Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LESÕES TRAUMÁTICAS NA DENTIÇÃO DECÍDUA E MISTA Vamos falar sobre lesões traumáticas e suas repercussões na dentição decídua e na dentição mista. Há poucas mudanças entre os tipos de lesões. As repercussões que a gente vai fazer a partir disso é que mudam bastante. O que a gente tem aqui e o que nós precisamos ver e prestar atenção seriam quais métodos que a gente vai utilizar para manter o dente com trauma, mesmo sem lesão de cárie instalada ou se já tem lesão de cárie instalada, se tem envolvimento pulpar, se o envolvimento é estético, se vai alterar função. Quando a gente tem algum tipo de trauma, o diagnóstico precoce, assim como várias outras doenças, não é só de fundamental importância, assim como é vital para o prognóstico do dente ou da vida útil do dente na boca da criança. O diagnóstico precoce, o atendimento rápido, de urgência, é vital para manter a vitalidade do dente. Sempre lembrar que a gente precisa ter em mente a importância do dente decíduo. Não é porque é dente de criança que caiu, bateu, fica sem. Não é assim que funciona. E, também, ter em mente que o CD que vai atender, não necessariamente é o odontopediatra, pode ser o CD clínico geral mesmo. Se é uma situação de urgência, é necessário sim você saber lidar com aquilo porque vai cair no seu consultório, vai cair no seu trabalho. É necessário saber lidar com urgências, para saber dar os primeiros socorros pro seu paciente A) EPIDEMIOLOGIA: - Falando em epidemiologia, pra gente entender com quem esse tipo de situação (os traumas e lesões traumáticas) mais acontecem. Nessa fase de dentição decídua e mista, a prevalência desse tipo de lesão pode chegar a 35% dos nossos pacientes. Com a vivencia de vocês, quais seriam os dentes mais afetados? Incisivos superiores, centrais superiores. Pode sim atingir mais de um dente, principalmente em dentição decídua, é difícil achar um trauma em dente único. Com frequência envolve periodonto e frequentemente lesões repetidas – já bate um dente e com frequência vai fazer o trauma do mesmo dente em outra situação. Então, a criança que não tem muito equilíbrio, que é mais agitada, em uma família que é mais negligenciado os cuidados com acidentes – os acidentes não ocorrem só por negligencia, as vezes você está aqui, piscou, a criança enfiou o dedo na tomada, tropeçou... Então nem sempre é negligencia ou falta de cuidado. B) ETIOLOGIA: Quais seriam as causas? Qual seria a etiologia desse tipo de trauma? Normalmente são quedas de crianças quando estão andando, no início da fase de adquirir esse hábito, ou quando já estão se sentindo hábeis o suficiente para passar do andar para o correr. Quem convive com criança sabe que a criança não aprende a andar, quando ela deixa de engatinhar, ela já corre. Nessa fase que ela não tem habilidade motora para nem andar direito, e já quer correr, os traumas acontecem com frequência. Entre 10 a 24 meses, no inicio da fase, logo quando começam caminhar até uns 2 anos. Não quer dizer que não aconteça dali em diante. Eles ainda não têm coordenação motora para de defender e evitar essas quedas. Quando a prof fala que as crianças não têm coordenação motora pra se defender é da seguinte maneira: quando a gente vê uma criança caindo, parece um saco de batata. A criança não tem reflexo de defesa, elas caem de cara no chão. Além de não ter o reflexo de proteção, eles têm o centro de equilíbrio mais baixo C) PREVENÇÃO: Como a gente previne?? Sempre orientar os responsáveis. Dentro de casa evitar tapetes, quinas. Chão molhado é um perigo, mesmo que seja um chão antiderrapante. Criança andando em casa só de meia. Quando for necessário a criança sentar a mesa, usar cadeiras adequadas próprias para isso, para elas não virarem. Alerta com brinquedos e parquinhos (escorregador, gangorra). Brinquedos em casa também – pontiagudos e pesados - para um bater no outro ou a criança cair com o brinquedo na boca. Atualmente, o maior índice de traumas está acontecendo em um brinquedo específico – o pula-pula. Quando a criança não cai com a boca na guarda do pula-pula, ela dá com a cabeça no coleguinha, isso quando não fratura e faz intrusão. A vantagem é que pelo menos é uma lesão limpa, se cai no parquinho ainda fica com areia dentro. Então, cuidar com essas situações. Outro cuidado importantíssimo da gente ter é paciente epiléptico. Tem pacientes que convulsionam, não só os epilépticos, algumas outras coisas levam a convulsão, e alguns pacientes com deficiências motoras, que podem levar a traumas também. Paciente epiléptico quando convulsiona, a gente segura ou não? Não, não segura. Deita de lado e evita que tenha qualquer coisa pontiaguda do lado que possa machucá-lo. Alterações oclusais e de vedamento labial quando o trauma é muito severo D) ATENDIMENTO: Nós estamos lidando com traumas, com situações de urgência e emergência, em que muitas, para não dizer quase que todas as vezes, é o primeiro contato da criança com o CD. Então, já tem aquele preconceito com os dentistas, a criança tem medo sem nem saber com o que se associa. E ai, o primeiro contato dela com o dentista é um trauma. Isso é a maior dificuldade no atendimento e ai é a maior dificuldade de qualquer dentista não levar essa situação para um trauma permanente nas situações posteriores. A maneira como o CD vai atender, muitas vezes vai levar, ou não, a um trauma psicológico em relação ao atendimento odontológico. Cuidar com essa situação. Outra situação que deve ser muito bem explorada é o controle da ansiedade dos responsáveis. Pais ficam apavorados com aquilo. Manter a calma dos responsáveis faz muita diferença no sucesso do seu atendimento, porque a criança vai se acalmar conforme a reação do seu responsável. Manter a calma é trabalho nosso também. Quando bater, é interessante para você fazer o atendimento adequado, ter a história do trauma. Como aconteceu aquilo, se foi acidente, se foi uma queda, se foi uma batida. Apesar de não ser uma situação muito legal, nessa de tentar descobrir a história do trauma, você pode começar a perceber que ela não está batendo. Esse aspecto da história do trauma faz a gente começar a acender um alerta em relação a algum tipo de maustratos. Como ocorreu? Onde? A prof gosta de perguntar para o responsável se bateu de cima para baixo ou de baixo para cima. Perguntar se é a primeira vez que a criança bate esse dente. Se já é um segundo caso de trauma, se já foi feito alguma coisa naquele dente (canal), o sucesso do que a gente vai fazer, o sucesso do procedimento que eu vou realizar, depende muito dessa história toda. Os sinais e sintomas do trauma, se está tendo dor de cabeça, se está tendo algum outro tipo de repercussão sistêmica, nervoso e a criança vomitou, isso tudo também pode fazer com que a gente não atenda a criança naquele primeiro momento – encaminha ao pronto socorro para depois fazer o atendimento de urgência e emergência. E faz um condicionamento com a criança, rápido e preciso, e faz o que é necessário fazer, nem que num segundo contato vocês façam o condicionamento, revertam o condicionamento. Porque a gente pode tentar fazer um condicionamento mais suave e mais agradável possível, mas a situação é de trauma. Então, as vezes, não vai ser agradável, por mais que você tente. E) Exame do paciente e diagnóstico: Como que a gente vai examinar? Primeiro: qualquer anamnese. Sabe aquela anamnese de urgência que tem na clínica? A gente vai fazer primeiro o exame geral da criança, pelo exame geral avaliar o porte da criança - se ela é grande ou pequena – isso vai fazer diferença par você saber se a dentição decídua está ou não acabando, se está em dentição permanente... vai fazer a limpeza da área afetada, fazer um exame clínico e visual. Palpação, pode palpar para ver se temalguma estrutura com mobilidade, instável na boca. Limpeza, exame clínico e visual, aí você pode partir para o exame radiográfico. Depois do exame radiográfico, que você pode detectar algum tipo de fratura óssea e radicular, proximidade do permanente, deslocamento do permanente (isso tudo é diagnosticado ainda no exame radiográfico), você pode tentar teste de vitalidade, de percussão ou aquela transluminação, apesar de que teste de vitalidade e percussão em dentição decídua não é indicado devido a essa falta de fidelidade na resposta. A partir disso tudo chegar a um diagnóstico, elaborar um plano de tratamento e intervir. Isso tudo, é urgência e emergência – RÁPIDO. (Raciocínio rápido, olhar e já saber o que está acontecendo.) F) Classificação das lesões traumáticas dentárias Falando das lesões propriamente ditas agora, nós vamos classificar essas lesões e junto avaliar e tratar. Então esses 2 tópicos da aula, classificação das lesões, avaliação e tratamento, vamos falar tudo junto a partir de agora. Nós vamos dividir a lesões traumáticas em tecidos duros e lesão de tecido de suporte. Na dentição decídua, as mais comuns são lesões de tecidos periodontais, lesões de tecido de suporte. E na dentição permanente, no tecido dental propriamente dito. Alguém faz ideia por quê? Porque o ligamento periodontal é mais frágil, então ele é o primeiro que rompe no trauma. O tecido de suporte do dente permanente é mais firme, tem uma estrutura mais robusta, então ele aguenta o tranco, o dente acaba se tornando mais frágil comparativamente. Quando há lesão de tecido duro de dente, a gente tem que ter um conhecimento maior de dentística e endodontia, e nos tecidos de suporte, ter noção de periodonto, de condições de reparo no organismo do paciente 1. Lesões dos tecidos duros dos dentes → Trinca ou fratura incompleta do esmalte: Nesses casos é uma lesão de tecido duro. Trinca é qualquer tipo de fratura incompleta do esmalte. Diagnóstico: você tem a marca, não há uma fratura completa, o fragmento não deslocou – é uma trinca de esmalte ou uma fratura incompleta porque a gente não está vendo a face palatina. Qual é a conduta aqui? Não caiu fragmento nenhum. Essa lesão deve ser apenas acompanhada. Se houver sensibilidade, realizar fluorterapia e orientações para que novos traumas não aconteçam. Então, acompanhar, Pode ser que depois a sensibilidade não diminua e ai possa precisar de canal, por exemplo, dependendo do trauma. Mas num primeiro momento, uma lesão incompleta ou uma trinca deve ser apenas acompanhada e se houver sensibilidade, realizar fluorterapia e orientar para que novos traumas não aconteçam no local para não completar a fratura. → Fratura do esmalte: - Quando a fratura é completa, houve fratura de esmalte, qual seria a conduta? Pode só colar ou restaurar com resina composta. Se a fratura for muito pequena e for um paciente de difícil contenção ou condicionamento psicológico, podem perceber que quando a fratura de esmalte é só superficial, a gente também pode, em alguns casos, optar por só polir e fazer uma aplicação tópica de flúor. Por exemplo, quando pega só flor de lis. A prof costuma dizer que essa flor de lis é só margem de segurança, para ir gastando ao longo da vida. Esse tipo de fratura de esmalte superficial a gente pode polir e fazer aplicação tópica de flúor. Se a restauração já envolveu algum tipo de estrutura interna, uma fratura mais complexa, a gente restaura com resina composta ou cola o fragmento. Quando que cola o fragmento? Quando ele for mantido hidratado e não se passou muito tempo do trauma. → Fratura de esmalte e dentina s/ exposição pulpar: - Fratura de esmalte, envolveu dentina, mas não houve exposição pulpar. A gente tem dentina aqui, tecido vivo. O que a gente faz? A gente tem que proteger esse tecido, ele é vivo. Então, o tempo é primordial. Quanto mais cedo você proteger esse tecido, maior as chances de se manter a vitalidade pulpar. Então, restauração imediata, restauração provisória que seja, o mais rápido possível, então assim, ou você faz só a proteção e na próxima consulta você restaura, ou cola o fragmento. Então, o tecido vivo tem que ser protegido o mais rápido possível. Se há muita sensibilidade, se há sangramento (porque as vezes tem lesão de lábio junto), dificilmente você vai conseguir repor essa restauração na mesma sessão. Então, você faz um curativo com ionômero de vidro, protege essa dentina, que é esse tecido vivo e numa próxima oportunidade, quando desinchar e parar de sangrar, você reconstrói o remanescente. → Fratura de esmalte e dentina c/ exposição pulpar: - Ai a batida foi tão grande que expôs a polpa, o que vocês fariam? De uma maneira bem geral – tratamento endodôntico – vamos decidir qual, e reabilitação coronária. Você vai fazer a proteção pulpar, o capeamento, o que for necessário, e depois você vai fazer reabilitação da coroa, restauração protética, restauração de resina ou a colagem de fragmento. Mas aqui, nesses casos que a gente tem que passar por intervenção endodôntica, seja ele qual for, a radiografia é de extrema importância pra gente determinar o grau de rizogênese. Não esqueçam que a gente está falando de pacientes jovens, então a maioria deles está em dentição mista e a rizogênese não está completa. Então, em caso de rizogênese incompleta – pulpotomia. Aqui, dificilmente a gente vai fazer o capeamento mesmo. Quando tem rizogênese incompleta, primeiro que não dá para fazer o tratamento endodôntico convencional com ápice aberto, e segundo que é um dente jovem, então a capacidade de recuperação é bastante alta, faz-se a pulpotomia com a pasta que lhe couber. No livro adotado pela disciplina, é usada a pasta de Guedes- Pinto. Como não tem mais rifocort, você pode usar omcilon AM. Mas você pode usar o callen, o hidróxido de cálcio, o pasta-pasta e fazer essa proteção. E nos pacientes com rizogênese completa, você vai determinar: a exposição é recente ou é uma exposição antiga? Se é recente, você ainda pode tentar a pulpotomia, porque a contaminação ainda é pequena. Agora, se é uma exposição antiga ou é um pólipo pulpar que seja, ai você vai passar por uma pulpectomia pra remover todo o tecido pulpar. Outra coisa que pode definir que tipo de tratamento, vai ser que tipo de reabilitação protética que você vai planejar. E ai você vai planejar isso na hora de fazer a intervenção. Quebrou tanto que não vai ter como reconstruir só com resina, adianta você fazer pulpotomia? Não. Você vai precisar fazer uma pulpectomia para poder colocar um pino lá dentro para reconstruir. Então, o tipo de reabilitação que você vai fazer pro dente, também vai definir que tipo de tratamento endodôntico você vai fazer. A diferença vai ser o ápice aberto ali, se você vai fazer já o canal ou com ápice aberto você vai remover o tecido pulpar e vai ficar trocando a medicação até fechar o ápice → Fratura coronorradicular: - Ainda estamos falando de lesão de tecido duro de dente. Quando há comprometimento radicular, quando a fratura envolveu a raiz, se for um envolvimento pequeno, pode-se tentar fazer o tracionamento ou o aumento de coroa clínica. Agora, um envolvimento radicular mais severo, é necessário que seja feito exodontia, e depois uma posterior prótese ou implante. Agora, quando não há comprometimento radicular ou o comprometimento radicular é bem pequeno, milímetros (2 mm), pode ser feita a gengivectomia, um aumento de coroa clínica, ai depois, pulpectomia e restauração. Por que pulpectomia nesses casos? Porque se a fratura envolve raiz, você vai ter que fazer uma reconstrução protética, então você já faz a pulpectomia para poder fazer a reabilitação protética. → Fratura radicular: - A fratura horizontal (não é bemhorizontal, mas é uma fratura mais completa radicular) – o que a gente vai fazer aqui, vai depender do nível dessa fratura. Se ela é em nível apical e médio, se está lá em cima, não há mobilidade e nem deslocamento, você detectou essa fratura pelo raio-x. Não tem sintomatologia, não tem mobilidade e não tem deslocamento. Está no lugarzinho. Acompanha e proserva. Se é nível apical e médio, e tem deslocamento, reposiciona e faz a contenção semi-rígida, e vai acompanhar por até 21 dias. Então, teve deslocamento, reposiciona, contenção semi-rígida, 14 – 21 dias. Muitos, quase 100% dos casos, é necessário tratamento endodôntico. → Apical e médio – sem deslocamento: acompanha → Apical e médio – com deslocamento: reposiciona e contenção. - Quando a fratura é cervical, perto da região cervical, se tem estrutura suficiente para você fazer a reconstrução, a reabilitção, você pode fazer a gengivectomia e o tracionamento. Agora, se não há estrutura suficiente para reconstruir, se a fratura for complexa, você vai partir para exodontia mesmo. Aqui, nos deslocamentos, nas fraturas a nível apical e médio, com deslocamento, então, houve um deslocamento e você precisa reposicionar, o tempo do ocorrido, o tempo do trauma, também faz muita diferença. Se fizer muito tempo, se passar-se muito tempo do acontecido, o que acontece entre o fragmento que está lá dentro e o fragmento que ficou deslocado entre esse espaço que se criou? Que tipo de tecido que é criado lá? No primeiro momento é sangue e ali se desenvolve um tecido de granulação. O primeiro passo então, sangrou (quando a gente faz uma cirurgia e sangra), o que a gente espera que aconteça com esse sangue? Coagule. Então, o que acontece nesse fragmento? Esse espaço forma um coágulo e esse sangue começa a formar um coágulo, e esse coágulo conforme o passar do tempo vai endurecendo, e ai você vai tentar reposicionar e não vai reposicionar porque esse coágulo já está duro e firme. Então, o tempo faz muita diferença 2. Lesões dos tecidos de suporte dos dentes: → Concussão: Na concussão, que é quando há batida, com uma leve hemorragia. Edema do ligamento, mas sem sangramento. Só bate, sem mobilidade, sem sangramento, sem nada ali. Tudo normal. Concussão – o paciente quando muito relata sensação dolorosa. Acompanhar, observar, só. → Subluxação: Na Subluxação, o trauma dos tecidos de sustentação faz com que haja um trauma maior, e que haja ruptura das fibras do ligamento, há um afrouxamento anormal, há uma mobilidade, com sangramento no sulco gengival (na concussão não houve sangramento e não houve mobilidade, aqui já há). Então, tem mobilidade, tem mobilidade, mas não há deslocamento aparente. TEM SANGRAMENTO, TEM MOBILIDADE, MAS O DESLOCAMENTO NÃO É APARENTE. Repetiu 30x. Observar. Orientação de repouso. E muita limpeza. Se é criança, que tipo de repouso esse paciente tem que fazer? Mamadeira, chupeta, dedo na boca... Cuidar nesse repouso, pelo menos 1 semana. A prof disse que ela já chuta o pau da barraca e dá 21 dias de repouso, porque a chupeta, mamadeira, paninho prejudicam muito a regeneração do tecido periodontal. Amolecer comida, repouso bucal. Fazer acompanhamento clínico e radiográfico. Se não houver lesão, se não houver fratura, não há necessidade de intervenção endodôntica – acompanha → Luxação lateral: Assim como outros tipos de luxação, ele saiu do lugar. O que você vai fazer? Reposicionamento com contenção flexível ou semi- rígida no terço médio da face vestibular. 14 – 21 dias de estabilidade, mantendo integridade e limpeza. Por que tem que lembrar sempre o paciente de manter a área limpa? Houve deslocamento, existe um espaço no sulco gengival, se ficar sujo vai ficar entrando bactéria, vai ficar entrando microrganismos naquele sulco gengival e vai contaminar lá dentro. Então, a chance de não dar certo é muito maior quando o paciente não consegue manter a limpeza. Quando você for fazer a contenção, quantos dentes de suporte você coloca na contenção? Você vai colocar o dente fixado em que? Vai firmar onde? Quantos dentes para o lado você vai por? De1 a 2. Se tiver bem firme, pode colocar um só. Porque as vezes o paciente não tem o dente do lado, está em dentição mista e ele já perdeu o dente do lado. Então, se o dente do lado estiver mole, você joga pro segundo dente da frente ou se não tiver 2 dentes. Agora, o reposicionamento na dentição decídua tem que ser muito minucioso, muito delicado e muito bem indicado para não deslocar dente permanente. Então, o dente tem mobilidade, sofreu luxação, seja ela intrusiva, extrusiva, lateral, o reposicionamento só é feito quando, radiograficamente, você consegue ter absoluta certeza da distancia do permanente. Quando a gente tem absoluta certeza da distância do permanente, em que o reposicionamento é seguro, dentição mista, aquela que você tira raio-x e a dentição parece uma alcachofra, quando você tem essa segurança? Sinceridade? Nunca. Então, você olhou, paciente jovenzinho, você pode até tentar restabelecer e reposicionar, porque o permanente realmente está longe, agora está em fase de dentição decídua, o dente está muito próximo da substituição, não há reposicionamento, não vai reposicionar. Ficou mole, tira → Luxação extrusiva: - Mesma coisa na luxação extrusiva, deslocamento do dente no sentido axial, com saída parcial do alvéolo. Tratamento imediato, o que você faz na hora? Você vai fazer a redução da luxação e contenção. Você vai colocar de volta no lugar e fazer a contenção permanente. E o tratamento mediato, ao longo dos dias, se ainda assim apresentar mobilidade, você vai substituir a contenção e fazer o desgaste do deslocamento se necessário. Decíduos – não fazer o reposicionamento. Na extrusiva não se faz reposicionamento em dentes decíduos por causa do coágulo. O coágulo firme e duro, o que acontece se a gente tentar empurrar ele para dentro? A gente vai deslocar o dente permanente. LUXAÇÃO EXTRUSIVA DE DENTE DECÍDUO NÃO SE FAZ REPOSICIONAMENTO. No geral, luxações nenhuma são reposicionadas em dentes decíduos. Nem a extrusiva, nem a lateral e nem a intrusiv → Luxação intrusiva: - O que é uma luxação intrusiva? Deslocamento do dente para dentro do alvéolo. Aquele que o abençoado bateu na cabeça do coleguinha no pula- pula. Intruiu. O que é feito? Na dentição permanente, pode reposicionar se a mobilidade permitir, faz a compressão e reduz-se a fratura do osso alveolar. Reposiciona e coloca bonitinho. A intrusiva está para dentro. Agora, quando isso acontece na dentição decídua, é uma luxação, a gente reposiciona? A gente não reposiciona luxação em dentição decídua por causa do risco de deslocar o permanente. Agora a luxação é intrusiva, quem deslocou o permanente foi a intrusão, não você, por quê a gente não reposiciona? Nem tudo no mundo infantil é complicado. Você não reposiciona porque não há necessidade. Luxação intrusiva quase que sempre em 100% dos casos, o dente re-erupciona. Agora, ainda assim, se houve luxação intrusiva, o germe do permanente pode ter sido, independente dele re- erupcionar, deslocado ou ter sofrido laceração, e ai você reza e faz acompanhamento radiográfico e espera a troca para você ver o que aconteceu realmente. Essa re-erupção passiva pode iniciar-se em 15 a 30 dias depois. Então, por mais que não seja na hora, pode ser 30 dias depois o inicio dessa re- erupção passiva. Ela pode acontecer com uma certa diferença de tempo, não é imediato que ele começa re-erupcionar. → Avulsão: Avulsão é aquele deslocamento total do dente para fora do alvéolo. Faz-se reimplante na dentição decídua? Casos muito específicos. Casos de deslocamento mediato (juro que no áudio entendi mediato, mas ao meu ver seria imediato, mas não sei) queo paciente é susceptível ao tratamento, colabora, houve pouco tempo do trauma decorrido, mas muito pouco tempo, se você achar que tem um coágulo, nem tenta. Se não, a hora que você vai reposicionar, o coagulo desloca o permanente. Mas, em geral, dentição decídua não se faz reimplante. Na dentição permanente também, principalmente se for dente jovem. Ai quanto mais jovem o dente, mais sucesso de reimplante existe, mais chance de dar certo. (Gente, ela tá louca, acho que em permanente faz reimplante sim). No caso da exo, não deu, caiu o dente, não vai dar para colocar. O que a gente tem que fazer? Tratamento imediato – sutura. Tratamento mediato – mantenedor de espaço. Crianças menores de 3 anos, a contenção do mantenedor de espaço é muito complicada pela dificuldade de moldagem. Só que hoje em dia a gente tem os adventos dos moldes em 3D, a dificuldade é que tem que acompanhar o crescimento da criança. Então, se for presilhar, se for grampo ortodôntico, tem que estar trocando toda hora. Se você for usar um complicado de refazer. REPERCUSSÕES PARA A DENTIÇÃO DECÍDUA H) Repercussões nos germes dos permanentes. Vamos as repercussões. Dependendo da força, a dentição decídua depende da força e do tipo de trauma e da idade da criança. O que acontece na dentição decídua pós-trauma? A gente pode ter hiperemia pulpar, que deixa o dente róseo na hora e uma repercussão tardia seria a necrose pulpar, aquele escurecimento que fica na coroa. Tratamentos nesses casos: se não há sintomatologia, você vai fazer acompanhamento radiográfico. Sem sintomatologia, você vai acompanhar para ver se há lesão, e também, a distância do permanente. Se o permanente está próximo de chegar, você radiografou, tem lesão, o permanente está próximo, o que você vai fazer? Fazer canal? Exo. O dente está próximo, não tem nem necessidade de mantenedor. Então, o que vai determinar o tipo de tratamento e o tipo de repercussão, vai ser sempre, nos casos de dentição decídua, a distância do permanente. Então, radiografia para tudo. Dente está longe, permanente está longe, está lá perto do nariz. Ai fez o raio-x, está com lesão, deslocamento, houve necrose, está com fístula, o que faz? Tratamento endodôntico. I) Traumatismo ao osso, à gengiva ou mucosa oral. Quando o traumatismo é tão grande que há trauma de osso, gengiva, mucosa e afins, em dentição decídua, você reza para o trauma não ter levado os permanentes que estão lá dentro junto. Mas pode ser uma fratura combinativa de alvéolo, de parede de alvéolo, fratura de processo alveolar exclusivamente, até fratura de mandíbula e maxila. Nesses casos, internação hospitalar, atendimento pelo bucomaxilo para reestabelecer a estrutura óssea, se o buco achar necessário reposicionamento dental ou alguma interferência em relação a reposicionamento de dentes, ele vai te chamar, e chamam sim, não tenham dúvidas. O buco apesar de ser o ó do borogodó do super-homem, eles conhecem suas limitações, e quando você tem uma equipe bacana, eles são muito receptivos a atendimento e colaboração dos colegas. Na mucosa pode haver laceração, contusão e abrasão. Quando que você vai suturar? Quando não houver mais continuidade do tecido. Então, por mais que seja uma laceração, se houver continuidade tecidual, não há necessidade de sutura. Se há rompimento da continuidade de tecidual, sutura. ARTIGOS → Traumatismo na dentição decídua – diagnóstico, prognóstico e acompanhamento de um caso - Na última década os traumatismos alvéolo-dentários têm sido reconhecidos como problemas de saúde pública. Os traumatismos da dentição decídua podem apresentar tanto perdas do elemento dentário decíduo quanto danos à dentição permanente. As crianças são mais susceptíveis aos traumatismos alvéolo-dentários, e os dentes mais afetados são os incisivos centrais superiores. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi relatar um caso clínico de traumatismo dentário, onde um paciente do sexo masculino, 3 anos e 6 meses de idade, sofreu trauma dos incisivos centrais superiores decíduos. Sendo avaliados no momento do trauma, os dentes apresentaram leve mobilidade e sangramento marginal, havendo ainda edema e lacerações labiais. Foi estabelecido o acompanhamento clínico e radiográfico do caso e após nove meses de controle, apesar do escurecimento das coroas dentárias, o tratamento endodôntico foi descartado e o paciente continuará sendo acompanhado até que ocorra a exfoliação dos elementos dentários que sofreram traumatismo e o irrompimento dos respectivos sucessores permanentes possa ser observado. Por meio de um correto diagnóstico é possível manter o elemento dentário traumatizado na cavidade bucal, sem intervenções invasivas, facilitando a recuperação psíquica do paciente e dos pais após o trauma preservando os elementos dentários decíduos com sua função e estética únicas → Traumatismo dentoalveolar na dentição decídua: - O atendimento a crianças com traumatismos na dentição decídua requer uma abordagem diferente daquela utilizada na dentição permanente, isso porque existe uma relação muito próxima entre o ápice do dente decíduo afetado pelo trauma e o germe do dente permanente sucessor. As possíveis repercussões sobre o dente permanente devem ser consideradas ao se realizar o tratamento imediato, de modo a evitar danos adicionais. Também precisam ser levadas em conta as prováveis sequelas tardias do trauma, tanto para a própria dentição decídua como para a permanente. Diante da importância do assunto, este capítulo procurou abordar tal tema de maneira ampla, desde a anamnese até os exames geral, intrabucal e radiográfico, com vistas a analisar integralmente o paciente. Além da classificação das lesões traumáticas nos tecidos dentários e de sustentação, enfatizam-se o diagnóstico, o tratamento indicado, o prognóstico e a proservação de cada situação clínica. Um tópico sobre lesão em tecido mole foi incluído, pois esta tem grande impacto para a criança e sua família e pode estar associada a outros tipos de traumatismos. Como a análise da situação vacinal da criança é sugerida, ante a existência de casos que exigem que a vacina antitetânica esteja na sua validade, acrescentou-se a recomendação do Ministério da Saúde quanto à imunização antitetânica. Há também um item sobre contenção, orientação aos pais e repercussões do trauma para os dentes decíduos e os permanentes sucessores. Ao final do capítulo, duas tabelas resumem o tratamento das lesões traumáticas em tecidos dentários e polpa e o tratamento das lesões em tecidos de sustentação na dentição decídua em situações de tratamento imediato e tardio. MANUAL → CAPÍTULO 21: ABORDAGEM DO TRAUMATISMO DENTÁRIO - FRATURA INCOMPLETA DE ESMALTE * Definição: Fratura incompleta (trinca) do esmalte sem a perda de estrutura dentária. * Diagnóstico: Aparência normal anatômica e radiográfica; aparência de linhas típicas, especialmente com transiluminação. * Objetivo do tratamento: Manter a integridade estrutural e vitalidade pulpar. * Tratamento: De uma forma geral, não exigem tratamento. * Prognóstico geral: Complicações são incomuns. FRATURA CORONÁRIA – NÃO COMPLICADA * Definição: Fratura de esmalte ou esmalte-dentina que não envolve a polpa. * Diagnóstico: Achados clínicos e ou radiográficos revelam uma perda de estrutura dental confinada ao esmalte ou em esmalte e dentina. * Tratamento: Remoção das bordas cortantes e aplicação de verniz com flúor/ Restauração com CIV ou Resina Composta (dependendo do tamanho da fratura). * Objetivo do tratamento: Manter a vitalidade pulpar e restabelecer uma função e estética normais. Lábios, língua, gengiva lesionadas devem ser examinados em caso de haver fragmentos dentários. Para fraturas pequenas, margens rugosas e pontiagudas devem serpolidas. Para fraturas mais extensas, a estrutura dental perdida pode ser restaurada. * Prognóstico geral: O prognóstico de fraturas coronárias não complicadas depende primeiramente da lesão concomitante ao ligamento periodontal e secundariamente da extensão da dentina exposta. O tratamento ideal resulta na avaliação e cuidados imediatos. FRATURA CORONÁRIA – COMPLICADA * Definição: Fratura de esmalte-dentina com exposição pulpar. * Diagnóstico: Achados clínicos e ou radiográficos revelam perda de estrutura dentária com exposição pulpar. * Objetivo do tratamento: Manter a vitalidade pulpar e restabelecer função e estética normais. Lábios, língua, gengiva lesionadas devem ser examinados acerca de fragmentos dentais. → Dentição decídua: Decisões freqüentemente são baseadas na expectativa de vida do dente decíduo traumatizado e vitalidade do tecido pulpar. Alternativas de tratamento pulpar são capeamento direto, pulpotomia, pulpectomia e extração. *Tratamento imediato: Se, radiograficamente, em crianças menores de 18 meses, constatarmos que a raiz não está inteiramente formada (ápice aberto): realizar pulpotomia com hidróxido de cálcio. No caso de ápice fechado: realizar pulpectomia. * Tratamento tardio: Ápice aberto ou fechado: realizar pulpectomia. → Dentição permanente: Alternativas de tratamento pulpar são capeamento pulpar direto, pulpotomia parcial, e pulpectomia (início da terapia endodôntica radical). * Prognóstico geral: O prognóstico de fraturas coronárias parece depender primeiramente da injúria concomitante do ligamento periodontal. O tempo de exposição pulpar, extensão de dentina exposta e o estágio de desenvolvimento radicular no momento da injúria secundariamente comprometem o prognóstico do dente. Os melhores resultados são obtidos se ocorrer avaliação e cuidados imediatos ao trauma. FRATURA CORONO-RADICULARES (NÃO COMPLICADA E COMPLICADA) * Definição: Fratura de esmalte, dentina e cemento com ou sem exposição pulpar. * Diagnóstico: Achados clínicos normalmente revelam mobilidade do fragmento coronário aderido à gengiva com ou sem exposição pulpar. Achados radiográficos podem revelar uma linha obliqua radiolúcida que envolve a coroa e a raiz numa direção vertical na dentição decídua e numa direção normalmente perpendicular ao feixe central radiográfico, na dentição permanente. Não obstante a demonstração radiográfica ser frequentemente dificultada, fraturas radiculares podem ser diagnosticadas somente radiograficamente * Objetivo do tratamento: Manter a vitalidade pulpar e restabelecer uma função e estética normal. → Dentição decídua: quando o dente decíduo não pode ou não deve ser restaurado, a estrutura dental inteira deve ser removida, a menos que a remoção de fragmentos apicais possam resultar na lesão do dente permanente. -Fratura corono-radicular não complicada: (esmalte+dentina+cemento): Se houver possibilidade, pulpectomia e restauração. Caso nos quais a parte fraturada está totalmente solta, podemos, primeiramente, fazer a colagem das partes e após realizar pulpectomia. -Fratura corono-radicular complicada: Se o remanescente for recuperável, podemos tentar a pulpectomia e restauração com resina. → Dentição permanente: O objetivo da urgência de tratamento é estabilizar o fragmento coronário. Alternativas de tratamento definitivo são a remoção do fragmento coronário seguida pela restauração supragengival ou gengivectomia necessária, osteotomia, ou extrusão cirúrgica ou ortodôntica para preparar o procedimento de restauração. Se a polpa estiver exposta, alternativas de tratamento pulpar são capeamento pulpar, pulpotomia, e tratamento endodôntico. * Prognóstico geral: Apesar do tratamento das fraturas corono-radiculares ser complexo e trabalhoso, a maioria dos dentes permanentes fraturados podem ser salvos. Fraturas que se estendem significativamente abaixo da margem gengival podem não ser restauráveis. FRATURA RADICULAR * Definição: Fratura de dentina e cemento envolvendo a polpa. * Diagnóstico: Achados clínicos revelam uma mobilidade do fragmento coronário aderido à gengiva que pode ser deslocado. Achados radiográficos podem revelar uma ou mais linhas radiolúcidas que separam os fragmentos dentais em fraturas horizontais. Exposições múltiplas radiográficas sob diferentes angulações podem ser necessárias para diagnóstico. A imagem de uma fratura radicular de um dente decíduo pode apresentar-se sobreposta à imagem do dente permanente sucessor, dificultando a sua visualização * Objetivos do tratamento: Reposicionar o mais breve possível e estabilizar o fragmento coronário em sua correta posição anatômica, para melhorar a cicatrização do ligamento periodontal e irrigação neurovascular, enquanto manter a integridade funcional e estética → Dentição decídua: Alternativas de tratamento incluem a extração do fragmento coronário (sem insistir na remoção do fragmento apical) ou observação. * Tratamento imediato: Quando da fratura do terço apical ou do terço médio, fazer contensão rígida por 4 a 6 meses. Nas fraturas no terço gengival, recomenda- se a exodontia. * Tratamento tardio: Quando for constatada pouca mobilidade, contensão rígida por 4 a 6 meses. Quando o dente apresentar grande mobilidade, a exodontia, é o tratamento de escolha. Obs: Fraturas radiculares verticais: exodontia. → Dentição permanente: Reposicionar e estabilizar o fragmento coronário * Prognóstico geral: Necrose pulpar em dentes com fraturas radiculares (25%) são atribuídas ao deslocamento do fragmento coronário e completo desenvolvimento radicular12. Nos dentes permanentes, a localização da fratura radicular não tem sido apresentada de forma a comprometer a sobrevivência pulpar após a lesão. Desta forma, fraturas radiculares tanto no terço cervical do dente ou apical podem ser tratadas com sucesso por meio da estabilização do fragmento reposicionado. CONCUSSÃO * Definição: Lesão nas estruturas de suporte dental sem perda anormal ou deslocamento do dente. * Diagnóstico: Em função de que o ligamento periodontal absorve a lesão e está inflamado, achados clínicos revelam uma sensibilidade à pressão e percussão, sem mobilidade, deslocamento ou sangramento no sulco. Anormalidades radiográficas não são esperadas * Objetivos do tratamento: Melhorar a cicatrização do ligamento periodontal e manutenção de vitalidade pulpar * Tratamento: Apenas observação. * Prognóstico geral: Para dentição decídua, a menos que haja uma infecção associada, nenhuma terapia pulpar está indicada. Embora exista um risco mínimo para necrose pulpar, dentes permanentes maduros com ápices fechados podem sofrer necrose pulpar devido às lesões associadas aos vasos sanguíneos no ápice, e desta forma, devem ser acompanhados cuidadosamente. SUBLUXAÇÃO * Definição: Lesão nas estruturas de suporte dental com perda anormal, mas sem deslocamento dental * Diagnóstico: Em função de que o ligamento periodontal tende a absorver a lesão, achados clínicos revelam uma mobilidade dental sem deslocamento que poderia ou não apresentar sangramento no sulco. Anormalidades radiográficas não são esperadas * Objetivos do tratamento: Melhorar a cicatrização do ligamento periodontal e irrigação Neurovascular → Dentição decídua: o dente deve ser monitorado para avaliar o surgimento de alguma patologia. Se o dente apresentar mobilidade, contensão semi-rígida por 15 a 20 dias. → Dentição permanente: estabilizar o dente e aliviar qualquer interferência interoclusal. Para conforto, uma contensão flexível pode ser utilizada. Imobilizar não mais do que por duas semanas. * Prognóstico geral: Prognóstico normalmente é favorável. O dente decíduo deve retornar a condição normal dentro de duas semanas. Os dentes maduros permanentes com ápices fechados podem sofrer necrosepulpar devido à associação de lesões aos vasos sanguíneos no ápice e, desta forma, devem ser acompanhados cuidadosamente. LUXACÃO LATERAL * Definição: Deslocamento do dente em uma direção outra que axial. O ligamento periodontal é rompido (deformado) e ocorre contusão ou fratura do tecido ósseo alveolar de suporte. * Diagnóstico: Achados clínicos revelam que o dente é deslocado lateralmente (com a coroa normalmente na direção palatina ou lingual) e pode estar preso firmemente dentro desta nova posição. O dente normalmente não apresenta mobilidade ou sensibilidade ao toque. Achados radiográficos revelam um aumento no espaço do ligamento periodontal e deslocamento do ápice em direção ou através da tabua óssea vestibular. * Objetivos do tratamento: → Dentição decídua: permitir reposicionamento passivo ou reposição de forma ativa e imobilizar por 1 a 2 semanas como indicado para permitir cicatrização, exceto quando a lesão for grave ou o dente encontra- se perto da esfoliação. A contenção por 30 a 45 dias também é recomendado por alguns autores * Tratamento tardio: Exodontia. → Dentição permanente: reposicionar o mais breve possível e, após, estabilizar o dente em sua posição anatômica correta para melhorar a cicatrização do ligamento periodontal e irrigação neurovascular, enquanto mantém a integridade estética e funcional. O reposicionamento do dente é realizado com uma pequena força e pressão digital. O dente pode necessitar ser extruído se encontrar-se preso (aderido) apicalmente na tábua cortical óssea. Contensão adicional por 2-4 semanas pode ser necessário com rompimento do tecido ósseo marginal. * Prognóstico geral: Dentes decíduos que necessitem de reposicionamento apresentam um maior risco de desenvolvimento de necrose pulpar comparado a dentes que são mantidos para um reposicionamento espontâneo. Nos dentes permanentes maduros, com ápices fechados, existe um risco considerável para necrose pulpar e reabsorção progressiva radicular. LUXAÇÃO INTRUSIVA * Definição: Deslocamento apical do dente para o interior do osso alveolar. O dente é conduzido dentro do alvéolo, comprimindo o ligamento periodontal e normalmente causa uma fratura do alvéolo * Diagnóstico: Achados clínicos revelam que o dente parece estar encurtado em suas dimensões ou, em casos severos, pode apresentar-se ausente. O ápice do dente normalmente encontra-se deslocado em direção vestibular, através da tabua óssea vestibular nos dentes decíduos e introduzido para o interior do processo alveolar nos dentes permanentes. O dente não apresenta mobilidade ou sensibilidade ao toque. Achados radiográficos revelam que o dente aparece deslocado apicalmente e o espaço do ligamento periodontal não se encontra de forma contínua. Determinação da relação de um dente decíduo intruído com o folículo do dente sucessor é fundamental. Se o ápice estiver deslocado em direção vestibular, a ponta apical pode ser visualizada radiograficamente e o dente aparece de forma alongada. Uma radiografia extra-oral também pode ser utilizada para detectar-se deslocamento de ápice em direção ou dentro da tabua óssea vestibular. Um dente permanente jovem intruído pode mimetizar um dente em erupção. * Objetivos do tratamento: → Dentição decídua: permitir re-erupção espontânea exceto quando deslocado para a posição do germe do sucessor em desenvolvimento. Está indicada a extração quando o ápice estiver deslocado para dentro do germe do dente permanente. * Tratamento imediato e tardio: Tratamento expectante. Suturar lacerações de tecido mole. Em ambos os tipos de tratamento: - Se durante a fase de reirrupção, surgir inflamação aguda ao redor do dente, o dente deve ser extraído. - O dente deve re-irrupcionar em um período de 2 a 6 meses. Após esta espera, se o dente não estiver em posição, a exodontia é indicada. Obs: Nos casos de intrusões, a radiografia lateral de nariz é muito importante, pois mostra a direção radicular do dente intruído. Quando for constatada a direção lingual do dente intruído, isto é, em direção ao germe do dente sucessor permanente, o dente decíduo deve ser extraído. → Dentição permanente: reposicionar de forma passiva ou ativa e estabilizar o dente em sua correta posição anatômica para otimizar a cicatrização do ligamento periodontal e irrigação neurovascular enquanto manter a integridade estética e funcional. Nos dentes com formação radicular imatura (incompleta), o objetivo é permitir erupção espontânea. Em dentes maduros, o objetivo é a reposição do dente com extrusão ortodôntica ou cirúrgica e iniciar tratamento endodôntico dentro das primeiras 3 semanas da ocorrência do trauma. * Prognóstico geral: Na dentição decídua, 90% dos dentes intruídos irão re-irrupcionar espontaneamente em 2 a 6 meses. Mesmo nos casos de intrusão completa e deslocamento dos dentes decíduos através da tabua óssea vestibular, um estudo retrospectivo apresentou a re-irrupção e sobrevivência da maioria dos dentes por mais do que 36 meses. Anquilose pode ocorrer, no entanto, se o ligamento periodontal do dente afetado foi lesionado de forma grave, pode haver retardo ou alteração da irrupção do dente sucessor permanente. Nos dentes permanentes maduros com ápices fechados, existe um risco considerável para necrose pulpar e reabsorção radicular progressiva. LUXAÇÃO EXTRUSIVA * Definição: Deslocamento parcial do dente axialmente em relação ao alvéolo. O ligamento periodontal normalmente apresenta-se deformado. * Diagnóstico: Achados clínicos revelam que o dente aparece de uma forma alongada e encontra-se com mobilidade. Achados radiográficos revelam um aumento do espaço do ligamento periodontal na região apical. * Objetivos do tratamento: → Dentição decídua: reposicionar e permitir cicatrização, exceto quando existem indicações para uma extração (por exemplo, a lesão é grave ou o dente encontra-se perto de sua esfoliação). Se a decisão de tratamento for o reposicionamento e estabilização, imobilizar por 1 a 2 semanas. * Tratamento imediato: Reposição do dente em posição normal, contensão semi-rígida por 30 a 45 dias. * Tratamento tardio: Exodontia → Dentição permanente: reposicionar o mais breve possível e após estabilizar o dente em sua posição correta anatômica para otimizar a cicatrização do ligamento periodontal e irrigação neurovascular, enquanto mantém a integridade estética e funcional. Reposicionamento pode ser realizado com uma pressão apical lenta e firme para gradativamente deslocar o coágulo formado entre o ápice da raiz e o assoalho do alvéolo. Imobilizar por até 3 semanas. * Prognóstico geral: Existe ausência de estudos clínicos que analisem o reposicionamento de dentes decíduos extruídos com monitoramento criterioso. AVULSÃO * Definição: Deslocamento completo do dente para fora do alvéolo. O ligamento periodontal é rompido e fratura do alvéolo pode ocorrer. * Diagnóstico: Achados clínicos e radiográficos revelam que o dente não se encontra no alvéolo ou o dente já foi re-implantado. A avaliação radiográfica irá confirmar se o dente não encontrado encontra-se intruído. * Objetivos do tratamento: → Dentição decídua: prevenir futuras lesões sobre o dente sucessor em desenvolvimento. - Dentes decíduos avulsionados não devem ser reimplantados em função de seu potencial para danos subseqüentes aos germes do dente permanente em desenvolvimento, e necrose pulpar é um evento frequente. → Dentição permanente: reimplantar o mais breve possível e apos estabilizar o dente reimplantado em sua posição anatômica correta para otimizar a cicatrização do ligamento periodontal e irrigação neurovascular, enquanto mantém a integridade estética e funcional * Prognóstico geral: Prognóstico sobre a dentição permanente está primeiramente dependente do desenvolvimentoradicular e do tempo de desidratação extra-oral. O dente apresenta o melhor prognóstico se reimplantado imediatamente. Se o dente não pode ser reimplantado dentro de 5 minutos, ele deve ser mantido em um meio que irá auxiliar a manter a vitalidade das fibras do ligamento periodontal. Meio de transporte para dentes avulsionados incluem (na ordem de preferência): Viaspan, solução salina balanceada de Hank (meio de cultura tecidual), leite frio, saliva (com o dente mantido no fundo do sulco vestibular), solução salina fisiológica (soro fisiológico), ou água. O risco de anquilose aumenta significativamente com um tempo de desidratação extra-oral de 15 minutos. TABELAS -
Compartilhar