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resumo patologia - calcificação

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Resumo – P2 Patologia Geral 
Ana Letícia Magalhães 
Calcificação 
Calcificação patológica (ou ectópica) consiste na deposição de sais de cálcio 
em locais normalmente não calcificados. No organismo, os níveis plasmáticos 
de cálcio estão em um balanço delicado, no sentido de que pequenos 
desequilíbrios podem ocasionar precipitação de sais de cálcio. Tanto no tecido 
ósseo como em focos de calcificação patológica, forma-se hidroxiapatita - 
(Ca10(P04)6(0H)2. Em calcificações patológicas, os depósitos minerais 
ocorrem sobre outros substratos celulares (viáveis ou necróticos) e 
extracelulares (tecido conjuntivo ou secreções). Alterações celulares parecem 
estar envolvidos na formação de calcificações patológicas, não se tratando de 
uma simples deposição passiva de cálcio. 
As calcificações patológicas podem ser subdivididas em: (1) calcificação 
distrófica, quando predominam fatores locais, como necrose; (2) calcificação 
metastática, em casos de hipercalcemia. Há ainda calcificações idiopáticas, em 
que nenhum desses fatores está presente. 
Cálcio Sérico 
Os estoques de cálcio e de fosfato no organismo estão em constante 
mobilização, por meio de deposição, reabsorção e remodelação ósseas, 
absorção intestinal e excreção urinária. Com tudo isso, os níveis séricos de 
cálc io são mantidos dentro de uma faixa de 10 + 1 mg/dL, e os de fosfato, em 
uma faixa de 3,5 + 0,5 mg/dL. Apenas parte do cálcio sérico está presente na 
forma iônica, fisiologicamente ativa; ainda assim, trata-se de concentração 
elevada, próxima da saturação. A precipitação de sais de fosfato de cálcio é 
facilitada em meio alcalino. 
Núcleo Primário  Desencadeamento, por diferentes estruturas (e não 
somente cristais preexistentes), do processo de precipitação. 
Nucleação secundária  contínua formação e precipitação de novos cristais de 
hidroxiapatita, favorecidos pela própria Ca5(PO4)3(OH). A precipitação de sais 
de cálcio inicia-se com a formação de cristais de hidroxiapatita. 
Uma vez iniciado o processo de precipitação, a própria concentração de cálcio 
nos líquidos orgânicos é capaz de mantê-la. Isso significa que mecanismos 
inibidores devem estar em constante operação, evitando que ocorra 
precipitação. 
A precipitação de cristais pode ocorrer após necrose; por outro lado, 
calcificação pode iniciar-se em células vivas, o que pode provocar morte 
celular. A concentração fisiológica de cálcio intracelular é mantida em níveis 
muito inferiores à do meio extracelular. Degenerações celulares ou 
concentrações anormais de cálcio extracelular podem resultar em aumento na 
concentração de cálcio intracelular. Como as mitocôndrias apresentam 
concentração de cálcio maior que a do meio intracelular, tendem a acumular 
ainda mais cálcio quando este está aumentado no interior das células. 
Calcificação de mitocôndrias resulta em perda de função; se muitas 
mitocôndrias em uma célula se calcificarem, a célula morre. 
Calcificação Distrófica 
Calcificação distrófica é a que resulta de modificação local nos tecidos. A 
palavra distrófica remete à alteração tecidual prévia. Ocorre em áreas de 
necrose antiga e não reabsorvida (lesões antigas de progressão lenta), como 
em casos de tuberculose pulmonar/ linfonodos, infartos antigos, abscessos 
crônicos etc. Restos necróticos são particularmente suscetíveis de deposição 
de cálcio, que ocorre sobretudo em locais com necrose caseosa, necrose de 
coagulação e necrose gordurosa. Em tecidos necróticos, a deposição de cálcio 
ocorre de maneira gradativa, iniciando-se por pequenos grânulos basofílicos 
periféricos, que às vezes apresentam aspecto em alvo (calcosferitas), 
resultantes da deposição concêntrica de cristais de hidroxiapatita. A medida 
que mais cálcio se deposita, esses grânulos coalescem e formam faixas que se 
estendem gradativamente ao centro da lesão. 
Os mecanismos propostos para explicar a formação de depósitos de cálcio 
incluem: (1) exposição de núcleos primários; (2) aumento local na 
concentração de fosfato e/ou de cálcio; (3) remoção de inibidores de 
calcificação. Exposição de núcleos primários parece ser necessária para 
iniciação da calcificação. Fosfolipídeos de membranas celulares representam 
núcleos primários, uma vez que o cálcio pode ligar-se a essas moléculas; ao 
cálcio ligam-se sobretudo fosfatos, formando cristais inicialmente apoiados 
sobre elementos da própria membrana celular. 
Cálcio Metastático 
Calcificação metastática é assim denominada para indicar que o cálcio 
reabsorvido do tecido ósseo em condições patológicas ocasiona, se não 
houver excreção adequada do íon pelos rins (quando há insuficiência renal, 
ocorre a retenção dos fosfatos e queda de cálcio), depósito em outros locais. 
Hoje, sabe-se que as condições que favorecem calcificação metastática são 
hipercalcemia e, mais raramente, hiperfosfatemia. Como regra geral, sempre 
que o produto das concentrações séricas de cálcio e de fosfato fica acima de 
60 ou 70, ocorre calcificação metastática (em adultos, em condições 
fisiológicas, esse valor é de 35 a 40). 
A principal causa de hipercalcemia é hipersecreção de paratormônio ou de 
moléculas semelhantes. O paratormônio eleva a calcemia porque estimula a 
atividade osteoclástica e a reabsorção óssea. 
Muitas doenças dos ossos podem causar hipercalcemia. Acometimento ósseo 
extenso por neoplasias, como mieloma ou metástases disseminadas, podem 
provocar rápida destruição óssea, com aumento da calcemia. 
Depósitos de cálcio metastáticos podem formar-se em qualquer local, mas há 
nítida preponderância do estômago, pulmão, rins, artérias sistêmicas, veias 
pulmonares e córnea. Esses órgãos e estruturas têm em comum o fato de 
secretarem ácidos, criando um compartimento interno alcalinizado. Nos rins, a 
deposição de cálcio nos túbulos produz nefrocalcinose, que acarreta prejuízo 
da função renal, com retenção de fosfatos e hiperparatireoidismo secundário, 
que agrava a hipercalcemia. Em alguns casos, depósitos mesmo extensos são 
reabsorvidos se a função renal for restabelecida, por exemplo por meio de 
transplante. 
Em calcificações metastáticas, a precipitação de cálcio inicia-se em 
mitocôndrias. O próprio paratormônio favorece a entrada de cálcio nas células. 
Quando há morte celular, as células acabam envolvidas pela calcificação. A 
deposição de sais de cálcio ocorre também no compartimento extracelular. 
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO 
Produção excessiva autônoma e espontânea de PTH (adenoma paratireoidiano 
esporádico, hiperplasia paratireoidiana). Desencadeia manifestações 
esqueléticas: reabsorção óssea, osteíte fibrosa cística e tumores marrons. Os 
rins têm sua capacidade de eliminação do cálcio diminuída, sofrendo 
alterações, como nefrolitíase (cálculos) e nefrocalcionse. 
Manifestações clínicas: níveis Cálcio sérico AUMENTADOS. Ossos doloridos 
(fraturas), cálculos renais, ruídos abdominais (distúrbios gastrointestinais, como 
constipação, náusea, úlceras etc.) e lamentos psíquicos (depressão, letargia, 
convulsões). 
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO: 
Condição associada a uma depressão crônica do nível sérico de cálcio: 
diminuição de cálcio e aumento da hiperatividade compensatória das 
paratireoides. Manifestações clínicas: níveis cálcio sérico próximo da 
normalidade. Calcificação metastática de vasos sanguíneos, podendo resultar 
em lesão isquêmica da pele e de outros órgãos (CALCIFILAXIA). 
Insuficiência Renal Crônica 
Redução na excreção de fosfato (hiperfosfatemia), causando redução dos 
níveis séricos de cálcio, perda de substância renal, diminuição da 
disponibilidade da enzima α1-hidrolase, redução da síntese de vitamina D e 
consequente diminuição da reabsorção intestinal de cálcio. 
Predisposição a calcificação metastática em pacientes sob hemodiálise: 
 1.  Acidose, que “dissolve” o cálcio e o fosfato ósseo. 
 2.  Insuficiência renal em converter a vitamina D, causando diminuição daabsorção intestinal de cálcio, diminuição do cálcio sérico e consequente 
aumento da secreção de PTH. 
3.  Alcalose intermitente, consequente ao bicarbonato utilizado na diálise, 
ocorre a predisposição à precipitação de cálcio nos tecidos moles. 
4.  Diminuição ou ausência da filtração glomerular, provocando aumento do 
fosfato sérico. 
Calcinose Idiopática 
Calcinose idiopática consiste em depósitos de calcificação geralmente 
cutâneos e frequentemente múltiplos, sem lesão prévia e com níveis séricos 
normais de cálcio e de fosfato. As lesões podem ulcerar-se, permitindo 
drenagem do material calcário. A calcinose escrotal caracteriza-se por múltiplos 
nódulos duros que acometem a pele do escroto. 
Cálculos 
A palavra cálculo é usada para designar massas sólidas, esféricas, ovais ou 
facetadas, compactas, de consistência argilosa a pétrea, que se formam em 
certos órgãos, particularmente vesícula biliar e rins. Sufixo litíase: nefrolitíase 
(rim), colelitíase (vesícula biliar), coledocolitíase (colédoco), sialolitíase 
(glândula salivar). 
A composição dos cálculos varia de acordo com o órgão. Na vesícula biliar, 
formam-se a partir de modificações na composição da bile, sobretudo 
saturação de um de seus componentes, o que possibilita a precipitação de 
frações insolúveis, em geral em torno de um núcleo orgânico. Quando se 
impactam no colo da vesícula ou em outro ponto das vias biliares, os cálculos 
podem causar obstrução. Nos rins, outra sede frequente de cálculos, a 
composição destes é variável, dadas as próprias características químicas da 
urina. A maioria dos cálculos renais é formada por cálcio, estando o oxalato de 
cálcio e o fosfato de cálcio envolvidos em cerca de 80% dos casos. 
Dependendo do tamanho, é possível a passagem do cálculo pelas vias 
urinárias e, portanto, sua eliminação. Cólica renal, manifestação dolorosa típica 
da nefrolitíase, está relacionada com a impactação do cálculo no trato urinário. 
Em sialolitíases, concreções sólidas formam-se nos duetos de glândulas 
salivares. Estagnação de secreções ricas em cálcio ocasiona a precipitação 
luminal, possivelmente em torno de partículas de muco ou de células 
degeneradas, formando sialólitos. Causa incerta, podendo ser sialadenite 
crônica (inflamação) ou obstrução parcial. Não há transtorno sistêmico do 
cálcio ou do metabolismo do fósforo. Geralmente há episódios de dor ou 
aumento de volume na glândula afetada durante as refeições. 
Inflamações 
Inflamação é uma reação dos tecidos a um agente agressor caracterizada 
morfologicamente pela saída de líquidos e de células (plasma e leucócitos) do 
sangue para o interstício. É um mecanismo de defesa cujo objetivo final é 
eliminar a causa inicial da lesão, como microrganismos e toxinas, bem como as 
consequências de tal lesão, como células e tecidos necróticos. O reparo 
começa nas fases iniciais da inflamação e finaliza depois que a influência 
nociva foi neutralizada. Sem inflamação as lesões prosseguiriam sem controle 
e as feridas jamais cicatrizariam. Embora a inflamação faça parte dos 
mecanismos defensivos contra inúmeras agressões, em muitos casos pode 
também causar danos ao organismo. 
Normalmente, as moléculas e as células de defesa do hospedeiro, incluindo 
leucócitos e proteínas plasmáticas, circulam no sangue, e o objetivo da reação 
inflamatória é trazê-las para o local da infecção ou da lesão tecidual. 
A inflamação pode ser aguda ou crônica. A inflamação aguda é de início rápido 
e de curta duração (poucos minutos a poucos dias) e caracteriza-se pela 
exsudação de líquido e proteínas plasmáticas, e acúmulo de leucócitos, 
predominantemente neutrófilos. A inflamação crônica pode ser mais insidiosa, 
é de duração mais longa (dias a anos) e caracterizada pelo influxo de linfócitos 
e macrófagos com proliferação vascular associada e fibrose (cicatrização). 
 
 
 
Quando um micróbio penetra no tecido ou o tecido é lesado, a presença de 
infecção ou lesão é percebida por células residentes, principalmente 
macrófagos, mas também por células dendríticas, mastócitos e outros tipos 
celulares. Essas células secretam moléculas (citocinas e outros mediadores) 
que induzem e regulam a resposta inflamatória. Os mediadores inflamatórios 
também são produzidos a partir das proteínas plasmáticas que reagem com os 
micróbios ou com os tecidos lesados. Alguns desses mediadores agem nos 
pequenos vasos sanguíneos nas vizinhanças e promovem a saída do plasma e 
o recrutamento dos leucócitos circulantes para o local onde o agente lesivo 
está localizado. Os leucócitos recrutados são ativados e tentam remover o 
agente lesivo, por fagocitose. Um efeito colateral lamentável da ativação dos 
leucócitos pode ser a lesão a tecidos normais do hospedeiro. As manifestações 
externas da inflamação, chamadas de sinais cardinais, são: calor 
(aquecimento), rubor (vermelhidão), tumor (inchaço), dor (dolor) e perda de 
função (functio laesa). 
As etapas da resposta inflamatória podem ser lembradas como os cinco erres: 
(1) reconhecimento do agente lesivo, (2) recrutamento dos leucócitos, (3) 
remoção do agente, (4) regulação (controle) da resposta e (5) resolução 
(reparo). 
A inflamação é normalmente controlada e autolimitada. As células e 
mediadores são ativados apenas em resposta à lesão e, como têm vida curta, 
são degradados ou tornam-se inativos quando o agente agressor é eliminado. 
Além disso, vários mecanismos anti-inflamatórios são ativados. Se o agente 
nocivo não for rapidamente eliminado, o resultado pode ser a inflamação 
crônica. 
Inflamação Aguda 
A inflamação aguda é uma resposta rápida que leva leucócitos e proteínas 
plasmáticas para os locais da lesão. Uma vez lá, os leucócitos removem os 
invasores e iniciam o processo de digerir e se livrar dos tecidos necróticos. A 
inflamação aguda possui dois componentes principais: 
• Alterações vasculares: alterações do calibre vascular que resultam em 
aumento do fluxo sanguíneo, vasodilatação (provoca rubor e calor) e 
alterações nas paredes vasculares que permitem que as proteínas 
plasmáticas deixem a circulação, aumento da permeabilidade vascular 
(provoca edema). Além disso, as células endoteliais são ativadas, 
resultando no aumento de adesão dos leucócitos e sua migração 
através das paredes dos vasos. 
• Eventos celulares: emigração dos leucócitos da microcirculação e seu 
acúmulo no foco da lesão (recrutamento e ativação celular), tornando-os 
aptos para eliminar o agente agressor. Os principais leucócitos na 
inflamação aguda são os neutrófilos (leucócitos polimorfonucleares). 
As reações inflamatórias agudas podem ser iniciadas por vários estímulos: 
• Infecções (por bactérias, vírus, fungos e parasitas) estão entre as 
causas clinicamente importantes mais comuns da inflamação. 
• Trauma (corte e penetração) e vários agentes químicos e físicos (lesão 
térmica, p. ex., queimaduras ou frio profundo; irradiação; toxicidade de 
algumas substâncias químicas ambientais) lesam as células do 
hospedeiro e induzem as reações inflamatórias. 
• Necrose tecidual (de qualquer causa) incluindo isquemia (como no 
infarto do miocárdio) e lesão química ou física. 
• Corpos estranhos (farpas, poeira, suturas e depósitos de cristais). 
• Reações imunológicas (também chamadas de reações de 
hipersensibilidade) contra substâncias ambientais ou contra os próprios 
tecidos. Como esses estímulos para as respostas inflamatórias não 
podem ser eliminados ou evitados, as reações tendem a ser 
persistentes, frequentemente apresentando características de 
inflamação crônica. 
Alterações Vasculares 
As principais reações vasculares da inflamação aguda são o aumento do fluxo 
sanguíneo resultante da vasodilatação e o aumento da permeabilidade 
vascular, ambos destinados a trazer células sanguíneas e proteínas para os 
sítios de infecção ou lesão. 
• Após vasoconstrição transitória (que dura apenas segundos),ocorre 
vasodilatação das arteríolas, resultando em aumento do fluxo sanguíneo 
e abertura dos leitos capilares. Essa expansão vascular é a causa da 
vermelhidão (eritema) e calor observados, caracteristicamente, na 
inflamação aguda e mencionados anteriormente como dois sinais 
cardinais da inflamação. 
• Como a microcirculação torna-se mais permeável, o líquido rico em 
proteínas extravasa para dentro dos tecidos extravasculares, 
provocando aumento da pressão osmótica do líquido intersticial. A perda 
de líquido faz com que as hemácias fiquem mais concentradas, 
aumentando, assim, a viscosidade do sangue e diminuindo a velocidade 
da circulação. Essas alterações são refletidas, microscopicamente, pela 
presença de numerosos pequenos vasos dilatados, repletos de 
hemácias, um processo chamado estase. 
• Quando a estase se desenvolve, os leucócitos (principalmente os 
neutrófilos) começam a se acumular ao longo da superfície endotelial 
vascular, um processo chamado marginação. 
O acúmulo de líquido rico em proteínas nos tecidos, resultante do aumento dos 
espaços intersticiais dos vasos, é chamado exsudato. Exsudato é o fluido 
extravascular que apresenta uma maior concentração proteica e contém 
resíduos celulares. Sua presença implica que há aumento de permeabilidade 
dos pequenos vasos sanguíneos provocada por algum tipo de lesão tecidual e 
uma reação inflamatória contínua. 
Exsudato não deve ser confundido com transudato, que é um fluido com baixo 
conteúdo proteico (princ. albumina), pouco ou nenhum material celular. Resulta 
de desequilíbrio osmótico ou hidrostático ao longo da parede do vaso sem 
aumento na permeabilidade vascular. 
Vários mecanismos podem contribuir para o aumento da permeabilidade 
vascular nas reações inflamatórias agudas: 
• Contração da célula endotelial, formando lacunas intercelulares nas 
vênulas pós-capilares, é a causa mais comum do aumento da 
permeabilidade vascular. 
• Lesão endotelial resultando em extravasamento vascular, causando 
necrose e desprendimento da célula endotelial. 
Recrutamento dos Leucócitos 
Normalmente, os leucócitos fluem rapidamente no sangue e, na inflamação, 
eles têm de ser parados e levados ao agente agressor ou ao local da lesão 
tecidual, sítios tipicamente extravasculares. 
Marginação e Rolamento quando ocorre a estase, processo decorrente da 
saída de líquido dos vasos que ficam dilatados e repletos de hemácias, há uma 
oportunidade melhor de os leucócitos interagirem com as células endoteliais de 
revestimento. Esse processo de acúmulo de leucócitos na periferia dos vasos é 
chamado de marginação. Citocinas e outros mediadores expressam moléculas 
de adesão às quais os leucócitos aderem firmemente. Subsequentemente, os 
leucócitos destacam-se e rolam na superfície endotelial, aderindo 
transitoriamente, em um processo chamado de rolamento. As adesões rápidas 
e transitórias envolvidas na rolagem são mediadas pelas moléculas de adesão 
da família das selectinas. 
Adesão Os leucócitos em rolagem são capazes de sentir as mudanças no 
endotélio que iniciam a próxima etapa na reação dos leucócitos, que é uma 
firma adesão às superfícies endoteliais. Essa adesão é mediada pelas 
integrinas. 
Transmigração Após a aderência na superfície endotelial, os leucócitos 
migram pela parede do vaso, espremendo-se entre as células ao nível das 
junções intercelulares, esse movimento dos leucócitos, chamado de diapedese. 
A migração dos leucócitos é orientada pelas quimiocinas, produzidas nos 
tecidos extravasculares, as quais estimulam a movimentação dos leucócitos 
em direção a seus gradientes químicos. 
Quimiotaxia Após o extravasamento, os leucócitos migram em direção ao 
local da lesão ou infecção, ao longo de um gradiente químico, processo 
chamado de quimiotaxia. Produtos bacterianos e mediadores químicos atuam 
como quimiotáticos. Granulócitos, monócitos e linfócitos migram em 
velocidades diferentes. 
 
Como os leucócitos reconhecem os agentes quimiotáticos e como essas 
substâncias induzem o movimento celular? 
R: As moléculas quimiotáticas se ligam a receptores específicos na superfície 
celular, os quais iniciam a montagem dos elementos contráteis do 
citoesqueleto, necessários para a movimentação. Os leucócitos se movem 
projetando pseudópodes que se ancoram na MEC e puxam a célula na direção 
da projeção. A direção desse movimento é especificada pela alta densidade de 
receptores de quimiocina na margem dianteira da célula. Assim, os leucócitos 
se movem para os sítios onde são necessários e lá são retidos. 
O tipo de leucócito emigrante varia com o tempo da resposta inflamatória e 
com o tipo de estímulo. 
Ativação dos Leucócitos 
Uma vez tendo sido recrutados para os locais da infecção ou da necrose 
tecidual, os leucócitos devem ser ativados para exercer suas funções. Os 
leucócitos expressam em suas superfícies diferentes classes de receptores que 
percebem a presença de micróbios, células mortas e substâncias estranhas. O 
engajamento desses receptores induz uma série de respostas nos leucócitos 
que são parte das suas funções normais de defesa, genericamente chamadas 
de ativação leucocitária, que resulta em muitas funções: 
• Fagocitose de partículas, que consiste em três etapas distintas, mas 
inter-relacionadas: (1) reconhecimento e fixação da partícula ao linfócito 
fagocítico; (2) engolfamento, com subsequente formação de um vacúolo 
fagocítico e (3) destruição e degradação do material ingerido. 
• Destruição intracelular de micróbios e células mortas fagocitados. 
• Liberação de substâncias que destroem micróbios extracelulares e 
células mortas. 
• Produção de mediadores que amplificam a reação inflamatória, por 
recrutamento e ativação de mais leucócitos. 
Resultado da Inflamação Aguda 
A inflamação aguda possui um dos três resultados: 
• Resolução: Regeneração e Reparo. Quando a lesão é limitada ou breve, 
onde há pouca ou nenhuma destruição tecidual e quando o tecido é 
capaz de se regenerar, o resultado normal é a restauração a uma 
normalidade estrutural e funcional. 
• A inflamação crônica pode suceder a inflamação aguda se o agente 
nocivo não é removido. A inflamação crônica pode ser sucedida pela 
restauração da estrutura e função normal ou resultar em cicatrização. 
• Cicatrização é o tipo de reparo que ocorre após destruição tecidual 
substancial ou quando a inflamação atinge tecidos que não se 
regeneram e são substituídos por tecido conjuntivo. Quando há grande 
deposição de tecido conjuntivo o resultado é a fibrose, que pode 
comprometer significativamente a função. 
Padrões Morfológicos da Inflamação Aguda 
• Inflamação serosa é caracterizada pelo extravasamento de um fluido 
aquoso, relativamente pobre em proteína (efusão) que, dependendo do 
local da lesão, se origina do soro sanguíneo ou das secreções de 
células mesoteliais que revestem as cavidades peritoneal, pleural e 
pericárdica. Exemplo: A bolha cutânea resultante de uma queimadura ou 
infecção viral. 
• Inflamação fibrinosa ocorre como consequência de lesões mais 
graves, resultando em maior permeabilidade vascular que permite a 
moléculas grandes (como o fibrinogênio) atravessarem a barreira 
endotelial. Um exsudato fibrinoso é característico de inflamação no 
revestimento de cavidades corporais, como meninges, pericárdio e 
pleura. Esses exsudatos podem ser degradados por fibrinólise, e os 
restos acumulados podem ser removidos pelos macrófagos, restaurando 
a estrutura normal do tecido (resolução). Se, no entanto, a fibrina não for 
completamente removida, isso resultará no crescimento de fibroblastos e 
vasos sanguíneos (organização) que leva finalmente à cicatrização. 
• Inflamação supurativa (purulenta) e a formação de abscesso são 
caracterizadas pela presença de grande quantidade de exsudato 
purulento (ou pus) consistindo em neutrófilos, células necróticas e 
líquido de edema. Os abscessos sãocoleções localizadas de pus que 
podem ser causadas por organismos piogênicos contidos dentro de um 
tecido ou por infecções secundárias de focos necróticos. Com o tempo, 
o abscesso pode tornar-se completamente encerrado e ser substituído 
por tecido conjuntivo. Devido à destruição do tecido subjacente, 
geralmente o resultado do abscesso é a formação de cicatriz. 
• Ulcera é um defeito local ou escavação da superfície de um órgão ou 
tecido que é produzida por necrose das células e desprendimento 
(esfacelamento) do tecido inflamatório necrótico. A ulceração pode 
ocorrer apenas quando existe tecido necrótico e inflamação na 
superfície ou próximo a ela. 
Inflamação Crônica 
A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (semanas a meses 
ou anos) na qual inflamação ativa, destruição tecidual e reparação por fibrose 
ocorrem simultaneamente.  Pode seguir à inflamação aguda, mas pode iniciar 
de modo insidioso, pouco intensa e assintomática. 
A inflamação crônica origina-se nos seguintes contextos: 
• Infecções persistentes por microrganismos difíceis de erradicar 
microorganismos possuem baixa toxicidade e evocam hipersensibilidade 
tardia. 
• Doenças inflamatórias imunomediadas (distúrbios de 
hipersensibilidade) doenças autoimunes. 
• Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos agentes 
exógenos não degradáveis e agentes endógenos. 
Características morfológicas: 
• Infiltração de células mononucleares, incluindo macrófagos, linfócitos e 
plasmócitos. 
• Destruição tecidual, induzida pelo agente lesivo e produtos das células 
inflamatórias. 
• Reparo, envolvendo proliferação de novos vasos (angiogênese) e 
fibrose. 
Macrófagos 
Os monócitos se originam de precursores na medula óssea e circulam no 
sangue por cerca de um dia. Sob a influência das moléculas de adesão e das 
quimiocinas, eles começam a migrar para o local da lesão dentro de 24-48 
horas após o início da inflamação aguda, como descrito previamente. Quando 
os monócitos alcançam o tecido extravascular, sofrem transformação em 
macrófagos maiores, de meia-vida mais longa e capacidade maior para 
fagocitose. 
Ativação clássica dos macrófagos é induzida por produtos microbianos como 
endotoxinas, pelos sinais derivados da célula T, principalmente a citocina IFN-
g, e por substâncias estranhas que incluem cristais e material particulado. Os 
macrófagos classicamente ativados produzem enzimas lisossômicas, NO e 
ERO, todas aumentando sua habilidade em destruir organismos fagocitados e 
secretando citocinas que estimulam a inflamação. 
Ativação alternativa dos macrófagos é induzida por citocinas diferentes do 
IFN-g, como IL-4 e IL-13, produzidas pelos linfócitos T e outras células, 
incluindo mastócitos e eosinófilos. Os macrófagos alternativamente ativados 
não são ativamente microbicidas; ao contrário, seu principal papel é no reparo 
tecidual. Eles secretam fatores de crescimento que promovem a angiogênese, 
ativam fibroblastos e estimulam a síntese de colágeno. 
Em resposta à maioria dos estímulos lesivos, os macrófagos são inicialmente 
ativados pela via clássica, destinados a destruir os agentes agressores, e isso 
é seguido pela ativação alternativa, que inicia o reparo do tecido. 
Produtos dos macrófagos ativados 
• Eliminam agentes agressores (proteases, citocinas, ERO, ácido nítrico). 
• Iniciam a reparação (angiogênese e fibrose > fatores de crescimento). 
• Início e propagação da inflamação (mediadores inflamatórios diversos). 
• Apresentam AG para os LT e respondem a sinais das células T (IFNYγ). 
• Provocam lesão tecidual (proteases, citocinas, ERO, ácido nítrico). 
Inflamação Crônica Granulomatosa 
A inflamação crônica granulomatosa é caracterizada pela agregação de 
macrófagos ativados com leucócitos mononucleares (LT e plasmócitos). o 
reconhecimento do padrão granulomatoso é importante devido ao número 
limitado de condições (algumas ameaçadoras à vida) que o causam. 
Quando o agende agressor não é eliminado pela reação inflamatória, ocorre o 
acúmulo de macrófagos no local da inflamação, provocando a inflamação 
crônica granulomatosa. Quando o agente agressor é de origem imunogênica, 
tem-se um granuloma imunogênico (origem bacteriana, parasitária, micoses, 
reações autoimunes etc). Quando o agende agressor não é de origem 
imunogênica, tem-se um granuloma de corpo estranho (talco, fio de sutura, 
tatuagem etc). Os granulomas imunogênicos são compostos por macrófagos 
(células epitelioides – obrigatório) células gigantes (cels de Langhans e corpo 
estranho), linfócitos, fibroblastos, elementos alternativos (necrose, neutrófilos, 
plasmócitos, eosinófilos). 
Granulomas de corpo estranho são caracterizados por corpos estranhos 
inertes, materiais (talco, fio de sutura) impedindo a fagocitose por um único 
macrófago sem resposta inflamatória, células epitelioides e as gigantes 
aderidas à superfície do corpo estranho, material no centro do granuloma. 
 Vantagens da produção dos granulomas: 
• Formação de um microambiente isolado capaz de destruir o agente 
agressor ou de prevenir a disseminação do mesmo. 
• Formação do processo inflamatório com participação do sistema 
imunológico, o que torna o processo mais eficaz. 
Evolução e destino dos granulomas: 
• Evolução para a cura por fibrose apoptose em células epitelioides, 
formação de cicatriz. 
• Reabsorção completa do agente inflamatório e da necrose. Formação de 
cicatriz que pode ser removida por ação de colagenases e desaparece. 
• Reabsorção incompleta, estabilizado por fibrose e encapsulamento. 
Mediadores Químicos e Reguladores da Inflamação 
Mediadores químicos são substancias que iniciam e regulam as reações 
inflamatórias. Os mediadores podem ser produzidos localmente pelas células 
no local da inflamação ou circular no plasma (sintetizados pelo fígado), como 
precursores inativos que são ativados no local da inflamação. 
Os mediadores derivados de células normalmente estão sequestrados em 
grânulos intracelulares e são rapidamente secretados sob ativação celular 
(p. ex., a histamina nos mastócitos) ou são sintetizados originalmente em 
resposta a um estímulo (p. ex., prostaglandinas e citocinas produzidas por 
leucócitos e outras células). Os mediadores derivados do plasma (proteínas do 
complemento, cininas) sofrem clivagem proteolítica para adquirir suas 
atividades biológicas. 
A maioria dos mediadores induz seus efeitos através da ligação a receptores 
específicos nas células-alvo. As ações da maioria dos mediadores são 
estreitamente reguladas e de curta duração. Uma vez ativados e liberados das 
células, os mediadores se decompõem rapidamente ou são inativados por 
enzimas ou são removidos ou são completamente inibidos. 
Mediadores Derivados de Células 
Aminas vasoativas histamina e serotonina. São armazenadas como 
moléculas pré-formadas e estão entre os primeiros mediadores a serem 
liberados nas reações inflamatórias agudas. 
• Histamina A histamina pré-formada é liberada dos grânulos dos 
mastócitos, em resposta a vários estímulos: (1) lesão física como trauma 
ou calor; (2) reações imunes envolvendo a ligação de anticorpos IgE aos 
receptores Fc dos mastócitos; (3) fragmentos do complemento, C3a e 
C5a, denominados anafilatoxinas; (4) proteínas de liberação da 
histamina derivadas dos leucócitos; (5) neuropeptídios (p. ex., 
substância P) e (6) certas citocinas (p. ex., IL-1 e IL-8). 
• SerotoninaA serotonina (5-hidroxitriptamina) é um mediador vasoativo 
pré-formado, encontrado primariamente nos grânulos das plaquetas e 
liberado durante a agregação plaquetária. Produz vasodilatação e 
aumento da permeabilidade vascular. 
Metabólitos do ácido aracdônico leucócitos, mastócitos, células endoteliais e 
plaquetas. Os metabólitos do AA são sintetizados no local da resposta 
inflamatória, onde atuam e são decompostos espontaneamente ou sofrem 
destruição enzimática. O AA é um ácido graxopoli-insaturado de 20 carbonos, 
primariamente derivado do ácido linoleico da alimentação e presente no 
organismo na sua forma esterificada como componente dos fosfolipídios da 
membrana celular. É liberado desses fosfolipídios através da ativação de 
fosfolipases celulares por estímulos mecânicos, químicos e físicos ou por 
mediadores inflamatórios como o C5a. O metabolismo do AA ocorre ao longo 
de duas principais vias enzimáticas: a cicloxigenase estimula a síntese de 
prostaglandinas e tromboxanos, e a lipoxigenase é responsável pela produção 
de leucotrienos e lipoxinas. 
Fator de ativação plaquetária O PAF é acetil-gliceril-éter-fosforilcolina, 
gerado a partir dos fosfolipídios das membranas de neutrófilos, monócitos, 
basófilos, células endoteliais e plaquetas (e outras células), pela ação da 
fosfolipase A2. O PAF atua diretamente sobre as células-alvo através de um 
receptor específico acoplado à proteína G. Além de estimular as plaquetas, o 
PAF causa vasoconstrição e broncoconstrição, e é 100-1.000 vezes mais 
potente que a histamina em induzir vasodilatação e aumento da 
permeabilidade vascular. Ele estimula também a síntese de outros mediadores, 
como os eicosanoides e citocinas, de plaquetas e outras células. 
Citocinas As citocinas são polipeptídios produzidos por muitos tipos 
celulares, que funcionam como mediadores da inflamação e das respostas 
imunes. As principais citocinas na inflamação aguda são o TNF e IL-1, IL-6, 
bem como um grupo de citocinas quimioatraentes chamadas quimiocinas. 
Outras citocinas, que são mais importantes na inflamação crônica, incluem 
interferon g (IFN-g) e IL-12. 
Quimiocinas As duas principais funções das quimiocinas são o recrutamento 
dos leucócitos na inflamação e na organização anatômica normal das células 
nos tecidos linfoides e outros tecidos. As quimiocinas CXC possuem um 
aminoácido separando as cisteínas conservadas e atuam primariamente nos 
neutrófilos. A IL-8 é típica desse grupo; é produzida por macrófagos ativados, 
células endoteliais, mastócitos e fibroblastos, principalmente em resposta a 
produtos microbianos e outras citocinas como IL-1 e TNF. 
*Quando há inflamação local, causada por produtos microbianos, 
imunocomplexos e produtos de linfócitos T na corrente sanguínea, são atraídos 
para o local macrófagos, mastócitos e células endoteliais. Ocorre um aumento 
local de TNF e IL-1 que promovem a ativação de cels endoteliais e leucócitos. 
Moléculas de adesão fazem o recrutamento de leucócitos, citocinas e 
eicosanoides. Esses eventos promovem como efeito sistêmico a inflamação 
aguda. 
Complemento O sistema complemento consiste em proteínas plasmáticas 
que exercem um papel importante na defesa (imunidade) do hospedeiro e na 
inflamação. Sob ativação, as diferentes proteínas do complemento revestem 
(opsonizam) as partículas, como os micróbios, para fagocitose e destruição, e 
contribuem para a resposta inflamatória, aumentando a permeabilidade 
vascular e a quimiotaxia dos leucócitos. A ativação do complemento finalmente 
gera o complexo de ataque à membrana (MAC) que forma canais nas 
membranas dos micróbios invasores. A etapa fundamental na geração de 
produtos do complemento biologicamente ativos é a ativação do terceiro 
componente C3 (Fig. 2-18). A clivagem de C3 ocorre por três vias: (1) via 
clássica, (2) via alternativa e (3) via das lectinas. Todas as três vias levam à 
formação de uma C3-convertase que cliva o C3 em C3a e C3b. O C3b se 
deposita na célula ou na superfície microbiana onde o complemento foi ativado 
e, então, liga-se ao complexo C3-convertase para formar a C5-convertase; 
esse complexo cliva o C5 e gera C5a e C5b, e inicia os estágios finais da 
montagem de C6 a C9. Efeitos vasculares. C3a e C5a aumentam a 
permeabilidade vascular e causam vasodilatação, induzindo os mastócitos a 
liberar histamina. 
Sistema Gerador de Cininas O fator de Hageman ativado (fator XIIa) inicia 
quatro sistemas envolvidos na resposta inflamatória: (1) o sistema de cininas, 
produzindo cininas vasoativas; (2) o sistema de coagulação, induzindo a 
ativação de trombina, fibrinopeptídeos e fator X, todos com propriedades 
inflamatórias; (3) o sistema fibrinolítico, produzindo plasmina e inativando a 
trombina, e (4) o sistema complemento, produzindo as anafilatoxinas C3a e 
C5a. A ativação do sistema de cininas leva à formação final de bradicinina, a 
partir do seu precursor circulante, HMWK. Semelhante à histamina, a 
bradicinina provoca aumento da permeabilidade vascular, dilatação arteriolar, 
contração do músculo liso dos brônquios e dor quando injetada na pele. 
Cascata da coagulação No sistema de coagulação, o fator XIIa direcionando 
a cascata proteolítica, leva à ativação da trombina, que, então, cliva o 
fibrinogênio solúvel circulante, produzindo um coágulo de fibrina insolúvel. Um 
intermediário da cascata de coagulação, o fator Xa causa o aumento da 
permeabilidade vascular e emigração dos leucócitos. A trombina participa da 
inflamação, ligando-se a receptores ativados por protease, expressos nas 
plaquetas, células endoteliais e em muitos outros tipos celulares. Nas células 
endoteliais, a ligação da trombina a esses receptores leva à sua ativação e 
aumento de aderência dos leucócitos. Além disso, durante a clivagem do 
fibrinogênio, a fibrina gera fibrinopeptídeos que aumentam a permeabilidade 
vascular e são quimiotáticos para os leucócitos. A trombina também cliva o C5, 
gerando C5a, ligando, portanto, a coagulação com a ativação do complemento.

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