Buscar

Resumo Arte e Direito - Daniel Nicory - 2019.2 - FBDG

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO
Arte e Direito 
 Prof. Daniel Nicory
Noções introdutórias 
O que é arte? Para Kant, a arte é a expressão do gênio do autor. 
Relações entre direito e arte
Direito da arte
O direito é forma de expressão cultural e forma de expressão do controle social e da busca da justiça que estabelece meios para a arte. É o conjunto de normas que regulam a arte, que tratam da relação do artista com o público e da relação do artista com a sua obra. 
Exemplo: Lei de Direitos Autorais, liberdade de expressão, financiamento da arte, responsabilidade civil ou penal do artista, etc. 
Direito na arte
É o conjunto de obras de arte que tem o direito como tema. 
Direito como arte
Assim como o direito trata da arte e a arte trata do direito, frequentemente o direito e a arte falam da mesma coisa. Existem alguns problemas filosóficos que estão na base dos dois e que podem ser enfrentados em conjunto. 
Problema da interpretação: ambos dependem da interpretação para a construção do sentido, do significado. 
Dependem da retórica. 
Narrativa: ambos tratam sobre a vida, exigindo que se contém. 
Poética aristotélica 
Segundo Aristóteles, a arte imita a vida, a vida serve como inspiração para a arte. A tragédia e a comédia, por sua vez, são formas de imitação da vida. A tragédia é a imitação das pessoas melhores do que elas são e a comédia é a imitação das pessoas piores do que elas são. 
Poesia X história 
Ambas são formas da narrativa, mas o historiador só pode contar o que aconteceu e o poeta não tem esse limite. No entanto, a liberdade do poeta não é total, entrando na verossimilhança. 
Verossimilhança 
A arte precisa se inspirar na vida para que ela seja compreendida pelo público. Verossímil é algo que se parece com a verdade de forma a convencer que é verdade. 
Mythos 
O mito seria uma história que dá sentido a um mistério. O mito é uma história com organização dos acontecimentos, é a organização dos fatos de uma narrativa, com início, meio e fim. Não só se sucedem cronologicamente, mas também causalmente (nexo causal). Pode ser a representação da ação. 
Mimeses 
É a transformação de alguém no outro. O autor age como se fosse aquele personagem. A tragédia é a imitação dos homens melhores do que eles são na realidade e a comédia é a representação pior do que eles são. 
Katharsis 
É o sentimento do público de assistir a arte, é a purificação espiritual do público pela experiência da obra. O público deve sentir o que os personagens estão sentindo, devem aprender com as experiências dos personagens, dessa forma não precisarão passar pelas mesmas experiências para aprender o que eles aprenderam. 
É a organização dos fatos (mythos) que irá provocar a katharsis, pois você não sabe o que irá acontecer na obra, o que lhe leva a surpresa. 
Formas de provocar a katharsis: 
Peripercia: é a reviravolta, a mudança de sorte da personagem, da fortuna para o infortúnio. 
Descoberta: é o reconhecimento, a revelação de uma realidade oculta ou de uma qualidade desconhecida da personagem. 
Patético: é o sofrimento da personagem. 
Modos ficcionais 
Northrop Frye diz a separação entre tragédia e comédia foi um erro. Para ele, as personagens podem ter maior ou menor capacidade de ação. Por isso, ele cria uma classificação em cinco níveis, que pode se aplicar tanto para a tragédia quanto para a comédia. 
Tragédia X comédia: A tragédia é a historia do isolamento do herói da sociedade, enquanto a comédia é a integração do herói com a sociedade. 
Os modos ficcionais se dividem de acordo com a capacidade de ação dos personagens. As culturas começam a aparecer no modo mítico e com o passar do tempo vão caindo, chegando perto da realidade. 
Modo mítico 
As personagens têm capacidade de ação superiores, em natureza, às pessoas comuns e ao ambiente que a cerca. Pode ser um mundo divino ou nosso próprio mundo com poderes. 
Exemplo: Thor, Mulher Maravilha, Yemanjá. 
Modo maravilhoso 
Tem poderes superiores às pessoas comuns, mas não tem capacidade de ação superiores, não são divindades, não tem um poder absoluto de manipulação do próprio ambiente. É o sobrenatural. Podem até manipular as leis naturais, mas não tem uma manipulação completa como os Deuses tem. 
Exemplo: Capitão América, Hulk, Moisés. 
Modo mimético elevado 
As personagens têm poderes de ação humana elevados ao máximos. Tem poderes superiores às pessoas comuns apenas em grau e não mais em natureza. 
Exemplo: Batman. 
Modo mimético baixo 
As personagens são como nós, têm defeitos e qualidades. Por isso, provocam no público um reconhecimento. 
Exemplo: Homer (The Simpsons). 
Modo irônico 
É o modo da impotência das personagens. Os personagens são covardes, atrapalhados, aqueles que despertam muita pena ou indignação por parte da sociedade. 
Exemplo: os trapalhões. 
Estruturas narrativas 
Elementos da narrativa 
Narrador 
É uma construção do autor ao longo do texto, o princípio de organização do texto. Pode ser narrador-personagem (1ª pessoa), que é aquele que vive a história, ou narrador-observador (3ª pessoa), que é aquele que tenta ser neutro. 
Enredo (trama ou intriga) 
É a história contada, a sequência dos eventos. É o Mythos de Aristóteles. 
Personagens 
São as figuras que agem e que padecem. 
Tempo 
Pode ser psicológico, que é aquele que acompanha o nosso tempo, sem muitos flashbacks ou antecipações, ou cronológico, que é aquele que envolve flashbacks e antecipações. 
Espaço
Pode ser o mundo real ou outro mundo. 
Modelos narrativos 
Ciclo aristotélico 
A narrativa tem início, meio e fim. 
Intriga mínima completa 
Tem um momento de equilíbrio, passa por um desequilíbrio e chefa a um equilíbrio final. 
Modelo quinário 
Estado inicial é transformado por uma força perturbadora que instaura uma dinâmica que é encerrada por uma forca equilibradora e que chega a um estado final. 
Narrativa multinivelar e fascicular nas “mil e uma noites”
Síntese da trama 
Narrar para viver. 
Os reis irmãos Xariar e Xazaman vivem distantes um do outro e decidem rever-se. Quando Xazaman descobre a infidelidade da esposa, coincidindo com a chegada a seu reino do vizir emissário de Xariar, Xazaman decide viajar até o reino do irmão mais velho, desconsolado, e não consegue disfarçar o desencanto, embora não revele ao irmão o motivo, que presume ser saudade de casa. Quando Xariar sai numa expedição de caça, Xazaman, que ficara no palácio, descobre a infidelidade da cunhada e alivia o peito, considerando que não era só uma desgraça que se lhe abatera, mas um mal universal. Quando Xariar regressa e Xazaman leva o irmão mais velho a ver com os próprios olhos a esposa com o amante, ambos decidem que viajarão o mundo em busca de alguém mais infeliz que eles. 
Admirados com a infidelidade universal, os reis irmãos regressam ao reino, Xariar ordena a execução da esposa, e toma a seguinte resolução: dali em diante, casaria a cada dia com uma jovem diferente e, na manhã seguinte à noite de núpcias, mandaria executá-la, antes que pudesse ser traído. 
Xerezade, mulher letrada e sagaz, filha do vizir responsável pelas execuções, diz ao pai que deseja casar-se com Xariar para por fim à matança. Apesar da oposição e da relutância do pai, Xerezade consegue convencê-lo a entregá-la ao rei. Xerezade combinara com sua irmã mais jovem, Dinazade, sua entrada no quarto depois da noite de núpcias, quando diriam a Xariar que ela é muito apegada à irmã e não consegue deitar-se sem sua companhia e suas histórias. 
Na noite de núpcias, as irmãs cumprem o plano, Xariar admite a presença da irmã mais nova de Xerezade, que lhe pede que conte uma história. Xerezade começa a história do mercador que inadvertidamente mata o filho de um gênio ao jogar sementes de tâmara para os lados por sobre os ombros, o que então provoca a ira do gênio, que condena o mercador à morte. No auge da tensão dessa trama, o dia amanhece, Xerezade interrompe a narrativa, e diz a Dinazade que a sequência ficará para a próxima noite, se Xariar preservarsua vida. 
Tomado pela curiosidade, Xariar decide adiar a execução de Xerezade para ouvir o final da história, e assim a trama prossegue pelas famosas mil e uma noites, durante as quais Xerezade estende histórias por várias noites, insere histórias dentro de outras, contadas pelas personagens, finaliza histórias no meio de uma noite para ter tempo de iniciar outra antes da aurora, enredando progressivamente Xariar, até que, ao final, ela engravida, dá à luz seu filho, Xariar se apaixona e decide poupá-la e viver com ela. 
Narrativa multinivelar 
Uma história dentro de outra que está dentro de outra. 
Narrativa fascicular 
Em forma de episódios, os pedaços da narrativa são interrompidos para que o público queira mais. 
Literatura policial 
Modo fantástico 
É um nível intermediário entre o modo maravilhoso e o mimético elevado. É diferente do maravilhoso porque tem um fato que parece natural, mas que ao longo da história traz uma dúvida sobre o que é realmente a explicação sobre o fato, se é realista ou se é sobrenatural. 
Fantástico explicado 
Quando o sobrenatural encontra uma explicação no mundo racional está no campo do estranho. Para Todorov, a literatura policial se encontra aqui. 
A literatura clássica é aquela que tem grandes detetives, com grandes investigações e ciência. No fim da narrativa policial a explicação racional, a inteligência, vence. 
Fantástico hiperbólico
Tem as mesmas qualidades humanas só que já passando do limite do possível. 
Fantástico instrumental 
As personagens conseguem ter acesso ao maravilhoso com base em algum objeto, instrumento. 
Estrutura da literatura policial 
História do crime 
Termina antes de começar a história do inquérito. Ela conta o que efetivamente se passou. 
História do inquérito 
É como começa a literatura policial, que é onde vai se revelando outra história, a história do crime. As personagens dessa história não agem, descobrem. O detetive é imune. 
Tipos de literatura policial 
Romance de enigma 
Tem a história do crime e a história do inquérito. Examina-se indício por indício, pista por pista. Tende para uma arquitetura puramente geométrica. 
A história do inquérito geralmente é contada por um amigo do detetive, que reconhece estar escrevendo um livro. A história do crime contra o que se passou efetivamente, e a do inquérito explica como o leitor tomou conhecimento dela. 
Duas histórias das quais uma está ausente mas é real, a outra presente mas insignificante. 
Romance sombrio 
É um romance que funde as duas histórias ou, por outras palavras, suprime a primeira e dá vida à segunda. Não é mais um crime anterior ao momento da narrativa que se conta, a narrativa coincide com a ação. Não há ponto de chegada a partir do qual o narrador abranja os acontecimentos passados, não sabemos se ele chegará vivo ao fim da história. 
O detetive não é mais imune, tudo é possível. Violência, crime sórdido, amoralidade das personagens. 
Romance de suspense 
Conserva o mistério e as duas histórias (passado e presente), mas recusa-se a reduzir a segunda a uma simples detecção da verdade. É a segunda história que toma o lugar central. O leitor está interessado não só no que aconteceu, mas também no que acontecerá mais tarde, interroga-se tanto sobre o futuro quanto sobre o passado. 
Estruturas da narrativa sobre James Bond
Foi um personagem criado na Guerra Fria e encenado por diversos atores. Umbert Eco estuda a maneira como James Bond viveu várias histórias em vários universos diferentes, com enredos e antagônicos diferentes, mas continua a apresentar regularidades na história. Representava o maniqueísmo da Guerra Fria por ser branco e loiro, combatendo o inimigo do maniqueísmo da Guerra Fria. 
Relação com o inimigo 
Racista. O seu oponente, na maioria das vezes, era indivíduos de outra etnia, como os judeus. Eco afirma ainda que a demarcação do bem e do mal é uma demarcação étnica. 
Relação com o comando 
Problemas com autoridade. As vezes ele seguia as regras do comando e as vezes contrariava, mas sempre servido à pátria. 
Relações com o par romântico 
Machista. Desprezo em relação às mulheres após uma relação que falhou. 
1

Outros materiais