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- MOVIMENTOS DENTARIOS ORTODONTICOS

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Amanda Ribeiro 
 
MOVIMENTOS DENTÁRIOS ORTODÔNTICOS 
 
O movimento dentário fisiológico é aquele que vai levar o dente desde a cripta óssea aonde o 
dente foi formado até a sua posição em oclusão com o seu antagonista. E um movimento 
dentário fisiológico indesejado é a migração para os espaços adjacentes ou dos antagonistas por 
causa de dentes perdidos. Então demos exemplo de um movimento dentário fisiológico que nós 
queremos e um indesejado. 
No movimento dentário ortodôntico nós vamos ter sempre a aplicação de uma força externa, 
que vai produzir reações teciduais mais intensas, quer dizer que o tecido vai ser estressado, a 
homeostase daquele sistema vai ser quebrada fazendo um movimento mais rápido. Muitas 
vezes dependendo do planejamento e da capacidade de quem vai estar fazendo esse 
movimento o paciente pode ou não sentir dor. No movimento dentário ortodôntico nós temos 
alguns pré-requisitos pro controle da movimentação dentária, o uso adequado da mecânica, 
então o entendimento de qual o movimento que essa força aplicada vai gerar e o conhecimento 
das respostas teciduais, se você não souber metabolismo do tecido periodontal e do tecido 
ósseo, mesmo que você utilize uma força/mecânica adequada você pode reações adversas. 
Então nós precisamos respeitar o turnover do ligamento periodontal. 
O periodonto é dividido em periodonto de proteção que é a gengiva e o periodonto de 
sustentação que é composto pelo cemento, osso alveolar e o ligamento periodontal. 
Biologicamente falando, o periodonto de sustentação são os mais ativos durante o movimento 
ortodôntico, porém a gente não pode desconsiderar a importância da gengiva na manutenção 
desse dente no arco. 
Então as estruturas envolvidas nós temos o dente com todos os seus tecidos, dentina, polpa, 
esmalte e principalmente o cemento, porque o cemento é um tecido que na odontologia a gente 
não repara muito nele, mas para o ortodontista ele é o seu melhor amigo. O ligamento 
periodontal, sem ele a mágica não acontece, o dente não movimenta, então é preciso ter um 
ligamento periodontal hígido para ter movimentação. Primeira conclusão: Dente anquilosado, 
por menor que seja essa anquilose, o dente não se movimenta, se eu não tenho lig. Periodontal 
o dente não sai do lugar. Outra consequência dessa é o implante, o implante não se movimenta, 
por mais que o osso tenha a capacidade de se remodelar, sem o ligamento periodontal para 
transferir a força que você vai fazer na coroa para o osso, não há mudança na posição do 
implante. Então o ligamento periodontal serve de tradutora entre a força que você vai aplicar 
na coroa do dente e a remodelação óssea, ele vai dizer para o osso pra onde ele tem que se 
remodelar pra aliviar aquela força que você colocou na coroa do dente. E o osso alveolar como 
tecido de suporte principal do dente, ele precisa sofrer essa remodelação, sem essa capacidade 
plástica ou qualquer evento que o paciente tenha que atrapalhe o metabolismo ósseo vai 
atrapalhar na movimentação ortodôntica. 
O cemento na parte dentária é aonde as fibras colágenas que ligam o dente ao osso alveolar se 
inserem, é o tecido de reparação para a superfície radicular. Então essa palavra, tecido de 
reparação para a superfície radicular é o que torna o cemento o melhor amigo do ortodontista 
porque ele vai ajudar você a mascarar os seus erros. O cemento normalmente sofre absorções 
e reparos fisiológicos devido aos esforços da mastigação e a própria erupção contínua para 
manter contado com o antagonista ou com seus vizinhos. Então ele tem um nível basal de 
turnover, o cemento não é que nem o esmalte que uma vez depositado ele não sofre mais 
Amanda Ribeiro 
 
alteração e ele não é vascularizado, o que o torna mais resistente a reabsorção. Então aqui nós 
temos uma lâmina em uma aproximação mostrando o cemento, o cemento é o azul mais denso 
enquanto que o azul mais claro são as inserções das fibras. Aqui preso nessas lacunas nós temos 
aquelas células muito parecidas com as que temos no osso, que são os cementócitos, que são 
células que já fabricaram o cemento, mas acabaram preso dentro da matriz depois que ela foi 
calcificada. A deposição do cemento segue a mesma regra do tecido ósseo, você vai e fabrica 
uma camada chamada de cementóide que é um tecido mais orgânico do que mineral, com o 
tempo esse tecido é amadurecido e vai se tornando mais mineral do que orgânico e as células 
que fazem essa mineralização acabam ficando presas dentro da sua matriz. Porém elas estão 
presas, mas elas não estão inativas, de forma nenhuma elas estão mortas ou sofreram algum 
processo de apoptose celular, elas possuem comunicações umas com as outras e elas 
conseguem perceber mudanças na pressão do meio. Em um terceiro nível de conhecimento a 
gente começa a estudar a sinalização dessas células a partir do momento em que elas captam 
mudança no meio, quando você aplica pressão você muda o meio do ligamento periodontal. 
O ligamento periodontal propriamente dito é praticamente fibra colágena, 90% dele é fibra 
colágena e o tipo celular mais frequente são os fibroblastos, ele fica sobre a fibra, ele vai 
caminhando entre o osso alveolar e o cemento, na frente dele ele vai degradando a fibra e atrás 
vai depositando a fibra nova. Então ao mesmo tempo que ele destrói anterior ele constrói a fibra 
nova na posterior, esse processo quando ele chega no osso alveolar ele inverte e começa a 
refazer a fibra. Isso é o nosso turnover normal, isso não para. Nós temos células mesenquimais 
indiferenciadas, nós temos um nível basal de osteoblastos e de osteoclastos que são sempre 
naquela região, então se você pegar qualquer um de nós aqui e fizer uma lâmina do ligamento 
periodontal você vai encontrar osteoclastos e osteoblastos e eles estão em atividades e estão 
sempre remodelando principalmente a lâmina dura voltada para o lig. Periodontal porque a fibra 
se insere no osso alveolar, e aquela parte da fibra que ficou inserida o fibroblasto não consegue 
trocar, então precisa destruir aquele osso para que aquela ponta da fibra seja trocada. E nós 
vamos ter pelo lado da raiz os cementoblastos e os cementoclastos. Cada vez mais que a gente 
estuda o cementoblasto a gente comprova que ele é bem diferente do osteoblasto, ele tem uma 
capacidade pra nós muito interessante, que o osteoblasto não tem. Apesar de 
microscopicamente as duas células parecem iguais, elas são diferentes em seus receptores de 
membrana. E claro nós temos os nossos fluidos tissulares que intermeiam tudo isso e que são o 
primeiro elemento de tradução entre a força que você aplica na coroa e a resposta do osso, 
então quando você aplica uma força na coroa você muda a pressão bioestática dentro do 
processo alveolar, esse líquido tente a extravasar pra dentro do osso. O líquido que tava dentro 
do ligamento periodontal, vamos dizer que eu sou o dente e que eu vou me movimentar em 
direção a porta então eu vou receber uma força no sentido da minha direita pra minha esquerda, 
então eu vou comprimir o ligamento periodontal desse lado, o líquido que preenchia aqui vai 
extravasar no primeiro momento pra dentro do osso alveolar, esse movimento que esse líquido 
faz, ele vai ativar uma série de receptores de células que já vão falar opa o meio mudou, nós 
estamos sobre pressão. Aqui nós temos uma vista macroscópica em um aumento maior e aqui 
em um aumento menor. Esse aqui é o lig. Periodontal, aqui o cemento e a dentina, o dente, o 
processo alveolar, a lamina dura, o osso alveolar propriamente dito e o osso mais medular. Aqui 
no aumento maior a gente consegue observar vários núcleos de fibroblastos, tem vasos 
sanguíneos, praticamente em cima de cada fibra tem um fibroblasto, encarregado de fazer essa 
movimentação. Essas fibras vão conectar o cemento ao osso alveolar, fazendo aquele coxim 
mecânico na hora que você oclui o dente faz aquele pequeno movimento de intrusão dentro do 
processo alveolar,em média o ligamento periodontal tem 0,5mm de espessura. O alvéolo não 
Amanda Ribeiro 
 
é todo liso, ele é todo irregular, então tem regiões que você tem mais de 0,5mm e tem regiões 
que você vai ter muito menos, tudo vai depender de como se formaram as espículas ósseas na 
hora que o osso se formou ao redor do dente, então no mesmo processo alveolar, no mesmo 
dente você vai ter distâncias que variam de 0,1 a 0,8mm, essa distância é uma média, ela não 
tem um significado clínico para nós. O que eu sei que mesmo em um pré molar, incisivo ou 
canino eu vou ter regiões em que eu não vou ter todo esse espaço, isso é importante. 
O osso alveolar é a principal estrutura de suporte dos dentes e dos tecidos moles que repousam 
sobre ele, e ele absorve as forças transmitidas pelos contados oclusais durante a mastigação. A 
gente acha que não, mas quando a gente oclui e faz os esforços mastigatórios, o osso flete. O 
dente recebe a carga do antagonista, começa a intruir dentro do alvéolo, as fibras do lig. 
Periodontal funcionam como um coxim mecânico, mas elas vão puxando o osso alveolar 
também, então o osso flete, ele trabalha também. E ele é altamente vascularizado com uma 
capacidade contínua de remodelação, então ele está sempre com seu turnover normal. 
Então a gente viu os tecidos de suporte, o principal tecido do dente pra nós vai ser o cemento 
que ele vai ajudar a mascarar o erro que o profissional vai fazer, mas estudos mostram que 
durante a movimentação dentária nós temos um aumento de temperatura e de curso sanguíneo 
dentro da polpa do dente movimentado, então em alguns casos (algo raro) você pode 
desencadear reabsorção interna do dente. Existe alguns estudos que ligam reabsorção interna 
com clareamento, porque quando você tem a junção amelocementária vocês sabem que é 
aonde ocorre a sensibilidade dentária, o normal seria sobrepor ou ficar justaposto e as vezes 
fica um espaço. Então quando o paciente faz o clareamento e o paciente tem aquela junção 
exposta, o peróxido de carbamida entra naquele espaço e vai irritar a polpa lá dentro. A polpa 
já fica irritada, e quando você vai fazer a movimentação dentária você induz um segundo 
estímulo, uma segunda inflamação dessa polpa, e aí você desencadeia um processo de 
reabsorção interna do dente. Esse processo é um processo surdo, o paciente não nota, não dói, 
é diferente da dor endodôntica que a polpa tenta inflamar, mas as paredes estão hígidas, então 
o tecido dói. Ali normalmente você vai destruir o tecido envolta então você vai aumentar a 
câmara pulpar, então essa dor não ocorre. O tratamento pra isso se for diagnosticado cedo é 
fazer o tratamento de canal com hidróxido de cálcio, pra vê se consegue estancar esse processo 
de reabsorção interna. 
As teorias do movimento dentário: São 4 teorias, e nenhuma delas na literatura te explica em 
toda a sua complexidade o movimento dentário. Algumas são mais antigas, mas são 
conhecimentos que precisam ser passados para vocês. 
Vamos falar primeiro da piezoeletricidade: A piezoeletricidade é a capacidade do cristal gerar 
eletricidade, você deformar um cristal e ela geral eletricidade. O osso alveolar é formado por 
colágeno e hidroxiapatita. A hidroxiapatita normalmente ela se arranja em um estado cristalino, 
e os cristais como falei podem produzir eletricidade. Então vamos imaginar que isso aqui seja 
uma cadeia de hidroxiapatita, lá na lâmina dura do osso alveolar, você aplicou uma força ao 
dente e essa força através do ligamento periodontal refletiu nessa cadeia que tá lá dentro do 
osso alveolar, ele vai fletir na direção da força (a cadeia de hidroxiapatita), nas regiões que você 
tem compressão, ou seja, nas regiões côncavas você vai ter um acúmulo de cargas positivas, 
como se acumula carga postiva? O que aconteceu é que os elétrons que estavam nesse lado 
migraram pro outro lado, e quando você teve a flexão do cristal você diminuiu essa distância 
interatômicas, então os elétrons que estavam na camada mais externas começam a ficar muito 
próximos uns dos outros, o elétron sendo o elemento antissocial que ele é, ele vai sair daqui e 
Amanda Ribeiro 
 
vai migrar pro outro lado lá, então do outro lado eu tive um aumento da distância interatômicas, 
então o elétron sai daqui e vai habitar lá do outro lado digamos na região de tração que são as 
regiões convexas, vai ter um acúmulo de cargas negativas. Esse lado vai fazer uma quimiotaxia, 
vai ser um ambiente favorável pra o acúmulo de osteoclastos, pra fazer a absorção óssea. Então 
vai remodelar esse filamento de hidroxiapatita de forma a tirar essa parte de compressão aqui 
para que ela fique reta. Essa parte vai ser reabsorvida enquanto vai ter deposição desse lado de 
forma a voltar esse estado neutro que nós tínhamos antes. Esse lado por sua vez vai fazer 
quimiotaxia para células de depósito, para os osteoblastos, vão depositar hidroxiapatita desse 
lado tentando voltar a normalidade. No resumo essa é a teoria da piezoeletricidade, você vai 
fletir o filamento de cristal de hidroxiapatita de um lado ele vai induzir a reabsorção e do outro 
lado vai induzir a deposição óssea, isso em um pedaço. Então imagina toda a parede do osso 
alveolar que tá sofrendo esforço em um dente que tá querendo ir naquela direção, toda essa 
parede tá sofrendo esforço, então toda essa parede vai formar uma área propensa a reabsorção 
enquanto do outro lado a gente vai ter uma área propensa a deposição. Então é mais ou menos 
assim, os aparelhos que vocês estão fazendo eles não têm a capacidade de movimentar o dente 
de corpo, o que é isso? É o dente estar na posição A e ele ir p/ posição B tanto coroa quanto raiz 
na mesma proporção. Geralmente essas molas que vocês estão fazendo elas causam um 
movimento de inclinação do dente, então você vai aplicar uma força na coroa do dente, o dente 
vai inclinar, a coroa vai pro sentido da porta enquanto a raiz vai pro sentido da janela. Você não 
faz um movimento de corpo, ele inclina, a coroa vai pro um lado e a raiz vai pra o outro. Por isso 
a gente tem diferentes áreas, aqui aonde a gente tem o amarelo é deposição óssea e aqui aonde 
tem os pontinhos reabsorção óssea. Quando eu aplico uma força como está aqui, no sentido da 
janela para porta, a coroa vai tender a virar em direção a porta. Aqui eu vou ter uma área de 
pressão e aqui de tração, aonde o ligamento periodontal vai ser tracionado, vai ser distendido. 
Aqui eu vou fazer um estimulo para deposição óssea e aqui pra absorção óssea. Já na raiz vai 
inverter os lados. Pensando na Piezoeletricidade, esse lado aqui vai ficar positivamente 
carregado e esse lado negativamente carregado. Esse ambiente eletricamente carregado vai 
desencadear a quimiotaxia dessa célula para que ocorra a remodelação do alvéolo, cor isso o 
dente vai se movimentar. 
Mecanismo do fluxo Sanguíneo: É bastante simples de você entender em termos de você 
pensar que as células precisam de sangue, do lado que você faz pressão a luz do vaso comprime 
então a circulação diminui, a disponibilidade de metabólitos, de oxigênio vai diminuir desse lado. 
Do lado de tração, aonde eu estendo o ligamento periodontal, a luz do vaso vai ceder, vai 
melhorar a circulação. O lado comprimido, ou seja, o lado em que a força está atuando, eu vou 
ter uma diminuição do fluxo sanguíneo enquanto que do outro lado como vai distender as fibras 
eu vou ter um aumento do fluxo sanguíneo. Essas alterações causam mudanças do ambiente 
químico, que levam a seleção do tipo celular mais proeminente daquele lado. Então aqui como 
vou ter uma disponibilidade menor de oxigênio eu vou fazer uma quimiotaxia pra células de 
reabsorção, células osteoclásticas enquanto desse lado eu vou facilitar a deposição. A atividade 
osteoclástica pode estar relacionada ao fluxo sanguíneo durante o movimento dentário uma vez 
que os osteoclastos aparecem nas vizinhanças dos vasos sanguíneos, então é uma teoria simples 
se você pensarem termos de capacidade de invasão dos vasos sanguíneos. 
Mecanismo da Reação Inflamatória: É um pouquinho mais complicado. O movimento dentário 
causa uma reação inflamatória. Como eu caracterizo o termo movimento dentário? É um agente 
externo que perturba a homeostase, é um agente de inflamação, ele vai desencadear no 
ligamento periodontal uma reação inflamatória e quem é o agente agressor dessa reação 
Amanda Ribeiro 
 
inflamatória? A força! Uma das consequências vai ser a dor. Nós temos aqui a aplicação da força, 
ou seja, eu vou agredir o ligamento periodontal, nós vamos ter a liberação de várias proteínas 
livres, diferentes tipos celulares, por incrível que pareça até os osteócitos e os cementócitos 
ficam presos dentro da matriz, eles vão funcionar como mediadores químicos promovendo a 
vasodilatação, vai levar ao exsudato, vai ter aquela sensação que o dente está alto, vai aumentar 
a quantidade de líquido no ligamento periodontal e por sua vez vai permitir a diapedese, 
permitindo a migração de células pela membrana do vaso sanguíneo, aumentando mais ainda o 
nosso infiltrado, levando então a fagocitose e a liberação de citocinas e essas citocinas por sua 
vez vão desencadear o estímulo de fibroblastos, osteoblastos.. Dessas citocinas as que nós mais 
estudamos são as (25:35), interleucinas, o TGF beta e o CTGF que é o fator de crescimento de 
tecido conjuntivo. O movimento dentário se explica a partir da aplicação da força na coroa do 
dente, essa força vai ser interpretada como um agente agressor e vai desencadear todo o 
processo inflamatório. 
Mecanismo da pressão e tração (o que nós mais utilizamos para explicar na graduação): O 
dente de todo mundo está nesse estado de equilíbrio, em que você vai ter as fibras do ligamento 
periodontal tanto no lado mesial como no lado distal em equilíbrio, porque o dente não está 
sobre ação de nenhuma força. Mas quando ativamos aqui uma mola, colocamos um bracket, 
fazemos aqui a ativação desse dente, o que esse dente vai fazer? Ele vai sair da posição A e vai 
pra posição B, aqui o B ele vai comprimir o ligamento periodontal do lado distal e vai distender 
o ligamento periodontal do lado mesial. Então se a gente olhar com um zoom as fibras, elas vão 
ficar com o seu comprimento deformado e o vaso sanguíneo tem sua luz diminuída. Vejam que 
todas essas teorias que nós vimos antes vão se associando. Essa parede do osso alveolar vai 
deformar, essa deformação vai causar um carregamento elétrico tanto desse lado do osso 
voltado para o ligamento periodontal quanto do lado do osso voltado para medula. E aqui eu 
vou ter alteração do fluxo sanguíneo. Todas as teorias acabam se interconectando. E no lado de 
tração eu vou ter uma distensão dessas fibras, à medida em que o dente se deslocar de mesial 
para distal eu vou ter a distensão dessas fibras. E o que vai acontecer com a luz do vaso do lado 
de tração? Vai aumentar, o vaso sanguíneo acaba que fica envolvido na rede das fibras colágenas 
quando as fibras se distendem o vaso se distende junto. 
Então na teoria do mecanismo de tração e pressão nós temos alguns eventos que precisamos 
pontuar: 
- No lado de pressão: Vamos ter uma diminuição do espaço do ligamento periodontal, a gente 
pode ter desde uma leve diminuição, então eu fechei 25%, 50% do espaço e o indesejado que é 
quando eu colo o dente no osso alveolar, eu usei tanta força que eu fechei totalmente o espaço, 
eu deixei a raiz do dente, o cemento celular em contato com a cortical óssea alveolar. Não 
devemos fazer isso, a gente deve ter só uma diminuição do ligamento periodontal que vai levar 
a uma diminuição do fluxo sanguíneo, diminuição da reposição celular desse lado, a articulação 
das células plásticas que vão se enfileirar principalmente sobre a cortical óssea alveolar. Então 
essas elipses com círculos negros são pra representar os osteoclastos que são células 
multinucleadas que vão promover a reabsorção ou absorção óssea da parede alveolar voltada 
para o ligamento periodontal e vai gerar o espaço para que o dente se movimente. Quando 
vocês acham que é a taxa de movimentação do dente na CNTP em 30 dias? Em torno de 1 mm, 
se você conseguir aplicar a força certa, o paciente não tem distúrbio metabólico em condições 
normais de temperatura e pressão. Normalmente nós ficamos abaixo disso, 0,8 e 0,7mm. 
Amanda Ribeiro 
 
Da onde vem o espaço? Centenas de células vão ter que absorver o osso alveolar que vão estar 
na frente do movimento e dar o espaço para o dente se movimentar, além disso depois que o 
dente chegou naquela posição tem que ter aquele 0,5mm do espaço do ligamento periodontal. 
Isso acontece no lado de pressão. 
- No lado de tração: Praticamente são todos os efeitos contrários. Vai aumentar o espaço do 
ligamento periodontal (distensão do espaço do ligamento periodontal). Ah professor, mas eu 
posso movimentar tanto um dente em uma direção que eu arrebento as fibras? Não, por causa 
da parede óssea do osso alveolar, você teria que fraturar a cortical óssea alveolar pra poder 
conseguir romper esse trecho de fibras aqui. Você não consegue romper, mas consegue estirar 
bastante as fibras. Então tem um estiramento das fibras no lado de tração, aumento da 
irrigação/do fluxo sanguíneo desse lado que vai levar um aumento da reprodução celular desse 
lado e o aumento das ativações dos osteoblastos, que vão se enfileirar na cortical óssea alveolar 
voltada para o dente e começa a depositar matriz osteóide aqui pra aliviar essas fibras, pra que 
elas não fiquem distendidas, o ideal é que essas fibras tenham uma leve inclinação. 
Então resumindo no lado de pressão eu vou ter uma menor produção celular, ativação de 
osteoclastos e absorção óssea e no lado de tração eu tenho uma maior reprodução celular, 
ativação dos osteoblastos e deposição óssea pra gente voltar a espessura do ligamento 
periodontal. 
Dor: O que acontece quando você faz uma movimentação tão intensa que você cola a raiz 
dentária no osso alveolar? Quando a gente vai no ortodontista a gente pode fazer dois tipos de 
força, ou uma força suave ou uma força exagerada. Vocês vão encontrar na literatura sinônimo 
de força suave como força ótima, força ideal, difícil você falar que você fez uma força ideal no 
dente, pois só com o conhecimento da anatomia específica daquele alvéolo e da mecânica p/ 
que vc possa dizer que teve uma força ideal, por isso a gente utiliza mais o termo força ótima, 
ou força suave. Essa é a força que o ortodontista planeja fazer no consultório. A força exagerada, 
uma força muito pesada ela vai levar ao fenômeno de hialinização, que vai ser explicado 
posteriormente. 
No lado de pressão, quando eu utilizo essa força suave, essa força ótima eu vou ter uma 
diminuição do espaço do ligamento periodontal, mas eu não vou ter aquela obliteração/ 
fechamento total do espaço, eu vou ter apenas a diminuição que vai levar a compressão das 
fibras do lig. Periodontal e a compressão e formação das células e vasos sanguíneos dos 
capilares. Vai ter diminuição do metabolismo celular, não há formação de áreas de hialinização 
ou não ocorre hialinização e eu tenho o que a gente chama de absorção óssea direta, que é 
quando os osteoclastos ficam enfileirados na superfície do osso alveolar voltado para o 
ligamento periodontal, você tem absorção óssea do ligamento periodontal em direção a medula 
óssea, e isso vai proporcionar um movimento lento e contínuo do dente à medida em que eu 
tenho osso a frente do dente que vai absorvendo e o dente vai se movimentando até que a força 
que estava causando esse estímulo se anule, chegue em zero, ou tenha a próxima consulta. 
Absorção óssea direta vocês vão encontrar na literatura como frontal ou de superfície. Então 
aqui nós temos osso alveolar, o ligamento periodontal, uma camada de cemento e uma camada 
de dentina. O F aqui significa que a força tá sendo aplicada da direta de vocês pra esquerda, mas 
se vocêobservar com cuidado aqui vocês vão ver que as fibras do lig. Periodontal, elas não estão 
nesse sentido horizontal, elas estão no sentido mais oblíquo, em que você já movimentou o 
dente, então aquelas fibras que estavam no sentido horizontal ficam inclinadas, observem que 
os núcleos dos fibroblastos que ficam sobre as células estão todos inclinados, estão 
Amanda Ribeiro 
 
praticamente perpendiculares com a raiz do dente. Então assim você consegue observar, sem 
saber qual a direção que foi aplicado a força, se esse lado tá sofrendo pressão ou tração. 
Quando a gente olha com maior atenção a cortical óssea alveolar, voltada para o lig. Periodontal, 
a gente repara que ela não tá lisa como na outra imagem, ela não tá retinha e bem delimitada 
como na outra. Pq? Porque aqui eu já tenho todas as células osteoclásticas agrupadas e 
enfileiradas na superfície óssea fazendo a absorção desse osso alveolar. Então esse osso alveolar 
tá sendo reabsorvido, do lado do lig. Periodontal porque esse dente tá sofrendo uma força, essas 
fibras já foram deformadas e já houve a ativação dos osteoclásticos, já migraram e já se 
enfileiraram sobre a lâmina dura voltada para o lig. Periodontal. Temos aqui um bom início de 
reabsorção óssea para que esse dente possa se movimentar. Esse é o evento que o ortodontista 
quer, a reabsorção óssea direta, frontal ou de superfície aonde os osteoclastos estão alinhados 
ao longo do ligamento periodontal reabsorvendo osso nesse sentido. Esse é o ideal, as células 
que estão nesse pedaço do ligamento periodontal são todas vivas, eu não matei essas células, 
elas estão em atividades, os fibroblastos que estão posicionados sobre as fibras do ligamento 
periodontal estão ativas, elas não morreram. E isso vai proporcionar pra mim um movimento 
lento e contínuo, à medida que esse osso vai sendo reabsorvido vai criando espaço para que 
esse dente se movimente nessa direção. Quando o ortodontista usa uma força exagerada, uma 
força além daquela capacidade, ah prof. mas quanto é isso? O ideal é que você não passe de 25 
cmnewtons por mm², esse dado não funciona pra ngm, por que essa medida? Porque é a tensão 
que o capilar aguenta até ficar totalmente fechado, se você passa desse limiar você fecha o 
capilar. Então eu preciso saber a área do ligamento periodontal, imagina você calcular a área do 
ligamento em um dente multirradicular como o molar, clinicamente não é viável, então nós já 
temos umas tabelas de forças que são adequadas pra cada movimento e a força que eu posso 
executar, por exemplo eu quero jogar o molar pra mesial ou distal, eu vou ter quase todo o 
ligamento periodontal pra dissipar a força que eu fizer, agora se eu vou intruir o molar a minha 
força vai ser toda executada no ápice do molar, a quantidade de ligamento periodontal pra 
dissipar a minha força diminui muito, então eu tenho que calcular a quantidade da força que eu 
vou usar de acordo com o movimento que eu quero e a quantidade de raiz do dente. Então são 
3 fatores que você precisa levar em conta (quantidade de ligamento, movimento que quero 
fazer e quantidade de raiz do dente). 
Quando eu uso uma força exagerada, ou seja, quando eu passo esse limiar eu colabo os 
capilares, eu tenho uma grande diminuição ou oblituração total do espaço do ligamento 
periodontal. Grande compressão das fibras e grande compressão das células dos capilares. O 
que isso vai me levar? A ausência de irrigação. Eu vou fazer um torniquete no meu lig. 
periodontal, eu vou estancar as células que eram ligadas por aquele vasos e elas vão morrer, 
vão sofrer uma necrose celular. Eu vou ter ausência do metabolismo celular naquela região, os 
eventos que eu preciso para que o dente se mova não vão acontecer. Por que não vão 
acontecer? Quem é o agente que muda o meio? É a célula. Se eu mato a célula eu não mudo o 
meio. 
PERGUNTA GRIZOTTE: Se eu tenho um dente não vital, como funciona essa movimentação? 
R-) Contanto que o ligamento periodontal esteja sadio, o tratamento é o mesmo que um dente 
vital. O tratamento não muda. Só que eu tenho é o maior risco de reabsorção interna, mas a 
reabsorção interna a faixa de ocorrência dela é muito pequena, não é algo que nos preocupe 
muito. A reabsorção externa ocorre com uma frequência bem maior e é mais preocupante. 
Com base na sua pergunta, eu devolvo para você: 
Amanda Ribeiro 
 
Qual a condição bucal que pode causar um problema que eu tenha que me preocupar? Por que 
como eu falei eu preciso de um ligamento periodontal sadio para movimentar? R-) Doença 
periodontal. 
O jeito mais rápido de eu extrair um dente, é um dente com comprometimento periodontal, 
porque você vai ter todos os elementos de destruição óssea que falei e nenhum de deposição 
óssea. 
O pré requisito para fazer movimentação ortodôntica é ausência de doença periodontal. Veja, é 
diferente de falar que o paciente periodontal não pode fazer movimentação ortodôntica, pode 
sim desde que ele esteja com a doença periodontal em controle. 
Então o lado de pressão eu vou ter ausência de metabolismo celular porque eu acabei com 
minha irrigação sanguínea. Essa área onde eu não tenho irrigação sanguínea e tem várias células 
mortas eu chamo de área hialinizada. A gente fala que aquela área sofreu um processo de 
hialinização. Então você já associa: UMA AREA HIALINIZADA é uma área MORTA. E 
diferentemente de uma força suave ou da força ótima, eu terei uma absorção óssea indireta. 
O que é uma absorção óssea indireta? Vocês podem encontrar na literatura como: solapante ou 
a distância. É esta imagem aqui (slide). 
Reparem que aqui você olha e consegue identificar os tecidos envolvidos. Tem uma organização 
nesta imagem. Você identifica bem o que é osso, o que é dente e o que é ligamento periodontal. 
Já nesta outra imagem você vê que o caos tomou conta. Você consegue observar que aqui tem 
a dentina, mas esta área aqui virou uma bagunça, então é um processo mais desorganizado. É 
uma tentativa mais desesperada do organismo de levar ordem ao caos. 
O ligamento periodontal ficava aqui, nessa região você não tem mais ligamento periodontal. Tá 
vendo o dente? Aqui a dentina, aqui eu deveria ter cemento, aqui eu tenho um contato direto 
da célula de reabsorção com a raiz, o início da reabsorção externa, o início do pesadelo dos 
ortodontistas. Colocou uma força muito pesada, levou a morte do ligamento periodontal dessa 
região. A morte foi tão severa que as células que fizeram reabsorção óssea nessa região, 
começaram a reabsorver a dentina. Reabsorveu o cemento e agora estão reabsorvendo a 
dentina. Aqui você quase não consegue observar nenhum núcleo, pois estes já sofreram 
apoptose a muito tempo. Então é uma área morta, é uma área hialinizada. 
Este pedaço aqui é uma espícula óssea que sobrou quando o organismo fez absorção, 
diferentemente quando você usa força suave o organismo vai absorvendo osso de fora para 
dentro. Quando você usa uma força pesada a absorção de osso vai da medula óssea para o 
processo alveolar, para o ligamento periodontal porque o organismo perdeu o acesso a esta 
área, o organismo não consegue trazer células para esta área para fazer reabsorção deste lado. 
Então vem pelo outro lado, eu vou destruir todo o osso entre o osso medular e o ligamento 
periodontal. 
É um processo muito maior. É uma quantidade muito maior de osso a ser reabsorvido. Então 
nós teremos aqui nesta imagem uma extensa área de hialinização e os osteoclastos ao invés de 
virem do ligamento periodontal, eles virão dos espaços medulares adjacentes e por isso o nome 
solapante. Nome este que vem de assoalho. Quando chegam a uma medida que este osso é 
reabsorvido, o dente cai no vazio, ele não faz o movimento contínuo. Vai reabsorvendo a parede 
óssea e vai se movimentando, reabsorve a parede o osso se movimenta, reabsorve o osso se 
movimenta... Aqui vai ter reabsorção, reabsorção, reabsorção.. Quando a força é 
Amanda Ribeiro 
 
mecanicamentemais forte do que esse pedaço de osso que sobrou, o dente cai no vazio e faz 
um movimento de grande extensão, de uma vez só. Movimento demorado.... Por que? Porque 
passam 3, 4, 5 dias e parece que não se movimenta. La no 7º ou 8º dia, o dente dá um pulo. 
Você fez um movimento de grande extensão, característica clínica de uma absorção óssea 
indireta. 
Aqui nós vamos comparar os dois lados, o movimento que eu quero: absorção óssea direta. E o 
movimento que eu não quero: absorção óssea indireta. 
A absorção óssea direta também estará presente no movimento fisiológico, quando o organismo 
absorve o osso para que o dente se movimente lá da cripta óssea até a sua posição com o 
antagonista. O organismo faz absorção óssea direta. Os osteoclastos ficam entre os espaços dos 
ligamentos periodontal. 
Enquanto que na absorção indireta os osteoclastos ficam estre os espaços medulares. Aqui eu 
tenho ausência de dor, aqui eu tenho presença de dor. O que dói é que nos tecidos adjacentes 
as áreas necróticas, as terminações nervosas livres vão captar bem os restos celulares e estes 
vão irritar as terminações nervosas livres. Então você terá dor neste movimento. Pouco dano 
aos tecidos, formação de áreas hialinizadas, movimento longo e continuo. E aqui um movimento 
demorado e de longa extensão. (Olhar slide) 
A absorção óssea indireta só vai ser causada pelo movimento dentário induzido, nunca vai 
acontecer fisiologicamente. 
Aqui a gente tem mais duas laminas mostrando início da formação da área de hialinização. A 
diferença entre essas imagens é aquela que eu mostrei antes, é que aquela é do 7º ou 8º dia e 
essa aqui é do 1º ou 2º dia da aplicação da força. Então vocês veem área da hialinização aqui. 
Reparem que aqui quase toca dente com osso e a formação das áreas hialinizadas. 
Nas áreas hialinizadas você não tem remodelação óssea, enquanto o organismo não vier do 
espaço medular para o espaço do ligamento periodontal você não tem nenhuma remodelação 
óssea, o movimento dentário cessa até que essa parede seja reabsorvida, os vasos sanguíneos 
ali vão morrer e as ligações celulares do osso alveolar adjacente e na superfície radicular. O que 
são essas reações na superfície radicular? É a reabsorção radicular externa. 
Por que o ortodontista chama o paciente em torno de 30 dias? Ah isso é fácil, tem que esperar 
virar o mais pra cobrar a mensalidade (rsrsrs). NÃO!!! A gente chama de 30 em 30 dias porque 
é o tempo que a gente precisa se utilizarmos uma força correta para o dente se movimentar e o 
ligamento periodontal se rearranjar, porque não adianta eu só esperar que o movimento ocorra 
e eu já ativar de novo, já colocar força de novo porque o ligamento periodontal não se refez 
então vai ser uma força muito pesada, eu vou cair dentro de uma reabsorção óssea solapante, 
o que eu não quero. Eu preciso dar tempo do dente se movimentar e do ligamento se reformar 
para que eu possa aplicar uma força de novo. 
Quando eu tenho uma reabsorção óssea indireta, quando eu aplico uma força muito pesada, 
esse intervalo de 30 dias aumenta. Aumenta quanto? Depende de quanto danoso foi a sua 
movimentação. Se você aplicou tanta força, tanta força que todo o lado em que o dente estava 
sendo movimentado morreu o ligamento periodontal, for uma área hialinizada, eu vou dizer pra 
você que entre uma consulta e outra é 90 dias. Se você formou uma pequena área de 
hialinização, você pode até manter os 30 dias. Se a área for média, cai no meio termo.. 45/50 
dias. E é muito difícil clinicamente você perceber que você fabricou uma área hialinizada, porque 
Amanda Ribeiro 
 
você ativa e o paciente vai voltar dali a 30 dias, ou em alguns casos a cada 15 dias em uma 
consulta você mexe no arco sup. e na outra no inf. E é importante esse período porque para 
aquelas regiões em que começou a ter reabsorção óssea, reabsorção radicular, quando começou 
a reabsorver a dentina, o cemento consiga tapar aquele buraco. Por isso que o cemento é o 
melhor amigo do ortodontista, você foi lá e fez uma força que você achava que era uma força 
boa mas acabou que ficou muito pesada e você teve o começo de uma reabsorção radicular, 
começou a sair dentina, aquela dentina não volta, quem vai reparar aquele defeito é o cemento, 
então tem que dar tempo do cemento ir lá tapar o buraco. Se você não dar tempo, você não dá 
os 30 dias, não vai formar cemento aqui, ainda tem dentina exposta e na próxima ativação o 
osteoclasto vai chegar direto aqui e vai aumentar cada vez mais o defeito. Quando tem uma 
área de hialinização um dos principais problemas é que os cementoblastos que estavam aqui, 
depositados em cima do cemento, morrem. E por que isso é um problema? Porque o 
cementoblasto, e tá aí uma diferença entre o cementoblasto e o osteoblasto, o osteoblasto e o 
osteoclasto recebem um estímulo para se movimentar, então se eu tenho um osteoblasto nessa 
região aqui depositando matriz, mas ela precisa ser reabsorvida o organismo vai liberar algumas 
citocinas que vão falar pro osteoblasto sair de cima desse tecido mineralizado que ele tem que 
ser reabsorvido e o osteoblasto vai sair de cima do osso permitindo que ele seja reabsorvido. 
Esse mesmo sinalizador químico, quando chega no cementoblasto, o cementoblasto não tem 
receptor pra ele, o cementoblasto não sai de cima da raiz. Por isso que quando eu faço um 
movimento ortodôntico, uma força ótima, uma força suave, o cementoblasto não sai de cima 
da raiz, ele fica lá. Daí os osteoclastos vão circular no ligamento periodontal, o osteoclasto ele 
não enxerga, você é cemento, você é osso. Tem tecido duro exposto o osteoclasto vai 
reabsorver, então quem impede que a raiz seja reabsorvida é o cementoblasto que fica sobre a 
raiz. Se ele sair de cima da raiz, se ele expor o cemento o osteoclasto vai começar a reabsorver. 
Por que a gente não movimenta dente decíduo? Porque se você movimentar a raiz de um dente 
decíduo contra a coroa do permanente, a coroa do dente permanente, aquele epitélio reduzido 
do esmalte ele é especializado na reabsorção de tecido duro, ele tá levando o dente da cripta 
óssea a uma condição de erupção, se você movimenta a raiz de um dente decíduo ou pode até 
ser de um permanente em alguns casos que a gente já viu em direção a coroa, o lateral 
permanente em direção a coroa do canino que não erupcionou ainda. O que vai acontecer? Vai 
reabsorver a raiz do lateral. A célula é especializada em reabsorção de tecido duro, seja ele o 
tecido duro que for. Quando acontece a hialinização você mata o cementoblasto que estava 
sobre o cemento, você deixa o tecido duro exposto, quando a absorção solapante ou a distância 
termina de reabsorver esse osso que está aqui, o que você acha que acontece? Ela pára ou ela 
vai começar a atacar a dentina? Ela vai atacar a dentina, por isso o problema da absorção 
solapante, ela absorve o osso alveolar e ela dá de cara com outro tecido mineralizado sem 
proteção nenhuma, e ela começa a reabsorver. Quando é que essa reabsorção pára? Ela pára 
quando o organismo sentir que essa força não está causando mais injúria, aí os cementoblastos 
vão poder se rearranjar e vão começar a tapar esse buraco aqui. Agora se você não der tempo 
do organismo se reparar e fechar esse buraco, o que vai acontecer? Você vai causar outra 
absorção solapante, você já tem esse defeito e da próxima vez que o osteoclasto chegar aqui ele 
não vai começar a absorver a raiz dessa posição que ele tava aqui, ele vai começar a absorver 
aqui no meio. E assim vai aumentando a sua reabsorção radicular. Esse é o problema da 
formação das áreas de hialinização, a morte do cementoblasto. 
Fatores que influenciam na formação das áreas de hialinização: Principalmente o fator mecânico 
e o fator anatômico. O fator mecânico é a intensidade da força e se é a força é contínua ou 
Amanda Ribeiro 
 
intermitente. A força intermitente, dependendo do período, por exemplo o paciente usar 
elástico,é uma força intermitente, quando ele tira o elástico a força cessa. Dependendo da 
disciplina do paciente pode ser que aqui você tenha menos dano, na força intermitente do que 
na força contínua. 
Fatores Anatômicos: A forma da raiz, por exemplo quando você olha pro molar na periapical e 
ele tá correndo. O comprimento da raiz, a densidade do osso alveolar, e se há a presença de 
algum defeito ósseo eles vão alterar a sua chamada força ótima ou força ideal. Isso vai predispor 
o dente a reabsorver ou não. 
Tá todo mundo sentado? TODO O MOVIMENTO DENTÁRIO FORMA ÁREA DE HIALINIZAÇÃO! O 
melhor ortodontista, o melhor instrumental, ou ele vai ter uma força tão leve que não vai 
movimentar o dente ou ele vai movimentar o dente e vai causar uma área de hialinização. Agora 
a extensão da área de hialinização é outra coisa, você pode ter uma área de hialinização pequena 
que não vai interferir no seu tratamento ortodôntico ou você pode ter uma superfície completa 
de área de hialinização, aí sim. 
Como a forma da raiz interfere? Quando você tem aquele molar correndo, o ângulo aqui da raiz 
você vai ter um acúmulo de força diferente dos outros pontos. Então se eu estou levando esse 
dente em direção a porta, vai ter um acumulo de força aqui nessa curvatura e aqui nessa 
curvatura, eu posso está usando a minha força ideal, eu posso estar dentro da minha margem 
de segurança pra fazer o movimento, nessa quina aqui e nessa quina aqui eu vou ter a formação 
da área de hialinização. Um movimento dentário sem a formação de área de hialinização é um 
movimento teórico, só existe lá no mundo das ideias. Quanto mais comprida e afilada a raiz, os 
incisivos laterais com a raiz bem comprida e bem fininha, lá no ápice da raiz vai haver um 
acúmulo de força, porque aí é um princípio de física, quando você aplica uma força na coroa do 
dente, mesmo que o dente esteja com bracket ele tende a fazer um pequeno giro, esse pequeno 
giro vai acumular força no ápice e esse ápice também vai sofrer uma área de hialinização. 
A densidade óssea, se o osso for mais denso do que o esperado pra aquela idade, pra aquele 
paciente ele não vai deformar tanto sobre a ação da minha força, ele vai ser mais rígido e ele 
sendo mais rígido o ligamento periodontal vai ficar mais comprimido e o defeito ósseo vai 
diminuir a área aonde aquela força vai ser dissipada. Então o paciente que teve uma doença 
periodontal e perdeu 1/3 da sua inserção óssea, eu não posso usar nesse dente a mesma força 
que eu daria em um dente que não teve essa perda, porque a área de ligamento periodontal 
aonde vai dissolver a minha força é menor. É tudo uma questão de área X força. Quanto menos 
área de ligamento periodontal eu tenho pra movimentar, menos força eu tenho que usar. 
Quanto mais área de lig. Periodontal, mais força eu preciso. 
Rafael Maron: Então prof. quando mais denso o osso, menor a força. Você sempre quer a 
absorção, mas você quer a direta. 
No lado de tração você utilizando a força leve, suave ou força pesada vai acontecer a mesma 
coisa, você vai ter um aumento do espaço do ligamento periodontal, um estiramento das fibras 
colágenas, um aumento da vascularização, um aumento dos osteoclastos, alinhamento dos 
osteoblastos ao longo das fibras do lado do osso alveolar e deposição de tecido osteóide, (1h e 
2min.. ), osso fasciculado e finalmente o osso lamelado. Por que isso? Por que no lado de tração 
tanto faz você usar força suave ou força pesada? Porque você não vai ser capaz de arrebentar a 
fibra, você não vai ser capaz de movimentar tanto o dente na direção de compressão que você 
Amanda Ribeiro 
 
vai romper o feixe de fibras, porque tem a parede óssea. Só se você quebrar a parede óssea que 
aí você vai conseguir distender a fibra do ligamento periodontal acima do seu limite elástico. 
Esse é um gráfico da movimentação dentária em casos de absorção óssea indireta quando nós 
temos a formação da área de hialinização. Aqui a quantidade de movimento em mm 
(0,2,3,4,5mm) e aqui em dia (4,10,30 dias). Quando eu faço a aplicação na força na cadeira eu 
já vejo um resultado, o dente já se movimenta um pouco na cadeira, porque ele já comprimiu o 
lig. Periodontal e se o osso for jovem vai permitir um pouco de movimentação. Com 4 dias 
normalmente a gente já vai ter finalizado essa movimentação, vai entrar em um período de 
reparação da hialinização (de 10 a 12 dias) e daí eu vou entrar no período secundário de 
movimentação, aonde o dente vai ter aquela caída no vazio. Então a força ótima, a força suave, 
a força ideal que a gente vem comentando ela sempre vai proporcionar um movimento lento e 
contínuo, absorção óssea direta, o mínimo de dano ao tecido e praticamente nada de dor ao 
paciente. Mas não esqueçam, sempre que for fazer movimentação ortodôntica você vai ter um 
pouquinho de dano tecidual, e você vai ter em algum lugar absorção óssea indireta. Imagina um 
alvéolo de um canino, não tem as paredes lisas, as paredes do alvéolo são todas irregulares, 
então você vai ter áreas com espícula óssea que vai se aproximar muito da raiz, nessa região 
você vai ter uma área de hialinização. Então desde que a sua hialinização seja pequena, o dano 
não vai ser permanente. A força ótima, ou a força suave ou ideal deve ser autossuficiente apenas 
para comprimir parcialmente e não totalmente os vasos sanguíneos do lig. Periodontal, a 
resposta do ligamento vai sempre depender da força aplicada sobre a área do ligamento 
periodontal sobre qual a força é distribuída. É o que eu falei, se eu tenho um dente que tem uma 
doença periodontal e teve perda de inserção óssea, eu tenho que recalcular pra baixo a minha 
força, porque eu tenho menos área de ligamento periodontal para distribuir a minha força. 
Quanto menos ligamento periodontal, menor vai ser a minha força. A gente tem na literatura 
casos de pacientes com doença periodontal com apenas 1/3 de inserção óssea radicular e que 
fizeram movimentação ortodôntica, quando você vai ver a força que o autor usou, ele usou a 
força extremamente baixa porque a área que ele podia distribuir essa força era extremamente 
pequena. 
E aqui alguns efeitos indesejados do tratamento ortodôntico: O principal dele são as reabsorções 
radiculares, esse é o aspecto de uma reabsorção, aqui eu tenho osso que está sendo reabsorvido 
a distância, aqui eu tinha o que era o lig. Periodontal que sofreu dano e aqui eu tenho o cemento. 
Essa quantidade toda de dentina já foi reabsorvida. O cemento vai tapar todo esse buraco aqui? 
Não. Na hora que a camada cementoblástica for refeita, os cementoblástos vão vir aqui e aqui 
e vão se depositar sobre essa superfície que sobrou e eles vão começar a formar cemento aqui 
nessa posição, então se esse defeito for um defeito de grande extesnão você vai começar a ver 
isso aqui na radiografia. Quando a área de hialinizqação é pequena consegue-se reparar. 
Aqui é uma cicatriz do tratamento ortodôntico, muito comum, que é a reabsorção do terço 
apical das raízes dos incisivos, especialmente em casos de extração, quando o paciente faz a 
extração de pré molares e faz uma mini retração dos incisivos vai ser muito comum você verificar 
isso aqui no final do tratamento, a perda no ápice, o ápice não tem mais aquela forma pontuda 
e fica arredondado. É devido a essa extensão da movimentação. Claro que existe um limiar 
aceitável, ninguém vai falar que reabsorver um terço da raiz é normal, não é nomal, esse 
arredondamento do ápice em casos de extração é muito comum dentro da ortodontia. Você 
perder o terço apical é considerado sucesso no tratamento ortodôntico. 
Amanda Ribeiro 
 
Para vê reabsorção radicular o primeiro exame seria tomografia e o segundo as periapical, 
panorâmica é ruim. As vezes o clínico geral vê essa reabsorção e fala nossa você vai perder o seu 
dente, seu dente vai cair. Não vai cair, quando o paciente perde 1/3 do ápice da raiz ele perde 
só 3% da inserção periodontal desse dente.Então não é porque ele perdeu 3% que o dente vai 
cair da boca. Se o paciente tiver DP e perder 1mm de osso aqui ele vai perder entre 8-10% da 
inserção do ligamento periodontal. Então a perda de inserção cervical é muito pior do que a 
perda de inserção apical, claro que a gente sempre vai procurar evitar esse tipo de perda, mas 
ela é muito comum. 
As reabsorções radiculares são um efeito colateral do movimento dentário ortodôntico 
produzido, é muito difícil você finalizar um caso sem. Arredondamento dos ápices dos incisivos 
é aceitado como normal no final do tratamento ortodôntico e a maioria dos movimentos 
ortodônticos envolvem algum grau de dano tecidual, as vezes você não vê, por exemplo eu vou 
fazer uma disjunção, abrir a maxila do paciente, você não vê arredondamento dos ápices porque 
não é ali no ápice que a força vai se acumular, a força vai se acumular nas paredes vestibulares 
da raiz, e na radiografia você não consegue ver pra incidência do feixe, porque vai sobrepor o 
lado vestibular com o palatino, então você não vai ver reabsorção. Mas quando a gente faz 
lâminas dos animais, você abre a sutura e tira o dente, o cemento vestibular do dente que está 
sendo movimentando está todo irregular, então você tem reabsorção só que não vê. 
Outro efeito indesejado do tratamento ortodôntico é a perda de inserção, as vezes o paciente 
desenvolve um pouquinho de doença periodontal ou o paciente com tanto medo de ter cárie, 
problema periodontal, exagera na escova e aí tem trauma de escova. Então a perda de inserção 
da gengiva. 
O movimento excessivo pra fora do alvéolo, você levar o dente muito pra vestibular, pensa um 
erro grosseiro de técnica, isso é um barbeiro ortodôntico, você sabe que vai tirar o dente pra 
fora do osso, o osso não acompanha para vestibular. Normalmente esse tipo de dano acontece, 
essa gengiva tá inflamada, o dente não tá em uma situação de saúde periodontal, você não vai 
querer movimentar. Primeiro faz o tratamento periodontal e depois o ortodôntico. 
O conhecimento da biologia da movimentação dentária é fundamental quando a gente quer 
fazer verticalização, recuperação de espaço, ou até usar um plano inclinado, uma mola, a 
resposta a aplicação da força contra o dente vai depender da força. Força pesada leva a dor, 
hidrólise das células, ligamento periodontal e a ocorrência de absorção solapante, indireta do 
osso alveolar adjacente. Na prática ortodôntica busca produzir o maior efeito dentário possível 
por absorção frontal, tem que conhecer que em algumas áreas do ligamento periodontal vai 
ocorrer hidrólise e reabsorção solapante apesar dos nossos esforços de tentar evitá-las. Então o 
único ortodontista que não tem reabsorção no consultório é aquele que não pede radiografia 
final, porque aí ele não vê.

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