Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hegel Atila26 por Olavo de Carvalho coleçáo História Essencial da Filosofia IloSel por Olavo dc carualho Colecáo HisLaria Essc.cialda Fibsoii Aconrpanha csta publicação unr DVD, quc não pode scr vendido separadanrente IoDresso no Brasil, Iêvereiro de 2008 Copyrighr o 2008 by Olavo dc Carvalho Foto Olavo de carvâlho Edilor Edson Manôel dc Oliveira Iilho Monique Schcnlels e Dagmar Rizzolo Estudio E Ândra Cavalcante GinreneT lcsé de Àlmeidâ Pdmo Os direitos autoÉis dessa ediçáo pedencetu à É Realizaçóes Editora, Lilraria e Distribui.lora Lrda CEP:04010-970 - Sáo Pauh - SP Telefax: ( 11) 5572-5363 E-mai| e@ereâlizacoes com hr werealiza.ocs com br Rê.ê !,Jo. odo. o. Ji . 1 . 0 ...â ob'd poo.do'oJo lL 1,. o Jq'e''..,.iÍo. Hegel Aula26 por Olavo de Carvalho coleçáo História Essencial da Filosofia repróduçxo dcsti c{l(ào p.r gravâçio o( qu.lquor nrcio -_\ :Ü- Ei cü 2004 ( olcçâo História Essenciâl da Filosofia Hegel - Aula 26 por Olavo de CaÍvalho vamos ver aqui o lceorge Mlhelm Friedrich] Hegei. Na verdâde, cl1nÍÍogicamente, o lFriedrich Wilhelm Joseph von] Schelling deveria anloccdêlo, mas foi assim um equivoco feliz nosso. Por quê? A ordem cronológica é [ohann Gottlieb] Fichte, depois Schelling e depois He- gcl, quer dizef o Schelling exerce umâ grande influência sobre Hegel o começo, e daí o Hegel tomâ uma outra direçáo. Mas acontece que a pârte mais significativa do ensinamento de Schelling veio no finâl dâ vida. Schelling teve duas carreiras acâdêmicas, uma quando era be jovem, fez um sucesso enorme, depois ele se retirâ, porque houve uns problemas lá, umas persegüições e tâI. e ele se retira, ficâ fora dâ vidâ acadêmica por quase quarenta anos. e no f1nal ele volta com os dois cursos, â "Filosofia da Mitologia" e a "Filosofia dâ Revelaçáo". Aquilo também fez um sucesso muito grande na época, mas foi mais um sucesso de manifestaçáo de respeito pela voltâ do professo! essa coisa toda, ninguém prestou muita atençáo no conteúdo do que estavâ sendo dito âli, De uns vinte ânos para cá comeÇou a apzfecer estudo sobre isto, entáo, hoie é possível reconstituir melhor o sentido integrâl do que Schelling estavâ buscândo nâquele tempo todo- Schelling era uma cara assim como lEric] Voegelin, ele ia um pouco por tentativa e erro, tentêvâ um esquema aqui, náo deu muito certo, entáo, comeÇavâ de outro, etc., etc., até que no final ele fechâ. Isso quer dizer que a parte mais substantiva da filosolia de SchelLing é reâlmenie posterior a Hegel; bastante posterior Àquela influência mais ou menos episódica que â filosofiâ de Scheliing exerce sobre Hegei no começo pode ser anotada de passagem na exposiÇáo da filosofia de Hegel e mais tarde. entáo, abordaremos o Schelling. Dlgalnos. t ntâ anos atrás. â idéia de vocô anteceder o Hcgcl ao Schelling pareciê âbsxrda â quâlquer hisioriadlrr, todos, to- dos. todos colocan ncsia ordem: Fichtc. Schelling e Hcgel l:toje cnr dia esta ordcff é até contcsiá\,el porquc a parte tinâl dâ filosolia cle SchcUing, Hegcl não chegâ nem â conhecer Hegcl morre en1 18j1 e esses cursos de Schelling já sáo posteriores Se vocês estáo bem lembrados dâ âula sobre Fichte. vocês verao cntão que a introdüÇão do mótodo diâlético por Fichle reln algo a ver con1 a idóia de qlre o proccsso r.eal, o processo iemporal da aquisiçâo do conhecimcnlo é trânsl'ormado ai nunlâ nova espécie dc lógjca, quer dizer â lógicâ quc eles usarn náo reflete apenâs a ordem ideal do pensa mento. a orden ideâi no scntido do dcdutivo, irdo gcral pâra o particu- iar, mas elcs âcredji.nquc na busca dêvcrdade o pensârncnto percorre um cerio nÍüncro de etapâs quc sáo necessárias c são repetívcis. Vocés lembram da fbrmulaÇáo que Fjchte dá â isso. náo é? Elc cotrrcâ corno ponlo de partida. por exemplo. como prirncira certezâ, como princÍrio. o eu; e o eu, ao Se definir tcm que Se definir em face de Lrm não eu. cntáo, ele meslno. por assim dizer, constiilri um náo-eu pêra ele poder se identificar, e assim por diante. [,Iuiiobem, cxistem nlritas maneíras devocê entrarna diâlótica he gcliâna, mas tern uma que é pârticularmente propícia. Hegel acrcdita que eDrbora o conhecimento intuiiivo c imodiato possa tcr alguma uti- lidade ou impoúância, o vcrdadeiro plâno no quat se movc a filosofiâ ó o plâno dos concciios e dâ pura deduçáo ]ógica. tem que ser daí pala cima. A filosofia para cle é uma atividade construtiva da mente qlrc vai consruindo o cdilicio dedutii,o com puros conceitos sen1 tcr quc prcs tar muira atenção âo lado empirico. e ele tem moiivos pêra proccder assim, náo é uma coisa ârbitrária, na própria exposiçáo da litosofia jsso vai se lomândo claro. Mais ainda, ele acrcdiiâ que um conhcclnrenll) só pode ser dito vcrdâdejro quando considerâdo como sislemâ, corno o ,r, r , ,,rr rrrr 0 rrrLL gr'rl. qucr clizcrl não há para clc afirmativas que en si r ,1|'r :l trLr vfl1ladcirâs ou laLsas. qucr dizer só inseridâs dentro do ,r ,1, r rrr r r lrre voci vai pcgar â vedadc olr làlsidadc de una afinnâiiva. I L, t,,!( s|{)rdc nrâis ou nrenos ao cspírito dâ iilosolia crn geral; na rrl( rtú'li(-nr) dc lodos (x filósolbs, sc o que o sujcito es1á dizcndo é u r|,,l.f o ou l lso, vocô vai ter quc reconsÍuir de 1ãlo todâ a filosol]a , Li. r' lsl() acontccc assim de lato. mês Parâ Hcgel isso não ó só uma câ_ ,,,, 1, , slicr do discuiso fiLosófico. isto ó uma câÍacteristicâ dâ realida_ Ll, r|! eslrutura da rcâlidade como tal, â realidade. para elc. ó sisiena. ,.,, rlrnr. ó lotalidade. eiláo, as peqas soltâs nunca signilicnm nada N.slr scrlido, ele é urr anti-empirisra c a idéia mcsmâ de tàto pârà Itrqcl scriâ uma idéia âbsolutamcnte insensata, porque fato seria uff ,lir(lo dos scntidos consideÍado aiomisticâncnte em separâdo de quâl_ (t er outr) A criticâ que eic 1ãz é que ncnhun dado consideÍado assin sigrilicâ âbsolutarncnie llada; e que sempre quc nós cstamos alegândo üIr lrto. nós esiamos subeniendenalo por dctrás dele todo un sistema, (t cr dizer, nós náo olhamos parir um sistema de rclaçóes e concxôes quc cstá scrvindo de chave para intcrpretâçáo c dc lundamcnto para lcgitimação dessc làto. mas quc esse sistema esiá 1á, estál Ele quando falâ e conceito verifica em prlmciro lugar quc cxiste ulra clilercnqa lundarncntal entÍe os conceitos mâtenáticos c os con ccitos ale quâlquer ouira coisa. Ele diz quc um conceito de qllalqucr cntidade rratcmáticâ é scmpre lechado cm si mesmo e reflete a abso hria imutabilidade do scu objeio. Por cxemplo, unl número, o conceiio de um nÍLmero, o conceito do número 2. ou do número 3, expÓe ine_ diatanenle o conteúdo, o./ id, o sentido desse número. de tal modo que esse núnero jamais se convertc cm outrc, não há jamais a pos sibilidâdc de o númcro 2 ser 3 ou de unr quadraalo ser um círculo. E clc pergünta: "Essa eslabilidade dos cntes natemáticos, que iá tinlú sido constatâda e emitida por Plâtão náo é nem un dâdo da natureza cxlcrlrâ. ncr)r un lãto dâ nârurcza exrernâ. poque vocô náo verifica cslr pcrlcicáo nrâtcnráticâ cm lato ncnhum da ordcm externa, mas elâ i rnbúnr pr)dc scr considerada meÍa invcnçáo dà rncnte humana,. Aí vr)cc lcnr urra terccirâ oÍdem dc entidades que não sâo nem mcntais (clc di7 espirituais, n1âs eu acho que o reÍmo é incxaio). ou culturais. ncm nâturais. Mais tarde, Ednrund Husscrl lârá a mesma constataçáo c chàmârá esses entcs de entes ideâis no sentido plâtônico dâ idéia. qucr dizer, sâo formas que sáo indcpendentes de tod:r â rcalidâdc lisica existcntc, mas quc não sáo dc maneira alguna incxistentes. clcs sáo exislentcs, eles sâo rcais, eles tôm propric.iâdes reais que podcm ser dcscobertas p€la mentc humana, dcscobertâs c jamâis invcntaalâs. isso quer dizer que quândo você investiga as pÍoprjedâdes ale uma figllrâ geonétricâ, por excmplo, não é você que cstá inventando a figurâ, elê rcm uma série de exigências intcrnas que provam que cla iem uma substancialidadc, clâ é algumâ coisa em si mesn1a. Àdmitidâ â existônciâ dessas entidâdcs ideais, quândo vooê pode cstruiurá'las todês nurn editicio lógicoperlêitamenie cocrcnte, que sc- ria juÍamente a estrutura da áritmética, elâ é inteiramentc dedutivâ e náo tcm furo, não tem salto ncsse edilício dealutivo. Isso quer dizer que quando você está falando de objetos nâtcmáticos existe realmentc umâ relâçào lógica entre o fundamcnro alegâdo, ou seja. a premissê e a coisâ fündamentada, ou seja, âs conclusões. Enrâo, â relâçáo lógica seria â do fundanenro pâra o lundamentado. Ele diz quc quando nós abàndonamos a esltra dos entcs matemá- ticos oü lógicos - â estrutum lógica seria tambóm desse tjpo pariimos para o enâmc dos latos da natureza. nós observânros qlre nâo existe umâ correspondência exaia. porque aquilo que na ordcm lógico, nâtcmática era a relaÇáo do ftlndaDlento pam o lundamentaclo, ou da premissâ para a conclusáo. se transÍoma quando fansposto pêrâ a ordcm da naturera numa simples rclação temporal que nós dizenos 8 (Lt i,rrsrcctcilo Mâs nós percebenros qü€ entrc umâ causae unr efeito ,,l)ri,rvrtrl)s nâ naturczâ exisle um elo. mas nâo é un1 elo táo firmc e táL) ir.\ortn,clquanto o dâ iundamcntaçào lógica. Vocêpodcmais ou nenos i(l(irlil'icâr processos causais, mas cono houve ai a introdução das va_ riirvris tcrnpo e cspaço. então aquelas rclaEôes lógico matemáticas nâo irt)i cccln na natureza nem com a nitidez, nem corr incxorabilidade da 1 LrÇro largico naienática. I ALuno) : Seria nais prcbabilístíca? Hojc nós lormülaríâmos âssilll. mas isso náo quer dizer que vocÔ vai poder redlrzir â ordern nalural ao ptobabilisno. O que ele diz ó rüis cxato, cle cliz que sinplesmcntc nào correspondc bcm Já na An rigriidâde, Arislóleles iinhâ dito que o método matenático ráo serve para a Íisica porque náo há correspondônciâ cxata enre a ordem mâ_ lcrnática c a ordem dos latos da nâturezâ. Nlais iarde sc acreditou que hâviâ. Galileu Galilei diz: "Nâo... Deus escrevcu o livro da natureza oom cârâcteres matemáticos'. E hoje se sabc que de làto náo é bcm êssim, de faio qucm tinh râzão é Arisiótele!. Exlste um hiato entre um mundo e outÍo) vocô tcnr uDra esirutuÍa lógico-matemáticâ da rea_ lidade. estruiura dentro da quâl a própria idóia de probabilidade é um componente dcla. e em segujda vocô tcnl a realidâde manifesta, a qual dependc dâ anterior qtl€ por suâ vez náo dependc dela de mâneira alguma, quer dizer, as lcis da matemática e da lógica náo dependerr da existência deste universo tal co o elc cstá constituído. E no entanto é uma orden pedeilanentc real e eistenle. Levando isso em conta hoje cm dia, se a gente sc lcmbrar disto hoje em dia, nós vemos que iodâs essas discussocs sobre â origeff do cosmos. etc.. etc., sáo de um nivel metafísico muito baixo porqüe nâo levân em contâ quc a estrutura lógico-matemálica é prccxistente, independcntc da existência do uni_ verso colr]o tâI, c no entânto ela é âlgo. cia náo é um nada. O problemâ .lâ origcm do cosrnos está vinculâdo, estí dcpcndcnre de uln ourro problcnra nmito maior que é: qual a origcm dê esirurura da rcâliciade? Náo da rcâlidâde anilcsta. mas da estrutluâ dcla. l\'lâs isso ai. você exigir quc as pcssoas que discutcm o êssunto hojcj csses cosmólogos c ató do tipo de Siephcn Hâwking e tal chcgue r a conccbcr isso issl) cslá iâo acirnâ da iDaginâçáo dcles quc ncln cnir.a enr linha do contâi isso qlrcr dizcr que essas abordâgcrs baixar.rm para um rnateriâlismo pucril, um nraterialisuro de criançâ l\lutrr): Os lefiônrc as da naturcza el1úo peb latc) (le eles pas sarcm por essas duas |It]idüeis eLes nào têfi a fiesma petleiçAa dos Íe ômenas tnatenálicasl (.4luna): Essa pe4eiçaa... aacê usou ale m Íetmo aí que.._ VÊt,.I r.l',.à., dc.l-.,'i qui or.uâ\ frer i\.rt \..8U. nácon.r qüência ncccssarianente. ao passar para o proccsso espâço temporâI, cla se convertc num tipo de succssáo que náLr é cxatamcnie assjln, quc não lern essa incrorabilidade. l^luna):VoLê nàa ca segue isalat as cÍtüsas exatas que dAo tul eÍeito Náo. náo é só quc você náo conscguc isolar.. (Aluna): Não exisle.. Náo conseguir isolâr seÍiâ umâ dcficiôncia do nosso conhcci rento. (/\lLtnL)): Não é passíüe|... Náo. mas nâo a possível, isso 1ãz pate do modo dc cxisiô cia da naturczâ. ela nao scr rcclutível à plrra lógica maiemáticâ Elâ cstá colocada dcntro do quâdro dc possibilidâdes dclincado pelas relâça)cs lógico'm.rlemáticâs, mas ela náo o rcprodLlz perfeitamcntc, e\jste uma convcrsáo. â reiâção fundamento lundaffcnrado se iranslorma l0 lLLLirl sucessáo tcmporâI. Porqüe i,ocô iem além do elemento razão { Ic scria â eslrulura lógico-matemálica, você tcm a inlroduçáo dc rnrtfi)s clenentos físicos que nós châ]nariamos. por eremplo. ldcl ii,rqa. energia. etc., etc. Comparado a esses existlr um lerceiÍo estrâto que é o que nós cha_ llrâriamos mâis propriamente lde] o reino da mente ou da psiquc, mâs quc cle chamâva ldc o reino do espÍito, no quâL as chaves dos outros dois mundos anieriores. qucr dizer o Drundo dâ razâo e o mundo da nâturcza. âparecem sintetizÍtdos. [le diz que no mundo da mcntc o moiivo de u â ação é aiorqa que a dctcrmina, é â suaverdâdcira cau sa. quândo cu decido lazer isto ou âquilo aí está lembrândo n1âis ou nrcnos o Fichle, qüe o cu se determita â si mcsmo livrenrenie. quando o clr ton1â umâ dccisâo, eslâ decisáo é ao mesn1o tenrpo a cxplicaçáo que ele dá para si nesnro, é a justificaçaro do seu âto c é a verdadeira causa do ato. Enião, o clcmento l'orça quc haviâ na nalureza e o cLc_ mcnto razão que havia no lnlrl1do lógico'matemálico apareccm unidos irsepaÍavclmcnte. lsso quer dizcr que ele vê entre o mundo dâ razáo lógico-matemática e o mundo da natlrreza e o ffundo da menle uma cstrutlrrâ dialética como aquela que Fichte tinha âssinalado. Você tem Llma tese. uma antítese e uma sÍrtcse. (Alu a): Se a rerdadeita causa de aLguna coisa é a decisão de uecutá1a. isso setia a caüsa tínãI {laqüele eüefito na íerminologict da Aistóteles. Nào é? Então. eLe esÍatia assin rcduzindo as ouÍrus uusas díze do que eLas são nodas da causa Íinal? Olha, para cle, causâ linâl e causa cliciente não tôl1l a mâis míninra difercnça, cntào... (ALufio): Pata ele. qüen? Hegcll 1L Essa distinÇão no sisrcmâ hegeliano náo laz scntido porque se eu decidi âlgo. bon, eu no momento efl que eu.iccidi estou vcndo esse algo como finalidâde. mas aconiecc que estâ finalidade iá é câusa eli ciente do mcu ato naquclc mesno momento. euer dizer superar ossa disiinção é uln dos moiivos dâ existênciâ do sistema de Hcgel. NÀo é prcciso dizcr que tanto o começo dâ filosofia dc Hegel quanro vários dos desenvoivimentos inrcrnos que ela tcm são obms de puro gênio, é assim mâjestoso mcsn)o. E é aqücle negócio qtle assinala o Voegelin. ele é uma cstranha mistura de ulll filósofo autêntjco e Lrm dos gran dcs filósolbs que a hunianidade já produziu com um prolerâ gnósiico auto-di!inizado. E como diz o Voegelin, os dois existem realmente, os dois aspcctos de Hegcl e)ristem reâlmente e eles náo pâram dc brigar um com o olrtro o iempo todo. Outro dia, nós lemos o iexio do Vocge lin sobre o Hegcl onde ele mostra bem essc aspecto gnóstico e eu estou insistindo hoje no outro aspecto euer dizer Hcgel como um filósolo de verdade, cntáo. estâmos aí mais iniercssâdos naquilo quc clc nos dcu de verdadeiramente útil. Essa disiinçâo desses três cstratos de rcalidâde pârecc assim intei- mmente válida. E quando ele coloca entÍe elas unrâ Íelaçáo diâlótica. clc esiá certo náo só logicamente, mas tambén está certo historica- mentc, eslá cerlo tcmporâlmcnte Porquc é fácil você pcrceber que a eslrutura lógico natcmática do univeso é uma cstruiurâ de possib;li dades que independem dâ manilestaçáo de qualqucr ümê delas. euer dizcr, a existência desie univcrso coDr a sua estrutura lisica presentc náo dclerminâ â estruiura lógico-matemática, mâs ao contrário. ele é a realizàção de um coniunto de possibilidacles dentro dela. Mas jsto é para as pessoas €nlenderem que o univcrso fís;cL, nào ó u ra realidadc inicial, ele nAo é o começo das coisas. Origcm desle cosmos ó unla coi- sa. origem da realilâde é outrâ complctamente difcrenteQuer dizeÍ, qLlândo nâo cxistia nada, nadê: eu digo: esperâ âi. a possibiiidadc es r,,\,r i*ilrruftda, cla náo erâ ânárquica. antes da criação do cosnros iá ,1, r rris dois nào dava cinco. lsso estava pcúêitamente detcrrninado, 1.,,r,!) v()ca poderia dizer: bom, eniáo, nós tcmos âqui ulrra cstruiura rr i,)rrlquc ó independentc detempo e poúanto ela é eterna Daívocê r,'r r r círuturà da eiemidade. E a esirutura dâ eteÍnidadc é a primeira r{rLlidndc evidentemcnte. Acontece que cssa estrutura da etemidâdc ii,,,'r I l"dq\ a. pn.-ioi idrde. qu. .. nrd ile.rdran no r(rnpu. náo. ,l.lfllninada por nenhumâ delas. c se contém todas as possibilidadcs ,tlle sc rnaniÍestam dentro do campo dâ realidadc cosnicame|tc cxis- Lortc. não há nada que exista ncstc cosmos quc nâo esteja contido na rslrutlra da possibllidade. Basta isso parê você vcr que a hipótcse de 1Ir desenvolvimento aleatório dâ realidâdc ó âbsurda in limine, náo prccjsa nem continuâr porque se nàda ei{isic no cosmos qlrc não esteja (lcntro da cstrutura dâ possibilidâde, e se a estrutura da possibilidade é or'gânizada iniernainente. eniáo, a razâo preexiste à rcalidâde, o /-ogos prccriiÍc à reêlidade, ou 'no princípio crâ o Verbo',r náo pode ser dc Agora. âs pessoas que discutem csse âssunto hoic são de uln pri_ rnârismo lal quc nâo são capazcs nem de chegar âo mínimo conccito rnctal'ísico. einborâ eles tenhâm uma neiafísicâ implícila. eflbora o simples lêto de o suieito usâr dc instrumentos matemáticos para es' tudar isso está afirnlando â ordem natemático_racional preexistente e cstá atimrândo a existência da ordem lógico_matenálica etcrna e não percebe que cstá iaze.do isso. À hora em quc o suieilo lez uma conia. o lisico que fez unâ continha pequenininha de dois mais dois. eie já está afirmando isio. Entáo. â disiinçáo dc Hegel é pedcitânlente válida. quer dizer. exis- le o nrundo dâ razáo. cxiste o rlundo da natlrreza espaçotemporal c Ioio l:1 Li,.ifri'ir ô inrq, rri n ió1or ri', ncÀr trn' iIó', («i o.iri ir a idÍo! (h prlncipn, loL verlrun, ct lerbr er.t apud Drm et Deus .rat \!rhunl) tl cxisie o nundo dâ menie humanâ ou o mundo do cspírito como ele o chama que de fato sinietiza os dois. Se náo sintetizasse os dois, nós não seríânos càpazes de dizer isso quc cstamos dizendo agora. Eu posso peÍceber islo porque o mundo da minha mcntc sinictizâ os dois anteriores, ele nâo sintetiza quantitativamente, claro. porque para isso eu precisâriâ corhecertoda â estrutura darazâo e todo o univeÍso, mas funcionalmente ele sinteliza, quer dizer que o modo dc cxistência da mente humana é um modo que é diie.ente do mundo lógjco n1âtemá tico e do mllndo da nâtureza. E âí Hegcl cntáo tem o primeiro modelo do desenvolvin1enio dialético. Acontccc quc com base nisso e,e lança uma hipóiese, uma segun' da eiapa, essa etapâ é lógica, náo é ctâpa cronológicâ, seria a idéia de uma históÍia da consciência. isso quer dizer quc a consciôncia humâ- na náo nascc prontâ. O eu, como já linhâ visto Fichte, se consiitui a si nesmo no conlionto com aquilo quc nâo é ele. no conlronto com aqueles elementos estrânhos. perânte os quais clc se define. Quer dizcf vocô tcm primeiro um eu absirâro. O qlre é um eu abstrato? E â simples possibilidade de ter um €ü. Qrândo nasce. todo lnundo já tem isto, ou seja, você tem um eu de direito, mas náo teff de faio ainda; para que este eu se consliiua de faio, vai ter que âcontecer cn- tre ele e os elcmentos opositivos. que no lundo nâscen dele mesmo. uma Íelêção parecida com âquela quc cxistc enire â ordeÍn da rêzáo lógico-matemáiica e a nalureza. (Alu .r): Isso. HeEeL esü pensand.o'? É, cu cstou tentândo traduzjr n1âis ou nenos o que ele diz. (ALuno): Quer dizet, o eu de lalo é o subcaniunío do eu possibiLidade? É, por um lado. é o subconjunlo, mâs, por oulro lado, o cu-possi- bilidade só cxistc como possibilidade. ele náo é eleiivàmente existen- l+ i. lrlc cxiste como possibilidade, não podc dizcr que ele é üm nâda. llle cxislc como possibilidade, nras pâra ele se iornar clciivaDlente r\istcntc. clc vâi ter que exisiir onde? No espaçotcmpo Pâra isso ele ! i tcr que integraÍ el€mcntos que lbe são estranhos. Mas de ondc clc vri liràÍ esscs clcmentos que the são esirânhos? Dele mcsn1o, porque nro cxistc outrà coisâ a náo ser ele, como iá tinhâ dito !_ichte Isso qucr dizer que a história do eu eietivo, o cLr reâl que nós temos nL) curso da üossa vida, é a hisióriâ dc uma auto constit iÇáo quc se dá p()r um processo dialético... (Att1t1O: É a passage tl| potência paru o 4lo? Sc vooê quiser explicar cm termos aristotólicos, sim. Mâs é melhor (Aluna): Por que ten esse dado do eu e o nao-eu? O qúe surye daí? Náo, você lem o cu abstrâto, vai passâr parâ o eu concreto. Para o cu âbstrÂio chegar ao eu concÍeto, clc vai se lazer o quê! Elc vai se negar, ou s€ja. cle vâi colocâr um clcmento opositivo. (ALütla): Esse eu da opasiçao é o eu t)bstrato, etlÍao? E nâ horâ en1 que elc colocâ â suâ própria oposiÇáo. nahora em quc clc se nega, ele vai cm seguida chegar a uma integraçáo na qual aquilo que ioi colocado como opositi\,o passa novamente a serpartc dele, mas âgora de uma manciÍâ difcrcnciadâ, já nâo é mais â negâção em bloco. Entáo, você vai lazcr umâ espécie de âcordo entre o seÍ e o náo_ser Ele diz lqu c] se você pegaÍ u m ponto no espaÇo.. . por cxemplo, você lern o conccito de ponto. o conceito de ponto é pcrfeito en1 si. Agora. quândo vocé o coloca no espâçoi o que é um ponto senáo â relaçáo que eie lem com todos os demais pontos? Porque entre um ponto no espa_ li ço e o outro ponto não teff nenhurnâ diferençâ quâlitativâ. Essc aqui é um ponto. esse âqui tambérn ó um ponto. Náo é isso? EntAo. como é quc vocô sâbe que Lrn1 é um e que o outro é o outro? Só pclas relaçoes deles. Vocô tcm, por um lado. a definição, o conceito de ponto, quc é perfeiio enr si, e que náo requcr ncnhum outro ponto. (Aluno):A deÍiniçAa de panb nAo é enfutlçaa (le lutlw. de plano e a de l.inha en Íunçâo dos pantos? Náo, náo é definiçAo. lem un1 conceito iniuitivo dc ponio. (41úno): Conceíto? Conceiio irtuiiivode ponto, que é aquib quc náo ocupa nenhum lugar. (Alu no) : CanceiÍo intuit iao! Pa'i qu( "lto iio uLup( r'inlrurn luga. nân. re(e..ario que ne nhun outro ocupe âlgun lugar Mas acontece que o conccito dc ponto é pe eito em si, â noção de ponio que você tem é auto,suficicntc. Mas quando você passâ disso pâra â cxistência real de ponios no espêço. nâo tcm ncnhuma diíerença entre ull1 ponlo c outro ponto â não ser â relâção cntrc clcs c os denais, quer dize! o lugar que clcs ocupaÍL Bom. o hgar (as posiçôcs quc clcs ocupam) não 1àz parte da suâ de- finição; e no entanto sem elas, ele náo podcria existir, não poderiâ ser distinto dc um outro ponto. A pâssagen do eu abstrâiô para o eu concreio é do mcsmo tipo. Embora o elr em si sej;L auto-suficicntc. clc seja um dâdo inicial dâ realidadc como bem viu o Fichic. alr passar d.r mera possibilidade âbsirata parâ â eistência. neccssita dc vários não- eus em face dos quais clc se define. ele se plrsicionâ. E quando vocô tiveÍ no iim o eu completo c rcalizado, você teÍá o quê? Uln sistema de rclâçócs c distinçÕes entÍe o eu e o nâo-eu. quc ó cxâiamenle o que constitui a nossâ pcrsonalidade adulia. l6 l/\Ltoto): E o ponÍo'? Unr ponto que tivesse intcgrâdo em si através do lênômeno da r,nrsciência. o conhecinenio das suas ÍelaÇões posiciLrnais coln outros |orÍos, ó o ponio que sabc onde eslá. (^Lunã): O exe plo do panto é mtlilo didaitico, mas só que 11ocasa ussim o eu setía ufi ponlo.. e o tlAo eu setia um aulrc ponto O náo eu scria um outro ponto. (Alu a): Só dá paru aplitaÍ essa rcqv para os próptios ponÍas-.- Como'l (Aluna): Não eriste, un pa to úao pode set o eu! Nâo. mâs a idéia dclc é precisamenic cssal (ALuna): É? Qúet dizer, Eeoneticane te... parque SeaneÚica- /nentt naú t , i,tp lile)ctt\o ?tltt. ufi fant.t p -- Mas esse é uln dos segredos do mórodo dialético. No ffótodo lógico você vê quc uma afimlaçáo. umâ seniença. umaproposição implica outras proposições e você por processo ânalítico vâi lirando â dcdu_ Ção dc dentro dela. No método dialético nâo é bem êssirn, no método dialético quando você coloca um conceito. esse conccito úâz em si um problemâ, clc náo traz só as suas conseqúôncias lógicas, ele traz um problcmâ; \.ocê vê que o ponto iáo logo vocô o deliniu, você diz: "ah. cssa dcfiniçáo, cla é conpletâ eln si mcsmal ' Sim. só que cla depende de outras coisas, ela dependc de coisas que náo sâo o ponto Se você diz lqucl um poito é âquilo que náo ocupa lugâr no espaço, você iá atclor prr" Jrâ'.ni.a.: ltExr e e.1â.n u l-!,f ( e'prc. ráu \iu u ponto. Da dcfiniçào de ponto você náo tem só implicâçÕes que vocô pode exirair de denro dela por análise lógicâ você ien conplicaÇõcs. l 17 I I Flntáo o mótodo lógico tirâ dc dcnt.o do conceito âs suas inrplicâçôes O nrótodo dialético tira de dentro dele o quô? As suas complicaÇóes, os seus prcblemas. Ulll conccito se complica em outros conceitos Qucr dizer a .lialótica é essenciâlmcnte uma arte de iiclar com problenâs. Entáo. yocê vé quc o conceito de ponto. tão logo deiinido o ponto, ele tcm unrâ cclta auto suficiência. ele l1ao dependc dc outras coisas, mas acontece quc dentrc do próprio conceiro vlrcê tem clcmentos que náo são o ponto. E tudo o que você defina na nâiurcza ó assim Qrcr dizer, ctlda concciio relerente àrealidade ten1 uma complicação Éporissoquc subneter o sujcito a unla dieta dc Idealismlr Alemâo ó absoluiamente fundamental para â folnlaqáo filosarfica. Por exenpio. essc pcssoal todo qLL fi.à J,.cLL r Jor..sa qI.. âo ue eruluri,,ri5r rô e..rie(iuni.m,, eu vejo quc náo há pensaDrento diâlético nenhum Qucr dizer é âquele r c.rri.i.r.lu lô!ic4 \o(! r(m 'rqui .\ol. .ioni.n u c . riac', I i. I'u eu digo: bom. de carÂ, se você csludoo um pouco dc Schelling, HeÍ{el. tal, você vai tratar dialeticâmentc isto. De onde você tirou este conceito. por exemplo, dc cvolucionismo, ou o conceito de criaciorisrno? Esses corceitos sáo âuio-suficientes? Se você cstudou dez páginas dc Hêgel ou de Schclling. \,ocê entende quc esses conceiros não são âuto sufi- cienles. imediâtamcnte. E se você cria um conceito quc cstá cheio de complicaçóes intemas, cntáo, êntes de podcrverilicar sc emplricamen- le csse conccito funciona ou não, \,ocê iem que âcabar de elâborá-lo dialelicâmentc pâra locé sâber o que você vai verificar na reâtidâde. Vocô náo pode partir pâra as verificaçôcs cmpiricâs la pârrirl de um concciio que está todo cncrencâdo dentro dc si. Você n,ro podc làzcr isso porque essc concejto está chcio de anrbigüidâdes. Co o o pessoal náo tem treino dialótico, eles lentan sc livrâr dâs ambiguidades tornândo rnais precisâ â definição. N{âis precisae dando- the uma cxprcssão atenática Eu digo: ras escuta, mâs a prccisão de um conceiio é apcnâs a possibilidade clo seu reconhecimento verbal lll tx ir unrâ outra pessoâ qlle ouve. lsso náo tem nada a ver com â consis- lrncia rcal do objcio a que você está se relêrindo. Se você está usando r) r(nrccito pâra se relerir a âlgo de real, então certamente o conceito lcrr complicaçôes dentro dc si. ele sernpre tcm. Enquânio você náo e!tlrliu de dentro dele o conjunto das suas conplicaçôcs, entáo você riro lem realmcnte o conceito. Este é outro ponlo fundâmenial. a con_ (tuistâ hegclianâ é inorredoura. Do coiceito sai o sistema, quer dizc! pela sondagem diâlótica do conceiio. você vê que um conccito, um rlrico conceito implica um sistcma inteiro. Então, cnquanto você náo plrxou de dcntro do conceito o conjunto dâs suas complicâÇóes dialóti- cas. você náo sabe do quc está lalando. É claro que se fossc parâ elsâs discussócs mesmo terem alguma estruturâ científica real. o pÍimeiro pâsso ó essc aqui. O primeiro passo de loda ciôncia é de ordeÍn mctafi_ sicâ. você vâi pegar os conceiios e vai tirâr âs complicaçóes dialéticas de dentro delcs. Mas hoje em dia as pessoas discutcm c náo sâbem nem issol O quc cles esiAo lazendo nào é científico. Por exemplo, eu acho quc todo esie debate, criâcionisno e evolucionismo, náo é cicntilico dc mâneira algüma. Náo cieniífico no s€ntido eminentc da palavrai é cientifico no sentido convencional. qüe é puramente un1â questáo de r cgulamento univeÍsiiário. (ALutla) : De lin\üaeem! Umâ questáo de linguagenl (Aluno): TrlLtez até ideoLóEíco, hoie en dia! E totâlmente ideológicol Mâs agora se vocô úeirlou urn pouquinho de Fichic, Schelling e Hegel, você já cstá vâcinado contra essas coisas. o sujeito là1a o con_ ccito, você já \,ê que tem LLm monle de complicâçAo dialética. mas é instlntivo vr)cê ver isso. l9 S( voca Ii() tcnr o conccito dialcticamente clesenvotvido. você tem lnllentc r) quc Hegcl chamaria [de] o conceiro abstrato. O conceito tlhslrato náo podc ser âvcriguâdo empiricamente porque ele náo ó um conceito de umâ realidade. ele é uln conceito de uma possibilialade abstrata; umapossibili.iadeâbstratasópodeserdemonsiradânoplano lógico-matemático, náo empírjco. O que os caras estáo fazendo é o seguinie: cles fazcm um con ceiro abslmto lógico-matemáiico e tcniêmvcriticá-lo empiricamente. O que aconiecc? O que acontcce é que existe um paralelismo entre a ordem dos conceiios e a ordem dos faios. Mas não que existc um âjuste perfeito Cofl base nisso, vocé nâo pode provar nada nunca. Se você náo pode provar nâda nunca. o quc aconicce? Depende do nínnero de sinrulacros de comparâçâo que você âcha. Se o número Ior grânde você vai dizcr que aquilo é veidadciro. E se for pequeno você vai dizer que é falso ou inprovável. E é isso que os caras estáo chamando dc ciência hoje. (Aluna): Qüe é prcbabilidade estaÍísÍical MeÍa probabilidade estâtísiical E se contentâm com isso. e âchám isso lindo. Só que isto náo tcm nada a ver com Íeâlidade. É impossivcl \o.,ê.preenocrquJlqucr reilidaoepur.!je merô Veja que Hegel náo é nenhum cretino, só de tcr clescobe{o isso e1r digo: ele sabe o quc é ciência e as gerações seguintes pârece que pcr, deram de vista ist(J Nenhun conceito âbstrêto pode ser lerificado empiricâncnte de inaneirâ algumâ, só o conceito dcsenvolvido dialcticamcnie. (Aluna): O que é àese üohtido dialeticamefite? Isso que elt 20 l/rlu a): É depuú(lo? Náo. náo é depurado. Depurado seria o processo lógico de formali_ lrcrio do conceito. Mas um conceito mâl formâlizado ou bem formâli /irdo a âbstmto do nesn1o modo. E se ele é abstrato, clc só corresponde rr rlgo na ordem lógico-racional, runca na ordem do fêto, na ordcn dâ Lrturozê. Entáo, como é que você vai vc ficá'lo na natureza? Nuncâ '.,i , ufl e'pondcÍ n( n dei\"r de cor'.spunder l- pnr')sn e"" d.*u5'ao (lc cvoLucionisno e anti-cvolucionisnro, isso é exemPlo caractcrístico (lisso. Onde você procurar indícios de uma coisa você vâi cncontrar e ondc procurar os da outra tambóm vai encontrat (Alufio):lssa acantece a Íísica olôníca, haje... Clârol (Aluna) : O pessoal laz una teoria di.endo Ílu e exísle taL patícula. .. a parÍícula que aoci inüefiLat ela aai set... Clarol Vai haver indicios de que elâ e\isle e outros indícios de que clâ náo existe. E iío náo vai ierminâr tão cedo. Como o prolonga' mcnto dessa discussâo dá emprcgo para nuitâ gente e sustenta veiba universitáriâ, cstá bom, ninguém querresolver esse problema ião cedo PoÍque sc resolver, se chega um Hegel lá e diz: "OIha. isso aqui náo vai dar nâda. lal, eniáo, vamos parar. náo ó por âÍ que nós temos que ir". Você passaÍia uma nâvâlha de Ockham nà inslituiçáo universitária e sobrâria nuito pouco ali (Alutlo): E camo é que setia a dí.l\étíca do coficeiío'? Qualquer conceito implica um problemai porquc a definiçáo de lLuâlquer coisa apela a outrâ coisa. oulra coisa que náo é elâ. Quais sáo as relaçóes prccisas enlre o obicto conceiiuado e o scu contrário? Àí você vâi cxplorândo isso diâlcticâmenie. Por exemplo, as relaçÔes ?). entre a noçào de ponto c â noçáo de lugâr, â noçáo de ponto c a noção dc cspâço: quer dizer você teriâ que descnvolver o sisiema e dentro do sistema os conceiios começên a fazer sentido, mas elessozinhos náo làzem; agora sc você pega um conceito náo desenvolvido dia- lcticamente, entáo, você tem apenas nomcs, na verdade; nomes de intenções c nomes de intençóes de significados subjctivos que corres- pondem â possibilidadcs abstratas, n1as que náo sáo realmcntc con- ccitos de coisas, conceilos de entes; e sc náo são conceitos de entes, entáo, a vcrificaçáo empírica deles será apenas a vcrificâçáo de um paralelismo entrc duâs ordens. a oiden lógico-natemática c a ordem da sucessáo espâço-temporal; mas acontece que como se trata apenâs de unl paralclismo, náo de uma correspondéncia rcal. você nunca tem o en{:aiae verílád.irô (ALuno): Nem analoeia? Você só tem analogia, na verdade. Vocé está estâbclcccndo uma Íelaçáo analógica, por isso quc cu digo que tudo isio é mítico. (Aluna): Como é que isso que a sefihor d.isse se ítaàuz na pútica, o conceiLo de etolucíonismo e criacionísfio? Dialeticamenie laqa o seguinte esforçor tente conceber um evolucio- nismo scm criacionismo ou um criâcionismo sem evolucionismo. Qual, quer um percebe que um dcsscs conceitos traz denlro de si o ouiro. (Aluno): Não percebi, náo... Bom, Deus criou o mundol Ele criou tudo como está âgora? Nàoi Não é possível isso, senáo seria a ncgaçáo do tempo. Se você esiá 1ã- lando de uma cÍiaçãoi criâçáo significa o seguinte: o começo do tem po. Eu digo: bom, se o tcmpo teve um coneço, o que haviâ antes do iempo? Náo pode ser um antes tcmporâI, tem que ser um antes eterno. lirtlo, sc você já lâlou dc cvolucionlsmo, criâçáo. você já está falando de cntrâdâ no tenpo c de processos tcmporâis. Se há proccssos tenporais, signilica quc as coisas não cstào colno eram, sillnificâ que houve trans_ lormâçócs, e o número dc translbnnaçôes quc podem ler havido ali é ili Lllitâdo. Àgora, falamos de evolucionismo: eu digo: muiio bem, quando começou a cvoluçáo? Comcçou no nornento cm que tinha lá. . (Aluüa): O BiE Ba 8? Bom, você põe no Big Bâng, você pÕc na origem dos.. sei 1á... Ia origcm dos seÍes vivos. Sempre vâi tcr um antes. E essc antes é o quô? É o que Hegcl chamâva ldel a razào, a esirutura lógico mête- nráticâ da possibilidade. Eu digo: mas a estrulurâ lógico-matcmática da possibilidade náo ó ulll nada, ela é uma realidêde Entáo. eu nao consigo conceber um conceilo desse sem o outro, clcs náo são autô_ no os dc mêneira alguma. (Atutlo): Mas na aetilacle ele está lakfida da qiaçào das espécíes Náo resolve absolutamente nadâi Você âcredita rcalmente que cspécie animal é umâ reâlidade? Você está falando das espécies ani_ mais como sc clas lossem enlcs. Você nuncâ ouviu falaÍ da navalha de ockhan? (Aluno): O que é? A navalha de Ockham é assim: a gcnte pega os conceitos uni- vcrsais. raspa-os c você vê qlle em grande paÍie esscs conceitos uni_ versâis sáo criaçáo da mentc humana e nâo rcalidades. Está cnten_ dendo? Eu digo: espera aí, o conceito de cspécie animal aparece no século XVlll, elc ó complicadíssimo, o conceito dc espécie animal no seniido biológico atual âparece no século XVIII; quando aparcce lCl'à csl D:fwin. Darwin já não sâbc n origcm.lo concciro dâs cspé cics. náo sabc os proccdimentos lógicos que ibram leiios par chcgar nisso. c ele está iratando a5 espócies animais como se lbsscm entes. Segundo: qual é a distürçáo entre uma espócie e ourra? Ondc termi na uma, ondc começâ ouira? Nós até hoje não sabemos isso direito. Eu digor mas se você nâo sabe ncm o que ó â cojsa. como é que vlrcê csrá discutindo a origem dclâ? Entâo, tudo isso é dc urna inabitidade fi losólica assirn absolurârnentc nronsiruosa. ll vocô vê qlrc o método diàtétjco desscs idealisras aleDrãcs é ab- soluiamcnte lundamentâl para o esclarecjmcnto .listo. Na medida em !uc pegâ cada conccito absirâto e diz: csperâ ai. cste conccito tenl ulna complicaçáo, portanto. o conceito abslrâto só se tornârá num conceito concreto, rcfercntc â coisas reais. sc você esciarecer essc conjunto das suas complicaçóes. dos seus problernas, armando em rorno alelc um sistema. Só o conhecinenio qlre scja organizado cm sistema ó verifi- cável, o rcsto náoi o resto é mera possibijidadc abstratâ. E depois vocé vcriicâr empiricamcnte uDra possibilidade abstrata lâz-mc rir Nâo iem jeito \iocé só vâi p0dcr provar se aquilo ó nratemaiicâmcntc possivet ou rnatcmâticanente inpossivel. agora se aconteceu ou náLr. iamajs sâbcrcmos. 'Ah, Dras daí nós cntramos con raciocinio probabilisiicol,, Í'udi.n bun. r\ro I r.. n q\iirô qLL \uccrri (u-ieguir ago.ar pr^- babilidadc que você obtérn dependc do universo de cienentos veri- ficados. vocô aumenia un1 pouquinho, a probabilidaclc â1rrnentou oLr diniinuiu. Entáo, sigrifica o seguinle: o que eles estáo chanrando dc cj- ênciê ó empurrar conr a bardga e nnnca sâber nadâ. cralamentc conlo está na Bíblia. que no filn dos tempos haverá pcssoâs que aprcndcrn, aprendem. aprcrdeln. c nunca sabem nada 2 Ou seja. isto, aprendcr. aprendcr, aprender, e nuncâ sâber nâdâ, virou o mótorlo cienrífico. V)cê vê para que quc scrvc o csiudo de Hegel. Se desse um He fc pnrâ o Chêrles Darwin ler, ele já de carâ diria: "Bonl, isso aqui fro. a ninha teoria pode ser quanto podc nâo ser e a teoria oposta (Al.üt1a): Essa disÍiLçáo que é lundamenÍal ente o catlceil.o abs- ltatlo e o catrceito desetlaakrído dialelicame le que setia o sisÍet a, quü di.er. o conceito dese úbido diaLeticanente íá se ide titíca cotn. . é o ptóptio sisíet a... O conccito ó o ponto no espaEo c que integra ern si... clc nâo tcnr s(i â sua definiçAo abslrata, ele tem o scu lLrgâr c o seu coniunto de rclâçócs com os outros pontos. (Aluna ) : DenLrc da rcalidade. . (ALüfia): Oü seia, as rc/etênLias que estão conÍid.ts tM deÍit1içao (leLe já estão situaàas aLi... Estão c0ncretizadasl (ALuna): lá esÍào dentro de un lodo... Istol (Aluna): Peteito! Só qüe nesse fioneüto a gente ainda está ía- lando do Hegel acrediLatula que só o sistetna tem a aefiade. a siste na lilosólíco, ou o Bente já está falanda da sislefia no geruL? Pory ue tuú laLou qüe nao se apliüL sone.nÍe à líLosalia, potque se losse sofie le à ftLosolia.. Nãol Para clc nâo existe elsa disiinçáo do lilosólico e do cien' tífico, náo existe. Isso é ciênciâ. Nâol Isto ó. filosofia é ciência em (Alu a): llas pan ele enl.ro ÍilosoÍia é a próptia rcalitlatLe'l Mas ó claro qlre él Ou clâ é isso ou elâ náo é nadal Agora, âconiece o seguintcr cssâs descobcrtas de Hegel sáo tâo ffâ- ravilhosas e táo grandiosas que eu âcho que ô glória subiLr à cabeça. Ele diz: 'mâs sc cu sei disso âqui. eu devo ser Dcust', Nlas à dcscobcria é fântáslica. é marâvilhosa. (Aluna): Esse loi Lm dos pimeias passos de Heget_._ Unl dos primciros passosl ,á cstá na "l'enomcnologia do Espírito,'. O primeiro grande livro dele, ele tinha t rta e seis anos quândo escrc- veu Hcgcl sabia o que era ciência, ele sâbia o que era conhccimenio. E quando você confronta iudo o quc vcio depois com HegeL, vocé vê quc as ciôncias da naturczâ não percebcranr o que ele disse, continuâran. Quando fonnulâm o método científico, Claude Bemard com o método da fornulaçáo moderna do méiodo cienrílico ignom rualo isro aqui. eniáo, â ciênciâ continuâ inventando conceitos abstratos e quererdo verificáJos empiricancntc, o que nuncâ dá certo e também nunca dá lolalnlentc crrado. por definiçâo. Porque é âssim: con un1 pouquinho de Hcgel você já pcrccbe inediatamentc que será assim. Você nuüca vai provar que é verdâdciro e iambém nuncâ vai provâr quc é falso, hêverá probabilidades eDr lãvor disso. probabilidades em lavor daquilo e o âumenlo ou diminuiçáo dá probâbilidâde dependcrá. ou seja, lerá Lrma variaçáo conlbrmc o üniverso estatístico abrângido. Uma coisa será verdadc sc considerâdos tantos elementos, deixârá de servcrdade sc considerados outros elenlentos, c enfirn jân1âis sabcrenros se qlrcm gânhou a cleiçãoIoi o George Bush ou o lAlberil Gore. Mais ou mellos assinll Está cniendendo?. Ou scja. Hegel já sabia disto, já sâbia que o caminho da ciência náo podia scr cste, nlâs acontccc que no campo das ciências naturais o 2.6 t)cssoal esqueceudisto. E a idéia de totalidâde e de sistemâ ó absoNida rnrdc? No campo dâs ciências hulnanas. exclusivanenie: com Marx. Iirlão, você terá ai a grândc glrerra do último sóculLr e nreio. quc você Lcrn umâ ciência positivista e. Por outro lado. ê ideologia mârxistâ. Sáíl dois nronstros, Leviâlã e Behcrnoth. E qualquer discussáo equacionâ_ da nos tcnnos de qualqucr um desses está errada. Quando você pcga. por cxcmplo. esses críticos liberâls do malxjsmo. tipo Kârl Poppe! no scnrido critico, tudo o que eles dizcm contrtL o Inarxismo é válido; só que dizerr cssas coisâs válidas cn nome de premissas absolulamentc irválidas. Então. o marxistâ faz a mesnâ coisa conl eles O marristâ !âi olhar tuclo isso e dizer: 'Náo. ludo isto âí é pura ciência.. ó puro discurso âbstrato, que vai separar o universo dos conccitos da realidâ_ de. quer dizcr. é o âbismo kântianoi temos aqui o mundo clo discurso c (cmos lá â coisa en-si. ' E o narxútê estârá ccrto de dizeÍ isio (AIu a): Pot quê? Porquc é isto mesmol (Aluna) : Di1et ísso en l eLação à ÍiLosofu:t he+eLiana? Náo, náo, nãol Em Íelaçáo à tradiçáo positivista. O posiiivisra só lida colil fcnônenos Mas cu digo: mas escuta, sc vocé só lidâ com lt_ nômcnos, ou com aparências. e não lcm a coisê enl-si, vocô pode pros scguir indefinidamente iorna do a coisâ câda vez mais precisa, cada vez mais prccisâ, cada vez mais precisâ. e nunca vai chegar a nadal (Alüt1tl). Eo ma eista? Fl o nârxisia? Bonl. o nrârxistâ tem a idéia dâ toialidâde e do sisic_ ma conl toial desprezo pcl(» lãtos. Tudo isto nasce de dentro dc Hegel. Vocô veja a potênciâ que erâ esie sujcitol )i (Alu o):Quetdizet quesó ele e lendeu. não él Seaníes dele nAo eristia e depois deLe i güém ente deu. só eLe efite deu! Náo, dcpois que chega no século ).X tem muita gente que enten deu, até eu estou entcndcndo issol Se aié eu entcndi, suponho que outros tambóff entenderam Mas acontecc que com esia descoberta da cÍftrtulil dialética da rcalidade ele lanq.r uma hipótcsc que é o seguinte, e ai quc cnira o furo, ele fâz uma âralogia enire à hiÍória do cu e a história enquânto tal. E ele acrediiâ quc se é possível descrever â história clas etapas que o eu pcrcorre, desde o eu absúâto aié o eu concreto, eniâo. devc scr possí- vel descrcvcr pelo mesmo nétodo o dcscnvolvimento total da história hulnàna. E isto hoje n(ts sabcffos que não é possÍvel. lAlutla): Eu acho que nefi .r do eu é possíuel, fiãa é? Benl, porquc acontcce o seguinie: você considcrado enquânto in divíduo. \,ocô é Lrm eu. um cu indcpcndenie que surgc abstrato c sc concretizâ no tcffpo. nas acontece quc vjsto de u a ouira maneira, queÍ dizer, você pcgando esie mesmo conceiio c cxanrinando, você vê que elc já icnt uma corplicaçâo dialóticâ. por quê? Porque vocô náo é a únicâ pessoa quc cxisie. Entáo. enquânto tem um eu aqui pâssand.) do abstrâlo para o concrcto, do outro lado tem um outro eu que está lãzcndo exatamente â n1esrnâ coisa. O eu individuâl por um lado é um modelo dâ rcalidadc, da passagen do êbstrato para o concretoj mas por outro lâdo, considcrado nufl outro plâno, elc ó somcnie um pontc) de uIn conjunto de ponios. Entâo, isso quer dizer que ele sozinho dcixâ de significar algo e só âdquire significação dentro do sistenra. Entâo. csscs cus h0maros precisârn scr iniegrados enl um outro sistcma pala qLre signifiquem â1go lAlutla): Que é a hístiria. . Istol Agora. a histórla. 28 (Alüno): Espetu aí! Entáo, o sujeito na l|tlo. ele nao lem... àiEttlkas que não telfi.-. Parâ Hegel isso ai é um nâda. (ALuno): Cana assi'n? É um nâda. isso aí náo existc. (ALuno):Masele tia éun eu? Nào éumapessoa? Ele nda é meu que está se lofnando--- üm e1t abstruto que está se tof atfido concfeto? Bom. primeiro â lipótesc do indivíduo isolâdo é assim: o Iiobinson Crrsoe quando ele ioi parar na ilha levou todâ acultura dele. entáo, clc n:ro cstá isolâdo, nâo eisle o individuo isolado, nâo precisâ scr lcvada clr contâ estâ hipótese porquc nâo existe. (Alunq:Te a caso daquel1s ctíanças qüe s1o ctiadas pot animais--- Bcm. não chcga â ser humâno. náo len eu nenhlrm. quer dizer o eu lica no eu abstrato que náo se desenvolvc. (Alutlo): O Tatzan.-. L um 5er hunr"no pô.'rvui q-< nao 'c hun "nizotr (ALuno) : Llm bebé e cafil] ada na líxeira como acol1Íeceu outro dia talaez, seia um set isoLado? Ele loi cncontrado, está integradol afinal de contâs â lixeira é um objeto dc làbricâçáo hurnana, entáo... (ALu a): Ele ao sobrcaiúe--. ele está isoLtdo, mas nào sabrerille ísal.ado... Náo. aí você veia, ele morrcl ou sobr€viver é um acidcnte da natu- reza. E o acidentâl mesmo só exisie nâ nâiureza. deserto, que cresQa üi e 29 (Aluno): No úfipo do ideaL não etiste acidefite.-. No campo dos objeios ideâis náo tem acidentc, c no canpo da men- ie humana, dâ psique tambén não teff âcidcnte. Só tem nesse interme_ diário que é a natureza e não significa nada. (Aluno): O acíde te sefiprc ocotre! Entáo. veja que o método de Hcgcl estâvâ nlrilo bom, as acontc_ ce que o pÍoblema quc clc pega en seguida, que é o problcma da histó ria. ó unl macro-problema e ele não tom condiçóes de resolver isso aí. Entâo, a hora em que ele decidc tomar como problemâ a históriâ como um iodo, aí realmentc dcu un passo maioÍ que as pernas. (Aluno): PrcÍessaL Íalw. um das entraz)es disso aí setia a laÍo de queseelequer laaet uma analaEia da passaeefi do euabstmto para o eu com a hístótitt, quer dizet, ele peg,a a humanidade como um toda, a prcblema aí setia que nàa hd ouítas humanidades com as q ais essa hüÍta idade passa se rcLaciona\ poÍque fio caso do eu existem ouÍros eüs e aÍruüés deles é que uti t:tcofilecet essa passagen do absltala para o cotrcrcto, fia caso da humanidÃde nãa é passí?eL- Mi. e.seproblema c ju.ralr(n.ruq.reele\ai re'olvc_ f dc.l( pru blema que ele está tratando Entáo, na passagem do indir,íduo para tt históriâ tem umâ série de mediaçóes; do plano do eu individual para o plâno da listória tem uma séric de mediaçôes. uma delas é o Estado. Parâ Hegel o Esiado ó como se lbsse um eu. quer dizer, é dcnúo do Es tâdo que se formam e que se hominizâm ess€s vários eus que esião âli dcnrru, e (on.ider.rdo' rnra dc c elí' niu.io r dJa I fnÍ i..o qur eri vai dizer assin, que âs lcis do Estâdo ién1 nais imporiância c têm n1êis lunda enio do que o sentinento de jLrstiça ou iniustiça do individuo. Porque o seitinrento dele ó apenas Lrmâ etâpa do desenvolvimcnto do eu dele, é subjeth,o. Agora. no Estâdo, náot no Estado. o coniunto dâs 30 lL.is iri ú um sistcnla, eniáo aquilo ien1 uma exisiôncia concreta, agora o scu scniinento de iustiçâ ou iniüsiiça pode ser âleatório. Eu âcho que .lc oáo está certo nisso por motivos que eu posso ató expor ouiÍo dia, rras náo é isso que vem ao câso no momento Acontece que na hora eln qlte vocô percebe que o cu individuâl, (trc ó dc ceÍto modo o modelo da constiiuiçáo dc toda â Íealidâdc, clc corsiderado num outÍo plano é quase uma irrealidade, entáo, eie tcrin quc pcrguntar: 'Mas afinal de conias, â hisiória é história do (tuô'?" Êle diz Iquel Fichle tinha razào quando diz que só exisle o cu. fràs nâo podc ser o eu e pÍrico de lulano, fulano, fulano. fulano. En tlr(), existcn outros escatões cuja história iambém passará do âbstra to para o concrcto no Tempo e que esies seráo objcio da hislóÍiâ. Vocô poderia pegar os Estados. por crienplo. nas você sabe que os Estados lànlbém nascem. cÍescem e morreÍn. Elcs sâo deuses mortais Entáo. r história dos Estados tambén náo bâsta pâtâ fechar, c]â tanrbém é abslrata. ela náo tem concretude. (Aluno): A hisíótia é só üma rcprcsentaçao, üão é? Conro reprcsentaçáo? êlunot: Quandn úrà tala de hr.tana. acc Não. você não está fâlando dâ ciência hisróriâ no sentido subictivo, [mas] da história como processo rcal. náo da hisióÍia como ciênciâ históricâ, aquilo que os histoiadores... tAluttút: A hi'totio \ú ?xtrn tto p,e\PntÍ'- - Náo. nào. nãol (Aluno): Poruüe o que acofiLece.., zrocê fiao lefi como rcttalat . quanda aocê ÍaLa de algutlltu coisaque acofilecelt... rl Náo, o presente para Hegel é que é inteiEmente absilato, ele di7 [\uc] u m. n-nrú pr. *r r( \ .umu u n p,,r ru ni,..pa;i' v'n. .ulrpr' en.le o conceiio, nlas ele náo pode existir se não tivcr um antes e não tiver um depois. (llu a): Aí eu ào cotlcot'do cam ele .. Enião, lodos os monentos considerados atoDristicamente salo me ramente abstratos, clcs só cxistcm dcnim dâ estÍu!ura do ternpo Por exemplo, o que nós estamos vcndo âqui no momcnto náo faz scntido nenhun se nao lbr considerâdo ârticuladâmente com os momcntos que o antecederam porque o precederan.. quer dize! o tempo é um processo rcal. nlas o nromcnto ó apcnas um ponto âbstrâlo se é unr ponto âbstrato. cni ro nâo ó uma rcalidadc, ó apc|âs tlma mâneira de ver Ou seja. nós châmâmos dc DloDrento prcscnt€ âquilo quc csiá âo nosso alcancc ncstc monrento. Não é isso? Dntáo, é subjeiivol Quârldo rlós chamanos dc nroffcnio presenle, é nro enio pÍesenle parâ nós. é aqlrilo qlre nós pcrccbcnns agorâl (Aluna): Entào. é subíetilro... A distinçâo é subjctival (Aluno): E peLa lísíca aluaL essa abjelií)idade da subietiüida(le dísso é conptaL)aàa potque «tda ente tefi tl sua púpria Linha de lefi1 Pa, tuto há um tempa co tutn... Bom, nras náo podenos levar isso em conta agora senão nars vamos nos confundir, cryem aí. (Alufia): llssa sübietiúidade é etn comum com todos que esúa oqLi no\ nào en t?lo\ao oo tc4tpa pr.i.tdo. . lr. [{csrno quc scja, vânos dize]. üma subictividade coleiivâ. nós cÍa' rrr)s vivcndo este nro rerrto, cntáo, "este monrento ' ó âquiio quc chegâ i!) nosso conhecimento agora. ele só se distinguc subietivêücnle (Alutto): Nàol Ibfi um!1disÍinçãa, o nofiel7lo atual é o úttíco fio ttutlL t) lente pode a+it. ^ genle pode âgirl A gente quen? Nós, snicitos. subielivos. eu. vocôl lALuno): Sítn! Nlas você pode âgir num moDlenlo? Você não pode agir num mo- ncnto poÍque o nomcnto não teln dumçâo c náo exis(e ação sem du_ iaçáo. Eu nâo posso ir daqui âró o banheiro se só existircnr momentos alomísticos. A âçAo exige prolongamenio no tempo. Entào, você vâl vcr quc a noqão de instântc para Hegel é ioiâlmcntc âbsirata. Concre_ to é o quê? O tcmpo. a sucessáo. A succssáo é concrela e o instânte é absúâto. E isso está intelramentc ccrto. (^Lüfia): As Lontin\ê cias da |1aturc.a são potlttnla absÍtatas! E isso? A histótia (la fialurcrl setia tatnbém absbala.. As contingênciâs sáo iodas abstratas. iodos os acidcntes são abs (Aluno): E pot ísso a história do Estad.o lafibént setia abstrata... Clâro, os aciclenles são l1lais lãcilmente perceptívcis parâ nós. mas ai está a distinção âristotélica enlre a ordcn do sel e a ordem do co' nheceri na ordcm do corlhecer o rromcnto presente é ffais âccssível â nós do .{uc o passâdo ou o futüro. mas na orden do scr cste Dlolnerlo prcsente só erisre p€las suâs relaqóes collr o anicrior e o poslerior, clc on si nresrno náo ó nada. 3:l No mâte âl que você está liclândo, você saber distinguir o abstra- to do concrcto ó absolutamente lundamental. E o l:legel é o suieito qlre tenl a vcrdadcirâ nocáo do concreto e do abstrato Hegel tinha, Arislóleles tinha, mâs nuita gente nào tcm. cssc pcssoal positivistâ todo náo tcnr. E quândo a gente lala "positivisia", quer dizer, âindâ é a mentâlidâdc inpcrantc cm todo o mundo das ciências naturais. Eles conlundem Lr abstrâto com o concrcto. E ó por isso quc certas dis- cussÕcs absolutamenle beslas podem prosseguir indefinidamente sem nunca tcr condiçâo porquc você cstá trâiândo uma abstração coúo se i(Jsse Lrlna realidâde (Aluno): É a bilurcaçàa, nao é? A bifurcaçáo ldcl qüc falâ Wolfgang Smiih. Entáo, veja. lodo esie periodo dahistóriaque se considera táo glorioso cicntificamente, um dia as pessoas váo úr de nós. QueÍ dizel: "lh. esses carâs acreditavarn quc cra possivcl provar ou impugnar a evoluçáo aninal empiricamentel" Senpre que a gente pcnsa cm ciônciâ. não pode esqueceÍ que â ciência é un] processo continlro que náo pára e que daqui a pouco tudo isso quc nós esiamos dizendo val ser outrâ coisa Náo é isso? Não precisâva ser táo mutávcl assim, rnâs de fato é. Você pode ter certeza lde quel .r que quer que você diga hojc, daqui a pouco tcm alguém rindo daquilo E no entanto as pessoas pegan o consenso cicntífico c jogâm na sua câra como se fosse uma autoridade. Mas isso náo é âu- toridade nenhuma, um conscnso científico é uma Íodada de baralho. nesta rodada dell isso, nâ próxina vai dar outra coisa. E ntais aindâ, enquanto a ciência for olganizada nesiâ base kantiânâ ou caftesiana, dâ bifurcaçào conro charrâ oWolígang Smiih, vâi ser muiio mais âssim do que ieriâ de ser: Quer dlzer, â ciência vâi scr muito mais relâtiva do que elâ teria que ser 34 N\luna): O que üen a set essa biÍurcaçào, prclessot? A biturcâção. nós já explicâmos isso âí quândo explicanros Des- câúes. é o seguinte: quando Dcscartes diz que exisiern dois tipos de substâncias, uma quc ele clülnâ ldel a substânciâ pcnsantc e outra quc cie chênâ [de] a subsiância cxtcnsa, â substânciâ exlensa é defini- dâ matematicamente. mâs sc cla ó definida maiemalicamente, ela nâo co esponde aos objcios dos nossos seilidos. E os objetos dos nossos scntidos, por sua vez, só existem subjctivamente para nós. Entáo, Íe- sultado: você só ten a mâo duâs coisâs. você tenl as ilusóes da sua Drente e, do outÍo lado, você tem objetos matenráticos náo cxisicntes; ( (.re e ^ as, rro dd r'r n( ic h1 qJ ro \ecu o.. L.o vu(í ulhar curn olhos hegeliânos e você diz: faz-me rt isso náo vai dar nâda. Agora. daí as pessoas âlegan a aplicabilidêde técnica; você consc- ,lue .r aplicabilidâde tócnica porque entre o conhecimento cicntifico que você tcm e os objeios que você produz cxiste un sâ]to, um abismo ontológico, que você nAo sabe do quc é preenchido É por quê? Porque no instante en1 quevocê salta da ciência par.r a tecnologiavocê não usa nrê \ â bilurca\ao. \ úrr vdi lid"r (orÍ .oi.a' ÍFai.. , orras r.r t qu< r;u sáo ncm subsiâncià pensante. nem substância eÍtensa. Na hora en quc, por exenplo, você: iAh, aqui nós vamos làbric.Lr um automóvell '. entào, você vai peg um pcdaço de ierrlr. ninédo de ferro, e você nào vai dizer nem quc ele éumâ entidade matemárica abstratâ, nem que ele é umâ ilusáo do entendimento, você vai tratá-lo como se ele losse re- almcnte ferro. É nisto que se bascja a tecnologia. Só que a ciência náo 1en1 nenhum lundamento pâra isto- eniáo a tecnologia existe porque na hoÍa de praticá-lavocê esquece abendiia ciência. E \.ocê usa o quê? A racionâlidade de senso co uln que diz que lerro é leüo, pau é pau, e pedra é pedra. Entáo, ó mcntira que â tecnologia dependc da ciência. e1ê náo depende, ela ó independenle. ela te uma lógicâ própriê. (Abo1c'): Lla Íotnece caisas pata a ciência! Clârol Ela rcsol\,e os problemas, â ciênciâ só cstá criando prcblenra. VLrcê nnâghâ quc sc pâra você lãler um automóvel. para vocô furar unr poqo de petrólco. vocô prccisâsse esperar pâra resolver o problema do bulaco negrc, precisasse esperâr pâra ter â tcoria ccrtâ. Você nAo espe râ, vocô sc bascia nuüa racionâlidâde técnica quc podc não icr â prora Írllinê dâs lcis quc cla crnp.ega. niâs que âpela ao senso comunl dc quc as coisas lirncionan. Eniáoj o quc salvâ a oossà ciência é a tecnologia. nâo ó quc: 'Ah, a ciênciê criou essâ tecnoLogia marâvilhosal" Nãol A ciôncia ó uurâ vcrgonha tr se não lbsse a te.nologiâ, cla náo tcria des- culpâ nenhuma parâ cxistir. Mas você consegue praticar a tccnologia porque locê nAo â pratica cicntificamcrte (Alu o): Usando "ciê cia" sefiprc enbe aspos... l,,rrr r rr.rid o-, l.IJ",r. ljr:r l(cn 1.. \ i, p.ufrd,,\ri,d. você iem um âbisno Lrntológico. Quc você preenche como? Com Nâ hora cln quc você criou a biturcâçào inicial, qucr dizcr, d€ 0rn lado nós temos as nossas idéias, sáo tudo subjetivo. é ludo fan- iâsia, e do outro l.Ldo \,ocê tcnt um conlunto de fipóteses lógicLr, matcmáticas, er1ão, você está €nlre dois sonhos ou dois pesrdelos. Quer dizer os objctos da ciêIlciâ nâo couespondcmaos objctos dos nossos sentidos, c os obictos dos nossos sentidos sào apcnas ilusõcs que nós tenlos. E claro quc inclo isso é rnâluqlrice. Fi é cl.Lro que na horâ dc lurâr Lrm poqo de petróleo, dc làzcr um âutomóvel, você náo teva nada dis$ e conia. O que está faltândo é üm vcrda.leiro estudo sobre a iccnologiâ c pegar as premissas cpistcnnrlógicas dâ tccnologia. Qlrando você vâi vcr sâo prcmissâs aristotélicir toDlistas, todâs clas. Senão não luncionariâ. (Alrma): O Robelo Cdnlpos costunla dize] qLte esses itteLectuais nLn dizentlo qLLe tudo é rclatíüo, tnas tienhurt (Leles pe sa issa a lnru tb IíEat a catro ou uperlar o ifileüüplor pata acetdet d luz. tsonl. mas o probiema da relaiividade é olrúoi o problcffa do rciâ- rivisrno ó outro, outro dcpârtaDlcnto. Veja. tanio relativistâs quanto náo-rclatii,istâs cstào ambos denlro do negócio da bilLÍcação, não ó .sse o problenâ. Até toctâ a discllssão em torno do relâtivismo padccc do mesrro problelnâ. Se vocô levassc uma discussáo dessa pârâ Hegel, quanios minutos Hcgel levâria para resoh,cr isso .ri? Dois segundos, tâlvcz Qlrer dizer. você veln com urrê proposta de relâtivismo filosófi- ljo. relâlivismo cogniiivo. ou relativismo morâI, muito bcm, rclaiivismo ó nor conccito. ó um conceito absiraio; sendo uln concejio abstralo, dcntro dclc tcnl Lünâ conplicâção. ele eslá apelancio â coisas cl0e não sáo ele, umâ coisa é relativa a oulrâ coisa. â qual podc scr rclârivâ â u nra lerccim coisai coiáo. você dizer que você é relativist.L nào quer di zcr âbsolutamcntc nâda sc você ntLo lr;Lçar o nlâpeânenlo das Íelaçóes qlre dcfinem o relaiivis o. E na hora elr q0e você rivcr trâçado cÍc mapeâDerro, este coniunto de rclaÇóes, por suâ vcz. nâo scrá rclâtivo aos elemcntos quc o conlpôen. pode ser relaiir,o a oulril coisâ. llntão, o quc cstão discuiincto? Vão ianrber sabãol De ceúo modo a lilosolia de Hegel, a filosofia rlo Idcalismo Alcmáo. e pÍincipal'nenie â dc Hcgcl. a uma apoteose da técnica filosófica. A tócnicâ ó marâvilhosa. varavilhosa e imbalível. e é um pinicLrlo dâ intcligôncia humana. Se eles coneieram enos, e Hegel comeieu mons- truosos. eu lâlor baÍn. elxlje hunãnun esi. trIas só conr isso quc clc nos dcu, tcnlos quc csiâr gratLrs pclo resto dâ vida. quer di7er. Flegel cnsina vocô a nêt os probleDl;rs na primeira. sem você errlrar em romplLcaçóes que sAo absolulanrente esrércis. Não ó isso? Quando o nosso ministro lLuizl Gushiken dlsseaí: l{liberciadede imprcnsa ó rclatival". cu digLr: mas é claro que é relàtiva. seu rniristrcl 37 Só quc ó o scguinte: relativa a quê? Relativa a vossa excelôncia? Nâo é isso? Porque no iundo o que esiá querendo dizer é isto: 'A liberdade de imprensa é (elativa e o absolulo sou eul" Não podemos acreditar numa coisa dessas, o scnhortrata de arrurnar outro absoluto mâis persuasivo que esse ai nao dál BoÍr, isto é relêtivo àquilo que é relativo àquilo, que é relêtivo àquilo, chcga uma hora em quc o sistema fecha. E fechou, você sâiu (Aluno):E ô sistema absoluto? Agorâ, se você pega o conceito abstrato "relâtivismo" e o trata como se fosse uma coisê, entáo, você está hipnotizado. Entendeu o cspírito do hcgclianismo? O hegelianismo é assim: corresponde â um desejo, a um instinto profundo, de sair do mundo da abstraçáo verbal e câptâr a realidade concreta. Saber que os seus conceitos têm que corrcspondcr a rcalidadcs, e para corrcsponder a realidades, nâda é real isolâdamenie. Só é real no tecido das rclaçôcs que o detcrminam. Entáo, se você ten1 âqui um discurso lógico, você lem que ier um dis curso dialético do outro lado que complementâ uma coisâ com a outra como dizia o nosso Mário Ferreirâ dos Santos, quer dizcr a dialéticâ é defesa contm o abstratisDro. Agora, quando nós nos lembramos que para Aristóteles a dialética é o verdadeiro método cicntífico, quc a lógica é somentc o discurso científico pronto. eniào. nós podemos dizer que a lógicâ está no come' ço, está ântes dâ ciência e está no fim delâ. Quer dizer, você fazer um discurso lógico que náo prccisc mais scr dialetizâdo ó o idcal dâ ciên' ciâ; mas o método científico é a dialéticâ, é a conliontâçáo (Aluno): lunto com o hegelianismo... Él 3E (ALuna): Cofio é qúe se atticula a dialética do HeEeL com a do Atistóíeles? Ehs são muito diÍercnÍes? São maneitus dilercntes de se iret a megna caísa? Não tetl1 nadct a üet? 'Iêm muito que veÍ, uma é diretâmente inspiradâ na outra, qucr dizeÍ, Hcgel cra um profundo esiudioso de Àristóteles, â dilerençâ é quc para Hegel existe ioda ulna dimensáo iemporal histórica pela qual Àristóteles nunca se interessou. é um mundo estmnho para Aristótc- les. É como sc Hcgcl passasse o aristotelismo do plano pêra o espaEo, clc cria uma ierceirâ dimensáo, essa dinensáo do tenpo históÍico. E náo digo que Aristóteles desconhecesse, mas náo foi objcto dc atcnçáo dele isso aí. Aristóteles só se intcrcssava pclo processo temporâl con1o passagcrn dâ poiência ao âto. Qüer dizer dadâ uma espécie, ou dado um ente, você tem a sualornra essencial, e iudo o que aconteça com clc no tempo é a mânifesiâção dcssa forma cssenoial. I sso, Hegel concorda plcnamente, mâs enquanto Àristóteles âplicâ isto a entes individr.rais ou espécies individuais. Hegel olha o coniunto da realidadc sob cstc aspecto da passagen da potôncia ao âto. E isso Aristóteles náo fez. Mâs o hegelianismo não dcixa de serum aristotelismo. O único proble ma de Hegel é que ele descobre umâ dimensão nova. mas a dimcnsáo náo é abarcável com os instrumcntos quc cle tem ncnl com os que nós temos. É assim: o cara mâtou um leão e achou que podia mâtü todosl Náo pode matarl Eniáo, no instante em que ele coLocâ cssc proccsso do cu, a rcali- zação do eu. cono modelo do conjunto da realidade, ele está ceÍo; só que os eus individuais aí passam a scr apcnâs elementos mâteriâis de um outro sisteÍna que está âcima dclcs. Quc sistcma é cste? (Aluna): A ídéia do Estadol Náol E1e percebe que o Estado ó só mais um clcmcnto, que o Es- tado é uma forma abrangcnte dentro dâ qlral os lndi\,íduos são prâti 39 camente nâda c que só âdqüirem alguma realidâde na medida cm que sc intcgrân no Dstado, tânto que ele diz assiff: "Os grândes homens. os grandes lídcrcs. os grandes gé.ios. etc., sáo alguna cojsa náo cm si mesmos ou por si n1esrnos por câusa de sua quâlidade, mas por terem percebido. teÍen captâdo c tercn encaÍnado as tcnsÔcs c necessidadcs hislóricas colocadâs por aqlrele nomcnto' Bonl. é assin e náo é assirr, porqLre nós lambén podcmos diaietizar isto. Mâs pârâ dialetizâr isio precisâilâ e\por o qrc cu acho do negócio e eu náo sou o âsslrnto dessa âula. Bom, mas sÚ paÍa dar uma idéiâ: cu pcnso tudo ao conrrário... rcconheço a gÍandeza dc Hegel. rnàs eu penso ludo êo contrâio. rcconheço que o quc clc descobriu é impor- raniíssimo, lnas â filosofia náo podc parâtl se você deu um passo. você rcm qlre dâr o pâsso seguintci cntáo. o que eu pcnso ó o seguinle: se você lonrar o conjunto do quc eu sei e reprcscntâr o conjunto do quc eü sei por uln círclrlo, qüer dizc! pcga o horizonie dâ Í nha consci ência e demarca, c pcgâ o conjlllllo do quê vocô sabe. represenla por um cÍculo tâmbón, pega o seu horizontc de consciência, demarcai vocô vai vcr que entre eles náo podc havcr coincidência total, mas vâi haver unra inrcrsccaâo; mesmo que essa intcrsccçáo âbrarjâ, digamos, Iroventâ c oito por cento de cada urn dos cículos. sei lá, vai hâvcr uma intcrsccçâo que é nrenor do quc os dois círcuLos. Daí vocô pegâ um lerceiro elemento, pcga âí o Jorge. pega o horizontc de consciência do Iorgc, rcprcscntapor u cíÍclr1o, vai tcrun1â inlersecção, essa intcrscc Çáo scrá ainda n1enor do quc os dois círculos anleÍiores c l1lcnor âinda que a inleÍsecção entrc cu e vocêr e dâí você pcga o Alexander e laz o dclc, ou seja, o conjunto dâqüilo quc nós temos consciêlrcia ao mcsn1o tcmpo é nuito nlenor do que o horizonie de consciência de qualquer um que está ali mctido. (A|üno):O conlutlto é t aiot? Menorl 40 lAholo): Metlarl.- [4cnor porque essa jntersecçào vai diminuindo, diminuindo. dimi- ruindot o conjunto do que nós percebeDros ao mcsmo tenpo... (Aluna) : . . que é camun a l.odos.. Que é comunl a todos... então, essa intersecÇáo vai ficando cada \]cz menor. meno! nenor meno! mcnor se você pegàr o coniunto do quc iodos os blâsileiros sâbenr ao mesmo tcnpo, dá menos do quc uln !a1o sabe. É por isio quc â idóia dc considerar o Estado como se fosse um cu ó furada. E náo obstântc Hcgcl €stá certo nâ hora cm quc ele cnlende quc a históriâ só pode ser a históriâ dc uur eu; poÍque se existe unra dimensao chamâdâ história, cntão ten que ter uma consciência qLrc a unifiquc. ela tem que ser a históriâ de algo Ora. se nós pcga- rros a humanidadc inteirae lalamos âssirn:história dâ hLrnanidâdet eu digo: muito ben1. nós podcmos coniâr a hlíórjà de uma unidade sociâl nicnori na qual cxista continuidâde elêtiva, por eremplo, a listória dâ sua lamiliâ. Cada gcrâçáo dc criança loi educada pcla gcrâçáo anierjo! clc.. enláo, vocé tem umâ séric dc clementos conuns quc você vâi pas- sando. Mas como ó quevocê vai coneclar jsso com a hisióÍia de outras làrrí1las que nunca viram aqucla, qlre náo tiveram a mcnor conexão? São processos absolulan1ente indepcndcntesl A história dâ suâ família não tcm nada a ver com a hislóriâ de uma farrília da Zâmbiâl Náo é âssim? [nlão, como é qucvocô vâiconeciar todas as histórias de todas ls culturas, e de todas ês naçôes. e dc todâs as faníllas em um negócio chaniado dc história da humanidade? Nâo tcm unidade. Mas se náo lcrn unidade, como é que nós podcrÍamos teÍ lormado esta idóia de históriâ da humânidade? (ALw1a): Ntto depende dos t)spectos que esho se do atlalíslldos t1a llisLótía de utna lamília também? Náo esiou làlando do ponto d€ vista subjetivo.. (Aluna): Nao. nas depefidefido do aspecla.-. Sc exisie ulna história... (ALw1a): Se l)ocê esÍá esttlclLndo uma íamilia sob a aspecÍo da es bLtturahumaru\ aí úacêpode sim col11Patt)r com a hisÍótia de outms la'nttttt\ e no\ttot o qttP quc hcl t t4 cafi t - - Entáo. estrutura humanâ significa o seglrintc: que você vai pegar ünr elenento biológico (náo ó isso?) e vâi dizcr: a unidâde dâ história humâna está no Iato de quc ela transcorre para individualidades que biologicâmenie sáo idônticas. Lü digo: isso náo fomlâ unidadc. lsso lornra âpenas aralogia. (Aluno): Oü enlào, põe o [Jahn] DalÍon ai: a hístóth da humalli dade é a histotia dos Eenes. Náo rcsolve nâda tâl1lbóml Se lor a história dos gcnes, eu digo: mâs isio náo lbrmâ unidade. (Alüúa): Eu nào estaüa pensafida eraíame le na-- Só formâ unidadc pelo faio dc que as váriâs individuâlidades. os 'arin.,-rulipoi l|Ír uma e.lrulll-à.úrrr!lll.únluul'o' I 'u itl. \44' isto é unidadc física. unidâdc natural dos indivíduos e náo do processo. (Alu a): Então. qüa|Íoi a getal qüe llegel encotlíau? Você pega unl baralho. você vê que âs cartas do bâralho são todas compostas da nesma coistr; dai sc desenrolou um jogo. eniáo, eu ga_ nhci, você perdcu. etc., etc., houve um proccsso. Você pode dâ esiru_ tura das cadas (aqui leitas de pâpel, imprcssas com tinta tal) deduzir . jogo. o pn,.i..u on i,,!ul Nio I "o pude' E Llc'rà rrrr:Jadc qu( ,o' estamos lalando, destâ unidadc do processo tcmporal quc nós estamos nos reierindo quando falamos em históriâ. Nós perccbenos lacilmcnte quc a história dâ humanidade é concebível como conjunio, mas que csse conjunto nâo eristc mateÍialmente. (Aluno): Inclusiüe, p.ila cada Lu,at do ítündo que aocê /ot, a histótia é dilerente! Exatamenie, mas nós podcmos conceber â história, nós temos ê noçáo de história dâ humanidade, nós podemos ter essa noçáo. e nós sâbemos que â âigo cla coresponde. Por cxemplo, a história desta espécie considerâda no coniionto com as outras espéciês ou com o âúbiente fisico. Nós podenos ver quc há uma série de modificaçoes no tempo que relletem as sucessivas âdaptaçóes deía espécie animâl ao seu mcio; entáo, isto lbrmâ uma unidade lógico,ideal, náo unidade rrralerial. Mas você também percebe facilmente que para cxistir esta unidade é absolutamcntc necessário que exista um conjunto de possi- bilidadc lógico-ideal em lãce da qual eia se defina. c este esquemâ de possibilidade lógico-ideâi é transcendcntc à históriâ humana. esiá fora c acima dâ hisró a humana. Entair, é perantc â €záo universal que eiste a história humana Só ai, querdizer, é só nesic plâno do conlion- io coln a râzão univcrsal que se pode falar de uma unidâde da hisióda humana. Se você iirâI cstc plano e for apenas para o plano empírico. não lem unidade nenhuma. a humânidade náo tem hisióÍiai só ierá unidade genética biológlca. E você não vai poder trâçar a unidade do processo, vai ser somente â unidade da continuidade física de alguns dos seus componentes, mesmo qucvocê traçâsse a gcnótica da históriâ humana inteira. cr digo: n1âs espera âí, o processo dâ herança genéiicâ é um, e o processo histórico é outro. (AlLtl1o): Aíé patque a patLir desse prccesso... Istol A pariir desse mcsnro processo genético. vários desenvolvi- ncnru, \i5rnrco) dilerentE. .iriam po.5rre 5 .13 Ertão, basta você làlar hisióriâ da humanidade e você iá cslá pos- iulardo.r existência cla râzâo universal pemntc a qual essa históriâ é história. Qucr dizcr qlre senl a noção da irânscelrdêncl não tcm his_ róriâ. Agorâ o que é que vim tlm histo ador positi!istâ? O historiâdor posilivlsia é o süjcito que vêi ljonlar Llffa história no insiânte mesmo em quc clc afirma taxalivamentc quc nâo existe hislória ncnhuma. Entào. ludo isso âprcrdcmos cLrlll H€gell \\tutto) L u,a ftp r,,fn'Lt ttaú drrtrt do- a to an É o pressuposio nao dcclarâdo dâ exlstência mcsma dâ possjbilida' cte de unrâ hisióriâ da humanidade. (Alu d): IIisrótia Cetal, assitl1... lAluno): U ta hislótia qúe tent... paryuc é a hisÍotiadat que Claro- mâs ó cÍc o ponto n que Hegel chcga. quer dizel para havcr a história. cssa história tem que scr a hisiória cle Lrm eu. nras náo é a rrürha hislória. nenr â suâ história, náo é larnbém a históriâ do Eslado, nào é a histó a das culturas. Então, é â histí)rja do quê? Do ffacro_cu quc vivcnciâ tudo islo êo mcsrno tcmpo coniirualnentc. Só podc hàveÍ umâ história se erisic uma consciência que sc historiciza no iempo. Entao, se vocô pcqar a história da humanidâde e ntLo pe€uniar 'b qlre é a humanidade?". mas "qucm ó a humanidade?' , vocô cstará próxho clâ qu€sláo legeliana: dc quenl a históÍia.la humanidâde é história? Isto é o quc cle chamará de "o cspírito âbsLrluio que sc maniLstâ no telnpo''. Só ilue aí começa a burrÀclà. Se sc manifesh no lenrpo, náo é âbsoluto: sc clc sc historLciza e só adquire a exisiênciâ concrcta hisoricizando'sc. então. ele iambón crâ abstmto e pâssâ pârâ o con crcto. Hegel dirá o seguintc: que o conceilo do scr c ccriâmente o con_ ceiio râis univcrsal e nlâis abrangcntc. c por isso nlesmo o conceito râis vazio porque náo designâ nâdâ en1 pârlicular. Pârâ dcsignar enl ++ trLrticular é necessário quc haja o pLocesso de n'ânilest:rçáo no qual o (,)rrrcito âbsimto do ser se rnâniLesia nos seres eristcntcs. na totalidâ- Só que aí temos o lcguintc problcmar d€ntr.r deste enlbque o con .cilo do scr tomâdo abstraiamente é o conceito do nâda. porquc não 1cn renhunâ determinâçãoi c cstc ó o grande erro de Hegel. Por quê? ,\ n.rçáo cle ser se aplicil por eriemplo aos cntcs rnaicffáticos, às relâ çl-)cs matcnráiicas, elâs sáo sercs. elÂs existenr, sào rcais. cntáo. sá.) c\isleDles. erlão. são scresi mâs sc aplicâ taffbóm aos seres biLrlógicos. os rnincmis. elc.. eic.. il tudo o que cxiste. Sc sc âpljca a tudo, cntáo, rurjo sc aplicâ a nada cm pâdiculafi se fiáo se aplica ê nada cnl paliicu- hr não lenr deterninaçóesi sc náo tcm dctcrminâçocs é indeiernrilra doi sc ó indeieürrinado. é abslràlo: e eln si mesrno ó uln nâda. lÀlto1o): Se eLe se aplíca a tuí|o. pot que ào pade se E)licfi a roda 0isa it LdüiiduLtl:' À cada coisâ individual. clarol NÍas â nenhuma em particularl (Alu o):A caàa una em pa|ÍiLulat! A câdâ umâ em particular clarol lAhno):A todas... Clarol (Aluna):Una au tadasl Sim, só qle o ser lesmo nào é nenhum dos cntcs cm particulâr . (Aluno): Ele àa dísÍítl\ue. . Ele não pode ser delerDiirâdo a nào s€r pclos cntcs nos qLrais ele se nârilêstai o scr só cxistc nos cntesi considerâdo seln os entcs. clc a apenas un conceiio absüêto. +5 t Só que eu acho isto umâ conlusão absolutâncnte niserável. c cstc é o calcanhâr de Aqlriles do sistcma de Hegel Porquc o ser nio está colLrcado loÍa do proccsso lemporal qüc o manilcsta; o processo tcm- poml cstá colocaclo dentÍo dclc. A maniiestÂçio do scr nos cntes é unr processo inierno dclc, o conjunto dos rcmpos é unr porrlinho dcntro da etcrnidadc. Não é que o ser, considerâdo em si mcsnlo, é abslrâlo, e poÍnnto. nadâ: ráo, o scr é elerno; e clc iá ó siDrllltrLneâ rentc tudo o quc sc manilestará no tclnpo; como dizi,r o AP(')stolo: 'Nclc vivcnros, nos movemos c somos ' r lsso quer dizcr quc o scr só corrcspondc a0 nada, isso clr erpliquei no lardim das /\Íliçóes, o scr só corrcsponde ao na.lê do ponto dc vista cognilivo, rnas náo do ponto cie visia ontológi- co. rnas Hcsel acredilâ quc ó do ponto cle vislâ ontológico, quer di/eÍ, o scr pârâ seÍ algumâ coisa ele tenr qlre sc manilcstar no te po Eu digol náo, mas â DranileslàçAo do scr no ien1po nao é ej{icrna ao ser. el.r se dá denlro da etcrnidâd.. llâciocinando cnr icrDros leológicosr tudo o que nars sorms Deus já era Lrito antcs dc nós. jndepcrdcntcrnente da os- sâ maniieslaçâo ro tcmpo. Enláo, â rtoção dc scrnão é a mais vâzia, cla é vazia só do ponto .]c vistâ lógico e cognitivo, rnâs do ponio dc visla ontológico é â mais cheiâ MÂis ainda, clc nâo é indeleÍminado, o ser ieff dctcrninações mLrito prccisâs, por exelnplo, clc nào pode deixar dc ser; ele nao potlc sc negar a si meslno cxcLÍo no plâIro das possibi lidadcs náo reâlizáveis. ou scja. no plano clo âbsllrdo. o problenra dc Hegel é que elc náo aprolundou a noçáo da cternidalle. o ahsoluto dele é uur absollrto mujto rclâtivo quc só se existencia no tcmpo. Ilai quc loi o desaslrc gnóstico da lilosoliâ dc Hcgcl. como ele pcgâ o cu, o processo dc tcmporalizâçáo e dc rcalizaçáo do eu no tcmpo ronlo modclo do processo universal intciro. cn1áo ele alribuirá â csie scr esla (l.liriôncia. por assim .lizcr, dc só adqul r consistência concrcia no lrnrpo e llc não scr nâdâ cDr si .resno Lu digor nâo, tuclo o que nra_ rilcslr)!i Io icmpo nào se maniieslou lora dclc. se ln<lnilcslou dcntR) .lclc c cstá sc lnânilcslando, c não a conccbivcl que iênhâ criistido um t. po onde iudo o quc hoje exisle o tctnpo nào tcnha c\lstido parâ ,) ser oü para Dcus llntio. ele scrnprc cstcvc Precnchitlo.lc rodo o scn conicúdo temporal. O conicúdo tcmporal que parâ nós sc nrânifestou num dep.ris. dcntro do scr não é depois. náoi 'r\ cicrniclade dcliniÇaio .b Boócio ' ó a posse plerrâ c simultânca dc toclos os se0s rnorncnlos". Qucr dizcr o cspiriio obicii\,o, quc Hcgcl chama dc cspÍito obietivo. aquele que se manilcsta no lenrpo e que concspondc à história, náo ó ii\.r11,^t\iàn( r,Jr..,,..r|rr:r,rôn..n.i nrcsnroi nós eririrÍros na cxistônciâ. mas cle serrrprc cstcl,ci c nós náL) sâínr)s dele. csiârnos dcntro ctele. (Al1r1o): llsse set Lairu hístótia do LIeAel. setia ut sílnbola da set enqLtto a lal, niio é? \Jn par. H,r,l ni.,, pi r ll.,.lcl.. ,p'Jt'i,'.. ,, ,,, \i'"'.u In (/\Lu11a): Eu di\o. colocqtldo a coisa e 1 Íe]' |os ttlais clatos Lntáo. no momenlo em qlre clc pcgâ o prLrcesslr do eu co!ro rnodc- lo do processo exislcncial connr un1 lodo, o qüc acontccc:) ^conleceque o indivíduo humano. eu, ou você. ou Gcorgc wilhclml Friedri- ch Hegcl, no instantc enr que âprccndc csta tolalidade do proccsso. sc convcrie ele nrcsflx) 11o ser porque eslá olharrdo as coisas desdc o ponlo de vistâ divino, clc n,o é nâis disiinguÍvcl de ccrlo rodo do próprio cspírito absduto Aí \'ocô criâ unl problenra: Hcgcl ó Dcus? Isso íica unr .rbsulÍlo dc|tro da filosolia de Hegcl. r{âs o absurdo eslá enr quc o conccitLr quc elc tenr dô scr sc conluncle com o próprio scri clc confundc o conceit() dc scr corr o scr Concefiualnrcntc fa- rArDslr',28 i| rir;lnp (ô!r Íni r!.irÉil« küi id[i!,,;: .ni: !; r ko8'íra,: ntrr:ú" ,ilrjoof" Íor t0 râ' ra'or ior'iln lin il§) Jtirn viri,rus !( ov.nur ot $trr§ si.ü1rl quidânr \rrruf pôúârü.r dLrc'unr iPrnrs rinr o1E.nüs strDrrn 1i T lando. o scr ó vazio, porquc clc scnclo o c$rlcito nrâis univcrsàl quc tenr ele não é nada c padicular. náo ó nadâ dcicrnrinadâmcntc. cn- ião. ele ó indctcÍninado, sc clc ó indcicrminâdo clc ó âbstrâto. nâs isso só \,iilora conccptualncntc. c conro Hegel só admitc na lilosoiia o conceito. ele não âdmilc o inruill!o, clc náo podc sâir dcsra. Vocô Iáo p.rde IoÍnâr um conccito do scr quc náo scia o conccito âbstra to, mas cristcnciâlmcntc c irlluitivaDlentc você sabc qlre vol-ê cstá derlro dcle. Il esle é o negírcio da pârâlâxc cognitivâ crn Hcgcl. No illsiânie cm quc clc contundc o conccito do scr quc clc forrou com o próprio scr dcntro clo qual clc cstri c portântLr ele sc identiljca conr o ser, conccptlralmenle ele nio eslá errado. ele só está errâdo c)iis- tenciâlnrente, c clc naú podc sair dcl dcntrc disso conccptualnlenic. só podc sair iniuitivamcntc. Ou scja. clc coDro ser humano sabe que cstá dentro do ser c qlre ele é só mÂis u r elelnento do proccsso c nrals nlldâ Mas conro ó qüc vocô vai crprcssar isso conceptlrallncn tcl'Eu lalo: náo podcl Porquc o nundo do conceilo é o Nurdo dc) sistcma ondc a indi!lduêl;dade nao conla Intão, o quc acontccc? A indivi.lunli.l de de Heitel ó ar]rpliada pâra sc translormar no scr. NÍâs só sc transforDrâ conccptuahncntc, cxistcncialnrefle nao. ele continua seDdo o seu Ceorge I Iegel que inorâ na ruâ ial, núnrcro tâl. elc.. etc.. e que solriâ.le pmblemâs inicstinais, ctc., ctc. (Aluna): L tLí ttue asceu lada essa. a prcparução . Aí é que esÍá u base k1n1béi1do iiListna que rcio depois, au nàa? Não, Hcgcl náo a niilista, nadâ niiijsta, de nrancira algurna. nras o niilisDro é unla relposta possivel a Hegel lALuna): Poryue esse maziunenta ou seja lá a que fot. ele loi fiaíd' (Lepois dele lanbé 1. t1o é? ^l1Íes disso Íinhã ttlttlbént algna Loisu clesse iiLisno. ou não? +E Nlo. o niilismo odcrno âparccc ellirc outras coisâs conro uma t.r( o a Hegel, ó uma dâs muitas rcaça)es que tcm.. O mundo do ll.scl nao é o mlrrdo .lo nâda. ó urn nundo rcplelo, a unl mlrrrdo t,lrno. Por qua'l PortlLlc iá é o mundo dâ história, já ó o mÜndo !rrLnilcsrâdo. e dcntro delc. tudo o qtlc cxiste esiá 1á alenlro clo pro .esso. O Írnico ponto qtrc cstá eÍrâdo ó ele achâr que o scr cnquarrio rlo se anifcsta hisioricamenic ó na.la A lâlha dc Hcgel é lráo r(lnritir a importância do elclücnto irtiuitjvo no comcço. Por issL) (tuc clr digo â vocês: eu pcnso ludo ao conlrário de lÍegcl. Eu perrso rssim: q0c a intuiçáo a tudo. Eu nâo acrcdito seqlrer cn1 conhcci' rncnlo racion.Ll, eu digo: â râzáo humâna nào é tr!n mcio de adquirir cr)nhccimento, cla é apcnâs unr Lrcio dc e{prcssá lo. Tudo o quc ilo loi perccbido de âlgum n,.rdo, ou seja, quc nio loi intuitlo. não ú conlrccilllenlo dc maneira alglrnra. Aró â estrutura lógica: sc o sulcito í.rz unr bclo raciocinio e vocô nào pcÍcebc inluitivâmcnte a cstrutura c a unicladc (lo raciocínio dele, não adianla nâda. llnláo, par{ rllim â inluiçáo ó tudo. ao conlrário dc llegcl onde elc vai .iizer quc o indii,iduo é nada c que cssc conilrnto ó tlrclo, cu digol náo. o jndi\,ídLro é {Lldo. Nlesmo porquc o coniunto só cxisic para o indjví.luo quc l) Àprccrlde. E cu penso muito assim no c\ernplo do Cristo na rru/: quantos cstâvalll entcndendo a situaçao? Só uml Não ó istol Il hojc nós ve rnos a shuâçâo loda através dos olhos de qucllll Daquclcs panacâs que cstâvan lá cm volta? Náo, desse urn ^gora. cstc un1. eu digo: honr clc erâ Lrm indivkluo humano? Sc ele lossc un1 indivíduo hu lnâno. entáo, por llraior que lossc o scu horizonte. seriâ nm horiTon_ le limitado, c elc dcveria podcr olhá lo dc lora Não ó isto? Sc \,ocê não cntencie cxatanenle
Compartilhar