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TRABALHO - ASSEDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

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12
INSTITUTO VALE DO CRICARE
FACULDADE VALE DO CRICARÉ
CURSO DE DIREITO
LUANA ANGELICA DE ALMEIDA 
ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
SÃO MATEUS-ES
2015
LUANA ANGELICA DE ALMEIDA 
ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
Monografia apresentada a Faculdade Vale do Cricaré, como exigência para conclusão do curso de Direito, sob a orientação da Professora Valquiria Antonieta Souza Gagno Campagnaro.
						 	
SÃO MATEUS-ES
2015
Agradeço a Deus, a minha mãe, minha filha, meu tio Valdir, amigos, professores e todos que estiveram ao meu lado para que essa vitória fosse conquistada. Buscar e conseguir a realização desse sonho não foi fácil, mas com luta e superação venci essa batalha.
RESUMO
O assédio moral no ambiente de trabalho é uma temática que se encontra uma discussão jurídica bem ampla, neste sentido, a justificativa para a realização do tema desta monografia encontra-se no na necessidade de inovações nos materiais bibliográficos já existentes na comunidade acadêmica. O objetivo desta pesquisa é apresentar o dinamismo sobre a discussão do assédio moral no trabalho, caracterizando um processo representativo dos conteúdos trabalhados nesta produção monográfica. O problema a ser trabalhado nesta monografia caracteriza-se pela a seguinte pergunta: Quais as medidas preventivas devem ser tomadas no âmbito jurídico para a inibição desta prática tão corriqueira no ambiente de trabalho?, e a partir dessa problemática obtém-se a seguinte hipótese: O assédio moral no ambiente de trabalho ainda persiste corriqueiramente devido a falta de medidas punitivas mais severas para coibir este tipo de prática que tanto acontece no ambiente de trabalho. A metodologia aplicada nesta monografia caracteriza-se por uma revisão bibliográfica, com utilização de livros, artigos e sites especializados na internet. O assédio moral no trabalho tem sua discussão em torno de uma temática ainda polêmica, buscando uma abordagem simples de toda a sua contextualização, tanto em sua prática, punição e também forma de prevenção.
Palavras-chave: Assédio, moral, honra, criminalização, punição, prevenção
SUMARIO
INTRODUÇÃO	6
CAPITULO I - A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO	8
1.1 ORIGEM	8
1.2 ABORDAGEM CONSTITUCIONAL	11
CAPITULO II - O ASSÉDIO MORAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO	19
2.1 CONCEITO	19
2.2 CARACTERIZAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS	21
2.2.1 Caracterização	21
2.2.2. Consequência Na Vida do Trabalhador	23
2.2.2.1 Consequências psicológicas	26
2.2.2.2 Consequência no Ambiente de trabalho	28
2.2.2.3 Consequências na vida do trabalhador e familiares	31
2.3 ASSÉDIO MORAL COMO REFLEXÃO CRIMINAL	32
2.4 RESPONSABILIDADE DA EMPRESA	34
CAPÍTULO III - FORMAS DE COMBATE	37
3.1 MEDIDAS PREVENTIVAS	37
3.2 AÇÕES NECESSÁRIAS DA EMPRESA	40
3.3 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA	42
3.3.1 Nações Que Já Possuem Dispositivos Legais	42
3.4 PROPOSTAS RELATIVAS À REPARAÇÃO E PREVENÇÃO AO ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO	46
CONCLUSÃO	50
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS	51
INTRODUÇÃO
 No decorrer do desenvolvimento da literatura acadêmica, encontra-se no âmbito jurídico um embate que gira em torno do assédio moral no serviço. Esta discussão está debatida em diversas literaturas acadêmicas quanto a sua forma de punição e prevenção, sendo passível divergência quanto a criminalização diante deste tipo de ação cometida em ambientes de trabalho por aqueles que de alguma forma detém um determinado nível hierárquico e poder frente a vítima.
 Portanto, esta pesquisa tem a justificativa pelo o seguinte fato de haver uma necessidade de inovações diante dos materiais bibliográficos já existentes no meio acadêmico, sendo necessário um estudo mais aprofundado das questões correlacionadas ao processo de desenvolvimento e aprofundamento da temática apresentada neste trabalho monográfico, esperando-se uma contribuição satisfatória para futuras pesquisas neste âmbito jurídico e delicado que é o assédio moral no trabalho.
 O objetivo desta monografia é apresentar o dinamismo sobre a discussão do assédio moral no trabalho, caracterizando um processo representativo dos conteúdos trabalhados na presente monografia, delimitando a temática em uma questão direcionada as ações preventivas, punitivas e sua possível criminalização, colocando em pauta o polêmica que gira em torno desta temática.
 Diante da apresentação do tema ao leitor, verifica-se a discussão que gira em torno da polêmica introduzida neste trabalho de pesquisa, que necessita de um aprofundamento mais contextualizados dos conteúdos trabalhados neste monografia, e neste sentido fica o seguinte problema: Quais as medidas preventivas devem ser tomadas no âmbito jurídico para a inibição desta prática tão corriqueira no ambiente de trabalho?
 A pesquisa pretende responder essas questões que serão debatidas ao longo do processo da pesquisa, delineando detalhadamente a sua dinâmica e funcionamento diante da sociedade, caracterizando a partir das contribuições literárias e bibliográficas, respondendo ao questionamento acima com a seguinte hipótese: O assédio moral no ambiente de trabalho ainda persiste corriqueiramente devido a falta de medidas punitivas mais severas para coibir este tipo de prática que tanto acontece no ambiente de trabalho.
 A metodologia aplicada para a elaboração desta monografia consiste em uma revisão bibliográfica, onde foram utilizados livros, artigos e sites especializados da internet. A linguagem aplicada a esta pesquisa caracteriza-se em uma produção simples e objetiva, com a única finalidade de facilitar a leitura e compreesão do leitor leigo.
 Esta monografia está dividida em 3 capítulos, onde o primeiro capítulo recebe o título de “A evolução histórica do assédio moral nas relações de trabalho”, o segundo capítulo denominado o “Assédio moral e suas consequências no ambiente de trabalho”, e por último, o terceiro capítulo que recebe o nome de “Formas de combate”, e a partir dessa divisão apresenta-se a estrutura de todo o desenvolvimento deste trabalho acadêmico.
CAPITULO I - A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO
1.1 ORIGEM
O assédio moral no trabalho não é algo recente, pode-se declarar que é algo tão antigo quanto o trabalho.[footnoteRef:1] [1: BARRETO, M. Assédio Moral – Ato deliberado de humilhação ou uma política da empresa para livra-se de trabalhadores indesejáveis. 2003. p.23] 
Estudos envolvendo a figura do assédio moral começaram na área da biologia, antes de surgirem na área das relações humanas. Foram analisados o comportamento de alguns animais de pequeno porte físico quando ameaçados com invasões de território por outros animais.[footnoteRef:2] [2: FERREIRA, HÁDASSA. D. B; et. al. Assédio Moral nas Relações de Trabalho. 2004. p.23] 
Os resultados revelaram um comportamento ameaçador com ameaças do grupo para afastar o invasor solitário, este comportamento chamou a atenção dos pesquisadores que denominaram esse comportamento de mobbing, termo inglês que significa multidão ou aglomeração.[footnoteRef:3] [3: Op. Cit. p.36] 
Na década de 60, o médico sueco Peter Paul Heimann realizou um estudo, ele analisou um grupo de crianças em escolas. Os resultados foram semelhante ao da primeira pesquisa, as crianças apresentaram os mesmos comportamentos dos animais, no momento em que outra ocupasse se espaço.[footnoteRef:4] [4: Ibidem. p.38] 
Essa então foi à primeira pesquisa que identificou o assédio moral nas relações humanas. Até momento já foram diversos trabalhos abordando esse tema, principalmente relacionado à psicologia infantil.[footnoteRef:5] [5: Ibidem. p.39] 
Vinte anos mais tarde, na década de 80 ,o psicólogo alemão Heinz Leyman, analisou a área de trabalho e encontrou o mesmo tipo de comportamento detectado nas pesquisas anteriores, a diferença ,segundo o psicólogo é que a violência física não é usada no assédio moral ,sendo definido por comportamentos insidiosos, de difícil comprovação,como o afastamento social da vitima.[footnoteRef:6] [6: Ibidem. p.33] 
O livro publicado por uma psicanalista francesa fez com que ressurgisse esse tema do assédio moral no ambiente jurídico. Ate o momento o tema vem tomando proporções internacionais, tanto que em países como França, Noruega, entre outros países passaram a criar leis com o objetivo de impedir o assédio moral nas áreas de trabalho. Desta forma houve uma conscientização do trabalhadores, ação essa resultante da conscientização dos sindicatos.[footnoteRef:7] [7: FERREIRA, HÁDASSA. D. B; et. al. Assédio Moral nas Relações de Trabalho. 2004. p.40] 
O mobbing é qualificado por alguns pesquisadores como terror psicológico é sujeita a um processo de invasão sistemática dos seus direitos levando-o para exclusão do mercado de trabalho, pois se torna vitima incapaz de encontrar emprego devido ao cansaço psicológico.[footnoteRef:8] [8: LEYMANN, E. The Mobbing Encyclopaedia. 2000. p. 13] 
A psicanalista francesa Marie Francie Hirigoyen, uma das primeiras a divulgar o assédio moral em 200 publicou o seu livro Assédio Moral: a violência perversa do cotidiano, conta com relatos de casos reias citando a perversidade do agressor e do comportamento que identifica o assédio e os feitos que trazem para a saúde da vitima.[footnoteRef:9] [9: HIRIGOYEN, M. F. Assédio moral – A violência perversa no cotidiano. 2002. p. 140] 
No Brasil o assédio moral passou a ter uma importância judicial em 1988, quando a Constituição da Republica Federativa do Brasil implantou a defesa da personalidade como um dos privilégios fundamentais para o homem tornado-se jurídico o dano moral.[footnoteRef:10] [10: FONSECA, R. T. M. Saúde Mental Para e Pelo o Trabalho. 2003. p. 675] 
O primeiro estudo realizado sobre o assédio moral no trabalho foi realizado pela médica do trabalho Margarida Maria Silveira Barreto, através dessa pesquisa que foi realizada em 200 foram divulgadas as obras Violência, saúde e trabalho: uma jornada de humilhações publicado em 2006. Sob o ponto de vista jurídico, Juíza do Trabalho foi a primeira a abordar o tema no livro: Terror Psicológico no Trabalho, publicado em 2003.[footnoteRef:11] [11: BARRETO, M. Assédio Moral – Ato deliberado de humilhação ou uma política da empresa para livra-se de trabalhadores indesejáveis. 2003. p.29] 
O assédio moral nas instituições retrata os comportamentos abusivos e constrangedores que ocorrem com frequência na prática das funções dos trabalhadores, apresentadas através de comportamentos que possam prejudicar o trabalhador colocando em risco o seu emprego deteriorando o local de trabalho. [footnoteRef:12] [12: FERREIRA, D. S. Assédio moral – relações desumanas nas organizações. 2006. p. 16] 
A definição de assédio moral organizacional abrange a cultura de gestão das organizações. Quando as normas organizacionais beneficiam, todos os funcionários podem estar disposto ao assédio moral.[footnoteRef:13] [13: ANDRADE, L. M. M. Assédio Moral: diversidade e discriminação nas relações do trabalho. 09/. Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Grupo de Estudos de Recursos Humanos na Administração Publica. 2006. p. 23] 
Alguns aspectos da gestão são constantes nas instituições: ausência de comunicabilidade, rivalidade entre as pessoas, influência sobre a pessoa para que ela auto se destrua. O intuito das empresas que possui este tipo de gestão é fazer com que as pessoas se calem e não denunciem situações de desigualdades ou irregularidades.[footnoteRef:14] [14: FERREIRA, D. S. Assédio moral – relações desumanas nas organizações. 2006. p. 17] 
Deve ter um método de conscientização por parte das organizações em relação ao assédio moral na área de trabalho, pois apesar dos trabalhadores serem os mais atingidos, de maneira direta, eles acabam de forma indireta perdendo, tanto nos custos matérias, como nos intangíveis que vai desde a sua reputação até o seu convívio com a sociedade.[footnoteRef:15] [15: SILVA, M. A. L. F. Assédio Moral nas relações trabalhistas sob a ótica Civil – Trabalhista - Constitucional. 2007. p. 24] 
Vale destacar que o assédio moral não se origina de fatos isolados, ele parte do principio das práticas da violência moral. Desta forma não deve ser confundido com agressões físicas ou verbais entre pessoas ,grupos ou organizações.[footnoteRef:16] [16: Op. cit. p. 22] 
Para que o assédio moral seja caracterizado as humilhações de formas diretas ou indiretas não precisam acontecer dentro do local de trabalho, mas que sempre ocorre em função dessa relação. Desta forma mesmo que as agressões no local de trabalho ocorram fora da organização ou fora do horário de trabalho, ocorrendo em função do trabalho já é identificado como assédio moral.[footnoteRef:17] [17: Ibidem. p. 24] 
O assédio moral também pode ser identificado quando uma pessoa ou um grupo praticam violência psicológica de forma sistemática e continua durante um longo tempo sobre uma outra pessoa, no qual mantém uma relação assimétrica de poder no ambiente de trabalho com o intuito de acabar com a sua reputação conseguindo assim que a pessoa deixe o seu emprego.[footnoteRef:18] [18: BARROS, A. M. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2000. p. 22
] 
	
1.2 ABORDAGEM CONSTITUCIONAL
No Brasil existem legislações e projetos sendo analisados nas áreas federais e estaduais visto que o assédio moral vem ocorrendo cada vez mais. Também existem algumas leis municipais sobre o assunto. Essa mobilização do legislativo afirma a disposição de se impedir esses atos, que até pouco tempo atrás não era dada a devida importância.[footnoteRef:19] [19: BARRETO. Uma Jornada de Humilhações. 2000. p. 23] 
A legislação caracteriza o mobbing do ordenamento jurídico pátrio restringindo-o as instituições da Administração Pública Direta e Indireta no contexto municipal e estadual.[footnoteRef:20] [20: CARVALHO; NORDSON, G. et. al. Assédio Moral na Relação de Trabalho. 2009. p. 108] 
A primeira proposta constitucional foi criada pelo vereador Arselino Tatto. O projeto foi criado em 1999 baseado na analise da Dra. Marie France Hirigoyen e legalizado em 10 de janeiro de 2002.[footnoteRef:21] [21: SIPPEL. C. A. Assédio Moral nas Relações de Trabalho. 2010. Disponível em:<http://www.uems.br/portal/biblioteca/repositorio/2012-02-03_10-02-54.pdf>. Acesso em: 02 Set 2013. p. 13] 
O estado pioneiro no combate da prática do assédio moral foi São Paulo, no município de Irácemopolis com a sanção da Lei 1163/2000, regularizada pelo Decreto n° 1134, no dia 24 de abril de 2001.[footnoteRef:22] [22: CARVALHO; NORDSON, G; et. al. Assédio Moral na Relação de Trabalho. 2009. p. 110] 
O Tribunal Regional do Trabalho da 17° Região Vitoria foi o primeiro a realizar o julgamento no caso de violação da dignidade da pessoa humana no trabalho com o direito a indenização por assédio moral.[footnoteRef:23] [23: Op. Cit. p. 121] 
O Rio de Janeiro foi o primeiro é até então o único a adotar e fazer vigorar uma lei especifica para esse tema. E a Lei n° 3921/2002 que aborda a proibição do psicoterror na Administração Pública estadual.[footnoteRef:24] [24: SIPPEL. C. A. Assédio Moral nas Relações de Trabalho. 2010. Disponível em:<http://www.uems.br/portal/biblioteca/repositorio/2012-02-03_10-02-54.pdf>. Acesso em: 02 Set 2013. p. 13] 
Na área federal existem projetos para regularizar a prática do assédio moral: o projeto da Lei Federal n° 4742/2001 que pretende inserir o artigo 146-A no Código Penal Brasileiro, abordando sobre crime de assédio moral no trabalho. O projeto de Lei Federal n° 4591/2001, se encontra atualmente arquivado, e aborda a aplicação de penalidade a prática de assédio moral.[footnoteRef:25] [25: SIPPEL. C. A. Assédio Moral nas Relações de Trabalho. 2010. Disponível em:<http://www.uems.br/portal/biblioteca/repositorio/2012-02-03_10-02-54.pdf>. Acesso em: 02 Set 2013. p. 14] 
Há também projetos de criação e reforma de lei: Projeto de reforma do Código Penal Decreto-lei nº 2848, de 07 de dezembro de 1940, que aborda sobre o crime de assédiomoral no trabalho e insere artigo 146-A, no Código Penal Brasileiro, Projeto de reforma da Lei n° 8112, de 11 de dezembro de 1990, que aborda sobre assédio moral e sobre a repressão moral, Projeto de reforma da Lei n° 8666, de 21 de junho de 1993, que aborda sobre repressão moral e o Projeto de reforma do Decreto-lei n° 5452, de 01 de maio de 1943, que aborda sobre repressão moral.[footnoteRef:26] [26: Op. Cit. p. 15] 
Art. 146-A:  "Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar"[footnoteRef:27]. [27: BRASIL, Dispõe sobre o regime jurídico. Lei nº 8.112, de 11 de Dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civil da União. Art. 146, www.planalto.gov.br. 1990. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8112compilado.htm>. Acesso em: 09 Set 2013.] 
A Constituição Federal em seu 1° artigo estabelece os princípios da Republica entre eles estão: cidadania, hombridade da pessoa humana e os valores sociais de iniciativa própria.[footnoteRef:28] [28: BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. p. 23] 
Art. 1: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.”.[footnoteRef:29] [29: BRASIL, Constituição Federal de 1988. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constituicao-federal-de-1988>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
No 3º art, a CF/88 especifica os propósitos essenciais da Republica: a criação de uma sociedade livre, justa e solidaria e a melhora para o bem todos, sem preconceitos de raça, cor e sexo.[footnoteRef:30] [30: BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. p. 24] 
Art. 3: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”.[footnoteRef:31] [31: BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Art. 3, www.planalto.gov.br. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Aquele que por execução ou preterição voluntaria, omissão ou leviandade infringir os direitos e causar danos a outro, ainda que seja moral, estará cometendo ato ilícito.[footnoteRef:32] [32: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 2002. p. 28] 
São intangíveis a vida privada, a intimidade, a dignidade e a imagem do individuo,tendo o direito a indenização seja pelo dano moral ou material decorrente a sua violação.[footnoteRef:33] [33: BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. p. 33] 
Apesar da Lei 8.112/90 não abordar de forma clara o tema do assédio a ação do assediador pode gerar punição, pois agride o dever da dignidade, podendo gerar concupiscência de conduta.[footnoteRef:34] [34: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1990. p. 35] 
Em relação aos serviços públicos as atribuições estabelecidas aos servidores, à prática do assédio moral infringe o dever de preservar a conduta conciliável com a moralidade administrativa, de abordar as pessoas com civilidade e de ser correto com as organizações a que vier servir. Além do mais, a Lei nº 8.112/90 prevê que é proibido ao servidor promover manifestação de afeição ou desestima no local de trabalho.[footnoteRef:35] [35: Op. Cit. p. 17] 
No dia 22 de junho de 1994 o Decreto nº 1.171 aprovou o Código de Ética Profissional do Serviço Público Civil do Poder Executivo que prevê a proibição da conduta dos servidores.[footnoteRef:36] [36: BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1994. p. 33] 
Sendo servidor público aquele que assedia, o Estado se responsabiliza pelos danos morais e materiais sofridos pela vitima. Ficando comprovado o dano, o Estado indeniza a vitima, podendo processar o assediador, objetivando a compensação dos prejuízos que sofreu.[footnoteRef:37] [37: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assédio Violência e Sofrimento no Ambiente de Trabalho. 2008. Disponível em:<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Cartilhamoral.pdf>. Acesso em: 03 Set 2013] 
Em seu trabalho, no serviço público, o assediador recebe sanções disciplinares segundo as leis.[footnoteRef:38] [38: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assédio Violência e Sofrimento no Ambiente de Trabalho. 2008. Disponível em:<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Cartilhamoral.pdf>. Acesso em: 03 Set 2013. p. 10] 
No artigo 127, a Lei 8.112/90 determina as sanções disciplinares que podem ser imposta aos servidores, entre elas: advertência; suspensão; pendura; invalidação da aposentadoria, exoneração de cargo em comissão; exoneração de função comissionada. A lei estabelece, ainda, que na execução das punições deverão ser levadas em conta a natureza e a austeridade da infração realizada, os danos que ela causou para o serviço público, os aspectos agravantes e as causas funcionais.[footnoteRef:39] [39: BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1990. p. 30] 
Art. 127: “São penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada”.[footnoteRef:40] [40: BRASIL, Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União. RJU - Lei nº 8.112 de 11 de Dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civil da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Art. 127, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10989181/artigo-127-da-lei-n-8112-de-11-de-dezembro-de-1990>. Acesso em: 15 Set 2013] 
.
Vale ressaltar que é assegurado à averiguação dos fatos através da sindicância ou de processos administrativos disciplinar do servidor que é acusado de assédio moral.[footnoteRef:41] [41: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assédio Violência e Sofrimento no Ambiente de Trabalho. 2008. Disponível em:<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Cartilhamoral.pdf>. Acesso em: 03 Set 2013. p. 11] 
Em 14 de agosto de 2008 foi estabelecida pela Lei N° 11.768 a proibição do governo de conceder financiamento público para quem realizar o assédio moral. De acordo com o Art.19 desta lei as empresas financeiras oficiais são proibidas conceder ou renovar qualquer tipo financiamento ou empréstimo.[footnoteRef:42] [42: INÁCIO, A. Assédio Moral e Discriminação no Ambiente de Trabalho. 2009. Disponível em:<http://www.inacioepereira.com.br/publicacao/CartilhaAssedioMoral2.pdf>. Acesso em: 03 Set 2013.] 
Art. 19: “Os órgãos e entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social deverão disponibilizar no Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais - SIASG e no Sistema de Gestão de Convênios, Contratos de Repasse e Termos de Parcerias - SICONV, respectivamente, informações referentes aos contratos e aos convênios firmados, com a identificação das respectivas categorias de programação”.[footnoteRef:43] [43: BRASIL, Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução de Lei. Lei nº 11.768 de 14 de Agosto de 2008. Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2009 e dá outrasprovidências. Art. 19, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10752625/paragrafo-2-artigo-19-da-lei-n-11768-de-14-de-agosto-de-2008>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Na previdência, existe uma luta para que o assédio moral seja considerado causador da doença associada ao trabalho, apesar da Lei 8.213 regulamentar os direitos dos trabalhadores na área previdenciária já permite, geralmente os peritos do INSS não considera o assédio moral uma doença profissiona.[footnoteRef:44] [44: INÁCIO, A. Assédio Moral e Discriminação no Ambiente de Trabalho. 2009. Disponível em:<http://www.inacioepereira.com.br/publicacao/CartilhaAssedioMoral2.pdf>. Acesso em: 03 Set 2013.] 
Tendo provas suficientes o trabalhador que sofreu o assédio pode recorrer a Justiça do Trabalho pedindo a anulação direta do contrato de trabalho, tendo como base o Art.483 da CLT.[footnoteRef:45] [45: Op. Cit. p. 10] 
Art. 483: “O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando; a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários”.[footnoteRef:46] [46: BRASIL, Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 483, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
A Lei Municipal n°13.288 de 10 de janeiro de 2002 define para os funcionários públicos da Cidade de São Paulo o assédio moral da seguinte forma: De acordo com esse lei o assédio moral é definido como todo o tipo de ação ou palavra que atinja de forma repita a dignidade e a segurança da pessoa, fazendo-o o questionar acerca de suas habilidades gerando danos ao ambiente de trabalho e ao desenvolvimento da carreira profissional.[footnoteRef:47] [47: PAROSKI, V. M. Assédio Moral no Trabalho. [s.d.]. Disponível em:<http://www.calvo.pro.br/media/file/colaboradores/mauro_vasni_paroski/mauro_vasni_assedio_moral.pdf>. Acesso em: 03 Set 2013.] 
Também possui leis sobre o assédio moral nos estados de Sergipe e Rio de Janeiro. E há projetos em fase de tramitação nos estados de Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e Paraná.[footnoteRef:48] [48: PAROSKI, V. M. Assédio Moral no Trabalho. [s.d.]. Disponível em:<http://www.calvo.pro.br/media/file/colaboradores/mauro_vasni_paroski/mauro_vasni_assedio_moral.pdf>. Acesso em: 03 Set 2013.] 
O assédio moral sendo comprovada a pena para o assediador é de detenção de três meses a um ano, incluindo a multa.[footnoteRef:49] [49: Op, Cit. p. 10] 
Todos os direitos da Constituição Federal é preciso ser tratado de forma conjunta e o desacato destes fundamentos, provocará um aumento na possibilidade de surgimento de casos de assédio moral no trabalho.[footnoteRef:50] [50: ROSIER, C. Assédio Moral: Um problema atual. Monografia. Centro Universitário Jorge Amado. 2009.] 
A responsabilidade civil tem a obrigação de indenizar o individuo quando ocorre há prática de uma ação ilícita. O conceito de responsabilidade civil foi criado para atingir ações e omissões, que estejam contrarias ao direito, gerando para o autor o dever de ressarcir o dano gerado.[footnoteRef:51] [51: DOWER, N. G. B. Curso Moderno de Direito Civil. 2009. p. 339] 
O comportamento abusivo do empregador para empregado é considerado assédio moral vertical descendente, no qual o abuso de direito é definido como um ato ilícito, que já estabelecido no Art.187 do código civil, que menciona também, que quem comete o ato ilícito, ao praticá-lo, ultrapassa claramente os limites estabelecidos pelo fim econômico ou social, isto é quando a pessoa é hierarquicamente superior, comete qualquer tipo de assédio, deverá ser devidamente punido.[footnoteRef:52] [52: ALMEIDA, D. S. Assédio Moral no Local de Trabalho. 2011. Disponível em:<http://www.unipac.br/bb/tcc/dir16.pdf>. Acesso em: 03/10/2013] 
Art. 187: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. [footnoteRef:53] [53: BRASIL, Código Civil. Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Art. 187, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718722/artigo-187-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Esse comportamento abusivo do empregador pode estar inclusive voltado a uma relação de coletividade, denominado entre diversas expressões o assédio moral institucional.[footnoteRef:54] [54: ALMEIDA, D. S. Assédio Moral no Local de Trabalho. 2011. Disponível em:<http://www.unipac.br/bb/tcc/dir16.pdf>. Acesso: 03 Set 2013.] 
O assédio moral atinge também de forma indireta o funcionário que não é atingido diretamente, pois ele presencia a conduta abusiva do empregador e sofre com a mesma cobrança.[footnoteRef:55] [55: ALMEIDA, D. S. Assédio Moral no Local de Trabalho. 2011. Disponível em:<http://www.unipac.br/bb/tcc/dir16.pdf>. Acesso: 03 Set 2013.] 
Nos casos de assédio moral o direito a reparação se encontra na Constituição Federal onde menciona que: que não deve ser violada a intimidade e a dignidade das pessoas, tendo direito a indenização pelo dano material ou moral causado pela violação.[footnoteRef:56] [56: Op. Cit. p. 30] 
No Art.27 do código civil é estabelecido que aquele que violar os direitos seja por ação ou omissão tem a obrigação de reparar o dano causado.[footnoteRef:57] [57: Ibidem. p. 33] 
Art. 27: “Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria”.[footnoteRef:58] [58: BRASIL, Código de Defesa do Consumidor. Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Art. 27, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604044/artigo-27-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
 No parágrafo único desse mesmo artigo decreta que independente de culpa ou ato ilícito o assediado dever ser reparado: 
Terá o dever ressarcir o dano causado, independente de culpa em casos específicos ou quando a ação é normalmente praticado pelo causador do dano, gerando riscos para os direitos do outro.[footnoteRef:59] [59: ALMEIDA, D. S. Assédio Moral no Local de Trabalho. 2011. Disponível em:<http://www.unipac.br/bb/tcc/dir16.pdf>. Acesso: 03 Set 2013.] 
O artigo 1°, da Constituição da República Federativa do Brasil, determina a base da tutela constitucional no que diz respeito á prática do assédio moral, deve-se considerar os fundamentos da República Federativa do Brasil ,assim como o Estado Democrático ,entre outros e a integridade da pessoa humana e o valor social do trabalho.[footnoteRef:60] [60: VILLELA. G. F; FILHO, R. N. R. Assédio Moral nas Relações de Trabalho. [s.d.]. Disponível em:<http://portalciclo.com.br/downloads/artigos/direito/assedio_moral_nas_rela%C3%A7oes_de_trabalho-fabio_goulart_rogerio_rezentti.pdf>. Acesso: 03 Set 2013.] 
Art. 1: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III- a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.”.[footnoteRef:61] [61: BRASIL, Constituição Federal de 1988. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constituicao-federal-de-1988>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
De acordo com a área de distribuição de efeitos da primeira instancia do Tribunal Regional do Trabalho da 1° Região do Estado do Rio de Janeiro não há uma pesquisa sobre o numero de ações em relação assédio moral. As pressupostas tem,geralmente origem indenizatória.[footnoteRef:62] [62: VILLELA. G. F; FILHO, R. N. R. Assédio Moral nas Relações de Trabalho. [s.d.]. Disponível em:<http://portalciclo.com.br/downloads/artigos/direito/assedio_moral_nas_rela%C3%A7oes_de_trabalho-fabio_goulart_rogerio_rezentti.pdf>. Acesso: 03 Set 2013.] 
 Apesar de haver não uma previsão do assédio moral no ornamento jurídico, a violação das obrigações inerentes ao contrato de trabalho, que pode vim a gerar a resolução do contrato, podem encontrar amparo nos artigo.[footnoteRef:63] [63: Op. Cit. p. 20] 
CAPITULO II - O ASSÉDIO MORAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO
2.1 CONCEITO
O assédio moral é um dano moral que pode ser compreendido como prejuízo que afeta o animo psíquico e moral da vitima atuando no âmbito dos direito da personalidade.[footnoteRef:64] [64: VENOSA, S. S. Direito Civil: responsabilidade civil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 41] 
Para alguns especialistas o mobbing ou assédio moral no trabalho abrange uma forma de comunicação hostil e não ética que é direcionada de forma sistemática a uma ou mais de uma pessoa, geralmente é uma pessoa.[footnoteRef:65] [65: FILHO, F. C. L. O assédio moral nas relações laborais e a tutela da dignidade humana do trabalhador. 1. ed. São Paulo: Ltr, 2009.] 
O assédio moral no trabalho é toda conduta abusiva que é manifestada através de gestos e palavras que possam ferir a dignidade e personalidade de uma pessoa, botando em risco o seu emprego.[footnoteRef:66] [66: HIRIGOYEN, M. F. Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. Tradução de Rejane Janowitzer. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.] 
O assédio moral pode ser definido como um dever organizacional que é caracterizado pelo o seu comportamento persistente e pela ação frequente durante um período prolongado, que sujeita a vitima a situações humilhantes, a rejeição, constrangimento tendo como objetivo desestruturara-la emocionalmente e psicologicamente.[footnoteRef:67] [67: PELI, P.; TEIXEIRA, P. Assedio moral: uma responsabilidade corporativa. São Paulo: Ícone, 2006. ] 
Para alguns pesquisadores não é novidade na sociedade. Ele está presente desde sempre nas relações de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do trabalho constatou que o assédio moral é um fenômeno internacional.[footnoteRef:68] [68: ROSA, G. V. S. Assédio Moral no Trabalho: Conceito, Possibilidades e Natureza. [s.d.]. Disponível em:<http://www.sindppd-rs.org.br/files/assediomoral.pdf>. Acesso em: 02 Out 2013. p.7] 
O assédio moral é constrangimento, o menosprezo, a humilhação que o trabalhador passa diante dos colegas. Esses atos na maioria das vezes são realizados por alguém com um nível hierárquico superior dentro da organização.[footnoteRef:69] [69: Op. Cit. p. 10] 
As principais características do assédio moral é a humilhação continua e prolongada que o trabalhador passa dentro do seu ambiente de trabalho. Na maioria das vezes a pessoa que assedia é o chefe. Mas há casos que colegas de trabalho que por estarem em uma situação privilegiada incentivam esse tipo de prática.[footnoteRef:70] [70: ROSA, G. V. S. Assédio Moral no Trabalho: Conceito, Possibilidades e Natureza. [s.d.]. Disponível em:<http://www.sindppd-rs.org.br/files/assediomoral.pdf>. Acesso em: 02 Out 2013. p. 15] 
O assediador normalmente é agressivo. Mas também pode ter comportamento menos explicito de assédio moral como a preocupação em mostra para os outros, a ironia e o desprezo.[footnoteRef:71] [71: Op. Cit. p. 20] 
Todos esses atos acaba expondo a vitima de assédio moral a situações constrangedoras e consequentemente a danos psíquicos, a redução valor. Outra característica importante do assédio moral é a necessidade de uma plateia afim de inverter o pensamento perverso do assediador no qual procura focar em uma única vitima.[footnoteRef:72] [72: Loc. Cit.] 
O assédio moral é toda conduta abusiva como palavras, gestos, que possa vim a gera danos devido a repetição ou sistematização desses atos, que acaba ferindo a dignidade e a integridade física e psíquica.[footnoteRef:73] [73: HIRIGOYEN, M. F. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. Trad. Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.] 
O assédio moral é conduta abusiva que, de origem psicológica, que feri a dignidade psíquica de forma continua e prolongada, expondo os trabalhadores a situações constrangedoras, tendo como efeito a exclusão do empregado no seu emprego e a deterioração do ambiente de trabalho.[footnoteRef:74] [74: NASCIMENTO, S. A. C. Mascaro. O assédio moral no ambiente do trabalho. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 371, 13 jul. 2004. Disponível em:<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5433>. Acesso em: 03 Set. 2013.] 
O assédio moral pode ocorrer em qualquer ambiente que tenha uma coletividade como escola, organizações militares, entre outros. Desta forma alguns pesquisadores definem o assédio moral como um comportamento abusivo de origem psicológica que tem como efeito a exclusão do trabalhador do seu ambiente de trabalho e do seu convivo social.[footnoteRef:75] [75: HIRIGOYEN, M. F. Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. Tradução de Rejane Janowitzer. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.] 
A partir dessas definições alguns especialistas destacam algumas características do assédio moral. A primeira característica é o comportamento abusivo que está associado ao abuso de direito ,de poder e pode-se se obervar que o comportamento do assediador ultrapassa os limites.[footnoteRef:76] [76: NASCIMENTO, S. A. C. Mascaro. O assédio moral no ambiente do trabalho. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 371, 13 jul. 2004. Disponível em:<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5433>. Acesso em: 03 Set. 2013.] 
A segunda característica é a necessidade da repetição do comportamento abusivo e humilhante durante longo tempo. Uma agressão pontual para alguns pesquisadores não é considerado uma forma de assédio. Assim como não é necessário danos psicológicos para ser considerado assédio. [footnoteRef:77] [77: FILHO, R. P. Noções conceituais sobre o assédio moral na relação de emprego. In: Revista LTR, São Paulo, v. 70, n. 9, p. 1079-89, set. 2006.] 
A doença psíquico-emocional pode origina-se do assédio, mas não ocorrerá necessariamente, a principal característica do assédio moral, é o desrespeito a personalidade, cuja a manifestação ou prova dependera do caso efetivo. [footnoteRef:78] [78: Op. Cit. P. 1083] 
2.2 CARACTERIZAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS 
2.2.1 Caracterização
O assédio moral pode ser classificado em horizontal, ascendente ou vertical. Suas características é a violência continua que tem como finalidade o afastamento da vitima do mundo do trabalho, fazendo com que a vitima venha se antes do tempo ou acabar pedindo licença para tratamento de saúde. [footnoteRef:79] [79: DEGGERONE. J. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. [s.d.]. Disponível em:<http://site.sindnacoes.org.br/wp-content/uploads/jacir-deggerone.pdf> Acesso em: 15 Set 2013] 
O agressor, no assédio moral utiliza gestos obscenos, palavras de baixo nível, ele humilha a vitima. O assédio moral é diferente do assédio sexual, no assédio sexual o agressor quer dominar sexualmente a vitima já no seu assédio moral ele quer afasta-la do seutrabalho. [footnoteRef:80] [80: ALKIMIN, M. A. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba: Juruá Editora, 2005.] 
Outra maneira de acontecer o assédio é quando alguém do departamento vai ser promovido sem que ocorra um processo de seleção ou sem a consulta dos demais. Geralmente isso ocorre em instituições familiares, onde mesmo que tenha processos seletivos para funcionários, a palavra final será sempre do dono da instituição, mesmo que o funcionário possua capacidade suficiente para aquele cargo. [footnoteRef:81] [81: DEGGERONE. J. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. [s.d.]. Disponível em:<http://site.sindnacoes.org.br/wp-content/uploads/jacir-deggerone.pdf> Acesso em: 15 Set 2013] 
Apesar de ser um tipo raro de assédio, não deixa de ser revoltante, pois pode acontecer de ter uma pessoa capacitada para aquele cargo, mas seus superiores, boicotarem todas as suas ideias, fazendo com que ele não acredite em si mesmo e chegue e ao ponto de pedir demissão. Sabemos que para uma empresa ter um alto nível de produtividade é necessário a união entre os funcionários, quando nos referimos a funcionário, nos referimos a todos em exceção desde do cargo de serviços gerais até o diretor financeiro.[footnoteRef:82] [82: ALKIMIN, M. A. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba: Juruá Editora, 2005.] 
Nos dias de hoje esse tipo de assédio é o mais comum onde os subordinados são assediados pelos os seus superiores, usando o seu pode de comando de forma excessiva, fazendo com que os subordinados acreditem em tudo que é ordenado, pelo fato de terem medo de serem demitidos. [footnoteRef:83] [83: DEGGERONE. J. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. [s.d.]. Disponível em:<http://site.sindnacoes.org.br/wp-content/uploads/jacir-deggerone.pdf> Acesso em: 15 Set 2013 ] 
Quando o assédio moral é realizado por um superior hierárquico, normalmente tem como objetivo afastar do ambiente trabalho o empregado que por alguma característica representa uma ameaça para o superior no que diz respeito a seu cargo, a um empregado que não se adapta ou que esteja doente. [footnoteRef:84] [84: ALKIMIN, M. A. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba: Juruá Editora, 2005.] 
Geralmente as razões que levam o agressor a realizar o assédio moral é a insegurança no local de trabalho, ele reconhecer que não possui capacidade e quando percebe que há alguém que pode ter uma promoção e ele pode acabar sendo dispensado, o agressor começa a humilhar a pessoa para ele se engrandeça.[footnoteRef:85] [85: DEGGERONE. J. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. [s.d.]. Disponível em:<http://site.sindnacoes.org.br/wp-content/uploads/jacir-deggerone.pdf> Acesso em: 15 Set 2013] 
De todos esse é o mais preocupante tipo de assédio, pois a vitima fica dependendo de superior, pois na maioria das vezes o próprio encarregado tem o apoio da organização, dando ao encarregado autorização para que dirija o seu departamento de forma rígida. [footnoteRef:86] [86: Op. Cit. p.33] 
O assédio moral na relação de emprego é o assédio realizado pelo colega de trabalho e manifesta-se por meio de brincadeiras maldosas, isolamento e grosseria.[footnoteRef:87] [87: ALKIMIN, M. A. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba: Juruá Editora, 2005.] 
A característica dessa forma de assédio é a agressão entre os colegas do mesmo nível hierárquico, e pode ocorrer do seu superior fazer nada para controlar, essa situação geralmente só interfere quando afeta a produção.[footnoteRef:88] [88: Op. Cit. p.61] 
As causas que levam a esse tipo de assédio é a rivalidade, a preferência pessoal do superior, a inveja, motivos políticos e o racismo. A vítima pode ser assediada por uma pessoa por um grupo no mesmo nível hierárquico.[footnoteRef:89] [89: DEGGERONE. J. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. [s.d.]. Disponível em:<http://site.sindnacoes.org.br/wp-content/uploads/jacir-deggerone.pdf> Acesso em: 15 Set 2013] 
Cabe à empresa punir os funcionários que realizam o assédio para que não inice um processo de assédio moral em toda a empresa, pois se os funcionários perceberem que a empresa está agindo de forma atenta quanto a este assunto, o agressor pensará duas vezes antes de realizar o ato, pois saberá que será penalizado.[footnoteRef:90] [90: Op. Cit. p.40] 
Essa é uma forma da empresa impedir que ocorra o assedio dentro do ambiente de trabalho .Há empresas que usam os seus funcionários para realizar o assédio moral ,pois o que importa para eles é alcançar a meta global.[footnoteRef:91] [91: Ibidem. p.44] 
2.2.2. Consequência na Vida do Trabalhador
O assédio moral gera diversos efeitos em diversos níveis nas pessoas, na empresa e na sociedade. [footnoteRef:92] [92: LEYMANN, E. The Mobbing Encyclopaedia.2000] 
Os efeitos podem ser psicopatológicos, comportamentais e psicossomáticos. Podem apresentar sintomas como a insônia, irritabilidade, humor depressivo, problemas na concentração, falta de iniciativa e insegurança. Pode afetar também o convívio familiar, as amizades e até a renda, pois a baixa produtividade pode causar a perda do emprego.[footnoteRef:93] [93: OMS – Organização Munidial de Saúde. Genebra: 2008.
] 
Não é só trabalhador que perde as organizações e o governo também são prejudicados. Isso porque o assédio moral pode gera altos gastos com benefícios previdenciários, aposentadoria precoce, ação judicial troca de funcionários e a preparação de novos funcionários.[footnoteRef:94] [94: FREIRE, P. A. Assédio moral e saúde mental do trabalhador. 2008. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1981-77462008000200009&script=sci_arttext>. Acesso em: 28 Set 2013.] 
Os efeitos muitas das vezes ultrapassam os limites pessoais e acaba atingindo a economia e o governo que é encarregado do auxilio doença funcionário assediado.[footnoteRef:95] [95: GUEDES, M. N. Assédio Moral e Responsabilidades nas Organizações. b n°10 São Paulo. 2003.] 
Alguns especialistas esclarecem que quando mais de uma pessoa se beneficia dos benefícios previdenciários temporários ou permanentes, em razão da incapacidade obtida, acaba sobrecarregando a Previdência Social.[footnoteRef:96] [96: Op. Cit. p. 225] 
O assédio moral pode ter consequências negativas. Pode causar danos na vitima que muitas vezes não pode ser revertido e, em alguns casos raros pode levara vítima a realizar o suicídio. Os efeitos podem ser extremamente prejudiciais à saúde física ou mental do assediado. Os efeitos podem causar danos na organização que a vítima trabalha, mas no final os feitos se repercutem na sociedade.[footnoteRef:97] [97: Ibidem. p. 23] 
Os empregados que passam pelo assédio moral de maneira constante e não tem como se defender, principalmente por precisar do emprego, ficam extremamente abalados emocionalmente, com o decorrer do tempo acaba gerando danos psicológicos causados pelo o estresse e sérios problemas para a sua saúde física.[footnoteRef:98] [98: SOUZA, J. D. As Chefias Avassaladoras. São Paulo: Novo Século Editora. 2009.] 
Se submeter a essa submissão é algo que só se consegue através de uma grande força interior, que permite não ficar descontente com o outro, a ser acalmar quando está nervoso e se controlar para não reagir. Essa tensão acaba sendo causadora de estresse.[footnoteRef:99] [99: HIRIGOYEN, M. F. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. Trad. Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
] 
Normalmente como fuga as vítimas procuram alivio para essa dor através da utilização de drogas, álcool e algumas vitimas acabam cometendo o suicídio. O suicídio é a única maneira que a pessoa encontra para acabar de forma definitiva com o sofrimento.[footnoteRef:100] [100: FREITAS, M. E; HELOANI, R; BARRETO, M. Assédio moral no trabalho. São Paulo: Cengage learning. 2008.] 
Outros danos adquiridos são o cansaço físico resultado de um estresse prolongado, assim como as dores nas costas e na nuca. Pode ser desenvolvido também a fibromialgia que uma síndrome dolorosa não inflamatória, que provoca dores musculares, cansaço e dorem pontos específicos e causa sensibilidade em alguns pontos do corpo. Vale destacar que esses pontos de alta sensibilidade tendem a ficar maior com o desenvolvimento da psicopatologia e com a agressão psicológica sofrida pela vitima.[footnoteRef:101] [101: WOLFE, F. et al. The American College of Rheymatology: 1990 Criteria For The Classification of Fibromyalgia. Arthritis and Rheumatism. Atlanta, v. 33, n. 2. fev.160 -72. 1990.] 
Os efeitos psíquicos causados pelo assédio moral é marcado pela presença do terror. Isso por que sempre provoca uma desestabilização na identidade e a perda de segurança.[footnoteRef:102] [102: SOUZA, J. D. As Chefias Avassaladoras. São Paulo: Novo Século Editora. 2009.] 
Entre as consequências causadas pelo assédio moral na vitima está a síndrome burmout, que é o estresse de sobrecarga. A síndrome de burmout é um transtorno psíquico de caráter depressivo, que é proveniente do esgotamento físico e mental intenso.[footnoteRef:103] [103: KRAFT, U. Esgotamento Total. Mente e Cérebro, São Paulo, n. 161:1-8, jun. 2006.] 
Os profissionais mais atingidos por essa síndrome são aqueles que realizam alguma função laboral juntamente com o atendimento á saúde como os médicos, psicólogos, enfermeiros entre outros. Profissionais que trabalham na área da educação também costumam a desenvolver esse tipo de síndrome (BORGES, 2002 p.193).[footnoteRef:104] [104: BORGES, L. O. et al. A Síndrome de Burnout e os Valores Organizacionais: Um Estudo Comparativo em Hospitais Universitários. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 15, n. 1: 189-200, 2002.] 
Cerca de 52% das vitimas de assédio moral apresentam tipo variado de distúrbios psicossomáticos. As crises psicossomáticas podem agravar de forma significativa o quadro psicológico da vitima, piorando cada vez mais a sua saúde mental.[footnoteRef:105] [105: HIRIGOYEN, M. F. Assédio moral – A violência perversa no cotidiano. 10. ed. Rio de Janeiro/ Brasil – 2002.] 
2.2.2.1 Consequências psicológicas 
As consequências do assédio moral na saúde mental nas vitimas vem cada vez mais ganhando destaque nas pesquisas realizadas por psicólogos. Vale destacar que os distúrbios devem ser compreendidos de acordo com a teoria psicodinâmica do trabalho, a partir da qual se pode concluir que não existe uma crise psicopatológica que não esteja ligada a uma crise de identidade.[footnoteRef:106] [106: DEJOURS, C. et al. Psicodinâmica do Trabalho: Contribuições da Escola Dejouriana à Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1994.] 
Uma vez que a identidade compõe a armadura da saúde mental da pessoa. Desta forma para que possa se relacionar adequadamente a saúde mental da pessoa e sua doença proveniente do assédio moral e organizacional é fundamental que essa analise seja realizada através de uma atividade intersubjetiva da identidade no trabalho.[footnoteRef:107] [107: Op. Cit. p. 36] 
De acordo com essa perspectiva, a identidade é formada de maneira gradativa e permanente ao longo da vida da pessoa e está ligada á noção de alteridade. Para alguns especialistas é a partir da visão do outro que nós formamos como sujeito. Ou seja, não é o trabalho que constrói a estrutura psicológica da identidade da pessoa).[footnoteRef:108] [108: LANCMAN, S. O Mundo do Trabalho e a Psicodinâmica do Trabalho. In: LANCMAN, S; SZNELWAR, L. I. (Orgs.) Christophe Dejours: Da Psicopatologia à Psicodinâmica do Trabalho. Rio de Janeiro: Paralelo 15/ Fiocruz. p. 17-34, 2004. ] 
Essa estrutura é constituída por capacidades subjetivas que o ambiente laboral proporciona tudo isso associado com a objetividade das tarefas feitas e em contado com a perspectiva do outro que concedeu a função. Isso por que a identidade só pode ser vista através da perspectiva do outro, por meio de mecanismo de recognição e de auto-projeção.[footnoteRef:109] [109: DEJOURS, C. et al. Psicodinâmica do Trabalho: Contribuições da Escola Dejouriana à Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1994.] 
Através desse delineamento psicológico dessa relação individuo e trabalho podemos analisar que o desequilíbrio no ambiente laboral pode levar a distúrbios psicopatológicos. A principal justifica desses distúrbios causado devido ao assédio moral e organizacional e a falta de solidariedade, a rivalidade e o confronto com diversas exigências técnicas e laborais que acaba gerando a perseguição no local de trabalho.[footnoteRef:110] [110: LANCMAN, S. O Mundo do Trabalho e a Psicodinâmica do Trabalho. In: LANCMAN, S; SZNELWAR, L. I. (Orgs.) Christophe Dejours: Da Psicopatologia à Psicodinâmica do Trabalho. Rio de Janeiro: Paralelo 15/ Fiocruz. p. 17-34, 2004.] 
Pode se considerar que o desgaste provocado pelo assédio moral na saúde mental das vitimas depende dos gestos de uma profissão que é uma fonte importante de estabilização da economia psicossomática, uma vez que disponibiliza á excitação pulsional, que se torna uma saída socialmente favorável ao valor da sublimação.[footnoteRef:111] [111: PEZÉ, M. G. Forclusão do Feminino na Organização do Trabalho: um assédio de gênero. Disponível em:<http://sol.sapo.pt/blogs/xing/default.aspx>. Acesso em: 22 Set 2013. ] 
Tornar esse ato absurdo, humilhante continuo pode gerar consequências traumáticas pra a psique. O assediado considera a sua atividade laboral uma forma de escape para os seus distúrbios psicológicos. Ele acaba promovendo a referida sublimação um termo utilizado por alguns especialistas que significa uma forma de defesa no qual a energia psíquica e impulsos inaceitáveis se transformam e se direcionam as metas aceitáveis.[footnoteRef:112] [112: Op. Cit. p. 20] 
Da mesma maneira o inconsciente transmitir energia de certas tendências inaceitáveis ou condenáveis, para efeitos consideráveis mais nobres ou superiores. Dessa forma,o que dificulta esse mecanismo de sua realização natural no ambiente laboral acaba completamente com o individuo ,gerando serias consequências sobre o equilíbrio psicológico do individuo.[footnoteRef:113] [113: OLIVEIRA, C. E. L. Consequências Psicobiofísicas do Assédio Moral: Síndrome de Burnout e Transtorno de Estresse Pós-Traumático Como Psicopatologias Laborais. [s.d.]. Disponível em:<http://www.cchla.ufrn.br/shXIX/anais/GT32/XIX%20Semana%20de%20Humanidades%20-%20Consequ%EAncias%20psicobiof%EDsicas%20do%20ass%E9dio%20moral.pdf>. Acesso em: 28 Set 2013] 
Devido a esse desequilíbrio da psique causado pelo assédio moral é normal que se atribua o termo terror nesses processos que envolve esse tipo de assédio . A gravidade das agressões sofridas no assédio geram efeitos na saúde mental. As manifestações mais recorrentes são o estresse pós-traumático PTSD, estresse de sobrecarga a síndrome de burmount, problemas em se concentrar, ataques de pânico e reações exagerado a estímulos.[footnoteRef:114] [114: BRADASCHIA, C. A. Assédio Moral no Trabalho: A Sistematização dos Estudos Sobre um Campo em Construção. 2007. 230 f. Dissertação (Mestrado) - Administração de Empresas, EAESP - Escola de Administração de Empresas de São Paulo, São Paulo, 2007.] 
Em uma pesquisa realizada com trabalhadores em um hospital austríaco foi analisado indivíduos que diziam estar passando pelo processo de mobbing e foram constatados os maiores índices de depressão, ansiedade, queixas psicossomáticas, irritabilidade em um nível bastante significativo do que aqueles que não estavam.[footnoteRef:115] [115: NIEDLL, K. Mobbing and well-being: Economic and personnel development implications. European Journal of Work and Organisational Psychology, 5, 239-49. 1996.] 
Baseado em um analise realizada na Suécia, os pesquisadores poderão concluir que alguns sinais psicoemocionais como agressividade,falta de concentração e irritabilidade e outros de origem psicossomáticos como perda de apetite, náusea e desconforto gástrico diferenciam trabalhadores que sofrem assédio e os que não sofrem.[footnoteRef:116] [116: LEYMANN, H. Vuxenmobbning på svenska arbeidsplatser, Delrapport1 om frekvenser [Adult bullying at Swedish workplaces: Report 1 concerning frequencies]. Stockholm: Arbetarskyddstyrelsen. 1992.] 
Os principais efeitos causados pelo assédio moral na saúde mental do individuo são: depressão, ansiedade, desconfiança, agressividade, isolamento, solidão, transtorno bipolar, transtorno obsessivo, transtorno por estresse pós-traumático e dificuldade de pensar claramente e deterioração das relações pessoais.[footnoteRef:117] [117: Op. Cit. p. 23] 
2.2.2.2 Consequência no ambiente de trabalho 
O mau comportamento nas relações de trabalho causa danos no ambiente de trabalho. O local de trabalho da vitima vai se tornado insuportável. Geralmente a vitima não tem escolha a não ser se afastar do trabalho em quanto o agressor permanece no local de trabalho.[footnoteRef:118] [118: FONSECA, R. T. M. Saúde Mental Para e Pelo o Trabalho. Jun. 2003] 
O amparo jurídico ao ambiente saudável encontra-se na Constituição Federal no art.25, sendo obrigatória à proteção do meio ambiente, pois o homem para ter uma boa qualidade de vida precisa viver em um ambiente harmonioso.[footnoteRef:119] [119: SOUZA, J. D. As Chefias Avassaladoras. São Paulo: Novo Século Editora. 2009.] 
Art. 25. “Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição”.[footnoteRef:120] [120: BRASIL, Constituição Federal de 1988. Art. 25, ÍNDICE TEMÁTICO. www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638886/artigo-25-da-constituicao-federal-de-1988>. Acesso em: 15 Set 2013] 
O ambiente de trabalho é o habitat laboral no qual o trabalhador deve encontrar formas com os quais há de assegurar sua existência, não ficando limitado á relação obrigacional, nem a restrição física da organização, uma vez que a saúde e o ambiente equilibrado são fundamentais para a qualidade de vida.[footnoteRef:121] [121: SOUZA, J. D. As Chefias Avassaladoras. São Paulo: Novo Século Editora. 2009.] 
Como consequência desse assédio, a opressão no local de trabalho passa a ser frequente, causando atritos, que levam a transtornos sociais e psicológicos, acarretando danos diretos a saúde do trabalhador. Nesse âmbito, as práticas de assédio moral começam através de comportamentos abusivos que, por sua repetição, geram danos a dignidade física e psicológica da pessoa e como consequência afeta o ambiente de trabalho.[footnoteRef:122] [122: CAVALCANTE, J. Q. P; JORGE, N. O Direito do Trabalho e o Assédio Moral. Abr. 2005.] 
Um ambiente que assegura condições razoáveis de qualidade de vida estará infringindo o ambiente do trabalhador. Devido a isso a saúde do trabalhador passou a ser relacionada de forma direta a proteção do ambiente de trabalho.[footnoteRef:123] [123: MANCUSO, R. C. Interesses difusos: conceito e legitimação para agir. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.] 
O assédio moral também prejudica a empresa causando queda na produção, absenteísmo, rotatividade na mão de obra prejudicando o desempenho empresarial. Sofrendo o assédio, a vitima tende a faltar o trabalho, como uma maneira de fugir do ataque.[footnoteRef:124] [124: AVILA. P. R Consequência do Assédio Moral no Trabalho. 2008. Disponível em:<http://tede.ucs.br/tde_arquivos/2/TDE-2008-05-29T145636Z187/Publico/Dissertacao%20Rosemari%20P%20de%20Avila.pdf>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Estudos comprovam que os efeitos causados na saúde do trabalhador devido ao assédio moral têm gerado cerca de 138 dias de afastamento no trabalho por pessoa. Das 193 pessoas que foram analisadas, cerca de 74% ficaram afastadas do trabalho .23% ficaram afastada do trabalho em menos de um mês ,23,5 ficaram afastada cerca de 1ano á 3 meses ,10,5% ficaram afastada de 1 a 2 anos e 7% ficaram afastada durante 2 anos.[footnoteRef:125] [125: HIRIGOYEN, M. F. Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. Tradução de Rejane Janowitzer. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.] 
Esses resultados são bastantes prejudicais para a empresa, especialmente se o funcionário for capacitado na sua atividade, pode-se concluir então que quanto mais o trabalhador for capacitado na sua área, maior será dano causado á organização.[footnoteRef:126] [126: FILHO, R. P. Noções conceituais sobre o assédio moral na relação de emprego. In: Revista LTR, São Paulo, v. 70, n. 9, p. 1079-89, set. 2006.] 
A queda na produção em um ambiente de trabalho marcado pelo assédio moral é bastante prejudicial à instituição empresarial. A prática do assédio moral é causadora da diminuição de 80% da competência pessoal de trabalho da vitima,que atribui a empresa um considerável dano econômico ,devido aos gastos de um salário dos funcionários que não gera rendimento e ainda prejudica a eficiência da equipe.[footnoteRef:127] [127: SILVA, J. L. O. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. Rio de Janeiro, 2005.] 
A ação do assediador também provoca queda na produtividade na instituição. Os estudos revelam que o assediador gasta cerca de 5 % a 10% de sua hora de trabalho planejando ou executando as ações de assédio moral.[footnoteRef:128] [128: Op. Cit. p. 58] 
A vítima que suporta os ataques e continua na empresa para realizar suas funções com medo, sem paz e tranquilidade para realizar suas funções. O constante assédio no local de trabalho acaba se tornando insuportável, trazendo consequências a saúde do trabalhador.[footnoteRef:129] [129: CAVALCANTE, J. Q. P; JORGE, N. O Direito do Trabalho e o Assédio Moral. Abr. 2005.] 
O assédio moral aumenta as probabilidades de acidente de trabalho para a vítima, aumentando os gastos da empresa com despesas medicas e hospitalares, a empresa também fica responsável pelo afastamento do trabalhador e em casos de morte a empresa arca com todas as indenizações.[footnoteRef:130] [130: RUFINO, R. C. P. Assédio moral no âmbito da empresa. 2. ed. São Paulo: LTr, 2007.] 
As consequências econômicas para uma empresa não deveriam ser negligenciadas. O desgaste do ambiente de trabalho tem consequência uma redução significativa na eficácia ou do rendimento do grupo de trabalho. A causa do conflito torna-se a principal preocupação do assediador e das vitimas, As empresa pode então ter perdas significativas, por um lado, pela redução no rendimento do trabalho, e por outro, pelo aumento dos gastos devido às faltas.[footnoteRef:131] [131: HIRIGOYEN, M. F. Assédio moral – A violência perversa no cotidiano. 10. ed. Rio de Janeiro/ Brasil – 2002.] 
Em relação aos efeitos negativos que a violência moral pode gerar para as empresas, deve se dar uma atenção especial á questão da reparação pelo dano causado e a alternativa de uma rescisão indireta do contrato de trabalho.[footnoteRef:132] [132: RUFINO, R. C. P. Assédio moral no âmbito da empresa. 2. ed. São Paulo: LTr, 2007.] 
2.2.2.3 Consequências na vida do trabalhador e familiares
O assédio moral afeta tanto o trabalhador, a instituição da qual ele trabalha como a sociedade. Há diversos efeitos que causam na sociedade como a queda de absenteísmo devido a doenças de longo prazo, aposentadoria precoce devido à doença, desemprego, dependência ao auxilio doença, peso causado no tratamento dos assediados, esses efeitos causado pelo assédio ao trabalhador acaba sendo repassado à família e aos amigos.[footnoteRef:133] [133: HOEL, H.; SPARKS, K.; COOPER, C. L. The cost of Violence/Stress at work and the benefits of a violence/stress-free working environment. Geneva: Interntational Labour Organisation (ILO), 2003.] 
Esses efeitos também acabam afetando a economia como as despesas médicas e hospitalizações que são financiados pelo Estado. Perda de produção, neste caso as despesas estão associadas à perda de produção devido ao absenteísmo, as despesas da aposentadoria e perda precoce do trabalhador.[footnoteRef:134] [134: Op. Cit. p. 23] 
A analise total dos custos da violência é mais difícil de calcular devido a não conseguir calcular apenas somando os custos individuais e empresarias são deslocados entre grupos.[footnoteRef:135] [135:Ibidem. p. 26] 
A análise dos custos totais da violência no ambiente de trabalho é praticamente impossível pelos diversos fatores intangíveis que estão envolvidos.[footnoteRef:136] [136: Ibidem. p. 30] 
Os assédios moral não atinge só a saúde do trabalhador, mas tinge também a sua atuação no trabalho, a sua vida pessoal, além de gerar efeitos na empresa onde trabalha e na sociedade. O assédio não é uma brincadeira é uma violência grave que pode destruir tanto a vida da vitima como a quem está ao redor dela.[footnoteRef:137] [137: NUNES, T. S.; TOLFO, S. R. Assédio Moral Organizacional: Fatores Organizacionais Propiciadores e a Dinâmica do Assédio. In: XXXV Encontro da ANPAD, 2011, Rio de Janeiro. Anais do XXXV EnANPAD, 2011.
] 
2.3 ASSÉDIO MORAL COMO REFLEXÃO CRIMINAL
A Legislação trabalhista não proporciona a proteção adequada ao trabalhador que é vitima de assédio moral, já que o trabalhador que foi assediado possui o direito apenas da recisão indireta do contrato de trabalho, devido ao abuso do poder ,como está determinado no art.48 da Consolidação das Leis de Trabalho.[footnoteRef:138] [138: CARVALHO, G. M; CARVALHO, E. M. O Assédio Moral nas Relações de Trabalho: Uma Proposta de Criminalização. 2008. Disponível em:<http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/brasilia/05_841.pdf>. Acesso em: 30 Set. 2013 ] 
Art. 48 – “As multas previstas nesta Seção serão aplicadas pela autoridade de primeira instância no Distrito Federal, e pelas autoridades regionais do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, nos Estados e no Território do Acre”.[footnoteRef:139] [139: BRASIL, Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 48, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10760794/artigo-48-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
A Legislação Trabalhista atual, não tem a ferramenta necessária para executar a devida repressão no ambiente de trabalho, pois não é permitido colocar o mobbing na categoria de doenças profissionais e das geradas devido as condições de trabalho como está no art.169, CLT, a não ser que esse comportamento seja em virtude a uma alteração na saúde psicológica e física do trabalhador.[footnoteRef:140] [140: CARVALHO, G. M; CARVALHO, E. M. O Assédio Moral nas Relações de Trabalho: Uma Proposta de Criminalização. 2008. Disponível em:<http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/brasilia/05_841.pdf>. Acesso em: 30 Set. 2013] 
Art. 169 – “Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho”.[footnoteRef:141] [141: BRASIL, Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 169, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10746221/artigo-169-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Considerando a extrema necessidade de criminalização do assédio moral no ambiente de trabalho, em algumas áreas da doutrina procuram introduzir o assédio moral nas leis penais já existentes, como os delitos de lesões corporais, como está no art.129 do Código Penal, a maledicência de acordo art.139, CP, a calúnia de acordo com art.140 CP, o constrangimento ilegal como está no art.146,CP,a ameaça de acordo com o art.147 ,CP e o assédio sexual como está no art. 216-A, CP.[footnoteRef:142] [142: CARVALHO, G. M; CARVALHO, E. M. O Assédio Moral nas Relações de Trabalho: Uma Proposta de Criminalização. 2008. Disponível em:<http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/brasilia/05_841.pdf>. Acesso em: 30 Set. 2013] 
Art. 129: “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave”.[footnoteRef:143] [143: BRASIL, Código Penal. Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. Art. 129, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624670/artigo-129-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Art. 139: “Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade”.[footnoteRef:144] [144: BRASIL, Código Penal. Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. Art. 139, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622728/artigo-139-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Art. 140: “Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa”.[footnoteRef:145] [145: BRASIL, Código Penal. Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. Art. 140, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Art. 146: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Aumento de pena”.[footnoteRef:146] [146: BRASIL, Código Penal. Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça. Art. 146, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621886/artigo-146-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Art. 147: “Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa”.[footnoteRef:147] [147: BRASIL, Código Penal. Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave. Art. 147, www.jusbrasil.com.br. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621647/artigo-147-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 15 Set 2013.] 
Art. 216-A: “Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)”. [footnoteRef:148] [148: BRASIL, Código Penal. Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual. Art. 216-A, www.jusbrasil.com.br. Disponivel em:<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10611615/artigo-216-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 15 Set 2013.
] 
Porém não é levado em conta as características do assédio no ambiente de trabalho, que constitui-se na formação de um clima de humilhação e depravação moral do empregado com o objetivo de provocar a sua saída do trabalho. A realização de só um ato de humilhação não é considerado assédio moral.[footnoteRef:149] [149: CARVALHO, G. M; CARVALHO, E. M. O Assédio Moral nas Relações de Trabalho: Uma Proposta de Criminalização. 2008. Disponível em:<http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/brasilia/05_841.pdf>. Acesso em: 30 Set. 2013] 
Na procura pelo bem jurídico protegido por meio da criminalização do assédio moral, que poderia fazer com que esses atos estivessem inseridos em alguns dos comportamentos criminosos já mencionado, uma área compreende que o bem jurídico afetado pelo mobbing é a dignidade humana.[footnoteRef:150] [150: Op. Cit. p. 2917] 
No entanto não se pode esquecer quea proteção da dignidade humana, por si só já acarreta a tutela de todos os direitos e liberdades essências para o individuo ,considerando que é possível pensar que os danos causados aos bens jurídicos são mais importantes que a vida e a integridade física e moral. Dessa forma mencionam com razão que a proteção da integridade humana integra a tutela de todos os diretos e estabelecida a sua condição de um dos princípios República Federativa do Brasil sua consagração leva sem duvida a proteção da dignidade física e moral não só dos trabalhadores mas de todo as pessoas.[footnoteRef:151] [151: Ibidem. p. 2918] 
 
2.4 RESPONSABILIDADE DA EMPRESA
O empregador tem o dever de proporcionar aos funcionários um ambiente calmo e harmonioso e deve tomar medidas para acabar com qualquer tipo de humilhação, discriminação e constrangimento no trabalho.[footnoteRef:152] [152: BARRETO, M. Assédio moral no trabalho: uma odisseia de sofrimento e incertezas. In: SOBRINHO, F. P. N.; NASSARALLA, L. (Org.). Pedagogia institucional: fatores humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Zit, 2004.] 
A empresa tem o deve manter as boas condições de segurança e higiene e cuidar para que o ambiente de trabalho não vire um ambiente perigoso á vida dos seus funcionários.[footnoteRef:153] [153: HELOANI, R. Assédio moral: um ensaio sobre a expropriação da dignidade no trabalho. RAE-eletrônica, São Paulo, v. 3, n.1, art. 10, jan./jun. 2004. Disponível em:<http://www.rae.com.BR/eletronica/index.Cfm?FUSEACTION=Artigo&id=1915&Secao=PENSATA&VOLUME=3&Numero= Um&ano=2004>. Acesso em: 17 Set 2013.] 
É uma responsabilidade da empresa garantir um ambiente livre da violência e proporcionar um ambiente adequado para melhoria da qualidade de vida. Se a empresa tapa os olhos para violência, viola um dos direitos humanos importante: o direito de tratado como um ser humano.[footnoteRef:154] [154: FREITAS, M. E. Assédio moral e assédio sexual: faces do poder perverso nas Organizações. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 41, n. 2, p. 8-19, abr./jun. 2001. Disponível em:<http://www.rae.com.br/rae/index.Cfm?FUSEACTION=ARTIGO&ID=1033&Secao=REL%20TRAB&Volume=41&Numero=2&Ano=2001>. Acesso em: 11 Set 2009.] 
Uma justificativa que seria suficiente para mudar o comportamento do empregador. Contudo vale destacar que o assédio moral também trata-se de uma questão social e econômica que pode vir a gerar sérios danos a empresa.[footnoteRef:155] [155: Op. Cit. p. 34] 
Desta forma fica claro que as empresas tem o interesse em impedir atos que possam prejudicar a sua produtividade e a sua imagem, portanto é necessário que a empresa crie normas impeça esse tipo de prática, acabando com qualquer tipo de violência dentro da empresa.[footnoteRef:156] [156: Ibidem. p.36] 
O combate ao assédio moral vai além da criação do código de ética. A empresa para alguns especialista deve criar ferramentas para que as vítimas denunciem os agressores em sigilo,como por exemplo o uso de urnas que garanta o anonimato da vitima.[footnoteRef:157] [157: HELOANI, R. Assédio moral: um ensaio sobre a expropriação da dignidade no trabalho. RAE-eletrônica, São Paulo, v. 3, n.1, art. 10, jan./jun. 2004. Disponível em:<http://www.rae.com.BR/eletronica/index.Cfm?FUSEACTION=Artigo&id=1915&Secao=PENSATA&VOLUME=3&Numero= Um&ano=2004>. Acesso em: 17 Set 2013] 
Vale destacar também a importância de serem reavaliadas as condições de trabalho as condições de trabalho que incentiva a competição gerando assim mais violência.[footnoteRef:158] [158: Op. Cit. p. 22] 
Alguns especialistas também recomendam à criação de áreas de auxílio às vitimas, no qual as denuncias possam ser realizadas sem danos as pessoas envolvidas, garantindo sempre o sigilo.[footnoteRef:159] [159: BARRETO, M. Assédio moral no trabalho: uma odisséia de sofrimento e incertezas. In: SOBRINHO, F. P. N.; NASSARALLA, L. (Org.). Pedagogia institucional: fatores humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Zit, 2004.] 
A empresa deve procurar soluções que acabem com o medo das práticas produtivas e que mudem as condições atuais de trabalho elaborando táticas mais participativas e que tenha mais autonomia, diminuindo o trabalho monótono das extensas jornadas.[footnoteRef:160] [160: Op. Cit. p. 13] 
As empresas devem atuar como mecanismo de denuncia, verificação os fatos e punições, mostrando aos funcionários que todos são tratados da mesma forma. Para alguns pesquisadores o assédio moral acontece porque a empresa não assume uma posição diante da ocorrência. A empresa deve deixar claro que não aceita esse tipo de comportamento e que não há pessoas intocáveis quando a questão é a melhora do ambiente de trabalho. [footnoteRef:161] [161: FREITAS, M. E. Assédio moral e assédio sexual: faces do poder perverso nas Organizações. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 41, n. 2, p. 8-19, abr./jun. 2001. Disponível em:<http://www.rae.com.br/rae/index.Cfm?FUSEACTION=ARTIGO&ID=1033&Secao=REL%20TRAB&Volume=41&Numero=2&Ano=2001>. Acesso em: 11 Set 2009.] 
 
 
CAPÍTULO III - FORMAS DE COMBATE
3.1 MEDIDAS PREVENTIVAS
 Por ser uma agressão com resultados destruidores em quem sofreu, o assédio moral precisa ser encarado em duas frentes: prevenção e combate. A prevenção envolve a elaboração de um novo entendimento contrário a toda violência de efeito moral no âmbito de trabalho, precisando surgir de decisões das instituições privadas, assim como das entidades públicas. No entanto, o combate diz respeito à necessidade de ferramentas e métodos de controle e punição aos praticantes de assédio.[footnoteRef:162] [162: PINTO, R. M. C. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho e a Política Empresarial de Metas. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Direito. 2011, p.71-5. Disponível em:<http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_PintoRMC_1.pdf>. Acesso em: 13 Set 2013] 
 Na área das organizações, a primeira e fundamental atitude de prevenção consiste no reconhecimento do problema. As instituições possuem grande parte de responsabilidade em caso de ocorrência de assédio moral, uma vez que se escondam ou estimulem, de forma direta ou indireta, a sua ação. Isto é, não deixar o problema de lado, sem dúvidas, é fundamental para a sua resolução.[footnoteRef:163] [163: Op. cit. p.72] 
 Desta forma, a empresa precisa se organizar, estudar cuidadosamente as razões e não mais deixar de lado os problemas interpessoais dos trabalhadores, tanto por ações violentas dos hierárquicos superiores, tanto pela ação encoberta dos funcionários, para, dessa forma, criar projetos com a competência de excluir ou, pelo menos, diminuir as práticas cruéis.[footnoteRef:164] [164: Loc. Cit
] 
 Na batalha contra o assédio moral, o empregador deve se destacar pelo local de trabalho seguro, com condições de higiene e segurança adequadas. Simultaneamente, precisa motivar uma alteração na maneira de trabalhar, tirando a abundância de competição, estresse e concorrência, e em troca, precisam ser estabelecidas políticas que promover o bem-estar dos funcionários, estimulando práticas benéficas para a saúde, assim como o bom convívio e à cidadania.[footnoteRef:165] [165: PINTO, R. M. C. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho e a Política Empresarial de Metas. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Direito. 2011, p.71-5. Disponível em:<http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_PintoRMC_1.pdf>. Acesso em: 13 Set 2013] 
 As empresas também precisam capacitar especialistas internos, especialmente os empregados da área de Recursos Humanos, que, depois de uma capacitação apropriada, tenham competência para prevenir, identificar ou gerenciar os episódios de assédio moral.[footnoteRef:166]

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