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Drogas vasosativas Indicações e contra indicações A indicação de drogas vasoativas baseia-se na otimização do débito cardíaco e do tônus vascular da circulação sistêmica e pulmonar, com o objetivo principal de restabelecimento do fluxo sanguíneo para órgãos vitais durante o choque circulatório. As catecolaminas, ou agonistas adrenérgicos, melhoram o desempenho mecânico do coração, devido ao efeito inotrópico positivo. Algumas reduzem a resistência vascular sistêmica e pulmonar, e as pressões de enchimento ventricular, conforme interação com receptores adrenérgicos específicos. Os inibidores da fosfodiesterase apresentam mecanismo de ação diferenciado, mas os efeitos hemodinâmicos são semelhantes às catecolaminas. E os vasodilatadores promovem a vasodilatação arterial ou venosa, além de reduzir as pressões de enchimento ventricular. No tratamento do choque cardiogênico, do infarto agudo do miocárdio ou na descompensação da insuficiência cardíaca, a dobutamina deve ser utilizada como agente inotrópico, podendo ser associada ao uso de nitroprussiato desódio ou nitroglicerina na ausência de hipotensão arterial, ou à dopamina em baixas doses, quando existe oligúria associada, entretanto é importante ressaltar a necessidade da monitoração hemodinâmica. Em situações de hipotensão artérial, podemos associar a noradrenalina como vasopressor terapêutico. Com a importância dos inibidores da fosfodiesterase, anrinona e milrinona, no tratamento da insuficiência cardíaca refratária ao tratamento com catecolaminas, assim como a importância do isoproterenol no choquecardiogênico associado a bradiarritmia, ou hipertensão pulmonar. No choque séptico ou na síndrome de resposta inflamatória sistêmica, a noradrenalina pode ser empregada como droga vasopressora de eleição. Quando existe disfunção ventricular associada, compressões de enchimento elevadas, a dobutamina pode ser associada ao tratamento. A dopamina também pode ser associada, desde que em doses baixas, como objetivo de aumentar a perfusão renal e esplâncnica. Em condições de hipovolemia e principalmente, no choque hipovolêmico, a terapia de reposição de fluidos e hemoderivados, constitui a melhor abordagem terapêutica. Entretanto, na fase inicial do tratamento, a utilização de noradrenalina assume importância como terapia vasopressora, até que ocorra a estabilização hemodinâmica após a reposição volêmica. DOPAMINA Indicação: choque cardiogênico, situações de instabilidade hemodinâmica, com o objetivo de ↑ o fluxo hepático e esplânico. Ação: importante neurotransmissor do Sistema Nervoso Central (SNV) e periférico. A ativação dos receptores dopaminérgicos resulta em vasodilatação de artérias mesentéricas, coronárias e cerebrais. Dose: – 3,0 a 10mcg/Kg/min predominam os efeitos beta-adrenérgicos ocorrendo taquicardia, ↑ retorno venoso e ↓da resistência vascular periférica (RVP). – Superiores de 10mcg/Kg/min predominam efeitos alfa adrenérgicos com vasoconstrição sistêmica, ↑ da pressão arterial e abolição dos efeitos vasodilatadores renais e mesentéricos. Efeitos Colaterais: taquicardia, ↑ RVP e da pressão arterial. DOBUTAMINA Indicação: ↓Débito cardíaco (DC), Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e descompensada, Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), pós cirurgia cardíaca e choque cardiogênico. Ação: promove inotropismo e cronotropismo, vasodilatação periférica, ↑ do volume sistólico, DC cardíaco e consumo de oxigênio pelo miocárdio e ↓ RVP e sistêmica. Dose: – 2 a 10mcg/Kg/min efeito inotrópico predominante, promove ↑ do índice cardíaco. – ↑ 10 mcg/Kg/min efeito cronotrópico torna-se mais acentuado, continua promovendo ↑ do índice cardíaco, mas podem ser acompanhados de ↑ do consumo de oxigênio miocárdico, ↓ da oferta de oxigênio e ↑ da taxa de extração de oxigênio. Efeitos Colaterais: arritmia cardíaca, hipocalemia, isquemia miocárdica, cefaleia, hipertensão em níveis indesejáveis. NITROGLICERINA Indicação: isquemia miocárdica recente (IAM ou angina instável), controle de ICC e tratamento de hipertensão. Ação: vasodilatador de ação arterial e venosa, melhora a perfusão miocárdica, ↓ a pré e pós carga, ↓ o consumo de oxigênio pelo miocárdio, ↓ RVP, facilitando esvaziamento ventricular. Dose: 5 a 10 mcg/Kg/min e ↑ 10 mcg/Kg/min a cada 5 minutos até atingir o efeito desejado ou causar a hipotensão. Efeitos Colaterais: hipotensão, taquicardia, síncope, cefaleia e angina. NITROPRUSSIATO DE SÓDIO Indicação: crise hipertensiva, ICC e disscção de aorta. Ação: potente vasodilatador arterial e venoso, rápida ação, curta duração, ação rapidamente revertida pela simples interrupção da infusão. Dose: inicial de 1 mcg/Kg/min e ajustar a dose até o efeito desejado. Efeitos Colaterais: hipotensão, bradicardia e hipertensão rebote. NORADRENALINA Indicação: hipotensão Ação: ↑ frequência cardíaca, contratilidade, DC, RVP e pressão de perfusão em situações de vasoplegia. Dose: 0,1 mcg/Kg/min (iniciar) e titular de acordo com a pressão arterial podendo atingir 3 mcg/Kg/min. Efeitos colaterais: importante vasoconstrição periférica, taquicardia, arritmia, parada cardíaca e morte súbita. VASOPRESSINA Indicação: choque vasoplégico, PCR. Ação: hormônio com efeito antidiurético e vasoconstritor, ↑ a concentração plasmática de vassopressina em níveis observados em pacientes com outras causas de hipotensão, está relacionado com a menos necessidade outros agentes vasopressores. Dose: – PCR: 40 UI que substitui a primeira ou segunda dose de adrenalina. – Choque refratário: 0,01 a 0,04 UI. Efeitos Colaterais: anafilaxia, PCR, ↓ DC, angina e IAM. LEVOSIMENDAM Indicação: tratamento em curto prazo da descompensação aguda da insuficiência cardíaca crônica grave. Ação: ↑ inotropismo cardíaco sem ↑ a demanda de oxigênio pelo miocárdio, vasodilatação coronariana, arterial e venosa e ↑ DC. Dose: – Ataque: 3 a 6 mcg/Kg/min em bôlus por 10 minutos. – Manutenção: 0,1 a 0,2 mcg/Kg/min por 24 horas. Efeitos Colaterais: cefaleia, hipotensão, hipocalemia, isquemia miocárdica e palpitações. CUIDADOS DE ENFERMAGEM → Controle de parâmetros hemodinâmicos · Preferencialmente pressão arterial média (PAM) invasiva, caso não seja possível manter a PAM, realize o controle de pressão arterial não invasiva de 1 em 1 hora. · Registro de FC e pressão arterial 1 em 1 hora. · Registro de indicadores hemodinâmicos conforme prescrição médica. → Anotação e controle · Registrar a dosagem em mcg/Kg/min, quando houver alteração na concentração da droga em infusão alterar a programação da bomba de infusão. · Peso seco ou primeiro peso da admissão hospitalar. · Registrar a dose administrada de 1 em 1 hora. (Atenção para alterações de gotejamento a cada controle) · Utilizar apenas bomba de infusão. · PROIBIDO ordem verbal em prescrição médica de adrenalina, noradrenalina, nitroglicerina, nitroprussiato de sódio, dobutamina e dopamina. → Segurança do paciente: preparo, administração e manutenção · Drogas Vasoativas (DVAs) devem ser dispensadas mediante a prescrição médica, com a dose total do medicamento em mg NUNCA em quantidade de ampolas. · Administrar preferencialmente em cateter venoso central, caso for periférico avaliar condições do acesso frequentemente. · Verificar interação medicamentosa. · Preparo, instalação da bomba e programação com dupla checagem. · Não interromper abruptamente à administração. · Checar alarmes e sinais vitais. · Troca de solução à cada 24 horas. · Discutir as metas hemodinâmicas de seu paciente. · Avaliar continuamente as respostas hemodinâmicas ao tratamento com DVAs. · Discutir e evoluir desmame ou ↑ das DVAs. Quadro de incompatibilidade:
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