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@resumosdamed_ 1 INFECÇÃO RELACIONADA A ASSISTÊNCIA À SAÚDE CONCEITUAR INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE E DIFERENCIAR DE INFECÇÃO ADQUIRIDA NA COMUNIDADE: Ao longo do século XX, em consequência do suporte avançado de vida e de terapias imunossupressoras, observou-se a necessidade de medidas de controle nos hospitais. Assim, as infecções hospitalares passaram a ser combatidas de forma sistemática nos países desenvolvidos. Desde meados da década de 1990, o termo “infecções hospitalares” foi substituído por “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS), sendo essa designação uma ampliação conceitual que incorpora infecções adquiridas e relacionadas à assistência em qualquer ambiente. As IRAS apresentam impacto sobre letalidade hospitalar, duração da internação e custos. O aumento das condições que induzem à internação de indivíduos cada vez mais graves e imunocomprometidos, somado ao surgimento da resistência a antimicrobianos, confere às IRAS especial relevância para a saúde pública. Além disso, os países em desenvolvimento sofrem com maior carga de IRAS, podendo ser até 20 vezes superior aos países desenvolvidos. Fatores associados à escassez e qualificação de recursos humanos, aliados à estrutura física inadequada em serviços de saúde e ao desconhecimento de medidas de controle de IRAS, contribuem para esse cenário. Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são infecções cuja aquisição está relacionada a um procedimento assistencial ou a internamento. Exemplos são as infecções do sítio cirúrgico (ISC), as pneumonias hospitalares, como as pneumonias associadas a ventilação mecânica (PAV), infecções do trato urinário associadas a cateter (ITU), infecções da corrente sanguínea associadas a cateter venoso (IPCS). Outras infecções adquiridas no ambiente de assistência como diarreia por Clostridium difficile, surtos de infecções virais adquiridas em hospitais, também são IRAS, exceto aquelas em que o período de incubação é mais extenso do que o período de admissão. Em termos cronológicos, quando não há evidência clínica ou laboratorial de infecção na admissão do paciente, considera-se infecção hospitalar aquela cujos sintomas ocorrem 72 horas após a admissão. Na presença de infecção desde a admissão, considera-se IRAS quando há um agravamento ou isolamento de outro patógeno na mesma topografia. Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRASs) são, entre as principais causas de morbimortalidade, associadas às pessoas que se submetem a procedimentos clínicos. São consideradas um problema relevante de saúde pública, que resulta em índices elevados de complicações à saúde, prolongamento do período de hospitalização, aumento direto sobre os custos da assistência, além de favorecer a seleção e disseminação de microrganismos multirresistentes. O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) define as IRASs como uma condição localizada ou sistêmica, resultante de uma reação adversa à presença de um agente infeccioso adquirido após admissão nos serviços de saúde. No Brasil, a Portaria 2.616 do Ministério da Saúde considera as IRASs como risco significativo à saúde dos usuários dos serviços, definindo-as como qualquer infecção adquirida após a admissão do paciente no serviço de saúde, manifestadas após 48 horas da admissão ou antes desse período quando relacionada a procedimentos invasivos. Pode se manifestar após a alta, quando associada a cirurgias ou a procedimentos invasivos realizados nos serviços de saúde. O alto risco de mortalidade relacionada às IRASs está intimamente associado a fatores como a realização de procedimentos invasivos diagnósticos e terapêuticos, à gravidade da doença de base que acomete o paciente, ao sítio da infecção, à adequação da terapia e à sensibilidade dos microrganismos aos antimicrobianos. Diante do exposto e considerando os índices elevados, complexidade e gravidade das IRASs, é relevante a implementação de estratégias de prevenção e esforços que visem à melhoria da qualidade assistencial. Portanto, ações de vigilância epidemiológica específica e monitoramento @resumosdamed_ 2 dos casos para melhor tratamento, divulgação de dados aos profissionais envolvidos no processo de trabalho institucional, uso de instrumentos de identificação de pacientes em risco, controle rigoroso dos procedimentos assistenciais, intervenções imediatas e apropriadas são fundamentais no ambiente hospitalar, tendem a reduzir as taxas dessas infecções e, consequentemente, os óbitos a elas relacionados. Segundo a portaria MS 2.616/98, infecção hospitalar é “qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.” Esse termo atualmente, no entanto, é considerado inapropriado, e por isso atualmente as chamadas “infecções hospitalares” são denominadas de “Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde” (IRAS). Esta mudança de denominação se deu porque a ocorrência das IRAS não depende exclusivamente do ambiente hospitalar, já que a assistência à saúde pode acontecer também em outros ambientes, como em clínicas de diálise, de quimioterapia, no próprio ambiente domiciliar (“home care”). E os procedimentos realizados nesses contextos, e não apenas nos hospitais, também podem desencadear IRAS. As IRAS ocorrem devido a um desequilíbrio entre as defesas do paciente (sistema imunológico) e germes que habitam o seu corpo (microrganismos). Tais microrganismos são ditos oportunistas porque se “aproveitam” do estado de saúde debilitado do paciente provocado por doenças, imunodeficiências, uso de antibióticos, procedimentos médico-cirúrgicos e dispositivos hospitalares invasivos (cateteres, tubos, drenos, sondas, etc) para encontrar uma fácil “porta de entrada” para invadir o organismo e causar uma infecção que não ocorreria fora destas condições. Em resumo, as infecções relacionadas à assistência à saúde são infecções oportunistas, causadas por germes presentes no organismo do paciente, que se associam a múltiplos fatores, tais como procedimentos hospitalares invasivos e tratamentos médicos aos quais o paciente é submetido, além do seu estado de saúde (doenças). SABER QUANDO E COMO SOLICITAR HEMOCULTURAS, E COMO INTERPRETAR ANTIBIOGRAMAS: HEMOCULTURAS: A maioria dos episódios sépticos tem origem hospitalar e com certa frequência envolvem microrganismos que apresentam grande resistência aos antimicrobianos, estando associados a taxas de mortalidade com tendência a serem superiores às dos episódios que ocorrem na comunidade. Neste contexto, o laboratório clínico tem um papel extremamente importante no manejo de pacientes com bacteriemia, uma vez que a hemocultura positiva para microrganismos patogênicos é um indicador altamente específico de Infecção da Corrente Sanguínea (ICS), permitindo que a identificação do agente e o antibiograma auxiliem na orientação da terapia antimicrobiana, cuja aplicação precoce tem demonstrado redução significativa na mortalidade. Idealmente, a coleta de hemoculturas deve ser feita antes do início da antibioticoterapia de pacientes que configurem quadro clínico sugestivo de infecção e suficiente para serem submetidos à internação e que apresentem febre (> 38ºC) ou hipotermia (< 36ºC), leucocitose (> 10.000/ mm3, especialmente com desvio à esquerda) ou granulocitopenia absoluta (< 1000 leucócitos/mm3). Nos casos em que houver suspeita de foco de infecção provável, é desejável também a coleta de materiais representativos dos outros sítios (por exemplo: liquor, urina, fezes, secreções, abscessos etc.). Baseado em dados que se referem à positividade cumulativa de hemoculturas e coletadas durante episódios sépticos comprovados, recomenda-se coletar no mínimo duas até quatro amostras por episódio infeccioso, o que permite o isolamento do agente bacteriano ou fúngico em maisde 95% dos eventos. De forma prática, a coleta deve ser indicada precocemente ao início dos sintomas de infecção e antes do início da antibioticoterapia. Se o paciente estiver em vigência de antimicrobianos, as hemoculturas devem ser obtidas imediatamente antes da administração da próxima dose. @resumosdamed_ 3 ANTIBIOGRAMA: O antibiograma, também conhecido por Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA), é um exame que tem como objetivo determinar o perfil de sensibilidade e resistência de bactérias e fungos aos antibióticos. Através do resultado do antibiograma o médico pode indicar qual o antibiótico mais indicado para tratar a infecção da pessoa, evitando, assim, o uso de antibióticos desnecessários e que não combatem a infecção, além de evitar o surgimento de resistência. Normalmente o antibiograma é realizado após a identificação de microrganismos em grande quantidade no sangue, urina, fezes e tecidos. Assim, de acordo com o microrganismo identificado e perfil de sensibilidade, o médico pode indicar o tratamento mais adequado. Para realizar o antibiograma, o médico irá solicitar a coleta do material biológico como sangue, urina, saliva, catarro, fezes ou células do órgão contaminado por microrganismos. A seguir, estas amostras são encaminhadas para um laboratório de microbiologia para que seja analisado e cultivado em meio de cultura que favorece o crescimento bacteriano ou fúngico. Após crescimento, o microrganismo é isolado e submetido a testes de identificação para que se possa chegar à conclusão do microrganismo responsável pela infecção. Após isolamento, é também realizado o antibiograma para que se saiba o perfil de sensibilidade e resistência do microrganismo identificado, que pode ser feito de duas maneiras: • Antibiograma por difusão em ágar: neste procedimento são colocados pequenos discos de papel que contêm diferentes antibióticos em uma placa com meio de cultura apropriado para crescimento do agente infeccioso. Após 1 a 2 dias na estufa, é possível observar se ouve ou não crescimento a volta do disco. Na ausência de crescimento, diz-se que o microrganismo é sensível àquele antibiótico, sendo considerado o mais indicado para o tratamento da infecção; • Antibiograma baseado em diluição: neste procedimento existe um recipiente com várias diluições de antibiótico com doses diferentes, onde são colocados os microrganismos que serão analisados, e é determinada a Concentração Mínima Inibitória (CMI) do antibiótico. O recipiente em que não foi observado crescimento microbiano corresponde à dose do antibiótico que deve ser utilizada no tratamento, já que impediu o desenvolvimento do microrganismo. O resultado do antibiograma pode demorar até cerca de 3 a 5 dias e é obtido através da análise do efeito dos antibióticos no crescimento dos microrganismos. O antibiótico que inibir o crescimento microbiano é o indicado para tratar a infecção, mas caso seja verificado crescimento, indica que o microrganismo em questão não é sensível àquele antibiótico, ou seja, resistente. O resultado do antibiograma deve ser interpretado pelo médico, que observa os valores da Concentração Mínima Inibitória, também chamado de CMI ou MIC, e/ ou o diâmetro do halo de inibição, dependendo do teste que foi realizado. A CMI corresponde à concentração mínima de antibiótico que é capaz de inibir o crescimento microbiano e está de acordo com as normas do Clinical and Laboratory Standards Institute, o CLSI, e pode variar de acordo com o antibiótico a ser testado e o microrganismo que foi identificado. No caso do antibiograma por difusão em ágar, em que são colocados no meio de cultura com o microrganismo papéis contendo determinadas concentrações de antibióticos, após incubação por cerca de 18 horas é possível perceber a presença ou não de halos de inibição. A partir do tamanho do diâmetro dos halos é possível verificar se o microrganismo é não-suscetível, suscetível, intermediária ou resistente ao antibiótico. O resultado também deve ser interpretado baseando-se na determinação do CLSI, que determina que para o teste de susceptibilidade da Escherichia coli à Ampicilina, por exemplo, o halo de inibição menor ou igual a 13 mm é indicativo de que a bactéria é resistente ao antibiótico e que halo igual ou maior que 17 mm indica que a bactéria é sensível. @resumosdamed_ 4 DESCREVER A CLASSE, MECANISMO E O ESPECTRO DE AC ̧ÃO DA VANCOMICINA E DOS ANTIBIÓTICOS UTILIZADOS PARA TRATAR BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES: LINEZOLIDA, TEICOPLANINA, CEFEPIME, CEFTAROLINA, POLIMIXINA B, CARBAPENE ̂MICOS (IMIPENEM, MEROPENEM E ERTAPENEM), TIGECICLINA, DAPTOMICINA. ß-LACTÂMICOS CEFALOSPORINAS São antimicrobianos ß-lactâmicos de amplo espectro. CEFALOSPORINAS DE PRIMEIRA GERAC ̧ÃO: São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. COLI, PROTEUS MIRABILIS E K. PNEUMONIAE adquiridos na comunidade. Não têm atividade contra H. INFLUENZAE e não agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, ENTEROCOCCUS spp. e anaeróbios. Podem ser usadas durante a gestação. Indicações • As cefalosporinas de primeira geração são apropriadas no tratamento de infecções causadas por S. aureus sensíveis à oxacilina e estreptococos. • Mais comumente em infecções de pele, partes moles, faringite estreptocócica. • Também no tratamento de infecções do trato urinário não complicadas, principalmente durante a gravidez. • Pela sua baixa toxicidade, espectro de ação, baixo custo e meia vida prolongada, a cefazolina é o antimicrobiano recomendado na profilaxia de várias cirurgias. Contra-indicações • Seu uso não é adequado em infecções causadas por Haemophilus influenzae ou Moraxella catarrhalis (sinusite, otite média e algumas infecções do trato respiratório baixo). • Como não atravessam a barreira hematoencefálica, não devem ser utilizadas em infecções do sistema nervoso central. Sua atividade contra bacilos gram-negativos é limitada. CEFALOSPORINAS DE SEGUNDA GERAC ̧ÃO: Em relação às de primeira geração, apresentam uma maior atividade contra H. influenzae, Moraxella catarrhalis, Neisseria meningitidis, Neisseria gonorrhoeae e em determinadas circunstâncias aumento da atividade “in vitro” contra algumas enterobacteriaceae. Drogas disponíveis no Brasil: cefoxitina (cefamicina), cefuroxima, cefuroxima axetil e cefaclor. Indicações • Entre as cefalosporinas de segunda geração, a cefuroxima, pela sua atividade contra S. pneumoniae, H. influenzae, e M. catarrhalis, incluindo as cepas produtoras de ß-lactamase tem sido utilizada no tratamento de infecções respiratórias adquiridas na comunidade, sem agente etiológico identificado. • Também é efetiva no tratamento de meningite por H. influenzae, N. meningitidis e S. pneumoniae, contudo com o aumento da potência das cefalosporinas de terceira geração contra estes organismos e pela melhor penetração destas cefalosporinas no líquido cérebro espinal, elas são usualmente preferidas. • A cefuroxima axetil, assim como o cefaclor, pode ser utilizada para uma variedade de infeçcões como pneumonias, infecções urinárias, infecções de pele, sinusite e otites médias. • Já a cefoxitina (cefamicina), pela sua atividade contra anaeróbios e gram-negativos, é eficaz no tratamento de: Þ infecções intra-abdominais; @resumosdamed_ 5 Þ infecções pélvicas e ginecológicas; Þ infecções do pé-diabético; Þ infecções mistas (anaeróbio/aeróbio) de tecidos moles. • Também é utilizada na profilaxia de cirurgias colorretais. CEFALOSPORINAS DE TERCEIRA GERAC ̧ÃO: São mais potentes contra bacilos gram-negativos facultativos, e têm atividade antimicrobiana superior contra S. PNEUMONIAE (incluindo aqueles com sensibilidade intermediária às penicilinas), S. PYOGENES e outros estreptococos. Com exceção da ceftazidima, apresentam atividade moderada contra os S. AUREUS sensível àoxacilina, por outro lado, somente a ceftazidima tem atividade contra P. AERUGINOSA. Drogas disponíveis no Brasil: na apresentação parenteral (ceftriaxona, cefotaxima e ceftazidima). Indicações • As cefalosporinas de terceira geração podem ser utilizadas no tratamento de uma variedade de infecções por bacilos gram-negativos susceptíveis adquiridas no ambiente hospitalar, dentre elas: Þ infecções de feridas cirúrgicas, Þ pneumonias e Þ infecções do trato urinário complicadas. • Cefotaxima e ceftriaxona podem ser usadas no tratamento de meningites por H. influenzae, S. pneumoniae e N. meningitidis. Também são as drogas de escolha no tratamento de meningites por bacilos gram-negativos. • Pela sua boa penetração no sistema nervoso central e sua atividade contra P. aeruginosa, a ceftazidima é uma excelente opção para o tratamento de meningites por este agente. CEFALOSPORINAS DE QUARTA GERAC ̧ÃO: Conservam a ação sobre bactérias gram-negativas, incluindo atividade antipseudomonas, além de apresentarem atividade contra cocos gram- positivos, especialmente estafilococos sensíveis a oxacilina. Atravessa as meninges quando inflamadas. Também são resistentes as B-lactamases e pouco indutoras da sua produção. Disponível no Brasil: cefepima. Þ Pela sua atividade antipseudomonas, tem sido utilizada em pneumonias hospitalares, infecções do trato urinário graves e meningites por bacilos gram-negativos. Þ Tem atividade contra estafilococos sensíveis à oxacilina. Þ Esta droga também faz parte do esquema empírico usado nos pacientes granulocitopênicos febris. VANCOMICINA CLASSE Antibiótico Glicopeptídeo. MECANISMO DE AÇÃO Apresentam um múltiplo mecanismo de ação, inibindo a síntese do peptideoglicano, além de alterar a permeabilidade da membrana citoplasmática e interferir na síntese de RNA citoplasmático. Desta forma, inibem a síntese da parede celular bacteriana. Os enterococos desenvolveram resistência aos glicopeptídeos, particularmente à vancomicina, devido a alterações genéticas na bactéria (gen vanA) que diminuíram o tropismo da droga pelo microrganismo. Em estafilococos, o mecanismo de resistência à vancomicina até hoje não foi completamente elucidado, mas postula-se que possa ser pelo espessamento da parede celular bacteriana (resistência intermediária). Sugere-se, também, que possa ter ocorrido através da aquisição do gen vanA de um enterococo resistente à vancomicina (totalmente resistente). @resumosdamed_ 6 ESPECTRO DE AÇÃO: Utilização em maior escala iniciou-se nos anos 80, com o surgimento de infecções por estafilococos resistentes à oxacilina e redução da toxicidade por purificação das preparações disponíveis. LINEZOLIDA CLASSE Antibiótico Oxazolidinona MECANISMO DE AÇÃO Exerce sua atividade por inibição da síntese protéica, porém, em etapa distinta daquela inibida por outros antimicrobianos. Dessa maneira, não ocorre resistência cruzada com macrolídeos, estreptograminas ou mesmo aminoglicosídeos. ESPECTRO DE AÇÃO: LINEZOLIDA Possui excelente atividade contra cocos gram-positivos. Não apresenta atividade contra bactérias gramnegativas. TEICOPLANINA CLASSE Antibiótico Glicopeptídeo. MECANISMO DE AÇÃO Apresentam um múltiplo mecanismo de ação, inibindo a síntese do peptideoglicano, além de alterar a permeabilidade da membrana citoplasmática e interferir na síntese de RNA citoplasmático. Desta forma, inibem a síntese da parede celular bacteriana. ESPECTRO DE AÇÃO: É amplamente utilizada na Europa para o tratamento de infecções por germes Gram- positivos. Quimicamente similar à vancomicina, mas apresenta maior lipossolubilidade que resulta em excelente penetração tecidual e meia-vida prolongada, entretanto, tem pouca penetração na barreira liquórica. CEFEPIME CLASSE Antibiótico B- lactâmico Cefalosporina de 4º geração. MECANISMO DE AÇÃO Conservam a ação sobre bactérias gramnegativas, incluindo atividade antipseudomonas, além de apresentarem atividade contra cocos gram- positivos, especialmente estafilococos sensíveis à oxacilina. Atravessa as meninges quando inflamadas. Também são resistentes às ß- lactamases e pouco indutoras da sua produção. ESPECTRO DE AÇÃO: São antimicrobianos ß- lactâmicos de amplo espectro. CEFTAROLINA CLASSE @resumosdamed_ 7 Antibiótico B- lactâmico Cefalosporina MECANISMO DE AÇÃO Estudos in vitro demonstram que a ação bactericida da ceftarolina resulta da inibição da biosíntese da parede celular, pela ligação a proteínas essenciais de ligação à penicilina (PBPs) ESPECTRO DE AÇÃO: A ceftarolina é um antibiótico cefalosporínico de quinta geração com notável atividade contra Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) e bactérias grampositivas. Também possui amplo espectro de ação contra bactérias gramnegativas. POLIMIXINA B CLASSE Novo antimicrobiano da classe Polimixinaa. MECANISMO DE AÇÃO As polimixinas interagem com a molécula de polissacarídeo da membrana externa das bactérias gram-negativas, retirando cálcio e magnésio, necessários para a estabilidade da molécula de polissacarídeo. Esse processo é independente da entrada do antimicrobiano na célula bacteriana e resulta em aumento de permeabilidade da membrana com rápida perda de conteúdo celular e morte da bactéria. Além de potente atividade bactericida, as polimixinas também apresentam atividade antiendotoxina. O lipídeo A da molécula de lipossacarídeo, que representa a endotoxina da bactéria gram-negativa, é neutralizado pelas polimixinas. Além dos cocos gram-positivos, algumas espécies de bacilos gram-negativos também apresentam resistência intrínseca às polimixinas (algumas espécies de Burkholderia cepacia, Proteus spp., Serratia spp., Stenotro phomonas maltophilia e Enterobacter spp.). A resistência natural de bactérias grampositivas está relacionada à incapacidade da droga de penetrar na parede celular. Entre os gram- negativos a resistência pode ocorrer por mecanismo semelhante, ou por diminuição na ligação à membrana celular. ESPECTRO DE AÇÃO: As polimixinas são antimicrobianos polipeptídeos com mecanismo de ação distinto dos demais antimicrobianos utilizados atualmente. Dessa forma, a possibilidade de resistência cruzada com outros antimicrobianos é muito remota, permitindo que as polimixinas sejam ativas contra muitas espécies de bactérias multirresistentes. Há duas polimixinas disponíveis comercialmente, colistina (polimixina E) e polimixina B. CARBAPENEMICOS (IMIPENEM, MEROPENEM E ERTAPENEM) CLASSE São antibióticos B- lactâmicos. MECANISMO DE AÇÃO Bactericida. Inibem a síntese de mucopeptídeo da parede bacteriana. ESPECTRO DE AÇÃO: Imipenem, meropenem e ertapenem são os carbapenens disponíveis atualmente na prática clínica nos EUA, Europa e Brasil. Apresentam amplo espectro de ação para uso em infecções sistêmicas e são estáveis à maioria das ß–lactamases. Em relação à atividade antimicrobiana, o meropenem é um pouco mais ativo contra bactérias gramnegativas, ao passo que o imipenem apresenta atividade um pouco superior contra grampositivos. O ertapenem não tem atividade contra P. aeruginosa e A.bauman nii. @resumosdamed_ 8 TIGECILINA CLASSE Novo antimicrobiano Glicilciclinas MECANISMO DE AÇÃO A tigeciclina inibe a tradução protéica nas bactérias, ligando-se à subunidade ribossômica 30S bloqueando a entrada de moléculas aminoacil RNAt no sítio do ribossomo. A tigeciclina não é afetada pelos dois principais mecanismos de resistência às tetraciclinas: a proteção ribossômica e o efluxo. ESPECTRO DE AÇÃO: Apresenta potente atividade in vitro contra cocos gram- positivos (incluindo estafilococos resistentes à oxacilina, enterococos resistentes à vancomicina e estreptococos resistentes às penicilinas ou cefalosporinas), bacilos gramnegativos (exceto P. aeruginosa e Proteus mirabilis) e a maioriados anaeróbios de importância clínica. Apresenta excelente atividade contra a grande maioria das enterobactérias, incluindo Klebsiella pneumoniae produtora de betalactamase de espectro estendido e contra alguns bacilos gramnegativos não fermentadores, como Acinetobacter sp p. e Stenotrophomonas maltophilia, além da atividade contra bactérias anaeróbias, incluindo o grupo Bacteroides fragilis e o Clostridium difficile. Está aprovada para o tratamento de infecções complicadas de partes moles e intra-abdominais. DAPTOMICINA CLASSE A daptomicina é um antimicrobiano lipopeptídico cíclico, obtido da fermentação do Streptomyce s pristinaspiral is, recentemente aprovado para uso clínico nos Estados Unidos. MECANISMO DE AÇÃO O mecanismo de ação consiste na ligação da daptomicina à membrana celular bacteriana levando à rápida despolarização do potencial de membrana, o que determina a inibição da síntese de proteínas, DNA e RNA, além do extravasamento de conteúdo citoplasmático e morte bacteriana ESPECTRO DE AÇÃO: A principal indicação clínica deste antimicrobiano é o conjunto das infecções causadas por estafilococos resistentes à oxacilina e os enterococos. Mostra-se potente, também, contra bactérias resistentes à vancomicina. Apesar de apresentar excelente atividade in vitro contra pneumococo, a daptomicina é inativada pelo surfactante pulmonar, não podendo dessa maneira ser utilizada no tratamento de pneumonia. CONHECER A COMPOSIÇÃO DA CCIH, SUA FUNC ̧ÃO E COMO ELA PODE SER ACIONADA É definida como Comissão de controle de Infecção Hospitalar que tem como finalidade controlar e aprovar o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), que é executado pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). É uma equipe multiprofissional formada por dois médicos infectologistas, seis enfermeiros, um farmacêutico e duas secretárias. Seguem a norma regulamentadora NR 32. Elaboram, implementam e monitoram a vigilância epidemiológica e de infecções. Previnem infecções a partir de normas. Promovem treinamento e capacitações. Realizam investigação epidemiológica de surtos e planejam medidas imediatas de controle e contenção. Evitam a disseminação de germes hospitalares. Emitem relatórios sobre a situação das infecções. CCIH: A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) é uma Comissão deliberativa, que tem como principal finalidade aprovar, anualmente, o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), que é executado pelo Serviço Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). A CCIH é uma Comissão de assessoria da Superintendência da Instituição, enquanto @resumosdamed_ 9 o SCIH faz parte do Setor de Vigilância e Segurança do Paciente, que é subordinado a Gerência de Assistência. As atividades da CCIH/ SCIH estão fundamentadas na Portaria no 2616/1998 do Ministério da Saúde, que define as diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares, na RDC 48/2000 e na Resolução SESA/PR no 0674/2010, que aprova o regulamento técnico que estabelece as ações de vigilância em saúde a serem desenvolvidas no Controle das Bactérias Multirresistentes (BMR) e Bactérias oriundas de Infecções Hospitalares e de Surtos em Serviços de Saúde. A composição da equipe do SCIH é multiprofissional, formada por dois médicos infectologistas, seis enfermeiros, um farmacêutico e duas secretárias. A conduta dos profissionais na área da saúde deve seguir a Norma Regulamentadora (NR) 32, que estabelece diretrizes sobre a Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. COMPETE A CCIH: 1. Elaborar, implementar e monitorar o Programa de Controle de Infecção Hospitalar; 2. Implantar um Sistema de Vigilância Epidemiológica para monitoramento das infecções relacionadas à assistência à saúde; 3. Implementar e supervisionar normas e rotinas, visando a prevenção e o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde; 4. Promover treinamentos e capacitações do quadro de profissionais da instituição, no que diz respeito à prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde, através de Educação Continuada; 5. Participar, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, da elaboração de políticas de utilização de antimicrobianos, saneantes e materiais médico-hospitalares, contribuindo para o uso reacional destes insumos; 6. Realizar investigação epidemiológica de surtos e implantar medidas imediatas de controle e contenção; 7. Elaborar, implementar e supervisionar normas e rotinas objetivando evitar a disseminação de germes hospitalares, por meio de medidas de isolamento e contenção; 8. Elaborar, implementar, divulgar e monitorar normas e rotinas visando a prevenção e o tratamento adequado das infecções hospitalares; 9. Elaborar e divulgar, periodicamente, relatórios dirigidos à autoridade máxima da instituição e às chefias dos serviços, contendo informações sobre a situação das infecções relacionadas à assistência à saúde na instituição. EXPLICAR COMO A CCIH INVESTIGA SURTOS HOSPITALARES: COMPARAR TAXAS DE INFECÇÃO HOSPITALAR PARA DETERMINAR A PRESENÇA DE SURTO; REVISÃO DE LITERATURA ACERCA DO MODO DE TRANSMISSÃO, FONTE DE INFECÇÃO E FATORES DE RISCO PARA O AGENTE ENVOLVIDO; REVISÃO DE PRONTUÁRIO PARA DETERMINAR OS FATORES DE RISCO. O período do surto é definido a partir do aparecimento do primeiro caso que preencha a definição estabelecida. Qualquer informação que chegue ao conhecimento da COMISSÃO ou SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH), sobre um provável surto, deve ser valorizada. Três são as fontes de informação para a CCIH sobre a ocorrência de um surto. São elas: 1. Médicos e enfermeiros da unidade envolvida; 2. Vigilância epidemiológica realizada pelos profissionais da CCIH; 3. Laboratório de microbiologia. Antes de tudo, é necessário comparar as TAXAS DA INFECÇÃO HOSPITALAR em questão (obedecendo à definição estabelecida) entre o período endêmico (pré-epidêmico) e o epidêmico. A definição de infecção deve ser a mesma para os dois períodos. A definição de caso consiste na padronização de um conjunto de critérios (clínicos, laboratoriais e epidemiológicos), com o objetivo de estabelecer se um determinado paciente deve ser classificado como caso, com referência ao agravo de interesse à investigação. Após a definição de caso e a verificação se realmente existe um surto, o passo mais importante é proceder a uma REVISÃO RÁPIDA E DETALHADA DA LITERATURA, para conhecer: @resumosdamed_ 10 o o modo de transmissão do agente ou síndrome clínica; o a fonte de infecção (reservatório) e o os fatores de risco para aquisição do agente envolvido. Além dessas informações, a revisão da literatura pode trazer dados sobre um surto semelhante que tenha ocorrido em outra instituição. Essa informação poderá poupar muito tempo na investigação e propiciar o estabelecimento precoce de medidas de controle - que irão prevenir o aparecimento de novos casos. A próxima etapa é a DETERMINAÇÃO DOS FATORES DE RISCO, que pode ser feita através da coleta e da análise de informações dos pacientes envolvidos, tais como: o unidades e período em que o paciente permaneceu internado; o leitos que ocupou; o utilização de cateteres intravasculares e sondas; o ventilação mecânica; o nutrição parenteral prolongada; o hemoderivados e o outras, de acordo com as características de cada surto - como medicamentos com seus respectivos lotes. A partir dos prontuários, também podem ser levantadas: informações sobre o pessoal médico e o de enfermagem, que prestou assistência aos pacientes envolvidos e que podem estar relacionadas ao aparecimento do surto. Assim, deve ser construída uma ficha para a coleta dos dados. A seguir, devemos FORMULAR HIPÓTESES. Neste ponto da investigação, já é possível formular hipóteses sobre os PROVÁVEIS RESERVATÓRIOS e o MODODE TRANSMISSÃO DO AGENTE CAUSADOR DO SURTO. Consequentemente, as medidas de controle inicialmente implantadas podem ser atualizadas e/ou substituídas por novas medidas, baseadas nas hipóteses formuladas. A partir deste ponto, a investigação torna-se mais trabalhosa, porém, é fundamental para estabelecer uma relação causa-efeito entre o provável agente e a fonte de infecção, com o aparecimento do surto. Para isso é necessária a aplicação de estudos de investigação epidemiológica e, se possível, de métodos de tipagem molecular de microrganismos. Estes são possíveis quando o agente é identificado a partir da fonte suspeita e dos pacientes envolvidos no surto. Desta forma, sempre entre em contato com o laboratório de microbiologia para que os microrganismos identificados sejam armazenados por um tempo prolongado, possibilitando uma análise microbiológica mais ampla, posteriormente. CONHECER AS PRINCIPAIS MEDIDAS DE CONTROLE PRECONIZADAS PELA CCIH NO CASO DE SURTOS HOSPITALARES (FAZER INTERFACE COM BIOSSEGURANÇA). As medidas adotadas devem estar em acordo com a realidade de cada instituição e, assim que for identificado o possível meio de transmissão por um estudo epidemiológico, ou do microrganismo envolvido - estas devem ser revistas e adaptadas às características epidemiológicas do agente identificado. O QUE FAZER QUANDO UM SURTO É IDENTIFICADO? As seguintes medidas devem ser aplicadas imediatamente: 1. ORIENTAÇÃO E TREINAMENTO DOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO ATENDIMENTO DOS CASOS, COM REFORÇO E INTENSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO, TAIS COMO: o higiene das mãos (lavagem com água e sabão, uso de antissépticos ou álcool-gel); o manuseio de secreções e fluidos corpóreos; o cuidados para aspiração traqueal; o técnica adequada em curativos; o cuidado no manuseio de cateteres e sondas; o limpeza e esterilização de materiais; @resumosdamed_ 11 o limitação do uso, do tempo de utilização e do emprego de técnica asséptica para realização de procedimentos invasivos (instalação de cateteres, sondas entre outros). 2. REVISÃO DAS TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE LÍQUIDOS PARA INFUSÃO PARENTERAL (PRINCIPALMENTE HEMODERIVADOS E NUTRIÇÃO PARENTERAL), ALIMENTAÇÃO ORAL (PRINCIPALMENTE LACTÁRIO) E ENTERAL E, SE POSSÍVEL, SEPARAÇÃO DOS PACIENTES COM INFECÇÃO OU COLONIZADOS, DOS OUTROS PACIENTES INTERNADOS. 3. IDENTIFICAÇÃO DA FONTE DE INFECÇÃO PARA DETERMINARMOS AS MEDIDAS DE CONTROLE MAIS EFICAZES. Após as medidas emergenciais, cabe rever alguns pontos fundamentais: IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAC ̧ÃO DAS MÃOS A higienização das mãos é, ainda, a principal medida de controle de infecção hospitalar, incluindo os surtos. Deve ser realizada antes e após o manuseio de cada paciente, independentemente do uso de luvas. O uso de álcool glicerinado ou álcool-gel, em frascos dispostos ao lado de cada leito é uma medida econômica e deve ser eseconômica principalmente em unidades onde ocorram dificuldades para as lavagens das mãos. Além disto, o emprego do álcool-gel permite reduzir o consumo de tempo, quando com- parado à lavagem das mãos. O uso de clorexidina degermante 2% para higienização das mãos, segundo estudos realizados, mostra maior eficácia na redução de taxas de colonização e maior adesão dos profissionais à higienização das mãos. Está indicado em situações especiais, como surtos em instituições ou enfermarias com altas taxas de infecção ou locais que realizam frequentemente procedimentos invasivos (UTI e berçário de alto risco). QUE OUTRAS MEDIDAS DEVEMOS REFORÇAR? A utilização de métodos de barreira, como luva, no manuseio de pacientes colonizados/infectados está indicada na vigência de surtos. Atua como barreira física entre o material potencialmente contaminado e as mãos do profissional de saúde. Deve ser sempre precedida e complementada pela lavagem de mãos. Aventais devem ser utilizados - caso haja risco de contaminação com material infectante - de acordo com os princípios de Isolamento de Fluidos Corpóreos instituídos pelo Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, EUA. Atenção especial deve ser dirigida aos pacientes com diarréia, colonizados/infectados por enterococos. As máscaras podem não ser necessárias, uma vez que há poucas evidências de transmissão de infecção bacteriana, incluindo o estafilococos, por via respiratória - exceção para as doenças de transmissão por aerossóis (tuberculose), ou gotículas (doença meningocócica). Do mesmo modo, não há evidências de redução na taxa de portadores nasais de Staphylococcus aureus resistente à oxacilina pelo uso de máscaras. O uso de propés não está indicado. O QUE MAIS PODE AUXILIAR PARA CONTROLAR UM SURTO? É necessário fazer a identificação de profissionais de saúde que funcionam como reservatórios de microrganismos. O exemplo mais conhecido é o portador nasal de estafilococo. Entretanto, já foram descritos surtos por salmonela, estreptococos, entre outros - transmitidos por profissionais de saúde colonizados por esses agentes. A utilização de mupirocina nasal para a eliminação do estado de portador do S. aureus é uma medida eficiente. O maior problema deste esquema é a emergência de resistência, além do que, o microrganismo pode retornar após semanas a meses do tratamento. Outra forma de atuar nos pacientes ou profissionais portadores ou colonizados transitoriamente pelo S. aureus é por meio de banhos com antissépticos ou antimicrobianos, como a clorexidina. Estas medidas são controversas - uma vez que a colonização pode ser transitória, sem indicação na transmissão hospitalar. QUAL O PAPEL DO AMBIENTE? O ambiente tem um papel de menor importância na disseminação de agentes envolvidos em surtos de infecção hospitalar. As superfícies contaminadas do ambiente não são fontes importantes de transmissão - desde que sejam mantidas limpas. Uma vez liberado o quarto de um @resumosdamed_ 12 paciente colonizado/infectado por uma bactéria sob controle, bastam as medidas usuais de limpeza, não havendo necessidade de medidas especiais. Entretanto, os profissionais da limpeza, bem como a supervisora - geralmente uma enfermeira - devem ser alertados para a situação de surto na unidade, com a intenção de melhorar a rotina de trabalho. A engenharia e a arquitetura hospitalares podem influenciar positivamente no ambiente e no desenho de dispositivos e equipamentos utilizados na instituição. Para isso, o ambiente deve ter um bom fluxo de pessoal, dispor de leitos de isolamento, apresentar número adequado de pias, local diferenciado para expurgo e para a desinfecção de materiais - se esta for realizada na unidade. Os dispositivos e equipamentos devem ser de qualidade, a fim de serem minimizados os riscos de contaminação por perda de continuidade ou quebra de barreira na coleta de exames ou administração de medicação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. https://www.ini.fiocruz.br/ccih 2. https://www.gov.br/anvisa/pt- br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/publicacoes /modulo-10_manual-de-microbiologia.pdf 3. https://unichristus.edu.br/wp- content/uploads/2020/10/Antimicrobianos-Revisão-Geral-para- Graduandos-e-Generalistas.pdf 4. Medicina Interna de Harrison. 5. file:///C:/Users/User/Downloads/12-41-1-PB.pdf 6. https://www.tuasaude.com/antibiograma/ 7. https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/iras/M%F3dulo%2 03%20- %20Investiga%E7%E3o%20e%20Controle%20de%20Surtos%20Hospital ares.pdf
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