Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESISTÊNCIA BACTERIANA MÔNICA S. BRAGA ADAPTAÇÃO BARBARA BARBOSA ANTIMICROBIANOS O uso racional de antimicrobianos é fundamental para evitar o surgimento e a disseminação de surtos por agentes multirresistentes. Deve ser realizado por meio de orientação adequada, restringindo o uso de antimicrobianos de amplo espectro - especialmente a vancomicina - que devem ser administrados apenas em casos de indicação precisa. É ponto-chave a conscientização de médicos e demais profissionais no controle de antimicrobianos. Medidas simples: Muitas vezes negligenciada higienização das mãos Cuidado com cateteres Cuidado com sondas, O reconhecimento de pacientes sob risco Uso criterioso de antimicrobianos ANTIMICROBIANOS Se não eliminar, ao menos controlar os índices de infecção em diversos hospitais brasileiros. Cada instituição deve ser analisada de forma particular para detecção de falhas, orientação de programas especiais (educação continuada) e medidas de controle mais adequadas. Curso Infecção relacionada à Assistência à Saúde - IrAS - versão 1.0 - 2004 MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES ANVISA: São microrganismos resistentes a diferentes classes de antimicrobianos testados em exames microbiológicos. Alguns pesquisadores também definem microrganismos pan-resistentes, como aqueles com resistência comprovada in vitro a todos os antimicrobianos testados. MICRORGANISMOS CONSIDERAÇÕES: Microrganismos são capazes de resistir a agentes físicos e químicos - início da era antimicrobiana; Capacidade bacteriana para resistir aos antibióticos é mais ágil do que a capacidade humana para desenvolver novos antibióticos; Praticamente todos os germes desenvolveram mecanismos de resistência por muitos antibióticos; Lançamento de novas drogas/modificação das já existentes – solução parcial à resistência – nova resistência; Ausência de antibióticos com novos mecanismos de ação, que poderiam dificultar o surgimento de resistência. Enterococcus spp resistente aos glicopeptídeos. Staphylococcus spp. resistente ou com sensibilidade intermediária a vancomicina. Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii, e Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (ertapenem, meropenem ou imipenem). PATÓGENOS MULTIRRESISTENTES CAUSADORES DE COLONIZAÇÃO OU IRAS, DE ACORDO COM A COMUNIDADE CIENTÍFICA INTERNACIONAL: O uso indiscriminado de antimicrobianos exerce uma enorme pressão seletiva para a manutenção e ampliação da resistência bacteriana. O uso extenso de antimicrobianos é seguido de frequência aumentada de bactérias resistentes que passam a se disseminar em consequência de medidas insuficientes de prevenção de infecções. Embora não se possa eliminar o uso de antimicrobianos, a administração racional desses agentes não apenas exige uma seleção criteriosa do antimicrobiano e da duração da terapia, como também sua indicação apropriada. PRINCIPAIS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA Inativação enzimática: Mecanismo frequente, relacionado com a produção de diferentes tipos de enzimas (que neutralizam ou inibem os seus efeitos antimicrobianos). Ex: enzima β lactamase (ESBL). Alteração da permeabilidade da membrana: Alteração na expressão dos canais de porinas que modifica a penetração e consequente ação dos antibióticos Efluxo ativo de antibióticos (bomba de efluxo): Propriedade bacteriana de expulsar ativamente os antibióticos para fora da célula, contribuindo para uma ação não-efetiva. Alteração do sítio de ligação do antibiótico: Os antibióticos ligam-se a sítios específicos na bactéria, se este sítio for alterado, o antibiótico não pode efetivar a ligação e torna-se ineficiente contra a bactéria. MECANISMO DE RESISTENCIA POR TRANSFERÊNCIA GENÉTICA A mesma bactéria pode desenvolver os 4 mecanismos de resistência! RESISTÊNCIA BACTERIANA NNIS. Am J Infect Control. 2004;32:470-485 Enterococo resistente a vancomicina Staphylococcus aureus resistente à meticilina Enterobacter spp. Resistentes à 3ª Ger. Cefalosp CAUSAS DA RESISTÊNCIA BACTERIANA Aplicação inconsistente das medidas básicas/técnicas de controle pelos profissionais de saúde (lavagem das mãos, uso de luvas, etc.); Unidades, especialmente UTI, assistência terciária, superlotadas e com poucos funcionários; Contaminação ambiental; Pacientes colonizados com bactérias multirresistentes - assistência à crônicos (pacientes reservatórios); Pacientes vulneráveis à colonização ou infecção: Doenças graves – imunodepressão pela doença Cirurgia recente Dispositivos: SVD, TOT TEMPO MÉDIO DE PERMANÊNCIA HOSPITALIZAÇÃO Quais são as medidas de prevenção e controle IRAS por microrganismos multirresistentes? ANVISA. NOTA TÉCNICA No 1/2010 ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE Prover meios: Técnicos, Financeiros, Administrativos, Laboratoriais e, Recursos humanos Identificação Prevenção Interrupção Não devem ser adotadas quaisquer medidas que induzam a discriminação do indivíduo com infecção ou colonização por microrganismos multirresistentes. da transmissão de microrganismos multirresistentes. Para apropriada COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) Manter vigilância epidemiológica das IRAS. parceria com o laboratório de microbiologia. Política institucional de uso racional de antimicrobianos. Enfatizar a importância da higienização das mãos para todos os profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes. Reforçar a aplicação de precauções de contato em adição às Precauções Padrão para profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes. Avaliar a necessidade de implementar medidas de coorte em relação a profissionais de saúde e pacientes. Avaliar a necessidade de implantar coleta de culturas de vigilância, de acordo com o perfil epidemiológico da instituição. Enfatizar as medidas gerais de prevenção de IRAS no manuseio de dispositivos invasivos. Enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente. Aplicar, durante o transporte intra-institucional e inter-institucional, as medidas de precauções de contato em adição às precauções-padrão. Comunicar, no caso de transferência intra-institucional e inter-institucional, se o paciente é infectado ou colonizado por microrganismos MR Campanha para prevenir a resistência antimicrobiana - CDC Wisely = sabiamente * DESAFIOS Acesso aos medicamentos e resistência; Erro diagnóstico e resistência; Medicamentos falsificados; A questionável preferência por medicamentos caros; A publicidade em favor de resistência; Deficiências na formação dos profissionais de saúde; Alimentos e resistência microbiana; Globalização e resistência. REFERÊNCIAS Fernandes AT (ed). Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde. São Paulo, 2001p. Atheneu, 2000. Monografias da APECIH - Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. http://www.ccih.med.br/vencendoresistencia.html>. Acesso em 13 fev.2012. Ministério da Saúde. ANVISA. NOTA TÉCNICA No 1/2010. Medidas para identificação, prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde por microrganismos multirresistentes. 2010. 0 20 40 60 Ambulatório Internado N-UTI UTI 0 5 10 15 20 25 30 35 40 MÉDIANÃO INFECÇÃOINFECÇÃO COMUNITÁRIA INFECÇÃO HOSPITALAR
Compartilhar