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Aula 3 Farmacologia I - Interações Medicamentosas



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Curso Técnico em Farmácia
FARMACOLOGIA I
Profª Zaira Reis
Curso Técnico em Farmácia
FARMACOLOGIA I
INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
Curso Técnico em Farmácia
FARMACOLOGIA I
Interações Medicamentosas
 Interação farmacológica é evento clínico em que os efeitos de um
fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou
algum agente químico do ambiente.
 As interações farmacêuticas (ou incompatibilidades) também podem ser
consideradas interações farmacológicas, diferindo das anteriores por
ocorrerem in vitro e aquelas in vivo.
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FARMACOLOGIA I
Interações Medicamentosas: Ocorrência e importância
• A incidência de interações farmacológicas clinicamente importantes em
pacientes internados aumenta muito com a quantidade de fármacos
administrados: 7% (6 a 10 fármacos) para 40% (10 a 20).
• Em estudo brasileiro, pacientes internados em hospitais que usavam
cinco ou mais fármacos apresentaram cerca de cinco vezes mais chance
de desenvolver uma interação, quando comparados com o grupo que
recebeu até quatro fármacos.
• Neste mesmo estudo, das interações medicamento-medicamento
teoricamente possíveis de ocorrer (37% dos pacientes internados), 12%
foram consideradas graves (por exemplo, podiam provocar morte) e
aumentaram o tempo e o custo da internação.
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Interações Medicamentosas: Ocorrência e importância
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FARMACOLOGIA I
Interações Medicamentosas: Tipos de interação
• Fármaco – Fármaco: quando dois medicamentos são administrados
concomitantemente a um paciente, eles podem agir de forma independente
entre si, ou podem propiciar aumento ou diminuição de efeito terapêutico
ou de efeito tóxico de um ou de outro.
• Ex: Naloxona/Analgésico opióide
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Interações Medicamentosas: Tipos de interação
• Fármaco – Alimento: a interação do medicamento com alimento pode
levar tanto a efeito positivo quanto a negativo. Por isso alguns
medicamentos melhoram seu efeito quanto administrados com certos tipos
de alimentos enquanto outros precisam ser ingeridos em jejum.
• Ex: Vitamina C/Ferro
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Interações Medicamentosas
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As interações medicamentosas envolvem
• Farmacocinética: um fármaco modifica a absorção, a distribuição, a
ligação às proteínas, a biotransformação ou a excreção de outro fármaco.
Assim, ocorre a modificação da quantidade e a persistência do fármaco
disponível nos locais dos
receptores.
• As interações farmacocinéticas
alteram a magnitude e a duração
do efeito, porém não o tipo do
efeito.
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As interações medicamentosas envolvem
• Farmacodinâmica: um fármaco modifica a sensibilidade ou a resposta
dos tecidos a outro fármaco, por ter o mesmo efeito (agonista) ou efeito
bloqueador (antagonista).
• Esses efeitos ocorrem no nível do receptor, mas podem ocorrer no nível
intracelular.
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Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacocinética
 Na absorção
• Alteração no pH gastrintestinal.
• Adsorção, quelação e outros mecanismos de complexação.
• Alteração na motilidade gastrintestinal.
• Redução na absorção.
 Na distribuição
• Competição pela ligação a proteínas plasmáticas.
• Hemodiluição com redução de proteínas plasmáticas.
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Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacocinética
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Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacocinética
 Na biotransformação
• Indução enzimática: estimulação da atividade das enzimas
microssomais.
• Aumenta a velocidade de biotransformação hepática da droga
• Aumenta a velocidade de produção dos metabólitos
• Aumenta a depuração hepática da droga
• Diminui a meia-vida sérica da droga
• Diminui as concentrações séricas da droga livre e total
• Diminui os efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos.
• Ex. Uso crônico de álcool, por barbituratos, carbamazepina, fenitoína,
primidona, rifampicina e tabaco.
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Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacocinética
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FARMACOLOGIA I
Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacocinética
 Na biotransformação
• Inibição enzimática: inibição das enzimas microssomais;
• Diminui a velocidade de produção de metabólitos
• Diminui a depuração total
• Aumenta a meia vida da droga no soro
• Aumenta as concentrações séricas da droga livre e total
• Aumenta os efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos
• Ex.: Uso agudo do álcool, do alopurinol cloranfenicol, cimetidina,
ciprofloxacino, dextropropoxifeno, dissulfiram, eritromicina, fluconazol,
fluoxetina, isoniazida, cetoconazol, metronidazol, fenilbutazona e verapamil.
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Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacocinética
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FARMACOLOGIA I
Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacocinética
 Na excreção
• Alteração no pH urinário
• Alteração na excreção ativa tubular renal.
• Alteração no fluxo sanguíneo renal.
• Alteração na excreção biliar e no ciclo êntero-hepático.
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Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacodinâmica
 São aquelas em que os efeitos de um fármaco são alterados pela
presença do outro no seu sítio de ação ou no mesmo sistema fisiológico;
induzem mudança na resposta do paciente a outro fármaco. São as mais
frequentes e podem propiciar
• Sinergismo: nos casos em que dois ou mais fármacos administrados
conjuntamente têm o mesmo efeito farmacológico.
Ex: sulfametoxazol e trimetoprima; depressores do SNC e álcool.
• Antagonismo: a administração conjunta de fármacos pode levar à
diminuição do efeito, por exemplo, por competição ou bloqueio do receptor.
Ex Levodopa e antipsicóticos;
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Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacodinâmica
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Mecanismos das interações farmacológicas: Farmacodinâmica
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Mecanismos das interações farmacêuticas
 Também chamadas de incompatibilidades: ocorrem in vitro, isto é, antes
da administração dos fármacos no organismo, quando se misturam dois ou
mais numa mesma seringa, equipo ou outro recipiente. Devem-se a
reações químicas ou físico-químicas que resultam em:
• Alterações organolépticas – apresentadas como mudanças de cor,
consistência (sólidos), opalescência, turvação, formação de cristais,
floculação, precipitação, associadas ou não a mudança de atividade
farmacológica.
• Formação de novo composto (ativo, inócuo, tóxico).
• Diminuição da atividade ou inativação de um ou mais dos fármacos
originais.
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Mecanismos das interações farmacêuticas
 Também chamadas de incompatibilidades: ocorrem in vitro, isto é, antes
da administração dos fármacos no organismo, quando se misturam dois ou
mais numa mesma seringa, equipo ou outro recipiente. Devem-se a
reações químicas ou físico-químicas que resultam em:
• Aumento da toxicidade de um ou mais dos fármacos originais.
• A ausência de alterações macroscópicas não garante a inexistência da
interação farmacêutica; por isso, é indispensável a adoção de cuidados
para evitá-las.
• Isso pode ser feito quando se conhecem as características do produto
tais como solubilidade, reconstituição, armazenamento e modo de
administração.
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Mecanismos das interações farmacêuticas
 Também chamadas de incompatibilidades: ocorrem in vitro, isto é, antes
da administração dos fármacos no organismo, quando se misturam dois ou
mais numa mesma seringa, equipo ou outro recipiente. Devem-se a
reações químicas ou físico-químicas que resultam em:
• Recomenda-seque os medicamentos não sejam adicionados a sangue,
soluções de aminoácidos ou emulsões lipídicas.
• Certos fármacos, quando adicionados a fluidos intravenosos, podem ser
inativados por alteração do pH, por precipitação ou por reação química.
• Medicamentos administrados por infusão contínua são mais
Susceptíveis a interações farmacêuticas, em especial quando o uso é
concomitante e em via única
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Mecanismos das interações farmacêuticas
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FARMACOLOGIA I
Interações de medicamentos com alimentos
 O uso concomitante de medicamentos com alimentos pode ter
implicações clínicas importantes, contudo, muitas dessas combinações não
produzem interações ou resultam em interações sem importância clínica.
 Como resultado, alguns medicamentos são preferentemente
administrados com alimento, seja para aumentar a absorção ou para
diminuir o efeito irritante sobre o estômago; de modo oposto, há
medicamentos que têm a disponibilidade e a eficácia diminuídas se
administrados com alimentos. Nestes casos, a administração deve ser feita
com estômago vazio, ou seja, uma hora antes ou duas horas depois das
refeições:
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Interações de medicamentos com alimentos
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FARMACOLOGIA I
Interações de medicamentos com alimentos
 São dependentes de:
• Natureza dos nutrientes
• Elementos que compõem o alimento
• Características do fármaco
• Tempo de trânsito nos diferentes segmentos do tubo digestivo
• Frequência de contato com as vilosidades intestinais
• Mecanismos de absorção intestinal
• Estado nutricional do paciente
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Interações de medicamentos com alimentos: exemplos
• Penicilina V deve ser administrada pelo menos com 2 horas de diferença
com as refeições, pois estas aumentam a ocorrência da inativação
(abertura do anel beta-lactâmico).
• Os alimentos causam retardo do esvaziamento gástrico, da liberação e
da dissolução de muitos medicamentos diminuindo e/ou prolongando o seu
tempo de absorção.
• Medicamentos muito lipossolúveis, como Carbamazepina, Fenitoína,
Griseofulvina, Nitrofurantoína, tem sua absorção aumentada com dietas
hiperlipídicas, pois aumenta a excreção de sais biliares, a formação de
micélios e a solubilização.
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Interações de medicamentos com alimentos: exemplos
• Medicamentos de difícil absorção gastrointestinal ou instáveis em meio
ácido devem ser administrados longe das refeições.
• Os medicamentos que causam efeitos irritativos sobre a mucosa
gastrointestinal como os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) devem
ser administrados junto com as refeições.
• A ingestão de alimentos com o propranolol reduz o efeito de primeira
passagem e aumenta a sua biodisponibilidade.
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Interações de medicamentos com álcool
• O Etanol sob a forma de bebida alcoólica, é a substância psicoativa mais
consumida no mundo.
• Além do comprometimento de órgãos como o fígado, coração e
pâncreas, o consumo excessivo e crônico de etanol ocasiona dano
cerebral, levando a incapacidade física e intelectual. Ademais, as
deficiências nutricionais, particularmente as vitamínicas, comuns em
alcoólatras, são responsáveis por síndromes neuropsiquiátricas como a
psicose de Korsakoff, a polineuropatia e a encefalopatia de Wernicke.
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Interações de medicamentos com álcool
• Devido a seu baixo peso molecular (46) CH3CH2OH , o etanol atravessa
facilmente os canais de água das membranas celulares.
• Distribui-se e se equilibra rapidamente em todo o líquido contido no
organismo; se difunde para todos os tecidos e compartimentos, incluindo o
SNV, suor, urina e respiração.
• Depressor não seletivo do sistema nervoso central.
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FARMACOLOGIA I
Interações de medicamentos com álcool
• Em doses moderadas, o etanol tem efeito euforizante. Esta desinibição é
resultante da depressão dos sistemas inibitórios. Com o aumento da dose,
evolui para fala incompreensível, diminuição da acuidade visual e mental,
incoordenação motora, perda de consciência, coma e morte
• Doses moderadas de etanol provocam vasodilatação periférica com
ruborização e perda de calor, acarretando a instalação de hipotermia, que
pode levar à morte, dependendo das condições climáticas. Estimulam as
secreções gástricas e salivares.
• O etanol tem efeito diurético, pois inibe a liberação do hormônio
antidiurético pela hipófise posterior.
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Interações de medicamentos com álcool
 Ingestão aguda de álcool concomitante com medicamentos.
• O etanol estimula a secreção ácida, desnatura certos fármacos, retarda
o esvaziamento gástrico e facilita a dissolução de substâncias
lipossolúveis.
• Na presença de etanol no organismo o metabolismo de muitas drogas
como benzodiazepínicos, barbitúricos, tetraciclinas, antidepressivos,
hipoglicemiantes orais, etc. estão com o seu metabolismo diminuído,
podendo aumentar seus efeitos.
• Uma interação muito relevante é potencialização do efeito depressor do
SNC do álcool por ansiolíticos, hipnóticos e sedativos. A depressão
resultante desta interação é bem maior que a simples soma dos efeitos.
Consistindo, com frequência, grave ameaça à vida.
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Interações de medicamentos com álcool
 Ingestão aguda de álcool concomitante com medicamentos.
• O álcool diminui acentuadamente a capacidade motora e alerta em
pacientes usando anti-histamínicos, anticonvulsivantes, anfetaminas e
antidepressivos.
• Devido ao efeito hipoglicemiante do
álcool, ele pode aumentar o risco de
hipoglicemia grave em pacientes
diabéticos, que fazem uso de
hipoglicemiantes.
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Interações de medicamentos com álcool
 Ingestão crônica de álcool concomitante com medicamentos.
• Consumo excessivo de etanol interfere com a absorção de nutrientes
essenciais, levando a deficiências minerais e vitamínicas.
• Ácido acetilsalicílico pode causar hemorragia gastrointestinal devido a
seu efeito aditivo de irritação gástrica.
• Aceleração de biotransformação de fármacos, em decorrência da
indução de enzimas hepáticas.
• Os consumidores crônicos de bebidas alcoólicas desenvolvem tolerância
ao etanol e a outros fármacos (tolerância cruzada).
• Medicamentos e produtos que têm efeitos hepatotóxicos como
Clorofórmio, Paracetamol, Isoniazida tem sua hepatotoxicidade aumentada
pelo efeito aditivo do álcool.