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Disciplina: Genética Professor Dr. Luiz Cunha ERROS INATOS DO METABOLISMO Definição São distúrbios de natureza genética que geralmente correspondem a um defeito enzimático capaz de acarretar a interrupção de uma via metabólica substrato produto enzima produto substrato enzima rota alternativa produto alternativo NORMAL DEFEITO ENZIMÁTICO Do DNA à Proteína CLASSIFICAÇÃO • Didaticamente os EIM classificam-se segundo a natureza e função da molécula : • -Grupo I-Síntese /Catabolismo de Macromoléculas • -Grupo II-Metabolismo Intermediário • -Grupo III-Déficit de Energia • Grupo 1: • Defeito na Síntese ou degradação de macromoléculas : • Doenças de Depósito Lisossômico : • Neurolipidoses • Mucopolissacaridoses • Oligossacaridoses • Doença dos Peroxissomos • S.Zellweger • Condrodistrofia punctata • Adrenoleucodistrofia O que fazer ? • Identificação do Grupo de Patologias : • Grupo I- Doença Lisossômica de Depósito-> • Coleta de sangue em papel de filtro-> Laboratório de Referência Terapia de Reposição Enzimática -> Gaucher MPSI Fabry Pompe Grupo 2 • Metabolismo Intermediário : • Aminoacidopatias • Acidurias Orgânicas • Defeitos do Ciclo da Uréia • Galactosemia •O que fazer? - Coleta de sangue e Urina -> Cromatografia e determinação quantitativa - Retirada de proteínas para reversão do quadro- Controle acidemia - Proteínas 0,25->0,5 mg/kg/dia - Megavitaminas - Dietoterapia Grupo 3 • Déficit de Energia: • Doenças Mitocondriais • Hiperlactacidemia • Defeito Beta –oxidação de àcidos Graxos • Doença de Depósito de Glicogênio • O que fazer? • Material para Laboratório de Referência • Biopsia Muscular e Hepática – Avaliação Cardíaca • Tiamina+Riboflavina+L –Carnitina • Dieta com baixo teor de lipídeos • Dieta específica Herança Genética 1. Herança autossômica recessiva 2. Herança autossômica dominante 3. Herança recessiva ligada ao X 4. Herança dominante ligada ao X Herança Autossômica Recessiva Estando o gene situado em um dos autossomos, não haverá diferença quanto ao sexo, portanto deve-se encontrar aproximadamente o mesmo número de homens e mulheres afetados; • Indivíduos afetados geralmente têm pais normais, porém heterozigotos. Ocorre pulo de gerações; • Há uma probabilidade de 25% de a prole de pais heterozigotos serem afetadas (homozigota recessiva); • Os pais podem ser consangüíneos Heredograma Acondroplasia • A acondroplasia é a forma mais comum de nanismo, ocorrendo em 1 em cada 15.000 recém-nascidos. • A doença tem herança autossômica dominante Acondroplasia • Esta doença é uma forma de nanismo produzida por distúrbio do crescimento, decorrente de deficiência da ossificação endocondral • O loco do gene da acondroplasia está no cromossomo 4, tendo sido mapeado na região 4p, o alelo normal, é responsável pela síntese do receptor do fator de crescimento de fibroblastos. • A acondroplasia é produzida por um gene autossomo dominante de penetrância completa, de modo que todos os portadores apresentam a doença. Herança Autossômica Dominante Os principais critérios para a identificação de uma herança autossômica dominante em um heredograma são: • Estando o gene situado em um dos autossomos, não haverá diferença quanto ao sexo, portanto deve-se encontrar aproximadamente o mesmo número de homens e mulheres afetados; • Devemos encontrar indivíduos afetados em todas as gerações – padrão vertical de transmissão; • Em média, 50% da prole de um genitor afetado devem ser afetados. Cariótipo Prevalência dos EIM • Cerca de 350 a 500 doenças. • São responsáveis por 10% de todas as doenças genéticas. • Incidência 1:1.000 RN. Manifestações clínicas • Variadas, desde assintomáticos e não acarretam doenças • Parecem com doenças comuns • Podem aparecer ao nascimento ou na infância • Pode ter qualquer sintoma Diagnóstico • Efetivo feito pela determinação da atividade enzimática caro só quando há suspeita • Diversidade de efeitos- dificuldade • Usa-se testes de triagem DISTÚRBIOS DE TRANSPORTE ¢ Consiste na incapacidade de absorção de moléculas orgânicas ou inorgânicas pelo intestino. ¢ Costumam ser desencadeados pela dieta. ¢Ex.: Intolerância à lactose Distúrbios de armazenamento, degradação e secreção ¢Consiste na ausência de enzimas necessárias para o metabolismo intra-celular, ocorrendo o acúmulo de substrato no interior das células, alterando sua arquitetura e funcionamento. ¢Ex: doenças lisossômicas de depósito Distúrbios de síntese • Consiste na ausência de enzimas necessárias para a síntese de moléculas como: hormônios, proteínas plasmáticas, enzimas, moléculas com função celular estrutural ou imunológica. • Exemplo: hiperplasia congênita de supra-renal por deficiência da enzima 21-hidoxilase. Distúrbio de metabolismo intermediário ¢ Consiste na ausência de enzimas importantes para metabolização de pequenas moléculas, que originarão os aminoácidos essenciais (não podem ser sintetizados pelos animais). ¢ Ex: porfirias e distúrbios do metabolismo das glicinas e das purinas. Estratégias de tratamento dos EIM • Restrição alimentar à Consiste em não ingerir o substrato da enzima que está ausente. • Ex: hiperfenilalaninemia • Reposição à Consiste em administrar a enzima ausente • Ex: administração da enzima cerebrosidase na Doença de Gaucher tipo I • Desvio à desviar a rota metabólica alterada para uma rota alternativa onde não há deficiência enzimática • Ex: distúrbios do ciclo da uréia, onde a amônia, que é neurotóxica • Inibição à Consiste em inibir a síntese do substrato cuja enzima está deficiente • Ex: inibição da síntese hepática de colesterol com administração de lovastatina nas pessoas portadoras de hipercolesterolemia familiar • Depleção à Consiste em remover o substrato nocivo que está em excesso • Ex:: uso da plasmaférese para retirar colesterol nos pacientes com hipercolesterolemia familiar Aconselhamento Genético • História familiar • Infertilidade/esterilidade • Idade materna/paterna avançada • Aborto/perda fetal • Teratógeno • Consanguinidade • Pré-natal Objetivos / Princípios • Detectar anomalias no feto • Informar/ educar o casal com risco aumentado • Queixa principal • História clínica • Exame físico • Exames complementares • Testes de triagem • Testes de diagnóstico História clínica • Identificação: idade, profissão, escolaridade, religião • Motivo e forma de encaminhamento • Gestação: planejada? Desejada? Idade gestacional? Exames realizados? • Doenças maternas e tratamentos • Gestações anteriores e perdas gestacionais • Antecedentes familiares Aspectos objetivos da consulta • Estabelecimento do risco • Qual a patologia? Risco estimado? • Afetado prévio • Exames realizados? Confirmação diagnóstica? • Investigação pré-natal específica • Custo? Disponível? Idade gestacional? • Viabilidade Aspectos subjetivos da consulta • Relacionamento do casal • Expectativas com a gestação: ansiedade, medos reais/imaginários da patologia/dos exames • Conhecimento prévio da doença/ outro afetado na família? Grau de parentesco? • Risco esperado: idade materna? Outro afetado? • Risco identificado: alteração de exames? ETAPAS • Diagnóstico etiológico • Risco de recorrência • Prognóstico • Equipe multidisciplinar • Diagnóstico precoce • Tratamento • Grupos de apoio CONCEPÇÕES 10-15% (95% PERDIDOS) TRISSOMIAS 50% MONOSSOMIAS 20% TRIPLOIDIA 15% ANOMALIAS ESTRUTURAIS 15% OVÓCITOS 20-25% ESPERMATOZÓIDES 3-4% HISTÓRIA FAMILIAR • Doenças gênicas • Doenças cromossômicas • Retardo mental • Câncer TIPO DE ACASALAMENTO GENES EM COMUM GENITOR-FILHO 1/2 IRMÃOS 1/2 IRMÃO-MEIA IRMÃ 1/4 TIO-SOBRINHA 1/4 PRIMO EM 1° GRAU 1/8 PRIMO EM 2° GRAU 1/16 PRIMO EM 3° GRAU 1/32 Exercício: Estudo de caso • O heredograma acima mostra o esquema de uma família que apresenta Intolerância Hereditária da Frutose. Com base em seus conhecimentos em genética básica e na aula apresentada agora, responda: • 1) qual a possibilidade do filho indicado manifestar a doença •2) essa doença é autossômica ou recessiva • 3) qual seria uma forma de tratamento eficaz
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