinemática igual a 1,75x10-4ft2/s e massa específica de 1,63 slug/ft3. R.: , 2ft lbf 89,262p 24 slug ftlbf 3,161 p hL Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Exemplo 3: Determine uma expressão para o número de Reynolds em função da vazão volumétrica em dutos circulares. R.: ou 25 D Q4 Re D Q4 Re Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Exemplo 4: Ar padrão entra em um duto de 0,25m de diâmetro. Determine a vazão em volume na qual o escoamento ainda pode ser laminar (Re = 2300). Para esta vazão, estime o comprimento de entrada necessário para estabelecer escoamento completamente desenvolvido. Utilize a viscosidade cinemática do ar igual a 1,46x10-5m2/s. R.: Q = 0,0066m3/s; Le = 34,5m 26 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Exemplo 5: Um escoamento ocorre em um canal horizontal de 1,27cm x 50,8cm, com Re = 2000. Calcule a vazão, se o fluido é: (a)Água a 15oC ( = 1,14x10-6m2/s) R.: Q = 0,0006m3/s (b)Ar atmosférico a 15oC ( = 1,46x10-5m2/s) R.: Q = 0,0075m3/s 27 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Exemplo 6: Ocorre uma queda de pressão de 482Pa sobre uma seção de um tubo de diâmetro de 2cm transportando água à 20oC. Determine o comprimento da seção horizontal se o número de Reynolds é 1600. Encontre também o fator de atrito. Dados: R.: L = 73,8m e f = 0,04 28 3C20 26 C20 m kg 998 s/m10x01,1 o o Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Exemplo 7: Um fluido escoa em regime permanente entre duas placas paralelas. O escoamento é completamente desenvolvido e laminar. A distância entre as placas é 2h. (a)Deduza uma expressão para a tensão de cisalhamento em função de y, para a equação do perfil de velocidades dada por:R.: Sabendo que a Lei da viscosidade de Newton é dada pela expressão: (b)Para µ = 2,4x10-5lbf s/ft2, e h = 0,025, calcule a máxima tensão de cisalhamento em lbf/ft2, que ocorre em ±h . R.: e 29 22 yh dx dP 2 1 u dy du yx 3ft lbf 4 dx dP dx dP yyx 2hy ft lbf 1,0 2hy ft lbf 1,0 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Exemplo 8: Uma agulha hipodérmica, de diâmetro interno d = 0,1mm e comprimento L = 25mm, é utilizada para injetar uma solução salina com viscosidade absoluta cinco vezes a da água. O diâmetro do êmbolo é D = 10mm; a força máxima que pode ser exercida pelo polegar sobre o êmbolo é F = 45N. Estime a vazão volumétrica de solução salina que a seringa pode produzir. O escoamento de solução salina é laminar (cheque o Re considerando a massa específica da solução salina igual a da água)? A viscosidade absoluta da água a 20oC é 1,01x10-3Ns/m e a massa específica 999kg/m3. R.: ΔP = 573kPa; Q = 11,3x10-9m3/s; Re = 28,5 30 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva 31 LISTA DE EXERCÍCIOS 7 Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva 32 1- Calcule o comprimento de entrada em um tubo com 4 cm de diâmetro, se 2x10-4m3/s de água estão escoando a: (a) 10oC R.: 12m (b) 20oC R.: 15,2m (c) 40oC R.: 23.3m (d) 80oC R.: 42,43m Explique o que acontece com o comprimento de entrada em função do aumento da temperatura do fluido. Obs.: foi utilizada a expressão Le = 0,06.ReD.D Fluido: água 3 C10 m/kg1000o s/m10x3,1 26 C10o 3 C20 m/kg998o s/m10x01,1 26 C20o 3 C40 m/kg992o s/m10x59,6 27 C40o 3 C80 m/kg972o s/m10x62,3 27 C80o Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva 33 2- Óleo a 20oC (ρ = 888kg/m3 e μ = 0,800kg/ms) escoa estacionariamente através de um tubo de 5cm de diâmetro e 40m de comprimento.A pressão na entrada e saída do tubo é medida como 745kPa e 97kPa, respectivamente. Determine a vazão de óleo através do tubo. R.: Q = 0,00311m3/s Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva 34 3- Um líquido é bombeado através de um tubo de 8cm de diâmetro a uma vazão de 0,0002m3/s. Calcule a queda de pressão numa seção horizontal de 10m, se o líquido é: (a) Água a 20oC R.: 1,996Pa (b) Glicerina a 40oC R.: 2.973,6Pa DADOS: Fluido: água Fluido: glicerina 3 C20 m/kg998o s/m10x01,1 26 C20o 3 C40 m/kg1260o s/m10x18,1 23 C40o Fenômenos de Transporte II Unidade 5 – Escoamento Laminar Interno e Externo Profa. Maria das Graças Enrique da Silva 35 4- Considere uma pessoa caminhando primeiro no ar e depois na água à mesma velocidade. Para qual movimento o número de Reynolds será mais alto? Dados: e . 5- Água a 15oC (ρ = 999,1kg/m3 e μ = 1,138x10-3kg/ms) escoa em regime permanente em um tubo horizontal com 0,30cm de diâmetro e 4cm de comprimento, feito de aço inoxidável a uma taxa de 0,008m3/s. Determine o valor do Número de Reynolds. O escoamento é laminar ou turbulento? Porque? s/m10x562,1 25 )C25(ar o s/m10x9,8 27 )C25(agua o
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