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INFLAMAÇÃO AGUDA E CRÔNICA

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INFLAMAÇÃO AGUDA E CRÔNICA 
 A inflamação ocorre em tecidos vascularizados; consistem em uma reação a agentes nocivos como microorganismos e células danificadas, geralmente necróticas, respostas vasculares, migração e ativação de leucócitos e reações sistêmicas.  A principal característica do processo inflamatório é a reação dos vasos sanguíneos, que leva ao acúmulo de fluido e leucócitos nos tecidos extravasculares. A resposta inflamatória está intimamente ligada ao processo de reparo. Ela destrói, dilui ou isola o agente nocivo e desencadeia uma série de eventos que tentam curar e reconstituir o tecido danificado. Durante a fase de reparação, o tecido danificado é substituído por meio da regeneração das células pelo preenchimento com tecido fibroso (cicatrização).  A inflamação é um mecanismo de defesa, onde o principal objetivo é a eliminação da causa inicial da lesão celular e das consequências de tal lesão. Sem a inflamação as infecções se desenvolveriam descontroladamente, as feridas nunca cicatrizariam e o processo destrutivo nos órgãos atacados seria permanente. Entretanto, esse processo pode ser prejudicial, como acontece em algumas doenças crônicas como a artrite reumatoide, aterosclerose e fibrose pulmonar e em reações de hipersensibilidade. Por essa razão, há antiinflamatórios que deveriam, na melhor das hipóteses, controlar as sequelas e danos da inflamação sem interferir em seus efeitos benéficos.  A resposta inflamatória consiste em dois componentes principais: uma reação vascular e uma reação celular. Muitos tecidos e células estão envolvidos nessas reações, incluindo o fluido e as proteínas plasmáticas, células circulantes, vasos sanguíneos e componentes celulares e extracelulares do tecido conjuntivo. 
A inflamação pode ser aguda e crônica: Inflamação Aguda:
 inicia-se rapidamente (em alguns segundos a alguns minutos) e tem uma duração relativamente curta (alguns minutos e alguns dias); envolve a exsudação de liquido (edema) e migração de células polimorfonuclear (neutrófilo).
  
Inflamação Crônica:
 tem uma instalação maior (dias) e uma duração maior (semana a anos); envolve linfócitos e macrófagos e induz a proliferação de vasos sanguíneos e fibrose. Há quatro sinais clínicos clássicos da inflamação (mais proeminentes na inflamação aguda).  Calor; Rubor; Edema; Dor; 
Edema:excesso de liquido no interstício ou nas cavidades serosas. Ele pode ser um exsudato ou um transudato. 
Exsudato:liquido inflamatório extravascular que possui alta concentração de proteínas, fragmentos celulares e gravidade especifica maior que 1020. 
Exsudação:extravasamento de liquido, proteína e células sanguíneas do sistema vascular para o tecido intersticial ou cavidades corporais. 
Pus:exsudato purulento inflamatório rico em neutrófilos e fragmentos de células. 
Transudato:liquido com pequeno teor proteico e uma gravidade especifica menos que 1.012. É essencialmente um ultrafiltrado do plasma sanguíneo que resulta de pressões liquidas elevada ou forças osmóticas diminuídas no plasma. 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
 Aguda é a resposta inicial a lesão celular e tecidual, predominando fenômenos de aumento de permeabilidade vascular e migração de leucócitos, particularmente neutrófilos. Localmente caracteriza-se pelos sinais cardinais da inflamação e o exemplo mais claro é o abscesso. Se a reação for intensa, pode haver envolvimento regional dos linfonodos e resposta sistêmica na forma de neutrofilia e febre, caracterizando a reação da fase aguda da inflamação. Todas estas respostas são mediadas por substâncias oriundas do plasma, das células do conjuntivo, do endotélio, dos leucócitos e plaquetas, que regulam a inflamação e chamadas genericamente de mediadores químicos da inflamação.  A inflamação deve, portanto ser entendida como uma série de interações moleculares, como, aliás, ocorre em outros processos biológicos. A inflamação aguda tem como objetivo principal a eliminação do agente agressor, ocorrendo frequentemente destruição tecidual. Os fenômenos agudos, como o próprio nome diz, são transitórios, havendo posteriormente a regeneração ou cicatrização da área envolvida, ou cronicidade do processo se o agente agressor não for eliminado.  A inflamação aguda possui três componentes principais que contribuem para os sinais clínicos: 
 Alterações no calibre vascular que leva a um aumento no fluxo sanguíneo (calor e rubor); 
 Alterações estruturais na microcirculação que permitem que proteínas plasmáticas e leucócitos deixem a circulação para produzirem Exsudato inflamatórios (edema); 
 Migração dos leucócitos da microcirculação e acumulo no local de lesão (edema dor); 
Alterações Vasculares 
Na inflamação, os vasos sanguíneos sofrem várias alterações que visam a facilitar o movimento de proteínas plasmáticas e células sanguíneas da circulação para o local da lesão ou infecção. As principais alterações vasculares são: 
Vasodilatação 
É uma das primeiras manifestações inflamatórias, geralmente após uma constrição. Provoca aumento do fluxo sanguíneo, caracterizado por calor e rubor. É induzida por histamina e óxido nítrico. Em seguida aumenta a permeabilidade, causando extravasamento das proteínas.  A perda de líquido concentra hemácias e aumenta a viscosidade do sangue (isso dilata os vasos e deixa o fluxo mais lento); situação conhecida como 'estase'.
 
Aumento da Permeabilidade Vascular:
 É uma característica fundamental da inflamação aguda. Quando o plasma perde proteínas aumenta a pressão osmótica no interstício e diminui a pressão osmótica no capilar. Por estar associado à pressão hidrostática (maior fluxo de sangue pelos vasos dilatados), esse fenômeno provoca extravasamento de fluido e o seu acúmulo no interstício, situação conhecida como edema. O vazamento através do endotélio na inflamação ocorre pelos seguintes mecanismos: 
Formação de Fendas no Endotélio Venular:
 Causada principalmente por histamina, bradicinina, leucotrienos neuropeptídeos. Esse fenômeno ocorre principalmente em vênulas, assim como os processos de adesão e migração. Esse processo é responsável por uma resposta imediata transitória; 
Lesão Endotelial Direta:
 resultando em necrose e separação das células endoteliais a lesão é causada principalmente por neutrófilos que aderem ao endotélio. Esse processo é responsável por uma resposta tardia; 
Extravasamento Retardado Prolongado:
 inicia-se de 2 a 12 horas após a lesão inicial, dura por várias horas ou dias e envolve vênulas e capilares; Extravasamento de vasos sanguíneos recém-criados: responsável pelo edema característico das fases iniciais da cicatrização que ocorre após a inflamação. 
Lesão Endotelial Mediada Por Leucócitos:
 Resultam da adesão, agregação e migração dos leucócitos ao endotélio. Os leucócitos podem ser ativados liberando espécies toxicas de oxigênio e enzimas proteolíticas, que causam lesão ou deslocamento. 
Tanscitose Aumentada:
Canais transendoteliais compostos de vacúolos interconectados formam organelas vesiculovasculares. Determinados fatores (ex: fator de crescimento do endotélio vascular, VEGF) induzem extravasamento vascular, aumentando o número desses canais. 
Alterações celulares : Extravasamento de leucócitos a sequência de eventos na jornada dos leucócitos do lúmen vascular para o tecido intersticial, chamada de extravasamento, pode ser dividida nas seguintes etapas: 
Marginação: acúmulo de leucócitos na periferia do fluxo; 
Rolamento: aderência transitória mediada principalmente pelas selectinas; 
Adesão: mediada principalmente pelas integrinas; 
Transmigração: através do endotélio (diapedese) ocorre predominantemente nas vênulas (exceto nos pulmões). Esse processo é mediado principalmente por PCAM; 
Migração no interstício: na direção do estímulo quimiotático vária substância pode agir como quimiotáticos. Entre elas estão: produtos bacterianos, C5a, leucotrienos e citocinas. 
Ativação leucocitária: as respostas funcionais induzidas na ativação de leucócitos incluem: 
 Produção de metabólitos do ácido aracdônico: a partir de fosfolipídios, resultante daativação da fosfolipase A2; 
Desgranulação e secreção de enzimas lisossomais e ativação do burst oxidativo; 
Secreção de citocinas os macrófagos são os principais secretores de citocinas; 
 Modulação das moléculas de adesão leucocitária. 
Quimiotaxia: A quimiotaxia é definida como a locomoção orientada ao longo de um gradiente químico. Substâncias endógena e exógena podem atuar como quimiotratores: agentes exógenos: produtos bacterianos; agentes endógenos: componentes do sistema complemento (C5a), produtos da via da lipo-oxigenase (leucotrieno B4) e citocinas (IL-8). Esses agentes quimiotáticos também ativam os leucócitos: produção de metabólitos do ácido araquidônico, desgranulação e secreção de enzimas lisossômicas, ativação do surto oxidativo e modulação de moléculas de aderência leucocitária. A locomoção é feita através de pseudopodes, que são filamentos de actina/miosina contráteis. 
Fagocitose : É a liberaçãode enzimas pelos neutrófilos e macrófagos são os maiores benefícios derivados do acumulo de leucócitos no foco inflamatório  A fagocitose consiste de três etapas: 
Reconhecimento e ligação:micoorganismo podem estar cobertos por opsonimas que aumentam a eficiência da fagocitose pela ligação com os receptores para leucócitos. 
Captura: pelo envolvimento de pseudópodes até engolfar completamente a partícula em um fagossomo intracelular.
Morte ou degradação: das partículas fagocitadas são mais eficientes nos leucócitos ativos e são desempenhadas em grande parte do mecanismo dependentes de oxigênio.
Término da resposta inflamatória aguda 
 A inflamação diminui simplesmente porque os mediadores têm uma meia-vida curta, são degradados após serem liberados e são produzidos em surtos rápidos, somente enquanto o estímulo persistir. Além disso, conforme a inflamação se desenvolve, o processo desencadeia vários sinais que atuam ativamente para terminar a reação. Resultados da inflamação aguda. Geralmente a inflamação aguda tem um destes três resultados finais: 
Resolução completa:
 ocorre normalmente quando a lesão é limitada, de curta duração ou quando houve pouca destruição tecidual e as células parenquimatosas danificadas podem ser regeneradas. A resolução envolve a neutralização ou degradação espontânea de mediadores químicos, com o retorno da permeabilidade vascular ao normal, o término da infiltração leucocitária, a morte dos neutrófilos e a remoção de líquido e proteína do edema, de leucócitos, de agentes estranhos e de fragmentos necróticos. Os vasos linfáticos e as células fagocitárias participam desse evento. A membrana basal dos vasos linfáticos possui áreas de descontinuidade unidas por fibras colágenas. Em caso de edema essas fibras são distendidas, o que leva a um aumento do diâmetro dos linfáticos, causando aumento do fluxo linfático até os linfonodos. O aumento do fluxo facilita a detecção do agressor; 
Cicatrização pela substituição do tecido conjuntivo (fibrose): 
ocorre após uma destruição tecidual considerável, quando a lesão inflamatória envolve tecidos incapazes de se regenerar, ou quando existe um abundante exsudato de fibrina;
 Cronificação da inflamação: 
pode se seguir à inflamação aguda ou a resposta pode ser crônica praticamente desde o início. A transição de aguda para crônica ocorre quando não há uma resolução da resposta inflamatória aguda devido à persistência do agente nocivo ou a alguma interferência com o processo normal de cicatrização.
Mediadores químicos da inflamação:
 São substâncias provenientes do plasma ou das células que desencadeiam, amplificam e controlam a evolução da inflamação Podem agir em um ou alguns tipos celulares, ter vários alvos ou mesmo apresentar efeitos diferentes em tipos celulares diferentes. 
Aminas vasoativas
  A importância das duas aminas vasoativas está no fato delas estarem disponíveis em reservas pré-formadas, o que faz com que sua liberação no local da inflamação seja muito rápida.
 Histamina
  Amplamente distribuída pelos tecidos. Causa dilatação das arteríolas e aumento da permeabilidade vascular das vênulas (porém constringe as grandes artérias). Principal mediador da fase imediata. Atua sobre receptores H1. 
Serotonina 
Presente nas plaquetas e liberada após agregação plaquetária. Ação semelhante à histamina. 
Sistema complemento
  Atua na imunidade inata e adaptativa para defesa contra agentes microbianos, culminando na lise pelo complexo de ataque à membrana (MAC). A etapa fundamental na elaboração das funções biológicas do complemento é a ativação de C3. A clivagem de C3 pode ocorrer pela via clássica, que é desencadeada por fixação de C1 a anticorpos (IgM ou IgG) combinados com antígenos ou através da via alternativa, que pode ser desencadeada por superfícies microbianas, imunoglobulinas agregadas, polissacarídeos complexos etc. Todos os produtos derivados deste sistema têm funções biológicas que atuam na otimização do processo inflamatório. Entre as ações estão: aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação, estímulo à produção de metabólitos do ácido araquidônico, adesão leucocitária, quimiotaxia, opsonização. 
Sistema das Cininas:
 O sistema de cininas gera peptídeos vasoativos a partir dos cininogênios por proteases específicas chamadas calicreínas. Algumas das ações da bradicinina são: contração de músculo liso, dilatação dos vasos sanguíneos e dor. 
Sistema de coagulação :
 Divide-se em duas vias convergentes, que culminam na ativação da trombina e na formação de fibrina. 
A Via Intrínseca: pode ser ativada pelo fator de Hageman. A ativação do sistema de coagulação resulta na ativação da trombina a partir do precursor protrombina, que, por sua vez, cliva o fibrinogênio solúvel circulante, gerando um coágulo de fibrina insolúvel. Durante essa conversão, fibrinopeptídeos são formados, induzindo aumento da permeabilidade vascular, e são quimiotáticos de leucócitos. A trombina também apresenta propriedades inflamatórias, causando maior adesão leucocitária ao endotélio via a ligação receptores ativados por proteases (PARs). Enquanto induz a coagulação, fator XIIa pode ativar o sistema fibrinolítico, gerando plasmina, que lisa a fibrina , solubilizando o coagulo. A plasmina é importante no contexto da inflamação ao clivar C3, para produzir fragmentos de C3 e formar produtos da degradação da fibrina, que aumentam a permeabilidade vascular e ativam o fator de Hagemam. 
Fator de Ativação Plaquetas
 O fator de ativação plaquetas (PAF) é um derivado dos Fosfolipídeos produzido por mastócitos e outros leucócitos após vários estímulos, incluindo reações mediadas por IgE. O PAF causa agregação e liberação das plaquetas broncoconstrição, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, aumento da adesão leucocitária e quimiotaxia. Assim o PAF pode provocar a maioria dos principais acontecimentos da inflamação. 
Quimiocinas e citocinas
  As citocinas são proteínas produzidas por diferentes tipos celulares do sistema imune e atuam na comunicação entre as células: indução ou regulação da resposta imune. Existem diferentes tipos de citocinas, dependendo das células que as produziram: as monocinas são produzidas por células mononucleares, as linfocinas são produzidas por linfócitos ativados; os macrófagos produzem citocinas como os fatores estimuladores de colônias; as interleucinas são citocinas produzidas por células hematopoiéticas e atuam primariamente sobre os leucócitos. 
Fator de Necrose Tumural e Interleucina 
São as duas principais citosinas que participam do processo inflamatório. São produzidas principalmente pelos macrófagos ativados. Suas ações mais importantes na inflamação são seus efeitos no endotélio, nos leucócitos, e a indução de reações sistêmicas da fase aguda. 
Quimiocinas 
 As quimiocinas são pequenas citocinas que orientam, por quimiotaxia, a migração dos leucócitos, ativam as respostas inflamatórias e participam de outras funções, incluindo a regulação do crescimento dos tumores através de quatro mecanismos moleculares: 
 Antígenos associados aos tumores; 
 Resposta imunológica específica às células tumorais;Estimulação da proliferação das células tumorais; 
 Moléculas relacionadas metástase;
 Óxido nítrico
 Gás solúvel produzido por células endoteliais, macrófagos e neurônios específicos. Atua de forma parácrina sobre células-alvo através da indução do monofosfato de guanosina (GMP), que, por sua vez, desencadeia uma série de eventos celulares produzindo como resposta o relaxamento do músculo liso vascular. Ações principais:
 Relaxamento do endotélio (vasodilatação); 
 Reduz a agregação e aderência plaquetária; 
 Degradação de microrganismos; 
Constituintes Lisossômicos dos Leucócitos
 Os neutrófilos e monócitos contêm grânulos lisossômicos que, quando liberados, podem contribuir para a resposta inflamatória. Os neutrófilos apresentam grânulos específicos e azurófilos, que podem ser esvaziados em vacúolos fagócitos potencializando a quimiotaxia e lesão tecidual. Os grânulos específicos contêm lisozima, colagenase, histaminase, gelatinase, ativador de plasminogênio, lactoferrina e fosfatase alcalina. Os grânulos azurófilos contêm mieloperoxidase, fatores bactericidas, hidrolases ácidas e proteases neutras. 
Radicais livres de oxigênio
 São produzidos por neutrófilos diante da exposição a agentes quimiotáticos, imunocomplexos e ação de macrófagos. Seus principais representantes: superóxido, peróxido de hidrogênio e ânion hidroxila. Podem desencadear inúmeras reações dependendo da sua concentração local. 
Baixas concentrações: aumenta a expressão da quimiocina, citocina e das moléculas de adesão; 
Altas concentrações: causam dano epitelial, ativação de proteases e lesão de outros tipos de células causando lesão tissular. 
Neuropeptídeos
 São substâncias semelhantes às aminas vasoativas e aos eicosanoides e o seu principal representante é a substância P. Entre as suas diversas funções se destacam: aumento da permeabilidade vascular, transmissão dos sinais de dor, regulação da pressão sanguínea e estímulo da atividade secretória de células endoteliais e imunológicas. 
Padrões morfológicos da inflamação aguda 
 Apesar de as reações inflamatórias agudas serem caracterizadas por alterações vasculares e infiltradas leucocitárias, a severidade da reação, sua causa específica e o tecido envolvido introduzem variações morfológicas nos padrões básicos. Vários tipos de inflamação são reconhecidos, variando em sua morfologia e nas reações clínicas. 
 Inflamação Serosa:
 é um extravasamento exagerado de um fluido diluído que, dependendo do tamanho da lesão, é derivado do plasma ou da secreção das células mesotelias que recobrem as cavidades peritoneal, pleural e pericárdica. 
Inflamação Fibrinosa:
 Com lesões mais graves e maior permeabilidade vascular que elas acarretam moléculas maiores, como o fibrinogênio passa a barreira vascular, formando a fibrina, que se deposita no espaço extracelular. Um exsudato fibrinoso se desenvolve quando o extravasamento vascular é grande o suficiente ou quando existe um estímulo no interstício que inicie a coagulação. 
Inflamação Supurativa ou Purulenta: São caracterizadas pela produção de grandes quantidades de pus ou exsudato purulento consistindo de neutrófilos, células necróticas e edema. 
 Úlceras:Uma úlcera é um defeito local, ou escavação, da superfície de um órgão ou tecido, produzindo pela esfoliação (descamação) do tecido inflamatório necrótico. A ulceração ocorre somente quando a necrose tissular e o processo inflamatório resultante ocorrem em uma superfície ou próximo a ela. 
Inflamação crônica 
 A inflamação crônica dura semanas, meses ou anos, enquanto a inflamação aguda tem curta duração, horas ou dias. A inflamação aguda é caracterizada pelos fenômenos vasculares e exsudativos enquanto a inflamação crônica é caracterizada pelos fenômenos proliferativos, com formação de fibrose. . Quando o agente agressor não é destruído prontamente ou o material necrótico não é reabsorvido ou eliminado (abscessos, por exemplo), ocorre à inflamação crônica. 
 A inflamação crônica ocorre nas seguintes situações: 
 Infecção persistente por certas bactérias como, por exemplo, o bacilo da tuberculose. 
 Exposição prolongada a determinadas substâncias irritantes tais como a sílica 
 Reações autoimunes como, por exemplo, no lúpus eritematoso sistêmico. 
Características morfológicas
 Infiltrado inflamatório por células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos). 
 Destruição tecidual que é produzida pela persistência do agente agressor ou pelas células inflamatórias. 
 Tentativa de reparo que produz tecido conjuntivo. Os macrófagos são as principais células da inflamação crônica e acumulam-se no foco inflamatório por três mecanismos: 
 Quimiotaxia 
 Proliferação de macrófagos no foco inflamatório 
 Liberação no foco inflamatório de um fator de inibição da migração de macrófagos, que os impede de abandonar o foco inflamatório. Outras células importantes na inflamação crônica são: 
Linfócitos: mobilizados em reações imunes (T e B) e não imunes. Interagem com os macrófagos. 
Eosinófilo:são particularmente abundantes nas reações imunes mediadas por IgE e nas parasitoses. 
Mastócitos: são células abundantes no tecido conjuntivo e que podem liberar histamina, particularmente nas reações anafiláticas a drogas, venenos de insetos e reações a alimentos. 
Leucócitos Polimorfonucleares:
 embora sejam mais característicos das inflamações agudas, podem ser encontrados também nas inflamações crônicas.  As inflamações crônicas podem ser divididas, sob o ponto de vista anátomo-patológico, em inflamações crônicas específicas (granulomatosas) e inespecíficas.  As inflamações específicas são caracterizadas pelos granulomas, que são acúmulos localizados de macrófagos e macrófagos modificados, (células epitelióides e células gigantes inflamatórias). Os granulomas podem ainda apresentar outras células tais como linfócitos, eosinófilos e fibroblastos, além de necrose e do próprio agente agressor. Há dois tipos de granulomas: 
Granulomas tipo corpo estranho e Granulomas imunes. Granulomas Tipo Corpo Estranho:
 são provocados por corpos estranhos (fios de sutura, por exemplo) relativamente inertes e que não provocam resposta imune. O exame histológico destes granulomas permite ver o corpo estranho no seu interior. 
Granulomas imunes:são causados por agentes, insolúveis ou de digestão difícil, capazes de provocar uma resposta imune celular. Neste tipo de resposta, os macrófagos ingerem o material estranho e apresentam-no aos linfócitos T, que são então ativados, produzindo citocinas, ativando outras células T e outros macrófagos. O estudo histológico dos granulomas é importante, pois algumas doenças tais como a tuberculose, esquistossomose e a blastomicose podem ser diagnosticadas quando os seus agentes etiológicos são encontrados no granuloma. Os vasos linfáticos e os linfonodos drenam e filtram o material existente no interstício e são de importância fundamental no processo inflamatório. 
Os vasos linfáticos, por não apresentarem membrana basal, são capazes de reabsorver facilmente o líquido de edema e as proteínas do interstício. Válvulas no seu interior impedem o refluxo da linfa. Chegando aos linfonodos, a linfa é exposta aos macrófagos fixos aí contidos (histiócitos sinusoidais) que fagocitam agentes agressores e outras partículas. Durante este processo pode ocorrer inflamação na parede do vaso linfático (linfangite), e muitas vezes este pode ser visto como uma linha vermelha no seu trajeto sob a pele em direção ao linfonodo de drenagem. Quando o processo inflamatório alcança os linfonodos (linfadenite) estes aumentam de tamanho por causa da hipertrofia e hiperplasia dos folículos linfóides e das células sinusoidais e tornam-se dolorosos. 
Efeitos Sistêmicos da Inflamação:
Febre:é produzida como resposta a substâncias (pirógenos) que provocam a liberação de mediadores que agem no hipotálamo, desencadeando a liberação de neurotransmissores que reprogramam o nosso termostato corporal para uma temperatura mais alta. É um mecanismo de defesa. 
Proteinas da Fase Aguda:proteína C reativa, fibrinogênio,proteína amiloide A sérica são produzidas pelo fígado e aumentam nas infecções, podendo ser dosadas ou indiretamente estimadas para diagnóstico. Em infecções crônicas, a produção continuada de proteína amiloide A sérica pode levar à amiloidose secundária. 
Leucocitose: ocorre por causa do aumento da liberação de leucócitos pela medula óssea (estimulada por citocinas), inclusive leucócitos ainda imaturos (desvio para a esquerda). 
Sepsis: em infecções bacterianas graves, a grande quantidade de bactérias ou de lipopolissacarideos bacterianos (LPS ou endotoxinas) presentes na circulação provocam a produção de grande quantidade de citocinas que por sua vez desencadeiam coagulação intravascular disseminada, consumo de fatores da coagulação e hemorragias. 
Citocinas podem causar lesões hepáticas e prejudicam a sua função e consequentemente hipoglicemia por baixa da gliconeogenese. Aumento da produção de óxido nítrico leva a falência cardíaca aguda e choque. Esta tríade (coagulação intravascular disseminada, hipoglicemia e insuficiência cardíaca aguda é conhecida como choque séptico). A inflamação e as tromboses percebidas em diversos órgãos podem ocasionar falência d múltiplos órgãos tais como os pulmões (síndrome da angustia respiratória do adulto - SARA), os rins (insuficiência renal aguda - IRA) e os intestinos. 
Outras manifestações:taquicardia, tremores, calafrios, anorexia, sonolência, palidez. 
Consequências da Inflamação Defeituosa ou Excessiva Inflamação Defeituosa: tipicamente causa um aumento suscetibilidade à infecção é uma demora na cura de feridas e lesões teciduais. A demora no reparo ocorre porque a resposta inflamatória é essencial para a retirada de tecido danificado e fragmentos celulares, e fornece o estimulo necessário para que o processo de reparação seja iniciado. 
Inflamação Excessiva: é à base de muitas categorias de doenças humanas (alegrias e doenças ato imunes). A inflamação desempenha papel importante no câncer, aterosclerose, doença cardíaca isquêmica e algumas doenças nerodegenerativas (doenças de Alzheimer). A inflamação prolongada e a fibrose que a acompanha são responsáveis pelas alterações patológicas em doenças infecciosas crônicas, metabólicas e outras.

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