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CARGA HORÁRIA DO CURSO: 60 HORAS 
 
DISCIPLINA DIR23 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - DOS RECURSOS 
 
EMENTA (FACEMP) 
Teoria geral dos Recursos. Apelação. Agravo. Embargos de declaração. Recurso ordinário. Recurso 
extraordinário. Recurso especial. Coisa julgada. Ação rescisória. Uniformização de jurisprudência. 
Declaração incidental de inconstitucionalidade. Ações constitucionais: Mandado de segurança, Habeas data, 
Mandado de injunção, Ação popular e Ação civil pública. Ética e atuação profissional. 
 
OBJETIVOS 
GERAL 
Proporcionar aos alunos conhecimento interdisciplinar, meritório e prático acerca do sistema jurídico de 
impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais. 
ESPECÍFICOS 
✓ Examinar detalhadamente os meios de impugnação das decisões judiciais. 
✓ Criar condições para a aplicação do conhecimento sobre o direito processual civil na atividade forense; 
✓ Compreensão ampla e crítica da teoria geral atinente aos recursos; 
✓ Estudo dos recursos em espécie; 
✓ Apanhado geral de sucedâneos recursais e ações constitucionais; 
✓ Refletir sobre a ética e o comportamento do profissional de Direito em suas atividades profissionais; 
✓ Desenvolver habilidade de escrita de documentos jurídicos; 
✓ Analisar a postura ético-profissional do acadêmico, nos diversos momentos da disciplina; 
✓ Contribuir para o domínio de tecnologias e métodos para compreensão e aplicação do Direito; 
✓ Estimular a capacidade de desenvolver formas extrajudiciais de prevenção e solução de conflitos individuais e 
coletivos; 
✓ Estimular a adequada atuação técnico-jurídica, em diferentes instâncias, administrativas ou judiciais, com a 
devida utilização de processos, atos e procedimentos; 
✓ Apresentar a correta utilização da terminologia jurídica ou da Ciência do Direito; 
✓ Desenvolver o raciocínio jurídico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica; 
✓ Contribuir no julgamento e tomada de decisões. 
 
 
2 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA DISCIPLINA 
✓ Teoria Dos Recursos E Sucedâneos Recursais – Apresentação 
✓ Classificação dos Recursos e Efeitos dos Recursos 
✓ Princípios Recursais e Juízo de Admissibilidade 
✓ Juízo de Admissibilidade e Juízo de Mérito 
✓ Recursos em espécie. 
o Apelação. 
o Agravo de instrumento. 
o Agravo interno. 
o Embargos de declaração 
o Recurso ordinário. 
o Recurso especial e recurso extraordinário. 
o Embargos de divergência. 
✓ Coisa Julgada: Conceito, Natureza Jurídica e tipos 
✓ Funções e Limites da Coisa Julgada 
✓ Eficácia Preclusiva e a coisa julgada nas relações continuativas 
o Ação rescisória. 
✓ Uniformização de jurisprudência. 
✓ Declaração incidental de inconstitucionalidade. 
✓ Ações constitucionais: 
o Mandado de segurança 
o Mandado de injunção 
o Habeas data 
o Ação popular 
o Ação civil pública 
 
METODOLOGIA 
Aulas expositivas. 
Seminários de fixação. 
Seminários expositivos. 
Exposições e debates com professores convidados. 
Atividades externas. 
 
RECURSOS 
Serão utilizados como recursos didáticos: quadro branco, data-show, além do incentivo à utilização de textos 
complementares, materiais disponíveis na internet e o acervo bibliográfico da instituição. 
 
AVALIAÇÃO 
A avaliação será feita em duas unidades, por meio de atividades desenvolvidas pelo aluno durante o 
semestre (provas; trabalhos individuais ou grupais; exercícios em sala de aula ou fora dela; participação do 
aluno nas discussões desencadeadas na sala de aula; interesse do aluno nas variadas atividades propostas; 
assiduidade e disciplina) que se somarão as notas adequando-se às normas institucionais. 
 
3 
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
ARAÚJO JÚNIOR, Gediel Claudino de. Prática de recursos no processo civil. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
DIDIER JR, Fredie. Curso de Direito processual civil. 13 ed. Salvador: Jus Podium, 2016. vol. 3. 
TARTUCE, Fernanda; DELLORE, Luiz; MARIN, Marco Aurelio. Manual de prática civil. 11 ed. São Paulo: 
Método, 2015. 
-------- 
 
LIVROS DISPONÍVEIS NA BIBLIOTECA 
NEVES, DANIEL AMORIM ASSUMPÇÃO. Manual de Direito Processual Civil. Volume Único. 9 ed. Salvador: 
JusPodivm, 2017. 
CÂMARA. Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES ACERCA DO PLANEJAMENTO DE AULAS APÓS APRESENTAÇÃO À TURMA 
□ Avaliação I Unidade: Prova escrita (objetiva) - VALOR 5,0; 
□ Avaliação II Unidade - 1ª parte: Prova escrita (aberta) - VALOR 3,0. 
□ Avaliação II Unidade - 2ª parte: Painel → sugestão dos temas: eficácia preclusiva da coisa julgada nas 
relações continuativas, duplo grau de jurisdição como garantia constitucional no Brasil e outros temas 
polêmicos que versem sobre os meios de impugnação de decisão nos tribunais (atividade escrita e oral. em 
dupla) VALOR 2,0; 
 
Na aula do dia 04/02 teve, os estudantes solicitaram que por pelo menos 2 dias, as aulas fossem adiantadas 
e distribuídas em 2 turnos. No entanto, estão esperando pronunciamento de uma colega, que reside em 
outro município. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
I - TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO 
O fundamento primário dos recursos, lato sensu, deve ser atribuído à natureza humana, por inato 
sentimento de inconformismo, seja quanto aos limites naturais seja quanto aos limites criados pelo próprio 
homem. No Direito, este sentimento torna absolutamente inaceitável uma decisão judicial única, que, 
invariavelmente, parecerá ao vencido como autoritária e justa. DIREITO ROMANO. 
 
Jaques de Camargo Penteado1: 
"São vários os fundamentos do duplo grau de jurisdição. Considera-se a natural pretensão do vencido 
ao reexame da decisão desfavorável. Levam-se em conta a possibilidade de decisão injusta e a 
conveniência de sua correção. O julgador é estimulado ao bom desempenho de sua atividade em 
face da previsão de controle por órgão distinto. Traduz-se a expectativa de melhor resultado na 
instância de reexame, em razão da sua composição colegiada e de ser ela integrada por julgadores 
mais experientes. Mostra-se uma preocupação com o sentimento de segurança e de justiça que 
envolve cada indivíduo e que é satisfeito com a operacionalidade de um sistema jurisdicional 
eficiente e garantista." 
 
Gustavo Henrique Badaró2: 
Como fundamentos do duplo grau, temos a cautela do julgador ao proferir uma decisão, já que há a 
possibilidade que ela venha a ser reexaminada por outro órgão; a irrelevância de eventuais erros 
individuais no órgão colegiado, pois o julgamento é pelo voto da maioria; por fim, a presunção de 
serem as decisões reexaminadas menos eivadas de erros, pois são pronunciadas por juízes mais 
experientes do que os de primeira instância. A ausência de controle daria ao titular de tal decisão um 
poder ilimitado e absoluto, o que não pode ser aceito em um Estado de Direito. 
 
 
1 PENTEADO, Jaques de Camargo. Duplo Grau de Jurisdição no Processo Penal: Garantismo e Efetividade. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2006, p.34. 
2 BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Direito processual penal: tomo I. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 25. 
 
6 
 
2. CONCEITO 
RECURSO pode ser conceituado como o direito (a faculdade) que a parte vencida, no todo ou em parte, tem 
de provocar o reexame da decisão judicial, com escopo de sua reforma ou modificação por órgão 
hierarquicamente superior. 
Por esta definição, pode-se concluir que o pressuposto básico de qualquer recurso é a SUCUMBÊNCIA, que 
nada mais é do que a desconformidade entre o que foi pedido e o que foi concedido pelo Estado-juiz. A 
sucumbência pode ser total ou parcial, conforme o juiz conceda total ou parcialmente o pedido do autor. 
 
Marcus Vinicius Rios Gonçalves3: 
 RECURSOS são os remédios processuais de que se podem valer as partes, o Ministério Público e 
eventuais terceiros prejudicados para submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra 
por umórgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por finalidade modificar, invalidar, 
esclarecer ou complementar a decisão. 
PARTES: LEGITIMIDADE RECURSAL 
NOVA APRECIAÇÃO: DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO - PRINCÍPIO POLÍTICO 
EXCEÇÃO: Embargos de Declaração 
FINALIDADE DO RECURSO: MODIFICAR, INVALIDAR, ESCLARECER E 
COMPLEMENTAR DECISÃO 
 
Daniel Amorim Assumpção4: 
O conceito de recursos deve ser construído partindo-se de 5 características essenciais a esse 
meio de impugnação: 
1. VOLUNTARIEDADE 
2. EXPRESSA PREVISÃO EM LEI FEDERAL (TAXATIVIDADE art.994) 
3. DESENVOLVIMENTO NO PRÓPRIO PROCESSO NO QUAL A DECISÃO IMPUGNADA FOI 
PROFERIDA 
4. MANEJÁVEL PELAS PARTES, TERCEIRO PREJUDICADO E MINISTÉRIO PÚBLICO 
5. COM O OBJETIVO DE REFORMAR, ANULAR, ESCLARECER E INTEGRAR A DECISÃO. 
 
3. OBJETIVO 
Obter a substituição da decisão judicial desfavorável por outra que, segundo o recorrente, satisfaça os seus 
interesses (art. 1.008 CPC): o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que 
tiver sido objeto de recurso. 
O recurso busca uma decisão mais favorável ao recorrente, por isso se proíbe o reformatio in pejus: 
>> ou o recurso será improvido, mantendo-se a decisão de primeiro grau; 
>> ou o recurso será provido para reformar, anular, esclarecer ou integrar a decisão. 
 
 
3 Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado (coleção). Coord. Pedro Lenza. 10ª ed. SaraivaJus, 2019. 
4 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. Volume Único. 9 ed. São Paulo: JusPODIVM, 2017. 
 
7 
 
4. NATUREZA JURÍDICA 
Continuação do exercício do direito de ação, manifestado pelo recorrente, em fase posterior do 
procedimento (posição majoritária). (art. 994 CPC). 
Não há consenso entre os doutrinadores quanto à natureza jurídica do recurso. As duas principais correntes, 
segundo a doutrina tradicional, são: 
(a) o recurso é uma ação autônoma relativamente àquela que lhe deu origem, ação essa de natureza 
constitutiva; 
(b) o recurso é continuação do exercício do direito de ação, em fase posterior do procedimento. 
Parece-nos que a razão está ao lado daqueles que entendem ser a natureza do recurso um desdobramento, 
ou um prolongamento do direito de ação, direito esse manifestado pelo recorrente quando do ajuizamento 
do feito e que só se tem por efetivamente cumprido, ou esgotado, com o trânsito em julgado da decisão 
judicial, o que só ocorre após ter decorrido in albis o prazo para apresentação de eventual recurso ou pelo 
esgotamento de todas as formas de recursos previstas no processo civil (art. 994, CPC). 
O recurso é também um ônus processual. // O que acontece com a ação, acontece com o recurso. 
STJ, enunciado 401: O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer 
recurso do último pronunciamento judicial. 
 
5. PRONUNCIAMENTOS SUJEITOS A RECURSO 
Somente estão sujeitos a recurso os atos do juiz, que, segundo os artigos 203 e 204, consistem em: 
SENTENÇAS, DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS e ACÓRDÃOS. 
Obs: contra despachos não cabe recurso, no entanto, a parte não deve se deixar levar pela mera 
denominação do ato, visto que existem atos que são conhecidos como despachos, contudo possuem 
inegável caráter decisório, sujeitos, portanto, a recurso. 
 
Sentença 
Encerra a fase do procedimento, cabe apelação. Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com 
fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a 
execução. Sentença é “um ato de vontade e de inteligência por meio do qual o juiz expressa o comando da 
lei que deve disciplinar a situação de fato exposta pelas partes”. 
Hipóteses de extinção do processo: 
>> 485 CPC - sem julgamento de mérito, sem que o juiz aprecie o pedido do autor. 
>> 487 CPC - com julgamento de mérito, o juiz emite juízo de valor quanto ao pedido do autor, defere 
ou indefere, total ou parcialmente, o pedido, pondo fim à fase processual de conhecimento. 
>> 356 CPC hipóteses de sentença que resolve parcialmente o mérito 
 
Artigo 489 - elementos essenciais da sentença: relatório, fundamentos, dispositivo 
 
Decisão interlocutória 
É o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. 
 
8 
 
 
Despacho ATENÇÃO 
São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a 
requerimento da parte. O despacho impulsiona o andamento do processo, não tem força decisória. 
Despachos não resolvem questões (questão - ponto de direito ou de fato controvertido) e deles não cabe 
recurso (art. 1.001), podendo no entanto ser feito pedido de reconsideração. 
A única exceção: Cabe Embargo de Declaração para atacar despacho, porque os embargos servem para 
aprimorar o pronunciamento judicial, no sentido de melhor compreensão do seu conteúdo. Tem como 
objetivo integrar a decisão com conteúdo que devia estar presente. Exs: Omissão, obscuridade, 
contradição, erro nos nomes da parte e etc. 
 
Acordão 
É o extrato do julgamento colegiado proferido pelos órgãos colegiados de um tribunal: seção, câmara, 
plenário, órgão especial, e sujeito aos mesmos requisitos essenciais da sentença. (art. 941 CPC) 
 
6. PRINCÍPIOS ESSENCIAIS DOS RECURSOS 
 
Temos como princípios essenciais o duplo grau de jurisdição, a unicidade e a fungibilidade. Porém, a doutrina 
traz outros muito importantes como voluntariedade, dialeticidade, taxatividade, proibição de reformatio in 
pejus, consumação. 
 
Duplo grau de jurisdição 
Impõe como regra no processo a possibilidade da revisão das decisões judiciais, preferencialmente por órgão 
jurisdicional de grau superior àquele que prolatou a decisão recorrida. Busca-se, pela sucessiva reapreciação 
da matéria (juízos distintos), garantir uma melhor justiça. 
O duplo grau de jurisdição não é expressamente previsto na CF. Exatamente por isso surge a divergência: 
seria um princípio? 
A posição dominante na doutrina defende que se trata de um princípio implícito, decorrente do princípio do 
devido processo legal e da própria sistemática da Constituição, que prevê a existência de tribunais e de 
recursos. 
Contudo, também a doutrina dominante aponta que o princípio pode, por vezes, ser excepcionado – como 
se percebe do próprio texto constitucional (ex.: qual o recurso de ADin?). 
Assim, conclui-se que o princípio não é absoluto (se fosse absoluto, estaríamos diante não só de um 
princípio, mas também de uma garantia; como esta não é a hipótese, estamos diante de um princípio, mas 
não de uma garantia). 
Porém, está previsto no Pacto de San José da Costa Rica (art. 8º, n. 2, letra h): 
“Art. 8º.2: Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for 
legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes 
garantias mínimas: [...] h) Direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior”. 
Como se percebe, o Pacto prevê o princípio do duplo grau para o processo penal. Como não há qualquer 
menção ao processo civil, trata-se de uma garantia exclusiva ao processo penal. 
 
9 
 
Assim, no processo civil, o duplo grau de jurisdição: 
- é um princípio processual constitucional implícito; 
- apesar de ser princípio, pode ser excepcionado (portanto, não se trata de uma garantia). 
Já no âmbito processual penal, trata-se de um princípio e de uma garantia. 
 
Unicidade 
Doutrina trata também como princípio da singularidade ou unirrecorribilidade ou correspondência. Por 
previsão no CPC, para cada tipo de decisão há um recurso, o que torna incorreta, de regra, a interposição 
simultânea de dois recursos contra a mesma decisão. 
Exceção a esta regra é a possibilidade da interposição simultânea do recurso extraordinário e especial, que, 
no entanto, devem ser interpostos em petições distintas; admitidos ambos os recursos, primeiro será 
processadoo recurso especial (art. 1.031, CPC). 
“Conforme a jurisprudência consolidada no âmbito desta Corte, a interposição de dois 
recursos pela mesma parte contra a mesma decisão impede o conhecimento do 
segundo recurso interposto, haja vista a preclusão consumativa e a observância ao 
princípio da unirrecorribilidade das decisões” (STJ, EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 
1.087.140/TO, Relator Ministro Luis Felipe Salomão, T4, DJ 27.09.2011). 
“Erro grosseiro que não autoriza o conhecimento como outra espécie recursal pela 
incidência do princípio da fungibilidade” (STJ, AgRg no REsp 1.247.842/PR, Relator 
Ministro Mauro Campbell Marques, T2, DJ 10.04.2012). 
 
Fungibilidade 
Não está expresso no CPC, é relativo ao cabimento. Mas há possibilidade, sob certas circunstâncias, do 
recebimento de um recurso por outro, dado que procurou adequar um recurso para cada tipo de decisão 
judicial. É admitido na doutrina e jurisprudência, que recurso errado – não próprio para o tipo de decisão – 
poderá ser aproveitado desde que a decisão judicial apresente dúvida objetiva sobre qual seja o recurso 
cabível para sua impugnação, verificados sempre os requisitos de admissibilidade, mormente quanto a sua 
tempestividade. 
 
Voluntariedade. Só existe recurso se houver vontade de recorrer. Está no próprio conceito de recurso. 
 
Dialeticidade. Motivação do recurso que deve ser constituída com base em erro apontado na decisão. 
NCPC, art. 932, III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado 
especificamente os fundamentos da decisão recorrida. 
 
Taxatividade. Não existe recurso criado pelas partes. 
Exceções: 
NCPC, art. 997 (recurso adesivo) 
L. 9099/90, art. 41 (recurso inominado) 
 
 
10 
 
Proibição de reformatio in pejus. Proíbe que os recursos tenham a aptidão de piorar a situação do 
recorrente. OBS.: Só mediante anulação, não por reforma. 
Exceções: 
Reexame necessário. Enunciado 45 da Súmula do STJ. No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar 
a condenação imposta à Fazenda Pública. 
Cognição de questões de ordem pública. Conhecer de oficio matéria de ordem pública. 
 
Consumação 
Por esse princípio, entende-se que a possibilidade de aditar o recurso interposto é nula, opera-se a preclusão 
consumativa. 
 
7. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS 
Há diferentes critérios classificatórios dos recursos previstos no Código de Processo Civil. 
1. RECURSOS ORDINÁRIOS E EXTRAORDINÁRIOS - classificação em razão do objeto 
Os recursos ordinários objetivam proteger o direito subjetivo das partes litigantes contra eventual vício ou 
injustiça da decisão judicial, nesse sentido, é entendido como injusta a decisão que não aplica 
adequadamente o Direito aos fatos retratados no processo. São os elencados nos incisos I a V do art. 994 do 
CPC: apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, recurso ordinário. 
Os classificados em extraordinários abrangem os incisos VI a IX do art. 994 do Novo CPC, e têm como objetivo 
a tutela do direito objetivo. São os recursos especial e extraordinário, o agravo e os embargos manejados 
nesses recursos. O REsp tutela direito objetivo das leis federais e o RE, tutela direitos objetivos da 
Constituição Federal. 
2. RECURSOS DE FUNDAMENTAÇÃO LIVRE OU VINCULADA 
Os recursos de fundamentação livre são aqueles nos quais a lei deixa a parte livre para, em seu recurso, 
invocar quaisquer tipos de erros, deduzir qualquer tipo de alteração em relação à decisão, sem que isto 
tenha influência na admissibilidade do mesmo. 
Já os recursos de fundamentação vinculada, estão nos casos em que a lei, ao estabelecer as hipóteses de 
cabimento do recurso, limita sua fundamentação, ou seja, o tipo de alteração que se pode fazer à decisão 
através do recurso. Tais fundamentações são encontradas na lei, em enumeração taxativa, os tipos de vícios 
que podem ser apontados na decisão recorrida. Exemplos desses, são REsp e RE, que só comportam alegação 
de violação a Leis federais e à Constituição. 
 
3. RECURSOS TOTAIS OU PARCIAIS - classificação em razão da matéria impugnada 
É total quando o recurso que abrange todo o conteúdo impugnável da decisão; e parcial o recurso que 
impugna a decisão apenas em parte do conteúdo impugnável da decisão. 
 
4. INDEPENDENTE OU ADESIVO - em razão do momento da interposição 
No recurso adesivo, desde que haja sucumbência recíproca, comportando, pois, recurso de ambas as partes, 
cada uma das partes poderá interpor seu recurso no prazo comum, ambos sendo recebidos e processados 
independentemente, ou, então, caso uma das partes não tenha ingressado com recurso independente ou 
principal, poderá ainda recorrer adesivamente ao recurso da outra parte, no mesmo prazo de que dispõe 
para responder a este último, conforme artigo 997, § 2º, I do CPC. 
 
11 
 
 
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das 
exigências legais. 
§1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. 
§2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas 
regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal 
diversa, observado, ainda, o seguinte: 
I – será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a 
parte dispõe para responder; 
II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; 
III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado 
inadmissível. 
✓ Fundamento do recurso adesivo: economizar atos processuais. 
✓ O prazo do recurso adesivo começa a partir da intimação para apresentar as contrarrazões (15 dias). 
✓ São aplicadas as mesmas regras do recurso independente. 
✓ Se houver desistência do recurso independente o recurso adesivo não será recebido e o desistente 
arca com as despesas do recurso. 
 
5. SUSPENSIVO OU NÃO SUSPENSIVO 
Esse efeito é imprescindível para a paz social e tem o escopo de preservar as partes dos imediatos efeitos da 
decisão. Lembrar que é a Lei Processual que determina se o recurso terá ou não efeito suspensivo. 
São suspensivos aqueles que impedem a imediata produção dos efeitos da decisão recorrida, o comando 
fica contido até o julgamento: apelação, embargos de declaração e recurso ordinário. 
São não suspensivos aqueles que não obstam, por previsão legal, a execução provisória da decisão 
impugnada: agravo, recurso especial e extraordinário e embargos de divergência. Veja: 
 
Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante 
de seu julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia 
 
No código atual, a regra trazida é de que os recursos não mais impedem a eficácia da decisão, SALVO 
DISPOSIÇÃO LEGAL OU DECISÃO JUDICIAL EM SENTIDO DIVERSO. 
 
 
8. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E DE MÉRITO DOS RECURSOS 
Como usualmente em processo, o recurso é objeto de duas análises. 
Em linguagem técnica, fala-se em CONHECIMENTO (admissão) do recurso, para que depois seja analisado 
o MÉRITO (objeto) recursal, com o PROVIMENTO ou NÃO-PROVIMENTO. 
Assim, a ausência dos pressupostos de admissibilidade leva ao NÃO-CONHECIMENTO ou à NÃO-ADMISSÃO 
do recurso. Ver artigo 502 CPC. 
Pela regra da admissibilidade, primeiramente, o julgador analisará se estão presentes os pressupostos 
recursais, que formam esse juízo de admissibilidade. Se estiverem presentes tais pressupostos, julga-se o 
mérito recursal (é o pedido do recorrente) – juízo de mérito (é o julgamento do próprio pedido). 
ATENÇÃO! Foi mantido no Novo CPC somente o Juízo de Admissibilidade pelo órgão a quo nos casos de RE 
e REsp. Nos demais recursos, o novo código inovou extinguindo o exame da admissibilidade no primeiro grau 
em decisão judicial, e aí nesses dois recursos, quando o tribunal julga ausentes os requisitos de 
admissibilidade, simplesmente não conhece o recurso,impossibilitando a análise de mérito. A petição então 
será recebida pelo Tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões em 15 dias, findo o 
 
12 
 
qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal que deverá realizar o juízo de 
admissibilidade e, se positivo, remeter os autos ao tribunal superior correspondente. 
O fim de juízo de admissibilidade por parte do juiz de primeiro grau elimina uma decisão judicial evitando 
eventual novo recurso. Ora, se o juízo de admissibilidade é da competência do tribunal, é mais coerente 
então evitarem-se intermediários. 
O juízo de admissibilidade trata-se das condições para CONHECER ou não um processo, é parecido com as 
condições da ação. A matéria atinente aos pressupostos processuais é de ordem pública, podendo ser 
(re)examinada a qualquer tempo pelos julgadores, não se sujeitando à preclusão (perda da faculdade 
processual de alegar seu teor). 
Quanto à apelação, a análise da admissibilidade é feita apenas pelo tribunal (CPC, art. 1.010, § 3º). 
Quanto ao recurso especial e extraordinário, a análise é feita tanto pelo juízo que proferiu a decisão (a quo, 
de origem) como pelo juízo de destino (ad quem, a quem recorre o recorrente). 
 
Requisitos de admissibilidade do recurso 
Como exposto, se não estiverem presentes, o recurso não será conhecido. 
(i) cabimento (possibilidade jurídica de interposição do recurso conforme a decisão) 
(ii) legitimidade para recorrer (legitimidade de parte na esfera recursal) 
(iii) interesse em recorrer (necessidade de interposição do recurso, diante da sucumbência) 
(iv) inexistência de fato impeditivo de recorrer (NCPC, art. 998[desistência], 999 [renúncia] e 
1.000[aquiescência]) 
(v) tempestividade (interposição no prazo fixado em lei) 
(vi) preparo (pagamento de custas e porte de remessa e retorno, sob pena de deserção; no caso de 
recolhimento a menor, é possível a complementação – NCPC, art. 1.007, § 2º; se não houve qualquer 
recolhimento, haverá intimada para pagar em dobro – NCPC, art. 1.007, § 4º) 
(vii) regularidade formal (aspectos formais, como a forma escrita, assinatura da peça, português, 
documentos necessários à instrução do recurso etc) 
O Juízo de admissibilidade busca responder à pergunta: O pedido que a parte formulou pode ser apreciado 
ou não? Não debate o direito da questão. 
Quando o tribunal emite juízo de admissibilidade, “recebe o recurso”, esta decisão abre caminho para a 
apreciação do mérito, ou juízo de mérito, do recurso. 
 
O Juízo de mérito analisa o mérito do pedido recursal, debate o direito da questão. 
Conhecido o recurso (análise preliminar ao mérito), passa-se à análise do juízo de mérito – que é 
efetivamente a análise da impugnação realizada pelo recorrente (momento em que se aponta o error in 
procedendo – erro no processamento – e/ou o error in judicando – erro no julgamento). Poderá o recurso 
ser provido ou desprovido (após ser conhecido). 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
II - RECURSO, SUCEDÂNEO RECURSAL E DEMANDA AUTÔNOMA DE IMPUGNAÇÃO 
 
Existem ações que possuem também este caráter recursal, como a ação rescisória, anulatória ou embargos 
de terceiro. 
Não há que se confundir as figuras das ações autônomas de impugnação e dos recursos com os chamados 
incidentes processuais, como exemplo, os incidentes de inconstitucionalidade e de uniformização de 
jurisprudência, previstos pelo CPC. 
Sucedâneos são instrumentos processuais que geralmente possuem caráter de recursos, ou seja, serve como 
um recurso, entretanto não são, pois possuem natureza jurídica diferente. 
Na lição de José Frederico Marques, o jurisdicionado “procurou uma válvula escapatória, destinada a ventilar 
a sufocante atmosfera oriunda do princípio da irrecorribilidade das interlocutórias, com os sucedâneos 
recursais. 
Para parte da doutrina, sucedâneos recursais são institutos, que a despeito de não serem considerados 
recursos, acabam, ainda que indiretamente, fazendo as vezes dos mesmos, propiciando, assim, a anulação, 
a reforma ou ainda a ineficácia de uma decisão judicial. Para essa parte da doutrina, acolhida por Flávio 
Cheim Jorge, os sucedâneos são substitutos dos recursos. 
Para Araken de Assis, o critério para agrupar institutos tão discrepantes sob o excêntrico rótulo ‘sucedâneos 
dos recursos’ só pode ser o da exclusão: toda vez que faltarem a determinado remédio as notas essenciais 
do conceito de recurso, ou seja, a previsão legal (princípio da taxatividade), a voluntariedade na interposição 
e desdobramento no processo pendente, em que pese produzir idênticas finalidades, incluir-se-ão dentre os 
meios aptos a impugnar resoluções judiciais. 
A doutrina atual diverge a respeito do que pode ser considerado sucedâneo recursal. 
Nelson Nery Jr. oferece extensa e preocupante lista, arrolando os seguintes ‘sucedâneos’: a correição parcial, 
a remessa obrigatória, o pedido de reconsideração, o habeas corpus, o mandado de segurança, os embargos 
de terceiros, a arguição de relevância, a ação rescisória e a cautelar inominada. 
Darlan Barroso e Egas Dirceu Moniz de Aragão, consideram como sucedâneos recursais aqueles pioneiros 
que surgiram com a rigidez do Código de Processo Civil de 1939, a saber, correição parcial e mandado de 
segurança. 
Vicente Greco Filho alberga além da correição parcial e mandado de segurança contra decisão judicial a 
medida cautelar. Esse autor também faz referência ao pedido de reconsideração, no entanto, negando a sua 
aplicabilidade. 
Fonte: https://jus.com.br/artigos/49098/sucedaneos-recursais 
 
https://jus.com.br/artigos/49098/sucedaneos-recursais
 
14 
 
RECURSOS 
A interposição de um recurso pode até gerar novos autos, mas não um novo processo, o que significa que 
haverá um novo procedimento, porém dentro de uma mesma relação jurídica processual, tendo natureza 
incidental. É um ato POSTULATÓRIO e voluntário: a vontade de recorrer é o cerne do suporte fático. Os 
recursos estão expressamente elencados no art. 994 do CPC, num rol taxativo: 
✓ Apelação; 
✓ Agravo de instrumento; 
✓ Agravo interno; 
✓ Embargos de declaração; 
✓ Recurso ordinário; 
✓ Recurso especial; 
✓ Recurso extraordinário; 
✓ Agravo em recurso especial ou extraordinário; 
✓ Embargos de divergência. 
 
Recursos extintos no NCPC: 
 
(I) AGRAVO RETIDO. 
No NCPC 
Art. 1.009, § 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar 
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
 
(II) EMBARGOS INFRINGENTES (era cabível contra acórdão não unânime) 
No NCPC 
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a 
ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente 
definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado 
inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os 
novos julgadores. 
 
SUCEDÂNEOS RECURSAIS AÇÕES AUTÔNOMAS 
ATENÇÃO: TEM DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA 
Há doutrinadores que incluem sob o rótulo de sucedâneo recursal todo meio de impugnação de decisão 
judicial que não for recurso. Para estes, portanto, os sucedâneos recursais englobariam também as 
demandas autônomas de impugnação. 
Abrange todos os demais MEIOS DE IMPUGNAÇÃO de decisão judicial que não se encaixem nem na categoria 
das demandas autônomas de impugnação, nem na dos recursos. 
✓ Pedido de suspensão da segurança ou suspensão de liminar (Lei Federal n.8.437/1992, art. 4º; Lei 
Federal n. 4.348/1964, art. 4º) - incidente processual; 
✓ Remessa (ou reexame) necessária (CPC, art. 1.041 § 2º): efeito anexo da sentença proferida contra a 
Fazenda Pública; 
✓ Correição parcial; 
✓ Pedido de reconsideração - construção jurisprudencial (demanda inserida no mesmoprocedimento); 
✓ Embargos de terceiros - 674 CPC e ss 
 
15 
 
 
DEMANDA/AÇÃO AUTÔNOMA DE IMPUGNAÇÃO/COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA 
A ação autônoma tem existência própria para questionar uma decisão em outro processo. Pressupõem a 
irrecorribilidade da decisão, por isso ingressa-se com ação autônoma para questionar aquela decisão, 
autuando um novo processo. 
✓ Ação rescisória e anulatória (querela nullitatis) - 966 CPC 
✓ Reclamação - 988 CPC 
✓ Mandado de Segurança contra ato judicial (art. 5º, II, da Lei n. 12.016/2009) 
✓ Habeas Corpus 
✓ Vide 937, VI do CPC. 
✓ A ação rescisória e a reclamação são processos de competência originária dos tribunais. 
 
INCIDENTES PROCESSUAIS NOS RECURSOS E OS PRECEDENTES NO CPC 
INCIDENTES PROCESSUAIS em sede de tribunais não são recursos, não podem ser confundidos com 
sucedâneos recursais. A doutrina acentua que é uma questão acessória, um ponto controvertido, que surge 
no curso da demanda principal e que vem a ser proposta ao longo da causa principal, devendo ser julgada 
antes da decisão principal. Mas o incidente processual não gera uma nova relação processual ao contrário 
do processo incidente. 
São exemplos de processos incidentes os embargos à execução fundada em título extrajudicial, os embargos 
de terceiro e a oposição autônoma. 
A redação do novo CPC, no artigo 136, estabelece que, concluída a instrução, o incidente será resolvido por 
decisão interlocutória, cabendo dela o recurso de agravo de instrumento. Se a decisão for proferida pelo 
relator, cabe agravo interno, na forma do artigo 135, parágrafo único. 
Mas essa exemplificação é necessária para visualizarmos que não estamos diante de incidentes processados 
durante o processamento de recursos em espécie. 
Os arts. 926 e 927 são relevantes para buscar uma valorização e vinculação da jurisprudência aos 
precedentes. Nesse sentido, os tribunais deverão dar publicidade aos seus precedentes, organizando-os por 
questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores (CPC, art. 
927, § 5º). Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente (NCPC, 
art. 926). 
Para tanto, juízes e tribunais observarão (NCPC, art. 927): 
I – as decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade; 
II – os enunciados de súmula vinculante; 
III – os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e 
em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; 
IV – os enunciados das súmulas do STF em matéria constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional; 
(ou seja, todas as súmulas, agora, deverão ser observadas) 
V – a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. 
 
Considera-se julgamento de casos repetitivos, que poderão enfrentar questões de direito material ou 
processual, a decisão proferida em (CPC, art. 928): 
I – incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR); 
 
16 
 
II – recursos especial e extraordinário repetitivos. 
Conforme o art. 928, Novo CPC, portanto, são considerados julgamentos de casos repetitivos o IRDR e os 
recursos especial e extraordinário repetitivos. 
No que concerne ao IRDR, não há limitação de matérias de direito que o possam ensejar. Portanto, não há 
como interpretar a legislação de modo a restringir a sua aplicabilidade. 
 
IRDR - Incidente de resolução de demandas repetitivas - 976 CPC 
Busca a racionalidade e igualdade na apreciação de processos de massa, em que se debata o mesmo tema 
repetitivo. O IRDR será instaurado quando houver, simultaneamente (CPC, art. 976): 
I – efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão 
unicamente de direito; 
II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. 
 
Não será cabível o IRDR quando um dos tribunais superiores (STF ou STJ), no âmbito de sua respectiva 
competência, já tiver afetado recurso repetitivo para definição de tese sobre questão de direito material ou 
processual repetitiva (CPC, art. 976, § 4º). 
 
Admitido o incidente, o relator (CPC, art. 982): 
I – suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, 
conforme o caso; 
II – poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do 
incidente, que as prestarão em 15 dias; 
III – intimará o MP para, querendo, manifestar-se em até 15 dias. 
 
O relator ouvirá partes e interessados (amicus curiae), que no prazo comum de 15 dias, poderão requerer juntada de 
documentos e diligências necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida (CPC, art. 983). 
O julgamento deverá ocorrer em até um ano (CPC, arts. 978 a 980). Se não for julgado em até 1 ano, cessa a suspensão 
dos demais processos – salvo se o relator decidir em sentido contrário (CPC, art. 980, parágrafo único). 
Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada (CPC, art. 985): 
I – a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que 
tramitem na área de jurisdição do tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do 
respectivo Estado ou região; 
II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de 
competência do tribunal, salvo hipótese de revisão. 
 
Não observada a tese adotada no IRDR, além do recurso cabível, será possível o uso de reclamação (CPC, art. 
985, § 1º). 
Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial (CPC, art. 987), que será 
recebido no efeito suspensivo, sendo presumida a repercussão geral para o RE (CPC, art. 987, § 1º). 
Da decisão do IRDR será admitido recurso do amicus curiae (CPC, art. 138, § 3º). 
 
17 
 
Apreciado o mérito do recurso por tribunal superior, a tese jurídica adotada será aplicada em todo o 
território nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito 
(NCPC, art. 987, § 2º). 
IAC - INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA - 947 CPC (V. 1022, PU, I) 
Semelhante ao IRDR, mas quando não se tratar de causas repetitivas (mas o CPC não indica a quantidade de 
causas a partir da qual se está diante da repetitividade). 
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária 
ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão 
social, sem repetição em múltiplos processos. 
 
MANDADO DE SEGURANÇA (CONTRA ATO DE JUIZ) 
A natureza jurídica do mandado de segurança é de ação constitucional, ou ação mandamental, ou seja, visa 
a expedição de uma ordem para cessar um ato. Tem portanto natureza de ação. E é considerado ação de 
conhecimento pela doutrina moderna. A corrente clássica classificava o MS como pertencente a outro 
gênero. Entretanto é uma ação de conhecimento de rito especial (previsto na Lei 12.016/09). Vide arts. 5º, 
LXIX e art. 1º da Lei 12.016. 
Para caber o MS precisa haver um ato de autoridade vindo de uma pessoa pública, que cause lesão ou 
ameaça de lesão. Desta maneira terá o MS repressivo e preventivo respectivamente. Deve haver uma 
violação de direito líquido e certo, entretanto não amparado por outra garantia (o MS tem cabimento 
residual, ou seja, quando não couber habeas corpus ou habeas data). 
O art. 5º da Lei acima trata das vedações do MS. Quando tratar-se de ato administrativo com efeito 
suspensivo, quando houver decisão judicial que caiba recurso com efeito suspensivo ou quando houver 
decisão transitada em julgado, não caberá MS. 
A competência para o julgamento do MS é em razão do cometedor do ato é que é definida a competência, 
a saber: 
✓ contra ato de ministro do STF → será julgado no próprio STF; 
✓ contra ato do conselho nacional de justiça (CNJ) → quem julga também é o STF; 
✓ contra ato de ministro do STJ → quem é competente para julgar será o próprio STJ (súm. 330, STF);✓ contra ato de desembargador de TJ ou TRF ou de juízes federais → será julgado no tribunal ao qual a 
autoridade tiver vinculada; 
✓ contra ato de juiz de juizado especial → será julgado, no próprio colégio ou turma recursal 
 
Em relação à competência, vide os arts. 102, I, alíneas "d" e "r" e art. 105, I, "c" da CF/88; súm. 41 STJ, 624 
STF; súm. 376 do STJ. 
Questões processuais relevantes: 
1) Formação do litisconsórcio necessário: se gerar efeito às partes, elas devem ser citadas, ou seja, em alguns 
casos, deverá haver no polo passivo do MS, além da autoridade, as partes processuais envolvidas e deve-se 
citar todos os envolvidos, já que o MS gerará efeitos para todos (súms. 701 e 631 do STF). 
2) MS impetrado por terceiro: não foi parte no processo, mas poderá impetrar MS (súm. 202 do STJ). Não 
depende do esgotamento das vias recursais, neste caso. 
 
18 
 
3) A petição inicial do MS (art. 6º da Lei): neste caso deverá identificar a autoridade. Não precisa dar o nome 
da pessoa física. E coloca também a pessoa jurídica, além da autoridade, ou seja, cita a autoridade e a qual 
pessoa jurídica que ela pertence (indica se é o Estado ou a União). 
Quais os recursos que cabem no processo de MS? Dependerá da decisão. Da decisão que aprecia liminar no 
MS, se este começar na primeira instância, o recurso será de agravo de instrumento. Se o MS começar no 
tribunal e houver decisão de liminar, caberá agravo interno. 
Da decisão que aprecia o mérito do MS, se for na primeira instância, o recurso será de apelação. Se o MS 
começou no tribunal, este proferirá acórdão (julgamento de mérito) e se este for concessivo, caberá recurso 
especial ou extraordinário, a depender do cabimento de um ou de outro. Se for denegatório caberá ROC. 
 
SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 
Não tem natureza recursal. Tem natureza jurídica de incidente processual em uma ação de MS e estendido 
pra a ação popular, ou para ação civil pública ou ainda para outras decisões proferidas conta o poder público. 
Nesse caso, a Suspensão de Segurança, nada mais é do que uma prerrogativa do Poder Público em juízo, 
decorrente do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. 
Ao pedido de Suspensão de Segurança, fica vedado o exame de mérito da controvérsia, não assumindo a 
medida os contornos da Apelação ou do Agravo, sendo aplicável apenas nas hipóteses em que se observa 
que a decisão poderá ocasionar risco de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e a economia, tudo no 
âmbito público. 
Tal medida, tem a atribuição de sucedâneo reforçada, pelo fato de ser medida voluntária, que não teria o 
condão de suspender o processo (mas o efeito da decisão) sendo manifestada por uma defesa impeditiva, 
que não tem caráter recursal. Há ainda que se ressaltar, que, pelo fato de ser acessória e secundária ao 
objeto litigioso, depende da existência do Processo Principal. 
Regimes que são aplicáveis a suspensão: 1) Vide art. 15 da Lei 12.016/09; 2) Lei 8038/90 (artigos. 15 e 25) 
quando se tratar de mandado de segurança; 3) e ainda a Lei n° 8437/92 (artigo 4°) para as demais ações. 
Pode renovar a SS para o STJ ou STF, dependendo da matéria, ou seja, se for matéria federal ou constitucional 
respectivamente. Vide súm. 626 do STF. 
 
RECLAMAÇÃO 
Tem natureza jurídica de ação de competência originária de tribunal. Cabe especialmente para preservação 
da autoridade ou da competência de um tribunal (todos os tribunais admitem a reclamação). Vide arts. 105, 
I, "f" e 102, I, "e" da CF/88. (vide também § 3º do art. 103-A da CF). A reclamação específica para o STF está 
regulamentada pela Lei 11.417/06, art. 7º. 
No NCPC, a reclamação é o meio cabível para (art. 988): 
I – preservar a competência do tribunal; 
II – garantir a autoridade das decisões do tribunal; 
III – garantir a observância de decisão do STF em controle concentrado de constitucionalidade e súmula 
vinculante; 
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de IRDR ou em incidente de assunção de 
competência. 
Ou seja, será possível utilizar a reclamação, para qualquer tribunal (intermediário ou superior): 
 
19 
 
a) se a competência ou decisão de tribunal não for observada; 
b) se a decisão de ADI, ADC, ADPF, súmula vinculante, IRDR e IAC não forem observadas; 
c) se a decisão proferida em RE ou REsp repetitivo não for observada (não há expressa menção aos 
repetitivos nos incisos do art. 988 do NCPC, mas pela interpretação sistemática assim se conclui). 
 
 
Por sua vez, não será admitida a reclamação (NCPC, art. 988, § 5º): 
a) proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada (de modo que, além da reclamação, deverá 
ser utilizado o recurso cabível); 
b) proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral 
reconhecida ou de acórdão proferido em RE ou REsp repetitivos, quando não esgotadas as instâncias 
ordinárias (Lei 13.256/2016). 
Ao despachar a reclamação, o relator (NCPC, art. 989): 
I – requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as 
prestará em 10 dias; 
II – se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável; 
III – determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 dias para 
apresentar sua contestação. 
Ao final, julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou 
determinará medida adequada à solução da controvérsia (NCPC, art. 992). 
 
PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO 
Não tem previsão legal. De qualquer forma, mediante esse pedido alguns juízes acabam por reconsiderar as 
decisões, o que acaba tornar comum seu uso. 
A reconsideração não suspende ou interrompe prazo recursal. As sentenças, como regra, não admitem 
reconsideração. 
A figura do pedido de reconsideração, tal qual conceituado em sua gênese, encontra-se praticamente em 
desuso em nosso sistema processual. Segundo Teresa Arruda Alvim Wambier, trata-se de “uma simples 
petição por meio da qual se provoca o juiz para que faça o reexame da questão por ele decidida. Porém não 
se confunde com o juízo de retratação, que ocorre de forma limitada na apelação e no agravo. 
Excepcionalmente poderá pedir reconsideração (que pode até pedir na peça de algum recurso) em três 
casos: se for uma sentença de indeferimento da petição inicial; se for uma sentença de improcedência sem 
a citação do réu e, por fim, nas sentenças proferidas com base no ECA art. 198. Assim o juiz poderá retratar-
se. 
No caso de decisões interlocutórias, a regra é que sempre caberá a retratação, pois o juiz não esgotou sua 
função jurisdicional (o processo continua). É possível encontrar a retratação nos arts. 523, §2º e parágrafo 
único do 527 do CPC. 
Não existe previsão legal sobre a reconsideração. 
 
 
20 
 
REEXAME NECESSÁRIO 
Não é recurso e é sucedâneo recursal porque faz as vezes de recurso, pois o tribunal pode modificar ou rever 
a decisão, o efeito devolutivo é amplo. Já foi chamado de “recurso de ofício”, mas este termo é incabível, 
pois é um absurdo dizer que um juiz interpõe recurso de sua própria decisão. Não é recurso, pois não está 
no capítulo dos recursos, além do mais a lei diz que é uma condição de eficácia de determinadas sentenças 
(algumas sentenças, pra que tenham efeito, obrigatoriamente precisam passar pelo reexame necessário). 
Ocorre em sentença proferida contra pessoa de direito público (os quatro entes federativos, autarquias e 
federações, mas não se aplica o RN às empresas públicas e mistas) ou sentença que julga procedente 
embargos à execução fiscal (neste caso em que a Fazenda Pública é parte vencida no processo). Assim 
submete-se a decisão ao RN, mesmo que ninguém recorra, para que o tribunal confirme a sentença. 
O RN não admite a reformatio in pejus. 
Existem duas situações em que o RN é dispensado: 
1) condenação de até sessenta salários mínimos (o potencial lesivo é mínimo) e 
2) quando a sentençaestiver fundamentada em súm. do STF, em súm. de tribunal superior (STJ) ou em 
decisão do plenário do STF. Nestes casos, dispensa-se o RN. 
 
CORREIÇÃO 
“Correição” é medida perante a corregedoria e tem natureza de medida disciplinar administrativa. Não é 
recurso. É medida perante o corregedor, é um meio em que a parte poderá denunciar o juiz na corregedoria. 
É “parcial”, porque haverá a correição de um único fato, ou um problema específico. A CP tem sido admitida 
quando juiz esteja causando tumulto processual (ela não discute mérito) ou quando ele extrapola seus 
poderes (ex.: processo fica concluso para sentença 10 anos). 
A finalidade última do instituto é a trazida pelo professor Araken de Assis, que assim menciona: “A correição 
parcial é remédio que, teoricamente sem interferir com os atos decisórios, beneficia os litigantes que se 
aleguem vítimas de erros ou de abusos que invertam ou tumultuem a ordem dos atos processuais”. 
 
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Para as próximas aulas, finalizaremos o conteúdo do programa… 
CONTINUAÇÃO DAS DEMAIS FORMAS DE IMPUGNAÇÃO (não temos todas elas no programa da matéria) 
✓ REPRESENTAÇÃO NO CNJ 
✓ HABEAS DATA 
✓ MANDADO DE INJUNÇÃO 
✓ AÇÃO POPULAR 
✓ AÇÃO CIVIL PUBLICA 
CABIMENTO PARA CADA RECURSO E SEU PROCESSAMENTO 
RECURSOS EM ESPÉCIE (ROL TAXATIVO) 
✓ Apelação; 
✓ Agravo de instrumento; 
✓ Agravo interno; 
✓ Embargos de declaração; 
✓ Recurso ordinário; 
✓ Recurso especial; 
✓ Recurso extraordinário; 
✓ Agravo em recurso especial ou extraordinário; 
✓ Embargos de divergência

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