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Ludicidade e Psicomotricidade no ensino da Educação Infantil

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Mércia Fernandes Baques
A Importância da Leitura/ Escrita na Educação Infantil
 
SÃO CARLOS – SP
2019
1 INTRODUÇÃO
	Este trabalho tem por intuito o desenvolvimento de observações voltadas á iniciação da alfabetização dos alunos nos primeiros anos colegiais por meio de pesquisas bibliográficas e vivências pedagógicas já possibilitadas pelo fazer profissional que coloca em prova toda e qualquer teoria, visando à compreensão e entendimento á respeito da Importância da escrita e da leitura desde a infância e visam problematizar a questão do hábito da leitura e suas infinitas possibilidades desde os anos iniciais, favorecendo o ensino da escrita por meio do contato com os livros de história e demais instrumentos letivos.
Trata- se de uma análise textual a respeito da Educação Infanto juvenil utilizando-se de dados específicos sobre o tema, bem como por meio da experiência profissional adquirida a respeito da importância da Iniciação á escrita, leitura e Interpretação de histórias já desde os primeiros anos escolares.
Fez- se necessário a realização de leituras e revisões bibliográficas que englobaram e viabilizaram essa produção, demonstrando como atividades pedagógicas são importantes para o ensino aprendizagem dos alunos e possibilita uma integração família/escola/alunos.
A abordagem a respeito deste assunto se deu a partir da necessária introdução á consciência social das crianças utilizando como instrumento de viabilização dessas atividades, o lúdico, a fantasia, tornando o aprendizado divertido, alegre e descontraído abordando temáticas inerentes ás necessidades presenciadas já que uniram a introdução á leitura, interpretação e reconhecimento de textos, histórias e personagens e suas expressões á assuntos de responsabilidade social, convívio grupal, comportamentos e etc., a partir do contato destes com a literatura infanto juvenil e os instrumentos culturais e o ensino da escrita que juntos possibilitam a construção de seres influentes, capazes e cientes de suas colocações no mundo. 
2 Fundamentação Teórica
Para a elaboração deste trabalho foram consultadas publicações a respeito da temática Leitura e Escrita na Educação, Projetos inclusivos, ludicidade e instrumentos utilizados para potencializar e facilitar o ensino aprendizagem na educação infanto juvenil buscando apoio para a construção deste conteúdo.
Esse trabalho de educação das crianças foi designado ás pedagogas que utilizam de sua formação acadêmica para elaborar e propor estratégias específicas para a determinada faixa etária das crianças, utilizando o lúdico, a fantasia, as brincadeiras, os instrumentos culturais, a literatura infanto juvenil e brinquedos específicos para assim inserir assuntos de importância social de uma maneira leve e agradável, potencializando o aprendizado desde muito cedo.
Cabe então á elas as propostas de integração nas atividades tanto entre o corpo escolar, quanto com as famílias para que o ambiente de convivência das crianças contribua com seu desenvolvimento intelectual, acadêmico e social, relacionando essa articulação entre assuntos sérios e importantes com a leveza das atividades lúdicas possibilitadas pela execução dos Projetos interdisciplinares e transversais.
Os conceitos de interdisciplinaridade e transversalidade, que vêm revolucionando o currículo da escola fundamental, resultam da evolução do conhecimento na civilização ocidental e têm por finalidade modificar a visão tradicional de currículo, que se caracteriza
Pela fragmentação, linearidade, alienação e estímulo ao individualismo no trabalho escolar. A idéia por trás da interdisciplinaridade e transversalidade é construir um currículo onde possamos, junto com aprendizado científico, favorecer o inesperado, o criativo, e o aperfeiçoamento de atitudes e valores que transcendam barreiras de raça, classe, religião, sexo ou política (MORAIS, 2007). 
Esse novo modo de atuação pedagógica transversal se tornou um recurso indispensável para atuação profissional e agrega demasiado conhecimento ás crianças, pois lhes permite um novo modo de enxergar e se relacionar com a realidade cotidiana, aumentando sua participação efetiva, ocorre o rompimento dos limites das disciplinas, integrando os conteúdos, tornando o ensino aprendizagem interdisciplinar, contribuindo com o desenvolvimento das capacidades dos alunos em se relacionarem entre si, equipe escolar e familiar (MORAIS, 2007).
Na prática, a interdisciplinaridade e a transversalidade se fundem, se entrelaçam numa rede de relações e conexões que ligam os conteúdos disciplinares uns aos outros, inserem estes conteúdos na realidade e no contexto que nos cerca. As palavras-chave são integração, não-linearidade, contextualização, participação, visão crítica e trabalho coletivo (MORAIS, 2007).
Enfatiza- se que todas as atividades desenvolvidas têm o intuito de potencializar e viabilizar sensações, brincadeiras, expressões, relacionamentos, movimentos, organização, ações, estímulos das percepções e responsabilidades vinculando á construção de seres sociais aptos á convivência.
Como fundamento das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, utilizando as falas de Carraro (2017) tem- se a ética, relacionada á autonomia, responsabilidade, solidariedade, respeito ao semelhante, ao diferente, á natureza, á culturas e identidades singulares. A política designada pelos direitos aos cidadãos, a possibilidade da crítica e o respeito à ordem democrática. E por fim, mas não menos importante, tem –se a estética, voltada á sensibilidade, á criatividade, á liberdade e á ludicidade para expressar- se todo tipo de manifestação artística e cultural. 
Faz-se compreender que a pedagogia na educação Infanto juvenil deve se sobressair às normas técnicas e engessadas, a fim de alcançar o ensino aprendizagem integral das crianças já desde cedo, articulando assim a atuação profissional á atividades fantasiosas, lúdicas e envolventes (CARRARO, 2017).
É possível analisar a importância da Escolarização das crianças já na primeira infância em consonância ao direito á educação integral e permanente, além da possibilidade de formar pessoas conscientes, com pensamentos igualitários e inclusivos, socialmente aptas para convívio em sociedade, instruído e culto já desde os primeiros anos de vida.
As práticas educacionais, após o desenvolvimento de pesquisas e de estudos relacionados à pré-escola e à creche, procuram expressar-se com reflexões por meio do contexto, pelo qual são criadas e facultar articulações entre o currículo escolar e as ações educativas (DE SOUSA; DALLA BERNARDINO, 2011).
Abordar assuntos tanto da escrita quanto da leitura com as crianças é fundamental na construção de seres sociais e favorece muito as relações extra-escolares inclusive.
Na escola, o acesso a diversas linguagens artísticas possibilita a expressão singular de cada ser, exercitando também coletivamente sua participação na comunidade em que vive. Cada criança é singular em suas expressões e coletiva em suas ações, pois é na infância que as crianças significam o mundo, nas possibilidades que se encontram. Proporcionar experiências com significado, conhecer e oferecer materiais que promovam a curiosidade dos educandos é dever do professor. Notar experiências significativas, as quais as crianças carregam consigo, é enriquecedor no processo de ensino e aprendizado. A experiência relaciona-se à experimentação de buscar a autenticidade de algo “novo” com a abertura de possibilidades, e é na infância que há a prontidão e a disposição para vivenciar novas experiências na descoberta da utilização de objetos (CARRARO, 2017).
Trabalhar com projetos específicos na sala de aula também é um artifício bastante frutífero, haja vista que podem ser conduzido e temático, usando inúmeras possibilidades de interação com os alunos, as leituras verbais e não- verbais, a encenação, as cantigas e músicas, expressões corporais, permitindo o contato com a língua portuguesa por meio da utilização das palavras, objetos,brinquedos entre as atividades artísticas podem e devem ser exploradas de maneira divertida e descontraída levando de forma leve que as crianças conheçam e entendam ações referentes á respeito ao próximo, cuidado com a natureza, ações solidárias e otimistas, buscando a transformação da arte de ensinar meramente, passando para a transmissão de valores e conhecimento, contribuído positivamente para o bem estar e crescimento dos alunos. Estrategicamente a contação de histórias para a s criança pequena contribui para a prática pedagógica já que ao ouvir as histórias ocorre à estimulação da imaginação, contribui para a educação, estimula as habilidades cognitivas, a fala e já prepara os alunos para o processo de aprendizagem da escrita e leitura autônoma (DE SOUSA; DALLA BERNARDINO, 2011).
Com a escolha dos textos e histórias certas, muitos assuntos podem ser abordados e conteúdos importantíssimos serem apreendidos ligados inclusive á resolução de pequenos conflitos, contribuindo para estimular as emoções, moral, questões psicológicas, enfim, agregar.
Com as linguagens artísticas (arte visual, pintura, dança, teatro, música), a criança brinca e constrói suas culturas infantis, apropriando-se de e explorando ambientes que ressignificam as expressões delas por meio dos conteúdos-linguagem (linguagem gestual corporal, linguagem oral, linguagem espaço-temporal, entre outras) que visam e buscam contemplar uma educação para a formação humana. Quando a arte é trabalhada por meio das linguagens artísticas, abrem-se horizontes que podem ser explorados de diversos modos pelas crianças (CARRARO, 2017).
A alfabetização pode ser muito estimulada a partir de atividades motivantes, recreativas, instigantes e com a participação da família em todo o processo, esses projetos podem e devem realizar essa articulação entre os mundos da imaginação, ludicidade, leitura e escrita de textos, cantigas, livros, fazer parte de exposições de conteúdos literários, contato visual e apreciativo, manuseio e escuta por meio do trabalho pedagógico, mas também a partir da perpetuação desses hábitos no ambiente familiar potencializado pelo envio de materiais utilizados nas aulas para dar conhecimento e autonomia no aprendizado também aos pais, por meio de uma extensão de conhecimentos possibilitados pela “sacola itinerante”, com vários livros de histórias enviados aos alunos, possibilitando que algum familiar realize a leitura á sua criança, além um caderno para anotação das experiências, lápis e giz de cera para dar liberdade para os envolvidos ilustrarem suas percepções a respeito do que foi lido, colaborando para a interação escola/ alunos/ família, fortalecendo vínculos.
O desenho convoca a inquietação que deve ser alimentada nas crianças, buscando a procura do movimento e do pensamento na realização de invenções e criações no projeto de suas ideias. As crianças elaboram e transformam experiências, processando conhecimento num mundo delas, onde são protagonistas de criação. A liberdade de produção espontânea no desenho é materialidade visual, é o desenvolvimento singular da linguagem de comunicação com características próprias. Muitas vezes, as crianças atribuem ao desenho o que querem evidenciar numa representação simbólica, interpretando seu significado na reprodução de expressões pessoais, possibilitando elementos e relações da imaginação, do pensamento que se constrói da percepção à intuição. Ao imaginar, a criança intervém no não compromisso com a realidade, correlacionam mão, traços, gestos e instrumentos, materializando descobertas do pensar e do agir na ação humana. Transforma o desenho em síntese do que pensa, com capacidade de planejamento, visando à estrutura de uma obra de arte projetada no espaço, demonstrando seus interesses e seus pensamentos (CARRARO, 2017).
A criança a partir da vivência literária e contato com instrumentos culturais têm sua desenvoltura melhorada e aumento das possibilidades de vocabulário oral e visual, refletindo assim na sua capacidade de imaginação e criação de histórias próprias, melhorando a dicção, a interpretação e aumentando a concentração em diversas outras atividades, cabendo ao professor utilizar- se dessas possibilidades para propiciar e instigar o desenvolvimento intelectual dos alunos (CARRARO, 2017).
A realização dessas atividades pedagógicas junto às crianças contribui não somente para a aprendizagem dos alunos como também são de extrema valia ao educador, haja vista que agregam demasiado valor prático ao profissional, traz o prazer do sucesso das atividades e principalmente podem ser percebidas no desenvolvimento das crianças, tais atividades orgulham os envolvidos e envolve todo o corpo escolar e familiar na busca por uma interação social e duradoura, que futuramente renderá ótimos frutos.
3 Conclusão
O trabalho realizado para a produção deste artigo teve por finalidade apontar como é importante dar inicio ao ensino da escrita e leitura das crianças desde os primeiros contatos com a educação formal, principalmente no inicio da alfabetização e como os projetos interdisciplinares viabilizam e demonstram à inserção de conteúdos, assuntos, modo de relacionamento e convivência social inclusiva e respeitosa ás diferenças desde a primeira infância é importantes para a formação pessoal das crianças, construindo uma sociedade mais justa e integrativa, responsável por seus atos.
	Para demonstração de estratégias pedagógicas a respeito da Educação cabe aos pedagogos/ professores as práticas profissionais, articuladas ás inúmeras possibilidades de atuação, tendo por artifícios o lúdico, a imaginação, o uso da literatura infanto juvenil e os instrumentos culturais e a busca de boas ações dentro do ambiente escolar e fora dele, para construir uma sociedade mais justa, democrática, solidária, inclusiva e feliz, haja vista todo esse poder de transformação através das atitudes e ações desempenhadas com as crianças, futuro do país.
A realização deste trabalho serviu para que se compreendesse que debate a respeito de estratégias pedagógicas dentro do âmbito escolar assume por condição principal transformar também os arredores e todos os envolvidos na educação das crianças.
A produção deste artigo foi de grande valia por que permitiu a explanação das atividades desenvolvidas e praticadas, visando o bem comum.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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