Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Pré-Socráticos Aula 5 por Olavo de Carvalho coleçáo História Essencial da Filosofia po. Olalo de Ca.lalhô Coleçáo Hhtória Esen.iál da lilosolia Aconptuhâ est publicaçáo um DVD. náo pode ser vendido separadámente lmpresso no B.asil. agosio dc 2006 copyright @ 2003 by Otalo dc Caúêlho Iolo Olalo dê cúr€lho EdiioÍ Edson \'Íanoel de oh cüa lilho Monique Sche.keh e Dagm Rizzolo Dagui Desigh Tereza Maria Lôuronço Pereira Os düeiros autorais desa €diçâo peÍcnccm à É Rcalüaçôes Editora, Livra.id e Disiribuidora t,tda CEP 04010 970 - Sáo Paúlo SP Teldâx, ( 11) 5572-5J63 E-mail e@erealizâcoes conr br §Mr.erealizacoes.con br P"+' d o.o.o.o F o.o. .oD po' ds,o ,i 'qrJo'e' 'oo orn .'.. .'. .o'i .,..d o. ;. i.., Pré-Socráticos Aula 5 por Olavo de Carvalho coleção História Essencial da Filosofia :, ü 2006 ColeÇão História Essencial dâ Filosofia Pré-SocÍáticos - Aula 5 por Olavo de Carvalho Com essa aula. vamos ter que romper a ordem cronológicâ, porque vamos retornar aos pré-socráticos. Mas isso náo será a única extra_ vâgância que vamos ter que Iazer: em parte devido à amplitude do assunto, em pârte por um problema metodológico, teremos que colo_ car alguns conceitos com os quais vamos depois explicar as filosofiâs pré socráticas. Antes de entrarna exposição cronológicadas doutrinas,vou terque dar uma aula que náo será histórica, mas sim teó ca, que vai colocar um problema lundamental para a própda narrativa: existe um ceÍo consenso - e isso se lerá em praticamente todas as hisióriâs da filoso_ fiâ antiga de que a filosofia se disiingue da úadiqáo anterior por ser uma atividade de ordem racional. Esse apelo à idéia de râzáo é usado para sustentar o argumento que afirma a filosofia como uma tradiçáo ãuronomâ que noda deveric a5 lon.L s orie )Iai) Houve, durante algum tempo, uma discussão a respeito disso - se o que apareceu na Grécia já náo teria sido antecipado de algum modo pelos egípcios, babilônios, judeus. etc. A tendência moderna é negar essafiliaçáo oriental dafilosofiagegae afirmá_la como um movimento novo, intelrament€ original, € o algumento básico para legitimar isso é a distinçáo entre o que seria um conhecimento de tipo mítico. ou mito-poético, e o conhecimento racionâl Isso quer dizer que, desde os primeiros pré-socráticos, desd€ Iàles, os filósofos gregos estariam já numa linha de investigações que os aproximaria antes da idéia do cientista moderno do que da idéia dos proletas ou videntes de tradi_ çóes orientais antigas. Pornais que cu estude lsso. nâo consigo entcnder exatamenie do que estáo falando. À distinçáo €ntre o mito_poético e o racional, tal con1o é oíerecidâ nâsvárias tlisrórlas daFilosoÍia. mesn1o nas mclhores delas.. Eu trouxe clois cxen1plos. Um ó o do Giovânni R€ale, A ri§tórid dl7 ,losoliar antiga, e o outro é um livro clássico do C atnlo«l, ptitlcipiüm SdpienÍia: as oilells da pensame la líLasítico Erego.':A tese dos dois é mais ou menos a mcsn1â: irata_sc de làzer a disiinEáo enirc o nito_ poéiico e o râcional. Se peg.fmos as primeiras doutrinas dos fi]ósolos pré-socráticos verelnos. no entanio, que nclas essa distlnçáo do mítico e do raclo nal náo apârece tão claranentc assim. e que quanto mais tentamos nos âpegar a cssa distinção n1ais parece que estamos pisando em areia movediça. Por exemplo, qüando Tales enuncia a s!14 dout na fundânental a dc que a origem de todas âs coisas é a água . em que sentido isso poderia ser uma teoía cicntíficâ? D em que sentido é un enunciaclo nito-poético? A mim parcceque, porqualquerdos doislados que se veia, vai-sc chegar a algum resuliado, mas para que a distinçáo nos scja redlmeüle úiil temos que, dc certo modo. cxagerá la c sublinhâr âo máxino a oposiçáo das duâs idéiâs enunciadas Enr que scntido poderíanos. hoi€, admitir corno teoria cicniíficâ uma hipótese qualquer sobre â origem cle todas as coisas? Note bem que mesno a tcoria cosmológica alual do ài8 àarg não o olerece como origemde tudo. rnas apenas de algurnâs dês caractcrísticas do Universo físico. Hoje em dia, tenderíamos nrais a dizer que umâ teoria sobre â origem ale lodas as coisas seria metalísica ou mito poética. religiosa. leológica, mas janais scriâ âceilávelcomo teoda cicntíficà. Uma teoria sobrc a origem de todas as coisas te aquescrtambé umateoriasobre a origem de si própria. nàL) é isso? CiLlanniBn,\Lu.HisrJrid,/dil,1ófrrdiSa Trad Mnrclofcriôê 5à. fnulo Lolo a. lst)l v l ,Frincn ]VrcDôtrâklCOÀNfOrtD. P1 ih.ipitr tuP1!nti| : ds a !?n\ dÔ P.hsd daúa lilasónú ltela j.d I-ish.a fnndrlio CÍtui! Gulbarklân 1939 ^quilo quc vai expllcar o fundamento de todo o Universo iem que r\plicâr tambén como foi possível o surgimento desta mesma teoda (lepois de alguns lnilênios de evoluçâo cósmicâ. Se náo conseguisse havcr con€xâo câusal €videnle entre o lato de que houve um ái8-à4,9 . o lâlo de quc Seu Fulano de Tal teve certas idéiâs na data tâI, ateoria cviclcntcmenie já náo explicaria todas as coisas. mas somente algumas dclâs. E isto é uma observaçáo elementar Qualquer homem de ciênc1a sabc que nào pode faz€ruma teoda sobre a origem ou a causa de todas rs coisasi ele tcria que fazer sobre a origem de algunas coisas determi_ nâdas e identificáveis. Em que sentido o enunciado de Tales seria Íao dilerenie dos enuncia' dos de Hesíodo, qoe vai contando a história das origcns do universo a padirdosconflitosentreasváriâspotênciasdivinas? Qual éadilêIença que existe entre dizer que a o gem de todas as coisas é a águ.r e dizer que no começo havia o caos, dai. de dentro do caos, surgiu uma bdgâ entre lulâno e sicrano, e assim por diantc? Aparentemente. a dilêrença náo é lanta, e. portânio, aialéiade que há um abismo enÍre as fonies orientais ou a tradição grega primitiva e a atividade filosóhca parece mais uma alirmaçáo ârbitrária e uma espécie de delêsa. como diríamos, partidária ala âutonomiâ dessa atividade. A gcnl€ nota que, em todos aqueles que argumentam nesse sentido. existe u m a certâ inltaçâo: da partc daqueles que argumentam em favor de uma origem orienta], de uma Éiz hebraica' egipcia ou babilônica, erdste, ao contrário, um ccrto desprezo e úma vontade de minimizâr a importâr1cia da úadiçáo fllosófica. R€firo-me especificamente ao arqu iconhecido René Guénon. Ele dirá que a filosofia é âpenas um momento secundário da história espiritudl ala humanidade e que tudo aquilo que iá estâva leito no Egilo, na Ba_ bllônia. na fudia. eto. é extremamente mais irnportânte; e dirá qu€, no lim das contâs, údo o que os gregos frzcram náo foi senâo descobrir duas ou três chaves diêléticas que tornâvam mais explicáveis coisâs que as pessoas já sabiam. Naturâlmentc, airadiçâo acadêmica hoje náo âceita isso, e a argumentaÇão do Giovanni Reale contrâ essa hipótese é bastantc imPaciente. Desse confronto entre umaespécie de desprczo, porum lado e un1a initaçáo. umaespéciedesentimentodedignidadeofendida, pelooutro, acho que náo vêi sair nada quc nos aiude. Creio que o problema está colocado embascs mais polêmicas e quase religiosas do que realmente cientificas. En1 prlmeiro lugâf porque existe uma ]?'a'?ce valorativa evidente nâs duas colsas. Se o indivíduo privilegia o conhecimento mito-poético como um conhecimento de ordem superior. revelâda ou qualquer coisa assim, entáo ele lenderá a enfaiiz a raiz oriental da filosofia: se, âo contrfuio, cle enfatiza a inpotância do discurso cien_ tífico ou racional modemo. ienderá a cortar essas raízes e afirmar a originalidâde da frlosofia. Suponhamos qlle colocássemos entre parénteses ou até reieitássenr os completamente essas rzrarces vaLorativâs. Suponhamos que colocásse- mos a coisa assim: olha. realmente náo sabemos o que é melhor e mais importante. se é o discurso mito'poético antigo ou o discurso râcional modemo: náo temos nenhuna certeza a resp€ito dcste negócio Ade mais. tudo isso se refere a monumentos cognhivos ião grândes e táo gigantcscos que pareceria uma preicnsáo idiotê dizer que um é maior e o outro é menot Oque sei é que os dois são maiores do que eu e que nâo conheço um por inteiro nem o outro por inteiro náo abarco a signilicaçáo de um por inteiro nen do outlo por inteiro - portanto o julgamento de tamanho, isto é mais uma expressão dc uma aposta ou de um desejo do que umâ coisa v€rdadeira. Mais ainala:cxiste esiarealidade deprimcnte de quetodo aquele que proclue úrmâr a superioridade do discurso mito_poético iamâis o iaz em aliscurso mito-poético. n1as sim em aÍgunentaçáo lógica' Eque, por outro lado, aquele sujeito quc afirma a superioridade absolula darazão E c clo aliscurso científico moderno. no fim das conias, nào conseguindo nos dizer no que consiste precisamente essa dilêrença específica do racional e muito menos identificar de maneira puramente diferencial a presenÇa desse elemento específico nos pré_socráticos, ele acaba nos oterecendo iambém uma teoda que. pensândo bem, é mito-poética ^Íazào aparcce ai menos como um conceito claro de uma coisa que a gcnte entenala do que como uma entidade iambém mítica chamada Razâo, perânte a qual deveríamos nos prosternâr em sinal de respeito' Entáo. iudo isso me parece uma teratomaquia, a lllta de monsiros: cstamos no escuro; a gente está ouvindo aquela barulhada e náo está entenalenalo nada. Conlesso que nâo entendo nadâ desse debate, mâs a gente perceber que náo está eniendendo é um grande passo pâra a conquista do conhecjmento. O que náo entenalo precisamente é o segÚintê' Ô 'Ôn'eito da razão' ã nossa idéia "razáo', ela nâo nasce num momento histórico definido com uma fronteira clara separando_a de outras capacidades cognitivas que prealominassem antes. Náo só o homemvai tomando posse da /4zr;o muito lentamente, e de maneira muito problemá1icâ: â dura verdade é que até hoje ele náo conseguiu dizer exâtamente no que ela consiste' Entáo. se os conceitos que estamos usando não estáo totalmente sob ô nosso controle. muito menos poderíanos usálos como ferramenta de aferiçáo ale outras coisas que também estáo confusas Você náo vâi explicâr o confuso pelo n€bll1osoe o nebuloso peloconJuso estácerto? Nesses casos, a prudência recomenda você simpl€smente dizer: 'Olha' eu náo €stou entendendo alireito esia coisa" - e de fato ninguém está' Portanto. al€safio qualquer um a provar essas teses - ou da origem o en_ tal ou alaautonomia ala filosofiâ emiermos que sejam cientilicamente válidos. Ou, entâo. que ele prove que nào é possível teoria científica alguma a respeito e que. no máximo, vamos ter que nos contentar com uma fi gura mito-Poética. Sc pegarmos a tese lundanenLâl dc Tales, dc que â origenr dc todas o\ cLi.r. e a ogu". oe\cmu' ( i/c_. -l'lo t umr ir r"grm pocli'a' trr I 'i nile poético, una met, oÍa poética, umâ figura poética ou é u ma teoria científica?'. Uma ieoria cieniífica no senlido noderno. no sentido atual' essa senicnEa náo podeÍia scr de jeiio nenhum. pelo sinples fato de que os critérios alc cieni ificidade quc hoje aceitanos não existian na época' Enião. cra absolütamente impossível que Tales sozinho se aniecipassc a 25 séculos de progresso clenrífico. dc progr€sso na autodefiniçáo du ciência, e já por lelicidadc, enunciasse una lrase que tivesse todàs as caracteríslicas lormais. Iógicas e epislemoiógicas do que hoie ent€nde mos por un1a ieoriâ científica. O quc seria o cnunclado de lhles à luz do método popperiano da lalscabiliclade? Todo mundo sabc que Popper exigc de uma teoria científica que, ao ser enunciada elâ iorne explícito em que condições seriâ lalsa. Se ela prctende ser verdadeira. se vocô prelende que csse seu enunciâdo seja verdadeiro. entáo. o quc seda prcciso para quc elc losse falso'l Ou seja. que condiçÕes o desmeniiriam? A teoria cientifica, segundo Poppc! tem que ser enunciada d€ tal moalo que sua versáo falsa. ou scu aspecto falso. a possibilidade da sua .1lr.laoce're-. trmb,n,e u"c'JJiilc_nrne rd.larr Ora.("4co"d:Lao evidentemenie não é atcndida em nenhum grau p€la sentença de quc 'todas as coisas provêm da água'. Como você podc a provar: Parâ isso ieria que enunciar como ficâria as coisas se clas não proviessenl da água. mas sim de ouiÍas origens Provando a falsidade dessas ouÍras origens, restaria â da água. Mas qual s€ria a dilercnEâ enÍrc vir daáguâ ou vir do ar? Qual seria mais primitivo. qual seria ani€rior? Sob certírs aspcctos, notamos que o ar. por cx€mplo, iem el€mcntos dc unid€Ld€ - e se elc tem alguma águâ. e não sendo evidentenentc cornposto só disso, entáo não pode' ria, por si nlesmo, ser a origcm cla águâ. Desdc que a águâ é um dos l0 clcmcntos que o compôem. ela nào pode ser o arqui'elemento do qual sc compuscrân os [outros] vários componerriês P'r otiro lado o ar lcin um elemento de rarefaçáo, tem um a§pecto dc rareiação naior que o drL áglra; neste senlido, a água poderia seÍ vista como uma condensaçáo dc algun dos componeni€s do ar Essas duâs vcrsões das coisas, uma náo nos parcce mais verossímil que a outra Podemos argumentar indefinida_ Lrcnte em tavor de lrma. em lavor d€ ouim, e não chegaremos a nenhuma ,,."c r.,ào \o Íin, rcnamo. Jc aonir rque r.ênren.a,u,r a "lt. rnrtita) tbi simplesmente nral formulada. O que queremos dizer com este "ma] lormulada"? Queremos dizer que náo temos clareza suficiente quanto ao que é o ar ou é a água para podennos saber qual dos dois veio antes. Para se saber se unla coisa causou a outra. o ínimo que se precisa saber é o que é uma, o quc é a ol1tra... Entáo teríamos caido numa espécie de discurso .lc múltiplo sentido, um discurso pluriss€nso. Ou scja, anles dcvocê ter aexplicaçáo causal do ar ou daágua, precisaria ter a definiçào científica .lo ar e da água, e o lato é que nào se tirha. Ora, sc Tales náo tinha a definiçáo científica da águâ, e muito menos uma definiçáo cientifica dr) outro clemento da irase. isto ó, de "todas as coisas", entáo como é que ele poaleria enunciâr) com esses elementos semânticos iáo vâgos, táo aleatórios, táo frcuxos, umateoria científica? Ele não poderiafazcr isso de maneira alguma. À que !ipo cle expedência cognitiva nos remete ess€ cnunciado dc ftàles. entào? É evidenie que tudo o que um sujeito cnuncia é porque corrcsponde âaLgo queele pcnsou, quc ele inieligiu. que ele intuilr, que ele imaginou. E se nâo temos a capacidade de remontar âlé essa expe riênciâ. essa cogniçáo originária. simplesmentc náo entendemos o que ele eslá alizendo. Ora, partindo do pincípio de que a espécie humana desale o t€mpo de Tales nào n1udou muito na sua estrutura anatômica' fisiolósicâ e, podanto. cognitivâ, devcmos admitir que qualquer que ll ienha sido sua c)rperiência ela ainda nos deve scr acessíve] pelo menos inaginativâmentc. Não é possível quc com o lransclrrso dL) tempo cla tenha se tornaclo tão estranha qlre seja impossível chegar Por outro lado, conhecemos bastante o progr€sso aiual do co_ nhccimento cicntífico e a seqúência de experiências cog.itivas que corresponden a uma investigaEão cientifica. Podemos, entáo, comparar as {luas. Tambéln conhecenros algo da imaginação mitica e da linglragem miio poética. Énlão, dc certo modo, o coniunto d€ssas experiôncias nos está acessí,elc podemos scmpre lazer o exp€rimento imaginário cle rcmontar dcsde um enunciado verbal aié a experiênciâ básicaque eslá subcntendidancle. lnraginc em qlle circunsiânclas você podeiê enunciar est.r sentcnça. de quc a oigem de todas as coisas ó a água. To.los podcmos lazer este experimcnto e ter â impressáo de quc todas as coisas vê da água. Existe. por cxemplo, uma analogia que se pode fazer: você noia que, q(ando adormecc. quando vai dormir. as lomras dos elemcntos sensíveis do mundo exierior conro qrc se derÍetcm e se liqueiazem: elas pcrdem a sua dcfinição. Enquanto está acorcl.rdo, você sabc que os clementos circundanles conservam as suas lormas. e acrediia que cles sáo Íeâis jusiâmentc potque as conservam Por exel1lplo, estâ parede está na sua lrentc e você sabe que não pode aÚâvcssá ]a; sabe que no inslante scguinte ela náo terá saído dâi sóparu que você a alravessei sabc que se ela tem uma c€rta consistência. uma ccrta gidcz. que ela vai conllnuar tendo €ssa con§istência. essa rlgidez. Vocô pocl€ scntâr aqui e .lizer: "Vamos esperar que ela âmoleEa" EIa náo vai anoleccr Ou seja. esscs dados do mundo exicrior vão lazer o quc eles qucrem, náo o quc você qu€r Essa autonomL.r dos dados do mundo exterior é que nos fâz adniii los como rcais. Se clcs se cun/asseln às nossas erigências inâginaiivas rcrinmos uma c€rta dificüldâde de distingui-]os dos nossos próprios |cnsar.entos. se. por excmplo. o suieito inragina que estâ mesa sai v()ânclo e elà instântaneanentc saivoando: se olho esta distinlaplatéia r imagiüo que toda ela se transfomou nun1â coleÇáo de beldades nuâs rnsiosas para aiendcr â todas as ninhas fanlasias lúbricas. e isto acon- tccc. eu teria uma certa dificuidade dc distinguir cntre o que ó o mundo cxtcrior e o que é o meu próprio pensamento. Eu não sab€ria se essas eoisas eriistem ou se as cstou inlentando. C)ra. esse recuo desde ummu.do dc coisas definidas e autônomas aré urn mundo de ciaçócs plásticas que sáo dóceis. que cedem ao seu .lcscjo. isso é exatamenle o que acontcce quando você vaj dormir. Ianto que. se hou\.cr no mundo exterior nesse instante algurn tipo rlc cstímlllo qu€ você não qucira recebe! o que acontcce? Você acorda. Vc um ruído que náo cslâva nos seus planos, um cheiro quc náo cor- r.sponde ao seu estaalo de espÍrito naquele nl omento, ou alguém acende a luz... E náo lbi você quen quis nada disso. isso vai contra a tendéncla à qual o seu organismo está procurando se aconodar' Vocé acorda e nio conseguc mâis dormir Vocé pode lâzer uma analogia disso cono uma espécie de dcgelo ou derrctimenlo, porqlle são formas rígidas que se liquefazcm ou se derrctem, lornando'se, portanio. n1ais dóceis âos seus desejos. Náo é isso que acontec€ qrando vocé dormc? l\lüÂ: Por isso é que etisle a e:.prcssãa "nrcr!ülhat o sotlo"? (. .)) lsto mesmolA associâçâo do sono com o me4u1har, comunalundar en1 áglras profundas. âcho que é unlversal Ninguém conpara o sono e{âtamente ao contrário. a um enrijecimenio, acho que náo Ponanto, por â. alogia inversa, cono você vê qu€ cstá recuando desde um mundo de coisâs dcfinidâs paÍâ un indelinido e. aomesmo tempo. vê que â slla quântidade dc atividâde vai diminuindo e tudo vai sc simplificarldo' e laffbém vai rccuando desde experiências nais dilerenciadas que são 13 própÍias da suâ idadc adultâ pâra certas experiências que sáo idênticàs às que você tinha quando era bcbê porque dormir é iudo a mesma coisa para lodo mundo -, entáo você pode associar €sse mergulhar nas águas profundas do sono a urna espécie dc reclro no tenrpo. Isso âconiece tambén porque no sono náo sáo só as fonnas físicas quc se dcslãzem, mas a rígida eÍrutura d€ iempo na qual vive os. Sabemos que aquilo que aconleceu náo "desacontecc", sabemos quc o tempo não recuâ ele pode ir para âdiânte, para üás ele nunca vâi, mas no sono vai. No sono, coisas quc acontecerâm há vinie ou tínta anos poden estar pÍesentcs como se lbssen agoia. E, também. coisas que na vida de vigília você náo conseguiria record por um csforqo conscienle de rememoraÇáo, clas poden lhe apatecer no sono ou num estado de relaxêmento prolundo. Não tcm esse pessoal que diz quc faz você recuar a vidas 'anteÍio_ res"? Naverdade, você não sabe se são anieriorcs. sabe é que sáo vidas que lhc aparecem na imaginaçáo de algum modo. A associaçào de que sáo encamâqóes ant€riores. quanto â isto. note bcm â suiiLeza: dizer que uma f.ida lbi ânterior a outra prcssupôe umê eslrutura de tempo_ ralidade que náo é aquela que aparece no sonho e qlle não pode ser traduzida imâginariamente. A estrutura de lempo não é \,isível, é uma ordem iógica que a pessoa coloca, é uma articulaçáo quc só se pod€ lâzer quândo se está acordado. No.onhu. nrrn" -ep_e\\4. \irrplc.n.Ln'e aia'er.Íiam \ários.pi_ sódios que, depois, quando eu acoÍdar. o tcrapeutâ de vidas passàdas me dirá qlre lbram vidâs passadas e eu àcrediiâÍei. lnas. no instantc em quc aparcceram, elas náo podem tcr aparecido como passadas Sevocê reviveu as suâs vidas pâssadas tal como as vivell. naquele mon1ento elâs nâo eram passadas, eram prcsentes. Se as revivcu sabendo quc e'a n lo)iaJ.s àoa.r.\i\("de nan\rtuagurn, rpena) a\ in-tsino. Existe uma impossibjlldade intrinsccâ de você ter u Ina cxperiência, uma t4 rcvivescência das vidas passadas enquanto passadas. mas sim apenas c(,'no vidas. (...) Esse mergulho nas águas prolundas corresponde náo apenas a uma (lissolução das formas sensíveis. mas a umâ djssoluçáo da estruiura dc iempo e, portanto, dos elos de necessidade causal ao quâl estamos rrlosÍumados nâ vida d€ vigília. Ora, sc vocé dissolvc as lorma s€nsíveis c os elos de tempo, entáo é evidente que esiá dissolvendo toda a câdeia clas conseqúências e rcmontando a um pincípio no qual todas as con_ scqüências que dc fato se desenrolâiâm depois âinda erâm possíveis de maneira simultânea. Antes das coisas acontecerem. todas elas sáo possíveis. E elâs sao possÍveis qudndo? S imultaneamente, elas apareccn como possibilidâdes simultâneas. Is so quer dizer quc. nes se estado, você estaria renontando clesde um mun<lo de efetivialâde aié um mllndo de possibilidade. É como se dissesse: no sono você sai do mundo efetivo e entra num mundo possívei. Ora, o possível é nec€ssariâmente anterior. lógica e crono' logicamente, ao efetivo, àquilo que de fato âconteccu. Entáo, essa âssociâqão do sono e desse mergulho, dcssas águas. dessa profundidade, com um retorno da eferividade à possibilidade e, portanto, con um retorno dâs coisas até a sua origcm é bastan_ ie viável. Só que tudo isso sáo associaçóes de idéias, de imêgens. Náo podemos dlzer de nenhuma dcssâs coisas que ela é eaatainente assim Se eu tenho no sono avisáo de algo que depois eu penso ser umavida passada, cerÍamente, na nelhor das hipótescs, seráuma imagem de al_ guma cenae nâo uma revives cência. pois a revivescência teriâ que durar tanto quanto durou a vida passada. Dürantc a seçáo de rcmemomçáo. se eu recordasse dez vjdas passâdas, cada uma com umaduraçáo módia de s€tenia anos, eu precisaria de sctecentos anos de terapiâ para poder revivêlas. Entáo. nenhuma recordaçâo disso é uma revivescência no sentido pleno, é uma imagem apcnas. L5 Na verdâde. isso nio se aplica só a essc câso extremo. hipcrüólico. d1. rio, . p:..rdr.. rrJ- J ouâ qucr r( rrL I 'ÔÍa. ru oo quc qu(' ou' \r ê Se eu peçor "Recorde algo. uma cena qualquer que você \'iveu". você \'ai ver quc â recordação nâo duÍa tanto quânio a cenâ durou na \'erdade. E. mâis ahda. verá quc náo tem rodos os elernentos quc csiavam na cena. mas somcnlc âlgllns dclcs; âí, €sscs poucos €lcmenlos que você recorclotlsáosuficientespâraI|esugcrÍosrestanres lssoócxatamenle uma imagcnr poótica: você dlz um pouquinho d€ coisas qu€ sugerern um monião cle ouiras quc você náo disse. Isso quer cliz€r que' literal_ nentc. icmos de admitir qlre â scntenqa de Tales é uma expressáo de um cripe mento poéiico, € náo oulra coisa. l\lrnot uu iti ai alguilcts eaplicaçaes que associa?afi a idéia cla áEüa à expetiêncía da di.] a dia de u 1 paüa que üitia a tnaiot patte do seu tempa fios tios e qLte ia os feti)menos causados 1ú anlbiente pela chüüa, pela água que saí da leta, pat poços e Íatltes... aí faziatn a associação, pat ercmp\o. que as chuúas lazet cofil que as lLantas crcsçam e isso ttiis a ltida ptlrtl os a ímais e assi/] pot tlí|nte. ( ..)) Sim. sc a unr ortro tipo de conex,Lo qlre tâmbém se pode . lAlL.no: Ou e|1tão as lefipestades 1úito Íottes podetn tutlellnt ()s atnbie les. o terÍe a, rian efixutlt1dos, e assinl pat día te-) Sim. mas se vocôvir qlre o simples iato dc chov€r significâ quc algo jogou ágra cm cLrna dc você, náo loi a água que sc jogou. entáo. nestc seniiclo, como é que â sinrplcs experiência de c}re choveu e a chuva colocou isso nlais oLL nenos podcria sugerir â águâ como origenr? Náo. ia suge Í âpenas a pres€nEada água como um dos clenentos de um l.,o.e\\o q. L - r,1 ...nJ. Pu, e{., rDlv. f rraquL JEL I !o'o \ n(!e\'a_.u' que você estcjâenbâixoc algo quejoguc a aLgua esieja cm cinrâ. portânto, é ncccssárioque ienhaum negócio chamâdoespdço l sso l1lc pa]ece auto lrvidcnle também: se há um dcslocanento da água no espaço é porque o cspaço nâo é água Essâ é uma distinçáo quc hoje em diâ facilmenie r.. Jn,o.. e o5r! ob.Er, J\ao jamui. no. s-geriril foí \' a atsur Lo no a origem dc todas ês coisâs. Poderia sugcd_lâ como um elemento ou um ,'rtrr'.lo(eúnpruLl'.o I o\ _un.J.o no oriBem A ôbseNaqão desse processo, e a obs€rvaÇáo do papel da água ness€ lrroccsso nêt!Íal, isso jamâis sugerida por siaorigen aquáticadetodas as coisas se nâo houvesse um outro elemento subjetivo qu€ relorçasse essâ hipót€se. E esse €lem€nto subjetfuo não creio qu€ possa ser outro senao a associaçáo da idéia de criâÇão de todas as coisês com a idéia de cris_ lallzação de lbrmas. qu€ depois derretem e são devolvidas à sua orig€m. Scriâ uÍna analogia com a formação das figuras de gelo. lornas geladas l^]Jdno. A tígua é una boa metáÍoru da mutldo das possibílidades potq e é adequáüel a qualquer lotma. não é?l Exatanente, mas é disso mcsmo que eu estou lalando, da plastici dade da água. Como ela nâo tem uma ionna espacial definidê, adquire cssa tonna quândo congela, dcpois derrerc cvolta à sua "inlbrmidade" {)righária. lAlu]no O at tanbém tetia essa carucletístíca?) Como é quc você vai condcnsü o ar c fazer dele aLguna coisa? lAlü.ot Etltào, ele se libenüa, ao é?l Veiâ, a hipótese do aÍ surge âté um pouco mais tarde, pelo simples Iato de que você náo pode espremêlo e lormar umabolâ, por exemplo, não dá pâra lazer isso. Você nâo vê essc processo. l\l\ina: Mas ele tafibém tica cam a lotfia de onde ele estfuet! o de denh'o desLa sala tem u ÍotnLt...) t7 Náo. veja, com o ar na.lâ dc visilel sc forma Vocô nao podc lâr€r conl ele Ilada dc visível, nâda de espâcial: nno pode corrrprimi lo tanro quc clc lorme algumâ coistl. Entào. a iüragcm do ar já nào s€ria tào sn- gesii\iâ ou táo cloqircntc assinr. tanto qrrc.ssâ hipa)l€sc surge s(') dcpois conr Arâ\nnürcs. mís nruito mais rârdc Ncsra conversa qre eslalrros tcndLr aqlri. r lripaÍcse dr) âr sar surge como urnâ oposiçlo dialélica à hip(')tcsc da áÍtlra u urc pârece qú. a analogla mais pró\ima da idéia de fornraçilo, .:lc origcrrr c dc rtlorno i origcnl é realntcrle i1áiluâ \bcapode a l'azcr uma(rira inragcnr a do claro e escuro. qu cr dizer. .lo csclrio como origcnr edo claroc( I o clctivid.rde ou rnundo n1ân ilcsia' lkr râmbam. Só. uc icria urn pcqrrcro froblcma: a§ coisâs qlre âparcce'r no proc.sso dc passagcm da eslrridáo para a lurüinosidadc nao sáo lornradas clas rnêsnras de cscuritlão c hriirrosidâde. entáo haveria uma conlra.liçao cnrrc a i agcn e o que cla prciende rcpresenlâ. Njtrs a da ,!u ,r',' ..J.,.b. 1,.l'i.J/I 'r,J., P. i", qrr(,u' iiu-... u'r sínbolo uriversal. Ora. essc sílnbolo aparcccrá lanibóln eúr nânatjvâs mito poéricas. Na Bíblia. nâo lbi a águâ quc lornrorL iodns as coisas, nrâs pclo n1cnos ela loi umn das prinlciras coisas que se iorm anr. qu.rrdo Dcus scpllrâ um cslríLlo illnido.te urn cstrato §cco. lÃltr!': Sc nãL) ne enga a. tcnt utn ue í(r a assin km1blu1. quc t1.) i it:h nàL) hdtia atla e o Espiila de Deus Paitalta Ondc clo pairaval Sohrc as águas Essa idaia da água como sí bolo da f rir(ndialiclade eíá pre§en1c cm iodr pa r. Tâlcs nào podrriâ ia Io cnunciado se clc 'rão livcsse aLgunla c)i- fcriônoia rognilnx qoc d. rLl8ll1r nlodo lhc rnosirassc isio Ora n'as cm quc cssri cxpcriarcia cr)Srriiiva tc|jrt §il:lo dilcrcnl€ daquela do individuo .Luc. raciocinrr.lo nrilo poclicarlrcnl!. disscssc quc no prin!í,io hâvia '..1.:'.t'ir.,,J ' ',i',. ' r. \!'r. r" r.,.rieÔ1 'r'rr''" nrcsrra. nJ(, vcio dilcrrnçr ll lAlt.:,a (... ) catn a atinlaçaa de históÍeles íLe qu e a otigem de todas ts toi\tb é lena. áHtltl, lago e ttt Íicou desíeitd ..ssa ali aÇno ( ")?l Não Primeiro. cssâ allrmação veio muilo antcs de Aristóteles. vclo corr Empédocle5. Aristótelcs simplcsmcnte vai subscrever, com r.striçócs, essa tcoria. Ula náo potlc ficar desfcilâ. porquc para lsso r rL precisâria ser lna tcoria cieniífic.r r1o scnlido modcrno Como é uria scntcnça nrinl-poética. cLa ó pura cssência tcm mullos scntidos lrr)ssileis, cntào náo sc tcn1 rnuito conro ilnpugni la. Ela nao atcnde à ( (nldlçâo do Popper de fnlseâbilidad€, cntâo náo tcm Denl como ser t)rovadâ nem como ser i rpuilnacl.l. Âté o lromento, vcmos qlr€ náo há ncnhuma difcrcrçâ entrc csse riiLrnciado de Talcs c qualqrcr enunciado mlio_poético No cntânio' c\istc Lrna ollrra dilerença que Lrão aparcce! ainda, nl.§ qíc vai apaÍeccr agaftr: é (§c a afi n1t1t ir.] Ile ThLes n tl a é naüalild. Elc não eíá contan do umâ hislória, csiá en!nciâL1do u'na hipólesc embora cssâ hipóiesc .\f'r,'. c^ ü('.J0. nh nl. , rlL I r' '. i,r n _i"c 'r. r-ir lr"'"' arr. . n si rncsna é Lão vasta e 1ão complicâdâ qlre rão poderia scr.xpressa \orllr por un1 súnbolo poético. Nl⧠ele ccrtânen1e náo cslii lâzcndo a rlsrira cois<r quc Honle() ou Hesí{rdo lllrnero ou Flesíodo lâze umâ raÍmti\râ. coniâm a o g€m das (1,isas como se esti\.csse 1á. como se fossenr rcstcnnnlrâs da criaçao. ,.,.,, .É \r\.rI ...i.duu.,|,,"J. r,,. .','.'' . (Li''rltrc' sirhc quc cles náo âssistiram Quando Hcsíodo conra qüe houve l.ris ou quÍLis conlliios enirc as potesladcs prjmordiais. conta aquilo dc fatL) cofio sc ele estivcsse vendo. conro sc losse !rm rcpóúer quc estivessc riLrrrndo âquela gllcrra. c ele sâbc que não cstava Portallo. clc stLbe quc cstá repeiindo uma hisróriâ que tbl corlada pârâ ele por um sujeito ! LLc a oLLViu de ouiro. que rt ollliu cle ouirc. quc a ouviu de outro.. e eLrja orisern s. pcr.le na própria noitc clos lempos A narràtiva.Lâ o gcrn ó âorigenr danarinth/a:vou coniaruma hiíó' riaquesepassouháiantote po hti larrto. tâL1io t€mpo que cu lambénl nào sei dc oncle sc originou cssa própria hlsiória llssc ele cnto não está prcsenle crn:làles. Esse elenrcnto dc üma narrâiiva nristcriosa de u a orisc qüc ó a orlgcm do próprio misiório .la própria naulLilva' isto nro csiá prcsenic cm l.ales dc nraneira âlgurtra isto é claro clc náo esrá contândo urna história. Nesle scnticlo. sra ieoria é ra.:licalnrente dilerenic dâs narrativ.rs rníLicâs cla origcm. pelo sirnples fato de nào ser ,rmá narrtr{iva. N raLivas s.Lo €nunciados poélicos c o d€lc târnbónl, só que os dos po€tâs §ão nârrativa§, c csta âlirnrâtiva dc Tales nâL) Or.L. irAo csquccarn que nesie ílltcrirn cnire as origens da rcliiliàL) prinliiivâ gregâ, c entfe csscs Pocmas épicos dc t:lomcro e dc Hesíodo c Tâlcs aconlece alguma coisa mlrilo pcculiar Aconlecc pin€iro a crisc dâ própÍia religjão grcgâ. quc vai perdcndo crcdibiliclitdc' Lla nâo luncionâ mais, as pcssoâs rrão âcrediLarn c. unravcz que não acrcditarrr' clas duas ur)rar sc essa rcligião lhes dava u'râ idéia quaLquer uma liga aâo, Lrnra rccoralação da origelr dc todas as coisas, à n1edidâ que pcrde o contato co eLa o sujeirr corlâ o tio que o liga à origem, enlào eLc náo sabe mais onde está IlÍa scriâ unra dâs hipórcscs: existiria o slrrilimenio da expcriência do homcnlcomo ulnbichoqlreesrá iogado no munclo scn1s.Lberde onde vcio. É o lâmoso 'est âi' de Hcidegg€r ou t, "oblzclrrm ' de Iaspers' aqLrilo quc esú logado O homcnr quc cstá jogado clentro de uma reaLi- dadc scm sabcr dc onclc vcio. o qrc csú fazcn.lo ali. isto é rm llpo de rivência da reâlilâdc quc.LlglLrnas pessoas tênr c que, 'le um nrodo (']tr .l€ ouüo. lo.los tcmos cm âlsunr nxrnlenlo - _O quc a que eu virr lazer rqri'' :. n',vr( l| r. i u rra tl' irr" r r n ..^n' \'ru 1rr ru'r'i rlL rr q!âlqucr enlão cstou liicralnente jogado . Estr seria unra hipólesc A scitunda hipótlsc s€riâ a de vocô rüesnlo buscar tlmâ ligaÇão colrl essa orise,n. Já quc â rclisi.(), o culto público. a crcnça pLLblicanrcnle ,r( rrilida não nre dá essâ idóia, quem sâbe eu mesnro consigo? Parâ iss,) você \,ai se declic âuüâ busca intcrior Se fizesse isso. já leÍia tLLji.laclo auto]lraiicamente rma escola esoiérica com ü11l único membro. ( rLc a você. Dcpojs quc conlassc isso para nais alguém. ai iá lcriâ dois rcLllbros. e âssinl por diante. Haveia o surgimerto de u a cspécie (lc csotcrtmo. SeÍia uma aiividâde dc busca das oigers, porém uma rlividade que sc distinguc dâ religião pública por ser un1â espécic de irlcialiva ou indilidual ou compâtilhâda por unr grupo pcqueno. Nâtural entc. essa âlividade scria de nma enormc complc)ridade' Iila Lrocleriâ incluir. por cxenrplo. prálicas dc concentraEão paravocê licâr ro nrcsmo te po acorclado c num esiado de âbcrtura como se estivcsse rlormin.lo. lsto realmcnte .rco ntcc€ Estando acordado. você estaria dc r:.rio mol:to ljvre do peso e do inrpacto .las fol.mâs sensiveis. e abcrto x uma espécic de flllxo. lsto de fato §e faz. é umâ experiênciâ bâÍanle sirrplcs. no l'iüt.Las conlas. Elaé 1râbalhosâ, mâs náo é complicadâ, náo a csolérica no senlido nislerioso da paiavra I uma coisa quc de laio Lr)da pcssoâ pocl€ làzer con un1 pouco de paciôncia. l\'Ias prccisaria icr . .", p',.ien.ra . prec'ori .-/e, '' (\!,cr. i' \ Por criemplo, o monge grcgo otr russo que fica o lernpo iodo reci_ lânalo uma prccc curtinha "scnhor )€sus Crislo, tcn.le pi€dade de LIlrn" , o que ele faz? De lânio repeiir isso ele âcabê entrando n!ma outrâ roLla de tcn1po. quc ó uma espécie de tcnpo cíclico. que rcrornê. scnl}rre rctornê, sempre reiorna... Daí aqucla sÜa tcmporalidâdc intema caba se sobrcpondo ao flLlxo e\ierno Enião o suj€ito cstá acoftlado, csiá conscicrte, nrâs iá estí vivcndo umâ cspécie dc dudo iempo Nao a uma coisa complicadâ, n1as é difícil de fazeri náo ó conrplicada cle ;,1ár mâs é.lilícil de lãzer. ^luna: .Ss rl, diz que etisle una a íro t)itlt ncsÍa lida- teria dkunla (...)?l 2l ^11. ccúanlelrlel Sco suicito lez isso iáó ulnâoutra\kla nesla vidâ. scnl sonrbrâ dc dirvi.lâl lmagine. por cxcn1plo. a iâcilidade corn quc a p€ssoa quc icln uma ccrla práti(â se tr.rrst)orta coL1sclerrlcmcnte dll cscala dc tun]po1:la ârualida.lc p.Lra oulrâs cscalas. lss() podc aié larcr coLr quc clâ rcnhâ accsso a umâ pcrccpç,o das coisas táo nrilis cornpleta qlrcnáovai nern podcrcxplicar par.losoutros o que elacstá cntendendo. Por cxcnrdo. tnlos os âc,rn(eclmcntos monleniâneos qlre envolvcm as pc§sors per$llagcns naquilo qUc se condcnsâ naquelc momerl.r \ioca pcrclcu rlc vista o pâssado e tar bónl o tu|uru. nras sc, eslando dcntro dâquclâ ccna e parLlcipando dcl.L. v{)cê iivcssc ao mesmo icrnpo umâ espécie dc lranquilidrLclc irlerior c unr rccro elormc. aquclà cena scria âperas urf capítulo dâ vida if(eirâ daquclas pessoas Vocaitíesláv.rdo ludo o.ruc vcio antes e iuclo o quc vai \,ir depois, cntào é evidcntc que vai pnrticipàr da ccna com ulrr eslirito complelunentc,:lilcrcnle Sabcr por que as pcssoas eslAo |.1/endo isio tLqui e âgora. por €:xenrplo: vocô náo pode snber os ntotivos dâ con.luta prcsenle sc naLo rem urra idóia cla licla anrcrior dcslns pes§oas. c parâ onde csla vi.lâ esliL lrdo 11:Ls acorlece q!e no númenlo especílico cm qLlc clas cstão cnvolvidâs nâ situaçro, Irincipalmcn(c se loÍ uürâ sLllraçáo drân1íljca c mlri(o iftensa. naqucle nrorrrenro clas pcr.temnr dc visla o lluro. a cun a drs suâs vidas. Sc você pode làz.r isso cLnn o lelrrpo dc vida das pcssoâs que está ohscrlarr.lo, por quc n.Lo poderia rcnlontar irnles disso? l'llas tivcranr pais c r ács. avós. ctc. e dcccúonlodo.àrncdidaqucvocôvâicriando cssc lcrrrpo cíclico âDtcrior os le rpos ânrcriorcs 1()mam'sc lio rcais pâra voca qnânio o prcserie. crccio que elcs e\istiram de laio. As pcssoas nào csláo pcnsirrdo naquilo no rrorncnm. mas rLquelcs rcnpos e\isti_ rtLni c aqúilo qLrc acoflrc.ir Iclcs aindâ prsu c ainda cslá presc|tc na situuçrio allral \iocô.orlroqr.L toi rmâ orLrra vlvôrrclâ dc ic$po â da t.-( i,l. r., r'.r'',ta ..1,.,.r, r.á r,ai'r. , ( .l(!rridnlle Náo ó un1a ris.?o dâ ctcrnidade. rnâs umar,rlrrisro. ou t t,.I) lncnos umar/,leclpaÇno sinbólica. li claro qlr€ o indii.ídlro que icnha esla vivência vcrá os acontc.i_ r. r{os dc umâ outrr r.âneira - é evidentc que é uma ouim maneilâ rt) LIn.lo muiio rnais âcleqlrada. nuito .ris r€al, mas âo mesmo tcrnpo , rLiro r11âis dilicil delc cxicrioizaÍ e exprcssar: Nornralmcntc. os seres lr rri rxrs nao prccisam fazer isro. Por qlrê? Po{uc a religiio.l€ ccrto ,i!( o laz por €lcs. Unl sujeilo quc vai ar miss.l iodo finl de semana ou l,rl) rliâ. diâriamcnte â collrrni,:lâde vai devolvôlo rl consideraÇão sobre , r)rigcn1 de lodns as coisas, vai lernbú'lo quc, no prlncípio. Dcus ciou tis caus e â ierra, dcpois veio Iêsns Clristo e aco|tcccu mâis isso e mais i (t!ilo gniào a comlrnidadc lod.r (em uma relerêlclil dc tcmpo cíclico e .1,,r, nJJLI |dô.Ji.'i., r/,, r\.lur., ,,rrin. Sc. por algum moiivo. as âlmas individnâis se dlastar€m da rcligiào. drLao. por üm lado, clas tican scrn nada licâm na situaç,ro.la \,ida ILrranrcntc cmpíicâ. lsso daria âos indivíduos o seniimento dc screm irL(,rnos jogados unr torvcliLlho abslrdo, dc onde val sair iLlsianlenle ,i .\Dcriêrrciâ gnóstica da rcâlidadc. qlrc ó issor ''Estolr nu rundo r l)sLrltlo scm sertilio algürn, que loi leito por um Deus maligno só para Essa cÍpcriêrci,r existc. c todos já a tivcmos e algum rrorfentoi clâ ó uma realjdade iâmbém. do ponto de vislâ cognitivo. sc o in.liví.tro se delivessc rlcssa cxperiôncia. em ve7 de passar para ,)Lrlra. e se blrscassc cxprimir o quc âquclâ vlvêrrcia cstti dizerdo para l, r,'-a.r .l'JJuuri rÊ','ri.J O .. r ^enu'r:'i',,o L,,raL\ t)rcssao enomcnológjca de um.l vivônciâ real: d€ cstar iogêdo denir(, (lc um proccsso âbsur.lo. O irdivíduo podcria ia bé]n cm vez de iarer isso, dizcr: "I]sperâ fl. aquilo quc a religiao lilblicâ naro nre dcu talvcz err possa obtcr por rllrs nreios intcrioresr'. S(:) quc dâi ele ná.r lern um riiual prc o. náo iem unra doütrina pronta. clc i.ai tcr quc descobrir tudo. e isso vai dar trabalho. Mas é uma possibiliclade lambénr. lusrâ'ierLe ncssc pcríírdo quc antcccdc o surgnnerlo da iilosoüa. há cstc ttnômcno na socicdâde grega, o das âlmrs qüe se dispcrsâm cnl lacc.:la religião públicâc qnc corncçam a buscaroutras âLlein.liivas. Náo ó quc corrcçam â sugcrir outras .loulriras seriâ aié urna ic\.iârdade dizcr quc clcs brigaraur por cursa da iellgião € comcçaranl â Lnveniar ouiras dootrillas, €ssâ (t Lrma urancira hsultuosa dc ver âcho quc as pcssoâs buscaranl prinleiro o corhecimerlo lllas podern tcrâtó euâdo. .rvidrllcnr(rrru nr.s n.ro s.ririrfr in!enranl:lo doutrinas a csmo Tarrba r runcâ podcnros csqucccrqucroclâcqunkluerdonirina. toda cqualqlrer teorin.lurlo a(luilo qLrc locô diz rcrronra accrtas cxperiências cognltilas qu€ você icvc. c sc crL náo sou capâz dc conrpre€ndcr â suâ crpcriênciâ cogniliva rnuito nrenos !ou podcr corlprccnclcr o que vocÔ csrádizcndo Eu posso pcgar a douirin a prontt c sirnplcsnrcntc disculi lâ Por exe rplo: lales diz. uc a origcrn clc rodas as coisâs é r água. Siln oLL nào'l -,\Í comcço â discutir: Nl.Ls eu estou discrllndo âpcnas palavras. no s. ,' r lro run., Lrri, r.' | , '' r I L\t\ri; .r:r o Ê n.,i, píra síber do qüe se iÍata!a, dc qnc valc cniáo .lisclrtir se a origcnl dc todas âs coisas a ou nào é.1águal Vo! cair núrna luta dc palavras, ir chamada logomaqria ' Na vcrdâde. o que pralicarrenrc se c"si a hojc como filosoLia ó ^9^r1t .. r..,,Iri .,.,u'r..lrJ i ,.. r-.\Fri:. cia cognitiva origin,Lria nao sao nâdrl Então as cscolâs csotéricas qüc apârcccm 1á tanrbónr corrcspondcm â cxpcriências cogniti!âs. E muiro irnLcs dc saber se el.1s l]siao ccrias ou crradas. \,Lreô te que remontar cssas cxp,]l iônriâs pâra sabcr. prinrciro, sc elas rev!lâranr algo de eleri vo. .lc rrali scgurdo. sc r) crunciado na lcoria corrcsponde iiquilo qnc clctivânrcntc clâs cr rcrirncrlâranr. s(Iráo voca eslii discurin.:lo como sc lusseln plr.rs bolhas (Lc !.rbar) ()rr. !c nesse periodo que íâi cntrc Hesíodo e ]âles existe essa , (\r)lnposição da rclisiào públicâ gregae, porianto. cssc florcscirncnio { r' l)Lrscas espirilLrêis individuâis oLr grupais, entáo é isto que torna ti)ssilcl. baseâdo nessas expcriôncias, que o indivicluo enuncie algo que tiirirclc expresse!maiiâlidade lLlndarncntal. cqucclenão o lâça em modl) ,,irrxri!o, como fâzia a rcligiáo antiga e os poeias épicos. (...) lsso quer dizer no entanto. que iá estamos longc do discurso míiico , rr orl a purâ da fonnâ litcrária dc Honrero e llesío.lo, e longe.lâ lor rr,L r.rrà{iva. n1ês âinLla estanros dentro dc LLrn univcrso do enunciâdo trIliro. quc se caracicriza por duas coisas: primejro. e]e não vern de nnra r 'i(liçao nâ .rtiv.L que se repeie. isso ó uma coisa quc o própio Tdles rn Êori cnl segundo lugar: ele nao é enunciado enr forrrâ narrativa. mas :ir)r cr. iorlira do qre seria üma lci gclaL do âconiecer lsso quer dizer , tIc clc contém elenenros da radição miio-poótica c cLcmcntos do que rrLis lardc scrá ümâ linguagcl1l fllosófica ou cicntínca Mas, ccrianrente, ,1. f.ro é nem unrà colsâ nern ourrâ. ó um intcrmcdiário. N{uita águâ rolou - dc rnancirâque eu Lrso de nln,o a inragenr da água rftcs que losse possí,el Lnn enunciado cicntÍfico válido para iodas rs pcssoas quc obscrvâsscm o meslno lenô.reno, náo na interioridade LLrs slras erperiências esorérlcas. ffas râ cxpcriôncia sensÍvel cornum . cofl€nt€. Isto ó o quc sc crltcnde hoie por "enunciado científico'. s. eom isso melhorou ê busc.r do conhccimcnto ou sc pnrrou, isso é urr problenê que podernos dcixar parâ depois. Sob cerlo§ aspeclos, r rclhorou. Diz-sc quc c bom que haja a leoÍia cierltífica porquc ó mais .,,rlrolável. que poder.r)s debater c apclar âo reÍemunho de todàs as !Jcssoâs c não somcntc dc algun1as. lrn p ncípio. Na prárica não ó bcnr i ssiln, mas seria una vÂntagenr r€óricâ do conhccinento cientíÊco. Por ôuiro lado, o faio dc só se po.ler apelar ao lestemunlo dâs cx- Irriôrlcias sensL,riais conluns e corrcntcs subcntcnde que. em primeiro lfgrr s€ saiba o que são a s e:iptlti ôtrcias se soti uis cotllutls e cotleules, coisa q!e nx vedadc fào sê sâbe. Qual é o limiie dcLâs? O limitc daquilo quc ó cxpcriê|cia s€nsivcl .lc Lrnr não a o limile cle ouiro. Alérr dis$. cxperiêrcias scnsivcL! estáo scmprc vinculadas a uma vi!Ôncia sutric- lila de tcmpo, quc lrria dcsdc o esqüizolrÔnico qlre rüâl tenr a lisào âionrísticil .lo r onlcnlo plcscntc. que nao conscgue articuLá-lo com o antcccdcntc ncm corrr o subscqr:ienle. âtó a vivênciil do rnotlge quc fica o dia intciro recllando "Senhor lesus C sio. len.:lc piedacle dc nún € qlro. conr isso. sc deslocâ €m todos o§ nro entos de Lempo que qüeira e iorlos sáo igualnr€Itc rcais para elc. Essa amplilude da conscjéncia dc tcmpo, essa enorme elasticiclade da cxperiêncla dc tclnpo cnlle uln c oulro nos lnrfcdc pararniminpedc-de âdrniiir quc.L irléia do tcstenrunho scnsí'el coleÍivo vâlha algtlma coisâ. L r t, ,. r,, 'r!. r r.nt,rL ,,. ' i \ rL,.!l'rr. Ir.. soriâl pâdronizaclaquc diz: 'Olha, os limires da §ensorialidacl€ hunanâ sâo esses aqui c iodos vernos dcntro de§scs limiles". \áo. csses li itcs são clásticos de pessoa a pessoa, enormcmente €lástico§ Desejt'ndo apcgar-se i' idéiâ dc um teslernunho scnsoriâl uniforrne dc lodos os scrcs hunranos. o que os leóricos da .iência modcnl.L loram obi {rêclos a iazcr? Forâm obtigados abairaruma lcidizendô qnc só v.tlem as pcrccpqões colrprccndidas ressa tâi\a. Llra. enláo isso já n,o é bcm urI lestenrunho porque seiáscbâirouLrrâlcidizcndooqücâtesrerrrunha podc lcslenr!rrhar. scu ieslenrLlnho só iLz conlirmar a senlença ânterio. lUas. para muilos seiorcs dâ rcali.lrdc, parâ muiios lcnômenos, cjrisie rcalrrenl! essâ lairê lniloí c Para oulros lcnônenos não. rnirs para lr1rlitos cla criste [niáo â (iênc]x modcrnâ trat.rá tlcsscs leDômcnos e. nito sahclrdo o qLrc làrcr com os oulros. clâ primelrc os .lcixará d. lado c depois irlé dirá quc clcs fao c.\istcnr ct)n bas. io tttgttnentuln atL rg,,,)rrlidlr: -Sc cu rr.ro sci da colsrL ú por uc cla fáo eristc" Qu.rlqurr qtLc scja (, crso c poLrco irrrporrando as discussaes dc qLrcnr sâbc mrLis. qu.lrr sabc nrrlos. o qnc a nrellror o que é pior . o lL t) r (rLc css€s cnunciados dos pré-socráticos rêm a caracteristica I t,r,. ,ir uir,..(1. .. ,lr'rir.,.rr, Jon'., -p,.ti,ot'orià ta"''.tt' ,Lrr I u)s c por iá não seren recebidos conlo parte dc urna heranÇa Lrklici( al. Elcs sâo efunciados indi\.iduais. l'eitos por indivícllros. E ,,. I rao narrâ1ivos. sâo colocados no prcseLrte do indicativo. Tales ráo ( i/ Irrimciro houve assi . a águâ lez isso... '. Nâo, ele diz: 'A água i , ririgcln de todas as coisas", portanlo, cla é a origem p€rmancntc de i,\l.s s coisâs. Elc náo está s€ reportando a üm pâssado: 'A ágüâ lol : r)rigcn1 de iodas as coisas . entAo. não ó uma aÍmativa históricâ. dê ,,rLgtrI terrrporal. É ao mesmo lerrrpo origen le r porâl c causâ estru lu ral Ncsse scnrido. cssâs aiirmâlivas dos pré socrálicos sáo ioialnrentc (l jcrcntcs das clos poeiâs ópicos e da rarrativa mítica em ilcral. mas ,r rda rêm eln cornum com el€s o tàlo de que sáo c)rprcssÕes siniélicas (l( inrpressa)es muilo complex.Ls, portânto. sâo pura linilüagcm poéticâ. l'r)dcrnos dcfinir .L liDguagcm poética no s€ntido de lleredeito Crocc. ( i,nro "crpressáo dc impressóes". Eniáo. Tales eslá âpcnas expressando r ra imprcssáo c náo propriamcnte efunciando un1a lei ciertífica. Para chegar à possibiliciade dc cxprinriÍ umâ lci cienliiica. era t,rcoiso quc a linguag€rn, o r.Lcioctuio c âs iormas da comunicâçào .ultural passâsscm por unla séie dc depuraqóes. âs quais não linham ircontccido N.-ào se tnrhâ. por exenrplo. a tócnica dlaléticâ parâ pesar ,,s vardos senti.los da üâse. decorrpô-la..lizer: 'o1ha. a sua lrase tem ( ssc sentido maLs esse. rrais cssc, nlajs esse... Ncste senlido cla pode srr vcrdadeira. naquelc cla é npenas possivel". lsso simplcsmente não (\istiâ. Portanto. seria irnpossivcl qüe Talcs cnunciasse uma scntcnça ricntilicâ numa linguagcrn cierlilicamcnt. âceitável se â idóia rnesnlâ de r nra dcpurâção lingiiistica quc possibililasse isso ncnl tinha ocon klo às .abeças hunLtLras ainda. Éa mcsnracoisa que dizer: "Nunr ccrto scntido rl! se dil€r€ncia da irâdiçáo nriio-poótica. rnas rlurn outro senticlo ele airclacsiálrcLâ . Senos p€r.guniârnros t1oqucclesedifcrenciâ, vcrenros r uc cssâ dislinção ó mcnos aqucla que !.ri .lo mito poéiico ao científico JuL,,rr",ut1r, ... i l,rililJuf'rdo'Jei.ô. Esscs enunciados.los prirneiros tilósolos mc pârecem scr o resrltado cle umâcspécie dc aculllulaçáo dc cirpcriên cias cspi iuais aprotlndâ':las' vivencii.lâs por certos grupos ou ir.livíduos à ma|gern da religião oücial grtgâ. Náo dig{, . uc Talcs lossc clc próprlo L]ln ncmbro l:lc uma dêssas socj€.la.lcs, ntiu é jsLo quc cu estou lalando. EsL{)u dizcndo quc o surgl- mcnio do csolerislno. dcssas chamadâs 'selt:Ls csotéricas", criaildo uInâ possibiliclacl,r. ulll oulro lipo dcvivência ês pirillral r nais nrdn'idualizads. :. ., r,.Jr ,, n.r r' lrr. r, rrr. ., .lo r" 'e'i, ,c'r' .'..' rot n' r 'd,' iLrdividualizado també,n. O ennnciâdo rlc Talcs nào é nada nais do qlle isso. â exprcssáo dc umavivência cognitiva qLre um indivíduo r€vc sobre rs origcLls Ihlcs se disllngue dâ lradicxo lniiica nâo corro a linglrage r cicniifica se distingu e cla linguagen nrilo-poóiica. rras como â experiônciâ individualizada c csotérica se disririluc drt exp€riôncia religiosa conrurr E cLaro que. sc csljvesse aqLri presenie o Gio\,âfni R€alc mc baleria. porque reria que concordar ,Uas. por outro hdo. isso rc.luz a na.]â a distinçáo lâ:(aiiva qlre ele. nrais por moli!os didáiicos do quc por orrim coisll. prctcnde esiabclcccr Eu1.ro, estou adnlili do a distincão quc ele Lezi cu aperras . esrou ielârivizân.lo. r11€nLrando c amodcccndo. colocando urn ouirL) \'1)cô perccbc que r i.:lóia mesmr.lc 'origcnr cic iodas as coisas", a .I'f|.. iü i .1,'p(,!,rn', .,, , o'rrl .,r11 ..rr. c\u ri( ' i ' rr' vocô tcvc da lolrlidâdc dos lenôm.nos. ou sel.l. crn âlsrrrr nronento n totrLlida.le do quc vocêvlü. pâssolr. obscrvort. scnliu, ctc se condcnsa nlrnra inragcln uniticada. c csla imailcm ullilicida. por süll vcz. po.:lc sugerir uLra origcm por tÍtis dc si O ( uc voca cslil lazcrldo na hora enr quc diz isso'l llsrá cxprimjndo nnrâ imprcssao obrrda no curso de uLnâ \,!(if(ir cspirituâl dc tipo esoiérico. É esolérico porqlre eslú desligacio ,liLs lilntcs da Éligião comun1. e poÍquc ó uma espócic dc relorno às , , iqcrrs vivenciado por unr indisiduo isolado, c náo pela conrunidadci I r .xprcssáo poética cl€ uma vivén!ia esotórica. resie sentido estrito , ,, rsolcrisino quc cstou delinindo âqui. Alu]no Alguén ten tlsse ctitério da e'xpe|iêncía fiíslica? ,\ cxpcriência nrisiica no seniido cristáo (enr quc ser vilenciada ,l( rtro da pauú de uma religiáo tlctcrninada S e cu .lisser por excrnplo: ( rri(tue a vivónciâ c siã de São Francisco dc ^ssis se disiinguc dâ\'isão (l( um c sl.lo comum'? Dis{inguc-sc por sua intcnsidade e qualidade ,i x,nas l\Ías aqui nào. os indivicllros eslâvanl realmenle à nârgem d.L Você não pode esquecer quc â religião grcga n.io iinha um p"Lpa 11,i, náo tinha um Vâticano, er.r bcm menos organizaclâ do que isso. SrgLrfdo. essâ rcligiào nl1o linha ulna leologia oryânizâda. como tern ir rcligião cristi depols tlc ianio le po Eniáo. por c\cmplo. hoie em (liir. sc o camâradâ disser: "Não. eu não qucro nada disso. cu querL) irt,enas a ninhâ vivênciâ csotéricâ . cLc vai ignorar dois nilênios dc ,rvclaçilo..le i.ologiae cte experiônciês rnísticâs rclâtadas e enxcrtadâs rlcntrc do corpo da tradiqào teológica Ele só pode iàzcr isso por rrrr . ,rlllho denrencial. achar que ó mâis esperto quc lodo mundo. Isso é o suieito buscar uma erpeÍiência míslicx lora do quâllio da tradição dislâ. ou islânica, ou iudaicâ, hoje isso seria inieirârncnte absurdo, t!)rqLre cle laio €Jiistc todo esse l€gâdo. O laio dc quc ele o desconhccâ t,LL prcicnda ignorá lo isso nào quer.lizcr nada. 1rão é ul1l argunenlo !rlido. lJiTer: 'Náo. isso é muiia coisa. nio qr€ro sabcr e conro eu náo roLrlreço não dcvc ter irn poriânciâ âlgu râ' ó un1ârgunre|to dc inbecil, c. eviclentcnerrLc. â vivência mistica n!ú foi tcita parâ imbccis' Agorâ' hoic cm dia qualquer ierâpeuia de vidas p.rssadas ou ( ")' I/llünt)t 1...) aquete qüe acftIlíta, ele ao é a rcspotlsárel pot sua iluininaÇAo!') IAluna: .,rlgrl que oüüe de alguétn, que auu de alErténl" Vai se tlitutlclíndo. ceio? Et1úo ete Aa é rcsN stiul pot essa otiúidâde (...) Aa passa que essa e\:pei?ncia esotéica i tliti(lutlLizada há uin alta gÍa de Libeülnde...) Isto. isloi E de rcsponsabilidade pcssoal. poltanlo, mâs é isto quc eu cstou dizcndo quc é â difcrença €specítjca. l\luna: (...) entàa. Passa a ha|er uma dinefisao ética iunla ca lo catlhecitnetlla, nesse senti(Lo de 'eu sou rcspa sálel Pat eslat lattfiu' La da tínhas idéías" (---).) Pcrielio. pelleito: lÀlunar í...) se algüám também quíset se |Prcxina\ passa isso tatltbém rcspa sal)el etúe? 1 ..) Etttda pat ttue' peh beLeza? ') \ i..ir11. ur,- e'|U -.i,droe.lo r, .'P'iiritÔ''"r '('"' 'rÍq'l âi. é €viclcnte. Enqrarlo está recebcndo o lcgado clc un1a iradiçáo l'ocê esiá paricipân.lo passh,amenic dêqüilo. nlâs de tato n'o 1bi você qüerr inveütou. Você üáo eslá dizerld(, nada, âPcnas csiá pâ§sando adial]re, enlão a suâ únicâ lünçào. a sua única rcsNnsabililladc é passá-la lici rnenle. ou seja. o transmissor dc um.L tradiçrlo não podc mudar unra vírgula. esta ó a rcslonsâbilldadc Mâs sc cslá iorâ disso, ele ó cle lâto o arLic rLlaclor .lo processo cogrrilivo e o l-rnico responsável pelo acerlo c pclo elroi clc leva o n]éiiio c o dcmóriio .10 A idéia dc LLma responsabilidade do emprccndimen!o cognitivo (l)lneça a padir daí. É claro que clc náo esiá totalmenie conscientc ainda, pois isto vài surgir um pouco nals tarde. Pàra qüe a consciência clcss.r responsabilidade apareçade mâneira explíciiâ ó nccessário que o problen1ê do erro. da falsidade, da menlira tenha s€ tornado objeto de disclrssáo públjca. con1o vai se tomar depois. Is so só aconleceÍá depois dos sofistas. nê verdade com Sócrales. lllr íi âccito rcêlmente o rermo 'filosr)iia" quando tlrdo isso iá está rcsolvido.Àfilosoliasó cxiste comoatii.idade plenamente diltrenciada l parlir da formaçáo e dâ explicitaçáo da idéia dc rcsponsâbilidade rognitivâ individu.Ll. Se isso nâo há filosofia. Então. esses primciros lilósolos não são ainda filósolos, sáo n1eio esotéricos, uns tipos esoté- ricos que estáo làz€ndo uma espócie de uma tÍânsiçâo eln que há uma t)rcsenEa enonne de €Lcncntos milo-poóticos. eln que a linguagem é rllo poética. No fin1 dâs contâs. o Írnico empre€ndimento ê que eles sc dcdicam é a expressáo dc irnpressoes, portanto, a exteriorizaqão de r rn discurso poético. N,Iâs por que é âssim? Estou pianeile convicto de que todo o co- rhccinlento hümano só pode sü rgir dcssc n1odo. in d€pendcntcmente da .Lrpa histórica eln que se esicia. pois náo é porque vocé nasceu depois ( LLc já na sceu sâbendo Você vai ier quc absorver u m l€ilado e aprenclet ls tacnicas. etc. Mas o circuiio .or al c ató nonnaiiYo da busca do .onhecimenlo humano é: a.rbsorção das ünpressÕes. dc denho e de r, r, ra.ur.lulJ!ru .u".o Jcn.-.Jo " nr no-i,:'uJ'\f,e''ao.qu. l(n que ser poótica nLrm prim€]ro momenLo, ineviravclmenlei depois rIL cxtc oização, o conlronto com outras exPressóes poóticas obtidâs jr)r outras pcssoês. Dâi o surgimento do prcblcma da verclade, daí a ,,fnulaçao de uma ióclica de confrontâçàu cias verdâdcs pessoâis. o 'urginrcnto dc un1 ideal clo conhecinenlo univcrsal apodíclico. a for_ ru ac,ro.lo étodo parâ isso e, linalmcnie. depois de "ah, agoratemos l1 a idéia dc ciônciâ'. cotn a i.]éia de ciênciâ coneçir a filosofia Por isso, nâ verdàdc, dlgo quc o pi reiro filósol'o loi Sócrâlcs. Um filósolo que eslá conscicnte de iodâ cslâ dil'iculdâdc é Sócl'l]tc§. mas o prirnciro q!e realiza ulna lilosofiâ náo é nenr Plaráo. é Aristarteles Quando S. Tonas cle Aquino chanrirva Arisiórcle! de "O Filósolo' , cle sabia c:iâtanrcnrc o quc cslrva dizcndo. l:lo srrlcito no quâ1 sc realira pch prinr.iÍa vcz a rcléia do filósolo. e dc rlanci|a Il€nâ Os oLrtros i 'r ,,.t,. . 1rr,'. J., , ,,1 . ,i;, ' rtr-u ( . ) do cnrncind(,r d. vcrclades mír icas c intemPo|ais, aliiLs lerdadcs miticâs ânccslràls. Plâtàr lerr iLl,:lo isso.Linda nlisturnclo Em Plaião vocô iá vô â filosofiâ iirtcira, rnas ela nAo cstá cltLra. cstá mishrrada corrr orlràs coisas Conl Arislóiclcs nâo. eslc é filósolo mcsrno. Para saLrcr L) quc é filí1soto. esl!c1e Arisla)tcles P.rra cstLtdar Arlsúilclcs. vai tcr qÜe csiucl.Lr lu.lo o qrc l.eio anlcs iambénr Comcc.i conr Só.ratcs, Platao c Àrisiótcles Iorqrtc achci qLLc êssjrü ficaria rlrills claro. Se eu 1(»sc anunciar lrdo islo anlcs. provavel.rentc lcvarla mcscs para chegar ata onde estorL agora. por isso inventci cs§e rrrquc: douprinreiro aconclusão. porque daiiá fi cou claro .lepois a genic vollr p.1m vcr os dndos quc cÍav rr ântcs. xlcsm{r assin, dar sirrples rrcntc csscs dados,:lc nrLnejra nâÍrâriva tales diz que t!do sc o ginou corn .r i-!ua. dcpois vetu Anâximandro com o ip.rror. vcio r\na\íncncs c{)Lr o rr. vcio o Únfódocles corrr os quâtro clerncnios . . se cu fizessc isto. acho qLre não chcgiriir â con.lcnsar esla succss,o de uIna nrnncira tao clírn. ião clcl'inidii... l']clo n1cnos eLr âcho que esrá claro e dcfinido Argunr.nrandr) aqúi cnr caLrsà fr(lpriâ. acho que cslá clarissimo fi\ar craianr.ulc qrlll cra a posiçtú,:lcsscs Pré-socrátilos cnlre í 1râ.liçÍ) mitic.r c à l'iLoÍrlir rra sua crpre§s,o plcnâ é e\trcrüanerric inportirnlc parr quc st r(inrprccDda r irr.lolc da aiivi.llltlc fiLosanica c se sâibâ quc lcu srrginr.rto li)l u r csforqo dc rlruito gcnle Náo ioi tácil islo. p(»quc cxislc su.prc isso filo ó tcnrâ.lc!1c curso nra§ cu possn (lar ul1la dica êqni um abisno e irc o làlar e o intcligir. Para ludo f(trllo que vocô enllllcia, focô tem urna inicnçào .te significâdo, mas rL irtcnçào de sig iicado nenr semprc se rcaliTii na sua própria nerrrc. \,ocê nãoconscsue reâlizâr intuiiir.amenie o signiücado .:laquilo qlre Lrpressa quando dlz as cojsâs Ora..L consciôncia desse abismo foi :cldo trâbalhada ao longo de nuilo tcmpo. e esse é um dos temas tlltrdanenlais de Edrnund I lusserl. Para quc as discüssÕcs filosan'icas laçarn scrrtido e 1€nhalll utilidade ( rccessário quc clas.liscüiam significaLlos quc foran de là1o rcâliza- ( r,s ou quc sào re.Lliráv€is na n1enle, € não apeLla§ os seus cnunciados \rcüais correspondcnics N.L vida diáriâ. nâs cliscussócs nào lilosóficâs. ]las discussões polilicas, rcligiosas. elc.. o que acolrtecc ó quc nâ maior )fltc das vczes as pcssoas esláo.liscutm.lo inrenqócs de signilicados (tuc não são rcalizáveis, oü scia. estào dlrendo coisas que elâs mcsnlas LrtLo conseguiiianr pcnsar lt\h)no: Erisle aLEutna téc icd Nru eu lazet ln etante di\afilos lt\titn. do qLte eu sei e da ttlrc é sjgn itiLa (lo?1 Toda a parte da lerromcnologia Husscrl passou a vida cscla 1iu âcrcdito que a I{istória da }ilosofia conqlrist.l uma sóric de t)Lrtamâresi nio.tcr€dito ncssa hislória dc que os problcmas filosól'icos sfl) erernos € â fil(»ofia n.1o progridc. l: evidcntc quc progride, porquc IrLll ccrtas coisas qlre sc conquistou e não sc poLie cair abaixo claqlrilo ('lrro qlre âquilo nàr resolv€u todos os problcrnâs. n1as ltcha ccrtas (tucslões que não sc tcn1 mais o dircito dc ignorarquc lbram resolvidas. N,ls vcrcrnos con1 Araximandro a idéiâ do ápclt.,,7 que ó uma clcssas , onqLrlslas .leliniti\.as que ninguénl pode igrrorâr E ncnhumadelas cÍá t,rcscnie. por exe plo, cm ]'ales. pois são aif.la possibiLjdade§ Nlas rl{rrrrc êsscs patâmares, a consciêrcia plena dâ dislinção cntrc falâr :t:l e conhccer só apar€cc com EdÍiünd Husscrl' particularmcnic' I 1) es li gaçrj es Lógicu s.' S€ você náo tcln a rcâli7xÇão inllritivâ do signillcado daquilo q LLc esrá (lizendo o! ouvindo. cLltlto você está r.r log.r/,7Írqrlií está discuiindo scnrenÇas. Acolrrcce qnc as sentcnç.$ considerâd.Ls €m si nresmas iamuis podcn scr lcr.laclciras ou falsas. porque a veracidade ou a lalsidade r€sidc não na sra lornrLrlaqáo vcrbal. l1lâs no scu siilniiicado Sc os signilica.los nao sao perlciramcntc rcêlizívcis sc clas nâo sáo "Prc- scntiÍciilcis' no ato inl itivo. você esiá discítindo frases - c discutir .'.,.. rnu lr,,qrrc\l'r'n.''ru.r \crd"J(ir' rrr a''' Lrl rrJ se você csiivcsse irocan.lo uma€mbalagcn1 de prodLrlo por unl chcqne scnr lundo: .lc unr lâdo não icnl nada. do outro lado ianllrér nâo icnl nâou l.r r' ',i '|urrj" \'r;rrc'(J\r'ur \rrum I isso qucJcan Ditclamou lle "canrbalâch o ': a troca de coisas d€ nenhun1 vâlor por eoisâs de vâlor algoIn. Entao. nr rc'li'lirl' nrüiia discusllo cüliurâl.lilosófica que rem por aí ó assim nmilo dal'ilosolia lnodernâ É assirn. Quando você pass.r a pcneirâ hu§serliaLla' o que sobrê dc coisa inrportunrc .liminLri nlüito Craças í Dcu§ dirninui porquc tambénr sinrplificâ a g'tcrra \(:)s, por excmplo. sc lôssclüos .liscuiir conr 'laLcs se a origcn dc 1o.lâs âs colsas é a águâ oü nào. dâs dnas rtn1a: on teriârnos quc luzcr o quc ljzcrnos aqui, olr scia. lentâr realizâr irrrLLiti!âlncrle o §igrrificado irLcncionir.lo nâ paLavra. oll enlão irianlos ctiscutir â lórrrula em si l csrrir. qrLc f.ro ó nern vcrclídcirtL ern lnlsa' ELâ pode §cr ver'ladeira ou làlsa clcpcndcn.b clo scü significadi). e o significodo só aparele na rcâliz çrú intuiiiva da intcnçao de signilic:tdo QuâDdo a realizânros vcnlos qüc a unra scnicnçr ncccssâriaDrcntc plurlsscnsa porquc é ntna cr)ndcnsrçro poólica d! rrnla ilnprcss,xr comdexa Poriânto' cIn si nlcs rra clâ nào po.lc so discullLh corlro !cr.lndcirt oLr lalsa Acoftecc 1âmLrúnr qu! rrrLLittLS coisas quc P'Lssaol p('r tescs liLosóliLos r^L*.r trLlssirlr, r,,,,^r3,q,4 Ir,!n,\ StLr l] L o \r!i (rLrltrÚi -1+ .i5 quc podem e devem ser discutidas sio exatâmcnte a nesíra coisa, ou sclâ, condcnsaçôes poélicas dc impressões compic)ras. À 'lllosolia' dc Nietzsche. por(rrcl1lplo, é isso Não cxistc nenlrurnâ fiLosofiâ de NietTscher €ristc uma série de e\prcssócs de impressÕes cnorrnemente colllplexas que estão dcnho de su.rs lrascs como se losse Llma cascâ Vocêrcm dc qLLcbrá la paraqu€ as vi\.ônciâs corr€spondcnics apareçam. c clâs srlLo tào clnnpleras que não sao lescs filosóficas. sáo c€ntcnas dc leses filosóficas possíveis quc csiâo ali embutidas. Como dentro dc unla única s€nicnça poótica você tcm dcz, vinle les€s filosóficas txrssivcis. a dilerenciaçao, o dcsnlcrnbranlenio. a c)rplicitação disto irqlrer ur.r iécnicâ. Essâtécnica surge eriâtamcntc entre Zenãodc Elóiâ queAÍiÍólclcs ., .irr.,-\. ur", l:r J r.ri.., J(-lL. r, r, Jo. n r..' n..c d pa.LI, pcnas unl bisavô e o próprio r\ristóleles. Elcs ioran deplrrando a ,1, u,,1.\.,ir p:rcr Í .\4. rt..(.tôe.1..', r\nre.\. 1 sisnificados (qLre podern ser antagônicos) e entáo classificar quais po- ( cnl ser zrerl./delrds sobrc tâis ou quais aspcctos ou lalsas sobrc iais (nr q ais outros âspecios Isír dcu uma lrabalheira cnolme. nirguém |odcria té lo ieilo sozinho Nâqu€lâépoca. umlàles ou umÀnaxirnandrc náotinhâm nenhu ra rlcssâs tócnicas prori.Ls. entáo iogav.Lm com os clcmeLlios qu€ iinham. Nlas, foje. elas náoâpcnas existem colno sào apinroradíssilnas. e o latl) ( ( re a cultura do século XX, c agorâ cto XXI. parcce que se recusâ a L sllas. E)tisle unra espécic de obsl]naqão cn se contin!ar discuiindL) :r.nlenças poéticas mcsmo q!ân.:lo sc sabe que elas náo são ieses iilo \(llicas. e que náo adlanta discuti las que náo se vai chegar â nada con1 iss(i âí [ lazcm isso o tempo lodo] lAlrÍt: l)e ceúa tnaneiru, o que eu disse sabrc a telltatiúa de let ttr)tt etpeiinda míslica rcnelarula luda o que t eta a l.eselüdaaque jásesdbe,üt(\aoqueÍaircuetado(-.) A Íes eurou patat p't)o tetttttr (. ) desespendaúente csquecet loda esse leLntl ) Ah. €ratarnentc. porqLre o sujeito qucl ser um novo Adào no paraíso: "Eu náo preciso .le nadâ disso, cu sei tudo ' sou rnclhor que lodo nrundo e vou descobrir por lnirn mcsnlo Só quc isio é inpos- silel. isro é Lrrn insulto c, no fim. é üma confissâo da sur impor'ência: vocô .]iz qlle \,âi clescobrir tuclo porquc le!€ preguiça de estlrdar Você nJU r'pJ. r.r Jr.lr.rrt*, ' o.J '"'.' 'ên'inrtdrI descobrir alguma coisâl Conro ó que lsio cleilou â licâr assirn? Verel os nas ctapas finais .lesre curso. na nauati!â, urn ncgócio que hojc eu já nào hcsito mâis cm clramar â'era da inépcia", quc é aqucl"r era nâ qlral' diz Schelling' a lilosofia cai pâra um nível pucril Quandl' a filosofiâ c'Li pârâ LIrn ní vcl pueril, nào é ,:lc espantar qLre a cullurâ cnl volta 'rcabc caindo mais bâixo âircla. Sc os filósofos virârai criânç'rs, a culLura ent gcr'Ll virotl coisa.lc rnongolóide. de rctardâdo nrental. Quândo chegarmos ]'L vou clemonsir.rr isloi s€ nào cler par.L dernonstmr tlrdo. ao nr€nos darci as dicâs (.. ) e vocôs verão que há pelo lncnos quâtro sóculos csta ros discLriindo inépcias. É uma coisa que cu nao acrcdilo, que ninguém icnh'L orsado djzcr O próprio Husserl no irndo sabia dislo. Quândo se lê scu livrc A 'r;se das ciincias eurcúias1 quc é um aparhado crilico dos fundamcntos cognirivos cle rodaa ciôncianrodcnra,va-se quc clc.:liz tLqlrilode L1o1â maneira inuito lécnica e rrtiio cornplera. mriio rigorosa c muito n1e- tlculosa. mas no llrn.lo o que elc cslá qucrerdo dizer é que ludo isio ó uma i bccilida.lc lora clo comur[ CIâro quc ele crâ u homem mlrito cducado paradizc|isso. scrrrprc ioi. € nuncaloi umsuicitopolôlnico Llnr homcnr clc colnbuLc. nào lrr isso I1lc cr.r!rn homern 'le ciência mcsn1o NIas a conclllsão linâl do livro ó que uma espócie dc imbecilidaclc L) 'r. trr tr HLSSlirll- 7llr11tlíl tttrlttttLtÚt..\ l !mn' r, \f11lN'Nrrl L iiYrsil! r'Lús 19i0 t7 -inbecil colctivo" nao está presente só no BÍasil. naro. el€ está presenie rr,, n rrntu . Jo lra p.l" nFn.\ituê'-o\c.uu'. Se não compreendermos essa làsc nllnca vamos sairde dcntro dela. Sc nunca enlendennos o q!€ aconteceu ali. nunca â humanidade vai voliâr âo nÍvel filosófico qu€ tinhaen1 Plarão e Ari§lótelcs. e isto é â coisâ básica para a salvação da espécic hunana. Náo adiantâ você c§perar quc as religiÕes taçam isso. clas nao vão lazer: nós mesmos é quc tenros cle lâzcr Elas não se destinarn a issoi dáo a base qüe âjuda nisso. mas n,u váo rcsolver l\]]lna: E \quiLo que c) setlhor chamau de "í)ittude sal.ríl1ca dL) Ncsse seniido. sim. Náo vá conlundir. cono o outro lá, 'viriude sàlvífica clo colrhecimcnio" com "sâlvaQão pclo conhecimento", pclo âmor do Dcusl Sc a â mesma coisa a cxpressáo. . A exPressáo é até pedantc. horrivelL -Virtude salvifica do conhecimento" eu janâis cs' crcveria ulna coisâ dessas hoie err dia. literariamcnle isso é nrcdonhol I,]ü diria: _virtude salvadorê". Mas eu estava impregnado da linguagen r ,, l -irju \. r. ôr c. \( o,,"Ír, J.le -l\ i.L L" 'i.úR 'alraJo do conhecirncnto' Seria conlo avirtude salvâdorâdacaridade: elânáo salvâ. mas âjuda. Entâo, o conhccimefto tânlbénl nãô salva. mas âiuda Nlâs se o suieito nrio quiser cnlender isio c quiser intcrpretar num senticlo hcrérico. isso é probl€ma dele Não entender o que a g€ntc está lalando ó â coisâ mâis lácil. o dilicil â làzer é entcnder' Aqui tâmbóm. conrc você vê. essa própria discussao cntre qual é o clcmcnto mílico, o elemento racioral. tudo o que cu erpiiquci eu consegui e{plicar â irânsiÇáo do mito parâ a ljlosofiâ sem ap.lar parâ o corceito de râzão, vocô reparou? Eu náo usci csse conccito porquc acho que ele não sc aplicaao caso. pois scÉn1uilo posierior. será outrL) criré o. e náo precisa entrar esla vâriávcl. tjrn gcral parâ min, as erplicaçÔc§ qLLc stlo dadas dcssa lransiqáo do n ir. piía : r,lo- r. n^ in't .icn.' l'r'.irô' ourlu' u'"r ' o conceiio dc "razão". qu€ iá é um conceito muilo posrerior € Tales ou A aximandro nào linhan1 a mcnor idóia do quc tosse isso Em segundo llrgar porqu€ não leYam cn1cônta essas ctapa§ intcllnediárias que secr pressariâlü clepois nos otrúos clois discursos, ' ierórico € o dialótico Atransiçãodo nilo'poatico para o lilosóficose dá âlravós de algun s só- culos de .eióricâ corr os §o lisias, n ão surgc do nada E porsuavez, aidéiâ dc corncçar essâtrânsição, diz:cômo é qrc o milo_poélico se lrânslorma depois cln discussáo letóricê! Pam isso, serià prcciso quc ele rompesse cornatrâcllÇáo colet iva rned iante essas cspeculaçôes esotérjcas A qucbra .La rcliiliáo grega proclüz â prolilcmçao dc seitas csotéÍicas. pofiânlo' de c\pcriências indivjcluais que, quanLlo sccxpressan. lêl1tde tazô-lo ainda cn1 lingüagcm poéric.L. nras iá não deLlrro dc uma linguagcnl narrativâ Orâ o que é umâ poesiâ que não é narrativa. quc é indili'lual c que não é narraliva? É poesia líica c esse tcnpo quc âfl€ccde jüstânentc os pré socráticos é o tempo do s!rgirnento da poesla líric;r ilrega À poesia líricâ é â erpr€ssão de impressócs aienlpomis' A lrase - ágra ó a o gcrn de iodâs as coisâs" é uln rcrso líico ó urna oipÍ€s- s.ô indlvi.lual de Llma vivênciâ atemporal. ao corlrário clo ópico. que é scnrprc nallalivo Acho que se Giovanni Rcâle cstivess€ âqul prcsentc clc tcria quc concordar râs. . lAluno: rl.l?si1,o l']iláAórd§. 1úo é? O núneÍo é a aigttt de luda" ") ruir. .Li'i,rrr.r.iê'oJ,''.,i'i,' . (r''';'"'LoÔ''L lr .".r1 r.i,.rrr,,,g,rli.J-i/c it:rr rn.'rr ig:o mais prjnritivLr, poque no lundo não há estágio rnais p miti\o Só há cslágio r,?r,is primilivo ou rr. irs primiiivo t1a clavc daqucles pâiamarcs dc que lâlci Sc voca recua pâra um nivel dc conhccime to mais bajxo ao quc iá linIa sido alcançrllo. cnttrr ) podc.liu er quc é prinriLivo ÀÍas sc 3S csiá ape âs scgubdodc novo a ordem normal. porâssim dizer "fisioló_ gica'do conhecinenio quc é a inrprcssão, a mcnlória, a imaginaçáo. a cxpressâodaimâginação. averbâlizâçâo, d€pois.rcatâlogâçáodialótica .los s€ntidos. o eramc dos sentidos . se cslálã7endo isto você nâo está mais prjrniiivo nem rTelros pdniiivo. es1álazcndo simpLesmente aquilo q!e é normal lazer lÀluno: í ..) 'rers I a .,igem cle tadas os coisas" ca lo Íica?) O quc é "Deus". o que vocô quer dizcr con "Deus"? lÀluno:A lL..] lsso é poesia líricâ Clârc. se vocô disserr "Deus é Luz" l Alnrc: OLt " ...é a ali|et (le lodas ascaísas", ao é?l "Deus é a origem de todas" ó têmbtur pocsiâ Lírica. Para iransfor mar isso e tcologia vocô nâo imâgina o lrabâlho que dá. Mas se foi lcsus Cristo quenr dissc. en1áo âí n,to é poesia lírica, porque clc está inâugurando uma lradição, cstá lalando palavras que se clcstinam a scr repetidas tais e quâis. (...) Então ele inâuglrra uma outra lradiçáo. q!e sc irmsmilirá dc maneira nalra{ivâ de novo O quc é o Evangclho? Nârraiivâ. NÍas se um dc nós ctiT âqui Deus a luz'' oü "Dcus é a origcn de 1odâs as coisas '. está qüercndo erprcssar sinrcticanenie €m pâlavras uma inrpressáo m!lto compleriâ. Sc formos dcsalobrar o scnticlo disso pâra qüc a gente saiba a que tipo de vi\'ênciâ c(,gnitivâ correspon.le .r sua iiase. vamos ter um irabalho Íliscrávell Fir espero quc. quando você cliz isso "Dcus é a origcn d€ iodâs âs coisâs" . que ienhâ consciência cl.t colrplenidade do que está dizendo. Você esrá clizcnclo u mundo inteirc, n,io é isto? Qüer dizer a lrasc ó siinples... Ou enlão cstá repelindo unla trâdição, claro \bcé podc repelir a lradiçáo ilié scm entendô_la, certârncnte l9 l\]luna: QtLe l ntais íot doLltlo l É. c nàr, é erraclo. ninguélI tern a ob gaçáo de investigar tudo por si \'ôcê tern todo o direiio de rec€bcr â iradiçáo c repeti-la AIiás você alev€ aió lâzer isso. porque, se náo qu iscr lazÔ-lo. vaitcl muito trabalho' \,âi ler que ser filósolo. E a gente náo pocle €Jiigir (luc lodas as pcssoâs scja lllósoiLs. isso rao tcm o rncnot s€ntido Você enlr'L nisso porque qLrei Nlâs a scntençâ simPles que icm um significado cno rcmentc complexo. c qüe tcnl ala váriês carüadas de siilnificâdos süPcrpostos' o que ó isso? É linguagcn poética. elklcrllcÍrente. s€iaa da trâdiçáo seiâa da sua vivôncia pessoal l|\rno: Mesno t4amlo Lldduziúl.)s a ins' rlo TaLes e cL)loco las a exlrcssá() "1L)c1ãs as coistts"? O Étego túo tetn sequet essa paltlÜttt Poisó. isso jáé un problema. O quc stioasiais "coisâs"? As idéias §á' _coisas"? Essa sua cloulrina ó ulna "coisâ'? EIê (arnbém sc originou da úgua'? Hoje. porercnplo, istoque cstou erpondo aqui p rcpârará vocês de unl nrâncira LerrÍvel pâra qne compreendân1 achauadâ "problenrática da irürorclêrência", quc é o principnl problerna de todâ â tilosofia modeÍna U a filosolia que prctcncla criplicar un1a espéci€ inreirâ' unr gêne- ro iniciro de latos. ül1la teoria que prcienda erplicar o conhecimento humêno. por exemplo. eviclertemcLlle elâ própria é um ato dc conhcci mento humano. Enlão, ar obrigâtório que ela cxpliquc â possibilidade dc cxistênclâ dâ própria leoria desde quc cla é unl â(o dc conhecirncnlo lrurrrâro. náo ó ourra coi§â. Sc eu laço a icoria sobrc t) catllecitru'ntr) tttt,tlrttn t.N- u, orr,,,i, -.\,'.or|- 'lur.' outro ncg(')cio . 1 âs. evitlcrte cnlc. o cnunciâdo de uma icoria fiLo .lil1,'. r,',ôo.'. rrh',,rnrrr' r'u.rrr" l '' c"J l' rr'r" cur:r gcral .L rcspci(o tlo ct)Irhccinrento hunrano. nrinhâ leoria devc podcr ser explicacla por cla nrcsma O fato a qlre nenhuma das leorias gnosiológicas modernas.rlem Dcs_ cartes. neÍr LÔche, nein Hume. nem Lant. atendem a essa condiçáo A de Talcs tambénr náo cxplica\â.'Aáguaé â origen detodas as coisas" . Como é ql]e vocô vai erplicar â parlir da água o fato de que. um dia. um cidadáo chanlado Talcs losse dizcr tÍrl oü qual colsa? Náo iern iransiçào possí,el Mâs cm :làles é pcrdoável por qüê: Porque ele náo iinha os instÍumcnios dialéticos diierenciadores e estava expressando una im_ prcssáo poéiica altamen te complexa. enião nâo podcmos cobÍâr isso dele Quando Hune. no sóculo XVIII disser que todâs as conclusões gerais â rcspcitoalo quequerque seianáo sáosenão sediÍnentaçôes de inrprcssÔes cimeiriâdas pelo hábito - e que. portânio, não valem grande coisa , ó cvidente qu€ cssc preceiio gcral se aplicâ ri sua própriâ teorlâ. H. nen.n d(lunp, J.1'L.u 'r, u*e1o.p.."-.'""I'rrifi..nr. quc o lato cle vocô cnunciar â sua teoriâ prova q!e €1â c falsa lÍo aqui basta parâ dcmolir loda aÀlosofianlodcmâ, §ó com esse pequcno cxâlne, porquc ela é ulna filosofialeita nâbase dâ inconsciência da sua própia pos sibilidade dc erisiir L estâ inconsciônciêé filosoficanenie il1lpensá vel, porque, se a filosofia é uln exame críiico do próprio conhecimento que você icm c a priÍrelra coisa que você Iaz é sc âbster de fazcr esse e.\âl c. então náo tcnl lilosofiâ alguma. lALuno: [sia carttcteistica so'ia cama umd espécie de "macoca que aa olha o pÍóptto raba". setid: a : ieito lala as caisas- las se dLEo que üai lutat ca tta o escLarccifienta (...) ?l A expressâo: 'Esse sujcito rão se cn\erga". l.lu rqui p a rcf-.. u( lo,la r h .'ulr:r I oJ' r,,i qud\'{ne.c.cào. Alúo: í: isso que eu i4 clizet pode'se ?rer qLrc MaN, Frcüd ( ..)l \4aÍ{. frcud. Nieuschc .. Do que cu cnamin€iaré hoje, há dois que es- capan ncsse período, que é l,eibniz c Schelling Só o quc csses dois (. ) .11 l|,lúa: lai se k»nuloLt t] 1a hipótescdaPat qu'l---)? Nlilhôes de hipótcses. Por quc islo aconleccu? E unra desgÉça lora Jô.un| n.L .ôbc, d,.rrrrr\rrru h' urr\r\o''u(pr"pJr'U!\rrni versajs, ou pclo rreüos.lc proporçôes curopéias Colno é q!c entu'Lmos nisso'l f Iá nilhares de ctrusas. a gente pocle inv€stigâr' mâs o quc ilnportâ é menos você saber por quc aconLeccu do que tcr â consciÔncia dc quc isso âcorttcceu e qLre náo dcvc tàzcrisso Nâo preciso sabcr e\atanente por quc o slrieito scviciâem 'lrogâs para sâberqüc n'o é bom c nau lne uici-. tnt,,o, L.,go cti,, 'Olha, o negócio é assiÚ e ó rnclhor você ntto entrâr nisso '. cmborâ a gente n'Lo saiba corno ó quc lLs pessoâs entrarn fsso. por certo. lem âlgo a vcr lambónr conr a decomlrosiqâo d'l unani idacle religiosa ociclentâI, sem q c concomiiântcnrerlte âpare_ ccssem eriperiôncias esoiéricas capâzes clc algurna naneira' dc scgllrar u trnn*. I na., *rg"nt' "Ú partc, pcio simples iâto de que' já havcLldo "r.a"., ",,.".'' 'rr'Ô' J "'l''Pi "'ur'"r'üJ' J "n'r''-L"' misticas regist|adas. nao hí râzáo suficiente pâra se quercr buscal uma edpe riôn ci; rn ísricâ ou csoiérica torâdisso' siirplesnrellte náo htr' o 'lue acontece nesse pcríoclo ó uln esquecimento 'lesse lcgado crisiáo Urr csquecirnento. poÚaL1lo, un 'lesco hecime to: as pcssoas simplcsmente por*. una,, *r"*r", n'ais Scvocê nào cnlen'le mais âi' aqLLilo qücjá cslá explicado, corro é quc âgorâvaitcr a capâci':ladc' para você mesro .nln nr ."u, op"rin "*os esotéricos 'le chegar â 'llglrm lüilar? Você n,ro vai chegar a nâ.la Ent'o ai corrcça o ps'rrdo eso{erismo Nlâs eu sei quc isso não é c-\pLicar as cal]sas ' apcnas dizer o que ac.ütecclr: o q!e aconlcccü loi isso' m'ris isso mâis isso,' Em Hisiória' quâ!rdo \ocê pcnsa qnc esttl explicân'lo a causa ':lc alsLrmâ coisa' não' você simplcsnrcnle cslá contando a históri' 'lelâ E dc laio o noti\'o que tcnr;s pam estü.1âr a tlistóriâ da Filosofiâ é sabcr 'lc ollde viemos oncle chegamx c corno loi quc vicnÚs parâr âqLri: náo ó justjlicar de modo causal. diz€r loi 'por.?7,ra 'lisso" ou "por cd'Istr daquilo nâo Houve u ma séric ale passos. unrâ sé ededecis'es e o scu encâdeamen to lógico nos lc\.a â tal ou qual situaqáo l^lunor Serã qrre, §e.qril7tlo a s a leaÍía sobrc a o gefi da HistóÍi't e sabrc qu(tis sáo as aee]1tes do HistótiL a Eel1Íe Podetid esbaçar ma idéia, pLi exefipLa. Lle que sao cantLitas el1\rc hadiçaes? O seia' entta uma ltddiçaa, que é a l1deli|.1o g1ósticl' e ela |a' a lliIerc çd ( ")'l Poale. mas issotnnbém náoseriaurna explicaÇão causal seliârpenas â nânativa cl€ âlgLIma coisa quc aconteceu pois sempre você poderia t-.Ér dpr gun,J rr',.nn,qrr.o,' n'r'e"'\L 'r.o âssim... Por quêl ['Iâs por quê? Nlas por quê] Às vczes a gente náo chegâ a sabcr o por qui. pois no iim das contas tem aquclê lrase clo Orlega & Gasser que tliz que nunca ninguérn cscrcvcu üm livro que cxplicâsse perlêitamentc por que alguém fez alguma coisa É difícil você explicar a câusa última, pois. se vai explicar a causa aquela causa rcmonta a outm, à olrtra. à Lrutra. e a explicação das cltlrsâs náo cdbc à História' r''r I \ Ilr'.o ourf''ridurr'r'rrrqueo\'u'o\ fôram âconleccndr, c râo a süa c usa Úllimê \'Ilrilas coisas aconlecen simplesmenie porque o slj€ito dccidi que iánr aconlecer' E como e qLle vocô vai sabeÍ por que ele decidilrl fAlunê: r\ras ell p.rs§o lr,zet con (lue (' ) ?l A nârraiiv po.le lhc strgcrir a prescnÇ dr nma câusâ rlrâs nunca poderá provar a causâ. porqü€ a pÍova dcpendc de você t'r além da narrâtiva. Lrn] critério hierárquico e)(pl icalivo iá pr on to Por excmplo' por que nrLn.r invesligaçáo crinrinal a nârrâtiv'r 'Ôs Íatos' a ordenâda dos laios.leva àd€scob€rta clâ causa? Porque vocé láten ccrtas co!vicçÓes permânenlcs. esirlrturais. soble os moti\os dâ âçào hLLmanai poque você iá tem LLn1 código pcnal pronto. lem tüdo isso pronto cntão â .1.1 n anativâ conlio| tâda com isso the dá a cêusa. A narr.rti!â sozinha náo podcria lhe dâr isso, cntão prccisa â narratir,â c o quadro dc rclerência. por olrtro lado. Essc quadro de rcleréncia. en1 se tratardo da lotaliclâ.lc do aconrecer só pode ser dc oúem nrelillisic.l lÁlrro: Na inleliot, após especilia . sun (...). Mas q ol a relcLçda e ü'e a detetioruçào da trudiÇia rligiosa ocídental 1...) e esse fe ônena de ús do ttitlús t11o.1e] ús, as leotíds (. .)?) Snn. na mcdida da deicrioração. â pcrda da unicla.le religiosâ do Ociderle [az prol] 'erar auionraticarrente experinrenios esotóricos. istl) ó, âin1as individuais quc acaban qLrcrcndo rastrcar a origen. nras sem rcr a rcferôncia d:L iradiÇão. Acontecc qLr€ essa úâdiçáo já tinha um s.r b.r (rr I l"J^ i r". .o., n.ro. d pofli, Jah-r". n.lL,.l..r .. tJ. .r mâis eslar vinculadoàqüeia rcligião dominâ1rie, vocó dccidc irsozinho e ignor.r toda a üâdiçaro.rcunulada, vocêenburrece, caipara um patamar ântcrior. vai ignorar un montc dc coisa quc os caras já sabianr LAluno:Pois é mas isto Icvâ rcccssariamcntc. ou na rnaior paúedas veTes â clizer coisas que náo se aplic.Ln a si nresrno. ou scjâ ( . ).1 Náo. Sc vocô concça a filosolàr a patirdc Lrma inicpretaqao lalsada siluaqào eriisieLlciâl que lhe leva.L filosolar, nao vâi chegar â lngâralgum. o filósoio grego que rorrpia col â rcligião dominântc. âquelâ religiao constituÍâ-sc âpcnas dc lnitologia c clritos, nâo tinh.L unla (cologia. não linlrr !ln lcg.Ldo dc experiênciâs rlrislicas já sistemâllzado. arlurnado, I1o. lr, .Jl(i. ^ \;,.r' nocrr. arr.rr, .rI Ncsic íntcrim. as pcssoas que prssaram por isso, os tcólogos. os místicos. eic. descobril?rr rnuira coisa. Sc vocô, porquc náo qüer ficar na rcliilião, ignorâ tudo isto. cstá comctcndo o pecado Íronal dc "adânrisrro . cs1í aclrrLrdoqLLc ó o prinrcirãoquân.:lo navcrdâcte nao é E provavclncntc vri comckr cnos quc iá toranl conretidos c corrigidos ++ há l1lil anos. Você voLtâ para trás E isso que Schelling quis djzer conr "caiLr para un ní,el pueril": os slrjeitos comcçâranr a comctcr crros quc ncnhuln cscolástico tcria comctido. lA)rno: A pessoa perde a c()tlscíêtrcia de si tkesnla?l Perde a consciência de si mesIna. Vocô cstá numa situação his- tórica dcfinida por uma série de patanâres já conqlrislados. Esses patamarcs criaram a siruâçáo. Vocô está en1 cirna disso e quer lazer de conia que é o prineiro. quândo náo é Aré â sua linguâgem já €stá dctcrninâda por rocla essâ evolução: aquclâs contribuiEôes todas estáo de ceúo nodo enburidâs ali. Se você acha que pode fazer o conhccimcnto avançar partindo cla negaçáo de qlre alguém lenha descoberto algun1a coisa ênt€s de vocé. n.]o vai chegaÍ a nada. Isso quer dizer que, quanto mais cxistc cuhura acumulada, menos r, (r rL ll u d r( ,o JL c 'ur., ', Pur lul llurq.re 1 .,r! - rro(aô e\'\ lencial iá está cleiinida. . Náo só os seus conhccimcntos sáo dcfinidos por cssâ acumulação, mas rambón a sua própriê siilraçáo erdstencial. Desde peqlrenovocê recebeu unÚ educaçâo, vlv€ dentro d€ um quadro iuridico,
Compartilhar