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INFECÇÃO RELACIONADA A ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS)

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@resumosdamed_ 1 
INFECÇÃO RELACIONADA A 
ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
CONCEITUAR INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE E 
DIFERENCIAR DE INFECÇÃO ADQUIRIDA NA COMUNIDADE: 
Ao longo do século XX, em consequência do suporte avançado de vida e 
de terapias imunossupressoras, observou-se a necessidade de medidas de 
controle nos hospitais. Assim, as infecções hospitalares passaram a ser 
combatidas de forma sistemática nos países desenvolvidos. Desde meados 
da década de 1990, o termo “infecções hospitalares” foi substituído por 
“infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS), sendo essa 
designação uma ampliação conceitual que incorpora infecções adquiridas 
e relacionadas à assistência em qualquer ambiente. 
As IRAS apresentam impacto sobre letalidade hospitalar, duração da 
internação e custos. O aumento das condições que induzem à internação 
de indivíduos cada vez mais graves e imunocomprometidos, somado ao 
surgimento da resistência a antimicrobianos, confere às IRAS especial 
relevância para a saúde pública. Além disso, os países em desenvolvimento 
sofrem com maior carga de IRAS, podendo ser até 20 vezes superior aos 
países desenvolvidos. Fatores associados à escassez e qualificação de 
recursos humanos, aliados à estrutura física inadequada em serviços de 
saúde e ao desconhecimento de medidas de controle de IRAS, contribuem 
para esse cenário. 
Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são infecções cuja 
aquisição está relacionada a um procedimento assistencial ou a 
internamento. Exemplos são as infecções do sítio cirúrgico (ISC), as 
pneumonias hospitalares, como as pneumonias associadas a ventilação 
mecânica (PAV), infecções do trato urinário associadas a cateter (ITU), 
infecções da corrente sanguínea associadas a cateter venoso (IPCS). 
Outras infecções adquiridas no ambiente de assistência como diarreia por 
Clostridium difficile, surtos de infecções virais adquiridas em hospitais, 
também são IRAS, exceto aquelas em que o período de incubação é mais 
extenso do que o período de admissão. Em termos cronológicos, quando 
não há evidência clínica ou laboratorial de infecção na admissão do 
paciente, considera-se infecção hospitalar aquela cujos sintomas ocorrem 
72 horas após a admissão. Na presença de infecção desde a admissão, 
considera-se IRAS quando há um agravamento ou isolamento de outro 
patógeno na mesma topografia. 
Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRASs) são, entre as principais 
causas de morbimortalidade, associadas às pessoas que se submetem a 
procedimentos clínicos. São consideradas um problema relevante de saúde 
pública, que resulta em índices elevados de complicações à saúde, 
prolongamento do período de hospitalização, aumento direto sobre os 
custos da assistência, além de favorecer a seleção e disseminação de 
microrganismos multirresistentes. 
O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) define as IRASs como 
uma condição localizada ou sistêmica, resultante de uma reação adversa 
à presença de um agente infeccioso adquirido após admissão nos serviços 
de saúde. No Brasil, a Portaria 2.616 do Ministério da Saúde considera as 
IRASs como risco significativo à saúde dos usuários dos serviços, definindo-as 
como qualquer infecção adquirida após a admissão do paciente no serviço 
de saúde, manifestadas após 48 horas da admissão ou antes desse período 
quando relacionada a procedimentos invasivos. Pode se manifestar após a 
alta, quando associada a cirurgias ou a procedimentos invasivos realizados 
nos serviços de saúde. O alto risco de mortalidade relacionada às IRASs está 
intimamente associado a fatores como a realização de procedimentos 
invasivos diagnósticos e terapêuticos, à gravidade da doença de base que 
acomete o paciente, ao sítio da infecção, à adequação da terapia e à 
sensibilidade dos microrganismos aos antimicrobianos. 
Diante do exposto e considerando os índices elevados, complexidade e 
gravidade das IRASs, é relevante a implementação de estratégias de 
prevenção e esforços que visem à melhoria da qualidade assistencial. 
Portanto, ações de vigilância epidemiológica específica e monitoramento 
@resumosdamed_ 2 
dos casos para melhor tratamento, divulgação de dados aos profissionais 
envolvidos no processo de trabalho institucional, uso de instrumentos de 
identificação de pacientes em risco, controle rigoroso dos procedimentos 
assistenciais, intervenções imediatas e apropriadas são fundamentais no 
ambiente hospitalar, tendem a reduzir as taxas dessas infecções e, 
consequentemente, os óbitos a elas relacionados. 
Segundo a portaria MS 2.616/98, infecção hospitalar é “qualquer infecção 
adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a 
internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a 
internação ou procedimentos hospitalares.” Esse termo atualmente, no 
entanto, é considerado inapropriado, e por isso atualmente as chamadas 
“infecções hospitalares” são denominadas de “Infecções Relacionadas à 
Assistência à Saúde” (IRAS). Esta mudança de denominação se deu porque 
a ocorrência das IRAS não depende exclusivamente do ambiente 
hospitalar, já que a assistência à saúde pode acontecer também em outros 
ambientes, como em clínicas de diálise, de quimioterapia, no próprio 
ambiente domiciliar (“home care”). E os procedimentos realizados nesses 
contextos, e não apenas nos hospitais, também podem desencadear IRAS. 
As IRAS ocorrem devido a um desequilíbrio entre as defesas do paciente 
(sistema imunológico) e germes que habitam o seu corpo (microrganismos). 
Tais microrganismos são ditos oportunistas porque se “aproveitam” do 
estado de saúde debilitado do paciente provocado por doenças, 
imunodeficiências, uso de antibióticos, procedimentos médico-cirúrgicos e 
dispositivos hospitalares invasivos (cateteres, tubos, drenos, sondas, etc) 
para encontrar uma fácil “porta de entrada” para invadir o organismo e 
causar uma infecção que não ocorreria fora destas condições. Em resumo, 
as infecções relacionadas à assistência à saúde são infecções oportunistas, 
causadas por germes presentes no organismo do paciente, que se 
associam a múltiplos fatores, tais como procedimentos hospitalares invasivos 
e tratamentos médicos aos quais o paciente é submetido, além do seu 
estado de saúde (doenças). 
SABER QUANDO E COMO SOLICITAR HEMOCULTURAS, E COMO 
INTERPRETAR ANTIBIOGRAMAS: 
HEMOCULTURAS: 
A maioria dos episódios sépticos tem origem hospitalar e com certa 
frequência envolvem microrganismos que apresentam grande resistência 
aos antimicrobianos, estando associados a taxas de mortalidade com 
tendência a serem superiores às dos episódios que ocorrem na 
comunidade. 
Neste contexto, o laboratório clínico tem um papel extremamente 
importante no manejo de pacientes com bacteriemia, uma vez que a 
hemocultura positiva para microrganismos patogênicos é um indicador 
altamente específico de Infecção da Corrente Sanguínea (ICS), permitindo 
que a identificação do agente e o antibiograma auxiliem na orientação da 
terapia antimicrobiana, cuja aplicação precoce tem demonstrado 
redução significativa na mortalidade. 
Idealmente, a coleta de hemoculturas deve ser feita antes do início da 
antibioticoterapia de pacientes que configurem quadro clínico sugestivo de 
infecção e suficiente para serem submetidos à internação e que 
apresentem febre (> 38ºC) ou hipotermia (< 36ºC), leucocitose (> 10.000/ 
mm3, especialmente com desvio à esquerda) ou granulocitopenia absoluta 
(< 1000 leucócitos/mm3). 
Nos casos em que houver suspeita de foco de infecção provável, é 
desejável também a coleta de materiais representativos dos outros sítios 
(por exemplo: liquor, urina, fezes, secreções, abscessos etc.). 
Baseado em dados que se referem à positividade cumulativa de 
hemoculturas e coletadas durante episódios sépticos comprovados, 
recomenda-se coletar no mínimo duas até quatro amostras por episódio 
infeccioso, o que permite o isolamento do agente bacteriano ou fúngico 
em maisde 95% dos eventos. 
De forma prática, a coleta deve ser indicada precocemente ao início dos 
sintomas de infecção e antes do início da antibioticoterapia. Se o paciente 
estiver em vigência de antimicrobianos, as hemoculturas devem ser obtidas 
imediatamente antes da administração da próxima dose. 
@resumosdamed_ 3 
ANTIBIOGRAMA: 
O antibiograma, também conhecido por Teste de Sensibilidade a 
Antimicrobianos (TSA), é um exame que tem como objetivo determinar o 
perfil de sensibilidade e resistência de bactérias e fungos aos antibióticos. 
Através do resultado do antibiograma o médico pode indicar qual o 
antibiótico mais indicado para tratar a infecção da pessoa, evitando, assim, 
o uso de antibióticos desnecessários e que não combatem a infecção, além 
de evitar o surgimento de resistência. 
Normalmente o antibiograma é realizado após a identificação de 
microrganismos em grande quantidade no sangue, urina, fezes e tecidos. 
Assim, de acordo com o microrganismo identificado e perfil de 
sensibilidade, o médico pode indicar o tratamento mais adequado. 
Para realizar o antibiograma, o médico irá solicitar a coleta do material 
biológico como sangue, urina, saliva, catarro, fezes ou células do órgão 
contaminado por microrganismos. A seguir, estas amostras são 
encaminhadas para um laboratório de microbiologia para que seja 
analisado e cultivado em meio de cultura que favorece o crescimento 
bacteriano ou fúngico. 
Após crescimento, o microrganismo é isolado e submetido a testes de 
identificação para que se possa chegar à conclusão do microrganismo 
responsável pela infecção. Após isolamento, é também realizado o 
antibiograma para que se saiba o perfil de sensibilidade e resistência do 
microrganismo identificado, que pode ser feito de duas maneiras: 
• Antibiograma por difusão em ágar: neste procedimento são 
colocados pequenos discos de papel que contêm diferentes 
antibióticos em uma placa com meio de cultura apropriado para 
crescimento do agente infeccioso. Após 1 a 2 dias na estufa, é 
possível observar se ouve ou não crescimento a volta do disco. Na 
ausência de crescimento, diz-se que o microrganismo é sensível 
àquele antibiótico, sendo considerado o mais indicado para o 
tratamento da infecção; 
• Antibiograma baseado em diluição: neste procedimento existe um 
recipiente com várias diluições de antibiótico com doses diferentes, 
onde são colocados os microrganismos que serão analisados, e é 
determinada a Concentração Mínima Inibitória (CMI) do antibiótico. 
O recipiente em que não foi observado crescimento microbiano 
corresponde à dose do antibiótico que deve ser utilizada no 
tratamento, já que impediu o desenvolvimento do microrganismo. 
O resultado do antibiograma pode demorar até cerca de 3 a 5 dias e é 
obtido através da análise do efeito dos antibióticos no crescimento dos 
microrganismos. O antibiótico que inibir o crescimento microbiano é o 
indicado para tratar a infecção, mas caso seja verificado crescimento, 
indica que o microrganismo em questão não é sensível àquele antibiótico, 
ou seja, resistente. 
O resultado do antibiograma deve ser interpretado pelo médico, que 
observa os valores da Concentração Mínima Inibitória, também chamado 
de CMI ou MIC, e/ ou o diâmetro do halo de inibição, dependendo do teste 
que foi realizado. A CMI corresponde à concentração mínima de 
antibiótico que é capaz de inibir o crescimento microbiano e está de 
acordo com as normas do Clinical and Laboratory Standards Institute, o 
CLSI, e pode variar de acordo com o antibiótico a ser testado e o 
microrganismo que foi identificado. 
No caso do antibiograma por difusão em ágar, em que são colocados no 
meio de cultura com o microrganismo papéis contendo determinadas 
concentrações de antibióticos, após incubação por cerca de 18 horas é 
possível perceber a presença ou não de halos de inibição. A partir do 
tamanho do diâmetro dos halos é possível verificar se o microrganismo é 
não-suscetível, suscetível, intermediária ou resistente ao antibiótico. 
O resultado também deve ser interpretado baseando-se na determinação 
do CLSI, que determina que para o teste de susceptibilidade da Escherichia 
coli à Ampicilina, por exemplo, o halo de inibição menor ou igual a 13 mm 
é indicativo de que a bactéria é resistente ao antibiótico e que halo igual 
ou maior que 17 mm indica que a bactéria é sensível. 
@resumosdamed_ 4 
DESCREVER A CLASSE, MECANISMO E O ESPECTRO DE AC ̧ÃO DA 
VANCOMICINA E DOS ANTIBIÓTICOS UTILIZADOS PARA TRATAR 
BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES: LINEZOLIDA, TEICOPLANINA, 
CEFEPIME, CEFTAROLINA, POLIMIXINA B, CARBAPENE ̂MICOS 
(IMIPENEM, MEROPENEM E ERTAPENEM), TIGECICLINA, 
DAPTOMICINA. 
ß-LACTÂMICOS 
CEFALOSPORINAS 
São antimicrobianos ß-lactâmicos de amplo espectro. 
CEFALOSPORINAS DE PRIMEIRA GERAC ̧ÃO: 
São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada 
contra E. COLI, PROTEUS MIRABILIS E K. PNEUMONIAE adquiridos na 
comunidade. 
Não têm atividade contra H. INFLUENZAE e não agem contra estafilococos 
resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, 
ENTEROCOCCUS spp. e anaeróbios. Podem ser usadas durante a gestação. 
Indicações 
• As cefalosporinas de primeira geração são apropriadas no 
tratamento de infecções causadas por S. aureus sensíveis à oxacilina 
e estreptococos. 
• Mais comumente em infecções de pele, partes moles, faringite 
estreptocócica. 
• Também no tratamento de infecções do trato urinário não 
complicadas, principalmente durante a gravidez. 
• Pela sua baixa toxicidade, espectro de ação, baixo custo e meia vida 
prolongada, a cefazolina é o antimicrobiano recomendado na 
profilaxia de várias cirurgias. Contra-indicações 
• Seu uso não é adequado em infecções causadas por Haemophilus 
influenzae ou Moraxella catarrhalis (sinusite, otite média e algumas 
infecções do trato respiratório baixo). 
• Como não atravessam a barreira hematoencefálica, não devem ser 
utilizadas em infecções do sistema nervoso central. 
Sua atividade contra bacilos gram-negativos é limitada. 
CEFALOSPORINAS DE SEGUNDA GERAC ̧ÃO: 
Em relação às de primeira geração, apresentam uma maior atividade 
contra H. influenzae, Moraxella catarrhalis, Neisseria meningitidis, Neisseria 
gonorrhoeae e em determinadas circunstâncias aumento da atividade “in 
vitro” contra algumas enterobacteriaceae. 
 
Drogas disponíveis no Brasil: cefoxitina (cefamicina), cefuroxima, cefuroxima 
axetil e cefaclor. 
Indicações 
• Entre as cefalosporinas de segunda geração, a cefuroxima, pela sua 
atividade contra S. pneumoniae, H. influenzae, e M. catarrhalis, incluindo 
as cepas produtoras de ß-lactamase tem sido utilizada no tratamento 
de infecções respiratórias adquiridas na comunidade, sem agente 
etiológico identificado. 
• Também é efetiva no tratamento de meningite por H. influenzae, N. 
meningitidis e S. pneumoniae, contudo com o aumento da potência das 
cefalosporinas de terceira geração contra estes organismos e pela 
melhor penetração destas cefalosporinas no líquido cérebro espinal, 
elas são usualmente preferidas. 
• A cefuroxima axetil, assim como o cefaclor, pode ser utilizada para uma 
variedade de infeçcões como pneumonias, infecções urinárias, 
infecções de pele, sinusite e otites médias. 
• Já a cefoxitina (cefamicina), pela sua atividade contra anaeróbios e 
gram-negativos, é eficaz no tratamento de: 
Þ infecções intra-abdominais; 
@resumosdamed_ 5 
Þ infecções pélvicas e ginecológicas; 
Þ infecções do pé-diabético; 
Þ infecções mistas (anaeróbio/aeróbio) de tecidos moles. 
• Também é utilizada na profilaxia de cirurgias colorretais. 
CEFALOSPORINAS DE TERCEIRA GERAC ̧ÃO: 
São mais potentes contra bacilos gram-negativos facultativos, e têm 
atividade antimicrobiana superior contra S. PNEUMONIAE (incluindo aqueles 
com sensibilidade intermediária às penicilinas), S. PYOGENES e outros 
estreptococos. 
Com exceção da ceftazidima, apresentam atividade moderada contra os 
S. AUREUS sensível àoxacilina, por outro lado, somente a ceftazidima tem 
atividade contra P. AERUGINOSA. 
Drogas disponíveis no Brasil: na apresentação parenteral (ceftriaxona, 
cefotaxima e ceftazidima). 
Indicações 
• As cefalosporinas de terceira geração podem ser utilizadas no tratamento 
de uma variedade de infecções por bacilos gram-negativos susceptíveis 
adquiridas no ambiente hospitalar, dentre elas: 
Þ infecções de feridas cirúrgicas, 
Þ pneumonias e 
Þ infecções do trato urinário complicadas. 
• Cefotaxima e ceftriaxona podem ser usadas no tratamento de 
meningites por H. influenzae, S. pneumoniae e N. meningitidis. Também 
são as drogas de escolha no tratamento de meningites por bacilos 
gram-negativos. 
• Pela sua boa penetração no sistema nervoso central e sua atividade 
contra P. aeruginosa, a ceftazidima é uma excelente opção para o 
tratamento de meningites por este agente. 
CEFALOSPORINAS DE QUARTA GERAC ̧ÃO: 
Conservam a ação sobre bactérias gram-negativas, incluindo atividade 
antipseudomonas, além de apresentarem atividade contra cocos gram-
positivos, especialmente estafilococos sensíveis a oxacilina. Atravessa as 
meninges quando inflamadas. Também são resistentes as B-lactamases e 
pouco indutoras da sua produção. 
Disponível no Brasil: cefepima. 
Þ Pela sua atividade antipseudomonas, tem sido utilizada em 
pneumonias hospitalares, infecções do trato urinário graves e 
meningites por bacilos gram-negativos. 
Þ Tem atividade contra estafilococos sensíveis à oxacilina. 
Þ Esta droga também faz parte do esquema empírico usado nos 
pacientes granulocitopênicos febris. 
VANCOMICINA 
CLASSE 
Antibiótico Glicopeptídeo. 
MECANISMO DE AÇÃO 
Apresentam um múltiplo mecanismo de ação, inibindo a síntese do 
peptideoglicano, além de alterar a permeabilidade da membrana 
citoplasmática e interferir na síntese de RNA citoplasmático. Desta forma, 
inibem a síntese da parede celular bacteriana. Os enterococos 
desenvolveram resistência aos glicopeptídeos, particularmente à 
vancomicina, devido a alterações genéticas na bactéria (gen vanA) que 
diminuíram o tropismo da droga pelo microrganismo. Em estafilococos, o 
mecanismo de resistência à vancomicina até hoje não foi completamente 
elucidado, mas postula-se que possa ser pelo espessamento da parede 
celular bacteriana (resistência intermediária). Sugere-se, também, que 
possa ter ocorrido através da aquisição do gen vanA de um enterococo 
resistente à vancomicina (totalmente resistente). 
@resumosdamed_ 6 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
Utilização em maior escala iniciou-se nos anos 80, com o surgimento de 
infecções por estafilococos resistentes à oxacilina e redução da toxicidade 
por purificação das preparações disponíveis. 
 
LINEZOLIDA 
CLASSE 
Antibiótico Oxazolidinona 
MECANISMO DE AÇÃO 
Exerce sua atividade por inibição da síntese protéica, porém, em etapa 
distinta daquela inibida por outros antimicrobianos. Dessa maneira, não 
ocorre resistência cruzada com macrolídeos, estreptograminas ou mesmo 
aminoglicosídeos. 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
 
LINEZOLIDA 
Possui excelente atividade contra cocos gram-positivos. Não apresenta 
atividade contra bactérias gramnegativas. 
TEICOPLANINA 
CLASSE 
Antibiótico Glicopeptídeo. 
MECANISMO DE AÇÃO 
Apresentam um múltiplo mecanismo de ação, inibindo a síntese do 
peptideoglicano, além de alterar a permeabilidade da membrana 
citoplasmática e interferir na síntese de RNA citoplasmático. Desta forma, 
inibem a síntese da parede celular bacteriana. 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
É amplamente utilizada na Europa para o tratamento de infecções por 
germes Gram- positivos. Quimicamente similar à vancomicina, mas 
apresenta maior lipossolubilidade que resulta em excelente penetração 
tecidual e meia-vida prolongada, entretanto, tem pouca penetração na 
barreira liquórica. 
CEFEPIME 
CLASSE 
Antibiótico B- lactâmico Cefalosporina de 4º geração. 
MECANISMO DE AÇÃO 
Conservam a ação sobre bactérias gramnegativas, incluindo atividade 
antipseudomonas, além de apresentarem atividade contra cocos gram-
positivos, especialmente estafilococos sensíveis à oxacilina. Atravessa as 
meninges quando inflamadas. Também são resistentes às ß- lactamases e 
pouco indutoras da sua produção. 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
São antimicrobianos ß- lactâmicos de amplo espectro. 
CEFTAROLINA 
CLASSE 
@resumosdamed_ 7 
Antibiótico B- lactâmico Cefalosporina 
MECANISMO DE AÇÃO 
Estudos in vitro demonstram que a ação bactericida da ceftarolina resulta 
da inibição da biosíntese da parede celular, pela ligação a proteínas 
essenciais de ligação à penicilina (PBPs) 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
A ceftarolina é um antibiótico cefalosporínico de quinta geração com 
notável atividade contra Staphylococcus aureus resistentes à meticilina 
(MRSA) e bactérias grampositivas. Também possui amplo espectro de ação 
contra bactérias gramnegativas. 
POLIMIXINA B 
CLASSE 
Novo antimicrobiano da classe Polimixinaa. 
MECANISMO DE AÇÃO 
As polimixinas interagem com a molécula de polissacarídeo da membrana 
externa das bactérias gram-negativas, retirando cálcio e magnésio, 
necessários para a estabilidade da molécula de polissacarídeo. Esse 
processo é independente da entrada do antimicrobiano na célula 
bacteriana e resulta em aumento de permeabilidade da membrana com 
rápida perda de conteúdo celular e morte da bactéria. 
Além de potente atividade bactericida, as polimixinas também apresentam 
atividade antiendotoxina. O lipídeo A da molécula de lipossacarídeo, que 
representa a endotoxina da bactéria gram-negativa, é neutralizado pelas 
polimixinas. Além dos cocos gram-positivos, algumas espécies de bacilos 
gram-negativos também apresentam resistência intrínseca às polimixinas 
(algumas espécies de Burkholderia cepacia, Proteus spp., Serratia spp., 
Stenotro phomonas maltophilia e Enterobacter spp.). 
A resistência natural de bactérias grampositivas está relacionada à 
incapacidade da droga de penetrar na parede celular. Entre os gram- 
negativos a resistência pode ocorrer por mecanismo semelhante, ou por 
diminuição na ligação à membrana celular. 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
As polimixinas são antimicrobianos polipeptídeos com mecanismo de ação 
distinto dos demais antimicrobianos utilizados atualmente. Dessa forma, a 
possibilidade de resistência cruzada com outros antimicrobianos é muito 
remota, permitindo que as polimixinas sejam ativas contra muitas espécies 
de bactérias multirresistentes. Há duas polimixinas disponíveis 
comercialmente, colistina (polimixina E) e polimixina B. 
CARBAPENEMICOS (IMIPENEM, MEROPENEM E ERTAPENEM) 
CLASSE 
São antibióticos B- lactâmicos. 
MECANISMO DE AÇÃO 
Bactericida. Inibem a síntese de mucopeptídeo da parede bacteriana. 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
Imipenem, meropenem e ertapenem são os carbapenens disponíveis 
atualmente na prática clínica nos EUA, Europa e Brasil. Apresentam amplo 
espectro de ação para uso em infecções sistêmicas e são estáveis à maioria 
das ß–lactamases. Em relação à atividade antimicrobiana, o meropenem é 
um pouco mais ativo contra bactérias gramnegativas, ao passo que o 
imipenem apresenta atividade um pouco superior contra grampositivos. O 
ertapenem não tem atividade contra P. aeruginosa e A.bauman nii. 
@resumosdamed_ 8 
TIGECILINA 
CLASSE 
Novo antimicrobiano Glicilciclinas 
MECANISMO DE AÇÃO 
A tigeciclina inibe a tradução protéica nas bactérias, ligando-se à 
subunidade ribossômica 30S bloqueando a entrada de moléculas aminoacil 
RNAt no sítio do ribossomo. A tigeciclina não é afetada pelos dois principais 
mecanismos de resistência às tetraciclinas: a proteção ribossômica e o 
efluxo. 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
Apresenta potente atividade in vitro contra cocos gram- positivos (incluindo 
estafilococos resistentes à oxacilina, enterococos resistentes à vancomicina 
e estreptococos resistentes às penicilinas ou cefalosporinas), bacilos 
gramnegativos (exceto P. aeruginosa e Proteus mirabilis) e a maioriados 
anaeróbios de importância clínica. Apresenta excelente atividade contra a 
grande maioria das enterobactérias, incluindo Klebsiella pneumoniae 
produtora de betalactamase de espectro estendido e contra alguns bacilos 
gramnegativos não fermentadores, como Acinetobacter sp p. e 
Stenotrophomonas maltophilia, além da atividade contra bactérias 
anaeróbias, incluindo o grupo Bacteroides fragilis e o Clostridium difficile. 
Está aprovada para o tratamento de infecções complicadas de partes 
moles e intra-abdominais. 
DAPTOMICINA 
CLASSE 
A daptomicina é um antimicrobiano lipopeptídico cíclico, obtido da 
fermentação do Streptomyce s pristinaspiral is, recentemente aprovado 
para uso clínico nos Estados Unidos. 
MECANISMO DE AÇÃO 
O mecanismo de ação consiste na ligação da daptomicina à membrana 
celular bacteriana levando à rápida despolarização do potencial de 
membrana, o que determina a inibição da síntese de proteínas, DNA e RNA, 
além do extravasamento de conteúdo citoplasmático e morte bacteriana 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
A principal indicação clínica deste antimicrobiano é o conjunto das 
infecções causadas por estafilococos resistentes à oxacilina e os 
enterococos. Mostra-se potente, também, contra bactérias resistentes à 
vancomicina. Apesar de apresentar 
excelente atividade in vitro contra pneumococo, a daptomicina é 
inativada pelo surfactante pulmonar, não podendo dessa maneira ser 
utilizada no tratamento de pneumonia. 
CONHECER A COMPOSIÇÃO DA CCIH, SUA FUNC ̧ÃO E COMO ELA 
PODE SER ACIONADA 
É definida como Comissão de controle de Infecção Hospitalar que tem 
como finalidade controlar e aprovar o Programa de Controle de Infecções 
Hospitalares (PCIH), que é executado pelo Serviço de Controle de Infecção 
Hospitalar (SCIH). É uma equipe multiprofissional formada por dois médicos 
infectologistas, seis enfermeiros, um farmacêutico e duas secretárias. 
Seguem a norma regulamentadora NR 32. Elaboram, implementam e 
monitoram a vigilância epidemiológica e de infecções. Previnem infecções 
a partir de normas. Promovem treinamento e capacitações. Realizam 
investigação epidemiológica de surtos e planejam medidas imediatas de 
controle e contenção. Evitam a disseminação de germes hospitalares. 
Emitem relatórios sobre a situação das infecções. 
CCIH: A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) é uma 
Comissão deliberativa, que tem como principal finalidade aprovar, 
anualmente, o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), que 
é executado pelo Serviço Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). A CCIH é 
uma Comissão de assessoria da Superintendência da Instituição, enquanto 
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o SCIH faz parte do Setor de Vigilância e Segurança do Paciente, que é 
subordinado a Gerência de Assistência. As atividades da CCIH/ SCIH estão 
fundamentadas na Portaria no 2616/1998 do Ministério da Saúde, que 
define as diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções 
hospitalares, na RDC 48/2000 e na Resolução SESA/PR no 0674/2010, que 
aprova o regulamento técnico que estabelece as ações de vigilância em 
saúde a serem desenvolvidas no Controle das Bactérias Multirresistentes 
(BMR) e Bactérias oriundas de Infecções Hospitalares e de Surtos em Serviços 
de Saúde. A composição da equipe do SCIH é multiprofissional, formada 
por dois médicos infectologistas, seis enfermeiros, um farmacêutico e duas 
secretárias. A conduta dos profissionais na área da saúde deve seguir a 
Norma Regulamentadora (NR) 32, que estabelece diretrizes sobre a 
Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. 
COMPETE A CCIH: 
1. Elaborar, implementar e monitorar o Programa de Controle de Infecção 
Hospitalar; 
2. Implantar um Sistema de Vigilância Epidemiológica para 
monitoramento das infecções relacionadas à assistência à saúde; 
3. Implementar e supervisionar normas e rotinas, visando a prevenção e o 
controle das infecções relacionadas à assistência à saúde; 
4. Promover treinamentos e capacitações do quadro de profissionais da 
instituição, no que diz respeito à prevenção e controle das infecções 
relacionadas à assistência à saúde, através de Educação Continuada; 
5. Participar, em cooperação com a Comissão de Farmácia e 
Terapêutica, da elaboração de políticas de utilização de 
antimicrobianos, saneantes e materiais médico-hospitalares, 
contribuindo para o uso reacional destes insumos; 
6. Realizar investigação epidemiológica de surtos e implantar medidas 
imediatas de controle e contenção; 
7. Elaborar, implementar e supervisionar normas e rotinas objetivando 
evitar a disseminação de germes hospitalares, por meio de medidas de 
isolamento e contenção; 
8. Elaborar, implementar, divulgar e monitorar normas e rotinas visando a 
prevenção e o tratamento adequado das infecções hospitalares; 
9. Elaborar e divulgar, periodicamente, relatórios dirigidos à autoridade 
máxima da instituição e às chefias dos serviços, contendo informações 
sobre a situação das infecções relacionadas à assistência à saúde na 
instituição. 
 EXPLICAR COMO A CCIH INVESTIGA SURTOS HOSPITALARES: 
COMPARAR TAXAS DE INFECÇÃO HOSPITALAR PARA DETERMINAR A 
PRESENÇA DE SURTO; REVISÃO DE LITERATURA ACERCA DO MODO DE 
TRANSMISSÃO, FONTE DE INFECÇÃO E FATORES DE RISCO PARA O 
AGENTE ENVOLVIDO; REVISÃO DE PRONTUÁRIO PARA DETERMINAR 
OS FATORES DE RISCO. 
O período do surto é definido a partir do aparecimento do primeiro caso 
que preencha a definição estabelecida. Qualquer informação que chegue 
ao conhecimento da COMISSÃO ou SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO 
HOSPITALAR (CCIH), sobre um provável surto, deve ser valorizada. 
Três são as fontes de informação para a CCIH sobre a ocorrência de um 
surto. São elas: 
1. Médicos e enfermeiros da unidade envolvida; 
2. Vigilância epidemiológica realizada pelos profissionais da CCIH; 
3. Laboratório de microbiologia. 
Antes de tudo, é necessário comparar as TAXAS DA INFECÇÃO HOSPITALAR 
em questão (obedecendo à definição estabelecida) entre o período 
endêmico (pré-epidêmico) e o epidêmico. A definição de infecção deve 
ser a mesma para os dois períodos. A definição de caso consiste na 
padronização de um conjunto de critérios (clínicos, laboratoriais e 
epidemiológicos), com o objetivo de estabelecer se um determinado 
paciente deve ser classificado como caso, com referência ao agravo de 
interesse à investigação. 
Após a definição de caso e a verificação se realmente existe um surto, o 
passo mais importante é proceder a uma REVISÃO RÁPIDA E DETALHADA DA 
LITERATURA, para conhecer: 
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o o modo de transmissão do agente ou síndrome clínica; 
o a fonte de infecção (reservatório) e 
o os fatores de risco para aquisição do agente envolvido. 
Além dessas informações, a revisão da literatura pode trazer dados sobre 
um surto semelhante que tenha ocorrido em outra instituição. Essa 
informação poderá poupar muito tempo na investigação e propiciar o 
estabelecimento precoce de medidas de controle - que irão prevenir o 
aparecimento de novos casos. 
A próxima etapa é a DETERMINAÇÃO DOS FATORES DE RISCO, que pode ser 
feita através da coleta e da análise de informações dos pacientes 
envolvidos, tais como: 
o unidades e período em que o paciente permaneceu internado; 
o leitos que ocupou; 
o utilização de cateteres intravasculares e sondas; 
o ventilação mecânica; 
o nutrição parenteral prolongada; 
o hemoderivados e 
o outras, de acordo com as características de cada surto - como 
medicamentos com seus respectivos lotes. 
A partir dos prontuários, também podem ser levantadas: informações sobre 
o pessoal médico e o de enfermagem, que prestou assistência aos 
pacientes envolvidos e que podem estar relacionadas ao aparecimento do 
surto. 
Assim, deve ser construída uma ficha para a coleta dos dados. A seguir, 
devemos FORMULAR HIPÓTESES. 
Neste ponto da investigação, já é possível formular hipóteses sobre os 
PROVÁVEIS RESERVATÓRIOS e o MODODE TRANSMISSÃO DO AGENTE 
CAUSADOR DO SURTO. Consequentemente, as medidas de controle 
inicialmente implantadas podem ser atualizadas e/ou substituídas por novas 
medidas, baseadas nas hipóteses formuladas. 
A partir deste ponto, a investigação torna-se mais trabalhosa, porém, é 
fundamental para estabelecer uma relação causa-efeito entre o provável 
agente e a fonte de infecção, com o aparecimento do surto. Para isso é 
necessária a aplicação de estudos de investigação epidemiológica e, se 
possível, de métodos de tipagem molecular de microrganismos. 
Estes são possíveis quando o agente é identificado a partir da fonte suspeita 
e dos pacientes envolvidos no surto. Desta forma, sempre entre em contato 
com o laboratório de microbiologia para que os microrganismos 
identificados sejam armazenados por um tempo prolongado, possibilitando 
uma análise microbiológica mais ampla, posteriormente. 
CONHECER AS PRINCIPAIS MEDIDAS DE CONTROLE PRECONIZADAS 
PELA CCIH NO CASO DE SURTOS HOSPITALARES (FAZER INTERFACE 
COM BIOSSEGURANÇA). 
As medidas adotadas devem estar em acordo com a realidade de cada 
instituição e, assim que for identificado o possível meio de transmissão por 
um estudo epidemiológico, ou do microrganismo envolvido - estas devem 
ser revistas e adaptadas às características epidemiológicas do agente 
identificado. 
O QUE FAZER QUANDO UM SURTO É IDENTIFICADO? 
As seguintes medidas devem ser aplicadas imediatamente: 
1. ORIENTAÇÃO E TREINAMENTO DOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO 
ATENDIMENTO DOS CASOS, COM REFORÇO E INTENSIFICAÇÃO DAS 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO, TAIS COMO: 
o higiene das mãos (lavagem com água e sabão, uso de 
antissépticos ou álcool-gel); 
o manuseio de secreções e fluidos corpóreos; 
o cuidados para aspiração traqueal; 
o técnica adequada em curativos; 
o cuidado no manuseio de cateteres e sondas; 
o limpeza e esterilização de materiais; 
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o limitação do uso, do tempo de utilização e do emprego de 
técnica asséptica para realização de procedimentos invasivos 
(instalação de cateteres, sondas entre outros). 
2. REVISÃO DAS TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE 
LÍQUIDOS PARA INFUSÃO PARENTERAL (PRINCIPALMENTE 
HEMODERIVADOS E NUTRIÇÃO PARENTERAL), ALIMENTAÇÃO ORAL 
(PRINCIPALMENTE LACTÁRIO) E ENTERAL E, SE POSSÍVEL, SEPARAÇÃO 
DOS PACIENTES COM INFECÇÃO OU COLONIZADOS, DOS OUTROS 
PACIENTES INTERNADOS. 
3. IDENTIFICAÇÃO DA FONTE DE INFECÇÃO PARA DETERMINARMOS AS 
MEDIDAS DE CONTROLE MAIS EFICAZES. 
Após as medidas emergenciais, cabe rever alguns pontos fundamentais: 
IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAC ̧ÃO DAS MÃOS 
A higienização das mãos é, ainda, a principal medida de controle de 
infecção hospitalar, incluindo os surtos. Deve ser realizada antes e após o 
manuseio de cada paciente, independentemente do uso de luvas. O uso 
de álcool glicerinado ou álcool-gel, em frascos dispostos ao lado de cada 
leito é uma medida econômica e deve ser eseconômica principalmente 
em unidades onde ocorram dificuldades para as lavagens das mãos. Além 
disto, o emprego do álcool-gel permite reduzir o consumo de tempo, 
quando com- parado à lavagem das mãos. O uso de clorexidina 
degermante 2% para higienização das mãos, segundo estudos realizados, 
mostra maior eficácia na redução de taxas de colonização e maior adesão 
dos profissionais à higienização das mãos. Está indicado em situações 
especiais, como surtos em instituições ou enfermarias com altas taxas de 
infecção ou locais que realizam frequentemente procedimentos invasivos 
(UTI e berçário de alto risco). 
QUE OUTRAS MEDIDAS DEVEMOS REFORÇAR? 
A utilização de métodos de barreira, como luva, no manuseio de pacientes 
colonizados/infectados está indicada na vigência de surtos. Atua como 
barreira física entre o material potencialmente contaminado 
e as mãos do profissional de saúde. Deve ser sempre precedida e 
complementada pela lavagem de mãos. Aventais devem ser utilizados - 
caso haja risco de contaminação com material infectante - de acordo com 
os princípios de Isolamento de Fluidos Corpóreos instituídos pelo Centers for 
Disease Control and Prevention, Atlanta, EUA. Atenção especial deve ser 
dirigida aos pacientes com diarréia, colonizados/infectados por 
enterococos. As máscaras podem não ser necessárias, uma vez que há 
poucas evidências de transmissão de infecção bacteriana, incluindo o 
estafilococos, por via respiratória - exceção para as doenças de transmissão 
por aerossóis (tuberculose), ou gotículas (doença meningocócica). Do 
mesmo modo, não há evidências de redução na taxa de portadores nasais 
de Staphylococcus aureus resistente à oxacilina pelo uso de máscaras. O 
uso de propés não está indicado. 
O QUE MAIS PODE AUXILIAR PARA CONTROLAR UM SURTO? 
É necessário fazer a identificação de profissionais de saúde que funcionam 
como reservatórios de microrganismos. O exemplo mais conhecido é o 
portador nasal de estafilococo. Entretanto, já foram descritos surtos por 
salmonela, estreptococos, entre outros - transmitidos por profissionais de 
saúde colonizados por esses agentes. A utilização de mupirocina nasal para 
a eliminação do estado de portador do S. aureus é uma medida eficiente. 
O maior problema deste esquema é a emergência de resistência, além do 
que, o microrganismo pode retornar após semanas a meses do tratamento. 
Outra forma de atuar nos pacientes ou profissionais portadores ou 
colonizados transitoriamente pelo S. aureus é por meio de banhos com 
antissépticos ou antimicrobianos, como a clorexidina. Estas medidas são 
controversas - uma vez que a colonização pode ser transitória, sem 
indicação na transmissão hospitalar. 
QUAL O PAPEL DO AMBIENTE? 
O ambiente tem um papel de menor importância na disseminação de 
agentes envolvidos em surtos de infecção hospitalar. As superfícies 
contaminadas do ambiente não são fontes importantes de transmissão - 
desde que sejam mantidas limpas. Uma vez liberado o quarto de um 
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paciente colonizado/infectado por uma bactéria sob controle, bastam as 
medidas usuais de limpeza, não havendo necessidade de medidas 
especiais. Entretanto, os profissionais da limpeza, bem como a supervisora - 
geralmente uma enfermeira - devem ser alertados para a situação de surto 
na unidade, com a intenção de melhorar a rotina de trabalho. 
A engenharia e a arquitetura hospitalares podem influenciar positivamente 
no ambiente e no desenho de dispositivos e equipamentos utilizados na 
instituição. Para isso, o ambiente deve ter um bom fluxo de pessoal, dispor 
de leitos de isolamento, apresentar número adequado de pias, local 
diferenciado para expurgo e para a desinfecção de materiais - se esta for 
realizada na unidade. Os dispositivos e equipamentos devem ser de 
qualidade, a fim de serem minimizados os riscos de contaminação por 
perda de continuidade ou quebra de barreira na coleta de exames ou 
administração de medicação. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. https://www.ini.fiocruz.br/ccih 
2. https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/publicacoes
/modulo-10_manual-de-microbiologia.pdf 
3. https://unichristus.edu.br/wp-
content/uploads/2020/10/Antimicrobianos-Revisão-Geral-para-
Graduandos-e-Generalistas.pdf 
4. Medicina Interna de Harrison. 
5. file:///C:/Users/User/Downloads/12-41-1-PB.pdf 
6. https://www.tuasaude.com/antibiograma/ 
7. https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/iras/M%F3dulo%2
03%20-
%20Investiga%E7%E3o%20e%20Controle%20de%20Surtos%20Hospital
ares.pdf

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