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ÂMNIO E LÍQUIDO AMNIÓTICO
O fino, mas resistente âmnio forma um saco amniótico membranoso preenchido por líquido que circunda o embrião e mais tarde o feto. O saco contém líquido amniótico.
Líquido Amniótico 
O líquido amniótico exerce um papel importante no crescimento fetal e no desenvolvimento do embrião/feto. Inicialmente, algum líquido amniótico é secretado pelas células do âmnio. A maior parte do líquido é derivada do tecido materno e do líquido intersticial por difusão através da membrana amniocoriônica da decidia parietal. Posteriormente, há a difusão do líquido através da placa coriônica do sangue no espaço interviloso da placenta. Antes da queratinização (formação da queratina) da pele ocorrer, o principal caminho para a passagem de água e de solutos do líquido tissular do feto para a cavidade amniótica é através da pele; assim, o líquido amniótico é semelhante ao líquido tecidual fetal. O líquido também é secretado pelos tratos respiratório e gastrintestinal fetais e entra na cavidade amniótica. A taxa diária de contribuição de líquido para a cavidade amniótica do trato respiratório é de 300 a 400 mL. Começando na décima primeira semana, o feto contribui com o líquido amniótico pela excreção de urina para a cavidade amniótica. Na gestação tardia, aproximadamente 500 mL de urina é adicionada diariamente. O volume de líquido amniótico normalmente aumenta lentamente, alcançando aproximadamente 30 mL em 10 semanas, 350 mL em 20 semanas e 700 a 1.000 mL em 37 semanas. 
Circulação do Líquido Amniótico 
O conteúdo de água do líquido amniótico é trocado a cada 3 horas. Grandes quantidades de água passam através da membrana amniocoriônica para o líquido tecidual materno e entra nos capilares uterinos. Uma troca de líquido com o sangue fetal também ocorre através do cordão umbilical e onde o âmnio adere à placa coriônica sobre a superfície fetal da placenta; assim, o líquido amniótico está em equilíbrio com a circulação fetal. O líquido amniótico é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos respiratório e digestório fetais. Estima-se que durante os estágios finais da gestação, o feto deglute em torno de 400 mL de líquido amniótico por dia. O líquido passa para a corrente sanguínea fetal, e os produtos residuais nele atravessam a membrana placentária e entram no sangue materno no espaço interviloso. O excesso de água no sangue fetal é excretado pelos rins fetais e retorna ao saco amniótico através do trato urinário fetal. 
Composição do Líquido Amniótico 
O líquido amniótico é uma solução aquosa na qual material não dissolvido (p. ex., células epiteliais fetais descamadas), está suspenso. O líquido amniótico contém aproximadamente porções iguais de compostos orgânicos e sais inorgânicos. Metade dos constituintes orgânicos é de proteína; a outra metade consiste em carboidratos, gorduras, enzimas, hormônios e pigmentos. Com o avanço da gestação, a composição do líquido amniótico é trocada. Devido à entrada de urina no líquido amniótico, estudos dos sistemas enzimáticos fetais, dos aminoácidos, dos hormônios e de outras substâncias podem ser conduzidos no líquido removido pela amniocentese. Estudos das células no líquido amniótico permitem diagnóstico de anormalidades cromossômicas tais como, a trissomia do 21 (síndrome de Down).
Importância do Líquido Amniótico 
O embrião, suspenso no líquido amniótico pelo cordão umbilical, flutua livremente. O líquido amniótico tem funções importantes no desenvolvimento do feto: 
• Permite o crescimento externo simétrico do embrião/feto. 
• Atua como uma barreira à infecção. 
• Permite o desenvolvimento normal do pulmão fetal. 
• Impede a aderência do âmnio ao embrião/feto. 
• Amortece os impactos recebidos pela mãe. 
• Ajuda no controle da temperatura corporal do embrião/feto através da manutenção de uma temperatura relativamente constante. 
• Permite que o feto se mova livremente, ajudando assim no desenvolvimento muscular (p. ex., pelo movimento dos membros). 
• Auxilia na manutenção da homeostase de líquidos e de eletrólitos.
Distúrbios do volume do líquido amniótico 
Uma condição na qual um baixo volume de líquido amniótico está presente em uma determinada idade gestacional chama-se oligoidrâmnio, e resulta em alguns casos de insuficiência placentária com diminuição do fluxo sanguíneo placentário. A ruptura pré-termo da membrana amniocoriônica ocorre em aproximadamente 10% das gestações e é a causa mais comum de oligoidrâmnios. 
Quando existe agenesia renal (falha da formação do rim), a ausência da contribuição da urina fetal ao líquido amniótico é a principal causa de oligoidrâmnio. Um decréscimo semelhante ocorre no líquido quando existe uropatia obstrutiva (obstrução do trato urinário). Complicações de oligoidrâmnio incluem defeitos congênitos fetais (hipoplasia pulmonar e defeitos faciais e de membros) que são causados pela compressão fetal pela parede uterina. Em casos extremos, como na agenesia renal, a sequência de Poer resulta da hipoplasia pulmonar letal devido a severos oligoidrâmnios. A compressão do cordão umbilical é também uma complicação potencial de oligoidrâmnios severos.
A ultrassonografia tornou-se a técnica de escolha para diagnosticar oligoidrâmnios e polidrâmnios. A ruptura prematura da membrana amniocoriônica é o evento mais comum que leva ao trabalho de parto prematuro e ao nascimento e, a mais comum complicação resultante do oligoidrâmnio. A perda do líquido amniótico remove a principal proteção que o feto tem contra infecção.

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